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CONCEITO ● Pelo contrato de transporte alguém se obriga, mediante retribuição, a transportar, de um lugar para outro, pessoas ou coisas. Contrato de transporte é o negócio jurídico pelo qual um sujeito se obriga, mediante remuneração, a entregar coisa em outro local ou a percorrer um itinerário para uma pessoa. ● Art. 730, CC. Pelo contrato de transporte alguém se obriga, mediante retribuição, a transportar, de um lugar para outro, pessoas ou coisas. ● É bilateral, oneroso, comutativo e consensual; TRANSPORTE COMO ACESSÓRIO ● O transporte pode estar previsto em outros contratos como acessório, como por exemplo na venda de bens; ● Nesta hipótese o vendedor não se qualifica como transportador, não se submetendo aos riscos específicos desta espécie contratual. ● Sua responsabilidade restringe-se às normas que se aplicam à compra e venda. SUJEITOS ● TRANSPORTADOR OU CONDUTOR: é aquele que ocupa a posição de transportar, podendo ser denominado, também, de condutor, sendo pessoa física ou jurídica. ● PASSAGEIRO: é aquele que ocupa a posição de transporte denomina-se passageiro; ● EXPEDIDOR, REMETENTE OU CARREGADOR: é quem entrega a coisa ao transportador para ser deslocada. ● DESTINATÁRIO OU CONSIGNATÁRIO: é a pessoa que receberá a mercadoria expedida. REMUNERAÇÃO/ FRETE ● REMUNERAÇÃO: é imprescindível para caracterizar o contrato (art. 730); ● No transporte de coisa, a remuneração do transportador denomina-se frete ou porte. ● A exceptio non adimpleti contractus autoriza o transportador a não realizar o transporte, se não pago o frete, salvo se estabelecido que seria pago no destino; ● Passagem é o termo que geralmente se utiliza para o bilhete do passageiro. ESPÉCIE DE TRANSPORTE ● Em razão ao que é conduzido, separa-se: - Transporte de coisa - Transporte de pessoa (individual e coletivo) ● Em razão da via ou do meio empregado, considera-se: - Transporte terrestre (Urbano; Intermunicipal; Interestadual; Internacional) - Transporte marítimo ou fluvial - Transporte aéreo TRANSPORTE DE PESSOAS (Art. 734 a 742 CC) ● Transporte de pessoas é aquele em que o transportador se obriga a conduzir uma pessoa e sua bagagem de um local para o outro, mediante remuneração. ● Cláusula de incolumidade – art. 734 CC/02: Essa cláusula reza que o transporte deva ser seguro aos transportados e que esses cheguem ao destino sem danos a seu corpo ou bagagens. Está implícita. ● Pela incolumidade do passageiro responde o condutor. Em caso de acidente é obrigado a reparar o dano causado. Trata-se de responsabilidade contratual. ● É preciso a formação do contrato de transporte para surgir a responsabilidade objetiva do transportador. ● O contrato é mais simples, limitando-se, de regra, à especificação do preço da passagem, do lugar da partida e do ponto de chegada (art. 737, CC). ● O bilhete de passagem contém cláusulas geralmente impressas que definem as obrigações do transportador. ● Ao viajante é lícito fazer conduzir, no mesmo veículo, sua bagagem, incluído o transporte no preço da passagem, desde que não exceda o peso e volume determinado no regulamento. DEVERES/ OBRIGAÇÕES DO TRANSPORTADOR ● Transportar a pessoa de um local para o outro, no tempo e no modo convencionado, e executando o transporte com exatidão e presteza; ● Concluir o transporte contratado, ainda que ocorra fato imprevisível (art. 741, CC); ● Conduzir a bagagem do passageiro; ● Cumprir o contrato, se o transporte for cumulativo, relativamente a seu percurso, respondendo pelo pelos danos pessoais que nele se derem; ● Indenizar por não transportar, quando vender mais passagens que a capacidade overbook; ● Promover substituição de bilhete se houver alteração de itinerário; ● Não cobrar diferença de preço se alteração de serviço inferior para superior por culpa do transportador. DIREITOS DO TRANSPORTADOR ● Exigir o pagamento do preço ajustado; ● Estabelecer as normas disciplinadoras da viagem, fazendo-as inserir no bilhete ou afixando-as à vista dos usuários; ● Recusar os passageiros que não se apresentem nas situações exigidas pelos regulamentos ou quando as condições de higiene ou de saúde do interessado o justificarem; ● Reter bagagem, (CC, 742); ● Reter importância como multa compensatória (até 5%) (CC, 740, §3º); ● Exigir declaração de valor de bagagem, para quantificar indenização (CC, 734); DIREITOS DO PASSAGEIRO ● Exigir o cumprimento do transporte, uma vez apresentado o bilhete. O transportador somente pode recusar o passageiro nos casos previstos nos regulamentos ou por razões de higiene ou saúde; ● Ser conduzido incólume até o destino convencionado; ● Rescindir o contrato de transporte antes de iniciada a viagem, com direito à restituição do preço pago, desde que o transportador seja comunicado em tempo de renegociar a passagem (art. 740, §1º, CC); ● Ocupar o lugar mencionado no bilhete; ● Restituição quando outro