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Indaial – 2020 Teoria e Técnica em relações Públicas Prof.a Carolina Neotti 1a Edição Copyright © UNIASSELVI 2020 Elaboração: Prof.a Carolina Neotti Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. Impresso por: N438t Neotti, Carolina Teoria e técnica em relações públicas. / Carolina Neotti. – Indaial: UNIASSELVI, 2020. 165 p.; il. ISBN 978-65-5663-211-7 ISBN Digital 978-65-5663-212-4 1. Relações públicas. – Brasil. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. CDD 659.2 aPresenTação A comunicação existe desde a história da humanidade. Ao longo dos tempos, a comunicação evoluiu paralelamente com o homem até os dias atuais e continua a mudar constantemente. Com o advento da modernidade e da era da industrialização, a comunicação se tornou cada vez mais profissional. O início da profissionalização das áreas de comunicação social, relações públicas, publicidade e propaganda, jornalismo e outras, como marketing e administração, teve seu surgimento e/ou aceleração nesse período. Entenderemos, nesta disciplina, o surgimento das relações públicas para compreender seus conceitos e suas definições. Os conhecimentos essenciais que compõem a sua formação serão apresentados na teoria e nas técnicas da profissão e você encontrará um panorama geral do mercado atualmente e as possibilidades de atuação profissional. Na Unidade 1, iniciaremos com uma noção geral da natureza e dos conceitos de relações públicas, passando pelo histórico do nascimento da profissão até os dias atuais. Entenderemos também as áreas de concentração da comunicação social com abordagem em publicidade e propaganda e no jornalismo, compreendendo todas as áreas e as definições e diferenças entre elas. Apresentaremos os conceitos gerais, dos processos e instrumentos da profissão, bem como abordaremos a comunicação em tempos de crise, tema tão atual e crescente na área de atuação. Trataremos da relação das atividades de comunicação com as classes sociais, afinal, as atividades de relações públicas precisam se comunicar com distintos grupos sociais, com gostos, preferências e atitudes diferenciados. Assim, conheceremos também como a comunicação e as organizações precisam interagir com os vários públicos, entendendo o conceito, a classificação e influência de cada público. As Unidades 2 e 3 estão voltadas para os aspectos de mercado da profissão. Assim, apresentaremos um panorama da profissão e das atividades desenvolvidas e suas diversas áreas de atuação. Abordaremos a comunicação organizacional e as agências de comunicação, compreendendo esses cenários, os conceitos e as possibilidades desses campos profissionais. Também traremos um panorama geral do cenário de mercado atual da profissão, com abordagem de profissionais atuantes no mercado, além da teoria e prática. Por fim, você poderá estudar alguns cases de sucesso. Tudo isso, para que você tenha um conhecimento geral sobre a futura profissão que está se formando e as diversas possibilidades de atuação desse mercado fascinante e em ascensão. Bons estudos! Prof.a Carolina Neotti Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! NOTA Olá acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você e dinamizar ainda mais os seus estudos, a Uniasselvi disponibiliza materiais que possuem o código QR Code, que é um código que permite que você acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar mais essa facilidade para aprimorar seus estudos! UNI Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela um novo conhecimento. Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento. Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo. Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada! LEMBRETE sumário UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS RELAÇÕES PÚBLICAS ...................................................................1 TÓPICO 1 — NATUREZA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS .............................................................. 3 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3 2 DEFINIÇÃO DE RELAÇÕES PÚBLICAS....................................................................................... 3 3 BREVE HISTÓRICO DAS RELAÇÕES PÚBLICAS ..................................................................... 5 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 9 4 HISTÓRIA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS NO BRASIL ............................................................. 13 5 BREVE HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DO ENSINO DE COMUNICAÇÃO NO BRASIL ........21 6 ÁREAS DE CONCENTRAÇÃO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL ........................................... 22 7 DEFINIÇÃO E DIFERENÇAS ENTRE PUBLICIDADE E PROPAGANDA .......................... 24 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 30 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 33 TÓPICO 2 — CONCEITOS GERAIS ................................................................................................ 35 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 35 2 SÍMBOLO DA PROFISSÃO ............................................................................................................ 35 3 NOÇÕES DOS PROCESSOS DE RP ............................................................................................. 36 4 CONDIÇÕES PARA A COMUNICAÇÃO EM TEMPO DE CRISE ........................................ 42 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 45 AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................47 TÓPICO 3 — CLASSES SOCIAIS E COMUNICAÇÃO ............................................................... 49 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 49 2 CONCEITOS ....................................................................................................................................... 49 3 ABORDAGENS PARA IDENTIFICAÇÃO DAS CLASSES SOCIAIS ................................... 50 4 FUNÇÃO DAS CLASSES SOCIAIS PARA A COMUNICAÇÃO SOCIAL ........................... 50 5 CARACTERÍSTICAS QUE IMPACTAM A EFETIVIDADE DA COMUNICAÇÃO E AS CLASSES SOCIAIS ................................................................................................................. 51 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 53 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 54 TÓPICO 4 — PÚBLICO EM RELAÇÕES PÚBLICAS ................................................................... 55 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 55 2 DEFINIÇÃO DE PÚBLICO ............................................................................................................. 55 3 CLASSIFICAÇÃO DOS PÚBLICOS .............................................................................................. 56 4 INFLUÊNCIA DOS GRUPOS SOCIAIS ....................................................................................... 56 5 RELAÇÕES COM DIVERSOS PÚBLICOS (STAKEHOLDER, COMUNIDADE, SOCIEDADE, INVESTIDORES) ................................................................................................... 57 RESUMO DO TÓPICO 4..................................................................................................................... 59 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 60 UNIDADE 2 — O MERCADO DAS RELAÇÕES PÚBLICAS .................................................................61 TÓPICO 1 — O MERCADO DE RELAÇÕES PÚBLICAS ............................................................ 63 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 63 2 ÁREAS DE ATUAÇÃO ..................................................................................................................... 63 2.1 FUNÇÕES NA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA ............................................................... 65 RESUMO DO TÓPICO 1..................................................................................................................... 66 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 67 TÓPICO 2 — COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL ............................................................... 69 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................. 69 2 COMUNICAÇÃO INTERNA X ENDOMARKETING .............................................................. 71 2.1 BRANDING INSTITUCIONAL ................................................................................................. 75 RESUMO DO TÓPICO 2..................................................................................................................... 81 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 83 TÓPICO 3 — ESTRUTURA DA ÁREA NO MEIO CORPORATIVO ........................................ 85 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 85 2 DEFINIÇÃO ....................................................................................................................................... 85 2.1 FUNÇÕES DO PROFISSIONAL ............................................................................................... 85 2.2 ESTRUTURA ADEQUADA ....................................................................................................... 89 2.3 PRINCIPAIS ATIVIDADES ......................................................................................................... 