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AÇÃO PENAL E CAUSAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE

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27/03/2023, 14:38 wlldd_u4_dir_pen_teo_pen
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AÇÃO PENAL E CAUSAS DE
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
131 minutos
Aula 1 - Espécies de ação penal
Aula 2 - Formas de extinção da punibilidade pelo decurso do tempo
Aula 3 - Extinção da punibilidade
Aula 4 - Demais formas de extinção da punibilidade do agente
Referências
27/03/2023, 14:38 wlldd_u4_dir_pen_teo_pen
https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=DIREITO+PENAL-TEORIA+DAS+PENAS&… 2/39
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Nesta aula, iniciaremos o estudo da ação penal e das causas de extinção da punibilidade, especi�camente em
relação às espécies de ação penal. Conceituaremos ação penal e direito de ação, com de�nição, previsão legal e
características. Depois disso, seguiremos para as diversas espécies de ação penal previstas no ordenamento
jurídico-penal brasileiro. Adiante, faremos a interpretação de cada uma das espécies de ação penal, de modo a
relacionar os conceitos apresentados com as especi�cidades de cada uma delas. Por �m, nosso estudo se
voltará para a aplicação do instituto em casos reais, com a explanação do entendimento jurisprudencial dos
tribunais superiores sobre o tema, para compreender as repercussões práticas da aplicação do que foi
apresentado.
Vamos começar?
CONHECENDO O DIREITO DE AÇÃO E AS ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL
Tipos de ação penal
A ação penal é o ato jurídico ou a iniciativa de ir à Justiça em busca do direito, com a efetiva prestação da tutela
jurisdicional, ou seja, forma de provocar o Estado a prestar a tutela jurisdicional (NUCCI, 2022).
O direito de ação penal está previsto no art. 5º, XXXV, da Constituição Federal, que prevê que a lei não excluirá
do judiciário lesão ou ameaça a direito (BRASIL, 1988).
A ação penal será classi�cada de acordo com o titular para sua propositura e se divide em ação penal de
iniciativa pública, quando promovida pelo Ministério Público, que pode ser incondicionada ou condicionada à
representação ou à requisição do Ministro da Justiça; e privada, de titularidade do ofendido, podendo ser
exclusivamente privada, personalíssima ou privada subsidiária da pública.
Em regra, a ação penal será de iniciativa pública incondicionada; entretanto, em situações excepcionais,
mediante expressa previsão legal, será pública condicionada à representação do ofendido ou à requisição do
Ministro da Justiça e privada (PRADO, 2021).
A titularidade da ação penal de iniciativa pública é privativa do Ministério Público, conforme art. 129, I, da
Constituição (BRASIL, 1988).
Aula 1
ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL
Nesta aula, iniciaremos o estudo da ação penal e das causas de extinção da punibilidade,
especi�camente em relação às espécies de ação penal. 
23 minutos
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A ação penal pública possui cinco princípios basilares: obrigatoriedade, indisponibilidade, o�cialidade,
intranscendência e indivisibilidade (Figura 1).
Pela obrigatoriedade, uma vez preenchidos os requisitos legais, o membro do Ministério Público tem o dever de
oferecer a denúncia.
Enquanto isso, a indisponibilidade impõe que o membro do Ministério Público não pode desistir da ação penal.
Se veri�car, após o início da ação penal pública, que não é caso de condenação do acusado, pode buscar a
absolvição ou a desclassi�cação do crime, porém não pode desistir da ação penal pública nem de recursos
interpostos por ele.
Por sua vez, a o�cialidade determina que seja de competência de um órgão o�cial do Estado: o Ministério
Público.
Já a intranscendência se relaciona com o princípio da individualização da pena e estabelece que a ação penal
somente pode ser ajuizada pelos autores e partícipes da infração penal, razão pela qual o falecimento do
acusado é causa de extinção da punibilidade.
Por �m, a indivisibilidade signi�ca que deve abranger todos os agentes que concorrem para a infração, não
podendo o Ministério Público escolher quem processar (NUCCI, 2022).
Figura 1 | Princípios da ação penal pública
Fonte: elaborada pelo autor.
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A ação penal de iniciativa privada é de titularidade do ofendido ou de seus sucessores legais, reservando-se ao
Estado o direito de punir, e possui quatro princípios basilares: oportunidade, disponibilidade, intranscendência
e indivisibilidade (Figura 2).
Pela oportunidade, entende-se que a ação penal privada não é obrigatória; os legitimados para sua propositura
podem ajuizá-la ou não, conforme sua vontade.
Já a disponibilidade signi�ca que seu titular pode desistir dela a qualquer tempo.
Enquanto isso, a intranscendência determina que a ação penal privada somente pode ser ajuizada pelos
autores e partícipes da infração penal.
Por sua vez, a indivisibilidade indica que ela deve abranger todos que concorreram para a infração penal, não
podendo a vítima escolher quem processar. A renúncia a um dos agentes se estende aos demais (PACELLI,
2020).
Figura 2 | Princípios da ação penal privada
Fonte: elaborada pelo autor.
APROFUNDANDO OS ESTUDOS SOBRE AS ESPÉCIES DE AÇÃO PENAL
Ação penal pública x ação penal privada
Como vimos, a ação penal pode ser de natureza pública ou privada. A ação penal pública é aquela que compete
privativamente ao Ministério Público, sendo ele seu titular.
É uma hipótese de legitimidade ordinária, na qual o Estado atua em nome próprio, defendendo direito próprio,
o jus puniendi. A peça acusatória elaborada pelo representante do Ministério Público para iniciar a ação penal
pública é a denúncia.
A ação penal pública comporta três espécies: a incondicionada, a condicionada à representação e a
condicionada à requisição do Ministro da Justiça (Figura 3).
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Figura 3 | Espécies de ação penal pública
Fonte: elaborada pelo autor.
A ação pública incondicionada é promovida pelo Ministério Público, mediante o oferecimento de denúncia,
independentemente de qualquer condição especí�ca.
A ação penal pública condicionada à representação do ofendido também é promovida pelo Ministério Público,
por meio do oferecimento de denúncia, entretanto exige representação do ofendido ou de seu representante
legal — ou, no caso de falecimento, de cônjuge, ascendente, descendente ou irmão (BRASIL, 1941).
Basicamente, a representação consiste em uma manifestação do ofendido a �m de que o agente seja
processado e punido pela infração praticada; assim, permite à vítima, em certas situações, escolher iniciar ou
não a ação penal.
A representação deve ser apresentada no prazo decadencial de seis meses da data em que se tomou
conhecimento do autor da infração e não requer rigor formal; o importante é demonstrar de forma inequívoca
o interesse em ver o autor da infração penal processado. Pode ser feita à autoridade policial, ao Ministério
Público ou ao juiz (NUCCI, 2022).
Por sua vez, a ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça também é promovida pelo
Ministério Público e depende de requisição do Ministro da Justiça, que deve emitir uma autorização para que o
Ministério Público ofereça a denúncia.
Seu fundamento é a existência de situações em que a conveniência políticaquanto ao ajuizamento da ação se
sobrepõe ao interesse de punir a infração penal, razão pela qual não está sujeita ao prazo decadencial de seis
meses.
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Será exigida nos casos de extraterritorialidade condicionada, prevista no art. 7º, § 3º, b do Código Penal, e
crimes contra a honra cometidos contra o presidente da república ou o chefe de governo estrangeiro, previstos
no art. 141 do Código Penal (BRASIL, 1940).
Já a ação penal privada é aquela que compete ao ofendido ou a seu representante legal — ou, no caso de
falecimento, a cônjuge, ascendente, descendente ou irmão. São três as espécies de ação penal privada: a
exclusivamente privada, a personalíssima e a subsidiária da pública (Figura 4).
Figura 4 | Espécies de ação penal privada
Fonte: elaborada pelo autor.
A ação penal exclusivamente privada é aquela cuja legitimidade pertence ao ofendido ou a quem tiver
qualidade para representá-lo; e a peça inicial é queixa-crime.
Enquanto isso, a ação penal privada personalíssima é aquela cuja titularidade é atribuída apenas à vítima,
sendo intransmissível a terceiros. Portanto, em caso de morte do ofendido, o direito de queixa não se transmite
a seus sucessores; esse cenário leva à extinção da punibilidade do agente. Em situação de incapacidade, a
queixa-crime não pode ser oferecida pelo representante da vítima, nem pode ser nomeado um curador especial
para tal (ESTEFAM, 2021). A única hipótese prevista é do art. 236 do Código Penal, no crime de induzimento a
erro essencial e ocultação de impedimento (BRASIL, 1940).
