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8 Direitos e Deveres do tranportador

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8. Direitos e Deveres do Transportador
Entre os direitos, destacamos o de exigir o pagamento do preço ajustado, tendo em vista que o contrato de transporte é oneroso, (CC, art. 730) não se subordinado a ele o eito gratuitamente, por amizade ou cortesia (art. 736). A obrigação de realizar o transporte corresponde á de pagar a retribuição sob a forma de passagem ou frete. Assim como ocorre na classe de hotelaria, caso o pagamento do contrato de transporte se de na conclusão do mesmo, não adimplindo o passageiro com sua obrigação, estará o transportador no direito de reter a bagagem do mesmo, até o limite da obrigação daquele.
Uma vez executado o transporte, reter a bagagem e outros objetos pessoais do passageiro, para o caso de não ter recebido o pagamento da passagem no inicio ou durante o percurso, (CC, art. 742). Se a passagem não foi paga no início nem durante o percurso, quando se tenha ajustado o pagamento em um desses dois momentos, pode o transportador exercer o direito de retenção no final da viagem, como meio de forçar o passageiro a pagá-la. Não se aplica, obviamente, a regra em apreço quando se convenciona pagamento a prazo. 
Outro direito de suma importância é o direito de reter 5% (cinco por cento) do valor da passagem no caso de desistência do passageiro nos elencados § 1º e 2º do art. 740. Isso se dá pelo fato de que o transportador possui outros gastos com a emissão de bilhete de passagem, como, por exemplo, o papel utilizado, a tinta da máquina de imprimir, a hora de trabalho do funcionário que vendeu a passagem, dentre outros. Assim, essa retenção serve para amenizar essas despesas suportadas pelo transportador.
Estabelecer normas disciplinadoras da viagem, especificando-as no bilhete ou afixando-as á vista dos usuários (CC, art. 738). O transporte de pessoas deve ser disciplinado em regulamentos de viagem cujas regras são disciplinadas no próprio bilhete, para que esta transcorra normalmente, sem incidentes. O fato de o passageiro pagar a passagem não lhe dá o direito de molestar os outros passageiros ou lhe dá o direito de molestar os outros passageiros ou lhes causar prejuízos, nem o de danificar o veículo ou impedir a execução normal do serviço. A transgressão por parte do passageiro das normas estabelecidas para o transporte pode ser motivo para a aplicação de sanções, inclusive a de a de retirada compulsória do meio de transporte. 
A necessidade de estabelecer normas de conduta dos passageiros e de exigir o seu cumprimento se justifica, uma vez que a responsabilidade do transportado é objetiva (CC, art. 734) pelos danos sofridos pelos passageiros, ainda que causados por outro passageiro (art. 735). Se houver culpa concorrente da vítimas, ou seja, “se o prejuízo sofrido pela pessoa transportadora for atribuível á transgressão de normas e instruções regulamentadores o juiz reduzirá equitativamente a indenizações, na medida em que a vítima houver concorrido para a ocorrência do dano” (art. 738, parágrafo único). Em caso de culpa exclusiva do passageiro e de força maior, o transportador fca exonerado de qualquer responsabilidade, pois nestas hipóteses rompe-se o nexo de causalidade. Do mesmo modo quando o dano decorre de causa estranha ao transporte, como pedras atiradas do lado de fora ou uma bala perdida, por exemplo, como mencionado anteriormente, sem a ocorrência de qualquer acidente de viagem.
O transportador poderá impedir o embarque de passageiro mal trajado ou sob o efeito de álcool e entorpecentes, ou substância que gere dependência físico-psíquica, recusando o passageiro nos casos permitidos nos regulamentos ou em que as condições de higiene ou de saúde do interessado o justificarem (CC, art. 739).
Poderá, ainda, alegar força maior em duas situações: para excluir a sua responsabilidade por dano ás pessoas transportadas e suas bagagens (CC, art, 734) e para excluir a sua responsabilidade pelo descumprimento do horário ou itinerário. O transportador está efetivamente, “sujeito aos horários e itinerários previstos, sob pena de responder por perdas e danos, salvo motivo ou força maior” ( CC, art. 737). 
Por outro lado, podemos decorrer as obrigações do transportador, que rege em transportar o passageiro, no tempo e no modo convencionado. De acordo com o art. 737 do Código Civil sujeita o transportador “aos horários e itinerários previstos” nos contratos e regulamentos sob pena de responder por perdas e danos, salvo motivo de força maior. 
 Como visto no Art. 734. Código Civil, Responderá objetivamente pelos danos causados ás pessoas transportadas e suas bagagens, salvo motivo de força maior. A obrigação fundamental do transportador é a de transportar o passageiro a coberto de riscos. Trata-se de obrigação contratual e de resultado, estando implícita a cláusula de incolumidade. A responsabilidade pelos danos é objetiva, somente admitindo-se as excludentes que rompem o nexo causal como força maior, culpa exclusiva da vitima e causa estranha ao transporte. 
Previsto no art. 741, Código Civil, terá que concluir a viagem contratada, sempre que ela se interrompe por qualquer motivo alheiro á sua vontade e imprevisível, em outro veículo da mesma categoria, ou por modalidade diferente se a ela anuir o passageiro, sempre á sua custa, correndo por sua conta eventuais despesas de estada e alimentação deste, durante a espera de novo transporte.
Não recusar passageiros, salvo nos casos previstos nos regulamentos, ou se as condições de higiene ou de saúde do interessado o justificarem. Embora não mencionado expressamente, é evidente que também pode o transportador recusar passageiros por motivo de segurança. Hoje é notória a preocupação com a segurança nos voos internacionais, exigindo-se a submissão do passageiro a detectores de metais, revistas pessoais e de bagagens etc. 
A proposito no novo código civil é demostrado que o rol de ressalvas previsto no aludido art. 739, é meramente exemplificativo, mencionando outras hipóteses não expressamente previstas, mas igualmente possíveis de serem aplicadas, como a de pessoa que forçou a entrada em ônibus trazendo uma serpente venenosa enrolada no braço; a do viajante que exala mau cheiro extremo a ponto de incomodar os demais passageiros; a daquela pessoa que se encontra em trajes indecentes; a do passageiro que se apresenta completamente embriagado; e, ainda, da pessoa que porta na cintura, ostensivamente, arma branca ou de fogo. 
Referências
ROSADAS, Rafael Rodrigues. Âmbito Jurídico.com.br – Contratos de transportes - Breves comentários. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=157> Acesso em: 19 de maio de 2017. 
GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro – Contratos e Atos Unilaterais. 13.ed. São Paulo: Saraiva, 2016. v.3.

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