92 RESUMO DO TÓPICO 3..................................................................................................................... 95 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................. 96 TÓPICO 4 — AGÊNCIA DE COMUNICAÇÃO ............................................................................ 97 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 97 2 DEFINIÇÃO DE AGÊNCIA E SEUS FOCOS DE ATUAÇÃO (ENDOMARKETING, MÍDIAS SOCIAIS, PUBLICIDADE, RP, EVENTOS) ................................................................ 97 3 FUNÇÕES DE UMA AGÊNCIA ................................................................................................... 102 3.1 ESTRUTURA DE UMA AGÊNCIA ........................................................................................ 105 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 107 RESUMO DO TÓPICO 4................................................................................................................... 109 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 110 UNIDADE 3 — CENÁRIO ATUAL DO MERCADO .................................................................. 111 TÓPICO 1 — PERFIL DO PROFISSIONAL DE RP ..................................................................... 113 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................................... 113 2 PERFIL DO PROFISSIONAL DE RELAÇÕES PÚBLICAS ..................................................... 113 2.1 PRINCIPAIS ATUAÇÕES .......................................................................................................... 115 2.2 PROFISSIONAIS EM ATIVIDADE .......................................................................................... 122 RESUMO DO TÓPICO 1................................................................................................................... 124 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 126 TÓPICO 2 — COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS .................................................................... 127 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................ 127 2 COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS .......................................................................................... 127 2.1 COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS DO PROFISSIONAL DE RP ...................................... 128 3 DESENVOLVIMENTO DA VISÃO FUTURA DA PROFISSÃO .......................................... 131 RESUMO DO TÓPICO 2................................................................................................................... 135 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 137 TÓPICO 3 — CASES DE SUCESSO ............................................................................................... 139 1 INTRODUÇÃO............................................................................................................................... 139 2 RELATO DE CASES DA ÁREA .................................................................................................... 139 2.1 PRÊMIO ABERJE ........................................................................................................................ 147 LEITURA COMPLEMENTAR .......................................................................................................... 152 RESUMO DO TÓPICO 3................................................................................................................... 158 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................ 159 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 161 1 UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS RELAÇÕES PÚBLICAS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • apresentar a definição de relações públicas enquanto processo, atividade e profissão; • repassar o histórico desde o surgimento das relações públicas pelo mundo e Brasil, passando pela área de ensino e mercado; • proporcionar uma visão geral das principais áreas de concentração de comunicação social; • mostrar o símbolo da profissão; • conceituar os processos e os instrumentos de RP; • apresentar o posicionamento da comunicação em tempo de crise; • entender as classes sociais e seu papel na comunicação; • esclarecer o que são públicos em relações públicas e seus impactos para a profissão. Esta unidade está dividida em quatro tópicos. No decorrer da unidade, você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado. TÓPICO 1 – NATUREZA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS TÓPICO 2 – CONCEITOS GERAIS TÓPICO 3 – CLASSES SOCIAIS E COMUNICAÇÃO TÓPICO 4 – PÚBLICO EM RELAÇÕES PÚBLICAS Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações. CHAMADA 2 3 TÓPICO 1 — UNIDADE 1 NATUREZA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS 1 INTRODUÇÃO Veja a afirmação, a seguir, datada de 1938, há mais de 80 anos: Toda gente está falando de relações públicas. Porém, ninguém parece saber demasiado acerca da significação do termo. Hoje, relações públicas são uma miscelânea de ideias e atividades (HARLOW, 1938 apud ANDRADE, 1993, p. 33). Será que a afirmação continua atual? Diríamos que, na prática, não há dúvidas sobre a importância e diferença do papel das relações públicas, mas, na teoria, a questão de não ficar clara uma única definição para as relações públicas não se dá pela escassez, mas pela quantidade de atividades e saber da profissão. Diante da existência de inúmeras definições para relações públicas, fica difícil tirar uma única que expresse uma definição específica. Encontramos muitas teorias, ora falando da ontologia (o ser), ora falando da deontologia (o fazer). Talvez, isso se dê pelo fato de muitos autores não se preocuparem em determinar se estão se referindo à atividade, ao processo, ao cargo ou ao profissional. Portanto, seu conceito se torna oscilante. 2 DEFINIÇÃO DE RELAÇÕES PÚBLICAS Há numerosas definições de relações públicas, muitas das quais tão gerais e vagas que pouco significam para o leitor, que procura uma definição específica e descritiva da matéria. Todavia, a semântica, disciplina que estuda os significados das palavras, menciona que todos os vocábulos são polissêmicos. As relações públicas não fogem à regra. A definição oficial, usada em nosso país de relações públicas, foi estipulada pela Associação Brasileira de Relações Públicas - ABRP, em 14 de fevereiro de 1955. A ABRP é a entidade mais antiga de RP no país, fundada em 21 de julho de 1954, que tem, como objetivo, a valorização, em todo o país, das ideias, objetivos e práticas que constituem os serviços ou atividades de relações públicas. UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS RELAÇÕES PÚBLICAS 4 Entende-se, por relações públicas, o esforço deliberado, planificado, coeso e contínuo da alta administração para estabelecer e manter uma compreensão mútua entre uma organização pública ou privada e seu pessoal, assim como entre essa organização e todos os grupos aos quais está ligada direta ou indiretamente (ANDRADE, 1983, p. 45). Esse conceito traduz o profissional ou a profissão, que, por fim, levam o mesmo nome, sendo embasado e bonito de ser lido. Contudo, continua difícil entender ou explicar, em poucas palavras, o que são as relações públicas. Mario de Miranda Quintana foi um poeta, tradutor e jornalista brasileiro que nasceu na cidade de Alegrete, Rio Grande do Sul, em 1906. Trabalhou, também, como tradutor de importantes obras literárias, e escrevia sobre as coisas simples da vida. É essencial uma citação de Mario Quintana (1997), na sua obra Confidências Espirituais, o anjo, ser intermediário entre o céu e a terra, uma espécie de relações públicas de nosso senhor. A citação um pouco mitológica, define relações públicas como um profissional conector estratégico da pessoa, empresa ou instituição, responsável por pensar maneiras de integrar as esferas dos extremos (os públicos). Como esse profissional faz essa integração, nada mais é que a diversidade de atividades que contempla a profissão, sempre com o objetivo de elevar a boa reputação. Exemplos de algumas atividades: assessoria de imprensa; comunicação institucional; eventos; gestão de crise; gestão de sustentabilidade; marketing de relacionamento; marketing pessoal; mídias e redes sociais; pesquisa de opinião; projetos sociais; relações com diversos públicos de uma instituição; endomarketing e comunicação interna; relações governamentais etc. Resumindo, o profissional integra a tríade de Comunicação Social (englobando o Jornalismo e a Publicidade), e tem, como objetivo, a estratégia do posicionamento das empresas no mercado e perante os diversos públicos. Sua atuação propaga a imagem, a reputação, a percepção da marca e a cultura de uma empresa. Na era digital, isso ganha mais relevância e se torna mais complexo, pois é necessário estar atento à pluralidade de vozes, agora, também digitais. O que não falamos até momento é que, entre as profissões de Comunicação Social (Jornalismo e Publicidade), relações públicas é a única regulamentada por lei. No Brasil, a atividade de relações públicas é regulamentada desde 1969, e exige registro no Conselho Regional do Estado. Veremos a regulamentação e leis no próximo tópico, no decorrer da