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1 FORMAS DE GESTÃO PÚBLICA 1 Sumário Introdução .................................................................................................... 3 Políticas Públicas ......................................................................................... 4 Gestão Pública ............................................................................................. 5 Evolução da Administração Pública para a Gestão Pública ......................... 6 Formas de Gestão Públicas ......................................................................... 9 - Administração Pública Patrimonialista: .................................................... 10 - Administração Pública Burocrática: ......................................................... 11 - Administração Pública Gerencial ............................................................. 14 Controle da Administração Pública ............................................................ 18 Referências Bibliográficas ............................. Erro! Indicador não definido. O uso da Tecnologia como uma ferramenta facilitadora no processo ensino- aprendizagem ................................................................................................ 23 Aspectos Tecnológicos aplicados a educação e gestão escolar ................... 30 Utilizando as tecnologias fora da sala de aula ........................................... 32 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 35 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós- Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 Introdução Sant‟Anna (2013), defende a ideia de que os termos GESTÃO E ADMINNISTRAÇÃO se referem ao mesmo assunto. Matias-Pereira (2008), considera o conceito de administração pública amplo e bem complexo, daí a dificuldade de ter uma definição clara. Outros autores sustentam que a administração é original e primária, enquanto a gestão é nova e especializada. A maioria dos autores desse tema conceituam administração em dois sentidos: um, como um conjunto de órgãos e agentes aos quais as leis atribuem a função administrativa do Estado; outro, como um conjunto de atividades destinadas à execução de tarefas consideradas de interesse público. Neste último, o termo aponta para a atividade de administrar, de gerir. O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado – PDRAE, iniciado em 1995, influenciou troca dos termos de “Administração Pública por “Gestão Pública”, e ainda definiu objetivos e estabeleceu diretrizes para a reforma da administração pública brasileira. O termo „Gestão Pública” foi recente mente associado a paradigmas de uma gestão mais moderna, imbuída de valores como eficiência, eficácia, foco em resultados, qualidade dos serviços prestados dentre outros. Este novo modelo de gestão exige mudanças radicais dos gestores e dos servidores, com a finalidade de melhor atender às demandas. 4 Políticas Públicas As Políticas públicas são parte da ciência política, estudada desde o início do século passado. No entanto, só recentemente constituiu cursos de graduação e pósgraduação no Brasil. É conceituado por muitos pesquisadores como um conjunto de teorias que tentam explicar como se dá a construção e implementação de ações do Estado, para alterar ou manter uma determinada realidade. É um esforço para classificar, prever e melhorar processos políticos. Por exemplo: como se dá, no âmbito do governo de sua prefeitura, o combate à dengue? Como o secretário convence o Prefeito de que é necessário mais dinheiro ou mais pessoal? Como as organizações da sociedade ajudam na tarefa de combate à dengue? As ações da prefeitura dão bons resultados? As políticas públicas afetam a todos os cidadãos, de todos os cidadãos, independente de sexo, raça, religião ou nível social. Com a expansão da democracia, as responsabilidades dos representantes popular se diversificaram, sendo, portanto, comum dizer que sua função é promover a qualidade de vida da sociedade. Essa qualidade de vida está intimamente relacionada a ações bem desenvolvidas e a sua execução em áreas como saúde, educação, meio ambiente, habitação, assistência social, lazer, transporte e segurança, ou seja, deve-se contemplar a qualidade de vida como um todo. É partindo desse princípio que, para atingir resultados satisfatórios em diferentes áreas, os governos nas esferas federal, estaduais ou municipais, se utilizam das políticas públicas. Políticas públicas são conjuntos de programas, ações e decisões tomadas pelos governos (nacionais, estaduais ou municipais) com a participação, direta ou indireta, de entes públicos ou privados que visam assegurar de terminado direito de cidadania para vários grupos da sociedade ou para determinado segmento social, cultural, étnico ou econômico. Sendo, portanto, direitos assegurados na Constituição. As políticas públicas podem possuir dois sentidos diferentes: 5 A) Político: encara-se a política pública como um processo de decisão, em que há naturalmente conflitos de interesses. Por meio das políticas públicas, o governo decide o que fazer ou não fazer. B) Administrativo: as políticas públicas são um conjunto de projetos, programas e atividades realizadas pelo governo. A política pública pode tanto ser parte de uma política de Estado ou parte da política de governo. Sendo que a política de Estado é toda política que independente do governo e do governante deve ser realizada porque é amparada pela constituição. Já uma política de governo pode depender da alternância de poder. Cada governo tem seus projetos, que por sua vez se transformam em políticas públicas. Vejamos alguns exemplos dessa distinção: é muito comum ouvirmos dizer que a política externa do país deve ser uma política de Estado, ou seja, uma política orientada por ideais que transcendem governos e que se mantêm no longo prazo. Políticas públicas eficientes que têm continuidade de um governo para outro podem se transformar em política de Estado. Um possível exemplo disso é o programa Bolsa Família, criado e expandido no governo do PT, cujos bons resultados levaram o líder oposicionista Aécio Neves a propor que o programa seja transformado em política de Estado, no ano de 2014 (a ideia seria incorporar o programa à Lei Orgânica da Assistência Social). Gestão Pública A palavra GESTÃO deriva do latim, sendo conceituado como ato de administrar; de gerir; gerência ou administração. O termo gestão surgiu da necessidade de um novo conceito de administrar, que expressasse as mudanças que aconteciam dentro da ação administrativa, que superasse a visãotecnicista da administração, que fosse além das tarefas: coordenar, planejar, organizar, dirigir e controlar, que incorporasse um novo momento social, político e cultural. Um conceito mais interdisciplinar, fundamentado na filosofia, sociologia, antropologia e política. 6 Desta forma, por retratar uma visão estratégica mais ampla, mais descentralizada, um processo político-administrativo, com as ações mais interligadas e contextualizadas, promovendo condições mais adequadas, tanto materiais, quanto humanas, para promover o sucesso dos processos social, cultural, educacional e político, optou-se pelo termo gestão, enquanto concepção mais democrática, mais participativa, que suscita a colaboração dos sujeitos sociais envolvidos no processo. Gestão Pública é considerado um termo mais recente, que indica utilização de novas práticas na administração do setor público, algumas importadas do setor privado, outras recuperadas dos porões da história, outras desenvolvidas nas últimas décadas. Do ponto de vista do ensino, é mais vinculado a práticas de gestão, a funcionalidades e situação atual do Estado. . Evolução da Administração Pública para a Gestão Pública A redemocratização, a inspiração neoliberal e as referências das inovações oriundas de países mais avançados, os movimentos de reforma procuravam centrar- se nas especificidades das diversas organizações públicas, à semelhança das mudanças na área privada. A perspectiva básica era a eficiência e capacidade de resposta da administração pública e melhora da gerência pública. 