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1 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Divórcio, Separação e Dissolução de União Estável Consensual e Alteração de Regime de Bens DIREITO PROCESSUAL CIVIL A N O TA ÇÕ ES DIVÓRCIO, SEPARAÇÃO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL CONSENSUAL E ALTERAÇÃO DE REGIME DE BENS Obs.: reconhecimento de união estável pós-morte em cartório. • Quando é consensual, é possível. Mas se existir herdeiro menor de idade, deve-se buscar o reconhecimento em via judicial. • Quando se faz a dissolução de união estável pós-morte é com a finalidade sucessória. Obs.: o STF, no final do ano passado, decidiu matéria de repercussão geral, entendendo que não é possível uma união estável paralela, ou seja, se a pessoa está casada e ainda não está separada de fato, e tem uma outra família (paralela), ela não será tratada como família. • No máximo, qualquer discussão patrimonial com essa pessoa será feita na vara civil, como se fosse uma sociedade de fato. • Contudo, já houve decisão do STF e STJ onde se permitiu a divisão de pensão por morte, entre a viúva e a "amante". Mas no caso concreto, a viúva estava casada há 40 anos e a "amante" estava há 35 anos com o falecido. Obs.: existem várias decisões que concedem a divisão de pensão pós-morte, como por exemplo, do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. SEPARAÇÃO, DIVÓRCIO E DISSOLUÇÃO DE UNIÃO ESTÁVEL CONSENSUAIS CPC Art. 731. A homologação do divórcio ou da separação consensuais, observados os requisitos le- gais, poderá ser requerida em petição assinada por ambos os cônjuges, da qual constarão: I – as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns; Obs.: deve-se falar do patrimônio, da partilha e da dívida. II – as disposições relativas à pensão alimentícia entre os cônjuges; 5m 2 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Divórcio, Separação e Dissolução de União Estável Consensual e Alteração de Regime de Bens DIREITO PROCESSUAL CIVIL A N O TA ÇÕ ES Obs.: por ser consensual, decide-se tudo. III – o acordo relativo à guarda dos filhos incapazes e ao regime de visitas; e IV – o valor da contribuição para criar e educar os filhos. Obs.: trata-se dos alimentos dos filhos. Parágrafo único. Se os cônjuges não acordarem sobre a partilha dos bens, far-se-á esta depois de homologado o divórcio, na forma estabelecida nos arts. 647 a 658. Obs.: é possível fazer primeiro o divórcio e só depois fazer a partilha dos bens. Obs.: é aconselhável fazer ambos no mesmo momento. Art. 732. As disposições relativas ao processo de homologação judicial de divórcio ou de separa- ção consensuais aplicam-se, no que couber, ao processo de homologação da extinção consensual de união estável. Art. 733. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união es- tável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata o art. 731. Obs.: trata-se do divórcio, separação ou dissolução de união estável em cartório (extraju- dicial). • Para a separação ser feita em cartório, é necessário: – Não haver nascituro ou filhos incapazes; – Ser consensual. § 1º A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras. Obs.: trata-se de título executivo extrajudicial. § 2º O tabelião somente lavrará a escritura se os interessados estiverem assistidos por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. 3 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Divórcio, Separação e Dissolução de União Estável Consensual e Alteração de Regime de Bens DIREITO PROCESSUAL CIVIL A N O TA ÇÕ ES Obs.: trata-se do "passo a passo" para o divórcio, separação ou dissolução de união está- vel consensual. Julgado de 2017 do STJ – Manutenção da separação como faculdade do casal. Obs.: a Emenda Constitucional n. 66/2010 estabeleceu que o divorcio não precisa de pra- zo, pois antigamente devia ser comprovada a separação de fato com mais de 3 anos, 1 ano de trânsito em julgado da separação, e procedimento em 2 fases. Além disso, o juiz deveria decidir de quem era a culpa do divórcio. • Assim, após a EC n. 66/2010 dispõe que "quem quiser divorciar, que divorcie (por se tratar de direito potestativo), não necessitando de prazo, testemunhas e análise de culpa". • O Código de Processo Civil de 2015 (CPC/2015), ressuscitou a separação, dispondo que o casal pode optar, pois quando se separa, dissolve-se a sociedade conjugal, assim poderá voltar futuramente. Enquanto, no divórcio, corta-se o vínculo. Assim, se for para voltar, deve-se casar novamente. Obs.: o autor Flávio Tartuce aduz que a separação não existe mais, contudo, ela ainda existe. • O legislador processual e após a entrada em vigor do CPC/2015, o STJ, entendem que ainda existe a separação, levando em consideração a vontade das partes. MANUTENÇÃO DA SEPARAÇÃO COMO FACULDADE DO CASAL – RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. FAMÍLIA. EMENDA CONSTITUCIONAL N. 66/2010. DIVÓR- CIO DIRETO. SEPARAÇÃO JUDICIAL. SUBSISTÊNCIA. 