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Trevisan (aulas)

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Contabilidade Trevisan
1º Semestre
Matérias:
1. Auditoria
2. Empreendedorismo, inovação e diversidades
3. Governança corporativa e sustentabilidade
4. Gestão de pessoas e liderança
5. Matemática financeira
6. Sistemas de informações
Auditoria
Aula 1
ORIGEM
Quando buscamos na literatura existente, sobre o surgimento da atividade de auditoria não temos como precisar, com exatidão, em que período isto ocorreu. No entanto, como a auditoria é uma das principais áreas da Ciência Contábil, usaremos como parâmetro alguns importantes acontecimentos históricos que impulsionaram o desenvolvimento da contabilidade e, por consequência, o da auditoria.
A contabilidade é, desde o seu surgimento, reconhecida como ferramenta de controle, a qual busca sobretudo tratar das mutações ocorridas no patrimônio das entidades, sejam estas pessoas físicas ou pessoas jurídicas (com ou sem fins lucrativos).
É fato que a história nos demonstra que eventos ocorridos na Sociedade impulsionam relevantes mudanças nas ciências sociais aplicadas, como a Contabilidade. Assim, dentre os acontecimentos ocorridos entre os séculos XV e XVIII, a Revolução Industrial merece destaque por sua relevância, visto que, nesta fase houveram drásticas mudanças nos modos de produção utilizados até então, os quais culminaram em um intenso desenvolvimento econômico de diversos países, como por exemplo, a Inglaterra, através do crescimento das organizações e expansão de suas atividades.
Assim, com o desenvolvimento do sistema familiar após a revolução industrial, coube às empresas buscarem novos mercados, competindo por espaço para manter-se ativas, em um ambiente então muito mais competitivo.
Como consequência disso tudo, tornou-se necessário rever as formas de controle das empresas, visando, sobretudo, a permanente redução dos custos que envolviam a produção.
Com a mudança nos meios de produção e o acúmulo de riquezas, a contabilidade precisou se refinar para atender a demanda da sociedade industrial. 
Surgindo então, a necessidade da evolução de técnicas que possibilitassem aos usuários da informação averiguar os registros contábeis, acompanhar os resultados operacionais, analisar os resultados financeiros, além de inibir erros e fraudes, contribuindo para proteção do patrimônio empresarial, surgindo assim a auditoria para atender tais anseios.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA AUDITORIA NO MUNDO E NO BRASIL
Assim, como vimos, a evolução da auditoria externa está relacionada diretamente com a expansão do comércio.
Ao relembrarmos alguns importantes períodos da história, fica fácil estabelecermos relevantes acontecimentos, através de uma breve linha do tempo, que impulsionaram a auditoria, começando pelas antigas expedições marítimas que visavam o descobrimento de novas terras e riquezas, seguindo pela Revolução Industrial com suas mudanças nos processos produtivos; e, por fim, com o surgimento dos investidores e financiadores de atividades.
Todos estes fatos culminaram na necessidade da auditoria para que se estabelecesse uma ferramenta para melhor controle sobre recursos.
Assim a auditoria de forma organizada, porém menos regulamentada de como a conhecemos hoje em dia, surge com o advento do capitalismo.
É nesta época que as organizações buscando uma maior competitividade necessitavam ampliar seu parque fabril, e assim, buscavam recursos financeiros com os bancos, estes por sua vez, exigiam que especialistas verificassem a veracidade das informações fornecidas pelos potenciais clientes, com a finalidade de assegurar o recebimento dos empréstimos, surgindo assim, um dos motivos que impulsionaram a atividade de auditoria.
Também, a crise econômica americana ocorrida em meados 1929, conhecida como a Crise da Bolsa de Nova Iorque, culminou na criação do famoso Comitê May, que nada mais era que um grupo de trabalho que visava definir regras para que as empresas pudessem ter suas ações cotadas em bolsa de valores, tornando obrigatória, para estas empresas, a auditoria independente nas suas demonstrações financeiras
A partir dessas referências, é possível concluir que auditoria trata-se de um processo de revisão das informações financeiras elaboradas pela empresa, com a finalidade de verificar se tal relatório está de acordo com as normatizações aplicáveis à época.
Apresentaremos a seguir, uma lista de fatos que influenciaram o desenvolvimento da auditoria em nosso país:
(i) criação subsidiárias de firmas estrangeiras; 
(ii) necessidade de financiamento das empresas brasileiras através de instituições internacionais; 
(iii) desenvolvimento de nossas empresas e, com isso, a necessidade da descentralização e diversificação de suas atividades econômicas; 
(iv) evolução dos mercados de capitais; 
(v) criação de normas de auditoria promulgadas pelo BACEN - Banco Central do Brasil, em meados de 1972; 
(vi) criação da CVM - Comissão de Valores Mobiliários e da Lei das Sociedades por ações, Lei 6.404, ambos ocorridos em 1976.
LEI DAS SOCIEDADES POR AÇÕES - Lei 6.404/76
Dentre esta lista de fatores que influenciaram o desenvolvimento da auditoria em nosso país, vale destacar a criação da Lei das Sociedades por Ações de 1976, lei nº 6404 (atualizada pelas leis 11.638/07 e 11.941/09, com objetivo de obter a convergência com as normas internacionais de contabilidade).
Tal lei determinou que as demonstrações financeiras das companhias de capital aberto, antes de serem divulgadas, fossem submetidas a um processo de auditoria executado por auditores independentes regulamentados junto a CVM.
CHEGADA DAS EMPRESAS ESTRANGEIRAS DE AUDITORIA EM NOSSO PAÍS
Vale ressaltar que durante as últimas décadas instalaram-se no nosso país renomadas firmas estrangeiras de auditoria externa. Isso ocorreu principalmente devido a necessidade legal, originária nos Estados Unidos da América, de que todos os investimentos das Companhias americanas no exterior fossem também auditados.
O fato curioso é que foram essas firmas estrangeiras de auditoria que praticamente iniciaram o exercício da profissão no Brasil.
A partir de então, o CFC - Conselho Federal de Contabilidade vem emitindo diversas outras normas profissionais e técnicas específicas, regulamentando tanto a atividade como a profissão do auditor.
Vale destaque, a Instrução Normativa de n° 308, emitida pela CVM em 1999 que trata tanto do registro do auditor como da atividade exercida por este profissional, definindo ainda, as relações entre as entidades auditadas e os auditores independentes, no ambiente das entidades com ações no mercado de valores mobiliários.
AUDITORIA EXTERNA x AUDITORIA INTERNA
Além das funções de asseguração, a auditoria pode ter como objetivo testar a eficiência e eficácia dos controles patrimoniais visando à redução dos riscos e erros.
Assim, a atividade de auditoria pode ser classificada em:
Auditoria externa ou auditoria independente;
Auditoria interna.
Um dos erros mais normais é atrelar ao auditor externo a responsabilidade de ajudar a administração a cumprir com seus objetivos, sendo que essa incumbência, de fato, pertence ao auditor interno.  
Vejamos, a seguir, a importância de cada um destes profissionais para a organização:
AUDITORIA EXTERNA
O que é auditoria externa e para que ela, de fato, serve?
Auditoria externa é desempenhada por auditores independentes, ou seja, empregados de empresas contratadas para prestar este serviço, com “know-how” em verificação de conformidades às práticas contábeis.
A realização de uma auditoria externa tem como seu principal objetivo validar os dados contábeis de uma empresa registrados em um determinado período, assegurando maior confiabilidade destas aos usuários das demonstrações financeiras.
AUDITORIA INTERNA
O que é auditoria interna e porque ter o gasto em manter um departamento interno de auditoria se já contratamos os auditores externos?
Trata-se de um processo mais amplo do que aquele feito por profissionais externos (auditores independentes), já que não se restringe apenas as análises contábeis, mas sim, envolve também a revisãode processos internos, políticas e normas e procedimentos em todas as áreas de uma organização.
O trabalho da auditoria interna é desempenhado por funcionários da própria empresa, subordinados, portanto, aos interesses da alta administração (não são obrigatoriamente contadores).
Aula 2
Nesta aula começaremos a trabalhar alguns pontos fundamentais para a boa compreensão do desenvolvimento da auditoria no Brasil, e os reflexos de algumas ações internacionais que também acabaram por influenciar essa atividade.
Após esta aula, você será capaz de reconhecer os órgãos responsáveis pela fiscalização e pela regulamentação da auditoria e sua importância no processo de profissionalizar a atividade.
Você sabe de quem foi a primeira demonstração financeira auditada no nosso país e por quem? Quando foi emitido o primeiro relatório? Qual foi a primeira empresa de auditoria a se instalar no Brasil?
Não temos uma literatura vasta sobre os primórdios da auditoria, assim, não se sabe exatamente quando foi emitido o primeiro parecer, mas é sabido que, há pouco mais de 100 anos, o balanço da São Paulo Tramway Light & Power Co., relativo ao período compreendido entre junho de 1899 e 31 de dezembro de 1902, foi certificado pela empresa canadense de Auditoria Clarkson & Cross, atualmente conhecida como EY - Ernst & Young. 
Também sabemos que, a primeira empresa de Auditoria Independente a se estabelecer no nosso país foi a Deloitte Touche Tohmatsu, que instalou seu primeiro escritório no Rio de Janeiro, em 1911, e posteriormente em Recife, em meados de 1917.
Você conhece outros fatos curiosos sobre a auditoria? Conhece o fato que levou o grupo “Big Eight” se tornar “Big Four”, seleto grupo formado pela EY, PwC, Deloitte e KPMG?
AUDITORIA EXTERNA – POR QUE CONTRATAR?
Há diversa regulamentações legais que obrigam as empresas a contratarem os serviços dos auditores independentes. Vejamos, a seguir, exemplos:
· Lei no. 6.404/76 (lei das sociedades anônimas por ações) estabelece que companhias abertas devam ser auditadas por auditores independentes registrados na Comissão de Valores Mobiliários.
