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UNIDADE I ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV PEDAGOGIA 2 Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. Edição, revisão e diagramação: Equipe de Desenvolvimento de Material Didático EaD _______________________________________________________________________ Martins, Charles Gomes. Estágio Supervisionado IV - Pedagogia: Unidade 1 Recife: Grupo Ser Educacional, 2021. _______________________________________________________________________ Grupo Ser Educacional Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro CEP: 50100-160, Recife - PE PABX: (81) 3413-4611 ESTÁGIO SUPERVISIONADO IV PEDAGOGIA UNIDADE 1 3 SUMÁRIO PARA INÍCIO DE CONVERSA .......................................................................................................... 4 ORIENTAÇÕES DA DISCIPLINA ..................................................................................................... 4 PALAVRAS DO PROFESSOR ............................................................................................................ 5 DOCUMENTOS ........................................................................................................................................ 6 A ATUAÇÃO DO(A) PEDAGOGO(A) EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES ...................................... 9 O(A) Pedagogo(a) Hospitalar .................................................................................................... 9 O(A) Pedagogo(a) Empresarial ............................................................................................... 11 O(A) Pedagogo(a) Social ......................................................................................................... 12 PALAVRAS FINAIS ........................................................................................................................ 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................ 14 4 PARA INÍCIO DE CONVERSA Olá, caro(a) estudante! Seja bem-vindo (a) a mais uma disciplina de Estágio Supervisionado de Pedagogia. Nos estágios anteriores, você teve a oportunidade de conhecer, na prática, um pouco da Educação Infantil, dos anos iniciais do Ensino Fundamental e da Gestão Escolar. Agora chegou o momento de você conhecer a atuação do(a) Pedagogo(a) em espaços não escolares. Nesse Guia de Estudos da Unidade I, iremos lhe indicar alguns campos de atuação do(a) Pedagogo(a) onde você poderá estagiar. Também lhe daremos algumas dicas do que levar e de como se comportar no estágio supervisionado. Por fim, indicaremos alguns documentos que você precisará para iniciar seu Estágio IV e iremos refletir um pouco sobre a Pedagogia Hospitalar, Empresarial e Social, que representam boa parte da atuação do(a) Pedagogo(a) fora do ambiente escolar. Pronto(a) para se lançar nessa experiência maravilhosa? Vamos lá! ORIENTAÇÕES DA DISCIPLINA Caro(a) estudante, para que seu Estágio IV seja realizado com sucesso, algumas ações suas são necessárias e é de sua única responsabilidade, a saber: ler os guias de orientação; participar das webconferências com os(as) professores(as) executores(as); tirar dúvidas com a tutoria; preencher os documentos correspondentes a este estágio; seguir as normas dos templates e da ABNT na construção dos relatórios e ser aberto(a) à rica oportunidade de estar em um ambiente de trabalho que, futuramente, pode ser seu. Portanto, dedicação, criticidade, reflexividade, respeito e humildade não podem lhe faltar nesta experiência. 5 PALAVRAS DO PROFESSOR Considerando que o Estágio IV não é em uma unidade escolar, você deve estar se perguntando em qual ambiente você deve estagiar. Nesse sentido, sugerimos a você os seguintes espaços de atuação pedagógica não escolar: • hospitais; • empresas; • CRAS (Centro de Referência da Assistência Social) / CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social); • abrigos de idosos e orfanatos; • penitenciárias e delegacias; • ONG’s e Fundações; • clubes - vilas olímpicas. Você pode ainda estar se perguntando: pode ser em outro lugar/instituição? A resposta é: pode. Desde que tenha a atuação de um(a) profissional da Pedagogia regulamentado na instituição