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FORMAS-DE-GESTÃO-PÚBLICA-1

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1 
 
 
FORMAS DE GESTÃO PÚBLICA 
1 
 
 
Sumário 
Introdução .................................................................................................... 3 
Políticas Públicas ......................................................................................... 4 
Gestão Pública ............................................................................................. 5 
Evolução da Administração Pública para a Gestão Pública ......................... 6 
Formas de Gestão Públicas ......................................................................... 9 
- Administração Pública Patrimonialista: .................................................... 10 
- Administração Pública Burocrática: ......................................................... 11 
- Administração Pública Gerencial ............................................................. 14 
Controle da Administração Pública ............................................................ 18 
Referências Bibliográficas ............................. Erro! Indicador não definido. 
O uso da Tecnologia como uma ferramenta facilitadora no processo ensino-
aprendizagem ................................................................................................ 23 
Aspectos Tecnológicos aplicados a educação e gestão escolar ................... 30 
Utilizando as tecnologias fora da sala de aula ........................................... 32 
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 35 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
 Introdução 
 
Sant‟Anna (2013), defende a ideia de que os termos GESTÃO E 
ADMINNISTRAÇÃO se referem ao mesmo assunto. Matias-Pereira (2008), considera 
o conceito de administração pública amplo e bem complexo, daí a dificuldade de ter 
uma definição clara. Outros autores sustentam que a administração é original e 
primária, enquanto a gestão é nova e especializada. 
A maioria dos autores desse tema conceituam administração em dois sentidos: 
um, como um conjunto de órgãos e agentes aos quais as leis atribuem a função 
administrativa do Estado; outro, como um conjunto de atividades destinadas à 
execução de tarefas consideradas de interesse público. Neste último, o termo aponta 
para a atividade de administrar, de gerir. 
 O Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado – PDRAE, iniciado em 
1995, influenciou troca dos termos de “Administração Pública por “Gestão Pública”, e 
ainda definiu objetivos e estabeleceu diretrizes para a reforma da administração 
pública brasileira. 
O termo „Gestão Pública” foi recente mente associado a paradigmas de uma 
gestão mais moderna, imbuída de valores como eficiência, eficácia, foco em 
resultados, qualidade dos serviços prestados dentre outros. Este novo modelo de 
gestão exige mudanças radicais dos gestores e dos servidores, com a finalidade de 
melhor atender às demandas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Políticas Públicas 
 
As Políticas públicas são parte da ciência política, estudada desde o início do 
século passado. No entanto, só recentemente constituiu cursos de graduação e 
pósgraduação no Brasil. É conceituado por muitos pesquisadores como um conjunto 
de teorias que tentam explicar como se dá a construção e implementação de ações 
do Estado, para alterar ou manter uma determinada realidade. É um esforço para 
classificar, prever e melhorar processos políticos. Por exemplo: como se dá, no âmbito 
do governo de sua prefeitura, o combate à dengue? Como o secretário convence o 
Prefeito de que é necessário mais dinheiro ou mais pessoal? Como as organizações 
da sociedade ajudam na tarefa de combate à dengue? As ações da prefeitura dão 
bons resultados? 
As políticas públicas afetam a todos os cidadãos, de todos os cidadãos, 
independente de sexo, raça, religião ou nível social. Com a expansão da democracia, 
as responsabilidades dos representantes popular se diversificaram, sendo, portanto, 
comum dizer que sua função é promover a qualidade de vida da sociedade. Essa 
qualidade de vida está intimamente relacionada a ações bem desenvolvidas e a sua 
execução em áreas como saúde, educação, meio ambiente, habitação, assistência 
social, lazer, transporte e segurança, ou seja, deve-se contemplar a qualidade de vida 
como um todo. 
É partindo desse princípio que, para atingir resultados satisfatórios em 
diferentes áreas, os governos nas esferas federal, estaduais ou municipais, se 
utilizam das políticas públicas. 
Políticas públicas são conjuntos de programas, ações e decisões tomadas pelos 
governos (nacionais, estaduais ou municipais) com a participação, direta ou indireta, 
de entes públicos ou privados que visam assegurar de terminado direito de cidadania 
para vários grupos da sociedade ou para determinado segmento social, cultural, 
étnico ou econômico. Sendo, portanto, direitos assegurados na Constituição. 
As políticas públicas podem possuir dois sentidos diferentes: 
5 
 
 
A) Político: encara-se a política pública como um processo de decisão, em que 
há naturalmente conflitos de interesses. Por meio das políticas públicas, o governo 
decide o que fazer ou não fazer. 
B) Administrativo: as políticas públicas são um conjunto de projetos, programas 
e atividades realizadas pelo governo. 
A política pública pode tanto ser parte de uma política de Estado ou parte da 
política de governo. Sendo que a política de Estado é toda política que independente 
do governo e do governante deve ser realizada porque é amparada pela constituição. 
Já uma política de governo pode depender da alternância de poder. Cada governo 
tem seus projetos, que por sua vez se transformam em políticas públicas. 
Vejamos alguns exemplos dessa distinção: é muito comum ouvirmos dizer que 
a política externa do país deve ser uma política de Estado, ou seja, uma política 
orientada por ideais que transcendem governos e que se mantêm no longo prazo. 
Políticas públicas eficientes que têm continuidade de um governo para outro podem 
se transformar em política de Estado. Um possível exemplo disso é o programa Bolsa 
Família, criado e expandido no governo do PT, cujos bons resultados levaram o líder 
oposicionista Aécio Neves a propor que o programa seja transformado em política de 
Estado, no ano de 2014 (a ideia seria incorporar o programa à Lei Orgânica da 
Assistência Social). 
 
Gestão Pública 
 
A palavra GESTÃO deriva do latim, sendo conceituado como ato de 
administrar; de gerir; gerência ou administração. O termo gestão surgiu da 
necessidade de um novo conceito de administrar, que expressasse as mudanças que 
aconteciam dentro da ação administrativa, que superasse a visãotecnicista da 
administração, que fosse além das tarefas: coordenar, planejar, organizar, dirigir e 
controlar, que incorporasse um novo momento social, político e cultural. Um conceito 
mais interdisciplinar, fundamentado na filosofia, sociologia, antropologia e política. 
 
6 
 
 
Desta forma, por retratar uma visão estratégica mais ampla, mais 
descentralizada, um processo político-administrativo, com as ações mais interligadas 
e contextualizadas, promovendo condições mais adequadas, tanto materiais, quanto 
humanas, para promover o sucesso dos processos social, cultural, educacional e 
político, optou-se pelo termo gestão, enquanto concepção mais democrática, mais 
participativa, que suscita a colaboração dos sujeitos sociais envolvidos no processo. 
 
Gestão Pública é considerado um termo mais recente, que indica utilização de novas 
práticas na administração do setor público, algumas importadas do setor privado, 
outras recuperadas dos porões da história, outras desenvolvidas nas últimas décadas. 
Do ponto de vista do ensino, é mais vinculado a práticas de gestão, a funcionalidades 
e situação atual do Estado. 
. 
 
 
 
 Evolução da Administração Pública para a Gestão Pública 
 
A redemocratização, a inspiração neoliberal e as referências das inovações 
oriundas de países mais avançados, os movimentos de reforma procuravam centrar-
se nas especificidades das diversas organizações públicas, à semelhança das 
mudanças na área privada. A perspectiva básica era a eficiência e capacidade de 
resposta da administração pública e melhora da gerência pública. 
7 
 
 
 
Portanto passou-se a questionar o tradicionalismo da administração pública, 
mas incorporando os fundamentos democráticos implantados na nova Constituição, 
como a subordinação da administração pública a mandatos políticos conquistados em 
eleições democráticas. Em períodos não democráticos, as tentativas de aparência 
tecnocrática ofuscaram muitos dos problemas de embates políticos, não porque 
deixassem de existir, mas porque havia sempre um lado repressor. 
 Com as novas inspirações ideológicas, começou-se a delinear a ideia de que 
os governos não poderiam sozinhos conduzir ao progresso. O desenvolvimento 
passou a ser visto como algo complexo e gigantesco, e as máquinas administrativas 
tradicionais não como fator de modernização, mas obstáculos ao progresso. 
 Surgiram movimentos significativos, em muitos países e apoiados por 
entidades internacionais, para proclamar a descrença nas possibilidades da 
administração pública de conduzir o desenvolvimento. Reduzir o tamanho do Estado 
e modernizar a administração pública de conduzir o desenvolvimento. 
 