7 Portanto passou-se a questionar o tradicionalismo da administração pública, mas incorporando os fundamentos democráticos implantados na nova Constituição, como a subordinação da administração pública a mandatos políticos conquistados em eleições democráticas. Em períodos não democráticos, as tentativas de aparência tecnocrática ofuscaram muitos dos problemas de embates políticos, não porque deixassem de existir, mas porque havia sempre um lado repressor. Com as novas inspirações ideológicas, começou-se a delinear a ideia de que os governos não poderiam sozinhos conduzir ao progresso. O desenvolvimento passou a ser visto como algo complexo e gigantesco, e as máquinas administrativas tradicionais não como fator de modernização, mas obstáculos ao progresso. Surgiram movimentos significativos, em muitos países e apoiados por entidades internacionais, para proclamar a descrença nas possibilidades da administração pública de conduzir o desenvolvimento. Reduzir o tamanho do Estado e modernizar a administração pública de conduzir o desenvolvimento. Reduzir o tamanho do Estado e modernizar a administração pública tornaram- se pontos importantes de uma nova agenda política. Ao contrário das experiências anteriores, essa modernização se inspirou fortemente nos modelos de gestão privada, considerados superiores e mais eficazes. Assim, as principais mudanças seriam transferir funções estatais para a área privada e as restantes seriam administradas com formas o mais próximo possível das praticadas nas empresas privadas. Tendo a representação democrática como premissa, tentou-se valorizar as técnicas administrativas e a competência neutra dos servidores, presumindo sempre a sua ação por delegação política e não por autonomia própria. A administração eficiente seria consequência natural de instrumentos gerenciais, como estruturas e códigos de procedimentos adequados e boas regras orçamentárias e gestão de pessoal. Pela falta de eficiência, culpavam-se a inadequação das estruturas e dos procedimentos e a inabilidade dos próprios servidores. Ajustes administrativos seriam feitos de acordo com novos propósitos políticos, adquiridos em eleições, ou com novas tecnologias administrativas. As reformas 8 preservavam as estruturas organizacionais, favoreciam a rigidez dos códigos administrativos, e algumas propostas mais audaciosas propunham maior descentralização e autonomia organizacional. Entretanto, não se questionava fundamentalmente a administração pública, senão sua ineficiência ou iniquidade. Em grande parte, essas reformas colocavam em causa a própria viabilidade da administração pública como condutora de eficiência ou de eficácia na gestão de serviços e na ação redistributiva. Os novos modelos procuram transformar e introduzir na gestão pública o estilo privado. Além de ampliarem a importação de técnicas típicas da área privada, propõem sempre com grande ênfase eliminação, privatização e terceirização de serviços. Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, as ideias sobre reformar a administração, com premissas de radicalismo e promessas de eficiência imediata, são sempre atraentes, dadas as dificuldades que os cidadãos enfrentam em tratar de seus interesses em qualquer organização pública. Ao entrar em contato com uma repartição pública, a maioria dos cidadãos experimenta uma história de relativo descaso e má qualidade no atendimento, sobretudo na área social. Para essas pessoas, a ineficiência no serviço é um sintoma de iniquidade social, já que os mais afortunados normalmente dispõem de outros meios. Ao imitar a gestão privada, as propostas contemporâneas assumem a singularidade do cliente e suas demandas como fundamentais na gestão pública. Antes de planejar suas ações ou oferta de serviços, as organizações públicas devem conhecer as demandas de sua clientela. A organização pública existe para servir o indivíduo: deve centralizar suas ações na demanda do cliente e na sua escolha. Como no mercado, cliente é categoria primordial, e deve ser considerado em todas as instâncias. Essa ideologia veio contaminada e reforçada pelos valores dos países mais avançados, onde o individualismo fundamentado na igualdade das oportunidades constitui uma prática social comum. Por isso esses modelos centram-se mais no indivíduo (clientes e funcionários) e menos no contexto. A ideologia liberal centrada no indivíduo valoriza a iniciativa, o espírito empreendedor e o desempenho e realização individuais. 9 Ainda prevalece e se reforça posições de ser a administração pública responsável por reduzir a desigualdade social tanto por medidas desenvolvimentistas quanto por programas sociais compensatórios. Na prática neoliberal de países mais avançados, a gestão pública deve agir no sentido de manter a igualdade perante a lei e de garantir oportunidades iguais, salvo nos casos em que as chances não são claramente iguais. Programas sociais se justificam mais facilmente pela desigualdade de oportunidades do que pela compensação de diferenças de desempenho. Formas de Gestão Públicas No processo de evolução do Estado moderno, é possível observar significativas mudanças na relação da sociedade com o patrimônio público. Essas diferentes posturas da sociedade em relação a res publicam podem ser resumidas naquilo que a doutrina passou a denominar de “as três formas de Administração Pública”, as quais sintetizam, idealmente, três distintas maneiras de administração do patrimônio do Estado. Os diferentes perfis de Administração Pública que se sucederam são: a Administração Pública Patrimonialista, a Administração Pública Burocrática e a Administração Pública Gerencial A ética na gestão pública está diretamente relacionada com a forma pela qual as ações do Estado são direcionadas e o guia para essas ações são os modelos de gestão. O Brasil passou por diferentes perfis de Administração Pública que se sucederam, são eles: patrimonialista, burocrático e gerencial. As características de cada um desses modelos de administração levam a um caminho para o tratamento da coisa pública e, consequentemente, a uma nova interpretação do que é ser ético na administração pública. 10 - Administração PúblicaPatrimonialista: É um modelo de administração típico dos Estados Absolutistas da Europa e chegou ao Brasil com a vinda de Dom João VI e sua corte em 1808. O Estado era tido como uma extensão do poder do governante e os administradores chegavam aos seus postos de trabalho por indicação do soberano. Na visão patrimonialista, a visão de que a gestão pública deveria servir a população para satisfazer ou dar condições para que suas necessidades fossem atendidas era antagônica, ou seja, entendia-se que o Estado era uma entidade que deveria ter suas necessidades satisfeitas por meio do trabalho dos seus governados. Os governantes consideraram o Estado como seu patrimônio, havendo uma total confusão entre o que é público e o que é privado. (SILVA, 2013) No modelo patrimonialista, “a gestão dos negócios governamentais caracterizava-se por um modelo fortemente centralizado e pela ausência de critérios e métodos científicos de gestão”. Normalmente, os cargos eram dados como forma de agradecimento ou para preservar interesses particulares. Era uma forma de administrar que privilegiava o clientelismo, o nepotismo e a corrupção, uma vez que o interesse público e privado se misturava. Marini (2004, p.4), Neste modelo de administração o aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder do soberano, e os seus auxiliares, servidores possuem status de 11 nobreza real. Os cargos são considerados prebendas e não há diferença entre res pública e res principis. Consequentemente, a corrupção e o nepotismo são inerentes a esse tipo de administração. Na administração público patrimonialismo, não é possível afirmar que existe coisa pública em sentido contemporâneo, uma vez que o próprio Estado se confunde com patrimônio do soberano, sendo mera extensão daquilo que lhe pertence. O interesse perseguido é sempre o de quem detém o aparelho de Estado em suas mãos, não se podendo falar, nesse momento, de