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AÇÃO DE DEMARCAÇÃO DE TERRAS ARTS. 574 A 587 DO CPC LEGITIMADOS ATIVOS Demarcação é uma operação que se assinala a linha divisória entre dois prédios com a finalidade de torná-la visível. Demarcar significa fixar marcos. A ação demarcatória visa fazer cessar a confusão de limites entre imóveis confinantes, seja fixando novos limites para cada um, seja aviventando os limites existentes, mas que se encontram apagados. Tem legitimidade ativa o proprietário, de modo que a ação deverá ser instruída com a certidão de propriedade. O condômino, o enfiteuta e o nu-proprietário também são legitimados, assim como o promissário comprador, com contrato sem cláusula de arrependimento. FUNDAMENTO MATERIAL LEGAL (ARTS. 1.297 E 1.298 CC) Art. 1.297. O proprietário tem direito a cercar, murar, valar ou tapar de qualquer modo o seu prédio, urbano ou rural, e pode constranger o seu confinante a proceder com ele à demarcação entre os dois prédios, a aviventar rumos apagados e a renovar marcos destruídos ou arruinados, repartindo-se proporcionalmente entre os interessados as respectivas despesas. § 1 o Os intervalos, muros, cercas e os tapumes divisórios, tais como sebes vivas, cercas de arame ou de madeira, valas ou banquetas, presumem-se, até prova em contrário, pertencer a ambos os proprietários confinantes, sendo estes obrigados, de conformidade com os costumes da localidade, a concorrer, em partes iguais, para as despesas de sua construção e conservação. § 2 o As sebes vivas, as árvores, ou plantas quaisquer, que servem de marco divisório, só podem ser cortadas, ou arrancadas, de comum acordo entre proprietários. § 3 o A construção de tapumes especiais para impedir a passagem de animais de pequeno porte, ou para outro fim, pode ser exigida de quem provocou a necessidade deles, pelo proprietário, que não está obrigado a concorrer para as despesas. Art. 1.298. Sendo confusos, os limites, em falta de outro meio, se determinarão de conformidade com a posse justa; e, não se achando ela provada, o terreno contestado se dividirá por partes iguais entre os prédios, ou, não sendo possível a divisão cômoda, se adjudicará a um deles, mediante indenização ao outro. CONCEITO E HIPÓTESES Há casos em que o título aquisitivo não define convenientemente a linha divisória entre dois ou mais prédios. E é exatamente aí, para salvaguardar tais situações, que existe o procedimento demarcatório. A demarcação objetiva evitar esbulhos e contestações que a falta de sinais visíveis dos limites da propriedade imobiliária possam acarretar aos proprietários de imóveis limítrofes. Para que a ação demarcatória seja proposta é preciso que exista uma situação litigiosa entre os confinantes. É que ao proprietário concede-se a faculdade (constranger, no dizer do artigo 1297 do CC) de exigir de seu confinante que se submeta à operação de demarcação, cujo objetivo é, justamente, individuar e precisar o objeto da propriedade. Entretanto, quando o confrontante não se submete, voluntariamente, à pretensão de demarcar, o proprietário dispõe da ação de demarcação, a chamada“actio finium regundorum”. CASOS DE ADMISSÃO DA AÇÃO DEMARCATÓRIA 1º) nas hipóteses em que, entre os prédios confinantes, não há e nem nunca houve a fixação da linha demarcatória; 2º) nas hipóteses em que, os marcos foram destruídos em virtude da ação do tempo ou tenham desaparecido ou tenham se tornado confusos, impossibilitando-se, com isso, a sua perfeita identificação; 3º) nas hipóteses em que, quando constarem descrições divergentes a respeito da linha demarcatória, nos documentos dos prédios confinantes, de modo que surja a necessidade de estabelecer, por sentença, qual delas corresponde à verdadeira linha de limite entre os imóveis. REQUISITOS 1. Terras particulares: Para exercer o direito de demarcar é necessário a existência de um imóvel de propriedade privada, tanto urbano como rural. Posteriormente, é indispensável que os dois prédios estejam na especial situação de lindeiros, denominada contigüidade. Não é outro o entendimento jurisprudencial: DEMARCATÓRIA – Requisitos – Fixação da linha demarcatória entre os prédios confinantes e a descrição da linha divisória que pretende seja a certa – Falta – Ausência de vestígios físicos dos marcos ou mesmo que eles não tenham sido implantados no solo – Irrelevância – Interesse na obtenção da prestação jurisdicional demonstrado – Anulação do feito a partir da juntada do laudo pericial. 2. Prédios Contíguos: a contigüidade de dois ou mais prédios, porque a não ser junto ao seu vizinho imediato, não tem o proprietário interesse jurídico relevante em marcar os limites de seu terreno. REQUISITOS 3. LIMITES: Limites de um prédio correspondem à uma linha de separação (contínua, reta, curva ou quebrada) entre ele e todos os outros que lhe são lindeiros. Se, no entanto, entre dois terrenos contíguos, de proprietários diversos, inexistem sinais visíveis (naturais ou convencionais), capazes de atestar de forma sensível a linha de confinação entre eles, dá-se o que se chama de “confusão de limites”. É importante que se frise a indispensabilidade da individuação do imóvel, conforme se depreende da jurisprudência: DEMARCATÓRIA – Condição de ação – Individuação do imóvel na inicial – Falta – Inviabilidade, ademais, ante a incerteza quanto à própria localização do imóvel – Art. 295, inc. III, do CPC – Carência da ação – Sentença confirmada. DA PRODUÇÃO DE PROVAS Art. 574. Na petição inicial, instruída com os títulos da propriedade, designar-se-á o imóvel pela situação e pela denominação, descrever-se-ão os limites por constituir, aviventar ou renovar e nomear-se-ão todos os confinantes da linha demarcanda. No entanto, pode ocorrer que a discussão se transfira para o nível da posse, servindo o título dominial apenas como adminículo probatório. O STF, por sua vez, examinou amplamente a posição doutrinária e jurisprudencial a respeito do problema e concluiu pela dispensabilidade da posse do autor como requisito da ação demarcatória. JULGADO: DEMARCATÓRIA – Prova – Produção – Levantamento planimétrico do prédio confinante, segundo o que consta de seu título de propriedade – Necessidade – Julgamento baseado em levantamento incompleto e em laudo desprovido de base técnica confiável – Anulação do feito a partir da juntada do laudo pericial. IMPRESCRITIBILIDADE DA AÇÃO A imprescritibilidade decorre da circunstância de ser uma pretensão típica de domínio, o qual, por sua vez, é imprescritível. Assim, a imprescritibilidade refere-se ao direito de pedir a demarcação enquanto perdura a confusão de limites. O tempo, por si só, não exclui o estado de confusão de limites. Por vezes acontece que há cessação da confusão de limites, porque, por exemplo, um dos confrontantes assentou sua posse em porção certa do terreno e passou a agir como se aquela linha fosse realmente a que demarcara a sua terra. Contudo, não é o de prescrição da ação demarcatória. O que