escolhida. Prezado(a) estudante, ao realizar esse estágio, leve em consideração a proposta desse estudo e do curso de Pedagogia. Isso quer dizer que você deve, prioritariamente, procurar acompanhar, ao longo do estágio, a atuação de um(a) profissional da Pedagogia para que você possa registrar nessa experiência elementos que contribuam para sua futura atuação profissional. Afinal: O estágio curricular pode se constituir no lócus de reflexão e formação da identidade ao propiciar embates no decorrer das ações vivenciadas pelos alunos, desenvolvidas numa perspectiva crítica, desde que efetivado com essa finalidade (BARREIRO; GEBRAN, 2006, p.20). Sendo assim, para que seu estágio seja esse espaço de reflexão e formação da sua identidade profissional, você precisa escolher um lugar onde esse profissional formado(a) esteja devidamente regulamentado(a) e atuando na instituição. Em casos extraordinários, entre em contato conosco por meio do fale com o tutor. 6 Documentos Estimado(a) estudante, se você já escolheu seu campo de estágio, chegou a hora de você utilizar os dois principais documentos para a realização do estágio. O primeiro é o Formulário de Identificação e Aceite, confira: _____________, ___ de ____________ de _____ Prezado(a) gestor(a) da Unidade Concedente________________________________ Apresentamos o(a) estudante__________________________________________, CPF_______________, RG/org.exp._______________matrícula__________, residente na _______________________________,bairro___________,cidade/estado__________ ___/____CEP________________, regularmente matriculado(a) no ____ período do curso de_________________, como candidato a Estágio Supervisionado_____ na instituição. Colocamo-nos à disposição de V. Sa. Para esclarecimentos acerca da natureza do trabalho que deverá se realizar e colocamos a seu dispor o material concernente às normas do estágio, formulários e roteiros de observação, caso seja do seu interesse. Atenciosamente, ___________________________________ Supervisor de Estágio/Coordenador do Polo Polo:_________________________________ -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- DECLARAÇÃO DE ACEITE Declaramos para os devidos fins que, disponibilizamos uma vaga de estágio curricular obrigatório para o(a) estudante apresentado. O estágio será realizado na Unidade Concedente_________________________, localizada_______________________________,bairro___________,cidade/estado__ ___________/____CEP________________,CNPJ_________________no período de __/__/2021 a __/__/2021, das_________às_______, com o acompanhamento do(a) profissional ______________________________, matrícula ____________ (da rede pública – ou carteira de trabalho para os profissionais da rede privada). Para maiores informações sobre a instituição, entrar em contato com: ___________________ tel.: (__)_________, e- mail:______________________________. _____________________________________ Representante do Campo de Estágio (Cargo e Carimbo) FORMULÁRIO DE IDENTIFICAÇÃO ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO 7 O segundo documento utilizado, após o aceite da instituição de estágio, é a Ficha de Frequência Individual, confira: FICHA DE FREQUÊNCIA INDIVIDUAL DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO - LICENCIATURASNúmero: GES-FOR Aprovação: GERÊNCIA DE ESTÁGIO REVISÃO:00 OBSERVAÇÕES: 1. Esta avaliação será válida apenas com assinatura e carimbo do (a) professor supervisor (a), não sendo permitido rasuras ou uso de corretivo. 2. Obrigatória a assinatura ou rubrica do (a) aluno (a) nesta ficha de frequência. 1/1 Nome do Aluno: Matrícula: Disciplina: Curso: Período: Turma: Coordenador do Polo/ Curso: Professor Supervisor: Escola Concedente: Setor: Período do Estágio: / / A / / Data Hora de Entrada Hora de Saída Descrição da atividade Assinatura do (a) Professor Supervisor da escola / : : / : : / : : / : : / : : / : : / : : / : : / : : / : : / : : / : : / : : / : : / : : / : : / : : / : : / : : / : : / : : / : : / : : / : : / : : _________________________________ Assinatura do Professor Supervisor(a) da escola _______________________________ Assinatura do Aluno 8 DICA Prezado(a) estudante, é importante que você esteja atento(a) às seguintes questões. • Sua Ficha de