história da profissão. TÓPICO 1 — NATUREZA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS 5 3 BREVE HISTÓRICO DAS RELAÇÕES PÚBLICAS A atividade de relações públicas é tão antiga quanto o mundo. Contudo, apesar de existir desde os primórdios, acompanhando reinados e impérios, a atividade tomou um formato e ganhou nomenclatura a partir da ideia inicial de Ivy Lee, em 1906. Como sendo a sua primeira providência, dispensar todos os seguranças que davam proteção à família Rockfeller, em seguida, abrir a empresa para a imprensa, para os líderes comunitários e o governo. A autora faz críticas à postura adotada por Ivy Lee, afirmando que sua atividade foi meramente capitalista e de interesse político. O escritório de Lee foi precursor em fornecer, à imprensa, releases, ou melhor, notícias empresariais a serem divulgadas jornalisticamente sem serem pagas, caso fosse de interesse do veículo de comunicação. Embora alguns autores considerem Ivy Lee como o verdadeiro fundador das relações públicas, é consenso, também, que o início da profissão em escala aconteceu quando William H. Vanderbilt, filho de Comodoro Cornelius Vanderbilt, empresáriode estradas de ferro, pronunciou a famosa expressão The public be damned (O público que se dane). Vanderbilt, diante do descrédito que sua declaração produziu, tentou desmenti-la, em entrevista posterior ao “New York Times”. Dos Estados Unidos, as atividades de relações públicas foram, sucessivamente, para o Canadá (1940), França (1946), Holanda (1946), Inglaterra (1948) e Noruega (1949). Posteriormente, foram implantadas, também, na Bélgica, Suécia, Finlândia e Itália, e tiveram início a partir de 1950. Na Europa, as relações públicas chegaram com um retardo de 15-20 anos depois da América do Norte. A Europa vivia uma época de reconstrução durante o pós-guerra. As indústrias estavam em pleno crescimento e, justamente, pelas relações públicas serem uma atividade característica do capitalismo até então, firmou-se, primeiramente, nos países mais desenvolvidos econômica e industrialmente. Provavelmente, o primeiro país europeu a fazer relações públicas foi a Grã- Bretanha, pelo idioma, e, na época, facilidade de leitura dos textos americanos. Também na Grã-Bretanha, no ano de 1948, que foi fundada a Associação Internacional de Relações Públicas, com sede em Londres. 43 anos mais tarde, em 1993, possuía mais de 3000 associados. Para Andrade (1993), inegavelmente, o maior progresso das relações públicas, na Grã-Bretanha, repousa no campo governamental, destacando-se, como pioneiras, as grandes indústrias de mineração, a Ford Inglesa e a Unilever. UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS RELAÇÕES PÚBLICAS 6 Na França, H. Verdier, em sua obra Les Relations Publiques, explica que as relações públicas chegaram em terras francesas em junho de 1946, quando, vindo dos Estados Unidos, um conferencista provocou o aparecimento de alguns veículos de comunicação que se diferenciavam do aspecto publicitário (ANDRADE, 1993). No ano de 1950, era fundado o Club de La Maison de Verre, que foi o primeiro agrupamento de especialistas das relações públicas. Em 1954, surgiu a Associação Francesa de Relações Públicas (AFREP). Essa associação, cinco anos após a sua fundação, contava com 250 membros, e possuía um Código Profissional de Relações Públicas aprovado pela Federação de Imprensa e pela Federação de Propaganda. Na área empresarial, contribuíram muito, para o desenvolvimento das relações públicas na França, empresas como Air France, Astra, SGHP etc. Andrade (1993) cita que, na Bélgica, as relações públicas se desenvolveram depois da publicação do livro de Eric Cypres, intitulado Precis de Relactions Publiques, que teve boa repercussão não só na Bélgica, mas em toda a Europa Ocidental. Afirma, ainda, que “desde 1952, existe, em Bruxelas, o Centro Belga de Relações Públicas, que edita um periódico especializado em três idiomas: francês, flamengo e holandês” (ANDRADE, 1993, p. 63). Na Hungria, as relações públicas tomaram impulso após a realização do Seminário Reed de Relações Públicas, em 1972. Dois anos mais tarde, em 1974, foi feito o primeiro hino das relações pública, de autoria do professor Endre Marinovich, que havia alcançado o título de Doutor em Relações Públicas pela Universidade de Budapeste. Andrade (1993) explica que, na capital sueca, em 1993, existia uma firma de relações públicas especializada na promoção de campanhas norte-americanas e inglesas que atuava sob denominação de Public Relations A. B. Inc., mas não foi encontrado nenhum dado que confirme a existência dessa empresa nos atuais dias. Mais ao sul da Europa, encontra-se a Itália. Nesse país, não se sabe, com exatidão, o ano da introdução das relações públicas, pois não se tem documento oficial de registro. Esses dados são genéricos, vários autores datam seu início em torno do fim dos anos 50 ou início de 1951. Uma época em que a Itália se recuperava do pós-guerra e as empresas estavam em desenvolvimento econômico e, principalmente, produtivo. Enfim, um número considerável de empresas diz ter havido instituído as relações públicas no próprio âmbito, naqueles anos que vão de 1945 a 1950, e que significam que as empresas tenham instituído tal serviço simultâneo com aqueles anos de maior entusiasmo e de maior fervor da reconstrução (ROGGERO, 1985, p. 58). O primeiro registro documental que se tem, na Itália, é de 1945, assim, foi oficializada a profissão, após a abertura de sindicatos e associações de relações públicas. Roggero (1985, p. 59) afirma: TÓPICO 1 — NATUREZA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS 7 O mérito da introdução das relações públicas na Itália, de forma organizada e oficial, foi, com toda probabilidade, escrito na Associação Italiana de Relações Públicas (fixada em Roma em 1954) e no Instituto Italiano de Relações Públicas, nascido em Milão, no ano de 1952. Foram essas duas instituições italianas que reuniram pessoas interessadas nessa área, como jornalistas, publicitários, homens da imprensa e grandes empresários, criando um ponto de partida para esse novo campo de atuação. Essas associações tinham, também, como finalidades, estudar e divulgar as relações públicas na Itália para todos os interessados. A AIRP e a IRP aceitam inscrições não só de profissionais de relações públicas, mas também de simpatizantes e estudiosos que não exercem a profissão. A Associação Italiana de Relações Públicas – AIRP cita, como sendo o precursor e pai das RPs italianas, o secretário da AIRP, Guido de Rossi Del Lion Nero, de Roma. Outro grande colaborador é Roberto Tremelloni, ministro social democrático de finanças e um dos fundadores e presidente do Instituto de Relações Públicas. Exerceu, por muitos anos, trabalhos públicos para o Ministério. Em 1956, foi fundado o Sindicato de Profissionais de Relações Públicas. Dois anos mais tarde, em 1967, foi fundada a Federação Italiana Especializada em Relações Públicas – FIERP, que teve a fusão com a FIRP em 1970, fundando, assim, a Federação de Relações Públicas Italianas – FERPI, da qual Alvise Barison foi o cofundador. A Federação de Relações Públicas Italianas – FERPI tinha, e ainda tem, como objetivo, difundir a cultura de comunicação empresarial e das relações públicas na Itália. Vale ressaltar que, na Itália a profissão de relações públicas não possui regulamentação. Talvez isso ocorra por culpa dos próprios profissionais que exercem as relações públicas, pois muitos não se preocupam em regulamentar essa profissão. Barrile (2002), responsável pela gestão e negócios da agência de relações públicas Brouder Image Time de Roma, acredita que é bom não ter a regulamentação, porque, assim, quem pratica a atividade são pessoas que têm, realmente, a eficiência para o negócio: É como um jogador de futebol que não tem a formação universitária, mas tem o dom para jogar. O Ronaldinho, por exemplo, tem muita habilidade e nenhuma formação universitária para exercer sua profissão. Com as relações públicas, ocorre o mesmo, porém, é o mercado que seleciona quem tem a habilidade ou não para o negócio (BARRILE, 2002 apud NEOTTI, 2002, p. 20). Thomas (2002) fez quatro anos de relações públicas na Hill & Knowlton Gaia, e discorda em termos: UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS RELAÇÕES PÚBLICAS 8 É justo ter regulamentação, porque se você vai ao médico e este não tem formação, não tem diploma que é realmente médico, você não vai acreditar nele. Se a profissão tem regulamentação, você sabe que ele tem o conhecimento do assunto, tem a técnica (THOMAS, 2002 apud NEOTTI, 2002, p. 21). Porém, concorda que, na profissão de relações públicas, é diferente quando afirma que: Para fazer relações públicas, tem que ter habilidade. Não adianta estudar um tempo, fazer Master etc. se não tiver a habilidade. Só a técnica não basta. Porém, quemfaz essa seleção é o mercado. É uma seleção natural (THOMAS, 2002, p. 53). Anteri (2002), profissional que exerce suas atividades de relações públicas em Perugia, cidade da província da Umbria, também afirma que de nada adianta a regulamentação da profissão, pois, além do diploma, é preciso ter habilidade. É o mercado quem peneira os que têm a eficiência para o negócio, segundo ele (ANTERI, 2002 apud NEOTTI, 2002). Analisando a opinião desses profissionais que exercem suas atividades de relações públicas, identificamos alguns pontos em comum. Esses profissionais concordam, entre si, que quem exerce as atividades de relações públicas deve ter dom, habilidade, não, necessariamente, a graduação. Na opinião desses profissionais, não é a formação universitária que leva à eficiência nas atividades, a universidade passa o conhecimento teórico, a técnica, mas, a prática é que demonstra a eficiência do profissional. 