1. A separação é modalidade de extinção da sociedade conjugal, pondo fim aos deveres de coabitação e fidelidade, bem como ao regime de bens, podendo, todavia, ser revertida a qualquer momento pelos cônjuges (Código Civil, arts. 1571, III e 1.577). O divórcio, por outro 10m 4 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Divórcio, Separação e Dissolução de União Estável Consensual e Alteração de Regime de Bens DIREITO PROCESSUAL CIVIL A N O TA ÇÕ ES lado, é forma de dissolução do vínculo conjugal e extingue o casamento, permitindo que os ex-cônjuges celebrem novo matrimônio (Código Civil, arts. 1571, IV e 1.580). São institutos diversos, com consequências e regramentos jurídicos distintos. 2. A Emenda Constitucional n. 66/2010 não revogou os artigos do Código Civil que tratam da separação judicial. 3. Recurso especial provido. (REsp 1247098/MS, Rel. Ministra MARIA ISABEL GALLOTTI, QUARTA TURMA, julgado em 14/03/2017, DJe 16/05/2017) ENUNCIADO 514 – JDC Ação de Alteração de Regime de Bens Obs.: quando as pessoas se casam, passam por um processo de habilitação no cartório civil, com suas fases e a escolha do regime de bens. Após o casamento, uma das partes começou a se aventurar como empresária e a outra não concordou. Assim, optaram pela mudança do regime de bens de comunhão parcial de bens para o regi- me da separação de bens, ficando cada uma com seus respectivos patrimônios. Após o casamento, pode-se mudar o regime de bens? Sim, contudo, esse processo ainda não pode ser feito extrajudicialmente (no cartório). Assim, deve-se fazer uma petição, que tramitará na Vara de Família (não é na Vara de Registro Públicos), fazendo os pedidos fundamentados. Serão publicados editais, haverá ampla publicidade e a participação do Ministério Público. Por fim, será dada a sentença, com efeitos ex nunc (dali em diante), mudando o regime de bens (oficiado o cartório). Obs.: somente pode ser feito se for consensual, assinado por ambas as partes. Obs.: somente por via judicial. • O CC de 2002 foi o primeiro a permitir a alteração do regime de bens. 5 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Divórcio, Separação e Dissolução de União Estável Consensual e Alteração de Regime de Bens DIREITO PROCESSUAL CIVIL A N O TA ÇÕ ES Nesse sentido, poderá o casal que contraiu união antes dessa data, alterar o seu regime? Sim, pois os seus efeitos são ex nunc (daquele momento em diante). Código Civil Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antesde celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver. § 1º O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento. § 2º É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros. CPC Art. 734. A alteração do regime de bens do casamento, observados os requisitos legais, poderá ser requerida, motivadamente, em petição assinada por ambos os cônjuges, na qual serão expostas as razões que justificam a alteração, ressalvados os direitos de terceiros. § 1º Ao receber a petição inicial, o juiz determinará a intimação do Ministério Público e a publicação de edital que divulgue a pretendida alteração de bens, somente podendo decidir depois de decor- rido o prazo de 30 (trinta) dias da publicação do edital. Obs.: o prazo de 30 dias serve para evitar a alteração do regime para evitar fraude aos credores, por exemplo. § 2º Os cônjuges, na petição inicial ou em petição avulsa, podem propor ao juiz meio alternativo de divulgação da alteração do regime de bens, a fim de resguardar direitos de terceiros. § 3º Após o trânsito em julgado da sentença, serão expedidos mandados de averbação aos cartó- rios de registro civil e de imóveis e, caso qualquer dos cônjuges seja empresário, ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins. Obs.: trata-se da junta comercial. ATENÇÃO Esse conteúdo é cobrado em prova por ser novidade. • O procedimento é feito na Vara de família e os efeitos da sentença são ex nunc (dali para frente). 15m 6 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Divórcio, Separação e Dissolução de União Estável Consensual e Alteração de Regime de Bens DIREITO PROCESSUAL CIVIL A N O TA ÇÕ ES DIRETO DO CONCURSO 41. (XX/EXAME DE ORDEM) Juliana é sócia de uma sociedade empresária que produz bens que exigem alto investimento, por meio de financiamento significativo. Casada com Mário pelo regime da comunhão universal de bens, desde 1998, e sem filhos, deci- de o casal alterar o regime de casamento para o de separação de bens, sem prejudicar direitos de terceiros, e com a intenção de evitar a colocação do patrimônio já adquirido em risco. Sobre a situação narrada, assinale a afirmativa correta. a. A alteração do regime de bens mediante escritura pública, realizada pelos cônjuges e averbada no Registro Civil, é possível. b. A alteração do regime de bens, tendo em vista que o casamento foi realizado antes da vigência do Código Civil de 2002, não é possível. c. A alteração do regime de bens mediante autorização judicial, com pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros, é possível. d. Não é possível a alteração para o regime da separação de bens, tão somente para o regime de bens legal, qual seja, o da comunhão parcial de bens. COMENTÁRIO • O procedimento será feito judicialmente. Obs.: no caso em que um dos cônjuges estiver em estado de vegetação de saúde, será necessário que o curador participe, representando o interesse do curatelado, devida- mente justificado. Obs.: quem está sob o regime parcial de bens e o cônjuge recebe uma doação (ou herda- do) não entra no rateio do casal, apenas no patrimônio próprio de quem recebeu. • É possível a alteração do regime de bens daqueles que se casaram antes da vigência do Código Civil de 2002. • Pode-se alterar o regime de bens para qualquer outro, sem restrições. 