Por �m, a ação penal privada subsidiária da pública é aplicável aos crimes de ação pública quando há inércia do
Ministério Público para oferecer a denúncia no prazo legal: 5 dias para o réu preso e 15 para o réu solto,
contados a partir do recebimento do inquérito policial. Seu fundamento está no art. 5º, LIX, da Constituição
(BRASIL, 1988).
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Todas as espécies de ação penal privada devem ser propostas no prazo decadencial de seis meses a contar da
data em que se tomou conhecimento do autor dos fatos, sob pena de extinção da punibilidade.
Em regra, a ação penal é pública incondicionada. Se outra for a espécie de ação penal cabível, deverá a lei
indicar expressamente a previsão diversa.
REPERCUSSÕES PRÁTICAS SOBRE A APLICAÇÃO DA AÇÃO PENAL
A natureza processual hibrida
O Superior Tribunal de Justiça entende que a ação penal subsidiária da pública será cabível quando
demonstrada a inércia do Ministério Público, e não quando o não oferecimento da denúncia se relaciona com
obstáculos criados pelas partes (BRASIL, 2021). Além disso, não é cabível a ação penal privada subsidiária da
pública nos casos em que o Ministério Público determinar o arquivamento das investigações preliminares
(BRASIL, 2021).
Mesmo que a legitimidade ativa para a propositura da ação penal privada seja do ofendido, é necessário que a
peça inaugural do procedimento, queixa-crime, seja assinada por advogado devidamente inscrito na Ordem dos
Advogados do Brasil (OAB), não podendo o ofendido, sozinho, iniciar a ação penal (BRASIL, 2020).
Por força de interpretação extensiva, o companheiro possui a mesma legitimidade que o cônjuge para a
propositura da ação penal privada e para a representação (BRASIL, 2019).
A ação penal nos crimes contra a honra do funcionário público no exercício da função é de legitimidade
concorrente, sendo possível sua propositura tanto pelo ofendido quanto pelo Ministério Público, mediante
representação, nos termos da Súmula nº 714 do Supremo Tribunal Federal (BRASIL, 2019).
Em casos de lesão corporal leve e contravenção penal de vias de fato, se forem praticadas no âmbito de
violência doméstica e familiar contra a mulher, a ação penal será pública incondicionada (BRASIL, 2022).
No crime de lesão corporal leve cometido na condução de veículo automotor, previsto no art. 291, §1º, I, do CTB,
a ação penal será de natureza pública incondicionada (BRASIL, 2019).
A regras referentes à ação penal são de natureza processual híbrida, revelando caráter de direito material.
Dessa forma, modi�cação legislativa mais bené�ca ao réu no sentido de alterar a espécie de ação, por se
relacionar com a possiblidade de extinção da punibilidade, deve retroagir para bene�ciar o acusado. A partir de
tal entendimento, o Superior Tribunal de Justiça, tendo em vista as modi�cações promovidas pela Lei nº
13.964/2019 em relação à ação penal no crime de estelionato, �rmou posicionamento no sentido de que a
retroatividade não atinge processos que tenham a denúncia recebida (BRASIL, 2021).
Em que pese o princípio da indivisibilidade, a denúncia que não inclui todos os acusados não leva à extinção da
punibilidade dos demais agentes, uma vez que o Ministério Público pode, até a prolação da sentença, requerer
o aditamento da denúncia para incluir novos fatos ou novos acusados (BRASIL, 2021).
O Superior Tribunal de Justiça determinou que a indivisibilidade da ação penal produz efeitos na ação penal de
iniciativa privada; o perdão ou a renúncia em relação a um dos acusados implica a extinção de punibilidade em
relação aos demais (BRASIL, 2020).
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O princípio da obrigatoriedade da ação penal pode ser mitigado em razão da possibilidade de oferecimento de
acordo de não persecução penal (BRASIL, 2021).
Nos crimes que se processam mediante ação penal pública condicionada à representação sujeitos ao rito
especial da Lei nº 11.343/2006, a retratação da representação só será admitida se for realizada em audiência
para essa �nalidade (BRASIL, 2021).
VIDEOAULA
Assistiremos agora a um vídeo com a síntese do que foi desenvolvido nesta aula. Retomaremos os conceitos de
ação penal e direito de ação. Além disso, para cada uma das espécies de ação penal serão elencados
características, princípios e repercussões práticas de sua aplicação, de modo que não restem dúvidas sobre o
que foi abordado.
 Saiba mais
Para um aprofundamento do que foi exposto nesta aula, é importante a leitura do capítulo XXXIV, item 5,
do livro Manual de Direito Penal, de Guilherme de Souza Nucci (2022), que retrata a ação penal no crime
complexo.
Videoaula
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Nesta aula, continuaremos com o estudo da ação penal e das causas de extinção da punibilidade,
especi�camente em relação às espécies de extinção da punibilidade em razão do decurso do tempo.
Inicialmente conceituaremos decadência, perempção e prescrição penal. Em seguida, nosso estudo se voltará
para as modalidades de prescrição admitidas no ordenamento jurídico-penal brasileiro. Faremos a
Aula 2
FORMAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE PELO DECURSO
DO TEMPO
Nesta aula, continuaremos com o estudo da ação penal e das causas de extinção da punibilidade,
especi�camente em relação às espécies de extinção da punibilidade em razão do decurso do
tempo. Inicialmente conceituaremos decadência, perempção e prescrição penal. 
28 minutos
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interpretação das modalidades de prescrição, de modo a relacionar os conceitos apresentados com as
especi�cidades de cadauma delas. Por �m, observaremos a aplicação do instituto em casos reais, com a
explanação do entendimento jurisprudencial dos tribunais superiores sobre o tema, de modo a compreender as
repercussões práticas da aplicação do que foi apresentado.
Vamos começar?
CONHECENDO DECADÊNCIA, PEREMPÇÃO E PRESCRIÇÃO
Estudaremos nesta aula as formas de extinção da punibilidade do agente relacionadas com o decurso do
tempo, a qual pode ocorrer por meio de decadência, perempção e prescrição.
A decadência é a perda do direito de ação em razão da inércia de seu titular para oferecer a queixa ou a
representação no prazo legal. Ocorre antes do início da ação penal.
O prazo decadencial é de seis meses contados a partir do dia em que o ofendido veio a saber quem é o autor do
crime, no caso de ação penal pública condicionada ou ação penal exclusivamente privada, ou do dia em que se
esgota o prazo para oferecimento da denúncia, no caso de ação penal privada subsidiária da pública, ou de
outro termo previsto em lei, a exemplo do art. 236, Parágrafo Único, do Código Penal (BITENCOURT, 2021).
O prazo corre até o oferecimento da queixa ou da representação, e não até seu recebimento. É fatal e
improrrogável e não está sujeito a causas interruptivas ou suspensivas.
Por sua vez, a perempção é a perda do direito de prosseguir na ação penal privada em razão da desídia do
querelante, provocando a extinção da punibilidade do querelado. Ocorre após a propositura da queixa. As
causas de perempção (Figura 1) estão previstas no art. 60 do Código de Processo Penal (BRASIL, 1941).
Figura 1 | Causas da perempção
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Fonte: elaborada pelo autor.
Prescrição é a perda, em razão do decurso do tempo, do direito do Estado de punir (pretensão punitiva) ou de
executar a punição já imposta (pretensão executória). Ou seja, são duas espécies de prescrição.
A prescrição da pretensão punitiva atinge o direito do Estado de aplicar uma sanção penal e pode ser calculada
com base na pena máxima prevista em abstrato para o delito ou com base na pena aplicada na sentença, com
trânsito em julgado apenas para a acusação. Já a pretensão executória leva em conta a pena �xada na
sentença penal condenatória com trânsito em julgado para acusação e defesa (PACELLI, 2020).
A prescrição da pretensão punitiva pode ocorrer por meio de três espécies: pretensão punitiva em abstrato,
superveniente e retroativa.
A prescrição da pretensão punitiva em abstrato é modalidade de prescrição da pretensão punitiva calculada
com base na pena máxima em abstrato prevista para a infração penal, uma vez que ainda não há conhecimento
da pena em concreto.
O prazo prescricional (Quadro 1) varia de acordo com a duração da pena prevista para o crime, nos termos do
art. 109 do CP (BRASIL, 1940).
Quadro 1 | Prazo prescricional
PENA EM CONCRETO NA SENTENÇA OU ACÓRDÃO
CONDENATÓRIO RECORRÍVEL
PRAZO PRESCRICIONAL
INFERIOR A 1 ANO* 3 ANOS
IGUAL OU SUPERIOR A 1 ANO ATÉ 2 ANOS 4 ANOS
SUPERIOR A 2 ANOS ATÉ 4 ANOS 8 ANOS
SUPERIOR A 4 ANOS ATÉ 8 ANOS 12 ANOS
SUPERIOR A 8 ANOS ATÉ 12 ANOS 16 ANOS
SUPERIOR A 12 ANOS 20 ANOS
*Até o início de vigência da Lei nº 12.234 (BRASIL, 2010), o prazo prescricional para os crimes com pena
inferior a 1 anos era de 2 anos.