institutos básicos da moderna Administração Pública, como a ideia de supremacia e indisponibilidade do interesse público, separação do servidor de seu cargo, entre outros (ACUNHA, 2013, p. 26). Com a afirmação do capitalismo e da democracia, o mercado e a sociedade civil passam a se distinguir do Estado e, a partir desse momento histórico, a Administração Patrimonialista torna-se inaceitável. A reação ao Ancien Régime e a prevalência dos ideais da burguesia contra o autoritarismo e a ausência de segurança jurídica, marcados pelo surgimento do Estado Liberal, conduz a uma nova forma de organização e gestão da coisa pública. Nesse momento, separa-se a esfera dos interesses dos indivíduos (interesses privados) da esfera do interesse da coletividade (o interesse público), atribuindo-se ao Estado a missão primordial de buscar a satisfação desse último, embora não de forma exclusiva, já que, em inúmeras situações, o ordenamento jurídico confere ao particular a legitimidade para realizar e defender o interesse público, ainda que esse possa ser utilizado como instrumento contrário aos interesses da própria Administração Pública (interesse coletivo e interesse da Administração não se confundem) (ACUNHA, 2013, p. 26). - Administração Pública Burocrática: O modelo Burocrático surgiu na Europa no século XIX com a intenção de reduzir a corrupção e trazer mais impessoalidade às ações da administração pública. No Brasil, esse modelo foi adotado na década de 1930, no governo do então presidente Getúlio Vargas. 12 O país passava por um momento de crescente industrialização e ao mesmo tempo de um forte nacionalismo e uma grande centralização administrativa. Tinhase a intenção de acabar com a cultura patrimonialista que havia se alastrado por toda a administração desde antes da independência, tendo passado por todo período imperial e pela chamada “República Velha”, a qual tem como uma das suas mais fortes marcas o “coronelismo”. Em relação à postura do administrador público frente ao modelo burocrático, Osório (2005) afirma: Nas estruturas burocráticas do domínio legal Weberiano, a administração pública passou a ocupar um lugar de destaque, caracterizando-se não apenas pelo apego às formas instrumentais do governo, mas sobretudo pelo ideal de obediência a legalidade. Daí porque a liberdade do administrador haveria de ser muito restrita, ou mesmo inexistente, dentro dos padrões de divisão dos poderes. (OSÓRIO, 2005) Na Constituição de 1934 já havia um artigo que tratava do direito ao livre acesso a todos os brasileiros aos cargos e o fim das discriminações de estado civil e sexo, questões que faziam parte das legislações até ali existentes. Barbosa (1999). A própria criação do Departamento da Administração do Serviço Público (DASP), em 1936, foi uma tentativa de formar uma nova cultura administrativa, já que esse órgão deveria implementar as diretrizes, formar administradores do alto escalão e supervisionar a administração pública. Sobre o modelo de administração burocrática, Silva (2013) afirma: Entre as principais críticas à administração pública burocrática, pode-se citar a separação do Estado e sociedade, pelo fato de os funcionários se concentrarem no controle e na garantia do poder do Estado. O modelo burocrático está presente na Constituição de 1988 e em todo o sistema do direito administrativo brasileiro. Ele está baseado no formalismo e na presença constante de normas e rigidez de procedimentos. (SILVA, 2013) Essa forma de administração surge como uma reação ao modelo anterior. Visa combater a corrupção e o nepotismo patrimonialistas e apresenta como princípios orientadores de seu desenvolvimento a profissionalização, a ideia de carreira, a hierarquia funcional, a impessoalidade, o formalismo, a legalidade, em síntese, o poder racional. 13 Segundo Osório (2005), o legalismo e a burocracia tornaram-se pilares de legitimação do poder político, em detrimento da discricionariedade. A obediência a processos formalmente corretos do ponto de vista jurídico seria mais importante que o atendimento a resultados. (OSÓRIO, 2005) Nessa forma de administração, os controles administrativos são sempre a priori, pois parte-se de uma desconfiança prévia nos administradores públicos e nos cidadãos que a eles dirigem demandas. Daí a necessidade de controles rígidos de processos, como, por exemplo, na admissão de pessoal, nas compras e no atendimento a demandas (BRASIL, 1995, p. 15). O modelo burocrático é constituído por procedimentos formais feitos por funcionários especializados com competências fixas, sujeitos ao controle hierárquico. Essa forma de administração procura-se separar a esfera dos interesses dos indivíduos (interesse privado) daquela atinente ao interesse da coletividade (o interesse público), atribuindo-se ao Estado não o monopólio do último – visto que, como se sabe, interesse coletivo e interesse da Administração não se confundem -, mas a missão primordial de buscar a sua satisfação. O burocrático enfatiza aspectos absolutamente formais, controlando processos de decisão, estabelecendo uma hierarquia funcional rígida, baseada em princípios de profissionalização, formalismo, entre outros. O que é relevante, nesse tipo de controle, é o “como” (controle de meio de atuação, ou controle de processos), a observância do atendimento às prescrições legais em todos os momentos de atuação dos agentes do Estado (princípio da legalidade), e não o “o quê” (controle finalístico, ou controle de resultados), que será enfatizado pelo modelo seguinte (ACUNHA,2013, p. 28).O modelo burocrático exerceu enorme influência na estruturação da Administração Pública brasileira plasmada na Constituição de 1988. Desde a década de 30, surgiram os concursos públicos, no Brasil, para a investidura em cargos ou empregos públicos de provimento definitivo, conforme estabelece o art.37, II, da Constituição de 1988, com a consequente profissionalização das carreiras públicas, é um exemplo dessa influência. Por outro lado, a obrigatoriedade de se realizar licitação nas contratações públicas (art. 37, XXI, CF/88) também é exemplo dessa influência. 14 A existência na Administração Pública brasileira, na atualidade, de um sistema estruturado e universal de remuneração, as carreiras, a avaliação constante de desempenho, o treinamento sistemático - art. 39 da Constituição Federal, também é exemplo da permanência dos princípios fundamentais da Administração Pública burocrática. - Administração Pública Gerencial O modelo gerencial tem como base a preocupação com a qualidade dos serviços prestados e a redução de custos. Busca ainda uma cultura gerencial nas organizações, visando resultados e o aumento da governança do Estado. Nesse modelo de administração a atuação do Estado passa a ser orientada predominantemente pelos valores da eficiência e qualidade na prestação de serviços públicos, tendo o cidadão como foco principal, e pelo desenvolvimento de uma cultura gerencial nas organizações. O princípio da eficiência passa a ser a bússola da Administração Pública. No modelo gerencial (governança), a estratégia volta-se: 15 a) Para a definição precisa dos objetivos que o administrador público deverá atingir em sua unidade; b) Para a garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos humanos, materiais, e financeiros que lhe forem colocados à disposição para que possa atingir os objetivos contratados. c) Para o controle ou cobrança a posteriori dos resultados, ou seja, o controle de resultados. d) Nessa forma ainda se pratica a competição administrada no interior do próprio Estado, quando há possibilidade de estabelecer concorrência entre unidades internas. O modelo gerencial, fundamentado nos princípios da confiança e da descentralização da decisão, exige formas flexíveis de gestão, horizontalização de estruturas, descentralização de funções e incentivo à criatividade. Ao invés de enfatizar o controle estrito de procedimentos, ou de “como” agir, passa-se à preocupação com os fins a serem atingidos com a atuação do Estado, ou seja, com “o que” foi feito com o dinheiro do Estado, com a avaliação que permita indicar