Reduzir o tamanho do Estado e modernizar a administração pública tornaram-
se pontos importantes de uma nova agenda política. Ao contrário das experiências 
anteriores, essa modernização se inspirou fortemente nos modelos de gestão privada, 
considerados superiores e mais eficazes. Assim, as principais mudanças seriam 
transferir funções estatais para a área privada e as restantes seriam administradas 
com formas o mais próximo possível das praticadas nas empresas privadas. Tendo a 
representação democrática como premissa, tentou-se valorizar as técnicas 
administrativas e a competência neutra dos servidores, presumindo sempre a sua 
ação por delegação política e não por autonomia própria. 
A administração eficiente seria consequência natural de instrumentos 
gerenciais, como estruturas e códigos de procedimentos adequados e boas regras 
orçamentárias e gestão de pessoal. Pela falta de eficiência, culpavam-se a 
inadequação das estruturas e dos procedimentos e a inabilidade dos próprios 
servidores. 
Ajustes administrativos seriam feitos de acordo com novos propósitos políticos, 
adquiridos em eleições, ou com novas tecnologias administrativas. As reformas 
8 
 
 
preservavam as estruturas organizacionais, favoreciam a rigidez dos códigos 
administrativos, e algumas propostas mais audaciosas propunham maior 
descentralização e autonomia organizacional. Entretanto, não se questionava 
fundamentalmente a administração pública, senão sua ineficiência ou iniquidade. 
 Em grande parte, essas reformas colocavam em causa a própria viabilidade 
da administração pública como condutora de eficiência ou de eficácia na gestão de 
serviços e na ação redistributiva. Os novos modelos procuram transformar e introduzir 
na gestão pública o estilo privado. Além de ampliarem a importação de técnicas típicas 
da área privada, propõem sempre com grande ênfase eliminação, privatização e 
terceirização de serviços. 
Nos países em desenvolvimento, como o Brasil, as ideias sobre reformar a 
administração, com premissas de radicalismo e promessas de eficiência imediata, são 
sempre atraentes, dadas as dificuldades que os cidadãos enfrentam em tratar de seus 
interesses em qualquer organização pública. Ao entrar em contato com uma 
repartição pública, a maioria dos cidadãos experimenta uma história de relativo 
descaso e má qualidade no atendimento, sobretudo na área social. Para essas 
pessoas, a ineficiência no serviço é um sintoma de iniquidade social, já que os mais 
afortunados normalmente dispõem de outros meios. 
Ao imitar a gestão privada, as propostas contemporâneas assumem a 
singularidade do cliente e suas demandas como fundamentais na gestão pública. 
Antes de planejar suas ações ou oferta de serviços, as organizações públicas devem 
conhecer as demandas de sua clientela. 
 A organização pública existe para servir o indivíduo: deve centralizar suas 
ações na demanda do cliente e na sua escolha. Como no mercado, cliente é categoria 
primordial, e deve ser considerado em todas as instâncias. Essa ideologia veio 
contaminada e reforçada pelos valores dos países mais avançados, onde o 
individualismo fundamentado na igualdade das oportunidades constitui uma prática 
social comum. Por isso esses modelos centram-se mais no indivíduo (clientes e 
funcionários) e menos no contexto. A ideologia liberal centrada no indivíduo valoriza 
a iniciativa, o espírito empreendedor e o desempenho e realização individuais. 
9 
 
 
Ainda prevalece e se reforça posições de ser a administração pública 
responsável por reduzir a desigualdade social tanto por medidas desenvolvimentistas 
quanto por programas sociais compensatórios. Na prática neoliberal de países mais 
avançados, a gestão pública deve agir no sentido de manter a igualdade perante a lei 
e de garantir oportunidades iguais, salvo nos casos em que as chances não são 
claramente iguais. Programas sociais se justificam mais facilmente pela desigualdade 
de oportunidades do que pela compensação de diferenças de desempenho. 
 
Formas de Gestão Públicas 
 
No processo de evolução do Estado moderno, é possível observar 
significativas mudanças na relação da sociedade com o patrimônio público. Essas 
diferentes posturas da sociedade em relação a res publicam podem ser resumidas 
naquilo que a doutrina passou a denominar de “as três formas de Administração 
Pública”, as quais sintetizam, idealmente, três distintas maneiras de administração do 
patrimônio do Estado. Os diferentes perfis de Administração Pública que se 
sucederam são: a Administração Pública Patrimonialista, a Administração Pública 
Burocrática e a Administração Pública Gerencial 
A ética na gestão pública está diretamente relacionada com a forma pela qual 
as ações do Estado são direcionadas e o guia para essas ações são os modelos de 
gestão. O Brasil passou por diferentes perfis de Administração Pública que se 
sucederam, são eles: patrimonialista, burocrático e gerencial. As características de 
cada um desses modelos de administração levam a um caminho para o tratamento 
da coisa pública e, consequentemente, a uma nova interpretação do que é ser ético 
na administração pública. 
 
 
 
10 
 
 
- Administração PúblicaPatrimonialista: 
 
 
 
É um modelo de administração típico dos Estados Absolutistas da Europa e 
chegou ao Brasil com a vinda de Dom João VI e sua corte em 1808. O Estado era tido 
como uma extensão do poder do governante e os administradores chegavam aos 
seus postos de trabalho por indicação do soberano. 
Na visão patrimonialista, a visão de que a gestão pública 
deveria servir a população para satisfazer ou dar condições para que 
suas necessidades fossem atendidas era antagônica, ou seja, 
entendia-se que o Estado era uma entidade que deveria ter suas 
necessidades satisfeitas por meio do trabalho dos seus governados. 
Os governantes consideraram o Estado como seu patrimônio, 
havendo uma total confusão entre o que é público e o que é privado. 
(SILVA, 2013) 
No modelo patrimonialista, “a gestão dos negócios governamentais 
caracterizava-se por um modelo fortemente centralizado e pela ausência de critérios 
e métodos científicos de gestão”. Normalmente, os cargos eram dados como forma 
de agradecimento ou para preservar interesses particulares. Era uma forma de 
administrar que privilegiava o clientelismo, o nepotismo e a corrupção, uma vez que 
o interesse público e privado se misturava. Marini (2004, p.4), 
 Neste modelo de administração o aparelho do Estado funciona como uma 
extensão do poder do soberano, e os seus auxiliares, servidores possuem status de 
11 
 
 
nobreza real. Os cargos são considerados prebendas e não há diferença entre res 
pública e res principis. Consequentemente, a corrupção e o nepotismo são inerentes 
a esse tipo de administração. 
Na administração público patrimonialismo, não é possível afirmar que existe 
coisa pública em sentido contemporâneo, uma vez que o próprio Estado se confunde 
com patrimônio do soberano, sendo mera extensão daquilo que lhe pertence. O 
interesse perseguido é sempre o de quem detém o aparelho de Estado em suas mãos, 
não se podendo falar, nesse momento, de institutos básicos da moderna 
Administração Pública, como a ideia de supremacia e indisponibilidade do interesse 
público, separação do servidor de seu cargo, entre outros (ACUNHA, 2013, p. 26). 
Com a afirmação do capitalismo e da democracia, o mercado e a sociedade 
civil passam a se distinguir do Estado e, a partir desse momento histórico, a 
Administração Patrimonialista torna-se inaceitável. A reação ao Ancien Régime e a 
prevalência dos ideais da burguesia contra o autoritarismo e a ausência de segurança 
jurídica, marcados pelo surgimento do Estado Liberal, conduz a uma nova forma de 
organização e gestão da coisa pública. 
 Nesse momento, separa-se a esfera dos interesses dos indivíduos (interesses 
privados) da esfera do interesse da coletividade (o interesse público), atribuindo-se 
ao Estado a missão primordial de buscar a satisfação desse último, embora não de 
forma exclusiva, já que, em inúmeras situações, o ordenamento jurídico confere ao 
particular a legitimidade para realizar e defender o interesse público, ainda que esse 
possa ser utilizado como instrumento contrário aos interesses da própria 
Administração Pública (interesse coletivo e interesse da Administração não se 
confundem) (ACUNHA, 2013, p. 26). 
- Administração Pública Burocrática: 
O modelo Burocrático surgiu na Europa no século XIX com a intenção de reduzir a 
corrupção e trazer mais impessoalidade às ações da administração pública. No Brasil, 
esse modelo foi adotado na década de 1930, no governo do então presidente Getúlio 
Vargas. 
 
