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Divórcio, Separação e Dissolução de União Estável Consensual e Alteração de Regime de Bens
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
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DIVÓRCIO, SEPARAÇÃO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL
CONSENSUAL E ALTERAÇÃO DE REGIME DE BENS
Obs.: reconhecimento de união estável pós-morte em cartório.
• Quando é consensual, é possível. Mas se existir herdeiro menor de idade, deve-se 
buscar o reconhecimento em via judicial.
• Quando se faz a dissolução de união estável pós-morte é com a finalidade sucessória. 
Obs.: o STF, no final do ano passado, decidiu matéria de repercussão geral, entendendo 
que não é possível uma união estável paralela, ou seja, se a pessoa está casada e 
ainda não está separada de fato, e tem uma outra família (paralela), ela não será 
tratada como família.
• No máximo, qualquer discussão patrimonial com essa pessoa será feita na vara civil, 
como se fosse uma sociedade de fato.
• Contudo, já houve decisão do STF e STJ onde se permitiu a divisão de pensão por 
morte, entre a viúva e a "amante". Mas no caso concreto, a viúva estava casada há 40 
anos e a "amante" estava há 35 anos com o falecido.
Obs.: existem várias decisões que concedem a divisão de pensão pós-morte, como por 
exemplo, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.
SEPARAÇÃO, DIVÓRCIO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL CONSENSUAIS
CPC
Art. 731. A homologação do divórcio ou da separação consensuais, observados os requisitos le-
gais, poderá ser requerida em petição assinada por ambos os cônjuges, da qual constarão:
I – as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns; 
Obs.: deve-se falar do patrimônio, da partilha e da dívida.
II – as disposições relativas à pensão alimentícia entre os cônjuges;
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Obs.: por ser consensual, decide-se tudo.
III – o acordo relativo à guarda dos filhos incapazes e ao regime de visitas; e
IV – o valor da contribuição para criar e educar os filhos.
Obs.: trata-se dos alimentos dos filhos.
Parágrafo único. Se os cônjuges não acordarem sobre a partilha dos bens, far-se-á esta depois 
de homologado o divórcio, na forma estabelecida nos arts. 647 a 658.
Obs.: é possível fazer primeiro o divórcio e só depois fazer a partilha dos bens.
Obs.: é aconselhável fazer ambos no mesmo momento.
Art. 732. As disposições relativas ao processo de homologação judicial de divórcio ou de separa-
ção consensuais aplicam-se, no que couber, ao processo de homologação da extinção consensual 
de união estável.
Art. 733. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união es-
tável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser 
realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata o art. 731.
Obs.: trata-se do divórcio, separação ou dissolução de união estável em cartório (extraju-
dicial).
• Para a separação ser feita em cartório, é necessário:
– Não haver nascituro ou filhos incapazes;
– Ser consensual.
§ 1º A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para qualquer ato de 
registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras.
Obs.: trata-se de título executivo extrajudicial.
§ 2º O tabelião somente lavrará a escritura se os interessados estiverem assistidos por advogado 
ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial.
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Obs.: trata-se do "passo a passo" para o divórcio, separação ou dissolução de união está-
vel consensual.
Julgado de 2017 do STJ – Manutenção da separação como faculdade do casal.
Obs.: a Emenda Constitucional n. 66/2010 estabeleceu que o divorcio não precisa de pra-
zo, pois antigamente devia ser comprovada a separação de fato com mais de 3 anos, 
1 ano de trânsito em julgado da separação, e procedimento em 2 fases. Além disso, 
o juiz deveria decidir de quem era a culpa do divórcio.
• Assim, após a EC n. 66/2010 dispõe que "quem quiser divorciar, que divorcie (por 
se tratar de direito potestativo), não necessitando de prazo, testemunhas e análise 
de culpa".
• O Código de Processo Civil de 2015 (CPC/2015), ressuscitou a separação, dispondo 
que o casal pode optar, pois quando se separa, dissolve-se a sociedade conjugal, 
assim poderá voltar futuramente.
Enquanto, no divórcio, corta-se o vínculo. Assim, se for para voltar, deve-se casar 
novamente. 
Obs.: o autor Flávio Tartuce aduz que a separação não existe mais, contudo, ela ainda 
existe.
• O legislador processual e após a entrada em vigor do CPC/2015, o STJ, entendem que 
ainda existe a separação, levando em consideração a vontade das partes.
MANUTENÇÃO DA SEPARAÇÃO COMO FACULDADE DO CASAL – RECURSO 
ESPECIAL. DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. EMENDA CONSTITUCIONAL N. 66/2010. DIVÓR-
CIO DIRETO. SEPARAÇÃO JUDICIAL. SUBSISTÊNCIA.