se a meta estabelecida foi ou não alcançada, se o resultado pretendido foi ou não atingido, se o recurso público foi ou não eficientemente empregado – Princípio de eficiência como bússola da Administração Pública (ACUNHA, 2013, p. 29). Afirma-se ainda que, a Administração Pública deve ser permeável à maior participação dos agentes privados e/ou das organizações da sociedade civil e deslocar a ênfase dos procedimentos (meios) para os resultados (fins), tendo como princípios norteadores a eficiência, a orientação para o cidadão-cliente, o controle dos resultados e a competição administrada. A administração pública gerencial foi a principal fonte de inspiração dos autores da chamada “Reforma Administrativa do Estado” (Emenda Constitucional n. 19/1998), a qual adotou uma série de medidas que atenuaram os rígidos controles procedimentais do período precedente, com ênfase muito maior no princípio da eficiência (incorporado ao caput do artigo 37 da Constituição Federal pela EC 19/1998), prevendo, entre outros, a atuação em parceria com sociedade civil, destacadamente, com o chamado Terceiro Setor, por meio de instituições como as 16 Organizações Sociais e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, uma maior autonomia para as entidades administrativas, por meio de instrumentos como os contratos de gestão, que dá ensejo, até mesmo, ao que chama de competição administrada, com o estabelecimento de concorrências internas entre as pessoas jurídicas ligadas ao Estado (ou entre entidades do Terceiro Setor) na busca de recurso públicos, que serão destinados àqueles que se mostrem mais eficientes no emprego das verbas - art. 37, parágrafo 8, CF/88. (ACUNHA, 2013, p. 29). Esta forma de gestão também foi o responsável por abrir a Administração Pública a uma maior participação dos cidadãos/usuários, tendo o art. 37, parágrafo 3, da CF/88, com redação determinada pela EC 19/1998, estabelecido que “A lei disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e indireta, regulando especialmente”. Na Administração Pública Gerencial, a relação entre o Poder Público e seus parceiros foi radicalmente modificada, sendo digno de nota o surgimento das entidades do espaço público não estatal e a sua forma de relacionamento com o Estado, os tipos de atividades que prestam e o regime jurídico de controle que experimentam. Com a emergência do paradigma do Estado Regulador, surge a concepção de que existem espaços públicos não estatais que podem ser preenchidos por organizações da sociedade civil, cuja finalidade consiste em satisfazer as necessidades humanas a que o mercado não consegue dar resposta e o Estado já não está em condições de satisfazer. É o surgimento do chamado Terceiro Setor, com o qual o Estado tratou de estabelecer parcerias nas áreas de saúde, educação, cultura, pesquisa e outros. Esse é o movimento que o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado – PDRAE, denominou de processo de publicização (BRASIL, 1995, p. 12-13). Está relacionado com a prestação de atividades públicas - os chamados serviços públicos, quando entendidas como não exclusivas do Estado - como a imposição e a arrecadação de tributos, o exercício do poder de polícia, e outros. O PDRAE consistiu num movimento que busca estabelecer parceria com o Terceiro Setor - Organizações Sociais e Organizações Sociais da Sociedade Civil de Interesse Público, instituídas, respectivamente pelas Leis n. 9.637/98 e 9.790/99, em relação às atividades que correspondem aos chamados espaços públicos não 17 estatais, em que serviços públicos, como saúde, educação, cultura, pesquisa científica, meio desenvolvimento tecnológico, entre outros, não são entendidos como atividades exclusivas do Estado. Essa parceria entre o Estado e o Terceiro Setor se formaliza mediante Contrato de Gestão (art. 5, da Lei n. 9.637/98) ou Termo de Parceria (art. 9, da Lei n. 9.790/99), conforme autorização do constituinte reformador no art. art. 37, parágrafo 8, da Constituição Federal. Trata-se de uma forma de controle mais suave, que deixa de basear-se nos processos para concentrar-se nos resultados. Tanto a Lei n. 9.637/98 quanto a Lei n. 9.790/99 estabelecem formas de controle pelo resultado. O Art. 8o, § 1o, da Lei n. 9.637/98 estabelece que “§ 1o A entidade qualificada apresentará ao órgão ou entidade do Poder Público supervisora signatária do contrato, ao término de cada exercício ou a qualquer momento, conforme recomende o interesse público, relatório pertinente à execução do contrato de gestão, contendo comparativo específico das metas propostas com os resultados alcançados, acompanhado da prestação de contas correspondente ao exercício financeiro.” Essa forma de controle pelo resultado também está prevista no art. 10, § 2o, incisos II e II, da Lei n. 9.790/99. É importante observar que, apesar de se tratar de uma forma de administração mais flexível, tais parcerias não estão livres da fiscalização dos órgãos de controle do Estado, como o Ministério Público, o Tribunal de Contas da União e a Advocacia Pública, conforme expressamente prevê os arts. 9 e 10 da Lei n. 9.637/98 e os arts. 12 e 13 da Lei n. 9.790/99. É importante ressaltar que a Administração Pública brasileira sofre influxos de todos esses perfis de Administração Pública. Com efeito, as inovações gerenciais de dinamização convivem com os principais institutos burocráticos, como a profissionalização, o concurso público, a legalidade e com indesejáveis resquíciosde patrimonialismo, como a privatização de espaços públicos e meios públicos, frequentemente colonizados pela busca de interesses privados (ACUNHA, 2013, p. 30). 18 Controle da Administração Pública Nos últimos anos, estão sendo implementados no Brasil mecanismos que possibilitem um maior controle social no que se refere às ações dos agentes públicos e das políticas estatais. A busca pela transparência na gestão pública é um fator importante para que esse controle seja possível. Segundo Figueiredo e Santos (2013), “a Lei de Acesso à Informação, nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, busca tornar menos obscuro o conhecimento da informação por parte dos cidadãos, no que se refere à forma como os nossos recursos públicos são administrados”. O bem-estar social, o bem público, é o objetivo maior da administração pública. No entanto, é comum ocorrer casos de má utilização dos recursos públicos e atos de corrupção. Para buscar resolver tais problemas, tem se pensado em formas de controle que visam uma ação mais ética e eficiente da administração pública. Muitas ações têm sido feitas por parte dos governos, tanto federal quanto estaduais e municipais, referentes a essa questão. A Internet tem ajudado com a disponibilização de informações a partir do chamado “Portal da Transparência”, onde é possível encontrar dados sobre as arrecadações e gastos públicos. Em relação à transparência da gestão pública, a Controladoria-Geral da União (CGU) destaca: Promover transparência é dar condições de acesso a todas as informações sobre a gestão pública. Uma Administração Pública transparente é aquela que funciona de maneira aberta, sem nada às escondidas, baseada em 19 princípios éticos e democráticos, em função da facilidade que têm os cidadãos em acessar as informações públicas [...] Transparência é, portanto, o que permite a qualquer cidadão, saber onde, como e porque o dinheiro público está sendo gasto. (CGU, 2010) Outro ponto de destaque nesse sentido foi a Lei de Responsabilidade Fiscal. Sobre essa lei, Henriques e Alcântara (2012) destaca: A Lei Complementar 101, de 04 de maio de 2000, denominada Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), consagra a transparência da gestão financeira como mecanismo de controle social, correspondendo na atualidade importante ferramenta para o controle e acompanhamento do correto destino dos recursos públicos na seara dos municípios, bem como dos demais entes federativos. Sucedeu-se, então, a Lei Complementar 131, de 27 de maio de 2009, conhecida como Lei da Transparência, a qual garante o acesso dos cidadãos às contas públicas. (HENRIQUES E ALCÂNTARA, 