12 
 
 
O país passava por um momento de crescente industrialização e ao mesmo 
tempo de um forte nacionalismo e uma grande centralização administrativa. Tinhase 
a intenção de acabar com a cultura patrimonialista que havia se alastrado por toda a 
administração desde antes da independência, tendo passado por todo período 
imperial e pela chamada “República Velha”, a qual tem como uma das suas mais 
fortes marcas o “coronelismo”. Em relação à postura do administrador público frente 
ao modelo burocrático, Osório (2005) afirma: 
Nas estruturas burocráticas do domínio legal 
Weberiano, a administração pública passou a ocupar um 
lugar de destaque, caracterizando-se não apenas pelo 
apego às formas instrumentais do governo, mas sobretudo 
pelo ideal de obediência a legalidade. Daí porque a liberdade 
do administrador haveria de ser muito restrita, ou mesmo 
inexistente, dentro dos padrões de divisão dos poderes. 
(OSÓRIO, 2005) 
 Na Constituição de 1934 já havia um artigo que tratava do direito ao livre 
acesso a todos os brasileiros aos cargos e o fim das discriminações de estado civil e 
sexo, questões que faziam parte das legislações até ali existentes. Barbosa (1999). A 
própria criação do Departamento da Administração do Serviço Público (DASP), em 
1936, foi uma tentativa de formar uma nova cultura administrativa, já que esse órgão 
deveria implementar as diretrizes, formar administradores do alto escalão e 
supervisionar a administração pública. Sobre o modelo de administração burocrática, 
Silva (2013) afirma: 
Entre as principais críticas à administração pública 
burocrática, pode-se citar a separação do Estado e 
sociedade, pelo fato de os funcionários se concentrarem no 
controle e na garantia do poder do Estado. O modelo 
burocrático está presente na Constituição de 1988 e em todo 
o sistema do direito administrativo brasileiro. Ele está 
baseado no formalismo e na presença constante de normas 
e rigidez de procedimentos. (SILVA, 2013) 
 
Essa forma de administração surge como uma reação ao modelo anterior. 
Visa combater a corrupção e o nepotismo patrimonialistas e apresenta como 
princípios orientadores de seu desenvolvimento a profissionalização, a ideia de 
carreira, a hierarquia funcional, a impessoalidade, o formalismo, a legalidade, em 
síntese, o poder racional. 
13 
 
 
 Segundo Osório (2005), o legalismo e a burocracia tornaram-se pilares de 
legitimação do poder político, em detrimento da discricionariedade. A obediência a 
processos formalmente corretos do ponto de vista jurídico seria mais importante que 
o atendimento a resultados. (OSÓRIO, 2005) 
 Nessa forma de administração, os controles administrativos são sempre a priori, pois 
parte-se de uma desconfiança prévia nos administradores públicos e nos cidadãos 
que a eles dirigem demandas. Daí a necessidade de controles rígidos de processos, 
como, por exemplo, na admissão de pessoal, nas compras e no atendimento a 
demandas (BRASIL, 1995, p. 15). 
O modelo burocrático é constituído por procedimentos formais feitos por 
funcionários especializados com competências fixas, sujeitos ao controle hierárquico. 
Essa forma de administração procura-se separar a esfera dos interesses dos 
indivíduos (interesse privado) daquela atinente ao interesse da coletividade (o 
interesse público), atribuindo-se ao Estado não o monopólio do último – visto que, 
como se sabe, interesse coletivo e interesse da Administração não se confundem -, 
mas a missão primordial de buscar a sua satisfação. 
O burocrático enfatiza aspectos absolutamente formais, controlando processos 
de decisão, estabelecendo uma hierarquia funcional rígida, baseada em princípios de 
profissionalização, formalismo, entre outros. O que é relevante, nesse tipo de controle, 
é o “como” (controle de meio de atuação, ou controle de processos), a observância 
do atendimento às prescrições legais em todos os momentos de atuação dos agentes 
do Estado (princípio da legalidade), e não o “o quê” (controle finalístico, ou controle 
de resultados), que será enfatizado pelo modelo seguinte (ACUNHA,2013, p. 28).O 
modelo burocrático exerceu enorme influência na estruturação da Administração 
Pública brasileira plasmada na Constituição de 1988. 
Desde a década de 30, surgiram os concursos públicos, no Brasil, para a 
investidura em cargos ou empregos públicos de provimento definitivo, conforme 
estabelece o art.37, II, da Constituição de 1988, com a consequente 
profissionalização das carreiras públicas, é um exemplo dessa influência. Por outro 
lado, a obrigatoriedade de se realizar licitação nas contratações públicas (art. 37, XXI, 
CF/88) também é exemplo dessa influência. 
14 
 
 
A existência na Administração Pública brasileira, na atualidade, de um sistema 
estruturado e universal de remuneração, as carreiras, a avaliação constante de 
desempenho, o treinamento sistemático - art. 39 da Constituição Federal, também é 
exemplo da permanência dos princípios fundamentais da Administração Pública 
burocrática. 
- Administração Pública Gerencial 
 
 
 
O modelo gerencial tem como base a preocupação com a qualidade dos 
serviços prestados e a redução de custos. Busca ainda uma cultura gerencial nas 
organizações, visando resultados e o aumento da governança do Estado. 
Nesse modelo de administração a atuação do Estado passa a ser orientada 
predominantemente pelos valores da eficiência e qualidade na prestação de serviços 
públicos, tendo o cidadão como foco principal, e pelo desenvolvimento de uma cultura 
gerencial nas organizações. O princípio da eficiência passa a ser a bússola da 
Administração Pública. 
No modelo gerencial (governança), a estratégia volta-se: 
15 
 
 
a) Para a definição precisa dos objetivos que o administrador público 
deverá atingir em sua unidade; 
b) Para a garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos 
humanos, materiais, e financeiros que lhe forem colocados à disposição para que 
possa atingir os objetivos contratados. 
c) Para o controle ou cobrança a posteriori dos resultados, ou seja, o 
controle de resultados. 
d) 
Nessa forma ainda se pratica a competição administrada no interior do próprio 
Estado, quando há possibilidade de estabelecer concorrência entre unidades internas. 
O modelo gerencial, fundamentado nos princípios da confiança e da 
descentralização da decisão, exige formas flexíveis de gestão, horizontalização de 
estruturas, descentralização de funções e incentivo à criatividade. Ao invés de 
enfatizar o controle estrito de procedimentos, ou de “como” agir, passa-se à 
preocupação com os fins a serem atingidos com a atuação do Estado, ou seja, com 
“o que” foi feito com o dinheiro do Estado, com a avaliação que permita indicar se a 
meta estabelecida foi ou não alcançada, se o resultado pretendido foi ou não atingido, 
se o recurso público foi ou não eficientemente empregado – Princípio de eficiência 
como bússola da Administração Pública (ACUNHA, 2013, p. 29). 
Afirma-se ainda que, a Administração Pública deve ser permeável à maior 
participação dos agentes privados e/ou das organizações da sociedade civil e 
deslocar a ênfase dos procedimentos (meios) para os resultados (fins), tendo como 
princípios norteadores a eficiência, a orientação para o cidadão-cliente, o controle dos 
resultados e a competição administrada. 
A administração pública gerencial foi a principal fonte de inspiração dos autores 
da chamada “Reforma Administrativa do Estado” (Emenda Constitucional n. 19/1998), 
a qual adotou uma série de medidas que atenuaram os rígidos controles 
procedimentais do período precedente, com ênfase muito maior no princípio da 
eficiência (incorporado ao caput do artigo 37 da Constituição Federal pela EC 
19/1998), prevendo, entre outros, a atuação em parceria com sociedade civil, 
destacadamente, com o chamado Terceiro Setor, por meio de instituições como as 
16 
 
