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REVISÃO – FILOSOFIA JURÍDICA Introdução à filosofia jurídica Qual o objetivo da filosofia? Tornar o pensamento crítico, através das reflexões. A base do pensamento filosófico é o questionamento, pois, é uma das ciências mais presentes na sociedade humana, sem dúvida, é o pensar filosófico, que se insere no contexto jurídico, ao pesquisar, desenvolver, criticar e padronizar princípios e conceitos, normativos e jurídicos. Filosofia do Direito O questionamento e a reflexão, andam juntos nesse aspecto da filosofia jurídica, contribuindo para um melhor entendimento das perspectivas da prática jurídica. A aplicação filosófica no Direito busca, principalmente, interagir com este, mediante uma abordagem precisa da ótica filosófica, dos principais elementos que o integram e de que ele se reveste em sua lide social O papel da filosofia do Direito é para contribuir com uma formação holística, humanística e capaz de levar a uma leitura reflexiva do fenômeno jurídico; a função é de instigar o profissional do Direito a uma visão mais complexa e completa do fenômeno jurídico, além da questão técnica. As funções da Filosofia do Direito, relevante para o desenvolvimento da ordem jurídica atual, é expor critérios axiológicos da experiência jurídica, na universalidade de seus aspectos mediante a questão dos primeiros princípios que informam os institutos jurídicos, os direitos e os sistemas. Principais questões abordadas pela filosofia do direito: Os métodos de produção, a Justiça, a propriedade, a liberdade, a interpretação e a aplicação jurídica das normas e princípios, a igualdade, a função do Direito, e o Direito propriamente dito; observando padrões, escrutinando razões, desvendando interesses, estabelecendo comparações, e, eventualmente, criando prognósticos futuros. Diante disso, o objetivo primaz da aplicação dessas questões é conduzir o estudante e o operador de direito a uma reflexão, acerca destas questões, levando em conta sua moral, a ética social, as leis, a justiça, e a equidade deste e dos atos por estes protegidos, reprovados ou executados; no efetivo exercício do ideal de Justiça. Origem da filosofia do direito no Brasil A Filosofia, teve origem na Grécia há pouco mais de 2 mil anos, mais precisamente no século VI. Apesar de as áreas que a compõem serem bem antigas, a “Filosofia do Direito”, como conhecemos hoje, passou a ser utilizado apenas a partir do ano de 1820. O responsável pelo emprego do termo, foi o filósofo Friedrich Hegel. O pensador alemão, publicou neste mesmo ano a obra “Princípios da Filosofia do Direito”, dando origem então, a essa ciência tão importante atualmente. No Brasil pode-se relatar que as primeiras manifestações de pensamentos filosóficos datam por voltam de 1822. Num ambiente filosófico marcado pelo Iluminismo francês, alguns brasileiros de nomeada, como o Padre Diogo Antônio Feijó e Martim Francisco foram os primeiros a assinalar nitidamente a presença de um pensador revolucionário nas ideias entre nós. Sabe-se, assim, que Martim Francisco, na primeira década do século XIX, provavelmente entre 1804 a 1810, dirigiu e professou um curso sobre a filosofia de Kant. Positivismo e Naturalismo Positivismo: Corrente filosófica que se apoia na ciência para atingir o conhecimento verdadeiro. (Hans Kelsen- Positivista) Naturalismo: Entende que as leis e as decisões devem estar em sintonia com a mudança social e estão intimamente ligadas ao divino. (John Locke- Naturalista) Observação: Para a filosofia do direito, o direito positivo sozinho, não é suficiente, pois pressupõe legitimidade e nessa legitimidade encontra-se o direito natural. Direito Natural e Positivo Direito Natural ou Jusnaturalismo: é aquele derivado da própria natureza humana, de suas razões e emoções, nascendo da condição das pessoas enquanto humanos. Dessa forma, eles envolvem direitos inalienáveis e irrevogáveis, além de não depender de Governos e outras estruturas para sua caracterização. Direito Positivo ou Positivismo: diz respeito a um conjunto de regras ou leis que estão “positivadas”. Ou seja, escritas em documentos e mandamentos oficiais. Essas regras valem em determinado local e podem ser mudadas por meio de processos legislativos específicos. O direito positivo tem grande influência na sociedade, tendo em vista que os cidadãos de uma localidade devem respeitar essas leis. Por isso, é fundamental