Frequência, como intitulada, é individual. Mesmo que existam outros estagiários na mesma instituição que você, sua ficha deverá ser preenchida e carimbada separadamente; • Lembre-se que, mesmo sendo estagiário(a), você representa duas instituições, que é o espaço não escolar que você está estagiando e sua instituição de ensino. Portanto, tenha um comportamento adequado, sempre paciente, educado(a), colocando-se à disposição para ajudar naquilo que for possível e pertinente à sua experiência no estágio. • Aproveite a oportunidade para entender o lugar do pedagogo(a) nesse espaço de trabalho. Porém, não assuma um papel que não é seu, ou seja, não é função de estagiário(a) substituir ninguém. • Leve um caderno de bordo para anotar suas observações. Esses registros poderão lhe ajudar na escrita do relatório e na formatação das questões para entrevista ou questionário. • Nunca se sinta dono da razão. A nossa condição profissional, independentemente do cargo, é uma condição de aprendiz. A gente sempre pode aprender mais e nessas relações podem existir saberes e interpretações diferentes das suas. Acolha ou respeite. • Na introdução do relatório você precisará contextualizar a instituição de estágio. Portanto, procure saber a origem da instituição, como ela se consolidou, o que ela tem enquanto documento e princípio. Verifique, sobretudo, as dimensões pedagógicas da instituição e em que políticas ela está assente. • Ao observar a história da instituição, procure registrar os objetivos iniciais e se eles permanecem até o tempo presente. • Analise, com ética, as características profissionais das pessoas da instituição, especialmente do(a) Pedagogo(a) que você está acompanhando. • Na construção dos relatórios, procure atender ao que é solicitado em cada item, sem esquecer de evidenciar suas análises sobre a história da instituição, seus objetivos, documentos, espaços, pessoas e dimensão pedagógica, além de suas curiosidades e as contribuições desse estágio para sua formação como pedagogo(a). 9 A ATUAÇÃO DO(A) PEDAGOGO(A) EM ESPAÇOS NÃO ESCOLARES Depois das importantes dicas apresentadas acima, vamos conhecer um pouco da Pedagogia Hospitalar, Empresarial e Social? Nos itens abaixo, você poderá conhecer um pouquinho de cada uma dessas áreas e suas variações. No entanto, ainda sugerimos que você fortaleça seus estudos com outras pesquisas, vivenciando bem seu estágio supervisionado IV. Vamos em frente! O(A) PEDAGOGO(A) HOSPITALAR De acordo com Rosângela Abreu do Prado Wolf, em seu texto “Pedagogia hospitalar: a prática do pedagogo em instituição não escolar”, publicado no ano de 2007, a pedagogia hospitalar, como processo pedagógico, é uma realidade no vasto leque de atuação do(a) pedagogo(a) na sociedade contemporânea. Em muitos casos funciona em parceria entre hospital, Universidades e a instituição escolar de onde o paciente é oriundo, preservando a continuidade do desenvolvimento da aprendizagem, por meio de metodologias diferenciadas, flexíveis e vigilantes, que respeitem o quadro clínico do paciente. Para Fontes (2012), a terminologia Pedagogia Hospitalar é abrangente, característica de um atendimento educacional realizado em hospitais gerais, onde a rotatividade dos pacientes é uma das premissas que justificam o tipo de atividade desenvolvida. Nesse sentido, é preciso certa adaptação do currículo para que atenda às necessidades educacionais de cada paciente durante o seu tempo de permanência no hospital, no qual devem ser desenvolvidas atividades mais lúdicas que envolva o paciente como sujeito ativo na construção do seu conhecimento. Nesse espaço não escolar, devido ao estado em que os pacientes hospitalizados se encontram, é pertinente um modelo educacional que possa flexibilizar os conteúdos de aprendizagens, a temporalidade e os locais para o processo de ensino. Neste modelo, a socialização do conhecimento, por exemplo, precisa acontecer sem a existência de mecanismos de repreensão em caso do não aprendizado de um conceito que estiver sendo trabalhado pelo(a) pedagogo(a) em um determinado momento. É preciso que se desperte no paciente o prazer em aprender, apesar das circunstâncias que ele estiver vivendo naquele momento. Para isso, no atendimento pedagógico no ambiente hospitalar, os métodos que facilitem a intervenção dos profissionais com práticas educacionais significativas devem prevalecer, para que façam do momento educacional um momento de ressignificação para a criança, do resgate de sua autoestima. O que irá auxiliar tanto no processo terapêutico quanto no seu processo educacional, pois este não será interrompido durante o tratamento (FONTES, 2012, p.61). Destacamos também, caro/a estudante, que a pedagogia hospitalar busca modificar situações e atitudes junto ao paciente, as quais não podem ser confundidas com o atendimento da sua enfermidade. 