 
Organizações Sociais e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, 
uma maior autonomia para as entidades administrativas, por meio de instrumentos 
como os contratos de gestão, que dá ensejo, até mesmo, ao que chama de 
competição administrada, com o estabelecimento de concorrências internas entre as 
pessoas jurídicas ligadas ao Estado (ou entre entidades do Terceiro Setor) na busca 
de recurso públicos, que serão destinados àqueles que se mostrem mais eficientes 
no emprego das verbas - art. 37, parágrafo 8, CF/88. (ACUNHA, 2013, p. 29). 
Esta forma de gestão também foi o responsável por abrir a Administração 
Pública a uma maior participação dos cidadãos/usuários, tendo o art. 37, parágrafo 3, 
da CF/88, com redação determinada pela EC 19/1998, estabelecido que “A lei 
disciplinará as formas de participação do usuário na administração pública direta e 
indireta, regulando especialmente”. Na Administração Pública Gerencial, a relação 
entre o Poder Público e seus parceiros foi radicalmente modificada, sendo digno de 
nota o surgimento das entidades do espaço público não estatal e a sua forma de 
relacionamento com o Estado, os tipos de atividades que prestam e o regime jurídico 
de controle que experimentam. 
Com a emergência do paradigma do Estado Regulador, surge a concepção 
de que existem espaços públicos não estatais que podem ser preenchidos por 
organizações da sociedade civil, cuja finalidade consiste em satisfazer as 
necessidades humanas a que o mercado não consegue dar resposta e o Estado já 
não está em condições de satisfazer. É o surgimento do chamado Terceiro Setor, com 
o qual o Estado tratou de estabelecer parcerias nas áreas de saúde, educação, 
cultura, pesquisa e outros. 
Esse é o movimento que o Plano Diretor da Reforma do Aparelho do Estado 
– PDRAE, denominou de processo de publicização (BRASIL, 1995, p. 12-13). Está 
relacionado com a prestação de atividades públicas - os chamados serviços públicos, 
quando entendidas como não exclusivas do Estado - como a imposição e a 
arrecadação de tributos, o exercício do poder de polícia, e outros. 
 O PDRAE consistiu num movimento que busca estabelecer parceria com o 
Terceiro Setor - Organizações Sociais e Organizações Sociais da Sociedade Civil de 
Interesse Público, instituídas, respectivamente pelas Leis n. 9.637/98 e 9.790/99, em 
relação às atividades que correspondem aos chamados espaços públicos não 
17 
 
 
estatais, em que serviços públicos, como saúde, educação, cultura, pesquisa 
científica, meio desenvolvimento tecnológico, entre outros, não são entendidos como 
atividades exclusivas do Estado. Essa parceria entre o Estado e o Terceiro Setor se 
formaliza mediante Contrato de Gestão (art. 5, da Lei n. 9.637/98) ou Termo de 
Parceria (art. 9, da Lei n. 9.790/99), conforme autorização do constituinte reformador 
no art. art. 37, parágrafo 8, da Constituição Federal. 
Trata-se de uma forma de controle mais suave, que deixa de basear-se nos 
processos para concentrar-se nos resultados. Tanto a Lei n. 9.637/98 quanto a Lei n. 
9.790/99 estabelecem formas de controle pelo resultado. O Art. 8o, § 1o, da Lei n. 
9.637/98 estabelece que “§ 1o A entidade qualificada apresentará ao órgão ou 
entidade do Poder Público supervisora signatária do contrato, ao término de cada 
exercício ou a qualquer momento, conforme recomende o interesse público, relatório 
pertinente à execução do contrato de gestão, contendo comparativo específico das 
metas propostas com os resultados alcançados, acompanhado da prestação de 
contas correspondente ao exercício financeiro.” Essa forma de controle pelo resultado 
também está prevista no art. 10, § 2o, incisos II e II, da Lei n. 
9.790/99. 
É importante observar que, apesar de se tratar de uma forma de 
administração mais flexível, tais parcerias não estão livres da fiscalização dos órgãos 
de controle do Estado, como o Ministério Público, o Tribunal de Contas da União e a 
Advocacia Pública, conforme expressamente prevê os arts. 9 e 10 da Lei n. 9.637/98 
e os arts. 12 e 13 da Lei n. 9.790/99. 
É importante ressaltar que a Administração Pública brasileira sofre influxos de 
todos esses perfis de Administração Pública. Com efeito, as inovações gerenciais de 
dinamização convivem com os principais institutos burocráticos, como a 
profissionalização, o concurso público, a legalidade e com indesejáveis resquíciosde 
patrimonialismo, como a privatização de espaços públicos e meios públicos, 
frequentemente colonizados pela busca de interesses privados (ACUNHA, 2013, p. 
30). 
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Controle da Administração Pública 
 
Nos últimos anos, estão sendo implementados no Brasil mecanismos que 
possibilitem um maior controle social no que se refere às ações dos agentes públicos 
e das políticas estatais. A busca pela transparência na gestão pública é um fator 
importante para que esse controle seja possível. Segundo Figueiredo e Santos (2013), 
“a Lei de Acesso à Informação, nº 12.527, de 18 de novembro de 2011, busca tornar 
menos obscuro o conhecimento da informação por parte dos cidadãos, no que se 
refere à forma como os nossos recursos públicos são administrados”. 
O bem-estar social, o bem público, é o objetivo maior da administração 
pública. No entanto, é comum ocorrer casos de má utilização dos recursos públicos e 
atos de corrupção. Para buscar resolver tais problemas, tem se pensado em formas 
de controle que visam uma ação mais ética e eficiente da administração pública. 
Muitas ações têm sido feitas por parte dos governos, tanto federal quanto 
estaduais e municipais, referentes a essa questão. A Internet tem ajudado com a 
disponibilização de informações a partir do chamado “Portal da Transparência”, onde 
é possível encontrar dados sobre as arrecadações e gastos públicos. 
 Em relação à transparência da gestão pública, a Controladoria-Geral da União 
(CGU) destaca: 
Promover transparência é dar condições de acesso a 
todas as informações sobre a gestão pública. Uma 
Administração Pública transparente é aquela que funciona de 
maneira aberta, sem nada às escondidas, baseada em 
19 
 
 
princípios éticos e democráticos, em função da facilidade que 
têm os cidadãos em acessar as informações públicas [...] 
Transparência é, portanto, o que permite a qualquer cidadão, 
saber onde, como e porque o dinheiro público está sendo 
gasto. (CGU, 2010) 
Outro ponto de destaque nesse sentido foi a Lei de Responsabilidade 
Fiscal. Sobre essa lei, Henriques e Alcântara (2012) destaca: 
A Lei Complementar 101, de 04 de maio de 2000, denominada Lei de 
Responsabilidade Fiscal (LRF), consagra a transparência da gestão 
financeira como mecanismo de controle social, correspondendo na 
atualidade importante ferramenta para o controle e acompanhamento 
do correto destino dos recursos públicos na seara dos municípios, bem 
como dos demais entes federativos. Sucedeu-se, então, a Lei 
Complementar 131, de 27 de maio de 2009, conhecida como Lei da 
Transparência, a qual garante o acesso dos cidadãos às contas públicas. 
(HENRIQUES E ALCÂNTARA, 2012, p.2) 
 
Dentro do tema de controle da administração pública, um termo aparece em 
destaque: accountability. Esse termo ainda não possui uma tradução para o 
português, mas se relaciona com a prestação de contas dos governantes e a 
responsabilização dos mesmos. 
A accountability quando o cidadão percebe quem são os agentes que agem em 
seu benefício e os aprovam, elegendo- lhes, ou sancionam-lhes, não mais votando 
neles. O accountability pode ser dividido em vertical, horizontal e social. O 
accountability horizontal diz respeito à mútua fiscalização dos três poderes ou entre 
órgãos como os tribunais de contas, as agências reguladoras, controladorias-gerais e 
os ministérios públicos, por exemplo. Já o accountability vertical é o controle feito 
pelos cidadãos, por meio de plebiscitos, referendos e voto ou mediante exercício de 
controle social. 
O accontability social relaciona-se às ações de associações, organizações não-
governamentais (ONG) e sindicatos para tornar públicas as falhas da administração 
pública, incluir novas questões nas agendas políticas ou até mesmo influenciar 
decisões a serem tomadas pelo poder público. Esse tipo de accontability não é capaz 
de, por si só, promover sanções, mas ganham efetividade ao sensibilizar outros 
mecanismos de controle, como os órgãos públicos que possuem essa atribuição e o 
próprio eleitor. 
 