houve foi a consolidação nas mãos do vizinho do domínio sobre a faixa duvidosa. Assim sendo, a demarcatória não será mais possível. O usucapião, na hipótese, tornou certo os limites e extinguiu o fato básico da pretensão de demarcar. Ação demarcatória e discussão de posse pendente É inviável o ajuizamento de ação demarcatória enquanto estiver pendente de julgamento ação possessória. Isso porque, nos casos em que há disputa pela posse de terra, a pendência de julgamento do processo é condição suspensiva para a ação demarcatória. O entendimento é da 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça ao julgar recurso especial que questionou a necessidade de se extinguir o feito demarcatório em trâmite. "A proibição do ajuizamento de ação petitória enquanto pendente ação possessória, em verdade, não limita o exercício dos direitos constitucionais de propriedade e de ação, mas vem ao propósito da garantia constitucional e legal de que a propriedade deve cumprir a sua função social, representandouma mera condição suspensiva do exercício do direito de ação fundada na propriedade": Ministra Nancy Andrighi, relatora. AÇÃO DE DESPEJO POR FALTA DE PAGAMENTO LEI 8.245/91 e CC DEVERES DO LOCATÁRIO QUANTO AO PAGAMENTO: Art. 23. O locatário é obrigado a: I - pagar pontualmente o aluguel e os encargos da locação, legal ou contratualmente exigíveis, no prazo estipulado ou, em sua falta, até o sexto dia útil do mês seguinte ao vencido, no imóvel locado, quando outro local não tiver sido indicado no contrato; DEMAIS DEVERES: ARTS. 22 E 23 DA LEI 8.245/91 DO PROCEDIMENTO PELA FALTA DE PAGAMENTO Art. 62. Nas ações de despejo fundadas na falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação, de aluguel provisório, de diferenças de aluguéis, ou somente de quaisquer dos acessórios da locação, observar-se-á o seguinte: I – o pedido de rescisão da locação poderá ser cumulado com o pedido de cobrança dos aluguéis e acessórios da locação; nesta hipótese, citar-se-á o locatário para responder ao pedido de rescisão e o locatário e os fiadores para responderem ao pedido de cobrança, devendo ser apresentado, com a inicial, cálculo discriminado do valor do débito; (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) II – o locatário e o fiador poderão evitar a rescisão da locação efetuando, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da citação, o pagamento do débito atualizado, independentemente de cálculo e mediante depósito judicial, incluídos: (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) a) os aluguéis e acessórios da locação que vencerem até a sua efetivação; b) as multas ou penalidades contratuais, quando exigíveis; c) os juros de mora; http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 DO PROCEDIMENTO PELA FALTA DE PAGAMENTO d) as custas e os honorários do advogado do locador, fixados em dez por cento sobre o montante devido, se do contrato não constar disposição diversa; III – efetuada a purga da mora, se o locador alegar que a oferta não é integral, justificando a diferença, o locatário poderá complementar o depósito no prazo de 10 (dez) dias, contado da intimação, que poderá ser dirigida ao locatário ou diretamente ao patrono deste, por carta ou publicação no órgão oficial, a requerimento do locador; (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) IV – não sendo integralmente complementado o depósito, o pedido de rescisão prosseguirá pela diferença, podendo o locador levantar a quantia depositada; (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) V - os aluguéis que forem vencendo até a sentença deverão ser depositados à disposição do juízo, nos respectivos vencimentos, podendo o locador levantá - los desde que incontroversos; VI - havendo cumulação dos pedidos de rescisão da locação e cobrança dos aluguéis, a execução desta pode ter início antes da desocupação do imóvel, caso ambos tenham sido acolhidos. Parágrafo único. Não se admitirá a emenda da mora se o locatário já houver utilizado essa faculdade nos 24 (vinte e quatro) meses imediatamente anteriores à propositura da ação. (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 DO PROCEDIMENTO PELA FALTA DE PAGAMENTO Art. 63. Julgada procedente a ação de despejo, o juiz determinará a expedição de mandado de despejo, que conterá o prazo de 30 (trinta) dias para a desocupação voluntária, ressalvado o disposto nos parágrafos seguintes. (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) § 1º O prazo será de quinze dias se: a) entre a citação e a sentença de primeira instância houverem decorrido mais de quatro meses; ou b) o despejo houver sido decretado com fundamento no art. 9o ou no § 2o do art. 46. (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) § 2° Tratando-se de estabelecimento de ensino autorizado e fiscalizado pelo Poder Público, respeitado o prazo mínimo de seis meses e o máximo de um ano, o juiz disporá de modo que a desocupação coincida com o período de férias escolares. § 3º Tratando-se de hospitais, repartições públicas, unidades sanitárias oficiais, asilos, estabelecimentos de saúde e de ensino autorizados e fiscalizados pelo Poder Público, bem como por entidades religiosas devidamente registradas, e o despejo for decretado com fundamento no inciso IV do art. 9º ou no inciso II do art. 53, o prazo será de um ano, exceto no caso em que entre a citação e a sentença de primeira instância houver decorrido mais de um ano, hipótese em que o prazo será de seis meses. (Redação dada pela Lei nº 9.256, de 9.1.1996) § 4° A sentença que decretar o despejo fixará o valor da caução para o caso de ser executada provisoriamente. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9256.htm#art63%C2%A73 DO PROCEDIMENTO PELA FALTA DE PAGAMENTO Art. 64. Salvo nas hipóteses das ações fundadas no art. 9o, a execução provisória do despejo dependerá de caução não inferior a 6 (seis) meses nem superior a 12 (doze) meses do aluguel, atualizado até a data da prestação da caução. (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) § 1° A caução poderá ser real ou fidejussória e será prestada nos autos da execução provisória. § 2° Ocorrendo a reforma da sentença ou da decisão que concedeu liminarmente o despejo, o valor da caução reverterá em favor do réu, como indenização mínima das perdas e danos, podendo este reclamar, em ação própria, a diferença pelo que a exceder. Art. 65. Findo o prazo assinado para a desocupação, contado da data da notificação, será efetuado o despejo, se necessário com emprego de força, inclusive arrombamento. § 1º Os móveis e utensílios serão entregues à guarda de depositário, se não os quiser retirar o despejado. § 2º O despejo não poderá ser executado até o trigésimo dia seguinte ao do falecimento do cônjuge, ascendente, descendente ou irmão de qualquer das pessoas que habitem o imóvel. Art. 66. Quando o imóvel for abandonado após ajuizada a ação, o locador poderá imitir-se na posse do imóvel. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 POSSIBILIDADES DE CONCESSÃO DE LIMINAR Art. 59. Com as modificações constantes deste capítulo, as ações de despejo terão o rito ordinário. § 1º Conceder - se - á liminar para desocupação em quinze dias, independentemente da audiência da parte contrária e desde que prestada a caução no valor equivalente a três meses de aluguel, nas ações que tiverem por fundamento exclusivo: IX – a falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação no vencimento, estando o contrato desprovido de qualquer das garantias previstas no art. 37, por não ter sido contratada ou em caso de extinção ou pedido de exoneração dela, independentemente de motivo. “AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE DESPEJO CUMULADA COM COBRANÇA. LOCAÇÃO RESIDENCIAL. TEMPORADA. AUSÊNCIA DEGARANTIAS LOCATÍCIAS. LIMINAR. ART. 59, IX DA LEI Nº 8.245/91. CAUÇÃO DO PRÓPRIO CRÉDITO. Se a hipótese fática é de contrato de locação que não apresenta nenhuma das garantias previstas no art. 37 da Lei de Locações, cabível a concessão da liminar para desocupação do imóvel, desde que prestada caução. Caução que pode consistir no próprio crédito a receber do locatário inadimplente. Conhecimento e provimento liminar do recurso” (Agravo de Instrumento nº 0013924‐ 54.2015.8.19.0000, Rel. Des. ROGÉRIO DE OLIVEIRA SOUZA, 22ª Câmara Cível,Julgamento em 08/04/2015). “AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE DESPEJO. LIMINAR DEFERIDA COM BASE ART. 59, IX, DA LEI 8.245/91. MANUTENÇÃO DA DECISÃO. PREENCHIMENTO DOS REQUISITOS. AUSÊNCIA DE PURGA DA MORA NO PRAZO PREVISTO NO INCISO II DO ARTIGO 62 DA LEI 8.245/91. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO, NA FORMA DO ART. 557, CAPUT, DO CPC. ” - (Agravo de Instrumento nº 0002313‐41.2014.8.19.0000, Rel. Des. HELENO RIBEIRO P. NUNES, 5ª Câmara Cível, Julgamento em 10/02/2014). Nesse caso, a liminar possui natureza de tutela de evidência: voto condutor no REsp 1.207.161/AL, o ministro Luis Felipe Salomão, do STJ, inclusive utilizando citação doutrinária da obra do ministro Luiz Fux, do STF, esclareceu que: “(...) Não se vislumbra, nas hipóteses do art. 59, § 1º, da Lei do Inquilinato, antecipação de tutela fundada no risco de infrutuosidade da ação de despejo, razão pela qual, com arrimo na doutrina, entende-se que os casos a que faz alusão o mencionado dispositivo ‘são de tutela antecipada da 'evidência', porque neles se corporificam direitos líquidos e certos de o locador obter imediatamente a posse do imóvel locado’ (...)” (grifei) É possível, a decretação antecipada do despejo do locatário inadimplente, à guisa de tutela de urgência, regulamentada pelo artigo 300 do Código de Processo Civil, desde que preenchidos os requisitos legais para o deferimento dessa medida. Ou seja, deve ser deferida a tutela de urgência nas ações de despejo por falta de pagamento, sempre que haja demonstração do risco de dano à parte, quando houver perigo de demora no provimento de mérito e, ainda, quando não houver risco de irreversibilidade da medida, nos termos do que dispõe o artigo 300 do CPC. “LOCAÇÃO. DESPEJO. CONCESSÃO DE LIMINAR. POSSIBILIDADE. ART. 59, § 1º, DA LEI N.º 8.245/94. ROL NÃO-EXAURIENTE. SUPERVENIÊNCIA DE ALTERAÇÃO LEGISLATIVA. NORMA PROCESSUAL. INCIDÊNCIA IMEDIATA.DETERMINAÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CAUÇÃO. APLICAÇÃO DO DIREITO À ESPÉCIE. 1. O rol previsto no art. 59, § 1º, da Lei n.º 8.245/94, não é taxativo, podendo o magistrado acionar o disposto no art. 273 do CPC para a concessão da antecipação de tutela em ação de despejo, desde que preenchidos os requisitos para a medida. 2. Ainda que se verifique a evidência do direito do autor, para a concessão da tutela antecipada com base no inciso I do art. 273 do CPC não se dispensa a comprovação da urgência da medida, tudo devidamente fundamentado pela decisão concessiva, nos termos do § 1º do mencionado dispositivo. A ausência de fundamentação acerca de todas as exigências legais conduz à nulidade da decisão. 3. Embora o acórdão recorrido careça de fundamentação adequada para a aplicação do art. 273, inciso I, do CPC, a Lei n.º 12.112/09 acrescentou ao art. 59, § 1º, da Lei do Inquilinato, a possibilidade de concessão de liminar em despejo por de "falta de pagamento de aluguel e acessórios da locação", desde que prestada caução no valor equivalente a três meses de aluguel. Assim, cuidando-se de norma processual, sua incidência é imediata, sendo de rigor a aplicação do direito à espécie, para determinar ao autor a prestação de caução - sob pena de a liminar perder operância. 4. Recurso especial improvido” (STJ, REsp 1207161/AL, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 08/02/2011, DJe 18/02/2011). CASO PRÁTICO PROBLEMA (OAB NACIONAL. EXAME 2007.1 – ADAPTADO) Paulo contratou a locação de um apartamento de propriedade de Carlos. Intervieram como fiadores José e Márcio, todos qualificados no instrumento do respectivo pacto locatício, oportunidade em que renunciaram expressamente ao benefício de ordem na forma da lei civil. No momento, Paulo encontra-se inadimplente com suas obrigações locatícias relativas às três últimas prestações. QUESTÃO: Como advogado de Carlos, ingresse com a medida cabível, de modo a resguardar o interesse de seu cliente da forma mais ampla possível. Considere que (i) o valor da locação é de R$ 2 mil e (ii) que Carlos reside em Brasília e o imóvel, o locatário e os fiadores estão em Goiânia. CASO PRÁTICO SOLUÇÃO Tem-se uma hipótese de inadimplemento que permite o despejo por falta de pagamento, nos termos da lei de locação (Lei 8.245/1991, art. 9.º, III). Considerando o débito, cabe o pedido cumulado de pagamento dos atrasados (art. 62, I). Além disso, considerando a existência de fiadores e de renúncia ao benefício de ordem (CC, art. 828, I), cabe incluí-los no polo passivo, no tocante à cobrança dos atrasados (Lei 8.245/1991, art. 62, I – especialmente com a redação dada pela Lei 12.112/2009). A causa deve ser ajuizada em Goiânia, foro do local do imóvel, diante de ausência de foro de eleição (Lei 8.245/1991, art. 58, II). O valor da causa deve ser o de 12 (doze) vezes o valor da locação (Lei 8.245/1991, art. 58, III). AÇÃO DE USUCAPIÃO ARTS. CPC 246, §3º E 259 DO CPC MODALIDADES DE USUCAPIÃO 1. EXTRAORDINÁRI0: ART. 1.238 CC 2. ORDINÁRIO: ART. 1.242 CC 3. ESPECIAL URBANO: ART. 1.240 CC 4. ESPECIAL RURAL: ART. 1.239 CC 5. COLETIVO: ESTATUTO DA CIDADE: ARTS. 10 A 14 REGRA: quanto mais longo o prazo, menos requisitos tem a posse. Posse contínua, pacífica e animus domini são comuns a todos os tipos de usucapião. USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA Requisitos cumulativos: - PRAZO: 15 ANOS; - POSSE CONTÍNUA (SEM INTERRUPÇÃO): não é possível somar períodos intervalados e separados de posse; - SEM OPOSIÇÃO = pacífica: que oposição é essa? (feita pelo dono). A oposição feita por terceiros não quebra a pacificidade. Como ocorre a oposição? somente através de atos lícitos (ações possessórias ou petitórias com sentenças procedentes). - TER A POSSE COMO SUA= “animus domini”. O Possuidor deve possuir a coisa como sua, com soberania, sem reconhecer direito alheio sobre a coisa possuída. Estudo do art. 1.238 CC: “Aquele que, por quinze anos, sem interrupção, nem oposição, possuir como seu um imóvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de título e boa-fé; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentença, a qual servirá de título para o registro no Cartório de Registro de Imóveis.” Parágrafo único. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se-á a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imóvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou serviços de caráter produtivo. USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIO Parte final: requisitos que a lei não exige: - posse de boa-fé, ou seja, o possuidor de má-fé pode usucapir. CUIDADO! Muitos autores dizem que só a posse justa gera usucapião, mas, o invasor, após 15 anos vai usucapir o imóvel. - Razão jurídica (título) para a posse. • Art. 1.238, p.único: usucapião extraordinário com prazo reduzido a. Posse-trabalho: o possuidor usa o imóvel para habitação ou, ainda que não lá more, consegue dar função social ao imóvel. Prazo cai para 10 anos. USUCAPIÃO ORDINÁRIO - ART 1242 CC Art. 1.242. Adquire também a propriedade do imóvel aquele que, contínua e incontestadamente, com justo título e boa-fé, o possuir por dez anos.Parágrafo único. Será de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imóvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartório, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econômico. Requisitos cumulativos: - prazo: 10 anos - contínua, - pacífica, - “animus domini” USUCAPIÃO ORDINÁRIO - ART 1242 CC - 2 requisitos adicionais: 1. boa-fé na posse (ignorância dos vícios que a maculam), durante os 10 anos 2. justo título: comparação entre o justo título do art. 1.201 do CC com o do art. 1.242 CC. (art. 1.201 CC) : qualquer razão que justifique a posse da coisa alheia (ex.: contrato de comodato, locação). Art. 1.201. É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. Parágrafo único. O possuidor com justo título tem por sia presunção de boa-fé, salvo prova em contrário, ou quando a lei expressamente não admite esta presunção. (art. 1.242CC): é mais restritivo. Abrange o ato jurídico hábil, em tese, a transferir a propriedade, independentemente de registro. Ex.: aquisição de falso dono. Imóveis que em tese se é dono, mas não consigo registrar o título, pois, são imóveis irregulares. Ex.: comprador de u lote sem prévio parcelamento do solo. STJ: o compromisso de compra e venda com mpreço pago é justo título para usucapião ordinário. Art. 1.242, p. único: posse-trabalho. Prazo reduz para 5 anos, mas há requisitos adicionais: além da posse-trabalho, o justo título deve ter sido adquirido a título ONEROSO (compra, troca, dação em pagamento). O t´titulo, a princípio era verossímil, mas foi cancelada por padecer de vício. USUCAPIÃO ESPECIAL URBANO - ARTS 1.240 E 183 DA CF Requisitos: - prazo 5 anos - posse pacífica, contínua e “animus domini” - imóvel urbano apenas. Lei Municipal é que define o que é zona urbana; - área máxima de 250 m². OBS: · A área de 250 m² é de terreno, portanto, a área construída pode ser maior que 250 m²; · Este limite deve ser mantido durante todos os 5 anos; · Apartamento: pode usucapir, desde que a área total seja de 250 m² ( e não a área útil) · Usar o imóvel para fins de moradia – usucapião pró-moradia · Único imóvel durante 5 anos. (quem faz a prova de ter outro imóvel? O contestante). · Só pode ser requerido uma vez na vida: tem natureza social. USUCAPIÃO ESPECIAL URBANO FAMILIAR - ART. 1240-A CC instituído em prol das pessoas de baixa renda que não tem imóvel próprio, seja urbano ou rural. - PRAZO: 2 anos. Art. 1.240-A. Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) § 1o O direito previsto no caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. - requisitos adicionais ao especial urbano: 1. O usucapiente dever ser coproprietário do imóvel, em comunhão ou condomínio com seu ex-cônjuge ou ex-companheiro; 2. Devem ter abandonado o lar de forma voluntária e injustificada. USUCAPIÃO RURAL 1.239CC E 191 CF Art. 1.239 CC: Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra em zona rural não superior a cinqüenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. Requisitos: - prazo: 5 anos; - imóvel rural – critério de localização, não de destinação; - área máxima: 50 ha - Ocupação de toda a área, durante todo o período; - usado para moradia; - O possuidor deve tomar o imóvel produtivo com o seu trabalho: é a usucapião “pro-labore” (pode ter empregados e prepostos) - único imóvel do possuidor (se era dono antes de usucapir, vendeu e comprou outro imóvel? Pode usucapir. O impedimento legal só se limita ao período aquisitivo). - pode ser requerido mais de uma vez : interesse geral em tornar terras produtivas – função social da propriedade. USUCAPIÃO COLETIVO - ESTATUTO DA CIDADE, ARTS 10 A 14 (Lei nº10.257/01) - tem finalidade urbanística – visa recuperar imóveis degradados. Requisitos: - prazo 5 anos - posse pacífica, contínua e com “animus domini”; - Recai sobre imóvel urbano que deve ter: · Mais de 250 m²; · Usado para moradia; · Deve ser o único imóvel durante o período aquisitivo; · Só podem requerer as pessoas de baixa renda (lei 11.977/09 – Minha casa Minha vida); A Lei 11.977/09 disciplina a Usucapião administrativa ou extrajudicial, processada no Cartório de Registro de Imóveis, e não em juízo, pois, dá a possibilidade de o Poder Público legitimar a posse dos ocupantes de imóveis públicos ou particulares. AÇÃO DE USUCAPIÃO - Tem natureza declaratória, pois, a sentença apenas reconhece que o possuidor já era dono, quando consumou o período de (5, 10 ou 15 anos); - sentença tem efeito “erga omnes” - Citação: art. 246, §3º NCPC: A citação será feita: § 3o Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados pessoalmente, exceto quando tiver por objeto unidade autônoma de prédio em condomínio, caso em que tal citação é dispensada. - Deve-se dar ciência à União, ao estado e ao DF e Município; Art. 259, I do NCPC: Serão publicados editais: I - na ação de usucapião de imóvel; Diferentemente do que ocorria na vigência do CPC/1973, o NCPC não exige expressamente que as Fazendas Públicas sejam comunicadas acerca da existência da demanda (a doutrina entende que essa comunicação deve permanecer, ainda que não prevista, pois na usucapião extrajudicial as Fazendas Públicas precisam ser intimadas. Por analogia, esse requisito ainda restaria existente nas ações judiciais de usucapião de bens imóveis). A grande novidade gira em torno da possibilidade de processar o usucapião diretamente perante o cartório do registro de imóveis da circunscrição do local onde se localiza o imóvel, conforme preceitua o artigo 216-A da Lei nª 6.015/73 (Lei dos Registros Públicos) que traz um extenso rol de documentos que devem instruir o pedido na esfera administrativa. ACÓRDÃO SOBRE USUCAPIÃO Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº 1011813-37.2016.8.26.0037, da Comarca de Araraquara, em que são apelantes VALDIR RODRIGUES GARCIA, ZILDA FERNANDES LIRIA GARCIA, JAIR RODRIGUES GARCIA e EVA DE LOURDES SOUZA GARCIA, são apelados JOSÉ CASTRALLI (ESPÓLIO), MARIA DE LOURDES FENERICH CASTRALLI (ESPÓLIO), NIVEA MARIA CASTRALLI SOARES (ESP. MARIA DE LOUREDE CASTRALLI) (INVENTARIANTE), GABRIEL MORAES CARNEIRO (ESPÓLIO), MARIA CHRISTINA CAMPOS CARNEIRO (ESPÓLIO), PAULA CARNEIRO (ESP. GABRIEL MORAES) (INVENTARIANTE), CLODOALDO MEDINA (ESPÓLIO), DORA GALVÃO MEDINA e MUNICÍPIO DE ARARAQUARA. ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 1ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Negaram provimento ao recurso. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão. O julgamento teve a participação dos Desembargadores RUI CASCALDI (Presidente sem voto), CHRISTINE SANTINI E AUGUSTO REZENDE. AÇÃO DE USUCAPIÃO EXTRAORDINÁRIA Pleito fundado na alegação de posse mansa e pacífica sobre o imóvel usucapiendo por mais de 30 anos Autores proprietários de imóvel confrontante, que realizaram atos de limpeza e de conservação no imóvel usucapiendo “Animus domini” que implica plena soberania sobre a coisa, sem se curvar a direito concorrente ou superior alheio Autores reconhecem que não realizaram obras no local por não ser o lote de sua propriedade Reconhecimento da prescrição aquisitiva deve ser estreme de dúvidas, o que não ocorre no caso concreto Sentença de improcedência da ação mantida Recurso não provido. exercício HERBERT TELMO VARELA E OUTRO entrou com ação de usucapião extraordinário em face de IRMANDADE DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO PAULO. Alegaram posse própria, iniciada em 1964, fundada em promessa verbal de venda feita pela proprietária, Rosa Stella Baffa, ocasião em que, com o consentimento desta, se instalaram no imóvel. A ação foi julgada procedente. Apela a ré e alega: que "a usucapião extraordinário somente pode ser concedido a quem demonstre ter exercido a posse do imóvel pelo prazo vintenário, com ânimo de dono e que referido imóvel não esteja gravado com cláusula de inalienabilidade". A apelante tem razão? EXERCÍCIO PARA MONTAR AÇÃO Idracir e Anésio, companheiros, firmaram em 4-7-1996 um contrato particular de compra e venda de um terreno antespertencente a Pedro, localizado no bairro de Perus, na Capital Paulista, com 260 m2. Foi ajustado o pagamento em uma entrada no valor de 40% e três parcelas de 20% do valor total a vencerem no final de cada ano. Embora a última parcela não tenha sido paga, o casal não foi procurado por Pedro. Em 1997, o casal construiu sua casa no terreno e seguiu nela morando, nunca tendo sido incomodado em sua posse por Pedro. Agora, preocupada com seu estado de saúde, Idracir consulta um advogado para saber como transmitir o imóvel aos filhos do casal antes de seu falecimento. Descobre, então, que não é proprietária registral do bem, que não tem direito à adjudicação (pois não quitou o contrato) e que, ainda que tivesse quitado, o imóvel não está registrado em nome do vendedor. Promova a medida cabível para defender os interesses de Idracir e Anésio. SOLUÇÃO Deverá ser proposta ação de usucapião em nome do casal. Como o imóvel se situa na capital de SP, a Lei de Organização Judiciária do Estado prevê a competência da Vara de Registros Públicos. Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa. § 1º O réu será isento do pagamento de custas processuais se cumprir o mandado no prazo. = SANÇÃO PREMIAL § 2º Constituir-se-á de pleno direito o título executivo judicial, independentemente de qualquer formalidade, se não realizado o pagamento e não apresentados os embargos previstos no art. 702 , observando-se, no que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial . § 3º É cabível ação rescisória da decisão prevista no caput quando ocorrer a hipótese do § 2º. § 4º Sendo a ré Fazenda Pública, não apresentados os embargos previstos no art. 702 , aplicar-se-á o disposto no art. 496 , observando-se, a seguir, no que couber, o Título II do Livro I da Parte Especial. § 5º Aplica-se à ação monitória, no que couber, o art. 916 . = PARCELAMENTO OU MORATÓRIA LEGAL ESQUEMA PETIÇÃO INICIAL JUIZ ADMISSIBILIDADE ►Cognição sumária/juízo de probabilidade EXPEDIÇÃO DO MANDADO MONITÓRIO/INJUNTIVO (DECISÃO INTERLOCUTÓRIA) HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS DE 5% SOBRE O VALOR DA CAUSA 15 DIAS ☺Isenção do pagamento das custas processuais. ☺Possibilidade da moratória legal/parcelamento (916) OUTRAS CONDUTAS POSSÍVEIS DO REQUERIDO ♠Inércia do réu – constituição de título executivo judicial – CABIMENTO DE AÇÃO RESCISÓRIA ♠Oposição de EMBARGOS À MONITÓRIA – contraditório diferido e eventual. Ação incidental Art. 702. Independentemente de prévia segurança do juízo, o réu poderá opor, nos próprios autos, no prazo previsto no art. 701, embargos à ação monitória. § 1o Os embargos podem se fundar em matéria passível de alegação como defesa no procedimento comum. § 2o Quando o réu alegar que o autor pleiteia quantia superior à devida, cumprir-lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado da dívida. § 3o Não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, os embargos serão liminarmente rejeitados, se esse for o seu único fundamento, e, se houver outro fundamento, os embargos serão processados, mas o juiz deixará de examinar a alegação de excesso. § 4o A oposição dos embargos suspende a eficácia da decisão referida no caput do art. 701 até o julgamento em primeiro grau. EFEITO SUSPENSIVO OPE LEGIS Apelação sem efeito suspensivo – ratificação de uma tutela provisória de evidência. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm AÇÃO REVISIONAL E RENOVATÓRIA DE LOCAÇÃO ARTS 19, 51 E SS E 68 E SS DA LEI 8.245/91 REQUISITOS PARA INGRESSAR COM A AÇÃO RENOVATÓRIA - IMÓVEIS NÃO RESIDENCIAIS “I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; e III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. ” Além disso, a demanda deve ser proposta no máximo, com um ano, e no mínimo, com seis meses de antecedência da data prevista para o término do contrato. Por sua vez, decorrido o prazo, a renovação dependerá de acordo entre as partes. REQUISITOS PARA INGRESSAR COM A AÇÃO REVISIONAL “Art. 19. Não havendo acordo, o locador ou locatário, após três anos de vigência do contrato ou do acordo anteriormente realizado, poderão pedir revisão judicial do aluguel, a fim de ajustá-lo ao preço de mercado.” Não PODEMOS ESQUECER da importância do princípio da boa-fé contratual, no qual dispõe sobre o dever de agir com honestidade e lealdade com a outra parte da relação contratual. jurisprudência Jurisprudência•Data de publicação: 30/1/19. EMENTA. Decisão que, em processo relativo a demanda revisional de aluguel, rejeitou