embarcar em seu lugar (CC, 740, § 2º); ● Fazer reserva. DEVERES DO PASSAGEIRO ● Pagar a passagem; ● Apresentar-se no embarque antes do horário previsto; ● Respeitar as normas do condutor (CC, 738, parágrafo único); ● Não perturbar os demais passageiros; ● Não causar danos ao veículo; ● Não atrapalhar o transporte; ● Não transportar consigo animais ou objetos perigosos; ● Apresentar bilhete e documentos pessoais. TRANSPORTE CUMULATIVO ● Art. 733, CC – pessoas ou coisas ● Transporte cumulativo ou combinado é o realizado por vários transportadores mediante um único bilhete e se considera único e executado como se fosse por uma única empresa. ● Todas as empresas que participam do percurso contratado respondem solidariamente. ● Art. 733, §1º, CC - O dano, resultante do atraso ou da interrupção da viagem, será determinado em razão da totalidade do percurso. ● Art. 733, § 2º, CC Se houver substituição de algum dos transportadores no decorrer do percurso, a responsabilidade solidária estender-se-á ao substituto. ● Art. 756, CC/02 – reafirma a responsabilidade solidária de todos os transportadores no transporte cumulativo perante o remetente da coisa. Entre os vários transportadores, posteriormente, fixar-se-á a responsabilidade de cada um pelo dano, de acordo com o respectivo percurso. TRANSPORTE GRATUITO ● Transporte totalmente desinteressado (carona); ● Feito por amizade ou cortesia; ● Contrato benéfico; ● Responsabilidade extracontratual ou Aquiliana; ● Apura-se o dolo ou culpa grave para incorrer em responsabilidade civil (CC, 186 cc 927); ● Súmula 145 STJ - No transporte desinteressado, de simples cortesia, o transportador só será civilmente responsável por danos causados ao transportado quando incorrer em dolo ou culpa grave. TRANSPORTE DE COISAS (ART. 743 A 756 CC) ● Transporte de coisas é aquele em que o expedidor ou remetente entrega ao transportador determinado objeto para que, mediante pagamento de frete, seja remetido a outra pessoa (consignatário ou destinatário), em local diverso daquele que foi recebido. ● Elementos: - Expedidor ou remetente; - O transportador; - O destinatário ou consignatário. - A mercadoria especificada: + Natureza; + Valor; + Peso e quantidade. ● Finalidade da especificação: - Verificação da licitude do objeto; - Verificar as providências para o transporte (responsabilidade de incolumidade); - Quantificar a indenização em caso de perda ou avaria. - Recibo: + Conhecimento de frete + Conhecimento de transporte + É o documento que o transportador emite no recebimento da mercadoria, sendo que o mesmo é entregue ao remetente, que o enviará ao destinatário, no lugar de destino. A sua falta não prejudica a existência ou eficácia do contrato. + OBS: trata de título de crédito, a responsabilidade do transportador é limitada ao valor expresso no conhecimento (CC, 750). OBRIGAÇÃO DO REMETENTE ● Entregar a mercadoria para o transportador; ● Pagar o frete ● Acondicionar devidamente a mercadoria, sob pena de não receber indenização por avaria (coisa lacrada); ● Declarar a natureza e o valor da coisa; ● Correr os riscos pelo fortuito ou força maior; ● Responder pelosprejuízos causados às demais mercadorias transportadas (caso de acondicionamento errado). DIREITOS DO REMETENTE ● Variar a destinação (CC, 748); ● É direito do remetente expedir contraordem, obstando o transporte, até a tradição da coisa. Poderá desistir do transporte ou ordenar seja entregue a carga a outro destinatário, pagando as despesas e perdas e danos que essa ordem acarretar. ● Receber indenização por furto, perda ou avaria. DIREITOS DO TRANSPORTADOR ● Reter a coisa até o recebimento do frete; ● Reajustar o valor do frete; ● Recorrer ao serviço de outros transportadores; ● Ser indenizado no prejuízo que sofrer no caso de informação falsa contida no conhecimento; ● Recusar a coisa cujo transporte não seja permitido ou desacompanhada dos documentos exigidos por lei; OBRIGAÇÕES DO TRANSPORTADOR ● Receber e transportar a coisa no tempo e para o local ajustado, (CC, 749); ● Transportar com diligência (cláusula de incolumidade tácita, CC, 734); ● Expedir conhecimento de frete; ● Seguir o itinerário ajustado; ● Aceitar variação de destinação; ● Responsabilidade por furto, perda ou avaria (excludente: fortuito ou força maior e seguro de responsabilidade); ● Entregar a coisa transportada; ● Solicitar informações ao remetente; ● Informar se vier a depositar a coisa ou vendê-la, (CC, 753, §§ 1º a 3º); ● Depositar ou vender a coisa, para garantir sua incolumidade ou para evitar a perda de substância da coisa transportada (CC, 755); ● Avisar o destinatário ou entregar a ele em domicílio se houver disposição contratual neste sentido, (CC, 752). DEVERES DO DESTINATÁRIO ● Entregar o conhecimento ao transportador; ● Pagar o frete (se convencionado o pagamento na retirada); ● Pagar taxa de armazenamento.
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