10 Diante desse contexto e com base nos estudos de Wolf (2007), explicitamos a seguir algumas das práticas do(a) pedagogo(a) na Pedagogia Hospitalar, levando em consideração que tais práticas poderão ocorrer em ações inseridas nos projetos e programas nas seguintes modalidades de cunho pedagógico e formativo: • nas unidades de internação; • na ala de recreação do hospital; • para as crianças que necessitarem de estimulação essencial; • com classe hospitalar de escolarização para continuidade dos estudos e, também, no atendimento ambulatorial. Lembro a você que a classe hospitalar de escolarização é uma modalidade educacional que visa a atender pedagógico-educacionalmente as crianças e jovens que, dadas as suas condições de saúde, estejam hospitalizadas para tratamento médico e, consequentemente, impossibilitados de participar das rotinas de sua família, sua escola e de sua comunidade (FONSECA, 1998, p. 23). A Pedagogia Hospitalar também busca oferecer assessoria e atendimento emocional e humanístico (de forma bem diferente do psicólogo) tanto para o paciente (criança/jovem) como para o familiar (pai/mãe) que, muitas vezes, apresentam problemas de ordem psicoafetiva que podem prejudicar a adaptação ao espaço hospitalar. A prática do pedagogo se dará através das variadas atividades lúdicas e recreativas como a arte de contar histórias, brincadeiras, jogos, dramatização, desenhos e pinturas e a continuação dos estudos no hospital. Essas práticas são as estratégias da Pedagogia Hospitalar para ajudar na adaptação, motivação e recuperação do paciente que, por outro lado, também estará ocupando o tempo ocioso. A sistemática do trabalho da Pedagogia Hospitalar dependerá da instituição, ou seja, da disponibilidade do hospital, em termos de espaço físico e o tipo de convênio firmado, assim como dependerá das necessidades do hospital. O que não muda é o fato deque em todo hospital, a enfermidade significa uma certa ruptura no organismo, cujo efeito resulta em impedimentos geradores de mecanismos de adaptação, principalmente no caso de crianças hospitalizadas, o que demanda compensação dos subsistemas, alterando as funções do organismo que se esforça por adaptar todo o organismo às circunstâncias que se impõem no meio ambiente. Corroboramos Ceccim (1997) que afirma ser possível o aprender dentro do hospital, a final, as crianças internadas continuam crescendo e é tarefa também do pedagogo (a) afirmar a vida e sua melhor qualidade junto com essas crianças, ajudando-as a reagir e interagir para que continuem evoluindo em seus conhecimentos. 11 O(A) PEDAGOGO(A) EMPRESARIAL Pedagogia Empresarial, assim como a pedagogia hospitalar apresentada anteriormente, é uma das possibilidades recentes de atuação do pedagogo. Os eventos que se desdobraram no Brasil e no mundo nos últimos anos causaram grandes mudanças no processo de reorganização produtiva, os quais levaram as instituições a valorizar a necessidade de desenvolvimento das pessoas no contexto empresarial (GONÇALVES; CORREA, 2016). Para essas autoras, em seu texto “O pedagogo em âmbitos não escolares: perspectivas, entraves e possibilidade de atuação em empresas”, entende-se que a riqueza de uma empresa não é mais determinada exclusivamente pelos recursos materiais que ela possui e controla, mas, principalmente, pelas pessoas, que passaram a ter um papel fundamental no crescimento e na sobrevivência desses ambientes. Ainda para elas, é nesse contexto que emerge a possibilidade de se ter um pedagogo atuando no ambiente empresarial, pois surge a necessidade dos trabalhadores incorporarem saberes teóricos que possam ser usados em benefício da