Fonte: elaborado pelo autor.
O termo inicial da prescrição da pretensão punitiva em abstrato está previsto no art. 111 do CP (Figura 2).
Figura 2 | Marco inicial da prescrição da pretensão punitiva em abstrato
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Fonte: elaborada pelo autor.
É possível a interrupção do prazo prescricional, hipótese em que haverá o reinício da contagem do zero. As
causas interruptivas estão previstas no art. 117 do Código Penal (BRASIL, 1940). A interrupção ocorre com o
recebimento de denúncia ou queixa; decisão de pronúncia; decisão con�rmatória da pronúncia; e publicação de
sentença condenatória ou acórdão condenatório recorrível (Figura 3).
Figura 3 | Requisitos para a interrupção do prazo prescricional
Fonte: elaborada pelo autor.
É possível ainda que o prazo prescricional seja suspenso ou impedido, hipótese em que a contagem �ca
paralisada e se reinicia do momento em que se suspendeu, ou é impedida de ser iniciada.
Não se contará o prazo enquanto não for resolvida em outro processo questão de que dependa o
reconhecimento da existência do crime; enquanto o agente cumpre pena no exterior; durante o período de
Suspensão Condicional do Processo (Suspro) e de suspensão do processo do acusado citado por edital; na
pendência de embargos de declaração ou recursos aos tribunais superiores, quando inadmissíveis; e enquanto
não for cumprido ou rescindido o Acordo de Não Persecução Penal (ANPP), como resume a Figura 4.
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Figura 4 | Causas impeditivas/suspensivas da contagem do prazo prescricional
Fonte: elaborada pelo autor.
Os prazos prescricionais serão reduzidos pela metade no caso de o acusado ser, ao tempo do crime, menor de
21 anos, ou, na data da sentença, maior de 70 anos (NUCCI, 2022).
APROFUNDANDO OS ESTUDOS SOBRE AS MODALIDADES DE PRESCRIÇÃO
Além da prescrição da pretensão da punitiva em abstrato, existem outras duas espécies de prescrição da
pretensão punitiva: a superveniente e a retroativa.
A prescrição da pretensão punitiva superveniente é modalidade de prescrição da pretensão punitiva, regulada
pela pena concreta, que se opera entre a publicação de sentença condenatória, ou acórdão condenatório
recorrível, e seu trânsito em julgado para ambas as partes.
É subsequente à sentença condenatória ou acórdão condenatório recorrível. Para a ocorrência da prescrição da
pretensão superveniente, são necessários dois requisitos; caso eles não estejam presentes, somente é possível
falar em prescrição da pretensão punitiva em abstrato. É necessário que haja sentença ou acórdão
condenatório recorrível, pois, sem eles, não há pena em concreto e trânsito em julgado para a acusação no
tocante à pena imposta.
Os prazos prescricionais são os mesmos previstos no art. 109 do Código Penal (BRASIL, 1940), e o marco inicial é
a publicação de sentença ou acórdão condenatório recorrível, desde que haja trânsito em julgado para a
acusação em relação à pena imposta (Figura 5).
Uma vez veri�cado o trânsito em julgado de sentença ou acórdão condenatório para a acusação quanto à pena
imposta, o marco inicial retroage para a data da publicação da condenação (PRADO, 2021).
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Figura 5 | Prescrição da pretensão punitiva superveniente
Fonte: elaborada pelo autor.
A prescrição da pretensão punitiva retroativa é modalidade de prescrição da pretensão punitiva, regulada pela
pena concreta, que se opera entre a publicação da sentença condenatória recorrível e o último marco
interruptivo antes do trânsito em julgado para a acusação, ou, em caso de sentença absolutória, sobrevindo
recurso da acusação, se opera entre o acórdão condenatório e momentos anteriores.
Está regulada no art. 110, § 1º, do CP (BRASIL, 1940) e exige os mesmos requisitos que a prescrição da pretensão
punitiva superveniente, assim como o marco inicial e os prazos (Figura 6).
A Lei nº 12.234 (BRASIL, 2010) modi�cou o art.110, § 1º, do CP, prevendo ser impossível a prescrição retroativa
entre a data do fato e o recebimento da denúncia. Como se trata de uma lei prejudicial ao réu, não retroage
para fatos anteriores à sua vigência.
Figura 6 | Prescrição da pretensão punitiva retroativa
Fonte: elaborada pelo autor.
A prescrição ainda se relaciona com a pretensão executória, que consiste na perda do direito de executar uma
pena já imposta em razão do decurso do tempo. É calculada com base na pena concreta, ou seja, aquela �xada
em sentença ou acórdão condenatório com trânsito em julgado para ambas as partes (NUCCI, 2022).
Os prazos serão os mesmos do art. 109 do Código Penal e serão aumentados em 1/3 se o acusado for
reincidente.
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No caso de o réu se evadir ou de revogação do livramento condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que
resta da pena, nos termos do art. 113 do CP.
O termo inicial da contagem do prazo está previsto no art. 112 do Código Penal e inicia-se no dia em que
transita em julgado a sentença condenatória para a acusação; no dia em que transita em julgado a decisão que
revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional; ou no dia em que se interrompe a
execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-se na pena (BRASIL, 1940).
As causas interruptivas estão previstas no art. 117 do Código Penal, suspendendo o prazo pelo início ou
continuação do cumprimento da pena e pela reincidência (BRASIL, 1940).
Quadro 2 | Prescrição da pretensão executória
REQUISITO Trânsito em julgado da sentença condenatória para ambas as partes.
PRAZO Art. 109, CP, aumentado em 1/3 se reincidente.
INÍCIO DA
CONTAGEM
Dia em que transita em julgado a sentença condenatória; dia em que transita em julgado
a decisão que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento condicional; dia
em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção deva computar-
se na pena.
CAUSAS
INTERRUPTIVAS
Início ou continuação do cumprimento da pena e reincidência.
Fonte: elaborado pelo autor.
REPERCUSSÕES PRÁTICAS SOBRE A APLICAÇÃO DAS FORMAS DE EXTINÇÃO DA
PUNIBILIDADE EM RAZÃO DO DECURSO DO TEMPO
O Superior Tribunal de Justiça entende que só será possível a análise da prescrição da pretensão executória
após o trânsito em julgado para acusação e defesa (BRASIL, 2022).
O acórdão con�rmatório da sentença penal condenatória — mantendo, reduzindo ou majorando a pena
imposta — é marco interruptivo da prescrição da pretensão punitiva, visto que demonstra a efetiva prestação
jurisdicional do Estado, não se aplicando à prescrição da pretensão executória (BRASIL, 2020a).
A Súmula nº 438 do STJ não admite a espécie de prescrição virtual ou hipotética (BRASIL, 2010).
Já a Súmula nº 497 do Supremo Tribunal Federal determina que, no caso de crime continuado, a pena a ser
levada em consideração é a imposta na sentença sem os acréscimos legais decorrentes da continuação delitiva
(BRASIL, 1969).
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Como os crimes contra a ordem tributária — previstos no art. 1º, I a IV, da Lei nº 8.137/1990 — se consumam
com o lançamento de�nitivo do tributo, inicia-se nesse momento a contagem do prazo prescricional, mas ela é
suspensa no período de parcelamento (BRASIL, 2022).
No entendimento do STJ em relação aos crimes de estelionato previdenciário e nomeação, admissão ou
designação de servidor contra expressa previsão legal, o início da contagem do prazo prescricional é diferente
para o bene�ciário e para o intermediário. Para o intermediário, o delito é considerado instantâneo, e a
prescrição é contada a partir do recebimento da primeira prestação indevida; em relação ao bene�ciário, o
crime é permanente, sendo o termo inicial da prescrição a data de cessação de recebimento das prestações
indevidas (BRASIL, 2021b).
Aos fatos cometidos antes da vigência da Lei nº 12.234/2010, a prescrição da pretensão punitiva pode retroagir
à data anterior ao recebimento da denúncia ou queixa (BRASIL, 2021a). Ainda, o reconhecimento da prescrição
da pretensão punitiva, retroativa ou superveniente anula os efeitos penais e extrapenais da condenação
(BRASIL, 2021a).
O reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva apaga todos os efeitos da condenação, inclusive os
secundários de perda do cargo público (BRASIL, 2020b) e da condenação de perdimento de bens e valores
(BRASIL, 2017).
O reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva extingue tanto os efeitos primários como os secundários
da condenação, que não poderá ser considerada como pressuposto para reincidência ou maus antecedentes
(BRASIL, 2019b).