7 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Divórcio, Separação e Dissolução de União Estável Consensual e Alteração de Regime de Bens DIREITO PROCESSUAL CIVIL A N O TA ÇÕ ES CURATELA DOS INTERDITOS • Trata-se de uma ação de interdição ou uma ação de curatela de pessoa interdita. Obs.: a parte de capacidade civil passou por grandes mudanças em virtude do Estatuto da Pessoa com Deficiência e logo depois, pelo o CPC de 2015. A parte da teoria das incapacidade Obs.: atualmente, somente existe uma categoria de absolutamente incapaz, que é o menor de 16 anos, sendo os demais relativamente incapazes, como por exemplo, o menor púbere (entre 16 e 18 anos), os toxicômanos (alcoólatras), pessoas que por alguma causa transitória ou permanente não conseguem exprimir a sua vontade e o pródigo. • Atualmente, há uma grande preocupação quanto à interdição, pois ela é uma limita- dora de capacidade de autodeterminação do sujeito. Logo, o procedimento é muito sério, na Vara de Família. • Existem as pessoas que são legitimadas para propor a ação de interdição e outras que têm a legitimidade para serem os curadores. Obs.: o curador tem o ônus público de prestar contas, cuidar e envidar esforços para que essa pessoa possa recobrar a sua capacidade. • O intuito é evitar que o curador coloque a pessoa em um estabelecimento e fique usando o seu dinheiro. • Deve-se entrar com uma ação de interdição, podendo pedir uma tutela provisória ante- cipada, mas o juiz irá designar uma entrevista para ouvir o interditando e é necessária a perícia. Obs.: antigamente a entrevista era chamada de interrogatório. 20m 8 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Divórcio, Separação e Dissolução de União Estável Consensual e Alteração de Regime de Bens DIREITO PROCESSUAL CIVIL A N O TA ÇÕ ES Obs.: na perícia, o perito dirá exatamente qual o grau de incapacidade, a extensão, que tipo de ajuda necessita. Obs.: atualmente existe o instituto da curatela compartilhada. Ex.: o pai muito idoso com alguma doença degenerativa poderá ser cuidado por mais de uma pessoa, através da curatela compartilhada. Obs.: a tomada de decisão apoiada (TDA) é um instituto diferente da intervenção, mas que envolve a parte de mobilidade. Assim, a pessoa tem uma deficiência, mas com plena capacidade civil e quer apoiadores para auxiliar na celebração de negócios jurídicos. Nesse sentido, deverá entrar com uma ação no Judiciário pedindo o intuito da tomada de decisão apoiada, no qual o juiz ouvirá os apoiadores que irão acompa- nhá-la nas relações negociais. Obs.: a TDA não tem nada a ver com a interdição, pois não se limita a capacidade da pes- soa (terá capacidade plena). Pontos importantes (nuances): • Tem que ter a perícia. • Pode-se conseguir uma tutela provisória, que será convertida em definitiva, se tiver elementos para convencer o julgador. • Entrevista com o interditando. • A sentença do juiz, na interdição, deve ser minuciosa, nos termos da sentença. Além disso, consta no registro civil da pessoa. Ex.: a incapacidade do sujeito é até "tal ponto" e o que o curador poderá fazer. Obs.: existe o caso do inventário, que não é considerado em Vara de Família, mas os pro- cessos de inventário não ficam em segredo de justiça, pelo fato da Vara acumular, no exemplo de Brasília (Vara de Família, Órfãos e Sucessões). 25m 9 www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br Divórcio, Separação e Dissolução de União Estável Consensual e Alteração de Regime de Bens DIREITO PROCESSUAL CIVIL A N O TA ÇÕ ES LEGITIMIDADE PARA PROMOVER A INTERDIÇÃO CPC Art. 747. A interdição pode ser promovida: I – pelo cônjuge ou companheiro; II – pelos parentes ou tutores; III – pelo representante da entidade em que se encontra abrigado o interditando; IV – pelo Ministério Público. Parágrafo único. A legitimidade deverá ser comprovada por documentação que acompanhe a petição inicial. Art. 748. O Ministério Público só promoverá interdição em caso de doença mental grave: I – se as pessoas designadas nos incisos I, II e III do art. 747 não existirem ou não promoverem a interdição; II – se, existindo, forem incapazes as pessoas mencionadas nos incisos I e II do art. 747.Ex.: o representante do local em que a pessoa está interditada, como o diretor, poderá promover a interdição, mas não quer dizer que ele será o curador. Obs.: assim, nem sempre a pessoa que pede a interdição será a pessoa que será o cura- dor. Ex.: o Ministério Público pode promover a interdição, mas será ele o curador. GABARITO 41. c ���������������������������������������������������������������������������������Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pela professora Raquel Bueno. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material.
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