20 
 
 
 
Blogs e comunidades 
Os WebLogs ou blogs, eram utilizado originalmente em navios ou aviões para 
relato de informações importantes. Hoje conhecidos como diário online por se 
encontrarem num espaço virtual, possuem diversas funções e podem ser utilizados 
para ajudar no desenvolvimento de diversas áreas do conhecimento. No início foram 
criados blogs individuais e para relatos pessoais. Com o tempo foram aparecendo 
blogs comunitários e com assuntos mais diversos possíveis. Hoje temos blogs até 
mesmo de jornalista relatando acontecimentos do mundo todo. 
As comunidades trazem uma forma de convívio online, seja de forma 
assíncrona ou síncrona. Geralmente oferecem recursos de fóruns, chats e 
agrupamentos por interesse. Tornou-se muito comum a utilização de comunidades de 
prática, onde as pessoas se reúnem por interesse e compartilham as informações de 
forma contínua. 
Ambos podem trazer muita contribuição para o relacionamento de uma turma 
de alunos, principalmente para produção colaborativa e incentivo a pesquisa e 
atividades fora da sala de aula. No entanto, precisam ser ensinados alguns limites. 
Pesquisas online 
A Internet foi concebida como um ambiente de informação e pesquisa, depois 
evoluiu para um ambiente de transação e relacionamento. Por isso, de certo modo ela 
dá uma dimensão do conhecimento humano atual, sejam coisas importantes, notícias, 
ou banalidades, cotidiano, vida das pessoas comuns. Há espaço para tudo e todos. 
Isso é de grande valia para a educação. É possível fazer uma pesquisa em tempo 
recorde e com eficiência. No entanto a internet por possibilitar o acesso a todos, não 
garante a veracidade das informações. Muitas pessoas publicam suas opiniões como 
sendo a verdade absoluta e não como um tópico de discussão. Além daquelas que 
editam, distorcem, mentem. Não se pode acreditar em tudo, só porque está na 
Internet. 
Logo, apesar de podermos encontrar na rede uma grande quantidade de 
conteúdos desenvolvidos por sistemas colaborativos, onde todos os usuários podem 
21 
 
 
contribuir, é preciso que fiquemos atentos para não sermos enganados por 
informações falsas. Ensinar esta capacidade crítica, de separar o que é bom do que 
não tem valor, é papel do Educador! 
Riscos 
A tecnologia pode ser utilizada para o bem, ou para o mal. Ela pode facilitar a 
comunicação entre as pessoas, como um e-mail pode ser o melhor canal de diálogo 
para um assunto difícil entre um pai e um filho, ou ao contrário, o uso maciço do 
messenger, por exemplo, pode excluir o pai do relacionamento e convívio social com 
seu filho. Tudo depende de como fazemos uso dela, de como educamos. 
Qual o risco que apresentam os blogs e comunidades quando utilizados em 
sala de aula? A internet é um poderoso meio de comunicação, mas temos que ter 
em mente que no espaço virtual tudo prova. Portanto, ao publicar uma opinião não 
podemos confundir liberdade de expressão com irresponsabilidade, ao contrário, a 
Constituição Federal de 1988, juntamente com o Código Civil e o Código Penal, 
todos em vigor, determinam “liberdade com responsabilidade de expressão”. 
Nosso direito vai até onde começa o direito do próximo. Ofender alguém além 
de não ser liberdade de expressão é crime tipificado no Código Penal brasileiro, 
podendo ser caso de injuria, difamação e/ou calúnia. Portanto, temos que ficar atentos 
ao que expressamos pela internet. Estamos colocando por escrito e assinando 
embaixo! 
É comum a utilização de blogs, por exemplo, por professores para relatar suas 
atividades com cada turma, registrando acontecimentos, encontros e até mesmo 
fotos, no entanto é preciso ter uma autorização dos alunos ou ainda dos pais de alunos 
quando estes forem menores de idade, para que possa ter suas fotos publicadas na 
internet ou em qualquer outra mídia. 
O mesmo vale para osalunos que ao publicarem fotos em seus blogs a rigor 
precisariam ter uma autorização das pessoas fotografadas, sem contar com a questão 
de direitos autorais do autor da foto ou pintura escaneada. 
22 
 
 
Apesar de parecer engraçado criar uma comunidade para falar mal de um 
professor, a mesma pode gerar grandes consequências legais para o Aluno, seus 
Pais e a própria Instituição de Ensino. É preciso ter cuidado, orientar no uso correto, 
monitorar, gerar advertências, retirar do ar o conteúdo inadequado que estiver 
associado com o nome da Instituição. Não podemos ficar de braços cruzados. 
Boas práticas – identidade digital do aluno 
Um dos maiores males no ambiente virtual é o anonimato, no sentido de 
favorecer a prática de ilícitos, de atividades antiéticas e até crimes. Por isso, dentro 
do ambiente escolar, é fundamental que haja a identificação individual e única do 
Aluno quando o mesmo estiver fazendo uso de ambientes eletrônicos. Seja o 
computador dentro da sala de aula, no laboratório, na biblioteca. 
Cabe a Instituição conferir uma Identidade Digital para o Aluno, de modo a que 
se ocorrer algum incidente, será possível verificar sua autoria. Isso serve como 
medida de prevenção, para coibir a conduta, já que sendo pego saberão quem foi, 
assim como garante uma medida de reação, aonde ocorrendo a conduta é possível 
achar o infrator, e assim adverti-lo, orientá-lo, ou se for o caso, praticar algum tipo de 
penalidade, como suspensão do uso do ambiente eletrônico por um período, ou em 
casos mais graves, até a expulsão. 
Muitos ambientes educacionais não fazem este tipo de controle mínimo, que 
garante o bem-estar social digital. E isso envolve inclusive aumentar a 
responsabilidade civil por danos causados a terceiros, uma vez que tudo vai ficar 
registrado como tendo sido feito pelas “maquinas em nome da Instituição”, então gera 
nexo causal e responsabiliza a mesma, que fica incapacitada de saber de fato quem 
foi, por não ter um modelo adequado de Identidade Digital. 
Além disso, como orientar seu Aluno? Comece com atividades que já possuem 
um sistema ou metodologia estabelecida, como WebQueste ou WebGincana, que já 
trazem consigo uma orientação de sites a serem utilizados nas pesquisas. Procure 
informar a seu aluno que é necessário buscar sites confiáveis e quando não houver 
essa certeza, devemos procurar comparar a pesquisa em diversas fontes. 
23 
 