No caso de reincidência, para �ns de interrupção do prazo da prescrição da pretensão executória leva-se em
consideração a data em que o novo crime foi praticado, e não a do trânsito em julgado da condenação (BRASIL,
2022a).
A condenação de�nitiva é necessária para o reconhecimento da reincidência, porém a interrupção do prazo
retroage à data em que a nova infração foi praticada (BRASIL, 2022b).
A prescrição da pretensão executória não afasta os efeitos secundários da condenação, sendo a utilização desta
como maus antecedentes ou reincidência (BRASIL, 2019a).
O recebimento da denúncia por juízo relativamente incompetente é apto a interromper o prazo prescricional, o
que não ocorre quando for o caso de incompetência absoluta (BRASIL, 2014).
É possível a reconsideração da representação, desde que aconteça antes do oferecimento da denúncia. É
possível ainda, desde que dentro do prazo decadencial, que haja a retratação da reconsideração (BRASIL, 2013).
No caso de ação penal privada subsidiária da pública, a inércia do querelante não causa perempção, mas a
retomada da titularidade da ação penal pelo MP (BRASIL, 2011).
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VIDEOAULA
Assistiremos agora a um vídeo com a síntese do que foi desenvolvido nesta aula. Retomaremos o estudo das
formas de extinção da punibilidade em razão do decurso do tempo, bem como as características, espécies e
repercussões práticas de sua aplicação, de modo a sanar todas as dúvidas sobre o tema.
 Saiba mais
Para um aprofundamento do que foi exposto nesta aula, é importante a leitura do capítulo XLIII, item 10,
do livro Tratado de Direito Penal 1 – Parte Geral, de Cezar Roberto Bitencourt, o qual trata da prescrição da
pena de multa.
Videoaula
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Nesta aula, continuaremos com o estudo da ação penal e das causas de extinção da punibilidade,
especi�camente em relação às demais espécies de extinção da punibilidade. Inicialmente conceituaremos
anistia, graça, indulto, renúncia e abolitio criminis. Após, passaremos para as especi�cidades e características de
cada uma das referidas formas de extinção da punibilidade. Faremos a interpretação de cada uma delas, de
modo a relacionar os conceitos apresentados com suas especi�cidades. Por �m, nosso estudo se voltará para a
aplicação do instituto em casos reais, com a explanação do entendimento jurisprudencial dos tribunais
superiores sobre o tema, de modo a compreender as repercussões práticas da aplicação do que foi
apresentado.
Vamos começar?
CONHECENDO ANISTIA, GRAÇA, INDULTO, RENÚNCIA E ABOLITIO CRIMINIS
Aula 3
EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE
Nesta aula, continuaremos com o estudo da ação penal e das causas de extinção dapunibilidade,
especi�camente em relação às demais espécies de extinção da punibilidade. Inicialmente
conceituaremos anistia, graça, indulto, renúncia e abolitio criminis.
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Além do decurso do tempo, outras causas podem ensejar a extinção da punibilidade, como anistia, graça,
indulto, renúncia e abolitio criminis.
A anistia está prevista no art. 107, II do Código Penal (BRASIL, 1940) e consiste na extinção da punibilidade
concedida por meio de lei editada pelo Congresso Nacional e promulgada pelo Presidente da República, na qual
se esquece um fato criminoso. Funciona como uma espécie de renúncia do Estado ao exercício do direito de
punir, em razão de clemência, política criminal ou social. A anistia se relaciona com fatos, e não com pessoas.
Já a graça e o indulto como causas extintivas da punibilidade estão previstos no art. 107, II do Código Penal.
Ambos são institutos semelhantes e concedidos pelo presidente da república, por meio de decreto presidencial,
nos termos do art. 84, XII, da Constituição (BRASIL, 1988). Contudo, é possível que a competência para a graça e
o indulto seja delegada aos ministros de Estado, ao procurador-geral da república ou ao advogado-geral da
União (PRADO, 2021).
A graça é voltada à pessoa determinada e depende de provocação, enquanto o indulto é voltado a pessoas
indeterminadas e independe de provocação.
Na prática, é recorrente a concessão de indulto, o que não se veri�ca com a graça (NUCCI, 2022).
A Constituição (BRASIL, 1988) prevê que a prática de tortura, o trá�co ilícito de entorpecentes e a�ns, o
terrorismo e os crimes hediondos são insuscetíveis de graça ou anistia. Isso é corroborado pela Lei de Tortura
(BRASIL, 1997), que estabelece que o crime de tortura é insuscetível de graça ou anistia. Já a Lei dos Crimes
Hediondos (BRASIL, 1990) determina que os crimes hediondos e equiparados são insuscetíveis de graça, indulto
ou anistia.
Embora o termo indulto esteja presente apenas na Lei dos Crimes Hediondos, entende-se que os demais
também se enquadram no exposto, uma vez que o indulto é uma espécie de graça (ESTEFAM, 2021).
A renúncia ao direito de queixa está prevista no art. 107, V, primeira parte do Código Penal (BRASIL, 1940) e é
um ato unilateral pelo qual o titular do direito de queixa, na ação penal privada, abre mão do direito de exercê-
la. Trata-se de um ato de natureza pré-processual que ocorre antes do oferecimento da queixa e é unilateral,
pois produz efeito independentemente de aceitação.
Embora se relacione com a ação pena de iniciativa privada, é possível que ela ocorra nos crimes que se
processam mediante ação penal pública condicionada à representação, desde que constitua infração penal de
menor potencial ofensivo sujeita ao rito do juízo especial criminal, visto que a homologação da composição civil
dos danos gera a renúncia ao direito de queixa e representação (BITENCOURT, 2021).
A abolitio criminis é a revogação de lei penal incriminadora; afasta a própria tipicidade da conduta. Por ser
bené�ca, retroage a fatos anteriores à sua vigência e apaga todos os efeitos penais da condenação,
permanecendo apenas os efeitos civis (PRADO, 2021). A Figura 1 resume as formas de extinção da punibilidade.
Figura 1 | Formas de extinção da punibilidade
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Fonte: elaborada pelo autor.
APROFUNDANDO OS ESTUDOS SOBRE ANISTIA, GRAÇA, INDULTO E RENÚNCIA
A anistia produz efeitos retroativos, extinguindo todos os efeitos penais, principais e secundários da
condenação; persistem apenas os efeitos extrapenais. Portanto, o agente cuja punibilidade foi extinta por ela
não será considerado reincidente ou portador de maus antecedentes; contudo, os efeitos extrapenais gerais e
especí�cos permanecerão.
A anistia pode ser própria, quando concedida antes da sentença condenatória transitada em julgado, ou
imprópria, quando concedida após. A anistia não pressupõe condenação e pode ser concedida antes dela. Além
disso, pode ser incondicionada, quando não traz qualquer condição a ser aceita pelo bene�ciado, o que impede
de ser recusada; condicionada, hipótese em que possui condições a serem aceitas, tornando-a recusável; total,
quando abrange o fato em termos gerais; ou parcial, quando excepciona determinados crimes (PACELLI, 2020).
Uma vez concedida, não poderá nova lei impedir seus efeitos de extinção da punibilidade, sob pena de violar o
princípio da irretroatividade, haja vista que a nova lei seria mais prejudicial ao agente (Quadro 1).
Quadro 1 | Anistia
MOMENTO DE
CONCESSÃO
Antes ou depois da sentença penal condenatória.
ESPÉCIES
Própria, antes da sentença transitada em julgado, ou imprópria, após;
condicionada, que pode ser recusada, e incondicionada, que não pode ser
recusada; parcial ou total.
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EFEITOS
Extingue todos os efeitos penais, principais e secundários da condenação,
persistindo apenas os efeitos extrapenais.
INSTRUMENTO LEGAL Lei editada pelo Congresso Nacional e promulgada pelo presidente da república.
OBJETO A anistia se relaciona a fatos, e não a pessoas.
Fonte: elaborado pelo autor.
A graça e o indulto pressupõem a necessidade do trânsito em julgado da sentença penal condenatória,
atingindo apenas o efeito principal da condenação — a imposição de uma sanção penal —, persistindo os
demais efeitos penais secundários e extrapenais gerais e especí�cos.
A graça e o indulto podem ser totais, quando extinguem integralmente a pena, ou parciais, quando reduzem a
pena ou a substituem por outra menos branda, hipótese chamada de comutação. Ainda, podem ser
incondicionados, quando não exigem qualquer condição a ser aceita pelo bene�ciário — sendo, portanto,
irrecusável —, ou condicionados, quando estabelecem condições a serem cumpridas pelo bene�ciário, então
podem ser recusados (NUCCI, 2022). Os Quadros 2 e 3 apresentam resumos desses conceitos.