9 No Brasil, a profissão é regulamentada há mais de meio século. Em 11 de dezembro de 1967, foi aprovado o Regulamento da Profissão de Relações Públicas sob a Lei nᵒ 5377. O Decreto nᵒ 63.283, de 26 de setembro de 1968, que trata da regulamentação, pode ser visto na íntegra na leitura complementar a seguir: DECRETO Nᵒ 63.283, DE 26 DE SETEMBRO DE 1968 Aprova o Regulamento da Profissão de Relações Públicas de que trata a Lei nᵒ 5.377, de 11 de dezembro de 1967. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando da atribuição que lhe confere o Artigo 83, item II, da Constituição, e tendo em vista o que determina a Lei nᵒ 5.377, de 11 de dezembro de 1967, decreta: Art. 1ᵒ. Fica aprovado o Regulamento que disciplina o exercício da Profissão de Relações Públicas e sua fiscalização, anexo ao presente Decreto assinado pelo Ministro do Trabalho e Previdência Social. Art. 2ᵒ. Este Decreto entrará em vigor na data da sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Brasília, 26 de setembro de 1968; 147ᵒ da Independência e 80ᵒ da República. A. COSTA E SILVA Jarbas G. Passarinho REGULAMENTO DA LEI Nᵒ 5.377, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1967, QUE DISCIPLINA O EXERCÍCIO PROFISSIONAL DE RELAÇÕES PÚBLICAS. TÍTULO I Da Profissão de Relações Públicas CAPÍTULO I Do Profissional de Relações Públicas Art. 1ᵒ. A atividade e o esforço deliberado, planificado e contínuo para esclarecer e manter compreensão mútua entre uma instituição pública ou privada, grupos e pessoas a que esteja direta ou indiretamente ligada, constituem o objeto geral da profissão liberal ou assalariada de Relações Públicas. Art. 2ᵒ. A designação de Profissional de Relações Públicas e o exercício das respectivas atividades passam a ser privativos: a) dos que, a partir da vigência da presente lei, venham a ser diplomados em Cursos de Relações Públicas, de nível superior, reconhecidos pelo Conselho Federal de Educação; LEITURA COMPLEMENTAR UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS RELAÇÕES PÚBLICAS 10 b) dos que, antes da vigência da presente lei, sendo possuidores de diplomas de nível universitário, tenham concluído cursos regulares de Relações Públicas em estabelecimentos de ensino, cujos currículos venham a ser homologados pelo Conselho Federal de Educação; c) dos diplomados no Exterior em cursos regulares de Relações Públicas, após a revalidação do diploma nos termos da legislação vigente, e ressalvados os amparados através de convênios. CAPÍTULO II Do campo e da atividade profissional Art. 3ᵒ. A profissão de Relações Públicas, observadas as condições previstas neste Regulamento, poderá ser exercida como atividade liberal assalariada ou de magistério, nas entidades de direito público ou privado, tendo, por fim, o estudo ou aplicação de técnicas de política social destinada à intercomunicação de indivíduos, instituições ou coletividade. Art. 4ᵒ. Consideram-se atividades específicas de Relações Públicas as que dizem respeito: a) à orientação de dirigentes de instituições públicas ou privadas na formulação de políticas de Relações Públicas; b) à promoção de maior integração da instituição na comunidade; c) à informação e à orientação da opinião sobre objetivos elevados de uma instituição; d) ao assessoramento na solução de problemas institucionais que influam na posição da entidade perante a opinião pública; e) ao planejamento e execução de campanhas de opinião pública; f) à consultoria externa de Relações Públicas com dirigentes de instituições; g) ao ensino de disciplinas específicas ou de técnicas de Relações Públicas, oficialmente estabelecido. CAPÍTULO III Do exercício profissional Art. 5ᵒ. O exercício em órgãos da administração pública, em entidades privadas ou de economia mista de cargos, empregos ou funções, ainda que de direção, chefia, assessoramento, secretariado e de magistério, cujas atribuições envolvam, principalmente, conhecimentos inerentes às técnicas de Relações Públicas, é privativo do profissional dessa especialidade, devidamente registrado no Ministério do Trabalho e Previdência Social. § 1ᵒ A apresentação de diploma de Relações Públicas, embora passe a ser obrigatória para o provimento de cargo público federal, estadual ou municipal, da administração direta ou indireta, não dispensa a prestação de concurso, quando a lei exige. TÓPICO 1 — NATUREZA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS 11 § 2ᵒ O disposto in fine neste artigo se aplica, por igual, aos profissionais liberais e aos que exercem a atividade em Escritórios, Consultorias ou Agências de Relações Públicas legalmente autorizados a funcionar no país. § 3ᵒ A falta de registro profissional torna ilegal o exercício da profissão de Relações Públicas. TÍTULO II Da organização profissional CAPÍTULO I Do registro profissional Art. 6ᵒ. A inscrição profissional de Relações Públicas será feita pelo Serviço de Identificação Profissional do Ministério do Trabalho e Previdência Social, mediante a apresentação de títulos, diplomas ou certificados registrados pelo Ministério da Educação e Cultura para as hipóteses das alíneas "a", "b" e "c" do Art. 2ᵒ. § 1ᵒ No caso do Art. 13, o registro profissional fica condicionado à apresentação de Carteira Profissional , comprovante de recebimento salarial, ou, ainda, de declaração do empregador de que o interessado exerce a atividade em caráter principal ou permanente, para os profissionais sujeitos ao regime da Consolidação das Leis do Trabalho. § 2ᵒ Em se tratando de funcionário público, autárquico ou de sociedade de economia mista, será necessária a apresentação de título de nomeação, portaria ou ato oficial devidamente averbado ou, ainda, declaração formal de Diretor ou Chefe de Serviço de Pessoal, de que o interessado exerce a atividade, em caráter principal ou permanente, em setor especializado em Relações Públicas. § 3ᵒ Para os profissionais liberais que exerçam a atividade individualmente ou em Escritórios, Agências ou Consultorias, ainda, em funções de magistério, será necessária a apresentação de documentos comprobatórios que atestem a realização de trabalhos definidos no Art. 4ᵒ deste Regulamento. Art. 7ᵒ. Nos casos dos parágrafos do artigo anterior, será sempre necessária a comprovação do exercício profissional pelo prazo mínimo de 24 (vinte e quatro) meses anteriores à vigência desta lei. Art. 8ᵒ. Do competente livro de registro deverão constar, obrigatoriamente: a) denominação do estabelecimento de ensino em que se diplomou o interessado; b) número de registro no Ministério da Educação e Cultura; c) indicação do dispositivo deste Regulamento que fundamentou o pedido de inscrição, em se tratando de não diplomados. UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS RELAÇÕES PÚBLICAS 12 CAPÍTULO II Da carteira profissional Art. 9ᵒ. A todo profissional, registrado na forma deste Regulamento,o Ministério do Trabalho e Previdência Social fornecerá Carteira Profissional, de acordo com o modelo em uso, na qual deverá ser anotado o número da respectiva inscrição no setor competente desse órgão. CAPÍTULO III Da jurisdição Art. 10. Os portadores da Carteira Profissional de Relações Públicas poderão desempenhar suas atividades no Distrito Federal, Territórios, Estados e Municípios, quer em caráter liberal quer assalariado. Art. 11. A fiscalização do exercício da Profissão de Relações Públicas, em todo o território nacional, será feita pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social, ao qual compete: a) propugnar por uma adequada compreensão dos problemas de Relações Públicas e sua racional solução; b) orientar e disciplinar o exercício da Profissão de Relações Públicas, sem prejuízo da competência específica do Ministério da Educação e Cultura; c) dirimir as dúvidas suscitadas pelo exercício da Profissão de Relações Públicas, e por esse regulamento em decorrência de casos omissos. CAPÍTULO I Dos praticantes Art. 12. No caso de insuficiência de Profissionais de Relações Públicas, comprovada por falta de inscrição em recrutamento ou seleção pública, poderão, os órgãos públicos, como quaisquer empresas privadas, solicitar, ao Ministério do Trabalho e Previdência Social, licença para o exercício dessa Profissão por pessoa conhecedora ou praticante dos métodos de Relações Públicas, portadora de diploma de curso superior. Art. 13. O disposto no caput do Art. 2ᵒ se aplica, também, aos que comprovarem o exercício de atividade de Relações Públicas, em caráter principal ou permanente, pelo prazo mínimo de 24 (vinte e quatro) meses até 12 de dezembro de 1967 e, a qualquer tempo, a qualidade de sócios titulares da Associação Brasileira de Relações Públicas - ABRP por idêntico período. Art. 14. As exigências do Art. 5ᵒ não prejudicarão a situação dos atuais ocupantes de cargos, empregos e funções da espécie, no Serviço Público e nas entidades privadas, enquanto exercerem. TÓPICO 1 — NATUREZA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS 13 Art. 15. O presente Regulamento entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário. Brasília, 26 de setembro de 1968. JARBAS G. PASSARINHO Este texto não substitui o original publicado no Diário Oficial da União - Seção 1 de 26/09/1968 FONTE: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1950-1969/D63283.htm#:~:text=DECRETO%20 No%2063.283%2C%20DE,11%20de%20dezembro%20de%201967>. Acesso em: 25 abr. 2020. 