2012, p.2) Dentro do tema de controle da administração pública, um termo aparece em destaque: accountability. Esse termo ainda não possui uma tradução para o português, mas se relaciona com a prestação de contas dos governantes e a responsabilização dos mesmos. A accountability quando o cidadão percebe quem são os agentes que agem em seu benefício e os aprovam, elegendo- lhes, ou sancionam-lhes, não mais votando neles. O accountability pode ser dividido em vertical, horizontal e social. O accountability horizontal diz respeito à mútua fiscalização dos três poderes ou entre órgãos como os tribunais de contas, as agências reguladoras, controladorias-gerais e os ministérios públicos, por exemplo. Já o accountability vertical é o controle feito pelos cidadãos, por meio de plebiscitos, referendos e voto ou mediante exercício de controle social. O accontability social relaciona-se às ações de associações, organizações não- governamentais (ONG) e sindicatos para tornar públicas as falhas da administração pública, incluir novas questões nas agendas políticas ou até mesmo influenciar decisões a serem tomadas pelo poder público. Esse tipo de accontability não é capaz de, por si só, promover sanções, mas ganham efetividade ao sensibilizar outros mecanismos de controle, como os órgãos públicos que possuem essa atribuição e o próprio eleitor. 20 Blogs e comunidades Os WebLogs ou blogs, eram utilizado originalmente em navios ou aviões para relato de informações importantes. Hoje conhecidos como diário online por se encontrarem num espaço virtual, possuem diversas funções e podem ser utilizados para ajudar no desenvolvimento de diversas áreas do conhecimento. No início foram criados blogs individuais e para relatos pessoais. Com o tempo foram aparecendo blogs comunitários e com assuntos mais diversos possíveis. Hoje temos blogs até mesmo de jornalista relatando acontecimentos do mundo todo. As comunidades trazem uma forma de convívio online, seja de forma assíncrona ou síncrona. Geralmente oferecem recursos de fóruns, chats e agrupamentos por interesse. Tornou-se muito comum a utilização de comunidades de prática, onde as pessoas se reúnem por interesse e compartilham as informações de forma contínua. Ambos podem trazer muita contribuição para o relacionamento de uma turma de alunos, principalmente para produção colaborativa e incentivo a pesquisa e atividades fora da sala de aula. No entanto, precisam ser ensinados alguns limites. Pesquisas online A Internet foi concebida como um ambiente de informação e pesquisa, depois evoluiu para um ambiente de transação e relacionamento. Por isso, de certo modo ela dá uma dimensão do conhecimento humano atual, sejam coisas importantes, notícias, ou banalidades, cotidiano, vida das pessoas comuns. Há espaço para tudo e todos. Isso é de grande valia para a educação. É possível fazer uma pesquisa em tempo recorde e com eficiência. No entanto a internet por possibilitar o acesso a todos, não garante a veracidade das informações. Muitas pessoas publicam suas opiniões como sendo a verdade absoluta e não como um tópico de discussão. Além daquelas que editam, distorcem, mentem. Não se pode acreditar em tudo, só porque está na Internet. Logo, apesar de podermos encontrar na rede uma grande quantidade de conteúdos desenvolvidos por sistemas colaborativos, onde todos os usuários podem 21 contribuir, é preciso que fiquemos atentos para não sermos enganados por informações falsas. Ensinar esta capacidade crítica, de separar o que é bom do que não tem valor, é papel do Educador! Riscos A tecnologia pode ser utilizada para o bem, ou para o mal. Ela pode facilitar a comunicação entre as pessoas, como um e-mail pode ser o melhor canal de diálogo para um assunto difícil entre um pai e um filho, ou ao contrário, o uso maciço do messenger, por exemplo, pode excluir o pai do relacionamento e convívio social com seu filho. Tudo depende de como fazemos uso dela, de como educamos. Qual o risco que apresentam os blogs e comunidades quando utilizados em sala de aula? A internet é um poderoso meio de comunicação, mas temos que ter em mente que no espaço virtual tudo prova. Portanto, ao publicar uma opinião não podemos confundir liberdade de expressão com irresponsabilidade, ao contrário, a Constituição Federal de 1988, juntamente com o Código Civil e o Código Penal, todos em vigor, determinam “liberdade com responsabilidade de expressão”. Nosso direito vai até onde começa o direito do próximo. Ofender alguém além de não ser liberdade de expressão é crime tipificado no Código Penal brasileiro, podendo ser caso de injuria, difamação e/ou calúnia. Portanto, temos que ficar atentos ao que expressamos pela internet. Estamos colocando por escrito e assinando embaixo! É comum a utilização de blogs, por exemplo, por professores para relatar suas atividades com cada turma, registrando acontecimentos, encontros e até mesmo fotos, no entanto é preciso ter uma autorização dos alunos ou ainda dos pais de alunos quando estes forem menores de idade, para que possa ter suas fotos publicadas na internet ou em qualquer outra mídia. O mesmo vale para osalunos que ao publicarem fotos em seus blogs a rigor precisariam ter uma autorização das pessoas fotografadas, sem contar com a questão de direitos autorais do autor da foto ou pintura escaneada. 22 Apesar de parecer engraçado criar uma comunidade para falar mal de um professor, a mesma pode gerar grandes consequências legais para o Aluno, seus Pais e a própria Instituição de Ensino. É preciso ter cuidado, orientar no uso correto, monitorar, gerar advertências, retirar do ar o conteúdo inadequado que estiver associado com o nome da Instituição. Não podemos ficar de braços cruzados. Boas práticas – identidade digital do aluno Um dos maiores males no ambiente virtual é o anonimato, no sentido de favorecer a prática de ilícitos, de atividades antiéticas e até crimes. Por isso, dentro do ambiente escolar, é fundamental que haja a identificação individual e única do Aluno quando o mesmo estiver fazendo uso de ambientes eletrônicos. Seja o computador dentro da sala de aula, no laboratório, na biblioteca. Cabe a Instituição conferir uma Identidade Digital para o Aluno, de modo a que se ocorrer algum incidente, será possível verificar sua autoria. Isso serve como medida de prevenção, para coibir a conduta, já que sendo pego saberão quem foi, assim como garante uma medida de reação, aonde ocorrendo a conduta é possível achar o infrator, e assim adverti-lo, orientá-lo, ou se for o caso, praticar algum tipo de penalidade, como suspensão do uso do ambiente eletrônico por um período, ou em casos mais graves, até a expulsão. Muitos ambientes educacionais não fazem este tipo de controle mínimo, que garante o bem-estar social digital. E isso envolve inclusive aumentar a responsabilidade civil por danos causados a terceiros, uma vez que tudo vai ficar registrado como tendo sido feito pelas “maquinas em nome da Instituição”, então gera nexo causal e responsabiliza a mesma, que fica incapacitada de saber de fato quem foi, por não ter um modelo adequado de Identidade Digital. Além disso, como orientar seu Aluno? Comece com atividades que já possuem um sistema ou metodologia estabelecida, como WebQueste ou WebGincana, que já trazem consigo uma orientação de sites a serem utilizados nas pesquisas. Procure informar a seu aluno que é necessário buscar sites confiáveis e quando não houver essa certeza, devemos procurar comparar a pesquisa em diversas fontes. 