 
Apresente artigos de jornal sobre situações de risco na Internet, com exemplos 
de casos, o que aconteceu, como poderia ter sido evitado, qual foi a penalidade dos 
envolvidos, quais leis se aplicam. Este tipo de orientação ajuda inclusive a evitar que 
os alunos sejam vítimas na Internet, especialmente de situações de assédio digital, 
pedofilia, exposição de imagem, receptação de conteúdo pirata ou ilegal, fraude com 
cartão de crédito, fraude em Internet Banking, ser enganado por uma loja virtual, ser 
contaminado por vírus achando que tinha recebido um cartão de amor, entre outros 
exemplos. 
Há ainda a necessidade de orientar no tocante ao uso do celular, que se tornou 
uma febre dentro das Instituições Educacionais, mas há momentos em que precisa 
estar desligado, e isso não vale apenas para o cinema ou o teatro, vale para dentro 
da sala de aula também! 
O uso da Tecnologia como uma ferramenta facilitadora no 
processo ensino-aprendizagem 
Ressalta-se que, não basta apenas a presença de recursos tecnológicos nas 
salas de aula, já que, o processo ensino-aprendizagem se dá na prática relacionada 
com a maneira como esses recursos são utilizados, pois: a tecnologia deve servir para 
enriquecer o ambiente educacional, propiciando a construção. Nesse sentido, o 
professor é fundamental no processo de aprendizagem, no qual a principal função 
deste é ser um criador de ambientes de aprendizagem e de valorização do educando; 
a inovação não está restrita ao uso da tecnologia, mas sim na maneira de como o 
professor vai usar os recursos, criar projetos metodológicos que levam a produção do 
conhecimento, também deve haver diálogo, compreensão, respeito mútuo e a 
afetividade, interação e então consequentemente a tão esperada aprendizagem. O 
aluno precisa de afeto em relação ao professor e aos colegas, para sentir prazer em 
ir à escola e de aprender. 
De acordo com Moran: 
As mudanças na educação dependem também dos alunos. 
Alunos curiosos e motivados facilitam enormemente o processo, 
estimulam as melhores qualidades do professor, tornam-se 
interlocutores lúcidos e parceiros de caminhada do professoreducador. 
Alunos motivados aprendem e ensinam, avançam mais, ajudam o 
24 
 
 
professor a ajudá-los melhor. Alunos que provêm de famílias abertas, 
que apoiam as mudanças, que estimulam afetivamente os filhos, que 
se envolvem ambientes culturalmente ricos, aprendem mais 
rapidamente, crescem mais confiantes e se tornam pessoas mais 
produtivas (2000, p 17-18). 
O papel principal do professor é ajudar o aluno a interpretar os dados, a 
relacioná-los e contextualizá-los. 
Um dos elementos que contribuíram para a realização da pesquisa nasceu das 
experiências vivenciadas durante a minha caminhada como educadora, motivada pelo 
desejo de contribuir com o processo educacional, por meio de reflexão acerca da 
necessária utilização dos recursos tecnológicos. 
Os professores deverão ser incentivados pela gestão escolar a desenvolverem 
habilidades na utilização de recursos, aprimorando assim, sua prática na 
apresentação de argumentos que confirmem a utilização de recursos audiovisuais. 
Em todos os momentos serão desafiados a conhecer, manusear e se posicionar 
criticamente sobre informações das mais diversas fontes. Sendo assim, a metodologia 
trabalhará a ideia de que os recursos tecnológicos serão atualmente essenciais e 
importantes no desenvolvimento de habilidades em todas as aulas. Do ponto de vista 
pedagógico eles despertam o interesse do docente e do discente, uma vez que a 
sociedade demanda cada vez mais capacitação individual com relação à tecnologia. 
A articulação entre a teoria e a prática será feita através de cursos, palestras 
e oficinas com usos de recursos tecnológicos envolvendo aluno e professores, com 
intuito de compreender a importância dos recursos nas aulas. A criação de 
tecnologias, sobretudo as que atendem aos processos de ensinoaprendizagem, 
demanda um esforço de implementação e de tempo significativo. Considerando que 
é cada vez maior a procura por esses recursos, torna-se imprescindível pensar em 
soluções que minimizem tal esforço, favoreçam e permitam adaptações a situações 
particulares, características possíveis de serem atendidas. 
A sociedade está em transformação permanente e junto a ela, a escola tenta 
se modernizar para acompanhar o mundo da tecnologia e da globalização, 
enfrentando novos desafios. Assim, é inegável a necessidade de participação e 
25 
 
 
atualização de novas teorias facilitando a construção e transformação do saber 
científico. 
A tecnologia apresenta-se como uma ferramenta positiva, uma das 
preocupações é a forma como as informações e todos os recursos tecnológicos são 
utilizados e interpretados na escola. Einstein há muitos anos já afirmava: “Eu temo 
o dia em que a tecnologia ultrapassara interatividade humana. O mundo terá uma 
grande geração de idiotas”. Quando utilizada e interpretada de maneira errada pelas 
pessoas, a tecnologia se torna uma vilã, porque torna distante as relações humanas 
de afetividade, amizade e diálogo crítico e reflexivo, criando seres humanos que 
passam o tempo todo buscando informações e conversando com a sociedade pelas 
redes sociais e internet destruindo a interatividade humana. 
“Computador e internet na sala de aula nas mãos de professores 
treinados formam um importante instrumento de ensino. Ter acesso à 
internet não é mais uma questão de aumentar a capacidadede 
raciocínio. Passou a ser vital. É como saber ler e escrever nos anos 50.” 
(SCHWARTZ 1999 p.32). 
 
Assim, a gestão escolar tem a responsabilidade de atualizar-se e orientar 
professores e alunos para o uso consciente de tudo o que é oferecido, 
especialmente pela internet, redes sociais, entre outras. Pode-se considerar um 
dever da escola formar cidadãos autônomos e capazes de relacionar-se com o outro, 
valor que vem sido prejudicado pelos contatos virtuais. Aspectos éticos, coletivos, 
comunicativos, comportamentais, emocionais são saberes necessários para 
promover uma educação democrática e emancipatória. Para tanto, a formação do 
professor deve ser focada na responsabilidade social. 
A importância da utilização dos recursos postos à disposição pela tecnologia 
em favor da criança que têm dificuldades, na aprendizagem é indispensável nos dias 
de hoje, porque pode identificar as falhas no aprendizado do aluno e atenuálas, 
desenvolvendo meios que superam os problemas que afetam a aprendizagem. 
Papert (1994) reconhece que as crianças passariam a utilizar o computador “como 
uma ferramenta para trabalhar e pensar, como um meio para realizar projetos, uma 
fonte de conceitos para pensar novas ideias” (1994. p. 168). 
26 
 
 
As tecnologias podem auxiliar como ferramenta de apoio, assim alunos se 
sentirão estimulados a buscar e socializar com esses recursos de forma a melhorar 
seu desempenho escolar através de pesquisas, jogos e atividades monitoradas. 
 
FORMAÇÃO CONTINUADA DO CORPO TÉCNICO PEDAGÓGICO 
A construção do conhecimento está diretamente ligada à formação do corpo 
técnico pedagógico (profissionais da educação) que é determinante na qualidade do 
exercício docente. De acordo com Martins: 
O educador é, sem dúvida, o elemento fundamental da 
comunidade educativa, pois desempenh a missão de formar a alma do 
educando. Em função disso, não pode limitar-se ao mero transmissor 
de conhecimento. [...] para cumprir bem sua missão o educador deve 
ser um estudioso permanente e ter um bom caráter isto é, seu 
comportamento em momento algum deve contradizer seus preceitos 
[...] por causa do processo de tecnologia e dos meios de comunicação, 
a sociedade está em transformação permanente, o que exige de 
verdadeiro educador atualização constante por meio de cursos, 
congressos, simpósios, muita leitura, enfim o educador deve ser um 
estudioso constante (2007, p.149). 
 