4 HISTÓRIA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS NO BRASIL Os textos sobre a história de relações públicas no Brasil mencionam que a atividade ganha impulso na década de 1950, justamente, com o crescimento da industrialização a partir de 1930, pelo então Presidente da República Getúlio Vargas. Porém, os primórdios das relações públicas estão na fundação do serviço de atendimento ao público e à imprensa da empresa multinacional de energia The São Paulo Tramway Light and Power Co. Limited, conhecida, apenas, como Light, em 1914, criada por Eduardo Pinheiro Lobo (conhecido como o pai das relações públicas no Brasil). É importante frisar que a profissão de relações públicas tem seus fundamentos ligados ao fenômeno da opinião pública. Somente numa sociedade democrática, onde a opinião pública assume papel preponderante no processo político, haverá a devida importância à atividade profissional das relações públicas. Necessariamente, numa democracia, há que se estabelecer o diálogo, o consenso, a ausculta aos diversos grupos e movimentos sociais. Essa afirmação foi feita em 2008, quando a internet ainda não tinha a relevância como se tem hoje, e não se tinham as redes sociais, nas quais todos podem ser vistos e ouvidos, e a opinião pública não pode mais ser dimensionada, tornando-se sem fronteiras e ganhando relevância e destaques inimagináveis. Contudo, falaremos dessa importância um pouco mais à frente. Ainda sobre o surgimento da profissão de relações públicas no nosso país, na época do seu surgimento, eram exigidos, na constituição empresarial do momento, profissionais com domínio das técnicas e dos processos de comunicação. Assim, amplia-se, no país, o interesse de profissionais de várias áreas por essa novidade. Em 21 de julho de 1954, na cidade de São Paulo, surge, então, a Associação Brasileira de Relações Públicas - ABRP, tendo, como seu primeiro presidente, Hugo Barbieri. UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS RELAÇÕES PÚBLICAS 14 As finalidades da ABRP, expressas nos seus primeiros estatutos, eram: a) congregar todos os profissionais, estudiosos e entidades cujas atividades sejam ligadas a relações públicas; b) tornar conhecida, apreciada e respeitada a atividade profissional de relações públicas; c) proporcionar o aperfeiçoamento profissional de seus associados e das pessoas que desejarem se dedicar a relações públicas, promovendo cursos, palestras, congressos etc.; d) pugnar pelo reconhecimento, oficialização e regulamentação da profissão de relações públicas e de cursos de formação profissional (GURGEL, 1985, p. 35). A ABRP passa a promover vários encontros, publicações e cursos na área. Mais tarde, também em São Paulo, em 1967, surge, oficialmente, o primeiro curso de Relações Públicas do Brasil. No mesmo ano, no Rio de Janeiro, aconteceu o IV Congresso Mundial de Relações Públicas (ano da lei que regulamenta a profissão, decretada um ano depois, em 1968). Assim, o Brasil se torna o primeiro país do mundo a apresentar uma legislação do tipo para a área. Logo depois, em maio de 1971, nasce, oficialmente, o Sistema CONFERP, uma autarquia federal, composta pelo Conselho Federal de Relações Públicas e, atualmente, seis Conselhos Regionais de Relações Públicas - CONRERP, responsáveis por diferentes estados. A criação do CONFERP aconteceu por meio do Decreto-Lei n° 860, de 11 de setembro de 1969, e sua instalação foi efetivada a partir da publicação do Decreto n° 68.582, de 04 de maio de 1971 (CORERP, 2020). No Decreto n° 68.582, encontramos a finalidade do sistema, que foi acolhida pelo seu regimento interno: Art. 3ᵒ – A coordenação, fiscalização e disciplinamento do exercício da profissão de Relações Públicas, criada pela Lei nᵒ 5.377, de 11 de dezembro de 1967, serão exercidos, em todo o território nacional, pelo Sistema CONFERP, na forma do Decreto-Lei nᵒ 860, de 11 de setembro de 1969, das Resoluções do CONFERP e desse Regimento (CORERP, 2020, s.p.). A seguir, listaremos os principais objetivos: O Art. 4ᵒ do Regimento Interno determina: Art. 4ᵒ – O Conselho Federal é o órgão normativo, gestor e, em casos de julgamento dos recursos das decisões dos Conselhos Regionais, é o tribunal de instância final administrativa do Sistema CONFERP e, nos termos do Art. 2ᵒ do Decreto-Lei nᵒ 860, de 11 de setembro de 1969, tem, por finalidade:ᵒᵒ I – Instalar Conselhos Regionais mediante proposta de um de seus membros ou de Conselhos Regionais, nos termos de decisões emanadas da Diretoria-Executiva de que trata o Art. 12, inciso II desse Regimento. IMPORTANT E TÓPICO 1 — NATUREZA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS 15 II – Propugnar por uma acertada compreensão dos problemas de Relações Públicas e sua adequada solução, especialmente quanto a: fazer a interface entre os poderes constituídos, com os objetivos de identificar os problemas e definir os rumos para sua solução; acompanhar a graduação dos alunos dos cursos de Relações Públicas, notificando a autoridade governamental competente sobre quaisquer desvios praticados pelas Instituições de Ensino Superior, mediante representação do Conselho Regional; participar de reuniões de grupos da sociedade civil organizada com o objetivo de tornar a comunicação cívica mais acessível ao cidadão brasileiro;denunciar, às autoridades competentes, infrações cometidas por pessoas físicas e jurídicas, organizações públicas e privadas às normas preconizadas pela Lei nᵒ 5.377, de 11 de dezembro de 1967, e seu Regulamento, baixado pelo Decreto nᵒ 63.283, de 26 de setembro de 1968. III – Disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de Relações Públicas e, para tanto: a) normatizar as ações dos Conselhos Regionais com o objetivo de dar-lhes uniformidade de procedimentos em todo o território nacional; b) acompanhar a execução das ações de fiscalização levadas a efeito pelos Conselhos Regionais, exigindo o seu fiel cumprimento; c) representar, com os órgãos públicos federais, por solicitação expressa do Conselho Regional, contra os atos de organizações, públicas e privadas, de seus servidores e empregados, interferindo na fiscalização do exercício da atividade profissional de Relações Públicas; d) intervir nos Conselhos Regionais por determinação de autoridade superior ou por solicitação expressa de 2/3 (dois terços) de seu Plenário ou do Plenário de Conselho Regional; e) expedir as Resoluções que se tornem necessárias para a fiel interpretação e execução desse Regimento e demais normas legais disciplinadoras do exercício da profissão. IV – Elaborar o seu Regimento Interno, que poderá ser alterado mediante proposta subscrita por Conselheiro do Sistema CONFERP, devidamente justificada. V – Dirimir quaisquer dúvidas ou problemas surgidos nos Conselhos Regionais, observado o que dispõe o Art. 65, § 2ᵒ, inciso I, desse Regimento, quanto: a) à aplicação das normas legais pertinentes à profissão e à fiscalização do exercício profissional; b) à aplicação das normas procedimentais; VI – Estudar e aprovar os Regimentos Internos dos Conselhos Regionais, alterando o que se fizer necessário a fim de manter a unidade de procedimentos e de orientação aos membros dos colegiados dos Conselhos. VII – Julgar, em última instância, os recursos interpostos de decisões dos Conselhos Regionais, zelando pela formação e correta aplicação da jurisprudência administrativa do Sistema CONFERP, observado o disposto no Art. 65, § 2ᵒ, inciso I, desse Regimento. VIII – Elaborar e alterar o Código de Ética Profissional, estabelecendo os procedimentos para a sua fiscalização e o julgamento das infrações cometidas pelos registrados no Sistema CONFERP. IX – Aprovar, anualmente, as contas da autarquia em consonância com as normas baixadas pelo Tribunal de Contas da União, TCU. X – Promover estudos e conferências sobre Relações Públicas, com recursos próprios ou conveniados, mediante: a criação de grupos de estudos, temporários ou permanentes; a realização de seminários, fóruns, workshops, congressos, programas culturais, audiências públicas e debates; a criação, produção, veiculação e promoção de pesquisas e campanhas que tenham, por objetivo, o aperfeiçoamento técnico e material do profissional de Relações Públicas ou do acadêmico em formação profissional na área; a publicação de matérias e textos relacionados com a profissão; a nomeação de delegado com funções de representação, orientação e observação aos eventos apontados nas alíneas a, b e c desse inciso, quando realizados no âmbito federal ou fora do território nacional. UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS RELAÇÕES PÚBLICAS 16 XI- Convocar, realizar e fiscalizar as eleições para a composição ou renovação dos seus quadros, mediante instruções específicas que cuidem do processo eleitoral do Sistema CONFERP, baixadas por resolução. XII- Fiscalizar as eleições dos Conselhos Regionais. XIII- Servir, como órgão de consulta ao governo, nos assuntos de Relações Públicas, e indicar profissional da