preliminar de impossibilidade jurídica do pedido. Agravo retido da locatária-ré, devidamente reiterado nas razões de apelação. Art. 523 , § 1º , do CPC /73. Matéria relativa aos limites de admissibilidade da revisão que é de mérito, não atinente às condições da ação. Rejeição da preliminar confirmada. Agravo retido desprovido. Locação. Revisional de aluguel e renovatória julgadas conjuntamente. Lojas em shopping center. Pacto das partes em termos de fixação do aluguel com base no faturamento da locatária, com determinação ainda de aluguel mínimo também inspirado por esse elemento. Critério de determinação livremente convencionado que deve ser preservado em função da força vinculante do contrato e do disposto no art. 54 da Lei nº 8.245 /91. Método de cálculo que não se confunde com o valor objetivo do locativo pago ao longo do tempo, não sendo suscetível de alteração em demanda revisional, nos termos do art. 19 da LI, a pretexto de adequação à realidade de mercado. Impossibilidade, outrossim, de alteração da substância da contratação em sede de demanda renovatória da locação, com desconsideração de elementos nucleares do acordo de vontades, ainda mais por iniciativa da locadora-ré. Sentença que acolheu parcialmente a demanda revisional ajuizada pela administradora do shopping, acolhendo ainda o pedido renovatório da locação e encampando para o novo período cláusula de aluguel mínimo agora baseada em valor de mercado arbitrado por perito. Descabimento. Decisão reformada para julgar improcedente a demanda revisional bem como manter a procedência da renovatória, mas nas condições oferecidas pela locatária. Apelação dessa última provida. LEI DE LOCAÇÃO Art. 19. Não havendo acordo, o locador ou locatário, após três anos de vigência do contrato ou do acordo anteriormente realizado, poderão pedir revisão judicial do aluguel, a fim de ajustá - lo ao preço de mercado. Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que, cumulativamente: I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo determinado; II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos; III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo prazo mínimo e ininterrupto de três anos. ART. 51 E §§ § 1º O direito assegurado neste artigo poderá ser exercido pelos cessionários ou sucessores da locação; no caso de sublocação total do imóvel, o direito a renovação somente poderá ser exercido pelo sublocatário. § 2º Quando o contrato autorizar que o locatário utilize o imóvel para as atividades de sociedade de que faça parte e que a esta passe a pertencer o fundo de comércio, o direito a renovação poderá ser exercido pelo locatário ou pela sociedade. § 3º Dissolvidaa sociedade comercial por morte de um dos sócios, o sócio sobrevivente fica sub - rogado no direito a renovação, desde que continue no mesmo ramo. § 4º O direito a renovação do contrato estende - se às locações celebradas por indústrias e sociedades civis com fim lucrativo, regularmente constituídas, desde que ocorrentes os pressupostos previstos neste artigo. § 5º Do direito a renovação decai aquele que não propuser a ação no interregno de um ano, no máximo, até seis meses, no mínimo, anteriores à data da finalização do prazo do contrato em vigor. ART 68 - AÇÃO REVISIONAL DE ALUGUEL - IMÓVEIS RESIDENCIAIS Art. 68. Na ação revisional de aluguel, que terá o rito sumário, observar-se-á o seguinte: (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) I - além dos requisitos exigidos pelos arts. 276 e 282 do Código de Processo Civil, a petição inicial deverá indicar o valor do aluguel cuja fixação é pretendida; II – ao designar a audiência de conciliação, o juiz, se houver pedido e com base nos elementos fornecidos tanto pelo locador como pelo locatário, ou nos que indicar, fixará aluguel provisório, que será devido desde a citação, nos seguintes moldes: (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) a) em ação proposta pelo locador, o aluguel provisório não poderá ser excedente a 80% (oitenta por cento) do pedido; (Incluída pela Lei nº 12.112, de 2009) b) em ação proposta pelo locatário, o aluguel provisório não poderá ser inferior a 80% (oitenta por cento) do aluguel vigente; (Incluída pela Lei nº 12.112, de 2009) III - sem prejuízo da contestação e até a audiência, o réu poderá pedir seja revisto o aluguel provisório, fornecendo os elementos para tanto; IV – na audiência de conciliação, apresentada a contestação, que deverá conter contraproposta se houver discordância quanto ao valor pretendido, o juiz tentará a conciliação e, não sendo esta possível, determinará a realização de perícia, se necessária, designando, desde logo, audiência de instrução e julgamento; (Redação dada pela Lei nº 12.112, de 2009) V – o pedido de revisão previsto no inciso III deste artigo interrompe o prazo para interposição de recurso contra a decisão que fixar o aluguel provisório. (Incluído pela Lei nº 12.112, de 2009) § 1º Não caberá ação revisional na pendência de prazo para desocupação do imóvel (arts. 46, parágrafo 2° e 57), ou quando tenha sido este estipulado amigável ou judicialmente. § 2º No curso da ação de revisão, o aluguel provisório será reajustado na periodicidade pactuada ou na fixada em lei. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5869.htm#art276 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5869.htm#art282 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12112.htm#art2 CASOS PRÁTICOS - EXAME 106º - PONTO 1 ADAPTADO Antônio alugou de Benedito um imóvel residencial situado na cidade de Campinas, celebrando contrato escrito de 48 meses de duração. Decorridos 36 meses, o aluguel pago por Antônio a Benedito tornou-se muito alto (R$ 5.000,00) em relação aos aluguéis de imóveis existentes na região, com as mesmas dimensões, que estão sendo oferecidos à locação entre os valores de R$ 2.000,00 e R$ 3.000,00. Benedito se recusa a reduzir o valor do aluguel. QUESTÃO:- Como advogado do locatário e sabendo-se que: a) Benedito tem domicílio em São Paulo, no bairro de Pinheiros, enquanto que Antônio reside em Limeira; b) Antônio é casado com Maria pelo regime de comunhão de bens e Benedito é viúvo; c) o contrato não tem foro de eleição; d) Benedito é usufrutuário do imóvel locado, pertencendo a nua propriedade a seu filho, menor impúbere, José; proponha a ação visando a redução do valor do aluguel a nível de mercado. caso 2 - OAB/SP. EXAME 104º, PONTO 1 ADAPTADO A empresa Sernil Paulista "A" Ltda., com sede na capital paulista No bairro do Ipiranga, na Praça Cosmopolita, 20, deu em locação imóvel de sua propriedade, localizado na Rua Tito, 317-Lapa, na Capital, a empresa de embalagens "Cia. Americana de Embalagens", com e social na Rua Direita, n. 400, sobreloja, Centro, também na capital locação iniciou-se há quatro anos, tendo o prazo de 60 meses, o v do aluguel atual mensal é de R$ 2.500,00 (dois mil e quinhentos além do condomínio que cabe à locatária, sendo certo que o justo valor locativo é de