· Lei no 11.638/07, estabelece que as empresas de grande porte devam ser auditadas por auditores externos.
· Banco Central do Brasil determina que as instituições financeiras sejam auditadas por auditoria externa.
Obviamente, a auditoria externa não é contratada apenas em decorrência de imposições legais, o exame feito pelos auditores externos muitas vezes é contratado pelas empresas para atendimentos de seus processos internos, por exemplo: 
· Atendimento às exigências estatutárias; 
· Atendimento às exigências da controladora, que por vezes, fica até mesmo fora do país; 
· Como forma de controle interno visando a opinião independente de um especialista para garantir a conformidade dos registros contábeis, os quais são utilizados pela administração na tomada de decisões da empresa;
· Imposição de credores ou instituições financeiras, para a efetivação de compras a prazo ou concessão de empréstimos financeiros;
· Entre diversos outros.
ORGANISMOS REGULADORES E FISCALIZADORES DA AUDITORIA
Antes de tratarmos sobre os órgãos reguladores da atividade de auditoria, é preciso compreender a figura do profissional que a executa.
Primeiramente devemos esclarecer que para atuar como auditor independente, cabe ao profissional ser habilitado no CFC - Conselho Federal de Contabilidade, após a devida aprovação no exame de suficiência, uma prerrogativa exclusiva para os bacharéis de ciências contábeis.
ORGANISMOS REGULADORES E FISCALIZADORES DA AUDITORIA 
Como vimos na aula anterior, a instrução normativa de n°. 308, emitida pela CVM em 1999, trata do registro e do exercício da atividade de auditoria independente, para entidades regulamentadas pela lei das sociedades por ações.
No âmbito do mercado de valores mobiliários, esta regulamentação da CVM refere-se ao auditor, pessoa física ou jurídica, sendo obrigatório para exercício regular da profissão, estar cadastrado como responsável técnico junto à ela.
Pelo campo de atuação e regulamentação das atividades de auditoria, encontramos os seguintes órgãos que regulamentam e fiscalizam tanto as atividades como os profissionais de auditoria no Brasil:
CFC – Conselho Federal de Contabilidade.
CVM – Comissão de Valores Mobiliários.
IBRACON – Instituto dos Auditores Independentes do Brasil.
IAA – Instituto dos Auditores Internos do Brasil.
CFC – CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE
Trata-se de uma Autarquia Especial Corporativa dotada de personalidade jurídica de direito público. Este órgão é composto pelos CRCs - Conselhos Regionais de Contabilidade, que representam os Técnicos em Contabilidade e Bacharéis em Ciências Contábeis.
O CFC juntamente com CRC foi criado pelo decreto-lei n°. 9295, de 27 de maio de 1946, e dentre outras finalidades, tem a de orientar, normatizar e fiscalizar o exercício da profissão contábil, além de regular acerca dos princípios contábeis, do cadastro de qualificação técnica e dos programas de educação continuada, bem como, editar as Normas Brasileiras de Contabilidade.
Sendo a auditoria um processo dinâmico, com o passar dos anos faz se necessário que os Órgãos reguladores modifiquem também suas normas para acompanhar estas inovações, e por isso, no final do ano de 2009, o CFC promoveu uma grande modificação na estrutura das Normas Brasileiras de Auditoria e publicou 38 novas resoluções. Estas novas normas passaram a ser aplicáveis aos balanços com exercícios iniciados após 1/01/2010.
Estas mudanças tiveram como finalidade alinhar nossas normatizações com os padrões internacionais ditados pela International Federation of Accounting – IFAC, em linha com o que as normas de contabilidade passaram a fazer com a criação dos CPCs.
CVM – COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS
Trata-se de uma Autarquia Especial, com personalidade jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa independente, e com ausência de subordinação hierárquica. Tal autarquia é vinculada ao ministério da fazenda e sua criação ocorreu por meio da lei 6.385/76.
 A CVM é um dos órgãos responsáveis pela regulamentação e fiscalização do mercado de capitais no Brasil.
A CVM emitiu a instrução n°. 308/99, que regulamenta o registro de auditor independente, no que se refere à pessoa jurídica e física.
IBRACON – INSTITUTO DOS AUDITORES INDEPENDENTES DO BRASIL
O Ibracon  foi constituído em dezembro de 1971, através da união de dois institutos que congregavam contadores que trabalhavam com auditoria independente: (i) o Instituto dos Contadores Públicos do Brasil (ICPB) e; (ii) o Instituto Brasileiro de Auditores Independentes (Ibai), os quais se uniram para a obtenção de uma melhor estrutura e representatividade em benefício da profissão.
O Instituto foi criado principalmente visando auxiliar no processo quando a auditoria independente passou a ser obrigatória para todas as empresas de capital aberto, bem como, o primeiro conjunto de normas sobre demonstrações contábeis foi escrito e adotado por meio da Circular Nº 179 do BACEN - Banco Central do Brasil.
IAA – INSTITUTO DOS AUDITORES INTERNOS DO BRASIL
Fundado em 20 de novembro de 1960, o Instituto dos Auditores Internos do Brasil trata-se de uma sociedade civil de direito privado sem fins lucrativos, cujo principal objetivo é o de promover o desenvolvimento da auditoria interna, o qual presta serviços de formação, capacitação e certificação para seus associados.
ESTRUTURA DAS NORMAS BRASILEIRAS DE CONTABILIDADE
Devido à convergência internacional dos sistemas contábeis, o CFC por meio da Resolução n°. 1.328/11, resolve alterar a estrutura das NBC – Normas Brasileiras de Contabilidade, visando atender ao padrão das normas internacionais, assim foi alterada toda a estrutura das NBC’s, o que resultou em novas interpretações técnicas e comunicados técnicos.
As Normas Brasileiras de Contabilidade apresentam a mesma estrutura de antes da resolução n°. 1.328/11, Normas Profissionais e Normas Técnicas.
 As normas profissionais estão estruturadas em:
Geral – NBCPG – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas indistintamente a todos os profissionais de Contabilidade;
Auditor Independente – NBC PA – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas, especificamente, aos contadores que atuam como auditores independentes;
Auditor Interno – NBC PI – são as Normas Brasileiras de Contabilidade aplicadas especificamente aos contadores que atuam como auditores internos;
Incluiremos a seguir como, as normas de auditoria independente estão classificadas para facilitar a sua consulta:
Seção 200 – Princípios e Responsabilidade
NBC TA 200 – Objetivos Gerais do Auditor Independente e a Condução de uma Auditoria em Conformidade com as Normas de Auditoria.
NBC TA 210 – Concordância com os Termos de um Trabalho de Auditoria.
NBC TA 220 – Controle de Qualidade da Auditoria das Demonstrações Contábeis.
NBC TA 230 – Documentação de Auditoria.
NBC TA 240 – Responsabilidade do Auditor em Relação à Fraude, no Contexto da Auditoria de Demonstrações Contábeis.
NBC TA 250 – Consideração de Leis e Regulamentos na Auditoria de Demonstrações Financeiras.
NBC TA 260 – Comunicação com os Responsáveis pela Governança.
NBC TA 265 – Comunicação de Deficiências do Controle Interno (aos Administradores e aos Responsáveis pela Governança).
Seção 300 e Seção 400 – Avaliação dos Riscos e Respostas aos Riscos Avaliados
NBC TA 300 – Planejamento da Auditoria de Demonstrações Financeiras.
NBC TA 315 – Identificação e Avaliação dos Riscos de Distorção Relevante por meio do Entendimento e do seu Ambiente.
NBC TA 320 – Materialidade no Planejamento e na Execução de uma Auditoria.
NBC TA 330 – Respostas do Auditor aos Riscos Avaliados.
NBC TA 402 – Considerações de Auditoria para a Entidade que Utiliza Organização Prestadora de Serviços.
NBC TA 450 – Avaliação das Distorções Identificadas durante a Auditoria.
Seção 500 – Evidência de Auditoria
NBC TA 500 - Evidência de Auditoria.
NBC TA 501 – Evidência de Auditoria – Considerações Específicas para Itens Selecionados
NBC TA 505 – Confirmações Externas.
NBC TA 510 – Trabalhos Iniciais – Saldos Iniciais.
NBC TA 520 – Procedimentos Analíticos.
NBC TA 530 – Amostragem em Auditoria.
NBC TA 540 – Auditoria de Estimativas Contábeis, Inclusive do Valor Justo e Divulgações Relacionadas.
NBC TA 550 – Partes Relacionadas.
NBC TA 560 – Eventos Subsequentes.
NBC TA 570 – Continuidade Operacional.
NBC TA 580 – Representações Formais.
Seção 600 – Utilização do Trabalho de Outros
NBC TA 600 – Considerações Especiais – Auditoria de Demonstrações Contábeis do Grupo, incluindo o Trabalho dos Auditores de Componentes.
NBC TA 610 – Utilização do Trabalho de Auditoria Interna.
NBC TA 620 – Utilização do Trabalho de Especialistas.
Seção 700 – Conclusão da Auditoria e Emissão de Relatórios
NBC TA 700 – Formação da Opinião e Emissão do Relatório do Auditor Independente sobre as Demonstrações Contábeis.
NBC TA 705 – Modificações na Opinião do Auditor Independente.
NBC TA 706 – Parágrafos de Ênfase e Parágrafos de Outros Assuntos no Relatório do Auditor Independente.
NBC TA 710 – Informações Comparativas – Valores Correspondentes e Demonstrações Contábeis Comparativas.
NBC TA 720 – Responsabilidade do Auditor em relação a Outras Informações Incluídas em Documentos que Contenham Demonstrações Contábeis Auditadas.