conhecer o conceito e sua aplicabilidade. Alguns exemplos de direito positivo, são a Constituição Federal, as leis ordinárias, leis complementares e outras normas jurídicas. A pirâmide de Hans Kelsen é um exemplo: Constituição Federal Leis complementares Leis Ordinárias Medidas Provisórias e leis delegadas Resoluções. Miguel Reale (Jurista, filósofo e professor brasileiro): Tornou-se mundialmente conhecido com sua “Teoria Tridimensional do Direito”. Para Reale, o Direito se compõe da conjunção de três concepções: A sociológica - associada aos fatos e à eficácia do direito. A axiológica – associada aos valores e aos fundamentos do direito. A normativa – associada às normas e à vigência do direito. Dessa forma, em linhas gerais todo fato (ação, acontecimento) possui um valor (aspecto axiológico) e para tal uma determinada norma jurídica. Desenvolvimento histórico da filosofia do Direito O desenvolvimento filosófico se desenvolve sobre um objeto flexível e mutável, qual seja a sociedade; Progresso da sociedade: Crise Jurídica. O direito se forma com grupo primitivos, período este que o sistema de vingança privada era aplicado; exemplo: Código de Hamurabi. As primeiras pessoas ou autoridades para resolver certos conflitos, foram pais ou reis, quais eram primeiras noções da pessoa do juiz. Para Paulo Nader: “Filosofia Jurídica é o estudo das questões fundamentais do direito como um todo”, fundamentais porque se trata do alicerce, das questões básicas. Ainda pode-se incluir o conceito de Paulo Nader, que diz que Direito é um "conjunto de normas de conduta social, imposto coercitivamente pelo Estado, para realização de segurança, segundo critérios de justiça". Para Miguel Reale “é a própria filosofia enquanto voltada para uma realidade que é a realidade jurídica. O Direito poderia ser considerado em três dimensões, que seriam eles: Fato, Valor e a Norma. Primeiro, ocorre-se: O FATO Social, ou seja, um acontecimento. Depois, se dá um VALOR a este fato, que significa que este episódio será analisado (se é bom ou ruim). Ciência X Senso Comum Ciência: Conhecimento científico é a informação que analisa os fatos cientificamente comprovados. Sua base está na filosofia da ciência, em que todas as suposições, teorias e hipóteses passam por um processo de comprovação através de uma série de pesquisas e experimentos. As principais características deste tipo de conhecimento são: sistematização, pois é necessária uma organização de um conjunto de ideias que são formadoras de uma teoria; o princípio da verificabilidade, toda teoria deve ser analisada e comprovada com base na ciência; falível (não é definitivo), consiste que uma determinada hipótese pode ser destituída ou substituída a partir de outras novas comprovações científicas. Senso comum: O conhecimento do senso comum é um conceito fundamentado na sabedoria e crendices populares que reflete o modo de pensar da maioria das pessoas, adquiridos por repetições das experiências e das culturas transmitidas de geração a geração. As principais características deste tipo de conhecimento são: não é testado e verificado detalhadamente, através de métodos científicos, para comprovar uma relação de causa e efeito, é categoricamente populare culturalmente aceito. Além disso, não há garantias da sua validade ou invalidade. Justiça na filosofia do Direito Filosofia, ética, moral e religião; Segundo Platão, a justiça é concebida como uma virtude, mas também como uma forma de organização da vida em sociedade. Para Santo Agostinho, a justiça não é apenas a preocupação e o respeito por um direito social, que surge através de ações e obras de alguém, mas, igualmente, um ato de um homem em graça divina, ou seja, haveria aqui uma conceção da justiça como uma virtude de pureza interior. Na verdade, a justiça não é um ato interior, mas sim um ato que diz respeito às relações com o outro. Para Aristóteles, a justiça deveria ser definida como "uma disposição para realizar ações que produzem e conservam a felicidade, e os elementos desta, para uma comunidade." Assim, pode-se falar em justiça geral ou legal e justiça particular ou justiça em sentido restrito do termo, sendo a primeira concebida como um objeto de utilidade e interesse comum a uma cidade ou país e a segunda seria a justiça orientada para o bem dos particulares. Para Hegel em seu tratado sobre a filosofia do direito é apresentar uma autêntica ciência do Estado, e apresentar