Quadro 2 | Graça e indulto
MOMENTO DE
CONCESSÃO
Somente depois da sentença penal condenatória.
ESPÉCIES
Total, quando extingue integralmente a pena, ou parcial, quando a reduz ou a
substitui por outra menos branda, também chamado de comutação;
incondicionado, portanto irrecusável, e condicionado, que podem ser recusados.
EFEITOS
Atinge apenas o efeito principal da condenação (sanção penal), persistindo os
demais efeitos penais secundários e extrapenais gerais e especí�cos.
INSTRUMENTO LEGAL Decreto presidencial.
OBJETO
Indivíduos. A graça é voltada à pessoa determinada e depende de provocação, ao
contrário do indulto.
Fonte: elaborado pelo autor.
Quadro 3 | Anistia vs. graça e indulto
ANISTIA GRAÇA E INDULTO
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Concedida por lei. Concedidos por decreto presidencial.
Pode ser concedida antes ou depois do trânsito em
julgado.
Concedidos apenas após o trânsito em julgado.
Extingue todos os efeitos penais. Extinguem somente a pena.
Fonte: elaborado pelo autor.
Em relação à renúncia ao direito de queixa (Quadro 4), na ação penal privada propriamente dita e na
personalíssima, é causa extintiva da punibilidade. Já na ação penal privada subsidiária da pública, não ocorre a
extinção da punibilidade, desde que nãotenha se dado a prescrição.
A renúncia pode ser expressa, quando há uma declaração assinada pelo ofendido ou por seu representante
legal ou procurador com poderes especiais; ou tácita, quando ocorre com a prática de ato incompatível com a
vontade de processar o agente (ESTEFAM, 2021).
A aceitação de indenização civil não implica renúncia ao direito de queixa ou representação, salvo em
contexto de composição civil dos danos, nos crimes de competência do Juizado Especial Criminal.
No caso de concurso de pessoas, se a vítima renunciar ao direito de queixa em relação a um dos agentes,
haverá a extinção da punibilidade quanto aos demais, por força do princípio da indivisibilidade da ação penal
privada.
Quadro 4 | Renúncia
Momento Ocorre antes do oferecimento da queixa.
Unilateral É unilateral, uma vez que produz efeito independentemente de aceitação.
Objeto
Relaciona-se com ação penal privada, porém é possível que ocorra nos crimes de ação
penal pública condicionada à representação, quando houver composição civil dos danos no
Juizado Especial Criminal (JECRIM).
Espécie
Expressa, quando há declaração assinada pelo ofendido ou sucessores legais; ou tácita,
com a prática de ato incompatível com a vontade de processar o agente.
Indivisibilidade
No caso de concurso de pessoas, se a vítima renunciar ao direito de queixa em relação a
um dos agentes, haverá a extinção da punibilidade quanto aos demais, por força do
princípio da indivisibilidade da ação penal privada.
Fonte: elaborado pelo autor.
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REPERCUSSÕES PRÁTICAS SOBRE ANISTIA, GRAÇA, INDULTO, RENÚNCIA E
ABOLITIO CRIMINIS
No exame do pedido de indulto, o juiz deve se limitar à análise objetiva dos requisitos exigidos pelo decreto que
o regulamenta, devendo a interpretação ser literal, sem margem para discricionariedade (BRASIL, 2022).
A prática de falta grave ou crime durante a execução penal não produz efeitos em relação ao indulto (BRASIL,
2022a).
A Lei nº 10.826/2003 criou uma hipótese de abolitio criminis temporária, referente ao crime de posse de arma
de fogo de uso permitido com numeração, marca ou qualquer outro sinal de identi�cação raspado, suprimido
ou adulterado, praticado até 23 de outubro de 2005 (BRASIL, 2021).
A infração penal de porte de drogas para uso pessoal não foi objeto de abolitio criminis, tendo havido apenas e
tão somente a despenalização. Entretanto, o entendimento do Superior Tribunal de Justiça é no sentido de que
tal infração não é apta a gerar pressuposto para reincidência ou qualquer outro efeito extrapenal da
condenação (BRASIL, 2020b).
Em relação à infração penal prevista no art. 125, XIII, da Lei nº 6.815/1980, que foi revogada pela Lei nº
13.445/2017, não houve abolitio criminis, tendo em vista que a conduta continua sendo punida no art. 299 do
Código Penal, havendo, portanto, ocorrência do princípio da continuidade normativa (BRASIL, 2020b).
Embora tenha havido a revogação da contravenção de perturbação da tranquilidade, prevista no art. 65 da Lei
de Contravenções Penais, não há que se falar em abolitio criminis em relação a todos os fatos que estavam
enquadrados na referida infração penal, uma vez que a conduta se encontra punida na parte �nal do art. 147-A
do Código Penal (BRASIL, 2022b).
A extinção da punibilidade pelo indulto afasta apenas os efeitos primários da condenação, permanecendo,
portanto, os efeitos secundários e extrapenais da condenação (BRASIL, 2021d).
Ainda que não haja previsão de vedação à concessão do indulto no decreto presidencial que o concede, por
força do art. 44 da Lei nº 11.343/2006 é vedada sua concessão para o crime de associação para o trá�co (BRASIL,
2021a).
É possível que o indulto produza efeitos de extinção de punibilidade referente à condenação à pena de multa
aplicada de forma cumulativa à pena privativa de liberdade, desde que observados os requisitos exigidos
(BRASIL, 2021b).
O reconhecimento do trá�co privilegiado retira a hediondez do crime, o que permite a extinção da punibilidade
pelo indulto (BRASIL, 2020a).
As Leis nº 12.191/2010 e 12.505/2011 concederam anistia aos crimes militares de incitamento à desobediência,
à indisciplina ou à prática de crime militar cometidos por policiais e bombeiros militares que participaram de
greve e manifestações para melhorias de salário e condições de trabalho (BRASIL, 2016).
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É possível a concessão do indulto à pena de multa imposta de forma cumulativa à privativa de liberdade em
razão da condenação pelo crime de trá�co de drogas, desde que a pena privativa de liberdade tenha sido
cumprida de forma integral (BRASIL, 2016a).
O juiz não pode restringir o alcance do indulto, visto que se trata de competência discricionária do presidente
da república (BRASIL, 2016a).
A não inclusão de todos os querelados na queixa-crime quando era possível fazê-lo implica renúncia tácita
àqueles que não foram incluídos. Como a ação penal privada é indivisível, a renúncia direcionada a um é
ampliada a todos e extingue a punibilidade para todos os agentes (BRASIL, 2021c).
Em regra, a renúncia se relaciona apenas com os crimes que se processam por ação penal privada.
Excepcionalmente, no âmbito do Juizado Especial Criminal a composição civil dos danos, quando homologada,
pode ensejar a renúncia em crimes que se processam por ação penal pública condicionada à representação
(BRASIL, 2018).
A renúncia não se relaciona com a ação penal pública, uma vez que, tendo o Ministério Público se omitido em
relação a um acusado ou fato, é possível o aditamento até a sentença penal condenatória, não implicando
renúncia tácita em relação aos fatos ou acusados ausentes (BRASIL, 2016b).
Só haverá renúncia tácita, extensível a todos os querelados, quando o querelante deixa de incluir na inicial um
dos responsáveis pelo delito quando era possível (BRASIL, 2012).
VIDEOAULA
Assistiremos agora a um vídeo com a síntese do que foi desenvolvido nesta aula. Recordaremos o conceito das
causas extintivas da punibilidade (anistia, graça, indulto, renúncia e abolitio criminis), com as características,
especi�cidades e repercussões práticas de sua aplicação, de modo a não deixar dúvidas sobre o que foi
abordado na aula.
 Saiba mais
Para um aprofundamento do que foi exposto nesta aula, é importante a leitura do capítulo XLII, item 2.2.1,
do livro Tratado de Direito Penal 1 – Parte Geral, de Cezar Roberto Bitencourt, que trata dos limites e da
natureza jurídico-constitucional do indulto.
Videoaula
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
Aula 4
DEMAIS FORMAS DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE DO
AGENTE
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INTRODUÇÃO
Olá, estudante!
Nesta aula, daremos prosseguimento ao estudo da ação penal e das causas de extinção da punibilidade,
especi�camente em relação às demais espécies de extinção da punibilidade. Inicialmente, conceituaremos
retratação, perdão judicial, perdão do ofendido e morte do agente. Em seguida, nosso estudo se voltará para as
especi�cidades e características de cada uma das referidas formas de extinção da punibilidade. Faremos a
interpretação de cada uma delas, de modo a relacionar os conceitos apresentados com suas especi�cidades.