Seção 800 – Áreas Específicas
NBC TA 800 – Considerações Especiais – Auditoria de Demonstrações Contábeis Elaboradas de Acordo com Estruturas Conceituais de Contabilidade para Propósitos Especiais.
NBC TA 805 – Considerações Especiais – Auditoria de Quadros Isolados das Demonstrações Contábeis e de Elementos, Contas ou Itens Específicos das Demonstrações Contábeis.
NBC TA 810 – Trabalhos para Emissão de Relatórios sobre as Demonstrações Contábeis Condensadas.
Aula 3
PERFIL DO AUDITOR
Para se tornar um auditor externo, é requerido que o profissional esteja cursando, ou seja formado em Ciências Contábeis, esta obrigatoriedade decorre do fato que que o auditor é responsável por certificar-se sobre o uso adequado das Normas de Contabilidade, assim, por óbvio, o auditor deve ser um profundo conhecedor de contabilidade.
Além disso, diante da globalização é desejável que o profissional tenha conhecimentos avançados ou ainda, se possível seja fluente, em outro idioma, pelo menos na língua inglesa e tenha disponibilidade para viajar.
Tratando do perfil psicológico deste profissional convêm ressaltarmos que características como: ser discreto e demonstrar seriedade serão considerados como um diferencial no processo seletivo.
E, uma vez conquistada a vaga, tratar com discrição e sigilo as informações dos clientes, manter-se independente em relação às empresas auditadas e desenvolver constantemente o ceticismo profissional serão primordiais para o sucesso profissional.
Antes de seguirmos com a aula é importante tratarmos de dois conceitos, que norteiam a profissão de auditoria externa, os quais foram citados anteriormente, porém dada sua relevância merecem ser explanados:
INDEPENDÊNCIA PROFISSIONAL
Os auditores externos garantem a credibilidade das demonstrações financeiras elaboradas. Entretanto, este monitoramento somente é válido se estes profissionais forem de fato independentes, ou seja, não tiverem qualquer interesse no resultado do trabalho. Por exemplo: um auditor que tem ações da empresa auditada é independente para opinar sobre ela? Um auditor que receba presentes caros da empresa auditada, é independente para auditar sobre ela? Para ambos os casos a resposta é NÃO!
CETICISMO PROFISSIONAL
Um profissional cético é aquele que indaga, questiona e que avalia as evidências corroborando as informações com criticismo.
O auditor externo deve executar seu trabalho com ceticismo profissional, realizando uma avaliação crítica e questionadora sobre a validade da evidência obtida, permanecendo a todo tempo alerta em relação aos indícios que contradizem a confiabilidade dos documentos ou das afirmações feitas.
Mais adiante, vale dizer, que em algum momento futuro de sua carreira dentro da empresa de auditoria será requerido à este profissional aprovação no exame técnico para devido registro no CNAI - Cadastro Nacional de Auditores Independentes, que se dará, apenas posterior a aprovação no exame de qualificação de conhecimentos técnicos contábeis para obtenção do seu registro no CRC – Conselho Regional de Contabilidade.
CNAI - CADASTRO NACIONAL DE AUDITORES INDEPENDENTES
Através da resolução CFC no.1.495, emitida em meados de novembro de 2015, com o objetivo de cadastrar todos os profissionais que atuam na área, conhecer a sua distribuição geográfica, como atuam no mercado e o nível de responsabilidade de cada um, e ainda para que os CRC´s possam fiscalizar o exercício profissional com mais eficácia, instituiu ao auditor que fizesse um Exame de Qualificação Técnica, sendo que este profissional uma vez aprovado, seria inscrito automaticamente no CNAI do CFC - Conselho Federal de Contabilidade, a partir da data de publicação do resultado no Diário Oficial da União.
PEC - PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA
A partir de 2012, os órgãos regulamentadores da profissão, buscando incentivar a reciclagem e o aperfeiçoamento técnico de seus profissionais instituíram obrigatoriedade à todos os auditores independentes e demais contadores que componham o quadro técnico de uma firma de auditoria, a obtenção de 40 pontos no PEC.
A obtenção destes pontos pode ser através da participação em determinados cursos, devidamente aprovados pelos CFC e CRC, através de produção científica devidamente publicada; entre através de outras formas.
O descumprimento constitui infração ao Art. 2º, Inciso X, do Código de Ética Profissional do Contador, bem como, baixa do seu CNAI.
Vale dizer que, mais do que uma simples obrigatoriedade anual instituída pelos órgãos de classe, o PEC deve ser tratado por todos os profissionais de nossa área como uma oportunidade de adquirir novos conhecimentos os quais somados às prévias experiências profissionais e acadêmicas, visam manter a todos atualizado de acordocom as novas exigências.
CONDIÇÕES PRÉVIAS PARA ACEITAÇÃO DO TRABALHO 
Antes de iniciar um trabalho cabe ao auditor avaliar se há condições prévias para a sua realização visando o pleno atendimento das Normas e Práticas que regulamentam a profissão no nosso país, tais como:
Determinar se a estrutura de relatório financeiro a ser aplicada na elaboração das demonstrações contábeis é aceitável;
Obter a concordância da administração de que ela reconhece sua responsabilidade pela elaboração das demonstrações financeiras e pelos controles internos necessários para mitigar a ocorrência dos riscos de ocorrência de fraudes e/ou erros, e por fim, forneça ao auditor acesso ilimitado às informações, documentos e profissionais, cujo mesmo entenda serem necessários  para a execução de seu trabalho.
LIMITAÇÃO NO ALCANCE DA AUDITORIA ANTES DA ACEITAÇÃO DO TRABALHO 
O auditor independente não deverá aceitar o trabalho se a administração da empresa impuser limitações de acessos, de quaisquer tipos, os quais resultarão por parte da firma de auditoria em um relatório com abstenção de opinião.
OUTROS FATORES QUE AFENTAM A ACEITAÇÃO DE UM TRABALHO 
Adicionalmente, o auditor externo não deverá aceitar um trabalho se a administração da empresa não concordar que é responsável pelos tópicos mencionados anteriormente, bem como, se o auditor independente concluir que o relatório financeiro, aplicado nas demonstrações contábeis é inaceitável.
Aula 4
Nesta aula você será apresentado aos possíveis tipos de trabalho que podem ser executados pelos auditores independentes, seus objetivos e suas especificidades, bem como, a importância do escopo ser adequadamente definido e formalizado entre as partes, antes do início da realização dos trabalhos.
Após esta aula, você será capaz de definir qual o escopo adequado de trabalho deve ser contratado para cada situação, terá desenvolvido maiores conhecimentos sobre os serviços de auditoria e sobre a forma jurídica de sua contratação.
O serviço a ser executado por uma firma de auditoria deve estar suportado em um contrato de prestação de serviço, e assim como qualquer outro, deve ter cláusulas que defina o objeto e prazo para sua conclusão, forma de pagamento, obrigações de cada uma das partes e razões legais para ser extinto.
O auditor independente pode e deve se recusar a apresentar proposta para prestar um determinado serviço, já no processo de aceitação do cliente, por não querer se vincular à ele ou àquela transação, ou por quaisquer razões técnicas (falta de pessoal, impossibilidade de atender o prazo, etc.).
Porém, é preciso que se estabeleça, já neste momento, uma relação de confiabilidade entre as partes, caso contrário o contratante pode, como no nosso exemplo, receber algo que não lhe atenda às necessidades, ou ainda, o auditor pode declinar do trabalho, após tê-lo iniciado.
ACORDOS SOBRE TERMOS DO TRABALHO DE AUDITORIA 
Uma vez aceito o trabalho por ambas as partes é requerido que os termos da prestação de serviço de auditoria independente sejam definidos pelo auditor e pela administração para que não gerem questionamentos após início do trabalho ou, principalmente, quando de sua entrega.
Assim, os termos devem ser estabelecidos por escrito, nunca verbalmente ou através de simples troca de e-mails eletrônicos, pois trata-se de uma relação jurídica de prestação de serviço e, de tal forma deve ser tratada.
Desta forma, o contrato deve ter, ao menos, os seguintes itens:
a) O escopo e alcance do trabalho de auditoria - por exemplo, deixar claro o seguinte: auditoria das demonstrações financeiras da empresa ABC, elaboradas de pela administração acordo com as normas internacionais de contabilidade, levantadas em 31 de dezembro de 2017.
b) Responsabilidades tanto do auditor independente quanto da administração da entidade auditada - por exemplo, deixar claro que: a administração é responsável pela elaboração desta demonstração financeira, e cabe ao auditor de posse de seu conhecimento técnico realizar procedimentos de auditoria, para garantir a sua conformidade técnica.
c) Identificação do relatório aplicável para a elaboração das demonstrações contábeis - por exemplo, deixar claro o seguinte: as demonstrações financeiras da empresa ABC, serão elaboradas de acordo com qual as normas internacionais de contabilidade. 
d) Sempre que possível, deve-se indicar referências à forma e ao conteúdo esperado do relatório a serem emitidos pelo auditor externo - por exemplo, esclarecer que: a auditoria seguirá as normas estabelecidas pelos órgão reguladores na profissão no brasil, ou seja, de acordo com as NBC Tas.
e) Por fim, uma declaração de que existam circunstâncias em que um relatório pode ter forma e conteúdo diferente daquele esperado pela administração, por exemplo, quando a administração limita acesso do auditor à alguma importante documentação, neste caso, o auditor deverá mencionar esta limitação em sua opinião de auditoria - por exemplo: deixar claro que mesmo após ter aceito executar o trabalho, se o auditor se deparar com algum fato que limite os seus procedimentos (algum importante documento não seja entregue aos auditores) ou mesmo, se depare com falhas que sugerem a falta de ética profissional de importantes executivos da empresa, a firma de auditoria pode limitar a sua opinião quanto aquela área do balanço que o auditor não pode concluir seu trabalho devido à falta de documentação suporte na primeira hipótese, ou ainda, declinar do trabalho se identificar a impossibilidade de concluí-lo.