área para participar do quadro consultivo de órgãos ou entidades de administração pública federal, direta ou indireta, fundações e empresas públicas, quando solicitado por quem de direito. XIV- Publicar o relatório anual dos seus trabalhos nos termos dos Arts. 79, 80 e 104 desse Regimento. XV- Fixar, nos termos da lei, as contribuições e emolumentos devidos pelos profissionais de Relações Públicas e pessoas jurídicas que se dediquem, profissionalmente, à atividade de Relações Públicas. XVI- Fixar, nos termos da lei, os valores das multas arbitradas e cobradas pelos Conselhos Regionais quando da fiscalização do exercício profissional” O Art. 5ᵒ, por sua vez, assim impõe: Art. 5ᵒ – Os Conselhos Regionais são os órgãos executores das ações fiscalizatórias do Sistema CONFERP e, nos termos do Art. 3ᵒ do Decreto-Lei nᵒ 860, de 11 de setembro de 1969, há as seguintes finalidades: I- Fazer executar as diretrizes do Conselho Federal mediante o cumprimento, a tempo e a hora, das normas baixadas. II- Disciplinar e fiscalizar, no seu âmbito de jurisdição, o exercício da profissão de Relações Públicas mediante: a) a correta e eficaz aplicação das penalidades determinadas pelas resoluções do CONFERP; b) resoluções e demais instrumentos legais sobre assuntos da sua competência e em harmonia com as normas baixadas pelo CONFERP; c) a arrecadação das anuidades, taxas, multas e demais rendimentos devidos ao Sistema; d) o repasse dos valores devidos ao CONFERP, nos termos da lei. III- Organizar e manter o registro de profissionais de Relações Públicas nos termos das instruções do CONFERP. IV- Julgar as infrações e impor as penalidades definidas por força de lei e mediante os procedimentos determinados pelo CONFERP. V- Expedir as carteiras profissionais, indispensáveis ao exercício da profissão, e os certificados de registros de entidades e organizações que se dediquem, profissionalmente, à atividade de Relações Públicas, nos termos dos procedimentos do Sistema CONFERP. VI- Elaborar o seu Regimento Interno para estudo e aprovação do Conselho Federal, em estrita obediência aos termos dessa Resolução. VII- Convocar e realizar as eleições para a composição e renovação dos seus membros, nos termos do Processo Eleitoral aberto pelo CONFERP. Parágrafo único: Os Conselhos Regionais exercerão, cumulativamente e no âmbito de suas jurisdições, as atribuições do Conselho Federal previstas nos incisos II, IX, X, XIII e XIV do artigo anterior. Leia mais em: http://conferp.org.br/. Em resumo, os Conselhos Federal e Regional da profissão são, então, o CONFERP (Conselho Federal de Relações Públicas) e os CONRERPs (Conselho Regional de Relações Públicas). Esses últimos atuam de acordo com a região. Em Santa Catarina, somos o CONRERP da 4ª região. TÓPICO 1 — NATUREZA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS 17 Os principais objetivos: Os Conselhos Regionais têm as responsabilidades de executar as ações de fiscalização de perto, nos estados da sua abrangência, registrar os profissionais e julgar casos de infrações em primeira instância. O sistema tem, como objetivos, fortalecer e valorizar as atividades das relações públicas. Conselhos regionais: CONFERP: http://www.conferp.org.br/. CONRERP 1 (RJ): https://www.conrerp1.org.br/. CONRERP 2 (SP e PR): http://conrerp2.org.br/. CONRERP 3 (MG e ES): https://www.conrerp3.org.br/. CONRERP 4 (SC e RS): http://www.conrerp4.org.br/. CONRERP 5 (AL, BA, CE, PB, PE, PI, RN e SE): http://www.conrerp5.org.br/. CONRERP 6 (DF, GO, TO, MT, MS, MA, AC, AP, AM, PA, RO e RR):http://www.conrerp6.org.br/ DICAS FIGURA 1 – HIERARQUIA FONTE: <http://blogrp.todomundorp.com.br/>. Acesso em: 21 abr. 2020. UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS RELAÇÕES PÚBLICAS 18 FIGURA 2 – POSICIONAMENTO ESTRATÉGICO SISTEMA CONFERP FONTE: <http://blogrp.todomundorp.com.br/>. Acesso em: 21 abr. 2020. No site da Confederação Brasileira de Relações Públicas, http://conferp.org. br/, existe uma breve cronologia que traremos, novamente, como resumo geral da história da profissão e de profissionais que marcaram a trajetória. Breve cronologia Nos Estados Unidos - pátria-mãe da atividade: Em 1807 - Thomas Jefferson, presidente dos Estados Unidos, ao enfatizar a necessidade de prestação de contas pelo poder público à população, usa, pela primeira vez, a expressão public relations. Em1882 - William Henry Vanderbilt profere a proverbial frase the public be damned. Em 1906 - Contratado pela indústria do carvão mineral, o jornalista Ivy Lee deixa a redação e cria o primeiro serviço de divulgação no interesse de empresas. No Brasil - país entre os pioneiros. Apenas oito anos após a fundação da atividade nos EUA. IMPORTANT E TÓPICO 1 — NATUREZA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS 19 1914 - Ato inaugural Departamento de Relações Públicas da The São Paulo Tramway Light and Power C.O. Personagem principal: Eduardo Pinheiro Lobo, engenheiro e primeiro executivo de RP da companhia (sua data de nascimento, 2 de dezembro, é o ‘Dia Nacional das Relações Públicas no Brasil’). De 1920 a 1930 - Predominância da atividade nas Relações Governamentais. Primeira multinacional de propaganda no país: a J W Thompson (1929). De 1930 a 1940 - Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) no Ministério da Justiça e Negócios do Interior (governo Getúlio Vargas). Centralização e controle das informações a serem divulgadas. De 1940 a 1950 1946 - Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) determina as atividades de relações públicas para promover boas relações com o público e os demais órgãos da administração pública. 1949 - No Instituto de Administração da Universidade de São Paulo, realizam-se várias conferências sobre Relações com a Propaganda e as Ciências Sociais. De 1950 a 1960 1951 - A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) cria o primeiro Departamento de Relações Públicas numa organização brasileira. 1953 - Primeiro curso (de especialização) em Relações Públicas, promovido pela Escola Brasileira de Administração Pública da Fundação Getúlio Vargas (Prof. Eric Carlson). 1954 - É criada a ABRP (Associação Brasileira de Relações Públicas), em São Paulo. 1955 - Introduz-se a disciplina Relações Públicas na Escola Superior de Administração e Negócios da Fundação Getúlio Vargas. 1956 - Criada a Seção Estadual da ABRP no Rio de Janeiro. De 1960 a 1970 1961 - Vera Giangrande assume o cargo de relações-públicas na J. W. Thompson. 1967 - A Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo introduz o primeiro curso de bacharelado em Relações Públicas - profissão regulamentada. De 1970 a 1980 1971 - Criado o Sistema CONFERP-CONRERP. Criado o curso de Relações Públicas da UERJ. 1973 - Na XI Conferência Interamericana de Relações Públicas, Caio Amaral apresenta tese: o curso deveria ser ministrado na Escola de Administração – até 1968, as relações públicas se registravam no Conselho Regional de Técnicos de Administração (CRTA). 1979 - Saïd Fahrat ocupa a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República (15/03/1979 a 19/12/1980). UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS RELAÇÕES PÚBLICAS 20 De 1980 a 1990 1980 – 1ª Edição do POP - Prêmio de Opinião Pública (ABRP-SP). As relações públicas chegam ao Terceiro Setor, com a ‘explosão’ das ONGs no país. 1986 - Margarida Kunsch introduz, no país, o conceito de Comunicação Integrada. De 1990 a 2000 1990 - Código de Defesa do Consumidor é instituído. 1993 - Vera Giangrande é nomeada ombudsman do Pão de Açúcar. 1997 - Carta de Atibaia (CONFERP - sob a Presidência da Profa. Dra. Sidinéia Freitas). De 2000 a 2010 2002 - Resolução Normativa 43 do CONFERP traz detalhamento do conceito de Comunicação Integrada às práticas regulamentares de Relações Públicas. O Brasil na economia globalizada: Relações Públicas como ferramenta de internacionalização das marcas brasileiras. De 2010 em diante: rumo ao futuro 2010 - Reconhecimento pela área de gestão: estratégia voltada aos negócios: comunicação interna, governança e reputação. 2013 - Comissão de Especialistas do MEC expede novas Diretrizes Curriculares Nacionais (para entrada em vigor em dois anos) dos cursos de Jornalismo e Relações Públicas. Caem as denominações ‘habilitações’ e ‘Comunicação Social’. Doravante, a área é de ‘Comunicação’. Início de atividades do Coletivo ‘TodoMundoPrecisaDeUmRP’. Início de atividades do Observatório da Comunicação Institucional. 2015 - A afirmação de Relações Públicas com uma identidade própria no campo da Comunicação, como um curso de graduação, com a entrada das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para um curso de bacharelado independente e autônomo. 