Por �m, passaremos para a aplicação do instituto em casos reais, com a explanação do entendimento
jurisprudencial dos tribunais superiores sobre o tema, de modoa compreender as repercussões práticas da
aplicação do que foi apresentado.
Vamos começar?
CONHECENDO RETRATAÇÃO, PERDÃO JUDICIAL, PERDÃO DO OFENDIDO E
MORTE DO AGENTE
Além das hipóteses estudadas na aula anterior, outras causas podem ensejar a extinção da punibilidade: a
retração, o perdão judicial, o perdão do ofendido e a morte do agente.
A morte do agente está prevista no art. 107, I do Código Penal (BRASIL, 1940) e se fundamenta como causa
extintiva de punibilidade no princípio da personalidade da pena, previsto no art. 5º, XLV, da Constituição
(BRASIL, 1988), o qual determina que a pena não passará da pessoa do condenado.
É uma causa extintiva da punibilidade personalíssima que não se estende aos demais agentes no caso de
concurso de pessoas, sendo, portanto, incomunicável que apaga todos os efeitos penais da sentença.
Entretanto, permanecem os efeitos extrapenais, o que permite que a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens sejam estendidas aos sucessores até o limite da herança recebida (NUCCI,
2022).
Já o perdão do ofendido é causa extintiva da punibilidade do agente prevista no art. 107, V do Código Penal
(BRASIL, 1940) e consiste em ato bilateral pelo qual a vítima, no curso do processo, desculpa o agente pela
prática do crime, desistindo de prosseguir com o andamento da ação penal, e ele aceita.
O perdão do ofendido provoca a extinção da punibilidade nos crimes de ação penal privada propriamente dita e
personalíssima e se fundamenta no princípio da disponibilidade da ação penal privada. O perdão pode ser
oferecido em qualquer fase da ação penal, a partir de seu início até o trânsito em julgado da sentença penal
Nesta aula, daremos prosseguimento ao estudo da ação penal e das causas de extinção da
punibilidade, especi�camente em relação às demais espécies de extinção da punibilidade.
Inicialmente, conceituaremos retratação, perdão judicial, perdão do ofendido e morte do agente.
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condenatória, mas não pode ser aplicado na fase da execução da pena. É necessário, portanto, que haja uma
ação penal em curso, visto que o contrário con�gura renúncia (BITENCOURT, 2021).
A retratação do agente, por sua vez, está prevista no art. 107, VI do Código Penal e é causa extintiva da
punibilidade na qual ele retira o que a�rmou anteriormente, provocando, nos casos previstos em lei, a extinção
da punibilidade. A retração não impede o ajuizamento de ação civil, visando à reparação dos danos. A
retratação ocorrerá apenas nos casos em que for expressamente previsto em lei seu cabimento; não é passível
de ser aplicada em toda e qualquer infração penal.
Vale ressaltar que ela não se confunde com a con�ssão ou a negativa do fato, uma vez que deve ser de modo a
retirar totalmente o que foi dito ou a�rmado, devendo ser cabal, ou seja, atingir todo o conteúdo da a�rmação
ou fala (PRADO, 2021). Além disso, é um ato unilateral, então não se exige a aceitação da vítima.
A retratação está prevista nos crimes de calúnia e difamação, bem como falso testemunho e falsa perícia. A
previsão legal se encontra, respectivamente, nos art. 143 e 342, § 2º, do Código Penal (BRASIL, 1940).
Enquanto isso, o perdão judicial é causa extintiva da punibilidade prevista no art. 107, IX do Código Penal
(BRASIL, 1940) e é o ato pelo qual o juiz, embora reconheça que o agente tenha praticado uma infração, deixa
de aplicar a sanção penal correspondente ao ilícito praticado. Contudo, o perdão judicial pode ser concedido
apenas nas hipóteses devidamente previstas em lei.
O perdão judicial, como o próprio nome indica, deve ser concedido pelo juiz na sentença. É inviável a concessão
em outro momento processual, uma vez que exige o reconhecimento de um fato típico, ilícito e culpável pelo
agente. O perdão está previsto em diversos dispositivos ao longo do Código Penal e da Legislação Especial
(PACELLI, 2020).
A Figura 1 resume os dados referentes às causas de extinção da punibilidade abordadas nesta aula.
Figura 1 | Causas de extinção da punibilidade
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Fonte: elaborada pelo autor.
O perdão judicial se difere do perdão do ofendido, pois o último é concedido pela vítima, exige a aceitação
expressa ou tácita é cabível apenas nos crimes sujeitos a ação penal de iniciativa privada (Quadro 1).
Quadro 1 | Perdão judicial vs. perdão do ofendido
PERDÃO JUDICIAL PERDÃO DO OFENDIDO
Concedido pelo juiz. Concedido pela vítima.
É unilateral e não exige aceitação. É bilateral e exige a aceitação expressa ou tácita.
Cabível em qualquer ação penal, desde que haja
previsão legal.
Cabível apenas nos crimes sujeitos a ação penal de
iniciativa privada.
Concedido na sentença.
Concedido do início da ação penal até o trânsito em
julgado.
É subjetivo.
Se concedido a um dos réus, a todos se aproveita,
porém extingue a punibilidade apenas em relação ao
que aceitou.
Fonte: elaborado pelo autor.
APROFUNDANDO OS ESTUDOS SOBRE RETRATAÇÃO, PERDÃO JUDICIAL,
PERDÃO DO OFENDIDO
O perdão do ofendido é um ato bilateral, não produzindo seus efeitos se for recusado pelo querelado. É
imprescindível que seja aceito de forma expressa ou tácita; o silêncio do querelado implica aceitação do perdão
concedido.
Tanto o perdão quanto a aceitação são incondicionados. Isso signi�ca que não é permitido que o querelante
estabeleça condições para conceder o perdão; e, de outro lado, o querelado não pode realizar exigências para
aceitá-lo. Portanto, não é possível a imposição de condições para aceitação ou oferecimento (BITENCOURT,
2021).
Pode ser oferecido em qualquer fase da ação penal, desde seu início até o trânsito em julgado da sentença
penal condenatória, sendo, portanto, impossível de ser ofertado na fase da execução da pena.
O perdão pode ocorrer de diferentes maneiras; será processual, quando concedido dentro do processo, ou
extraprocessual, quando concedido fora dele, desde que haja processo em curso. Se ocorrer na forma
processual, deverá se dar expressamente. Mas, se for no modo extraprocessual, é possível que aconteça nas
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formas expressa ou tácita; nesta última, por meio da prática de um ato incompatível com a vontade de
processar o agente.
A aceitação, por sua vez, tanto no perdão concedido dentro do processo quanto naquele concedido fora dele,
pode ocorrer de forma expressa ou tácita (NUCCI, 2022). A aceitação tácita, na forma processual, decorre do
silêncio do querelado no prazo de três dias após a intimação para informar se aceita ou não o perdão, hipótese
em que haverá a presunção de aceitação do perdão ofertado pelo querelante.
No caso de pluralidade de querelados, o perdão em relação a um dos agentes a todos se aproveita. Entretanto,
haverá a extinção da punibilidade apenas em relação àquele ou àqueles que o aceitaram. No caso de
pluralidade de querelantes, o perdão concedido por um dos querelantes ao querelado não se estende aos
demais querelantes, uma vez que cada um possui um direito autônomo de ação.
Por sua vez, a retratação está prevista nos crimes de calúnia e difamação, bem como falso testemunho e falsa
perícia. A previsão legal se encontra, respectivamente, nos art. 143 e 342, § 2º do Código Penal.
No crime de calúnia e difamação, deve ocorrer antes da sentença e ser feita pelo mesmo meio em que o
querelado tiver praticado a calúnia ou difamação,mas o ofendido pode manifestar se deseja que a retratação
seja ou não pela mesma forma. Possui natureza subjetiva; no caso de concurso de pessoas, não se comunica
aos demais agentes que não tenham se retratado (NUCCI, 2022).
Nos crimes de falsa perícia e falso testemunho, a retratação deve ocorrer também antes da sentença e no
mesmo processo em que houve a falsa perícia ou o falso testemunho. Possui natureza objetiva e pode ser
estendida aos demais acusados no caso de concurso de pessoas.
Já o perdão judicial deve ser concedido pelo juiz na sentença. É inviável a concessão em outro momento
processual, uma vez que exige o reconhecimento de um fato típico, ilícito e culpável pelo agente (PRADO, 2021).
É um ato unilateral que independe de aceitação do autor da infração e não pode ser recusado. Possui caráter
subjetivo e não se estende aos demais agentes no caso de concurso de pessoas; está previsto em diversos
dispositivos ao longo do Código Penal (BRASIL, 1941) e da Legislação Especial.
O Quadro 2 apresenta as previsões legais do perdão judicial.