empresa. Nesse sentido, o pedagogo, por ser um profissional com conhecimento do processo de ensino e aprendizagem, apresenta formação condizente com as exigências dessa nova tendência, a qual, além de atribuir ao indivíduo um papel central, abrange sua formação integral nos aspectos físicos, psíquicos e cognitivos. Gonçalves e Correa (2016) citam Ribeiro (2010) para apresentar, de forma enfática, a que se ocupa a pedagogia empresarial: com os conhecimentos, as competências, as habilidades e as atitudes consideradas como indispensáveis/necessárias à melhoria da produtividade. Para tal, implanta programa de qualificação/requalificação profissional, produz e difunde o conhecimento, estrutura o setor de treinamento, desenvolve programas de levantamentos de necessidades de treinamento, desenvolve e adapta metodologias de informação e da comunicação às práticas de treinamento. A partir desse contexto, temos que a atuação do pedagogo neste espaço não escolar é o de formar os profissionais para atuarem em sintonia com os planos estratégicos das empresas. Vale ressaltar, também, que a atuação do pedagogo no contexto empresarial deve acontecer de forma relacionada e cooperativa com a dos outros profissionais. Dessa maneira, é possível organizar e concretizar planos, projetos e ações que apontem para a melhoria da atuação dos funcionários, bem como o aprimoramento e o desempenho da empresa (ALMEIDA, 2016). 12 Diante dos estudos apresentados, corroboramos as ideias das pesquisadoras Gonçalves e Correa (2016, p. 198), que apontam para o fato de que a atuação do pedagogo é extensa e ultrapassa o bom emprego de técnicas. Sua atuação está relacionada ao desenvolvimento das pessoas que constroem as instituições e das empresas de todos os tipos, portes e áreas. O(A) PEDAGOGO(A) SOCIAL Quando se fala em Pedagogia, ainda é possível associar essa formação acadêmica apenas a uma prática pedagógica escolarizada na educação básica. Mesmo que essa finalidade, a formação de professores e professoras, seja o cerne da identidade do curso de Pedagogia. No entanto, com o passar do tempo, as necessidades hospitalares, empresariais e sociais passaram a depender também de um fomento/apoio pedagógico do(a) profissional pedagogo(a). No Brasil, a Pedagogia Social é compreendida como uma ciência que se direciona para o bem-estar social. Assente nesses ideais, Caliman (2010, p.353) define Pedagogia Social [...] como ciência; ciência prática; ciência normativa; ciência descritiva; ciência que produz tecnologia educacional; ciência orientada para indivíduos e grupos numa relação de cuidado e ajuda; como promotora nas pessoas da capacidade de administrar seus riscos e emancipar sujeitos historicamente oprimidos; através de programas e instituições socioeducativas. E acrescenta que: o objetivo da Pedagogia Social é o de agir sobre a prevenção e a recuperação das deficiências de socialização, e, de modo especial, lá onde as pessoas são vítimas da insatisfação das necessidades fundamentais. (CALIMAN, 2008, p.21) A concepção de Caliman nos revela uma Pedagogia Social voltada para a necessidade das pessoas. Não de qualquer pessoa, mas de pessoas em situações de vulnerabilidade social e em condições opressivas, na qual a marginalidade e a violência são postas como uma verdade absoluta e uma condição operante. Nesses lugares, a Pedagogia Social é um instrumento de resgate à valorização da vida e de todas as pessoas em suas diversidades. Quando falamos de Pedagogia Social, é necessário mais do que refletir, é indispensável que sejamos capazes de diminuir a distância entre a mesa administrativa e a rua, isto é, por exemplo: diminuir a distância teórica entre as políticas públicas e a realidade da vida social, porque nas ONGs, nas 13 Associações, no Centro de Referência da Assistência Social - CRAS e no Centro de Referência Especializado da Assistência Social – CREAS ou em qualquer outra instituição de cuidado à vida, existe uma urgência em lutar, em garantir e em preservar o direito do(a) outro(a), do coletivo, daqueles que precisam de alguém que possa intervir para socorrer/ajudar. Lembre-se: no momento em que um pedagogo (educador, especialista da educação ou cientista social) se debruça sobre uma determinada realidade