2016 - A Prof.a Emérita, Drª. Nelly de Camargo, uma das fundadoras da ECA, é escolhida como homenageada do Depto de Relações Públicas, nos 50 anos da ECA, comemorados em 19/10. O documento traz a história até 2016. Com certeza, após a pandemia e crise mundial nas quais estamos vivendo, em meio ao caos da propagação do Coronavírus – COVID 19, a relevância, importância e história das relações públicas terão um novo marco significativo. Veremos, mais adiante, a comunicação de crise, e abordaremos a importância da comunicação e das relações públicas em cenários de crise. TÓPICO 1 — NATUREZA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS 21 5 BREVE HISTÓRICO DA EVOLUÇÃO DO ENSINO DE COMUNICAÇÃO NO BRASIL É unânime que a comunicação existe desde os tempos em que o sol fornecia calor e luz, e a tecnologia mais avançada era apenas o melhor jeito de lascar as pedras. Conforme o avanço da modernidade, a comunicação sempre teve seu desenvolvimento rápido e significativo, pois é fundamental para a evolução da humanidade, ontem e sempre. Porém, antes do surgimento formal dos estudos das comunicações enquanto profissão, e da criação das escolas de comunicação no Brasil, o aprendizado no mercado era feito na prática. Na época em que o Brasil era governado pelo presidente Juscelino Kubitscheck (1956-1961) que se deu a abertura do capital estrangeiro no país, tendo, como efeitos, uma rápida industrialização e a ampliação do consumo industrial de massa. Esse consumo de massa criou a necessidade e gerou condições para a formação de um sistema de comunicações mais estruturado. Para atender às demandas que estavam nascendo desse processo de industrialização no Brasil, no ano de 1969, o Conselho Federal de Educação (CFE) instituiu o Curso de Comunicação Social no Brasil pela Resolução nᵒ 11/69 do CFE, expressa nas habilitações em Editoração, Jornalismo, Relações Públicas e Publicidade e Propaganda. Há três anos, em 16 de junho de 1966, foi criado o primeiro curso universitário na Escola de Comunicação e Cultura da Universidade de São Paulo, que, em 1969, ano do Parecer do Conselho Federal de Educação – CFE, passou a se chamar Escola de Comunicação e Artes (ECA-USP), nome usado até hoje. Nos dias atuais, o universo de diversos cursos e habilitações em Comunicação Social é visível a um clique na rede de busca da internet. Na UNIASSELVI, os cursos oferecidos são: Comunicação Social – Relações Públicas e Comunicação Social – Publicidade e Propaganda. O aluno, após formado na graduação em Comunicação Social, independentemente de qualquer especialidade, é, primeiramente, chamado de comunicólogo. A Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE) é uma associação criada e voltada mais para o perfil dos profissionais que estão ligados à comunicação empresarial. A associação tem mais de 50 anos de atuação e oferece um vasto portfólio de cursos de comunicação, nacionais e internacionais, para complemento dos estudos após a graduação ou aplicabilidade do mercado de trabalho. Acesse o site para conhecer: http://www.aberje.com.br/. DICAS UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS RELAÇÕES PÚBLICAS 22 6 ÁREAS DE CONCENTRAÇÃO DA COMUNICAÇÃO SOCIAL Os cursos de Comunicação Social são estruturados por diferentes habilitações, as mais difundidas e conhecidas são: Relações Públicas, Jornalismo e Publicidade e Propaganda. Na sequência, descreveremos as diretrizes baseadas no que o Ministério da Educação discorre como competências e habilidades de cada profissão. O documento original pode ser acessado em: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos/pdf/CES0492.pdf.Jornalismo - registrar fatos jornalísticos, apurando, interpretando, editando e transformando-os em notícias e reportagens; - interpretar, explicar e contextualizar informações; - investigar informações, produzir textos e mensagens jornalísticas com clareza e correção, e editá-los em espaço e período de tempo limitados; - formular pautas e planejar coberturas jornalísticas; - formular questões e conduzir entrevistas; - relacionar-se com fontes de informação de qualquer natureza; - trabalhar em equipe com profissionais da área; - compreender e saber sistematizar e organizar os processos de produção jornalística; - desenvolver, planejar, propor, executar e avaliar projetos na área de comunicação jornalística; - avaliar, criticamente, produtos, práticas e empreendimento jornalísticos; - compreender os processos envolvidos na recepção de mensagens jornalísticas e seus impactos sobre os diversos setores da sociedade; - buscar a verdade jornalística, com postura ética e compromisso com a cidadania; - dominar a língua nacional e as estruturas narrativas e expositivas aplicáveis às mensagens jornalísticas, abrangendo leitura, compreensão, interpretação e redação; - dominar a linguagem jornalística apropriada aos diferentes meios e modalidades tecnológicas de comunicação; Relações Públicas - desenvolver pesquisas e auditorias de opinião e imagem; - realizar diagnósticos com base em pesquisas e auditorias de opinião e imagem; - elaborar planejamentos estratégicos de comunicação institucional; - estabelecer programas de comunicação estratégica para criação e manutenção do relacionamento das instituições com seus públicos de interesse; - coordenar o desenvolvimento de materiais de comunicação, em diferentes meios e suportes, voltados para a realização dos objetivos estratégicos do exercício da função de relações públicas; - dominar as linguagens verbais e audiovisuais para seu uso efetivo a serviço dos programas de comunicação; - identificar a responsabilidade social da profissão, mantendo os compromissos éticos estabelecidos; - assimilar criticamente conceitos que permitam a compreensão das práticas e teorias referentes às estratégias e processos de relações públicas. IMPORTANT E TÓPICO 1 — NATUREZA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS 23 Publicidade e Propaganda - ordenar as informações conhecidas e fazer diagnóstico da situação dos clientes; - realizar pesquisas de consumo, de motivação, de concorrência, de argumentos etc.; - definir objetivos e estratégias de comunicação como soluções para problemas de mercado e institucionais dos anunciantes; - conceber meios de avaliar e corrigir resultados de programas estabelecidos; - executar e orientar o trabalho de criação e produção de campanhas de propaganda em veículos impressos, eletrônicos e digitais; - realizar e interpretar pesquisas de criação como subsídio para a preparação de campanhas publicitárias; - dominar linguagens e competências estéticas e técnicas para criar, orientar e julgar materiais de comunicação pertinentes a suas atividades; - planejar, executar e administrar campanhas de comunicação com o mercado, envolvendo o uso da propaganda e de outras formas de comunicação, como a promoção de vendas, o merchandising e o marketing direto; - identificar e analisar as rápidas mudanças econômicas e sociais em escala global e nacional que influem no ambiente empresarial; - identificar a responsabilidade social da profissão, mantendo os compromissos éticos estabelecidos; - assimilar, criticamente, conceitos que permitam a compreensão das práticas e teorias referentes à publicidade e à propaganda. Dessa forma, diante das competências e habilidades apresentadas, as três áreas fazem parte do que podemos chamar de comunicação integrada, sendo, então, áreas que se interligam, porém, com notório saber diferenciado. O mundo perfeito da comunicação integrada é o complemento de todos esses profissionais para o trabalho em prol da organização e em equipe multidisciplinar. Todas essas áreas são comunicação, cada uma com seu funcionamento e mecânica. Relações públicas A profissão trabalha com a reputação das marcas, alinha identidade com imagem e gerencia relacionamentos entre marcas e públicos, tendo frequência, engajamento e alinhamento entre discurso e opinião pública. Os profissionais constroem, promovem e preservam a imagem e reputação de empresas, marcas e instituições. A atuação no mercado poderá ser em qualquer segmento de empresas, agências de comunicação ou assessoramento da imagem de pessoas com o branding pessoal. Jornalismo O jornalista tem o desafio que suas pautas tenham aderência aos veículos e se transformem em notícias transmitidas em canais de confiança e renome, dando notoriedade para a marca. Os jornalistas são preparados para coletar, investigar, escrever, editar e administrar conteúdos, registrando fatos jornalísticos, com o dever de cumprir com a verdade e com a precisão da informação. UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS RELAÇÕES PÚBLICAS 24 Publicidade e propaganda Os publicitários ficam com a parte criativa das campanhas e constroem a lembrança de marca, tanto visualmente quanto em linguagem. Vale destacar que a publicidade é uma coisa e, propaganda, outra, até porque se fossem a mesma “coisa”, os dois termos juntos seriam um pleonasmo. A propaganda é uma parte da publicidade, porém, propaganda e publicidade não são a mesma coisa. A confusão é comum, e não é, necessariamente, um problema. A publicidade é uma atividade profissional dedicada à difusão pública de ideias associadas a empresas, produtos ou serviços. A propaganda é uma forma de comunicação que tem, como objetivo, incentivar a atitude de um determinado público, não sendo imparcial e nem informativa. A propaganda é produto e, a publicidade, é a inteligência de criar os formatos por onde a propaganda é veiculada. A seguir, entenderemos um pouco melhor a diferença entre os dois termos, que possuem definições diferentes, muitas vezes, são tratados como sinônimos. 