Quadro 2 | Previsões legais do perdão judicial
ART. 121, § 5º DO
CP
ART. 176 DO CP ART. 242, PU DO CP
ART. 8ª; 39, § 2º DA
LCP
ART. 1º, § 5º DA LEI
DE LAVAGEM DE
DINHEIRO
ART. 129, § 8º DO
CP
ART. 180, § 5º DO
CP
ART. 249, § 2º DO
CP
ART. 326, § 1º DO
CÓDIGO ELEITORAL
ART. 13 DA LEI DE
PROTEÇÃO A
VÍTIMAS E
TESTEMUNHAS
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ART. 140, § 1º I E II
DO CP
ART. 168-A, § 3º DO
CP
ART. 337-A § 2º E 3º
DO CP
ART. 29, § 2º DA LEI
DOS CRIMES
AMBIENTAIS
ART. 4º CAPUT E § 2º
DA LEI DE
ORGANIZAÇÃO
CRIMINOSA
Fonte: elaborado pelo autor.
A decisão que concede o perdão judicial é declaratória de extinção da punibilidade do acusado, não havendo
que se falar em decisão condenatória ou absolutória, tampouco em efeitos penais ou extrapenais para o
agente.
REPERCUSSÕES PRÁTICAS SOBRE RETRATAÇÃO, PERDÃO JUDICIAL, PERDÃO DO
OFENDIDO E MORTE DO AGENTE
É possível a concessão do perdão judicial no crime de guarda doméstica de espécie silvestre não considerada
ameaçada de extinção. Entretanto, o Superior Tribunal de Justiça entendeu por negar o reconhecimento da
causa extintiva de punibilidade, quando constatados maus-tratos ao animal (BRASIL, 2022).
O perdão judicial é possível de ser utilizado pelo agente para �ns de reabilitação criminal e reconhecimento do
direito ao esquecimento (BRASIL, 2019b).
A Lei nº 11.706/2008, ao modi�car o art. 32 da Lei nº 10.826/2003, criou uma causa extintiva da punibilidade que
consiste na entrega espontânea da arma (BRASIL, 2013b).
A retratação do agente nos crimes de calúnia e difamação deve ocorrer antes da sentença e atinge apenas os
crimes contra a honra que se processam por ação penal privada, não sendo possível sua aplicação aos crimes
contra a honra sujeitos a ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça ou representação
(BRASIL, 2020b).
Para o reconhecimento da retratação aos crimes de calúnia e difamação, é necessário que o agente se retrate
de forma cabal e completa, naquilo que a�rmou, reconheça que se equivocou e reti�que o alegado, não
bastando o mero pedido de desculpas (BRASIL, 2013a).
A retratação deve ser voluntária, não havendo qualquer tipo de intimação para essa �nalidade (BRASIL, 2019a).
No crime de falso testemunho ou falsa perícia, a retratação deve ocorrer no processo em que ocorreu a
a�rmação falsa e sempre antes da sentença (BRASIL, 2019a).
Para o reconhecimento do perdão judicial no crime de homicídio culposo, é necessário que as consequências do
crime sejam mais severas do que a pena imposta, como sequelas físicas gravíssimas e permanentes no próprio
agente ou a existência de um vínculo de parentesco ou afetivo entre o agente e a vítima, bem como
insuportável abalo físico ou emocional (BRASIL, 2020a).
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A prova da morte ocorre por meio de certidão de óbito. Se a extinção da punibilidade for fundada em certidão
de óbito falsa, é possível que a decisão que extinguiu a punibilidade seja revista, não estando sujeita, nessa
hipótese, à formação de coisa julgada (BRASIL, 2003).
VIDEOAULA
Assistiremos agora a um vídeo com a síntese do que foi desenvolvido nesta aula. Retomaremos o estudo das
causas extintivas da punibilidade (perdão do ofendido, perdão judicial, retratação e morte do agente), com suas
características, espécies e repercussões práticas de sua aplicação, de modo a não deixar dúvidas sobre o que foi
abordado nesta aula.
 Saiba mais
Para um aprofundamento do que foi exposto nesta aula, é importante a leitura do capítulo XLII do livro
Tratado de Direito Penal 1 – Parte Geral, de Cezar Roberto Bitencourt, que aborda de maneira geral as
causas extintivas da punibilidade. 
Videoaula
Para visualizar o objeto, acesse seu material digital.
Aula 1
BRASIL. Decreto-lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940. Código penal. Rio de Janeiro: Congresso Nacional,
[2022]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm. Acesso em: 8
abr. 2022.
BRASIL. Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal. Rio de Janeiro: Congresso
Nacional, [2022]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm. Acesso
em: 8 abr. 2022.
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF:
Presidência da República, [2022]. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 27 maio 2022.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Ação Penal nº 912/RJ. Queixa-crime. Acusação contra desembargadora do
TJRJ. Prerrogativa de foro no STJ. Crime de calúnia contra pessoa morta. Queixa parcialmente recebida. Relatora:
Min. Laurita Vaz, 7 de agosto de 2019a. Disponível em:  https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?
num_registro=201802424385&dt_publicacao=22/08/2019. Acesso em: 5 abr. 2022.
REFERÊNCIAS
32 minutos
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=201802424385&dt_publicacao=22/08/2019
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BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso em Habeas Corpus nº 113.461/CE. Recurso ordinário em habeas
corpus. Calúnia praticada contra funcionário público em razão das funções. Trancamento. Violação do art. 44 do
Código de Processo Penal. Extinção da punibilidade. Decadência. Representação oferecida no prazo legal.
Legitimidade concorrente. Súmula 714 do STF. Recurso improvido. Relator: Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 25
de junho de 2019b. Disponível em: https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?
num_registro=201901532291&dt_publicacao=07/08/2019. Acesso em: 5 abr. 2022.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Habeas Corpus nº 531.679/SC. Penal e processo penal. Habeas corpus. 1.
Impetração substitutiva do recurso próprio. Não cabimento. 2. Crime de trânsito. Lesão corporal leve. Ausência
de representação. Irrelevância. Crime cometido sob a in�uência de álcool. Art. 291, § 1º, i, CTB. Ação penal
pública incondicionada. 3. Habeas corpus não conhecido. Relator: Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 19 de
setembro de 2019c. Disponível em:https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?
num_registro=201902662816&dt_publicacao=27/09/2019. Acesso em: 5 abr. 2022.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Agravo Regimental no Recurso em Habeas Corpus nº 104.363/SE.
Agravo regimental no recurso ordinário em habeas corpus. Decreto lei nº 201/67. Gravação ambiental realizada
por um dos interlocutores. Licitude da prova. Precedentes do STF e do STJ. Ação controlada. Inexistência.
Alegada violação ao princípio da indisponibilidade da ação penal. Inocorrência. Agravo regimental improvido.
Relator: Min. Reynaldo Soares da Fonseca, 18 de agosto de 2020. Disponível em:
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?
num_registro=201802746160&dt_publicacao=24/08/2020. Acesso em: 5 abr. 2022.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Agravo Regimental nos Embargos de Declaração na Ação Penal nº
958/RJ. Declaração. Crimes contra a honra. Queixa-crime. Oferecimento. Pressuposto processual. Existência e
validade. Capacidade postulatória. Ausência. Correção. Prazo decadencial. Arts. 38 do CPP e 103 do CP.
Iniciativa. Querelante. Ação penal privada. Princípios. Disponibilidade. Conveniência. Oportunidade. Relatora:
Min. Nancy Andrighi, 18 de novembro de 2020. Disponível em:
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?
num_registro=202000932557&dt_publicacao=26/11/2020. Acesso em: 5 abr. 2022.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Agravo Regimental no Recurso Especial nº 1.564.712/SP. Agravo
regimental no agravo em recurso especial. Ação penal privada subsidiária da pública. Ausência de desídia do
MP. Impedimento em se manifestar sobre o mérito do inquérito policial. Incidentes processuais interpostos pela
agravante. Agravo regimental não provido. Relator: Min. Rogerio Schietti Cruz, 9 de novembro de 2021a.