AUDITORIAS RECORRENTES
Quando o mesmo trabalho já foi executado pela firma de auditoria em período anterior, cabe ao auditor avaliar novamente se os termos do contrato firmado anteriormente devem ser alterados, ou ainda, se cabe recordar à entidade sobre os termos do contrato vigente, solicitando a esta uma representação formal, sobre seus conhecimentos plenos de suas responsabilidades e do escopo do trabalho.
Na prática é normal que um novo contrato seja feito na integra, reprocessando as cláusulas do contrato anterior, apenas com as alterações devida de: (i) valor de honorários; (ii) data; (iii) forma e data para pagamento das parcelas.  
ACEITAÇÃO DE MUDANÇA NOS TERMOS DO CONTRATO DO TRABALHO DE AUDITORIA 
O auditor independente não deve concordar com uma alteração nos termos do contrato de trabalho em andamento sem que exista uma justificativa razoável para tal.
Caso estas alterações sejam razoáveis devem ser formalizadas em uma nova carta de contratação ou, através de um aditivo contratual.
ACEITAÇÃO DE MUDANÇA NOS TERMOS DO CONTRATO DO TRABALHO DE AUDITORIA 
Porém quando não houver concordância pelo auditor independente acerca desta alteração nos termos do contrato, e diante desse fato o auditor não puder concluir seu trabalho, cabe a ele:
· retirar-se do local de trabalho, quando permitido por legislação, e;
· verificar se há alguma obrigação contratual de comunicação à outras partes, como por exemplo, aos responsáveis pela governança corporativa, proprietários da entidade, órgãos reguladores, entre outros.
Por exemplo: vimos anteriormente que o auditor deve esclarecer o escopo de seu trabalho no contrato de prestação de serviço, ocorre que a empresa Cia Vila Verde contratou um trabalho de Revisão Limitada, no entanto, está solicitando financiamento no BNDES, e para tanto, precisará de um trabalho de Auditoria Geral, e apresentou essa necessidade aos auditores, que complementarão suas análises, necessitarão de maior tempo para concluí-las e para tanto, um honorário adicional deverá ser cobrado. Devendo ser formalizado novo documento contratual. 
ASSEGURAÇÃO RAZOÁVEL X ASSEGURAÇÃO LIMITADA
Há diversos tipos possíveis de trabalhos que podem ser prestados pelos auditores independentes, assim, faz-se necessário classificarmos, em duas grandes categorias:
· Asseguração Razoável;
· Asseguração Limitada.
Quando o escopo é o de asseguração razoável, o auditor independente precisa executar planejar e procedimentos que reduzam o risco de uma opinião inadequada a um nível significativamentebaixo. 
Possivelmente você deve estar se questionando por que uma empresa contrataria um trabalho de asseguração razoável e não absoluta?
O fato é que para que o auditor obtivesse uma segurança absoluta, caberia à ele reprocessar a contabilidade inteira, e para tanto, além de extremamente custoso ao contratante demandaria muitos meses e assim, o seu relatório perderia o seu objetivo máximo, pois seria uma opinião sobre bens e direitos que poderiam não mais existir e sobre obrigações que poderiam ter se multiplicado em relação aos registros.
Assim, empresa que busca uma maior certificação sobre seus registros contábeis deve contratar um trabalho de ASSEGURAÇÃO RAZOÁVEL.
Já aquelas que entendem por diversas razões de seu negócio que uma certificação moderada já é o suficiente deve contratar um serviço de ASSEGURAÇÃO LIMITADA.
Antes de detalharmos quais são os escopos de cada um destes tipos de trabalhos vejamos as normas que norteiam os procedimentos dos auditores em cada um destes:
a) Asseguração Razoável – NBC TA´s: as quais representam as normas técnicas de auditoria;
b) Asseguração Limitada – NBC TR´s: as quais representam as normas técnicas de revisão;
c) Trabalhos de asseguração que não sejam de auditoria ou de revisão de informações históricas, por meio das NBC TO´s: normas técnicas para outros trabalhos de asseguração
PRINCIPAIS TRABALHOS POSSÍVEIS DE SEREM PRESTADOS PELOS AUDITORES 
PROCEDIMENTOS PRÉ-ACORDADOS – normalmente tem seu objetivo definido pela administração da Empresa, e, sua extensão e abrangência, definidas em conjunto com a firma de auditoria contratada para executar o trabalho. A firma de auditoria definirá, de acordo com o objetivo do trabalho apresentado pela administração, a metodologia a ser aplicada. 
A aplicação de Procedimentos Pré-Acordados é normalmente relacionada a itens individuais de dados financeiros, uma demonstração contábil isolada ou mesmo um conjunto completo de demonstrações contábeis. O Auditor é responsável pela aplicação de procedimentos de auditoria previamente acordados com a administração com a emissão de relatório contendo o resultado da aplicação destes procedimentos.
Por exemplo: relatórios dos auditores que CVM exige que sejam divulgados para empresa de capital aberto, ou seja, com ações negociadas em bolsa de valores devem ser de auditoria geral.
Por exemplo, em um Conglomerado de Empresas com formação de capital fechado, porém com subsidiárias em multi localidades é comum exigir à essas firmas estrangeiras que representam, parcela pequena das demonstrações financeiras consolidadas, que tenham suas demonstrações financeiras revisadas para que a controladora realize com certo grau de confiança a consolidação.
Para as empresas, pertencentes a esse mesmo grupo, e que são de porte médio, são requeridas que contratem auditores para executar um trabalho de asseguração razoável.
Por exemplo: uma empresa de varejo solicita ao auditor independente que acompanhe os procedimentos do ciclo operacional de estoques a fim de implementar melhorias com o time de Controles Internos.
Assim, em conjunto, auditor e administração da empresa, definirão quais os procedimentos que serão executados (esta listagem de procedimentos é anexa ao contrato de prestação de serviços) e como um “questionário” ou “check list” a equipe de auditoria o executará tais procedimentos rigidamente em consonância ao que foi definido em contrato.
O relatório que será emitido é a conclusão que o auditor chegou em cada um dos itens, após executar os procedimentos pré-acordados com a administração.
Aula 5
Nesta aula você compreenderá a importância de um planejamento adequado para a realização do trabalho dos auditores independentes, visando a identificação dos riscos e a elaboração adequada dos testes (procedimentos a serem executados) para responder a estes riscos.
Após esta aula, você será capaz de compreender que o exercício da atividade de auditoria sem que fosse estabelecido um planejamento seria basicamente uma junção confusa de testes, sem ordem, sem direção e que muitas vezes, para não dizer praticamente todas, não atenderia o objetivo pelo qual a auditoria está sendo feita. Além disso terá percebido que o planejamento se refere a uma atividade inicial de um trabalho, mas sim, uma atividade que deve compreender todas as suas fases.
AMPLIANDO O CONHECIMENTO
Antes de falarmos de planejamento na auditoria propriamente dita, convêm ressaltarmos que PLANEJAMENTO é um dos quatro pilares que fundamentam a ciência da Administração de Empresas, juntamente com a ORGANIZAÇÃO, DIREÇÃO e CONTROLE. Assim, como fundamento clássico da administração não há o que se questionar a sua importância em qualquer que seja o projeto.
PLANEJAMENTO NA AUDITORIA INDEPENDENTE:
O planejamento de auditoria é importante para que se possa garantir a mitigação do risco de se emitir uma opinião técnica inadequada sobre as demonstrações financeiras de uma empresa, levantadas em determinada data. Assim, em um âmbito mais prático podemos dizer que o planejamento busca auxiliar o auditor a executar seu trabalho, de maneira objetiva e com foco nesta opinião a ser data ao final de seu exame, através de um relatório formal.
Para se planejar adequadamente um trabalho de auditoria é imprescindível que se considere as particularidades da empresa auditada (cliente), inclusive para que se possa identificar adequadamente os riscos.
Para isso é fundamental que os fluxos dos principais ciclos operacionais, elencados a seguir, pelo menos, sejam entendidos e documentados:
· Ciclo Operacional de Tesouraria;
· Ciclo Operacional de Ativo Fixo;
· Ciclo Operacional de Folha de Pagamento;
· Ciclo Operacional de Estoques;
· Ciclo Operacional de Receita;
· Ciclo Operacional de Compras.
Outra atividade fundamental para um bom planejamento de auditoria é a REVISÃO ANALÍTICA. Esta atividade consiste em comparar os saldos patrimoniais e de resultado da empresa com o período anterior e analisar estas flutuações.
Uma das principais atividades a serem feitas para que o auditor conheça melhor seu cliente é efetuar o levantamento dos PROCESSOS DE CONTROLES INTERNOS deste.
É através da revisão analítica que o auditor analisa a variação dos saldos patrimoniais e de resultado e pode, através destes procedimentos identificar transações não usuais, que por sua vez podem ser consideradas como indicadores de riscos.
Vejamos a seguir, de forma prática, o que deve ser analisado:
Veja alguns exemplos que cabem análise do auditor enquanto realiza a revisão analítica.
· Por que os impostos não variaram assim como as receitas, sendo que parte dos produtos são comercializados no mercado interno e parte no mercado externo? O mix de produtos vendidos internamente e exportados se comportou exatamente como no mês anterior?
· Por que os custos aumentaram 14% se não houve aumento das receitas?
· Por que não há estoque registrado no balanço patrimonial?
· Porque o contas a receber aumentou 8% no mês se as vendas permaneceram estáticas? A empresa aumentou o prazo médio de recebimento? Ou há um maior valor de faturas vencidas em comparação com o período anterior? A política de PCLD está adequada?