23 Apresente artigos de jornal sobre situações de risco na Internet, com exemplos de casos, o que aconteceu, como poderia ter sido evitado, qual foi a penalidade dos envolvidos, quais leis se aplicam. Este tipo de orientação ajuda inclusive a evitar que os alunos sejam vítimas na Internet, especialmente de situações de assédio digital, pedofilia, exposição de imagem, receptação de conteúdo pirata ou ilegal, fraude com cartão de crédito, fraude em Internet Banking, ser enganado por uma loja virtual, ser contaminado por vírus achando que tinha recebido um cartão de amor, entre outros exemplos. Há ainda a necessidade de orientar no tocante ao uso do celular, que se tornou uma febre dentro das Instituições Educacionais, mas há momentos em que precisa estar desligado, e isso não vale apenas para o cinema ou o teatro, vale para dentro da sala de aula também! O uso da Tecnologia como uma ferramenta facilitadora no processo ensino-aprendizagem Ressalta-se que, não basta apenas a presença de recursos tecnológicos nas salas de aula, já que, o processo ensino-aprendizagem se dá na prática relacionada com a maneira como esses recursos são utilizados, pois: a tecnologia deve servir para enriquecer o ambiente educacional, propiciando a construção. Nesse sentido, o professor é fundamental no processo de aprendizagem, no qual a principal função deste é ser um criador de ambientes de aprendizagem e de valorização do educando; a inovação não está restrita ao uso da tecnologia, mas sim na maneira de como o professor vai usar os recursos, criar projetos metodológicos que levam a produção do conhecimento, também deve haver diálogo, compreensão, respeito mútuo e a afetividade, interação e então consequentemente a tão esperada aprendizagem. O aluno precisa de afeto em relação ao professor e aos colegas, para sentir prazer em ir à escola e de aprender. De acordo com Moran: As mudanças na educação dependem também dos alunos. Alunos curiosos e motivados facilitam enormemente o processo, estimulam as melhores qualidades do professor, tornam-se interlocutores lúcidos e parceiros de caminhada do professoreducador. Alunos motivados aprendem e ensinam, avançam mais, ajudam o 24 professor a ajudá-los melhor. Alunos que provêm de famílias abertas, que apoiam as mudanças, que estimulam afetivamente os filhos, que se envolvem ambientes culturalmente ricos, aprendem mais rapidamente, crescem mais confiantes e se tornam pessoas mais produtivas (2000, p 17-18). O papel principal do professor é ajudar o aluno a interpretar os dados, a relacioná-los e contextualizá-los. Um dos elementos que contribuíram para a realização da pesquisa nasceu das experiências vivenciadas durante a minha caminhada como educadora, motivada pelo desejo de contribuir com o processo educacional, por meio de reflexão acerca da necessária utilização dos recursos tecnológicos. Os professores deverão ser incentivados pela gestão escolar a desenvolverem habilidades na utilização de recursos, aprimorando assim, sua prática na apresentação de argumentos que confirmem a utilização de recursos audiovisuais. Em todos os momentos serão desafiados a conhecer, manusear e se posicionar criticamente sobre informações das mais diversas fontes. Sendo assim, a metodologia trabalhará a ideia de que os recursos tecnológicos serão atualmente essenciais e importantes no desenvolvimento de habilidades em todas as aulas. Do ponto de vista pedagógico eles despertam o interesse do docente e do discente, uma vez que a sociedade demanda cada vez mais capacitação individual com relação à tecnologia. A articulação entre a teoria e a prática será feita através de cursos, palestras e oficinas com usos de recursos tecnológicos envolvendo aluno e professores, com intuito de compreender a importância dos recursos nas aulas. A criação de tecnologias, sobretudo as que atendem aos processos de ensinoaprendizagem, demanda um esforço de implementação e de tempo significativo. Considerando que é cada vez maior a procura por esses recursos, torna-se imprescindível pensar em soluções que minimizem tal esforço, favoreçam e permitam adaptações a situações particulares, características possíveis de serem atendidas. A sociedade está em transformação permanente e junto a ela, a escola tenta se modernizar para acompanhar o mundo da tecnologia e da globalização, enfrentando novos desafios. Assim, é inegável a necessidade de participação e 25 atualização de novas teorias facilitando a construção e transformação do saber científico. A tecnologia apresenta-se como uma ferramenta positiva, uma das preocupações é a forma como as informações e todos os recursos tecnológicos são utilizados e interpretados na escola. Einstein há muitos anos já afirmava: “Eu temo o dia em que a tecnologia ultrapassara interatividade humana. O mundo terá uma grande geração de idiotas”. Quando utilizada e interpretada de maneira errada pelas pessoas, a tecnologia se torna uma vilã, porque torna distante as relações humanas de afetividade, amizade e diálogo crítico e reflexivo, criando seres humanos que passam o tempo todo buscando informações e conversando com a sociedade pelas redes sociais e internet destruindo a interatividade humana. “Computador e internet na sala de aula nas mãos de professores treinados formam um importante instrumento de ensino. Ter acesso à internet não é mais uma questão de aumentar a capacidadede raciocínio. Passou a ser vital. É como saber ler e escrever nos anos 50.” (SCHWARTZ 1999 p.32). Assim, a gestão escolar tem a responsabilidade de atualizar-se e orientar professores e alunos para o uso consciente de tudo o que é oferecido, especialmente pela internet, redes sociais, entre outras. Pode-se considerar um dever da escola formar cidadãos autônomos e capazes de relacionar-se com o outro, valor que vem sido prejudicado pelos contatos virtuais. Aspectos éticos, coletivos, comunicativos, comportamentais, emocionais são saberes necessários para promover uma educação democrática e emancipatória. Para tanto, a formação do professor deve ser focada na responsabilidade social. A importância da utilização dos recursos postos à disposição pela tecnologia em favor da criança que têm dificuldades, na aprendizagem é indispensável nos dias de hoje, porque pode identificar as falhas no aprendizado do aluno e atenuálas, desenvolvendo meios que superam os problemas que afetam a aprendizagem. Papert (1994) reconhece que as crianças passariam a utilizar o computador “como uma ferramenta para trabalhar e pensar, como um meio para realizar projetos, uma fonte de conceitos para pensar novas ideias” (1994. p. 168). 26 As tecnologias podem auxiliar como ferramenta de apoio, assim alunos se sentirão estimulados a buscar e socializar com esses recursos de forma a melhorar seu desempenho escolar através de pesquisas, jogos e atividades monitoradas. FORMAÇÃO CONTINUADA DO CORPO TÉCNICO PEDAGÓGICO A construção do conhecimento está diretamente ligada à formação do corpo técnico pedagógico (profissionais da educação) que é determinante na qualidade do exercício docente. De acordo com Martins: O educador é, sem dúvida, o elemento fundamental da comunidade educativa, pois desempenh a missão de formar a alma do educando. Em função disso, não pode limitar-se ao mero transmissor de conhecimento. [...] para cumprir bem sua missão o educador deve ser um estudioso permanente e ter um bom caráter isto é, seu comportamento em momento algum deve contradizer seus preceitos [...] por causa do processo de tecnologia e dos meios de comunicação, a sociedade está em transformação permanente, o que exige de verdadeiro educador atualização constante por meio de cursos, congressos, simpósios, muita leitura, enfim o educador deve ser um estudioso constante (2007, p.149). A qualidade de um sistema de ensino e de uma escola está relacionada, com a habilidade de seus profissionais e dirigentes. De pouco adianta a melhora do currículo formal, a introdução de métodos e técnicas inovadoras, se os gestores não acompanharem tais mudanças e reformas de ensino. A capacitação deve constituir- se em um processo aberto, de formação continuada e permanente, não somente para gestores escolares bem como para todos os profissionais da educação, Teixeira (2009, p.183) “[...] mesmo sabendo da importância da educação continuada e permanente do professor, este profissional deveria poder se apropriar autônoma e coletivamente dos avanços e dos recursos disponíveis,”[...] desta forma, a formação dos profissionais de educação deve ser considerada um ponto fundamental de reflexão e ação. 27 Para que a sala de aula se torne um espaço de aprendizagens significativas, é necessário que professor e aluno, estejam presentes e atuantes, desencadeando o processo