1. A separação é modalidade de extinção da sociedade conjugal, pondo fim aos deveres 
de coabitação e fidelidade, bem como ao regime de bens, podendo, todavia, ser revertida a 
qualquer momento pelos cônjuges (Código Civil, arts. 1571, III e 1.577). O divórcio, por outro 
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lado, é forma de dissolução do vínculo conjugal e extingue o casamento, permitindo que os 
ex-cônjuges celebrem novo matrimônio (Código Civil, arts. 1571, IV e 1.580). São institutos 
diversos, com consequências e regramentos jurídicos distintos.
2. A Emenda Constitucional n. 66/2010 não revogou os artigos do Código Civil que tratam 
da separação judicial.
3. Recurso especial provido.
(REsp 1247098/MS, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado 
em 14/03/2017, DJe 16/05/2017)
ENUNCIADO 514 – JDC
Ação de Alteração de Regime de Bens
Obs.: quando as pessoas se casam, passam por um processo de habilitação no cartório 
civil, com suas fases e a escolha do regime de bens. Após o casamento, uma das 
partes começou a se aventurar como empresária e a outra não concordou. Assim, 
optaram pela mudança do regime de bens de comunhão parcial de bens para o regi-
me da separação de bens, ficando cada uma com seus respectivos patrimônios.
Após o casamento, pode-se mudar o regime de bens?
Sim, contudo, esse processo ainda não pode ser feito extrajudicialmente (no cartório).
Assim, deve-se fazer uma petição, que tramitará na Vara de Família (não é na Vara de 
Registro Públicos), fazendo os pedidos fundamentados. Serão publicados editais, haverá 
ampla publicidade e a participação do Ministério Público.
Por fim, será dada a sentença, com efeitos ex nunc (dali em diante), mudando o regime 
de bens (oficiado o cartório).
Obs.: somente pode ser feito se for consensual, assinado por ambas as partes.
Obs.: somente por via judicial.
• O CC de 2002 foi o primeiro a permitir a alteração do regime de bens.
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Nesse sentido, poderá o casal que contraiu união antes dessa data, alterar o 
seu regime?
Sim, pois os seus efeitos são ex nunc (daquele momento em diante).
Código Civil
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antesde celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus 
bens, o que lhes aprouver.
§ 1º O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento.
§ 2º É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado 
de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de 
terceiros.
CPC
Art. 734. A alteração do regime de bens do casamento, observados os requisitos legais, poderá ser 
requerida, motivadamente, em petição assinada por ambos os cônjuges, na qual serão expostas 
as razões que justificam a alteração, ressalvados os direitos de terceiros. 
§ 1º Ao receber a petição inicial, o juiz determinará a intimação do Ministério Público e a publicação 
de edital que divulgue a pretendida alteração de bens, somente podendo decidir depois de decor-
rido o prazo de 30 (trinta) dias da publicação do edital.
Obs.: o prazo de 30 dias serve para evitar a alteração do regime para evitar fraude aos 
credores, por exemplo.
§ 2º Os cônjuges, na petição inicial ou em petição avulsa, podem propor ao juiz meio alternativo de 
divulgação da alteração do regime de bens, a fim de resguardar direitos de
terceiros.
§ 3º Após o trânsito em julgado da sentença, serão expedidos mandados de averbação aos cartó-
rios de registro civil e de imóveis e, caso qualquer dos cônjuges seja empresário, ao
Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins.
Obs.: trata-se da junta comercial.
ATENÇÃO
Esse conteúdo é cobrado em prova por ser novidade.
• O procedimento é feito na Vara de família e os efeitos da sentença são ex nunc (dali 
para frente).
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DIRETO DO CONCURSO
41. (XX/EXAME DE ORDEM) Juliana é sócia de uma sociedade empresária que produz 
bens que exigem alto investimento, por meio de financiamento significativo. Casada 
com Mário pelo regime da comunhão universal de bens, desde 1998, e sem filhos, deci-
de o casal alterar o regime de casamento para o de separação de bens, sem prejudicar 
direitos de terceiros, e com a intenção de evitar a colocação do patrimônio já adquirido 
em risco. Sobre a situação narrada, assinale a afirmativa correta.
a. A alteração do regime de bens mediante escritura pública, realizada pelos cônjuges e 
averbada no Registro Civil, é possível.
b. A alteração do regime de bens, tendo em vista que o casamento foi realizado antes 
da vigência do Código Civil de 2002, não é possível.
c. A alteração do regime de bens mediante autorização judicial, com pedido motivado 
de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados 
os direitos de terceiros, é possível.
d. Não é possível a alteração para o regime da separação de bens, tão somente para o 
regime de bens legal, qual seja, o da comunhão parcial de bens.
COMENTÁRIO
• O procedimento será feito judicialmente.
Obs.: no caso em que um dos cônjuges estiver em estado de vegetação de saúde, será 
necessário que o curador participe, representando o interesse do curatelado, devida-
mente justificado.