· Porque as despesas operacionais reduziram 20%
Veja alguns exemplos que cabem análise do auditor:
· Com base na relevância dos ativos identificar qual ciclos operacionais que devem ser mapeados: por exemplo, os ativos permanentes (imobilizado e intangível) sozinhos correspondem a 44% dos ativos da companhia. É preciso mapear para entender o processo e saber como são controlados.
Por outro lado, é preciso:
· Entender como uma empresa que tem em seu objeto social a comercialização de bebidas (sucos e refrigerantes) no final do mês está sem nenhum estoque. É preciso mapear para entender o processo, e entender assim, se há algum risco de auditoria.
Essa atividade tem por objetivo entender as causas das flutuações, identificar as variações anormais, tendências de resultado, possíveis problemas e, também contas contábeis nas quais o auditor pode investir menos horas de trabalho, poisapresentam controles mais eficientes, isso para que o profissional tenha tempo hábil para focar onde estão os verdadeiros riscos de seu trabalho.
Adicionalmente, para o planejamento, também é importante que o auditor: 
· Leia o relatório dos auditores anteriores, bem como, as demonstrações financeiras examinadas por eles e revise os trabalhos executados por estes, no caso de primeira auditoria - Atentando ao fato que, conforme vimos em aula anterior, caso a administração dificulte o acesso de seu auditor atual aos papéis de trabalho do anterior, o auditor externo poderá se recusar a emitir opinião sobre as demonstrações financeiras, ou declinar o trabalho. Também, se por exemplo, houver inclusão de ressalta ou qualquer limitação de escopo no relatório do auditor anterior seu sucessor deve tratar o assunto como um risco alto de auditoria.
· Examine atas de reuniões de acionistas, do conselho de administração, conselho fiscais - Para o auditor executar um bom planejamento não deve se limitar unicamente aos documentos e informações contábeis mas sim, deve buscar em outras fontes, sejam estas internas e externar, a maior quantidade de informações relevantes possíveis para que efetue um trabalho com qualidade.
· Se reúna com o responsável pela auditoria interna de forma a entender os riscos identificados por estes - Cabe ao auditor utilizar o trabalho do auditor interno, sempre que a legislação permitir, para obter a excelência em seu trabalho. Revisar o trabalho da auditoria interna traz à equipe de auditoria externa um maior conhecimento dos negócios da empresa, e principalmente auxilia no processo de identificação dos riscos, pois o auditor externo fará uso do mapa de riscos que todo departamento de auditoria interna prepara para nortear seu trabalho.
Por exemplo, um departamento de auditoria interna pode tratar como risco assunto que interessem a auditoria externa, por exemplo:
Falhas identificadas no processo e ajustes relevantes e constantes no processo de inventário de estoques de uma certa filial;
Ausência de uma política que norteia e delimita acesso à servidores;
Grande quantidade de lançamentos manuais;
Falta de interface automática entre o registro do ponto e o sistema da folha de pagamento;
Entre outros.
Você pode estar pensando, o auditor externo não pegaria estes pontos? E eu te respondo, muito provavelmente sim, mas se já pode ter acesso ao ponto, no início do seu trabalho, pode inclusive questionar à administração como estão sendo remediados.
É preciso afirmar que o planejamento de uma auditoria não é, e não pode ser, sob nenhuma hipótese, uma fase isolada que ocorre no início dos trabalhos, mas sim constitui uma atividade de extrema importância dado, principalmente ao seu dinamismo. 
Vejamos alguns exemplos que podem alterar o planejamento inicial de testes:
EXEMPLO 1: A Cia ABC, que estamos auditando, tem como como cliente uma certa empresa que vêm, até então, honrando adequadamente seus pagamentos, porém, no meio do trabalho de auditoria, é publicado no jornal que esta empresa entrou em recuperação judicial, por não ter mais capacidade de liquidar suas dívidas. Já concluímos os testes planejados inicialmente no contas a receber e estes foram satisfatórios.
O que devemos fazer?  
EXEMPLO 2: A Cia Vale Vera, que também estamos auditando, no dia da emissão de nosso relatório, após conclusão dos testes de estoque, acompanhamento de inventário físico, e de concluirmos pela razoabilidade do saldo registrado,  sofreu um assalto em seu principal centro de distribuição, porém a empresa, recusa-se a divulgar este fato como evento subsequente em sua demonstração financeira, contrariando a obrigatoriedade determinada pelo CPC 23. O que devemos fazer?
Em ambos os casos, o planejamento inicial já havia sido executado pela equipe de campo, revisado e concluído com resultados satisfatórios, porém fatos novos que sequer poderiam terem sido previstos no planejamento inicial da auditoria, ocorreram... Cabe ao auditor fazer o que?
Cabe ao auditor alterar seu planejamento, visto que seu trabalho somente termina quando o relatório contendo sua opinião é entregue ao cliente, até aquela data, novos testes podem ser realizados, novos documentos podem ser solicitados, ou a opinião pode ser modificada.
No primeiro exemplo caberia ao auditor avaliar se o valor que a empresa deve ao seu cliente, é ou não relevante, para que então se justificasse, ou não, a necessidade de constituição de uma provisão para perda destes créditos, já no segundo exemplo, caberia ao auditor modificar sua opinião, mesmo se a reunião de apresentação do relatório à alta administração, prevista em seu planejamento inicial, já tivesse ocorrido. 
ENVOLVIMENTO DE MEMBROS-CHAVE DA EQUIPE DE TRABALHO
Dada a importância do planejamento para que a auditoria independente atinja seu objetivo de forma adequada, cabe ao profissional mais experiente da equipe, ou seja, o sócio de auditoria, também conhecido como sócio do trabalho, e a outros membros-chave da equipe, tais como, gerente e encarregado do trabalho participar ativamente na elaboração do planejamento, contribuindo com sua experiência e ceticismo profissionais na qualidade do processo de planejamento.
Apesar disso, vale dizer que sendo a auditoria um trabalho de equipe, cabe à todos os membros da equipe de auditoria contribuir com a identificação de riscos e com a execução dos testes de forma que estes sejam eficientemente mitigados.
Entre um trainee e um sócio de auditoria pode haver uma distância de 20, 30 anos de experiência, visto que o trainee, na maioria das vezes é um universitário, ou um recém-formado, e o sócio chega a trabalhar na maioria das grandes empresas de auditoria em nosso país até os 62 anos de idade.
Então, toda e qualquer contribuição data por esse profissional, que é de fato o responsável técnico pelo trabalho é bem-vinda, e agrega muito valor à equipe e ao trabalho como um todo.
Assim, sendo o planejamento de tamanha importância, cabe ao sócio se envolver neste processo para que sua experiência se multiplique entre os demais e agregue valor na execução do trabalho.
DOCUMENTAÇÃO DO PLANEJAMENTO
Ao longo de nossas aulas você aprenderá a importância da documentação para fins de auditoria, assim, é imprescindível que fatos relevantes sejam documentados pelo auditor em seus papéis de trabalho, de modo a evidenciar quais as razões que  o fizeram planejar determinados testes ou ainda, fatos que alteraram sem planejamento inicial.
O PAPEL DO PLANEJAMENTO:
A seguir apresentaremos alguns dos benefícios do planejamento de auditoria, segundo a norma brasileira de auditoria (NBC TA 300 - Planejamento da Auditoria de Demonstrações Contábeis):
· Estabelece atenção especial às áreas de risco, as quais são as mais importantes da auditoria;
· Possibilita a organização adequada e primorosa do trabalho buscando uma permanente eficiência e eficácia do trabalho;
FOCO! essencial no trabalho de auditoria, de nada adianta a equipe sair testando sem ter um objetivo que se busca cumprir, um plano de ação que se busca atender, um risco que se pretende mitigar.
· Proporciona identificação e resolução em tempo adequado dos problemas potenciais;
COMEÇAR PELO MAIS DIFÍCIL! Os menos experientes costumam iniciar seus trabalhos em atividades mais fáceis, portanto não é raro que os assuntos mais relevantes fiquem com tempo escasso, isso é um erro. O quanto antes você aprender que o risco deve ser o ponto chave do trabalho, evitará contratempos de última hora e/ ou correria na reta final do trabalho.
· Também facilita a direção e supervisão, pelos auditores mais experientes, da equipe de campo responsável por executar grande parte dos testes e análises do plano de trabalho;
· Auxilia na coordenação do trabalho executado pelos especialistas, quando aplicável;
MANTER O PLANO DE TRABALHO E ZELAR PELO CETICISMO! O planejamento deve ser seguido, porém, no curso do trabalho, ele pode ser alterado, essa é a mensagem. Os profissionais menos experientes precisam ter atenção a isso, e se necessário mudar a“rota” precisão de ajuda, do contrário investirão tempo desnecessário em atividades e deixarão assuntos relevantes passarem despercebidos. 
· Auxilia também na definição dos membros adequados para formar a equipe de auditoria, de modo que estes tenham a experiência e conhecimentos adequados para responder aos riscos identificados e obter evidências suficientes e apropriadas que garantam o devido suporte para conclusão a ser emitida;
· entre diversos outros.
Por fim, a principal mensagem que você deve gravar é que o planejamento começa no primeiro contato entre auditor e auditado e somente termina na entrega do relatório de auditoria, assim, a escolha da época para realização dos testes, a formação da equipe de trabalho, entre outros aspectos que podem até ser vistos por terceiros como administrativos, na verdade são parte fundamental do planejamento e assim deve ser tratados.
Aula 6
CONHECENDO O TEMA:
Nesta aula você aprenderá sobre a importância do entendimento dos negócios da empresa auditada para que o auditor identifique adequadamente os riscos para o trabalho.
Após a minha apresentação você compreenderá que não existe “receita de bolo” ou ainda, “checklist padrão” para que se estabeleça os procedimentos de auditoria, não há regra geral, pois as empresas são formadas por diferentes indivíduos, com as mais diversas experiências profissionais anteriores e que, sobretudo, as empresas atravessam diferentes fases de maturidade de negócio e de governança corporativa, bem como, as mais diversas situações econômico-financeira.