de ensino-aprendizagem. Para Libâneo (2009, p. 309), “o grande objetivo das escolas é a aprendizagem dos alunos, e a organização escolar necessária é a que leva a melhorar a qualidade dessa aprendizagem”. Para atualizar e qualificar os processos educativos é necessário capacitar os professores, buscando conhecer e discutir formas de utilização de tecnologias no campo educacional. Segundo a teoria de MORAN (2000) décadas atrás, bastava ser competente em apenas uma habilidade; agora a complexidade da tarefa é muito maior. Por isso, o domínio de técnicas inovadoras e a atualização contínua de conhecimentos precisam fazer parte da rotina do professor; tornandose um criador de ambientes de aprendizagem e de valorização do educando. Torna-se fundamental a reflexão, levando-se a repensar o processo do qual participa dentro da escola como docente, para que consiga visualizar a tecnologia como uma ajuda e vir, realmente, a utilizar-se dela de uma forma consistente. Ainda, de acordo com MORAN: (...) haverá uma integração maior das tecnologias e das metodologias de trabalhar com o oral, a escrita e o audiovisual. Não precisaremos abandonar as formas já conhecidas pelas tecnologias telemáticas, só porque estão na moda. Integraremos as tecnologias novas e as já conhecidas. Iremos utilizá-las como mediação facilitadora do processo de ensinar e aprender participativamente (2000, p.56). É necessária uma nova postura do professor, renovando sua prática pedagógica, significa dizer que entre tantas funções, a escola contribui para que as pessoas que nela convivem, construam e socializem saberes por meio de ações educativas organizadas. Para isso é indispensável que atores-sujeitos envolvidos na instituição escolar encontrem oportunidades para decidir, pensar, compartilhar e responsabilizar-se, desenvolvendo suas autonomias. LIBÂNEO (2007, p.310), ressalta: “o exercício profissional do professor compreende, ao menos, três atribuições: a docência, a atuação na organização e na gestão da escola e da produção de conhecimento pedagógico”. Realizar um trabalho em grupo, com troca de experiências entre os professores, é fundamental. 28 O uso da Internet, seja na sala de aula ou como ferramenta de apoio ao aluno, pode proporcionar o melhoramento do ensino e da aprendizagem. A Internet oportuniza desenvolver a própria aprendizagem baseado na construção do conhecimento, compartilhando suas descobertas. As informações adquiridas podem ser transformadas em conhecimento, para isso é necessário que o professor conduza seus alunos a construir esses conhecimentos. Dispondo sobre informação e conhecimento. Há certa confusão entre informação e conhecimento. Temos muitos dados, muitas informações disponíveis. Na informação, os dados estão organizados dentro de uma lógica, de um código, de uma estrutura determinada. Conhecer é integrar a informação no nosso referencial, no nosso paradigma, apropriando-a, tornando-a significativa para nós. “O conhecimento não se passa, o conhecimento cria-se, constrói-se” (MORAN, 2007, p.54) A sala de aula tem deixado de ser o único espaço de busca e acesso ao conhecimento com a crescente utilização da internet. Assim, entende-se que a sala de aula não é o único lugar onde ocorre a aprendizagem e que a comunicação pode proporcionar, através de variados meios, a formação de diferentes ambientes de aprendizagem e uma maior participação dos alunos nas relações de ensino. Para MORAN: A internet é uma mídia que facilita a motivação dos alunos, pela novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece. A Internet oportuniza interações significativas, através dos emails, as listas de discussão, os fóruns, os chats, os blogs, as ferramentas de comunicação instantânea, os sites de relacionamentos (2000, p.53). O professor precisa informar e orientar os alunos sobre a utilização da Internet, sobre as vantagens e os perigos que ela oferece. Este é um grande desafio para o educador; ajudar a tornar a informação significativa, escolher as informações verdadeiramente importantes entre tantas possibilidades de forma cada vez mais profunda e fazer com que esta torne parte do nosso referencial. Moacir Gadotti vê a formação continuada do professor não como mera aprendizagem de novas técnicas ou receitas pedagógicas, mas a concebe como 29 reflexão, pesquisa, ação, descoberta, organização, fundamentação,revisão e construção teórica. Para tanto, destaca a importância da troca de experiências, que tem com o foco a cooperação. Esta formação deve obter uma organização na metodologia usada em todas as aulas, procurando trabalhar a interdisciplinaridade, aprender de forma cooperativa tanto o aluno como o professor. Essa reflexão deve iniciar pelo grupo de gestores da educação, promovendo e garantindo o desenvolvimento do conhecimento e a segurança necessária para a realização de atividades que auxiliem no processo de aprendizagem dos discentes e docentes. Para que esta qualificação ser realmente um processo educativo, segundo GADOTTI (2005, p. 17), a escola deve: Educar para pensar globalmente, saber pensar a realidade, não deixar acumular os conhecimentos. Educar os sentimentos: Somos humanos porque sentimos e não apenas porque pensamos. Ensinar a identidade terrena: Nossa identidade é individual, devemos compartilhar nossa vida no planeta. Formar para uma consciência planetária: Somos cidadãos da terra. Formar para a compreensão: Comunicar-se para compreender melhor o outro, ser inteligente, tendo um projeto de vida solidário, pois a solidariedade é uma necessidade humana. Educar para a quietude e simplicidade: Saber escutar, saber viver juntos, entre outros. Assim podemos transformar o que pensamos o que somos o que fazemos, numa relação aberta com novidade dos novos e realizar uma educação transformadora. Assim o importante na formação do profissional da educação é saber trabalhar coletivamente, ter iniciativa, gostar do risco, ter instituição, saber comunicar-se, saber resolver conflitos, ter habilidade emocional. “Pode-se dizer que 30 não é a tecnologia em si que causa a aprendizagem, mas a maneira como o professor e os alunos interagem com ela.” (Moran, 2000, p. 48) Aspectos Tecnológicos aplicados a educação e gestão escolar A Gestão Escolar precisa iniciar seus trabalhos visando à situação escolar. De acordo com a Diretoria de Informações e Planejamento. Com foco principal no aprendizado do aluno, o sistema informatizado deverá disponibilizar uma base de dados que forneça as necessidades e os custos para adequação e melhoria da rede pública de ensino e assim propor prioridades de atendimento. Os recursos tecnológicos disponíveis na Escola contribuem significativamente para o bom desempenho escolar. A TV Multimídia, o laboratório de informática, os softwares, devem ser recursos disponíveis aos professores para que possam ilustrar suas aulas e despertar o interesse ao conhecimento, para que se efetive uma boa aprendizagem devem ser proporcionados cursos de formação continuada para os professores nesta área de informatização. A era da informação também pode ser a era da educação, ou seja, a educação e as tecnologias devem caminhar juntas para que possam atender às necessidades contemporâneas. Estamos diante de uma sociedade globalizada e dinâmica, a disputa por espaço no mercado de trabalho tem exigido das pessoas uma melhor preparação, cursos extras são essenciais para quem procura uma situação profissional que oferece bons rendimentos. As tecnologias da informação e comunicação estão presentes em diversos setores, atingindo de forma direta e indireta aqueles que atuam nessas áreas. A preparação desses indivíduos precisa ter início no ensino básico, dessa forma, a educação tem enfrentado uma importante reformulação no intuito de preparar os jovens. Ferramentas tecnológicas têm sido usadas com o objetivo de aumentar a eficácia do ensino e desenvolver no aluno o senso crítico, o pensamento improvável e dedutivo, a capacidade de observação, de pesquisa e estratégias de comunicação. Assim, sob a égide da revolução tecnológica a cada dia e momento que passa, a escola precisa integrar