e articula projetos ou programas para o desenvolvimento socioeducativo de indivíduos e grupos em situação de risco, ele está exercendo uma função específica de articulação de soluções voltadas ao bem-estar social e educativo desses destinatários. (CALIMAN, 2010, p.356). Talvez, esteja aí o maior desafio do(a) pedagogo(a) social: estar rapidamente criando projetos ou programas que possam acompanhar a velocidade das problemáticas sociais que ocorrem durante os dias e que exige dele(a) muito profissionalismo e capacidade de saber fazer e fazer certo para que alguém possa Ser, ou continuar Sendo. A Pedagogia Social é a possibilidade que a sociedade tem de contar com um(a) profissional que seja capaz de conscientizar, humanizar as práticas e possibilitar mudanças no meio das e nas pessoas, em lugares que, por vezes, estão distantes do que é visível. A luta da Pedagogia Social é para trazer visibilidade e exercício a um grupo ou pessoa que esteja esquecido(a), em risco, em necessidade de se inserir e de se emancipar socialmente. “Algo muito interessante na Pedagogia é o privilégio de dialogar e humanizar no sentido de transformar realidades” (LOURENÇO, 2015, p. 308). Portanto, é nessa direção que um(a) profissional da pedagogia deve caminhar, independentemente do lugar. Deve observar o privilégio de atuar com o diálogo para que, na intervenção, alcance a realização e as mudanças tão necessárias ao mundo presente. PALAVRAS FINAIS Prezado(a) acadêmico(a), esperamos que você esteja aproveitando bem as leituras dos guias e as webs que estão assentes nesses textos. Não se esqueça de que ser um(a) ótimo(a) estudante e profissional fazem parte das marcas que você tem a deixar no mundo como sujeito e não como objeto. Já lhe adianto que, no próximo Guia de Estudos, você terá a oportunidade de refletir sobre outros elementos necessários à formação e atuaçãodo(a) pedagogo(a) em seus diversos espaços. Desejamos a você todo o sucesso nessa jornada! Até a próxima unidade! 14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Almeida, M.G. Pedagogia empresarial: saberes, práticas e referencias. Rio de Janeiro: Brasport, 2006. BARREIRO, I.M.F; GEBRAN, R, A. Prática de ensino e estágio supervisionado na formação de professores. São Paulo: Avercamp, 2006. CALIMAN, G. Paradigmas da exclusão social – Brasília. UNESCO: Editora Universal, 2008. CALIMAN, G. Pedagogia Social: seu potencial crítico e transformador. Revista de ciências da educação – UNISAL, São Paulo, P. 341- 368, 2010. CECCIM, R.B.; CARVALHO, P.R. A. (orgs.). A criança hospitalizada: atenção integral como escuta à vida. Porto Alegre: UFRGS. 1997. FONSECA, E. Atendimento pedagógico-educacional para crianças e jovens hospitalizados: realidade nacional. Painel apresentado na 50ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência. 12 a 17 de julho de 1998. Natal: Universidade Federal do Rio Grande do Norte. 1998. FONTES, A.R. Pedagogia hospitalar: atividades lúdico-educativas no processo de humanização do hospital regional Amparo de Maria – Estância (SE). Aracaju: UNIT, 2012. Dissertação. (Mestrado em Educação). GONÇALVES, J.P; CORREA, A.M. O pedagogo em âmbitos não escolares: perspectivas, entraves e possibilidade de atuação em empresas. Revista de Educação PUC-Campinas, [S.l.], v. 21, n. 2, p. 193-209, set. 2016. Disponível em: http://periodicos.puc-campinas.edu. br/seer/index.php/reveducacao/article/view/2821 Acesso em: 02 nov. 2020. LOURENÇO, V. T. A educação não formal: a atuação do pedagogo no contexto do Centro de Referência de Assistência Social de Sinop-MT. Revista Eventos Pedagógicos, Goiás, v. 6, n. 4, p. 305-316, nov./dez. 2015. Ribeiro, A.E.A. Pedagogia empresarial: atuação do pedagogo na empresa. 6.ed. Rio de Janeiro: Walk, 2010. WOLF, R.A.P. Pedagogia hospitalar: a prática do pedagogo em instituição não escolar. Disponível em: https://revistas2.uepg.br/index.php/conexao/article/view/3836. Acesso em: 29 out. 2020. http://periodicos.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/reveducacao/article/view/2821 http://periodicos.puc-campinas.edu.br/seer/index.php/reveducacao/article/view/2821 https://revistas2.uepg.br/index.php/conexao/article/view/3836
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