Você, ao fim desta aula, terá desenvolvido duas das mais importantes habilidades essenciais para um bom auditor: (i) a curiosidade e; (ii) o dinamismo.
Estas características fazem de um auditor, mesmo aquele ainda em começo de carreira, um profissional da área contábil diferenciado, pois ele se desenvolve a cada trabalho, mesmo se executar procedimentos nas mesmas contas contábeis do balanço por um ano inteiro, ele terá executado testes em diferentes empresas, verificado diferentes controles, se deparado com diferentes erros e terá discutido ajustes para que a empresa acertasse estas inconsistência, com isso terá ampliado, um pouco a cada dia, cada vez mais, o seu conhecimento técnico.
ENTENDIMENTO NECESSÁRIO DA ENTIDADE E DE SEU AMBIENTE:
Na aula anterior começamos a tratar da importância, para fins de auditoria, de se identificar adequadamente os riscos envolvidos no processo. 
Como cada empresa, mesmo aquelas pertencentes ao mesmo ramo de atuação, sediadas na mesma localidade, ou ainda, que fazem parte do mesmo grupo econômico, possuem suas particularidades, normas e procedimentos específicos, seus próprios procedimentos internos de controles, seu organograma, entre diversos outros itens que posso citar para tratar cada empresa como única, cabe a equipe de auditoria obter o maior entendimento possível, dentro de um prazo, na maioria dos trabalhos curto, para que possa identificar os riscos e definir procedimentos para mitigá-los.
A primeira atividade que deve feita pelo auditor em um novo trabalho é buscar a maior quantidade de informações e dados sobre os negócios da entidade e do ambiente em que ela opera, desta forma, é essencial conhecer a natureza, detalhes de suas áreas operacionais e suas estruturas societárias e de governança corporativa.
Também é fundamental que o auditor independente entenda os fatores chaves do setor de atividade com um todo e externos à organização, por exemplo: (i) órgãos que a regulamentam e suas normatizações; (ii) ambiente tributário na qual está inserida; (iii) entre outros fatores relevantes.
De acordo com as normas de auditoria, é requerido ao auditor que analise os fatores relevantes da empresa auditada, que vão desde as atividades que executa, mercado em que está inserida, competitividade do ambiente de negócios em que opera, relações com instituições financeiras, com seus fornecedores e prestadores de serviços, seus clientes, sejam estes nacionais ou no mercado externo, quem são seus assessores jurídicos, até mesmo aspectos de seu próprio desenvolvimento tecnológico.
Para deixar mais claro, apenas a título de exemplificarmos a questão, sendo que não temos qualquer pretensão de esgotar tal assunto, é recomendado que os auditores obtenham entendimento dos seguintes assuntos:
· Mercado em que a empresa opera, incluindo os fatores da demanda e períodos de sazonalidade;
· Capacidade de produção,
· Concorrência de preços;
· Quem são e onde estão seus principais concorrentes, se no mercado internacional. Qual o impacto da variação do preço da moeda e como a empresa mitiga o risco de câmbio;
· Sistema operacional contábil da empresa, e como os demais sistemas ou módulos que correlacionam com o sistema contábil (por exemplo: há interface automática?)
· Quem são e onde estão os principais clientes da empresa;
· Entre outros.
AMBIENTE REGULATÓRIO
Também é recomendado que os auditores obtenham entendimento sobre o ambiente regulatório no qual está imbuída a empresa auditada.
Vale dizer que o ambiente regulatório abrange, entre outros assuntos, a estrutura de relatório financeiro aplicável, bem como, ambientes político e jurídico.  
A seguir, citaremos alguns exemplos que a norma recomenda que o auditor obtenha conhecimento, com alguns exemplos nossos para facilitar a sua compreensão:
· Princípios e práticas contábeis específicas do setor de atividade;
Exemplo 1: reconhecimento de receita, se estamos tratando de uma construtora no qual o objeto comercializado é um prédio, há por exemplo, que se conhecer a norma contábil de contrato de construção (CPC 17) e não a norma de receita mais comumente utilizada (CPC 30);
Exemplo 2: se estamos tratando de ativo biológico, devemos atentar para a norma contábil correlacionada (CPC 29)
· Estrutura regulatória para a atividade, no caso desta ser regulamentada;
Exemplo 1: uma empresa de capital aberto deve cumprir, adicionalmente, os atos regulatórios da CVM publicados através das instruções normativas;
Exemplo 2: quando tratamos de uma Instituição Financeira, no que se refere ao Banco Central, e auditor não pode se limitar apenas as normas brasileiras de contabilidade emitidas pela Conselho Federal de Contabilidade, mas deve atentar as regulamentações específicas estabelecidas pelo BACEN.
· Tributação;
Exemplo 1: o Brasil é um país com uma grande diversidade de tributos, e de leis que regulamentam os mesmos. Cada empresa está sujeita à uma gama deles, e para auditar o profissional deve conhecer tais legislações.
Exemplo 2: Tributos indiretos são bem específicos e possuem uma quantidade grande de especificidades e, para tanto, em alguns casos cabe ao auditor compreender tais legislações e quando necessário, solicitar o envolvimento de especialistas para realizar os procedimentos de auditoria.
· Exigências ambientais que afetem o setor de atividade.
Exemplo 1: em continuidade ao exemplo anterior, a empresa também deve atender as legislações ambientais, por exemplo quanto a descartes de resíduos de sua linha de produção, para não ter risco de autuação fiscal, e por consequência, cabe ao auditor também conhecer minimamente estas regulamentações.
· Entre outros.
Como sugestão ao auditor para obtenção de conhecimento da empresa auditada, com base no que a referida norma nos indica, trataremos a seguinte de quatro importantes grupos. Vejamos a seguir:
1. CONHECIMENTO DOS NEGÓCIOS:
· De onde vem as receitas empresa? Quais são seus principais produtos comercializados e/ou quais são seus serviços prestados? Qual a participação da empresa naquele segmento de atuação? A empresa realiza vendas pela internet? Qual são suas ações de marketing?
· Quais e como são as etapas e métodos de produção? É fundamental que o auditor visite a fábrica, uma boa auditoria não se faz remotamente ou do escritório é preciso conhecer as instalações tanto da produção quanto administrativa;
· Onde ficam e como são armazenados os estoques?
· Quem são clientes-chave da empresa?
· Quais são os fornecedores mais importantes?
· Há acordos e convençõescoletivas firmadas com as empresas?
· Quais são as partes relacionadas? Quais as transações firmadas com estas?
· A empresa opera com sua capacidade máxima ou com ociosidade;
· Entre diversos outros.
2. INVESTIMENTOS E ATIVIDADES DE INVESTIMENTOS:
· Quais as aquisições ou baixas de investimentos planejados ou executados recentemente? (por exemplo, compra ou venda de ações realizadas ou com previsão de ser realizada).
· Quais as adições de ativos feitas ou que serão ainda realizadas?  (por exemplo, ampliação de uma unidade fabril, ou mesmo, expansão dos negócios.)
· Quais investimentos e vendas de títulos mobiliários ou de empréstimos?
· Quais investimentos em entidades não consolidadas, inclusive sociedades, empreendimentos com controle compartilhado (joint venture) e entidades para fins específicos?
· Entre diversos outros.
3. FINANCIAMENTOS E ATIVIDADES DE FINANCIAMENTOS:
· Há entidades controladas, controladas em conjunto e/ou coligadas? Quais são elas? (Por exemplo: no caso do auditor emitir uma opinião sobre uma demonstração financeira consolidada, como está sendo tratado a auditoria das demais empresas que farão parte da consolidação, caso ele mesmo não tenha sido contratado para auditar as demais empresas?)
· Qual a estrutura das dívidas e acordos relacionados, inclusive contratos de financiamento e contratos de arrendamento não apresentados como passivo no balanço? (por exemplo: há contratos de arrendamento mercantil? Se sim, a empresa já avaliou quais serão os impactos que terá com a nova norma de contabilidade acerca desse assunto, que em breve entrará em vigor?)
· Há, pela empresa, o uso de instrumentos financeiros derivativos? Se não, como ela mitiga o risco de câmbio de suas operações?
· Entre diversos outros.
4. INFORMAÇÕES FINANCEIRAS:
· Quais são os princípios e práticas contábeis específicas do setor de atividade? (por exemplo, no caso de bancos, empréstimos e investimentos e, no caso da indústria farmacêutica, pesquisa e desenvolvimento);
· Quais são os controles para o adequado reconhecimento de receita? (por exemplo: no caso da construção de aeronaves, o reconhecimento deve ser pelo percentual da obra concluída?)
· Há transações em moedas estrangeira? Como são os controles para garantir a pertinência de sua valorização? (por exemplo: ativos financeiros e não financeiros, há o entendimento pela administração para calcular adequadamente o impacto da variação cambial sobre estes itens?)
· Há transações não usuais ou complexas? Qual o controle da empresa para tal? (por exemplo, contabilização de pagamentos baseados em ações);
· Quais são as partes relacionadas? E quais as transações realizadas com estas? (por exemplo, compra e vendas com partes relacionadas que ficam fora do país, somo são tratadas as regras de “transfer pricing”?
· Entre diversos outros.
Aula 7
Nesta aula estudaremos o que são riscos de auditoria, como podemos identificá-los, e de que forma eles devem ser endereçados no trabalho de visando mitigar o maior deles para o auditor, que é o de emitir uma opinião inadequada sobre as demonstrações financeiras.
Ao final desta unidade, caro aluno, você terá tido acesso à um dos temas mais centrais da auditoria independente. Compreender o que é risco e a sua relevância dentro de um contexto de exame das demonstrações o faz desenvolver o ceticismo profissional necessário para identificar o que pode estar errado, e buscar desenhar testes que garantam que se obtenha a conclusão adequada sobre eles.
IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DE RISCO 
Podemos conceituar risco como qualquer evento capaz de comprometer o alcance de um determinado objetivo, assim, se fizermos analogia com o trabalho de auditoria externa, risco é qualquer evento capaz impedir ou atrapalhar o auditor de emitir opinião tecnicamente adequada sobre as demonstrações financeiras, para o qual foi contratado.
Assim, é imprescindível mencionarmos que a norma de auditoria NBC TA 315 - Identificação e Avaliação dos Riscos de Distorção Relevante por Meio de Entendimento da Entidade e do seu Ambiente, considera objetivo do auditor externo a identificação e avaliação dos riscos de distorções relevantes causados tanto por erros quanto por fraudes, quer seja nas demonstrações financeiras ou ainda, nas afirmações da administração.
Você sabe o que são as afirmações da administração?
De acordo com a norma de auditoria “afirmações da administração” são declarações destes executivos de forma explicita ou implícita, utilizadas pelos auditores independentes. 
Desta forma, o risco de auditoria pode ser segregado em três tipos:
1.Risco inerente;
2.Risco de controle;
3.Risco de detecção.
1. Risco Inerente: trata-se basicamente do risco de negócio, que provêm da natureza das operações da entidade e deve ser mitigado através dos processos de controles internos. Tal risco está relacionado com a natureza das operações internas, de ocorrência de erros e deficiências na gestão, que não sejam detectados e corrigidos pelos processos de controles internos, tornando assim os procedimentos contábeis não confiáveis, com possibilidade mais elevada da ocorrência de erros, ou mesmo de fraudes.
Exemplo 1: em uma indústria de móveis, o controle do estoque de parafusos e de cola é irrelevante se comparado com outros materiais de maior custo como, a própria madeira, desta forma o controle dos pregos e da cola poderia ter um custo maior que os próprios materiais. Assim, não havendo um controle rígido torna-se inerente à operação que estes estoques não estejam adequadamente registrados.
Exemplo 2: uma empresa que tem apenas um fornecedor da matéria-prima principal de seu produto. Há um risco inerente de se este fornecedor não honrar com seus compromissos, ou mesmo, encerrar suas atividades, a empresa terá dificuldades de manter suas operações a contendo.
Exemplo 3: uma empresa que tem 80% de suas operações com o mercado interno, e opta por não operar com instrumentos derivativos para proteção do câmbio. Há um risco inerente de uma variação da moeda abalar sensivelmente as operações da empresa. 
2. Risco de Controle: tal risco está relacionado com a possibilidade de que surjam falhas nos procedimentos de controles e que assim impossibilitem a detecção de erros relevantes. Desta forma, constitui um risco exclusivamente ligado aos procedimentos de controles internos.
Exemplo 1: a falta de controles para garantir que um funcionário desligado foi retirado da base de dados da folha de pagamento, e que isso ocorreu de acordo com o período de competência do fato gerador, faz com que a empresa tenha o risco do seu passivo estar superavaliado.
Exemplo 2: a falta de um adequado sistema de contabilidade, ocasionando uma quantidade excessiva de lançamentos manuais constitui um risco de controle.
Exemplo 3: a falta de procedimentos periódicos de inventário físico dos estoques, representa um risco de controles na área de estoques e custos dos produtos vendidos.
3. Risco de Detecção: diferente dos dois primeiros riscos, o risco de detecção está intimamente relacionado com a atividade do auditor, e não da administração da empresa. Este risco decorre da possibilidade de que o auditor, durante a realização de seus procedimentos (testes e análises) não identifique erros (devemos incluir também nesta afirmação as fraudes) ou quaisquer omissões relevantes. Por ser o risco de detecção um risco exclusivo da auditoria, os exemplos que o caracterizam são: falhas cometidas em função de procedimentos inadequados de auditoria, auditores não qualificados ou ainda, dificuldades de interpretação os resultados dos testes efetuados. Uma vez identificado os riscos cabe ao auditor “desenhar testes” (elaborar testes) de modo que os riscos sejam endereçados e concluídos durante o trabalho de auditoria:
Exemplo 1: para o risco de controle de não haver revisão por profissional independente dos cálculos da folha de pagamento, cabe ao auditor realizar os recálculos de uma amostra maior de funcionários para se certificar que mesmo que o procedimento de controle não sejam adequado, naquela data baseo valor que está registrado sob a rubrica de salários e encargos a pagar está adequado, bem como, a despesa correlacionada.
Exemplo 2: para o risco inerente de haver muitos lançamentos manuais na contabilidade, cabe ao auditor testar uma quantidade maior de itens a fim de validar se todos os lançamentos manuais foram adequadamente revisados, tem suporte e foram aprovados por profissional independente.
Exemplo 3: para o risco de controle de não haver processo adequado que garanta o reconhecimento de receita, cabe ao auditor testar uma maior quantidade de registros contábeis vendo se para todos as receitas somente foram reconhecidas se existir documentação que comprove que os riscos e os benefícios dos produtos foram adequadamente transferidos aos clientes, e somente nesse momento o contas a receber e a receita, bem como, a baixa dos estoques e o custo dos produtos vendidos foram reconhecidos.
PROCEDIMENTOS DE AVALIAÇÃO DE RISCOS E ATIVIDADES RELACIONADAS
Assim, vale dizer o auditor deve estar atento e estabelecer, a todo tempo, procedimentos que visam identificar a existência de riscos em que a empresa possa estar incorrendo no exercício de suas funções. Como por exemplo:
· inobservância às normas de contabilidade e/ ou às legislações tributárias vigentes à época;
· falta de qualidade do pessoal da administração;
· avaliação inadequada, tanto do sistema contábil quanto do ambiente de controles internos;
· bem como, falta de atenção ao meio econômico financeira da empresa auditada.
Quando tratamos o risco para fins de auditoria, cabe ao auditor independente ao estabelecer em seu plano de trabalho procedimentos de avaliação de risco de distorção relevante nas demonstrações financeiras e das afirmações da administração. 
Estes procedimentos incluem:
· Indagações à administração, às pessoas apropriadas da auditoria interna e a outros profissionais que, de acordo com o julgamento do auditor, possam ter informações relevantes para a análise de identificação dos riscos.
· Execução de procedimentos analíticos, a fim de auxiliar na identificação de aspectos da entidade que o auditor não tinha conhecimento, ou na identificação da existência de transações não usuais desconhecidas para a equipe da auditoria independente;
· Observação e inspeção às operações da entidade e aos documentos, registros e manuais de controles internos; aos relatórios elaborados pela administração ou mesmo pelos membros responsáveis pela governança corporativa; entre outros. 
RISCOS QUE EXIGEM CONSIDERAÇÃO ESPECIAL DA AUDITORIA
Segundo as normas de auditoria, o RISCO SIGNIFICATIVO é o risco de haver distorção relevante o qual requer consideração especial durante o trabalho de auditoria.
Assim, como parte do processo de avaliação de riscos cabe ao auditor determinar se qualquer um dos riscos identificados constitui, de acordo com seu julgamento profissional, risco significativo, e para esta análise deve considerar ao menos, mas não apenas, o seguinte:
· o risco identificado pode ser um risco de fraude;
· a transação é ou não complexa;
· o risco está relacionado com recentes e relevantes eventos econômicos, contábeis ou de outro tipo, e que, portanto, exijam atenção específica;
· o risco está relacionado com partes relacionadas;
· o risco envolve transações significativas que estejam fora do curso normal do negócio para a entidade, ou que de alguma outra forma pareçam não serem usuais.
E, caso o auditor conclua que há um risco significativo na entidade, cabe este aprofundar as análises na busca de obter maiores entendimentos das atividades de controle da entidade para este risco. 
REVISÃO DA AVALIAÇÃO DE RISCO
Vale lembrar que a identificação de riscos é parte do planejamento do trabalho do auditor e, portanto, não deve ser tratada em uma fase isolada do trabalho, muito menos uma atividade que deve ser executado no seu início.
À medida que o auditor obtém maiores conhecimento dos negócios, do ambiente regulatório, à medida que conhece melhor o sistema contábil ou identifica as partes relacionadas, a avaliação dos riscos deve ser revista e portanto, devem ser desenhados procedimentos adicionais de auditoria para responder à esses novos riscos.
Lembrando que como a identificação de riscos é parte do processo do planejamento, ao longo do trabalho os riscos identificados devem ser revistos e novos riscos podem ser identificados.
FONTES CAUSADORAS DE RISCOS
Independente do risco que estivermos tratando, de forma individual ou combinada, quais são os fatores que potencialmente dão origem aos riscos de auditoria:
· Pessoas; Processos; Sistemas Operacionais; Infraestrutura física/organizacional; Tecnologia (de produto ou de produção); Eventos externos (não gerenciáveis).
Aula 8
Nesta aula estudaremos sobre a importância, para fins de auditoria, da equipe de trabalho mapear e documentar os processos e atividades de controles internos adotados pelo cliente. Também trataremos dos testes sobre eles, bem como, os critérios técnicos utilizados pelos auditores na realização de reperformance do sistema de controles internos, a fim de se concluir sobre estes.
Conhecer a importância do mapeamento de controles internos e como devem ser testados pela equipe de auditoria darão a você os subsídios ideais para compreender a importância deste para fins de auditoria, e o capacitarão a pensar de forma estratégica sobre esta fase do trabalho.
Os procedimentos de controles internos desde meados dos anos 2000, com o advento da lei norte americana Sarbanes-Oxley, tem sido considerado, cada vez mais, como ferramenta de gestão principalmente para coibir a existência de fraudes corporativas.