Obs.: quem está sob o regime parcial de bens e o cônjuge recebe uma doação (ou herda-
do) não entra no rateio do casal, apenas no patrimônio próprio de quem recebeu.
• É possível a alteração do regime de bens daqueles que se casaram antes da vigência 
do Código Civil de 2002.
• Pode-se alterar o regime de bens para qualquer outro, sem restrições.
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CURATELA DOS INTERDITOS
• Trata-se de uma ação de interdição ou uma ação de curatela de pessoa interdita. 
Obs.: a parte de capacidade civil passou por grandes mudanças em virtude do Estatuto da 
Pessoa com Deficiência e logo depois, pelo o CPC de 2015.
A parte da teoria das incapacidade
Obs.: atualmente, somente existe uma categoria de absolutamente incapaz, que é o menor 
de 16 anos, sendo os demais relativamente incapazes, como por exemplo, o menor 
púbere (entre 16 e 18 anos), os toxicômanos (alcoólatras), pessoas que por alguma 
causa transitória ou permanente não conseguem exprimir a sua vontade e o pródigo.
• Atualmente, há uma grande preocupação quanto à interdição, pois ela é uma limita-
dora de capacidade de autodeterminação do sujeito. Logo, o procedimento é muito 
sério, na Vara de Família.
• Existem as pessoas que são legitimadas para propor a ação de interdição e outras que 
têm a legitimidade para serem os curadores.
Obs.: o curador tem o ônus público de prestar contas, cuidar e envidar esforços para que 
essa pessoa possa recobrar a sua capacidade.
• O intuito é evitar que o curador coloque a pessoa em um estabelecimento e fique 
usando o seu dinheiro.
• Deve-se entrar com uma ação de interdição, podendo pedir uma tutela provisória ante-
cipada, mas o juiz irá designar uma entrevista para ouvir o interditando e é necessária 
a perícia.
Obs.: antigamente a entrevista era chamada de interrogatório.
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Obs.: na perícia, o perito dirá exatamente qual o grau de incapacidade, a extensão, que 
tipo de ajuda necessita.
Obs.: atualmente existe o instituto da curatela compartilhada.
Ex.: o pai muito idoso com alguma doença degenerativa poderá ser cuidado por mais de 
uma pessoa, através da curatela compartilhada.
Obs.: a tomada de decisão apoiada (TDA) é um instituto diferente da intervenção, mas 
que envolve a parte de mobilidade. Assim, a pessoa tem uma deficiência, mas com 
plena capacidade civil e quer apoiadores para auxiliar na celebração de negócios 
jurídicos. Nesse sentido, deverá entrar com uma ação no Judiciário pedindo o intuito 
da tomada de decisão apoiada, no qual o juiz ouvirá os apoiadores que irão acompa-
nhá-la nas relações negociais.
Obs.: a TDA não tem nada a ver com a interdição, pois não se limita a capacidade da pes-
soa (terá capacidade plena).
Pontos importantes (nuances):
• Tem que ter a perícia.
• Pode-se conseguir uma tutela provisória, que será convertida em definitiva, se tiver 
elementos para convencer o julgador.
• Entrevista com o interditando.
• A sentença do juiz, na interdição, deve ser minuciosa, nos termos da sentença. Além 
disso, consta no registro civil da pessoa.
Ex.: a incapacidade do sujeito é até "tal ponto" e o que o curador poderá fazer.
Obs.: existe o caso do inventário, que não é considerado em Vara de Família, mas os pro-
cessos de inventário não ficam em segredo de justiça, pelo fato da Vara acumular, no 
exemplo de Brasília (Vara de Família, Órfãos e Sucessões).
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LEGITIMIDADE PARA PROMOVER A INTERDIÇÃO
CPC
Art. 747. A interdição pode ser promovida:
I – pelo cônjuge ou companheiro;
II – pelos parentes ou tutores;
III – pelo representante da entidade em que se encontra abrigado o interditando;
IV – pelo Ministério Público.
Parágrafo único. A legitimidade deverá ser comprovada por documentação que acompanhe a 
petição inicial.
Art. 748. O Ministério Público só promoverá interdição em caso de doença mental grave:
I – se as pessoas designadas nos incisos I, II e III do art. 747 não existirem ou não promoverem a 
interdição;
II – se, existindo, forem incapazes as pessoas mencionadas nos incisos I e II do art. 747.Ex.: o representante do local em que a pessoa está interditada, como o diretor, poderá 
promover a interdição, mas não quer dizer que ele será o curador.
Obs.: assim, nem sempre a pessoa que pede a interdição será a pessoa que será o cura-
dor.
Ex.: o Ministério Público pode promover a interdição, mas será ele o curador.
GABARITO
 41. c
���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula 
preparada e ministrada pela professora Raquel Bueno. 
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo 
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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