R$ 4.000,00 (quatro mil reais). O antigo fiador veio a falecer em dezembro passado. QUESTÃO: Na qualidade de advogado da sociedade dedicada à comercialização de embalagens, proponha a medida judicial pertinente visando à manutenção do contrato inquilinário. Teoria geral Dos procedimentos especiais A “teoria geral dos procedimentos especiais” refere-se à subsidiariedade das normas gerais do procedimento comum regulado pelo Livro I do Código de Processo Civil. Trata-se de um princípio aplicável a todo e qualquer procedimento especial, mesmo naqueles casos de procedimentos “muito especiais” (como o mandado de segurança ou as “ações coletivas”). Os procedimentos especiais só se justificam na medida em que houver a necessidade de adequar regras inconvenientes ou insuficientes para prestação jurisdicional eficiente em face das peculiaridades do direito material Cumulação de procedimentos e art. 327, §2º CPC Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão. § 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que: I - os pedidos sejam compatíveis entre si; II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo; III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento. § 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum. Cumulação de procedimentos e art. 327, §2º CPC O art, 327, §2º permite que se preservem “as técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum”. Ou seja, haveria a possibilidade de criar procedimentos “mistos” ou “híbridos”, em que a base seria o procedimento comum, mas preservadas algumas técnicas de procedimentos especiais fungíveis. Exemplo da ação de consignação em pagamento do saldo do preço avençado em compromisso particular de venda e compra de imóvel, cumulada com pedido de adjudicação compulsória. Apenas a primeira demanda se sujeita a procedimento especial, mas a cumulação não acarretará a adoção integral do procedimento comum, preservando-se as providências relativas ao depósito inicial da coisa devida (arts. 541 a 543), das quais decorrem importantes desdobramentos no restante do procedimento (art. 545, caput, §§ 1.º e 2.º) AÇÃO MONITÓRIA (ARTS: 700 A 702 CPC) · Art. 700 “caput” : prova escrita sem eficácia executiva (mas o autor pode renunciar à força executiva do título extra e entrar com a monitória – art. 785); · Visa ao: I: recebimento de dinheiro, II: entrega de coisa ou III: prestação de fazer ou não fazer. §§: leitura. Art. 700, §6º: é possível ação monitória contra a Fazenda Pública, com ritodeterminado no art. 701, §4º. Atr. 496: trata da remessa necessária ao duplo grau de jurisdição para confirmação da sentença pelo Tribunal. Obs.: Prazo para a defesa da FP: art. 183 CPC: 30 dias. A execução do mandado monitório contra a FP se dará conforme os arts. 534 e 535 CPC. · Recebida a inicial, o devedor, no prazo de 15 dias, poderá (Art. 701): a. Cumprir a obrigação (exime o devedor de pagamento de honorários, §1º. ) b. Permanecer inerte (parte-se para a execução do mandado monitório); c. Apresentar defesa: embargos à monitória (art. 702). Prova escrita: (doutrinário e jurisprudencial): relaciona-se a um juízo de admissibilidade, probabilidade do direito alegado. Exs: carta, email, faz, mensagem eletrônica, cheque prescrito – súmula 299 do STJ: é admissível a ação monitória fundada em cheque prescrito. EMBARGOS À MONITÓRIA (ART. 702) É a defesa do devedor e a sua oposição suspende a eficácia do mandado monitório (§4º). § 1º: Pode ser alegada qualquer matéria; §2º: devedor deve apresentar valor que entende devido, sob pena de indeferimento liminar dos embargos. §7º: são oferecidos nos próprios autos da ação monitória, podendo ser autuados em apartado. §8º: Rejeição dos embargos: constitui-se o título executivo judicial AÇÕES POSSESSÓRIAS PROFª. BEATRIZ SALLES FERREIRA LEITE A. FUNGIBILIDADE DOS INTERDITOS: Art. 554 CPC/15 (foram adicionados 3 parágrafos que regulam as regras a serem observadas na citação, caso o polo passivo seja composto de grande número de pessoas. Princípio da MIHI FACTUM DABO TIBI JUS (a parte expõe o fato e o juiz aplica o direito). A fungibilidade só se aplica nos caso das possessórias em sentido estrito (imissão, reintegração e manutenção na posse). Não se pode fungir ação de reintegração com ação de imissão na posse (ação petitória), p.ex. B. CUMULAÇÃO DE PEDIDOS: ART. 555 CPC C. CARÁTER DÚPLICE: ART. 556 CPC/15: desnecessária a reconvenção, e o réu também pode cumular pedidos; D. DISTINÇÃO ENTRE JUÍZO POSSESSÓRIO E JUÍZO PETITÓRIO. A exceção de domínio (exceptio proprietatis): Art. 557 CPC/15 + art. 1.210, §2º CC. No juízo possessório, não adianta alegar domínio (propriedade ou outro direito real sobre a coisa), pois só se discute posse. No juízo petitório: só discute sobre o domínio, sendo secundária a posse MANUTENÇÃO E REINTEGRAÇÃO DE POSSE (ARTS. 560 A 566) · Manutenção: SE HOUVE turbação; · Reintegração: se houver esbulho · Interdito proibitório (ameaça): (arts. 567 e 568) Ação de consignação em pagamento Direito Material Direito Material: prevista no art. 334 do CC: mora accipiendi (mora do credor, por não aceitar o cumprimento da obrigação); quando for impossível o pagamento por motivos não imputáveis ao devedor. Função: permitir ao devedor liberar-se da obrigação. Obs.: A aceitação pelo credor não é requisito necessário para que haja direito à consignação. Só é cabível para o inadimplemento relativo. Para o inadimplemento absoluto, resolve-se em perdas e danos (art. 395, p. único CC) Art. 304 do CC: terceiro interessado e terceiro não interessado Art. 305 CC: direito de reembolso. Art. 306 CC: pagamento contra a vontade do devedor. Art. 336 CC: requisitos para consignar. Efeitos da consignação: exclusão, para o devedor, dos efeitos da mora. Julgada procedente a consignação, seus efeitos tornam-se definitivos. Hipóteses legais para a consignação: Art. 335 do CC: I - dívida portável: o devedor deve pagar a prestação no domicílio do credor; II – dívida quesível: o credor deve buscar o pagamento; III - credor incapaz, desconhecido, ausente ou difícil acesso, IV - múltiplos credores dúvida quanto a quem deva receber, embora todos sejam conhecidos. V – litígio sobre o objeto do pagamento. Discute-se o próprio crédito. Consignação em pagamento direito processual ● ARTS 539 A 549 DO CPC · Legitimidade ativa: devedor ou terceiro interessado ou não, desde que efetue pagamento em nome do devedor (art. 304 CC). · Legitimidade passiva: credor conhecido, desconhecido ou incerto. Se houver concurso de credores, todos deverão figurar no polo passivo: litisconsórcio. · Competência: art. 540 CPC: deve ser requerida no lugar do pagamento, do cumprimento da obrigação, ou, no lugar da situação do bem, se a obrigação for entrega de bem imóvel. · Procedimento: Art. 539, §1º CPC: fase extrajudicial: facultativa e se aplica apenas Às prestações pecuniárias. Art. 539, §2º CPC: manifestação do credor; Art. 539, §3º: recusa do credor – prazo de 1 mês para propor consignação