A qualidade de um sistema de ensino e de uma escola está relacionada, com 
a habilidade de seus profissionais e dirigentes. De pouco adianta a melhora do 
currículo formal, a introdução de métodos e técnicas inovadoras, se os gestores não 
acompanharem tais mudanças e reformas de ensino. A capacitação deve constituir-
se em um processo aberto, de formação continuada e permanente, não somente 
para gestores escolares bem como para todos os profissionais da educação, 
Teixeira (2009, p.183) “[...] mesmo sabendo da importância da educação continuada 
e permanente do professor, este profissional deveria poder se apropriar autônoma 
e coletivamente dos avanços e dos recursos 
disponíveis,”[...] desta forma, a formação dos profissionais de educação deve ser 
considerada um ponto fundamental de reflexão e ação. 
27 
 
 
Para que a sala de aula se torne um espaço de aprendizagens significativas, 
é necessário que professor e aluno, estejam presentes e atuantes, desencadeando 
o processo de ensino-aprendizagem. Para Libâneo (2009, p. 309), 
“o grande objetivo das escolas é a aprendizagem dos alunos, e a organização 
escolar necessária é a que leva a melhorar a qualidade dessa aprendizagem”. 
Para atualizar e qualificar os processos educativos é necessário capacitar os 
professores, buscando conhecer e discutir formas de utilização de tecnologias no 
campo educacional. Segundo a teoria de MORAN (2000) décadas atrás, bastava 
ser competente em apenas uma habilidade; agora a complexidade da tarefa é muito 
maior. Por isso, o domínio de técnicas inovadoras e a atualização contínua de 
conhecimentos precisam fazer parte da rotina do professor; tornandose um criador 
de ambientes de aprendizagem e de valorização do educando. Torna-se 
fundamental a reflexão, levando-se a repensar o processo do qual participa dentro 
da escola como docente, para que consiga visualizar a tecnologia como uma ajuda 
e vir, realmente, a utilizar-se dela de uma forma consistente. Ainda, de acordo com 
MORAN: 
(...) haverá uma integração maior das tecnologias e das 
metodologias de trabalhar com o oral, a escrita e o audiovisual. Não 
precisaremos abandonar as formas já conhecidas pelas tecnologias 
telemáticas, só porque estão na moda. Integraremos as tecnologias 
novas e as já conhecidas. Iremos utilizá-las como mediação facilitadora 
do processo de ensinar e aprender participativamente (2000, p.56). 
É necessária uma nova postura do professor, renovando sua prática 
pedagógica, significa dizer que entre tantas funções, a escola contribui para que as 
pessoas que nela convivem, construam e socializem saberes por meio de ações 
educativas organizadas. Para isso é indispensável que atores-sujeitos envolvidos 
na instituição escolar encontrem oportunidades para decidir, pensar, compartilhar e 
responsabilizar-se, desenvolvendo suas autonomias. 
LIBÂNEO (2007, p.310), ressalta: “o exercício profissional do professor 
compreende, ao menos, três atribuições: a docência, a atuação na organização e 
na gestão da escola e da produção de conhecimento pedagógico”. Realizar um 
trabalho em grupo, com troca de experiências entre os professores, é fundamental. 
28 
 
 
O uso da Internet, seja na sala de aula ou como ferramenta de apoio ao aluno, 
pode proporcionar o melhoramento do ensino e da aprendizagem. A Internet 
oportuniza desenvolver a própria aprendizagem baseado na construção do 
conhecimento, compartilhando suas descobertas. As informações adquiridas podem 
ser transformadas em conhecimento, para isso é necessário que o professor 
conduza seus alunos a construir esses conhecimentos. Dispondo sobre informação 
e conhecimento. 
Há certa confusão entre informação e conhecimento. Temos muitos dados, 
muitas informações disponíveis. Na informação, os dados estão organizados dentro 
de uma lógica, de um código, de uma estrutura determinada. Conhecer é integrar a 
informação no nosso referencial, no nosso paradigma, apropriando-a, tornando-a 
significativa para nós. “O conhecimento não se passa, o conhecimento cria-se, 
constrói-se” (MORAN, 2007, p.54) A sala de aula tem deixado de ser o único espaço 
de busca e acesso ao conhecimento com a crescente utilização da internet. 
Assim, entende-se que a sala de aula não é o único lugar onde ocorre a 
aprendizagem e que a comunicação pode proporcionar, através de variados meios, 
a formação de diferentes ambientes de aprendizagem e uma maior participação dos 
alunos nas relações de ensino. Para MORAN: 
A internet é uma mídia que facilita a motivação dos alunos, pela 
novidade e pelas possibilidades inesgotáveis de pesquisa que oferece. 
A Internet oportuniza interações significativas, através dos emails, as 
listas de discussão, os fóruns, os chats, os blogs, as ferramentas de 
comunicação instantânea, os sites de relacionamentos (2000, p.53). 
O professor precisa informar e orientar os alunos sobre a utilização da 
Internet, sobre as vantagens e os perigos que ela oferece. Este é um grande desafio 
para o educador; ajudar a tornar a informação significativa, escolher as informações 
verdadeiramente importantes entre tantas possibilidades de forma cada vez mais 
profunda e fazer com que esta torne parte do nosso referencial. 
Moacir Gadotti vê a formação continuada do professor não como mera 
aprendizagem de novas técnicas ou receitas pedagógicas, mas a concebe como 
29 
 
 
reflexão, pesquisa, ação, descoberta, organização, fundamentação,revisão e 
construção teórica. 
Para tanto, destaca a importância da troca de experiências, que tem com o 
foco a cooperação. Esta formação deve obter uma organização na metodologia 
usada em todas as aulas, procurando trabalhar a interdisciplinaridade, aprender de 
forma cooperativa tanto o aluno como o professor. 
Essa reflexão deve iniciar pelo grupo de gestores da educação, promovendo 
e garantindo o desenvolvimento do conhecimento e a segurança necessária para a 
realização de atividades que auxiliem no processo de aprendizagem dos discentes 
e docentes. 
Para que esta qualificação ser realmente um processo educativo, segundo 
GADOTTI (2005, p. 17), a escola deve: 
 Educar para pensar globalmente, saber pensar a realidade, não deixar 
acumular os conhecimentos. 
 Educar os sentimentos: Somos humanos porque sentimos e não apenas 
porque pensamos. 
 Ensinar a identidade terrena: Nossa identidade é individual, devemos 
compartilhar nossa vida no planeta. 
 Formar para uma consciência planetária: Somos cidadãos da terra. 
 Formar para a compreensão: Comunicar-se para compreender melhor o outro, 
ser inteligente, tendo um projeto de vida solidário, pois a solidariedade é uma 
necessidade humana. 
 Educar para a quietude e simplicidade: Saber escutar, saber viver juntos, entre 
outros. 
 Assim podemos transformar o que pensamos o que somos o que fazemos, 
numa relação aberta com novidade dos novos e realizar uma educação 
transformadora. 
Assim o importante na formação do profissional da educação é saber 
trabalhar coletivamente, ter iniciativa, gostar do risco, ter instituição, saber 
comunicar-se, saber resolver conflitos, ter habilidade emocional. “Pode-se dizer que 
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não é a tecnologia em si que causa a aprendizagem, mas a maneira como o 
professor e os alunos interagem com ela.” (Moran, 2000, p. 48) 
Aspectos Tecnológicos aplicados a educação e 
gestão escolar 
A Gestão Escolar precisa iniciar seus trabalhos visando à situação escolar. 
De acordo com a Diretoria de Informações e Planejamento. Com foco principal no 
aprendizado do aluno, o sistema informatizado deverá disponibilizar uma base de 
dados que forneça as necessidades e os custos para adequação e melhoria da rede 
pública de ensino e assim propor prioridades de atendimento. 
Os recursos tecnológicos disponíveis na Escola contribuem 
significativamente para o bom desempenho escolar. A TV Multimídia, o laboratório 
de informática, os softwares, devem ser recursos disponíveis aos professores para 
que possam ilustrar suas aulas e despertar o interesse ao conhecimento, para que 
se efetive uma boa aprendizagem devem ser proporcionados cursos de formação 
continuada para os professores nesta área de informatização. 
A era da informação também pode ser a era da educação, ou seja, a 
educação e as tecnologias devem caminhar juntas para que possam atender às 
necessidades contemporâneas. Estamos diante de uma sociedade globalizada e 
dinâmica, a disputa por espaço no mercado de trabalho tem exigido das pessoas 
uma melhor preparação, cursos extras são essenciais para quem procura uma 
situação profissional que oferece bons rendimentos. 
As tecnologias da informação e comunicação estão presentes em diversos 
setores, atingindo de forma direta e indireta aqueles que atuam nessas áreas. A 
preparação desses indivíduos precisa ter início no ensino básico, dessa forma, a 
educação tem enfrentado uma importante reformulação no intuito de preparar os 
jovens. Ferramentas tecnológicas têm sido usadas com o objetivo de aumentar a 
eficácia do ensino e desenvolver no aluno o senso crítico, o pensamento improvável 
e dedutivo, a capacidade de observação, de pesquisa e estratégias de comunicação. 
Assim, sob a égide da revolução tecnológica a cada dia e momento que 
passa, a escola precisa integrar novas ferramentas: computadores, Internet, 
31 
 