7 DEFINIÇÃO E DIFERENÇAS ENTRE PUBLICIDADE E PROPAGANDA Significado de Publicidade: difusão de um texto que, feita por um veículo de comunicação, como jornal, revista, televisão ou rádio, busca influenciar alguém a comprar um produto. Significado de Propaganda: difusão de uma ideia, de uma crença, de uma ideologia ou religião: fazia propaganda da sua fé. Alguns pesquisadores diferem a publicidade da propaganda como sendo a publicidade o anúncio que tem veiculação paga e, a propaganda, a comunicação não paga, que pode acontecer de forma espontânea. A origem do termo propaganda vem da aplicação de doutrinas religiosas, sendo usado pela Igreja Católica quando houve a criação da Congregação da Propaganda, com a intenção de propagar a fé católica. Para Gomes (2001), publicidade e propaganda não são sinônimos, como querem os publicitários brasileiros. Sendo, o Brasil, o único país do mundo a não fazer diferenças conceituais, é necessário que, academicamente, os professores comecem a perceber que estamos diante de duas técnicas, cujas diferenças se acentuam na medida em que se aprofundam os estudos, não apenas semânticos, mas históricos e técnicos. TÓPICO 1 — NATUREZA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS 25 Ainda, a mesma autora relata as seguintes definições, muito bem esclarecidas: Enfocando a publicidade na sua concepção atual, podemos observar como, efetivamente, possui três elementos que a identificam e a diferenciam de outros conceitos: a) Capacidade informativa b) Força persuasiva c) Caráter comercial Também é possível analisar, na propaganda, numa mesma concepção atual, seus três elementos identificadores e diferenciadores: a) Capacidade informativa b) Força persuasiva c) Caráter ideológico Dessa forma, fica evidente que os dois termos não são sinônimose se complementam. No entanto, no mercado de trabalho brasileiro, não vemos essa diferenciação na aplicabilidade das técnicas e profissão. Mesmo os órgãos regulamentadores da área, como o CENP – Conselho Executivo de Normas Padrão, FENAPRO – Federação Nacional das Agências de Propaganda, e a ABAP – Associação Brasileira de Agências de Publicidade, não fazem essa diferenciação, e usam os termos como sinônimos. É importante conhecer essa polêmica de longa data sobre as diferenças dos termos publicidade e propaganda. Recomendamos a leitura a seguir, para aprofundar o debate e tornar, ainda mais evidentes, as diferenças e as razões pelas quais isso ocorre no Brasil. UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS RELAÇÕES PÚBLICAS 26 É publicidade ou propaganda? A maioria das pessoas não sabe definir publicidade – incluindo os donos de agência, os publicitários, os estudantes de publicidade, muitos professores de comunicação, editores de livros, tradutores, gerentes e diretores de marketing, anunciantes e jornalistas. Ainda, confundem publicidade e propaganda, como se fossem sinônimos. Pois não são. Mesmo! “Publicidade é a criação e a veiculação de mensagens de vendas eficientes, para públicos selecionados”, bem define o renomado professor Don Schultz, da North Western University, dos Estados Unidos. Propaganda é a criação e a propagação de mensagens doutrinárias, ideológicas, políticas, cívicas ou religiosas. No mundo todo, publicidade é a comunicação para a geração de negócios e propaganda é a comunicação voltada às ideias, políticas e à religião. Só não é assim no Brasil. Publicidade é publicittá na Itália, publicidad na Espanha e outros países de língua espanhola, e publicitè na França e em países que usam esse idioma. É publicidade em Portugal, Angola, Macau e outros países de língua portuguesa. Publicidade é reklama, na Alemanha, na Rússia, na Finlândia, Noruega e em outros países nórdicos, germânicos, eslavos ou da antiga União Soviética. Propaganda só é usada para a política, ideologia ou religião. Quando trata de política, ideologia ou religião, em todos os países, é propaganda. Nos Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Austrália e em outros países de língua inglesa, é advertising para comércio e, propaganda, para política, ideias e religião. Advertising deriva de advert, que significa advertência, que é como eram chamados os anúncios dos senhores de escravos, que anunciavam as fugas e recompensas pela captura, antes da guerra norte-americana. Funcionava tanto que virou sinônimo da atividade: advertising. No Brasil de antes da abolição da escravatura, esses mesmos anúncios se chamavam reclames. Só que, no Brasil, a palavra caiu em desuso, pelo seu duplo sentido, porque parece chato alguém reclamar que você vá preferir comprar na loja dele. Não existe uma explicação definitiva sobre como se consolidou essa confusão no Brasil, onde se adotou o uso da palavra propaganda como sinônimo (equivocado) de publicidade. Talvez, e muito provavelmente, a “culpa” seja dos próprios publicitários, nos tempos da Segunda Guerra Mundial, quando, aqui, chegaram as grandes agências norte-americanas com as primeiras grandes marcas multinacionais e a propaganda antinazista, propaganda comunista, nazista e fascista, propaganda pró-aliados e propaganda pró-América. Provavelmente, o termo propaganda, muito usado naqueles tempos, tenha caído no gosto dos brasileiros e, convenhamos, soa melhor e mais fácil do que advertising. IMPORTANT E TÓPICO 1 — NATUREZA DAS RELAÇÕES PÚBLICAS 27 Desde a década de 1940, proliferaram as “Agências de Propaganda” no Brasil, popularizando o uso inadequado e equivocado da palavra, ao mesmo tempo em que outros preferiram “Agência de Publicidade”. O governo criou um Departamento de Imprensa e Propaganda, que era uma terminologia correta para as funções. Era o famoso DIP, de Getúlio Vargas (que trabalhou tão bem que até hoje a imagem de Getúlio é cultuada como “o pai dos pobres”, quando, na verdade, era um ditador). Na Constituição do Brasil, esse equívoco se legalizou com as leis que regem a atividade no nosso país. O governo, inclusive, através do Ministério da Educação, normatizou os cursos de publicidade e propaganda. Eu me formei na Universidade Católica do Paraná, fiz mestrado nos Estados Unidos, dei aulas na Universidade Federal do Paraná e no UNICENP (hoje, Universidade Positivo). Raras aulas assisti ou dei sobre a verdadeira propaganda. Quem assistiu? No meu mestrado, assisti a algumas, com documentários sobre as propagandas nazista e comunista, mas foi muito, muito pouco. Todo o foco do ensino está na publicidade, na comunicação comercial, que vende. Estou equivocado? Quem assistiu a documentários ou leu sobre Joseph Goebbels, o mestre da propaganda nazista, em aulas, numa faculdade brasileira? Poucos. Pois todos deveriam, porque há muito que aprender com ele, sobre o que fazer e o que não fazer. Foi ele que disse: “uma mentira repetida mil vezes vira verdade”. Propaganda parece tão relacionada com mentira, não parece? Basta assistirmos à propaganda dos governos e eleitoral, para perceber isso facilmente. Quem leu Mein Kampf, de Adolf Hitler, que tem um capítulo muito bem elaborado sobre a propaganda? Deveriam ler. Não para se tornarem nazistas, é claro, mas para aprender mais. Sobre a propaganda comunista russa, chinesa e cubana? Há muitos livros a respeito. Todavia, quem leu? Contudo, vamos voltar ao tema: Publicidade x Propaganda. Em qualquer outro país do mundo (exceto no Brasil), se você usar o termo propaganda, transmitirá a informação de que trabalha com política ou religião. Com a velocidade da informação, a internet e a globalização, logo, os brasileiros deverão de convir que não faz sentido continuar usando propaganda como sinônimo de publicidade, que é advertising. Eu, pelo menos, já me policio o tempo todo, e não uso. Todos deveríamos fazer o mesmo, para acabar com essa confusão. Tenho certeza, também, que as editoras e os tradutores do inglês para o português no Brasil também têm culpa, nessa questão, pois, muitas vezes, traduzem de forma errada. Diversos autores, como Philip Kotler, David Ogilvy, Joe Cappo, Al Ries, John Caples, Claude Hopkins, Kevin Roberts e muitos outros tiveram sua obra mutilada e prejudicada, por traduções equivocadas de advertising. Gestão de Marcas em Mercados B2B, de Philip Kotler, não só usa corretamente a palavra publicidade (e nunca propaganda), como define advertising como publicidade. O livro tem, como coautor, o professor Waldemar Proertsch. Publicity, amigos, também não é publicidade. É relações públicas, ou assessoria de imprensa. Publicist é assessor de imprensa, ou promotor de personalidades e eventos. Não é publicitário! Aliás, alguém aí vai se formar ou se formou como propagandista? Propagandistas são vendedores ambulantes, de medicamentos e de produtos de higiene e beleza, como os da Avon e da Natura, por exemplo. Ou como os camelôs das ruas e esquinas do mundo. UNIDADE 1 — INTRODUÇÃO ÀS RELAÇÕES PÚBLICAS 28 A ABAP, hoje, graças a um trabalho do Flávio Corrêa, o Faveco, chama-se Associação Brasileira das Agências de Publicidade. Era de propaganda, e mudou, porque era e é errado. Como é que se chama o CONAR? É Código de Autorregulamentação Publicitária. Mas, sim, ainda existem vários Sindicatos de Agências de Propaganda, assim como agências de propaganda e marketing (o que é outro equívoco, pois marketing é uma atividade totalmente direcionada à produção, distribuição e ao comércio, com lucro. Entra a comunicação, como veremos mais adiante, nada tem a ver com política, por isso, Marketing Político é outra invenção boba e exclusiva do Brasil, pois é simplesmente e nada mais que propaganda). O que ocasiona esse uso indevido dos termos? Creio que é a desinformação. Assim como os estudantes não sabiam sobre o que escrevi nas linhas anteriores, jornalistas (os especializados), escritores,
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