Disponível em:  https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?
num_registro=201902482071&dt_publicacao=23/11/2021. Acesso em: 5 abr. 2022.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Agravo Regimental na Sindicância nº 811/MG. Agravo regimental na
sindicância. Noticia criminis. Suposto delito cometido por desembargador. Ausência de elementos indiciários
mínimos que sugiram a ocorrência de crime. Pedido de arquivamento deduzido pela Subprocuradoria-Geral da
República. Dominus litis da ação penal pública. Acolhimento. Obrigatoriedade. Jurisprudência uníssona do
Superior Tribunal de Justiça. Arquivamento determinado. Descabimento da ação penal privada subsidiária da
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https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=201902662816&dt_publicacao=27/09/2019
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=201802746160&dt_publicacao=24/08/2020
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=202000932557&dt_publicacao=26/11/2020
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pública. Agravo regimental desprovido. Relatora: Min. Laurita Vaz, 6 de outubro de 2021b. Disponível em: 
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?
num_registro=202101630626&dt_publicacao=18/10/2021. Acesso em: 5 abr. 2022.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Agravo Regimental no Habeas Corpus nº 615.739/SP. Agravo regimental
no habeas corpus. Direito penal e processual penal. Pedido de sustentação oral. Inadmissibilidade. Acordo de
não persecução penal. Art. 28-a do CPP, introduzido pela lei n. 13.964/2016. Norma híbrida: conteúdo de direito
penal e processual penal. Retroatividade. Possibilidade até o recebimento da denúncia. Agravo regimental
desprovido. Relatora: Min. Laurita Vaz, 13 de abril de 2021d. Disponível em: 
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?
num_registro=202002523755&dt_publicacao=28/04/2021. Acesso em: 5 abr. 2022.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Agravo Regimental no Habeas Corpus nº 689.959/SE. Agravo regimental
no habeas corpus. Crime de ação pública condicionada à representação da vítima. Contexto de violência
doméstica. Retratação da representação não realizada formalmente. Audiência de justi�cação. Art. 16 da n. Lei
11.340/06. Precedentes. No mais, não enfrentamento dos fundamentos da decisão agravada. Súmula 182/STJ.
Agravo desprovido. Relator: Min. Jesuíno Rissato, 13 de abril de 2021e. Disponível em: 
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?
num_registro=202102756872&dt_publicacao=19/11/2021. Acesso em: 5 abr. 2022.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Agravo Regimental no Recurso Especial nº 1.941.524/SP. Agravo
regimental no recurso especial. Penal e processual penal. Lei n. 13.964/2019 (Pacote Anticrime). Retroatividade.
Inviabilidade. Ato jurídico perfeito. Substituição por penas restritivas de direitos. Fundamentação concreta.
Ausência de ilegalidade. Agravo regimental desprovido. Relatora: Min. Laurita Vaz, 16 de novembro de 2021f.
Disponível em:  https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?
num_registro=202101672103&dt_publicacao=25/11/2021. Acesso em: 5 abr. 2022.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Agravo Regimental no Habeas Corpus nº 713.415/SC. Agravo regimental
no habeas corpus. Contravenção penal de vias de fato praticado contra a mulher no âmbito doméstico.
Princípio da insigni�cância imprópria. Inaplicabilidade. Precedentes deste Superior Tribunal de Justiça. Natureza
da ação penal. Pública incondicionada. Lei maria da penha. Agravo regimental improvido. Relator: Min. Reynaldo
Soares da Fonseca, 22 de fevereiro de 2022. Disponível em:
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?
num_registro=202104028470&dt_publicacao=25/02/2022. Acesso em: 5 abr. 2022.
ESTEFAM, A. Direito penal. São Paulo: Saraiva, 2021. v. 1. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555596540/. Acesso em: 21 mar. 2022.
NUCCI, G. de S. Manual de direito penal. São Paulo: Grupo GEN, 2022. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559642830/. Acesso em: 21 mar. 2022.
PACELLI, E. Manual de direito penal: parte geral. São Paulo: Grupo GEN, 2020. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597025132/. Acesso em: 21 mar. 2022.
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https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=202101630626&dt_publicacao=18/10/2021
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=202002523755&dt_publicacao=28/04/2021
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=202102756872&dt_publicacao=19/11/2021
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=202101672103&dt_publicacao=25/11/2021
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=202104028470&dt_publicacao=25/02/2022
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555596540/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559642830/
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788597025132/
27/03/2023, 14:38 wlldd_u4_dir_pen_teo_pen
https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=DIREITO+PENAL-TEORIA+DAS+PENAS… 31/39
PRADO, L. R. Curso de direito penal brasileiro. São Paulo: Grupo GEN, 2021. Disponível em: 
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Aula 2
BITENCOURT, C. R. Tratado de direito penal: parte geral. São Paulo: Saraiva, 2021. v. 1. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555590333/. Acesso em: 26 mar. 2022.
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BRASIL. Lei nº 12.234, de 5 de maio de 2010. Altera os arts. 109 e 110 do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
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Agravo interno no mandado de segurança. Código de Processo Civil de 2015. Aplicabilidade. Estelionato e
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de 2020b. Disponível em:  https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/875553184/mandado-de-seguranca-ms-
25426-df-2019-0271914-2/decisao-monocratica-875553194. Acesso em: 5 abr. 2022.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Agravo Regimental no Recurso Ordinário Constitucional nº 156.822/RJ.
Agravo regimental no recurso ordinário em habeas corpus. Estelionato. Prescrição da pretensão punitiva. Pena
entre dois e quatro anos. Fatos cometidos antes das mudanças introduzidas pela lei n.12.234/2010. Prazo de
oito anos não veri�cado entre os marcos interruptivos. Agravo regimental não provido. Relator: Min. Reynaldo
Soares da Fonseca, 23 de novembro de 2021a. Disponível em:
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?
num_registro=202103606774&dt_publicacao=29/11/2021. Acesso em: 5 abr. 2022.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Agravo Regimental no Habeas Corpus nº 698.498/SP. Agravo regimental
no habeas corpus. Estelionato. Prescrição da pretensão punitiva reconhecida pelo tribunal de origem. Ausência
de violação à liberdade de locomoção. Habeas corpus indeferido liminarmente. Agravo improvido. Relator: Min.
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https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=753767837
https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/875553184/mandado-de-seguranca-ms-25426-df-2019-0271914-2/decisao-monocratica-875553194
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=202103606774&dt_publicacao=29/11/2021
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https://colaboraread.com.br/integracaoAlgetec/index?usuarioEmail=geilmaarmil2019%40gmail.com&usuarioNome=GEILMA+AZEVEDO+DA+SILVA&disciplinaDescricao=DIREITO+PENAL-TEORIA+DAS+PENAS… 32/39
Antônio Saldanha Palheiro, 23 de novembro de 2021b. Disponível em:
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?
num_registro=202103204128&dt_publicacao=26/11/2021. Acesso em: 5 abr. 2022.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Ordinário Constitucional nº 128.804/SP. Recurso ordinário em
habeas corpus. Sonegação. Contribuição previdenciária. Prescrição. Não ocorrência. Termo inicial. Constituição
de�nitiva do crédito tributário. Parcelamento. Suspensão do prazo. Conduta anterior à vigência do art. 337-a, do
CP. Art. 1º, I, da lei n. 8.137/1990. Contribuições sociais. Inépcia da denúncia. Inexistência. Descrição do fato
criminoso. Indicação de período e valores. Procedimento �scal. Menção a documentos especí�cos. Su�ciência.
Princípio da insigni�cância. Não incidência. Montante do débito constituído superior ao limite. Recurso
desprovido. Relator: Min. Ribeiro Dantas, 15 de fevereiro de 2022. Disponível em: 
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?
num_registro=202001430174&dt_publicacao=21/02/2022. Acesso em: 5 abr. 2022.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial nº 1.956.133/DF. Recurso especial. Execução penal.
Prescrição da pretensão executória. Reincidência. Interrupção na data da prática do novo crime.
Reconhecimento. Trânsito em julgado da condenação. Necessidade. Ação penal ainda em curso quando ao
novo delito. Análise da prescrição executória quanto ao crime anterior. Inviabilidade. Recurso especial
desprovido. Relatora: Min. Laurita Vaz, 22 de fevereiro de 2022a. Disponível em:
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?
num_registro=202102654237&dt_publicacao=03/03/2022. Acesso em: 5 abr. 2022.
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Embargos de Declaração no Agravo Regimental nos Embargos de
Declaração no Agravo em Recurso Especial nº 1.730.688/RJ. Embargos de declaração no agravo regimental
nos embargos de declaração no agravo em recurso especial. Penal. Prescrição da pretensão executória. Análise.
Inviabilidade. Ausência de trânsito em julgado. Omissão. Inexistência. Mero inconformismo. Embargos de
declaração rejeitados. Relatora: Min. Laurita Vaz, 22 de março de 2022b. Disponível em: 
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?
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NUCCI, G. de S. Manual de direito penal. São Paulo: Grupo GEN, 2022. Disponível em: 
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PACELLI, E. Manual de direito penal: parte geral. São Paulo: Grupo GEN, 2020. Disponível em: 
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PRADO, L. R. Curso de direito penal brasileiro. São Paulo: Grupo GEN, 2021. Disponível em: 
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[2022]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del2848compilado.htm. Acesso em: 8
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BRASIL. Decreto-Lei nº 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal. Rio de Janeiro: Congresso
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BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF:
Presidência da República, [2022]. Disponível em: 
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