novas ferramentas: computadores, Internet, 31 datashow, câmera digital, laboratório de informática etc., as quais fornecem diversas possibilidades de enriquecimento das práticas pedagógicas. Naturalmente, com essas ferramentas, o professor não é só convidado, mas obrigado a inovar sua prática pedagógica ao mesmo tempo em que é conduzido a criar novas formas de ensinar, pois ele próprio corre o risco de ficar dentro da exclusão digital. A tecnologia pode ser uma forte aliada na Educação. O acesso à Internet democratizou o conhecimento e com isso, as informações se tornaram mais acessíveis. Para acompanhar esse avanço tecnológico, se faz necessário que a Escola ofereça os recursos audiovisuais com acesso à Internet. Com esse recurso a mais, professores podem incrementar suas aulas e alunos podem complementar seu conhecimento. As tecnologias ampliam as possibilidades de o professor ensinar e do aluno aprender. Verifica-se que quando utilizadas adequadamente, as TIC´S auxiliam no processo educacional. LIBÂNEO (2007, p.309) afirma que: “o grande objetivo das escolas é a aprendizagem dos alunos, e a organização escolar necessária é a que leva a melhorar a qualidade dessa aprendizagem”. Para as escolas e educadores, a necessidade criada pelo uso da TIC, é saber como aplicar todo potencial existente no sistema educacional, especialmente nos seus componentes pedagógicos e processos de ensino e de aprendizagem. A tecnologia e o acesso à Internet também facilitam a formação continuada dos docentes. É possível fazer cursos de extensão através da EAD. Nas horas atividade ou em casa, o professor pode se atualizar e realizar cursos a fim de adquirir novos conhecimentos didáticos e progredir na carreira. De acordo com a Lei 9394/96, Título IX, Art.87, § 3.º,O Distrito Federal, cada Estado e Município, e, supletivamente, a União, devem: - (…) - (…) – realizar programas de capacitação para todos os professores em exercício, utilizando também, para isto, os recursos da educação à distância. O incentivo à participação de cursos de formação continuada e simpósios torna esse profissional da educação motivado para a realização de suas tarefas 32 escolares, assim, “a formação das novas gerações só se faz efetiva e relevante, se significar a autoformação das universidades como comunidade de educadores sempre educandos.” (MARQUES, 2006). A educação é vista como o caminho das transformações sociais, e para que isso aconteça, precisa-se de uma educação de qualidade, comprometida, atualizada e contextualizada, portanto, se faz necessário ensinar e aprender com as novas tecnologias. Como diz Sobral (1999): “A internet combina perfeitamente com os novos rumos da educação por ser adequada à nova relação alunoprofessor, centrada no aluno e na ação deste como sujeito, e que requer do professor que se torne um companheiro, mais experiente, na jornada do conhecimento.” (1999, p.15) Sobretudo, a formação tecnológica do professor é um dos fatores que mais relevam no processo de desenvolvimento tecnológico social. A partir dessa concepção, o professor terá que atuar numa ação reflexiva sobre sua prática pedagógica e assim construir novos paradigmas. Utilizando as tecnologias fora da sala de aula Aplicações Esta é uma questão mais delicada, porque alguns educadores cometem o equívoco de pensar que a conduta de seus alunos fora da escola não afeta seu trabalho ou ainda a própria escola. Lembre-se que se o aluno se envolve em alguma atividade ilícita ou uma briga, por exemplo, e este estiver com o uniforme da escola, a mesma poderá ser atingida. Assim também com o ambiente virtual, o que os professores e alunos fazem em nome da escola podem alcançar a mesma. Além da questão de responsabilidade civil, a Instituição e seus educadores devem se preocupar com sua responsabilidade social e compromisso com a educação para uma sociedade melhor, para o exercício da cidadania. Primeiramente, a mais comum é o e-mail, utilizadomuitas vezes como uma extensão da instituição, seja para o contato entre professor e aluno ou terceiros. O que os professores dizem nos emails correspondem à opinião da Instituição. Por isso, é fundamental orientar sobre uso ético e legal desta ferramenta tão útil que já faz parte 33 de nossas vidas. Há ainda os blogs, as comunidades, o uso dos comunicadores instantâneos, sem falar no celular, no acesso a cybercafés e lanhouses. Riscos – principais infrações dos usuários de tecnologia Quando o e-mail é disponibilizado para os alunos, a instituição também é responsável por orientar para seu correto uso. Pois é como uma extensão das instalações da instituição. Enquanto o aluno navega ou faz uso do espaço virtual da instituição, está sob sua responsabilidade. No tocante aos Blogs, temos que orientar os alunos para que não façam uso dos mesmos de forma irresponsável. Por exemplo, a questão de direitos autorais, vale tanto para dentro da instituição, como também quando o aluno está se relacionando do lado de fora dos muros da escola. O mesmo se aplica para as comunidades. O que o aluno ou professor faz numa comunidade em nome da instituição pode gerar responsabilidade civil para a mesma que tem, no entanto direito de regresso contra a pessoa física que provocou o dano. Você já fez uma pesquisa para saber quais são as comunidades, blogs, fotologs que estão montadas com o nome da sua Instituição ou fazendo menção a ela ou a seus dirigentes e professores? Outra preocupação é orientar os alunos para que não cometam infrações penais no intuito de brincadeira, assim como o caso recente do rapaz que pediu ajuda para se matar num fórum. Todos os envolvidos, que deixaram uma mensagem aconselhando ou ensinando como fazer, podem e devem ser indiciados, por crime de instigo ao suicídio. Boas práticas – educação do usuário digitalmente correto Em diversos trabalhos que realizamos com Instituições de Ensino vimos que com um pouco de informação e orientação, a maior parte dos alunos acata as regras e deixa de cometer as condutas indevidas, por uma questão de passar a saber com mais clareza o limite entre “certo e errado”. Isso é feito de diversas formas: 34 • Palestras de Conscientização com convidado especialista em Direito Digital (que pode ser advogado, delegado, perito, procurador, promotor, juiz); • Aula de Cidadania e Ética Digital dentro da programação escolar; • Cartilha sobre Uso Ético e Legal da Tecnologia; • Reunião com pais específica sobre o tema; • Inserção de cláusulas específicas sobre o assunto no contrato de matrícula; • Revisão e atualização do Código de Ética do Aluno para tratar destes temas; • Revisão dos contratos de trabalho dos funcionários para tratar destes temas; • Elaboração e implementação de Política de Segurança da Informação e outras normas; A ninguém cabe alegar desconhecimento da lei Art. 21 CP “O desconhecimento da Lei é inescusável” Cabe citar que o Código Penal Brasileiro não imputa a tipificação apenas no caso de crime doloso, mas também para o crime culposo, cuja o agente não tinha intenção de cometê-lo. A única forma inescusável seria a falta de capacidade do agente para entender a ilicitude do fato ou se não pudesse exigir conduta diversa. E quando o infrator é menor de idade, quem responde são os pais! 35 REFERÊNCIAS EINSTEIN, Albert. Físico. Teoria da Relatividade. 1879/1985. WWW. Citador.pt. FERREIRA, N.S.C. Gestão democrática da educação para a formação humana: Conceitos e possibilidades. Em aberto. Gestão escolar e formação de gestores. Instituto Nacional de estudos e Pesquisas Educacionais, Brasília, v.17, n. 72, jun. 2000. FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. E Paz e. Terra, 5ª Ed., Rio de Janeiro,1987. GADOTTI, Moacir. Boniteza de um sonho: Ensinar-e-aprender com sentido. Curitiba-PR: Ed. Positivo, 2005. Lei 9394/96, Título IX, Art. 87, § 3.º LIBÂNEO, José Carlos. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. 5. Ed. São Paulo: Cortez, 2009. LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão Escolar: Teoria e Prática. 5. Ed. Goiânia: Alternativa, 2007. MARQUES, Maria Osorio. 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