As normas brasileiras de auditoria requerem que os auditores avaliem os controles internos da empresa auditada, a fim de identificar os seus riscos de auditoria, desenhar os procedimentos de auditoria a serem executados para mitiga-los e, determinar a natureza, época e extensão destes.
O auditor deve mapear os controles internos relevantes para o seu trabalho, e identificá-los através de seu julgamento profissional, sabendo que a empresa tem uma infinidade de outros controles que visam a manutenção de sua operação, mas que não se relacionam com a elaboração dos relatórios financeiros.
CONTROLE INTERNO DA ENTIDADE 
Como já sabemos o principal objetivo da auditoria externa é de emitir opinião sobre as demonstrações financeiras, assim cabe ao auditor analisar os controles internos relacionados com estas demonstrações, ou ainda, aqueles controles administrativos que tenham influência sobre a contabilidade.
Vale dizer que o foco desta revisão não é emitir uma opinião sobre os controles, mas sim concluir o quanto a empresa é ou não controlada e, quanto mais controlada for a empresa, menor será a quantidade dos testes que o auditor independente precisará executar.
NATUREZA E EXTENSÃO DO ENTENDIMENTO DOS CONTROLES RELEVANTES
É requerido ao auditor independente que ao identificar controles que, de forma individual ou em conjunto com outros controles, sejam relevantes para a auditoria, avalie o desenho e verifique se estes foram adequadamente implementados, por meio de execução de alguns procedimentos que vão desde a indagação à profissionais da entidade como também a testes efetivos (exame documental, corroborações, entre outros) .
É importante que o auditor obtenha informações sobre os controles através da leitura de manuais e indagação à empregados da entidade responsáveis por executar tais controles, obviamente executando a corroboração documental destes, ou ainda, realizando a inspeção física do controle desde o início de sua operação até o efetivo registro no sistema contábil.
SEGREGAÇÃO DE FUNÇÕES
Independente de qual seja o controle, referente a qual área, é imprescindível que exista segregação entre as funções, e cabe ao auditor, no seu exame atentar para isso.
Exemplos:
· Caso um mesmo profissional seja responsável pelo cálculo da folha de pagamento e pelo seu efetivo pagamento o controle não é razoável, ele poderia calcular indevidamente a folha e aprovar seu pagamento.· Na admissão de um profissional um determinado profissional imputa os dados deste recém contratado no sistema, como salário, benefícios, e outro faz a revisão comparando os dados cadastrados no sistema com a documentação suporte temos um controle adequado no que se refere a segregação de função, pois qualquer registro inadequado no sistema seria capturado no processo de revisão por profissional independente.
COMPONENTE DE CONTROLE INTERNO
De acordo com a norma técnica de auditoria NBC TA 315 – Identificação e Avaliação de Riscos, há uma série de importantes itens que o auditor independente deve se atentar para que suas análises dos controles internos garantam a adequada identificação de riscos, vejamos:
· AMBIENTE DE CONTROLE: Ao buscar entendimento do controle interno é mandatório ao auditor, entre outros aspectos, avaliar se os profissionais da administração e membros-chaves da governança corporativa criaram e mantem uma cultura de honestidade e conduta ética.
· PROCESSO DE AVALIAÇÃO DE RISCO DA ENTIDADE: Cabe ao auditor, verificar se a entidade tem procedimentos próprios para identificar riscos de negócios relevantes que afetem as demonstrações financeiras, bem como, a sua relevância e a probabilidade de sua ocorrência e a forma de mitigá-los eficientemente.
· SISTEMA DE INFORMAÇÃO RELEVANTE PARA AS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS: Cabe ao auditor obter o adequado entendimento referente ao sistema de informação, bem como, quanto aos demais processos para a elaboração das demonstrações financeiras incluindo, pelo menos, as seguintes áreas: Procedimentos, tanto de tecnologia de informação, quanto de sistemas manuais pelos quais estas transações são iniciadas, registradas, processadas, corrigidas (quando aplicável), transferidas para o razão geral e divulgadas nas demonstrações financeiras; Como o sistema captura eventos significativos para divulgação; Processo usado para elaboração das demonstrações, principalmente quanto às estimativas (por exemplo: provisões); entre outros.
PRINCIPAIS CICLOS OPERACIONAIS
O auditor deve procurar identificar quais os ciclos operacionais mais relevantes da empresa e mapeá-los. Os ciclos que mencionaremos abaixo são aqueles que, na maioria das empresas, são mais relevantes:
Para cada um destes seis ciclos precisamos verificar as atividades que, de forma direta ou indireta, afetam os registros contábeis.
PRINCIPAIS CICLOS OPERACIONAIS 
Exemplificaremos quais as principais etapas que o auditor deve atentar em cada um dos ciclos, vejamos:
Ciclo Operacional de Tesouraria: 
· Empréstimos: Empréstimos registrados representam passivos válidos da empresa? Todos os pagamentos de empréstimos são contabilizados? Os empréstimos são contabilizados no período de competência correto?
· Administração do caixa e investimento: Os investimentos contabilizados representam ativos da organização? Todas as receitas de investimento são calculadas com exatidão e contabilizadas no período de competência? 
· Administração e transação com derivativos: A alta administração tem conhecimento das atividades da organização com derivativos? Transações com derivativos são contabilizadas no período de competência.
Ciclo Operacional de Ativo Fixo: 
· Aquisição de ativo: Aquisições de ativo imobilizado são registradas com exatidão? Todas as aquisições de ativo imobilizado são registradas? 
· Cálculo e registro de depreciação: As despesas de depreciação são calculadas e registradas com exatidão? Todas as despesas de depreciação são registradas no período de competência?
· Baixa dos ativos: As baixas de ativo imobilizado registradas representam baixas efetivamente realizadas? As baixas do ativo imobilizado são calculadas e registradas com exatidão? 
· Administração dos ativos: O registro da atividade de manutenção do ativo imobilizado é mantido com exatidão?
· Manutenção do sistema: Alterações no registro do ativo imobilizado e/ou sistema são corretas?
Ciclo Operacional de Folha de Pagamento: 
· Contratação de pessoal: Adições no arquivo-mestre da folha de pagamento representam funcionários válidos?
· Desligamento de pessoal: Funcionários são desligados somente dentro das normas legais e sindicais?
· Registro das horas trabalhadas: O apontamento de horas trabalhadas é adequadamente digitado e processado? 
· Cálculo da folha de pagamento: A folha de pagamento (incluindo benefícios e retenções) é calculada e contabilizada com exatidão.?
· Desembolso da folha de pagamento: O pagamento da folha é efetuado aos funcionários apropriados?
· Manutenção do sistema: As alterações efetuadas no sistema da folha de pagamento são exatas?
Ciclo Operacional de Estoques: 
· Administração de estoques: Estoques são adequadamente salvaguardados;
· Recebimento e armazenagem de matéria-prima: Todos os ajustes na valorização ou nas quantidades dos estoques são contabilizados?
· Requisição de mercadorias: Todas as transferências de matérias-primas para a produção são contabilizadas com exatidão e no período apropriado?
· Produzindo estoques: Todos os custos de produção contabilizados são consistentes com as despesas diretas e indiretas efetivamente associadas com a produção?
· Administração de produtos acabados: Produtos acabados devolvidos pelos clientes são contabilizados integralmente e com exatidão no período apropriado?
· Embarque de produtos acabados: Todos os embarques são contabilizados?
· Manutenção do sistema: Alterações no sistema de administração de estoques são adequadas?
Ciclo Operacional de Receita: 
· Gerenciamento e processamento de pedidos: Pedidos são processados somente se dentro dos limites de crédito aprovados para o cliente? Somente pedidos válidos são digitados e processados?
· Faturamento, devolução de vendas, e descontos: As notas fiscais são emitidas com base em preços e condições de vendas autorizados? As notas de crédito e ajustes em contas a receber são calculados e registrados com exatidão? As notas de crédito para todas as devoluções de mercadorias e os ajustes no contas a receber são emitidos de acordo com a política da organização?
· Processando o recebimento: os recebimentos são contabilizados no período de sua ocorrência? Os dados do recebimento são registrados para que sejam processados com exatidão?
· Manutenção do sistema: Os dados do sistema de clientes permanecem pertinentes?
Ciclo Operacional de Compras:
· Compras: Os pedidos de compra são emitidos somente para requisições aprovadas?
· Processamento do contas a pagar: Os valores contabilizados em contas a pagar representam mercadorias recebidas? Todos os valores referentes a serviços prestados por terceiros são digitados e processados no contas a pagar?
· Processamento de pagamentos: Os pagamentos são efetuados aos fornecedores apropriados? Os pagamentos são contabilizados no período em que eles foram efetuados?
· Manutenção do sistema: Somente alterações válidas são efetuadas no sistema de fornecedores? Alterações no arquivo-mestre de fornecedores são efetuadas com exatidão?
Aula 9
Nesta aula você aprenderá sobre como avaliar os controles internos de uma empresa, e qual a importância de se documentar os ciclos operacionais.
Também estudaremos os critérios para a realização reperformance do sistema de controles internos.
DOCUMENTAÇÃO DOS CICLOS OPERACIONAIS
Como vimos nas aulas anteriores, o conhecimento dos negócios da empresa e de seus controles internos é essencial para o adequado planejamento do trabalho de auditoria.
Assim cabe ao auditor estabelecer o método de trabalho que lhe proporcione obter o conhecimento necessário dos controles existentes em seu cliente, sobre um determinado ciclo operacional, e atingir seus objetivos em tempo compatível com essa necessidade.
A metodologia a ser aplicada deve considerar fatores como:
· Escopo do trabalho de auditoria a ser realizado: por exemplo: se estivermos tratando de uma auditoria geral o conhecimento dos negócios e a amplitude das análises dos controles internos deve ser muito maior do que em um escopo de revisão limitada;
· Tempo possível para ser investido nesta atividade: por

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