 
datashow, câmera digital, laboratório de informática etc., as quais fornecem diversas 
possibilidades de enriquecimento das práticas pedagógicas. Naturalmente, com 
essas ferramentas, o professor não é só convidado, mas obrigado a inovar sua 
prática pedagógica ao mesmo tempo em que é conduzido a criar novas formas de 
ensinar, pois ele próprio corre o risco de ficar dentro da exclusão digital. 
A tecnologia pode ser uma forte aliada na Educação. O acesso à Internet 
democratizou o conhecimento e com isso, as informações se tornaram mais 
acessíveis. Para acompanhar esse avanço tecnológico, se faz necessário que a 
Escola ofereça os recursos audiovisuais com acesso à Internet. Com esse recurso 
a mais, professores podem incrementar suas aulas e alunos podem complementar 
seu conhecimento. As tecnologias ampliam as possibilidades de o professor ensinar 
e do aluno aprender. 
Verifica-se que quando utilizadas adequadamente, as TIC´S auxiliam no 
processo educacional. LIBÂNEO (2007, p.309) afirma que: “o grande objetivo das 
escolas é a aprendizagem dos alunos, e a organização escolar necessária é a que 
leva a melhorar a qualidade dessa aprendizagem”. Para as escolas e educadores, 
a necessidade criada pelo uso da TIC, é saber como aplicar todo potencial existente 
no sistema educacional, especialmente nos seus componentes pedagógicos e 
processos de ensino e de aprendizagem. 
A tecnologia e o acesso à Internet também facilitam a formação continuada 
dos docentes. É possível fazer cursos de extensão através da EAD. Nas horas 
atividade ou em casa, o professor pode se atualizar e realizar cursos a fim de adquirir 
novos conhecimentos didáticos e progredir na carreira. 
De acordo com a Lei 9394/96, Título IX, Art.87, § 3.º,O Distrito Federal, 
cada Estado e Município, e, supletivamente, a União, devem: 
- (…) 
- (…) 
– realizar programas de capacitação para todos os professores em 
exercício, utilizando também, para isto, os recursos da educação à distância. 
O incentivo à participação de cursos de formação continuada e simpósios 
torna esse profissional da educação motivado para a realização de suas tarefas 
32 
 
 
escolares, assim, “a formação das novas gerações só se faz efetiva e relevante, se 
significar a autoformação das universidades como comunidade de educadores 
sempre educandos.” (MARQUES, 2006). 
A educação é vista como o caminho das transformações sociais, e para que 
isso aconteça, precisa-se de uma educação de qualidade, comprometida, atualizada 
e contextualizada, portanto, se faz necessário ensinar e aprender com as novas 
tecnologias. Como diz Sobral (1999): “A internet combina perfeitamente com os 
novos rumos da educação por ser adequada à nova relação alunoprofessor, 
centrada no aluno e na ação deste como sujeito, e que requer do professor que se 
torne um companheiro, mais experiente, na jornada do conhecimento.” (1999, p.15) 
Sobretudo, a formação tecnológica do professor é um dos fatores que mais relevam 
no processo de desenvolvimento tecnológico social. A partir dessa concepção, o 
professor terá que atuar numa ação reflexiva sobre sua prática pedagógica e assim 
construir novos paradigmas. 
 
Utilizando as tecnologias fora da sala de aula 
Aplicações 
Esta é uma questão mais delicada, porque alguns educadores cometem o 
equívoco de pensar que a conduta de seus alunos fora da escola não afeta seu 
trabalho ou ainda a própria escola. 
Lembre-se que se o aluno se envolve em alguma atividade ilícita ou uma briga, 
por exemplo, e este estiver com o uniforme da escola, a mesma poderá ser atingida. 
Assim também com o ambiente virtual, o que os professores e alunos fazem em nome 
da escola podem alcançar a mesma. 
Além da questão de responsabilidade civil, a Instituição e seus educadores 
devem se preocupar com sua responsabilidade social e compromisso com a 
educação para uma sociedade melhor, para o exercício da cidadania. 
Primeiramente, a mais comum é o e-mail, utilizadomuitas vezes como uma 
extensão da instituição, seja para o contato entre professor e aluno ou terceiros. O 
que os professores dizem nos emails correspondem à opinião da Instituição. Por isso, 
é fundamental orientar sobre uso ético e legal desta ferramenta tão útil que já faz parte 
33 
 
 
de nossas vidas. Há ainda os blogs, as comunidades, o uso dos comunicadores 
instantâneos, sem falar no celular, no acesso a cybercafés e lanhouses. 
Riscos – principais infrações dos usuários de tecnologia 
Quando o e-mail é disponibilizado para os alunos, a instituição também é 
responsável por orientar para seu correto uso. Pois é como uma extensão das 
instalações da instituição. Enquanto o aluno navega ou faz uso do espaço virtual da 
instituição, está sob sua responsabilidade. 
No tocante aos Blogs, temos que orientar os alunos para que não façam uso 
dos mesmos de forma irresponsável. Por exemplo, a questão de direitos autorais, vale 
tanto para dentro da instituição, como também quando o aluno está se relacionando 
do lado de fora dos muros da escola. 
O mesmo se aplica para as comunidades. O que o aluno ou professor faz numa 
comunidade em nome da instituição pode gerar responsabilidade civil para a mesma 
que tem, no entanto direito de regresso contra a pessoa física que provocou o dano. 
Você já fez uma pesquisa para saber quais são as comunidades, blogs, fotologs que 
estão montadas com o nome da sua Instituição ou fazendo menção a ela ou a seus 
dirigentes e professores? 
Outra preocupação é orientar os alunos para que não cometam infrações 
penais no intuito de brincadeira, assim como o caso recente do rapaz que pediu ajuda 
para se matar num fórum. Todos os envolvidos, que deixaram uma mensagem 
aconselhando ou ensinando como fazer, podem e devem ser indiciados, por crime de 
instigo ao suicídio. 
Boas práticas – educação do usuário digitalmente correto 
Em diversos trabalhos que realizamos com Instituições de Ensino vimos que 
com um pouco de informação e orientação, a maior parte dos alunos acata as regras 
e deixa de cometer as condutas indevidas, por uma questão de passar a saber com 
mais clareza o limite entre “certo e errado”. Isso é feito de diversas formas: 
34 
 
 
• Palestras de Conscientização com convidado especialista em 
Direito Digital (que pode ser advogado, delegado, perito, procurador, promotor, 
juiz); 
• Aula de Cidadania e Ética Digital dentro da programação escolar; 
• Cartilha sobre Uso Ético e Legal da Tecnologia; 
• Reunião com pais específica sobre o tema; 
• Inserção de cláusulas específicas sobre o assunto no contrato de 
matrícula; 
• Revisão e atualização do Código de Ética do Aluno para tratar 
destes temas; 
• Revisão dos contratos de trabalho dos funcionários para tratar 
destes temas; 
• Elaboração e implementação de Política de Segurança da 
Informação e outras normas; 
A ninguém cabe alegar desconhecimento da lei 
Art. 21 CP “O desconhecimento da Lei é inescusável” 
Cabe citar que o Código Penal Brasileiro não imputa a tipificação apenas no 
caso de crime doloso, mas também para o crime culposo, cuja o agente não tinha 
intenção de cometê-lo. A única forma inescusável seria a falta de capacidade do 
agente para entender a ilicitude do fato ou se não pudesse exigir conduta diversa. E 
quando o infrator é menor de idade, quem responde são os pais! 
 
 
 
35 
 
 
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