este como algo racional em si, não é um modelo ou forma “de governo ideal” que pretende ser aplicada, senão como maneira em que deve conceder- se o Estado como sendo o universo ético. "Hegel vê o Estado em sua multiplicidade de relações exteriores, sem nenhum fundamento que as justifique ou as legitime senão o acordo contratual entre os Estados visando, cada um, o seu bem-próprio." Escolas da Filosofia do Direito Filosofia Marxista: Marx explica o modo como as sociedades humanas se desenvolvem. Dizia ele que as mudanças sociais ocorrem de acordo com as forças dinâmicas internas da sociedade que, em consequência, são o resultado das relações de produção da sociedade . Teoria da Argumentação: A argumentação é vista como um processo em que as informações interagem frequentemente é tão imprescindível ao operador do Direito, quanto o conhecimento jurídico propriamente dito, pois o Direito se amplia em um espaço de contradição, posto que, o direito de um se coloca em oposição ao direito de outro, o Direito não se articula por si só, logo, só pode ser aplicado através dos argumentos. Daí a concepção de que a lógica dialética tem importância basilar. O trabalho com o Direito é eminentemente argumentativo, os argumentos são as razões do Direito. Axiologia: é uma teoria ou uma especialidade da filosofia que se concentra na análise de valores e se transformam em jurídicos por alguma norma. Deontológica: significa a ciência do dever e da obrigação. Visa o direito ideal como ideal de Justiça. Epistemologia: é o ramo da filosofia que estuda como o ser humano ou a própria ciência adquire e justifica seus conhecimentos. Ou seja, é o estudo que visa encontrar as condições necessárias e suficientes para o resultado de uma afirmação específica. Lógica: Compreende a definição do Direito, num determinado sistema, país ou civilização. O papel da Lógica Jurídica consiste não só em garantir a possibilidade de que as conclusões silogísticas, quando cabíveis, sejam corretas, mas também, e fundamentalmente, em possibilitar que as escolhas das premissas sejam feitas de forma racional e justificada, garantindo que o Direito possa efetivo. Fenomenologia: Estuda o Direito Positivo como fenômeno comum a todos os povos e a todos os tempos. A filosofia do Direito envolve três lados: O científico O Ético O Metafísico Eduardo Bittar Proceder à crítica das práticas, das atitudes e atividades dos operadores do direito; Avaliar e questionar a atividade legiferante, bem como oferecer suporte reflexivo ao legislador; Proceder à avaliação do papel desempenhado pela ciência jurídica e o próprio comportamento do jurista ante ela; Por meio da crítica conceitual institucional, valorativa, política e procedimental, auxiliar o juiz no processo decisório. ” Resumo A Filosofia do Direito é uma parte da Filosofia Geral que se dedica a desvelar os fenômenos da Ciência do Direito, preocupando-se sobre tudo com a questão ética do Direito, buscando os fundamentos deste para o benefício do homem. Com isto a Filosofia do Direito se constitui como uma constante investigação crítica do fenômeno jurídico. Ao se aplicar a Filosofia à prática jurídica e ao Direito, percebe-se que este se torna mais condizente com o pensar e proceder humano, sendo, por conseguinte, mais justo e aceitável; posto que a Filosofia seja intimamente ligada à sabedoria, à ética, à moral, e ao comportamento. Desde seu surgimento a filosofia prezou pela busca de soluções bem fundamentadas para as perguntas que incomodavam as pessoas; sempre tentou nutrir-se com a convicção de que as respostas encontradas deveriam ser tratadas como prováveis e não como absolutamente certas e acabadas. Em todas as épocas, sempre existiram pessoas e instituições que celebraram a mesmice e fizeram o pacto da perpetuação das estruturas e verdades que receberam, e o fizeram sem se darem ao trabalho de questionar ou de perguntar acerca dos porquês das coisas. Essas posturas são, via de regra, anti-filosóficas porque fecham as portas que oxigenam o espírito. A História da Filosofia e a tentativa de conceituar Filosofia do Direito oferecem ao jurista e ao acadêmico de Direito a oportunidade de tratar o Direito de forma mais complexa e completa, afinal, uma área que mexe com todos os setores da vida humana não pode ser reduzida à mera técnica ou a um conhecimento restrito, periférico e superficial.
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