judicial: resguarda o devedor da incidência de juros de mora, mas não impede que haja proposição posterior da ação, aí sim com incidência de juros de mora. Art. 539, § 4º: perda da eficácia do depósito. Fase judicial: comporta a consignação de qualquer espécie de prestação. - requisitos da inicial: art. 542 CPC, prazo para depósito: 5 dias; - Art. 543: entrega de coisa indeterminada com escolha do credor; - Art. 541: prestações sucessivas - resposta do réu: em princípio, por ser procedimento especial, não se aplica a audiência do art. 334. - Art. 544: alegações do réu. Art. 545: complementação do depósito: é facultativa, pois, pode o devedor entender que a quantia depositada está certa. - Art. 547 CPC: dúvida sobre quem é o credor, ou, credor desconhecido ( a citação deve ser feita por edital) - Art. 548: diversos credores; - Art. 546: a sentença: predominantemente declaratória, se reconhecido o pedido do autor; Art. 545, §2º CPC: efeito declaratório e condenatório, se insuficiente o depósito. DA AÇÃO DE ALIMENTOS LEI 5478/68 O QUE SÃO ALIMENTOS E A NATUREZA DA OBRIGAÇÃO Segundo Carlos Roberto Gonçalves, alimentos são prestações pecuniárias, ou não, que visam à satisfação das necessidades vitais de quem não pode fazê-las por si. Tem como objetivo fornecer ao filhos, ascendentes, descendentes, parentes ou ex-cônjuge/companheiro o necessário à subsistência e manutenção do padrão de vida. natureza da obrigação: A ação de alimentos não decorre de um dever familiar. É uma obrigação de caráter assistencial, segundo Yusef Cahali, e que depende muito da situação financeira de quem a propõe. Como tem como base o binômio possibilidade e necessidade, pode ter caráter transitório, provisional e provisório, já que o valor da prestação pode ser alterado a qualquer momento em decorrência de alteração no padrão de vida e salário do devedor e/ou credor. https://www.saraiva.com.br/direito-civil-brasileiro-responsabilidade-civil-vol-4-14-ed-2019-10506635/p https://www.destakjornal.com.br/opiniao-destak/blogs/direito-de-familia/detalhe/alimentos-para-ex-conjuges-e-manutencao-do-padrao-social https://www.megajuridico.com/pensao-alimenticia-necessidade-x-possibilidade-x-proporcionalidade/ PROVA DE PARENTESCO Art. 2º. O credor, pessoalmente, ou por intermédio de advogado, dirigir-se-á ao juiz competente, qualificando-se, e exporá suas necessidades, provando, apenas o parentesco ou a obrigação de alimentar do devedor, indicando seu nome e sobrenome, residência ou local de trabalho, profissão e naturalidade, quanto ganha aproximadamente ou os recursos de que dispõe. § 1º Dispensar-se-á a produção inicial de documentos probatórios; I - quando existente em notas, registros, repartições ou estabelecimentos públicos e ocorrer impedimento ou demora em extrair certidões. II - quando estiverem em poder do obrigado, as prestações alimentícias ou de terceiro residente em lugar incerto ou não sabido. § 2º Os documentos públicos ficam isentos de reconhecimento de firma. § 3º Se o credor comparecer pessoalmente e não indicar profissional que haja concordado em assisti-lo, o juiz designará desde logo quem o deva fazer. LEGITIMADOS ATIVOS Conforme o disposto no art.1694 do Código Civil, podem requisitar os alimentos parentes, cônjuges ou companheiros que necessitemde ajuda financeira para viver de modo compatível com sua condição social e, até mesmo, atender as necessidades de educação. Portanto, estão habilitados a requisitar a pensão alimentícia: ● Filho ou filha de um relacionamento que chegou ao fim e em que os ex-cônjuges não habitam mais a mesma residência; ● Ex-cônjuge ou ex-companheiro(a); ● Neto ou Neta; ● Pai ou Mãe; ● Avó ou Avô; ● Irmão ou Irmã; ● Parentes com grave enfermidade ● segundo o art.1696 do Código Civil, é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação entre os pais próximos em grau de parentesco na falta do devedor da prestação. DINÂMICA DA AÇÃO DE ALIMENTOS 5. O JUIZ PROLATA SENTENÇA, PODENDO, INCLUSIVE MAJORAR O VALOR FIXADO PROVISORIAMENTE. DESSA SENTENÇA CABE APELAÇÃO SEM EFEITO SUSPENSIVO, CONFORME ART. 1.012, §1º, II DO CPC E DO ART 14 DA LEI 5478/68 2 ART 5º. BUSCA-SE, ATRAVÉS DE AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO, A SOLUÇÃO DO CASO ATRAVÉS DE AUTOCOMPOSIÇÃO DAS PARTES 1 JUIZ RECEBE INICIAL E ESTIPULA O VALOR DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS,. EM REGRA ATRAVÉS DE PEDIDO LIMINAR 3. INFRUTÍFERO O ACORDO, PREVALECE O VALOR FIXADO PELO JUIZ, PARTINDO-SE PARA A AIJ, 4. NA AIJ, NOVA CONCILIAÇÃO É TENTADA, CASO INFRUTÍFERA, PARTE-SE PARA A PRODUÇÃO DE PROVAS, APÓS ISSO, 10 MIN PARA ALEGAÇÕES FINAIS PARA CADA PARTE LEI DE ALIMENTOS Art. 12. Da sentença serão as partes intimadas, pessoalmente ou através de seus representantes, na própria audiência, ainda quando ausentes, desde que intimadas de sua realização. Art. 13 O disposto nesta lei aplica-se igualmente, no que couber, às ações ordinárias de desquite, nulidade e anulação de casamento, à revisão de sentenças proferidas em pedidos de alimentos e respectivas execuções. § 1º. Os alimentos provisórios fixados na inicial poderão ser revistos a qualquer tempo, se houver modificação na situação financeira das partes, mas o pedido será sempre processado em apartado. § 2º. Em qualquer caso, os alimentos fixados retroagem à data da citação. § 3º. Os alimentos provisórios serão devidos até a decisão final, inclusive o julgamento do recurso extraordinário. Art. 14. Da sentença caberá apelação no efeito devolutivo. (Redação dada pela Lei nº 6.014, de 27/12/73) Art. 15. A decisão judicial sobre alimentos não transita em julgado e pode a qualquer tempo ser revista, em face da modificação da situação financeira dos interessados. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6014.htm#art4art14 SOBRE OS ALIMENTOS Os alimentos são estipulados pelo juiz com base no salário líquido do devedor. Bem como, é possível pagar pensão alimentícia sem ser em dinheiro, através de pagamento de curso ou colégio ou qualquer outro tipo de obrigação. A sentença da ação de alimentos não transita em julgado e pode ser revista a qualquer momento. Lembre-se também que mesmo que o devedor da ação esteja desempregado e não tenha renda fixa, ele ainda continua obrigado a pagar a prestação, porém é reduzida em relação ao salário mínimo vigente. A única hipótese em que a ação pode ser finalizada é se o autor não comparecer em audiência, conforme as disposições do art.7º da Lei nº5.478/68. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5478.htm CASO DE NÃO PAGAMENTO DOS ALIMENTOS Atualmente, há 4 formas de se cobrar parcelas de alimentos vencidas: ● execução de título extrajudicial sob pena de penhora; ● execução de título extrajudicial sob pena de prisão; ● cumprimento de sentença sob pena de prisão; ● cumprimento de sentença sob pena de penhora Art. 19. O juiz, para instrução da causa ou na execução da sentença ou do acordo, poderá tomar todas as providências necessárias para seu esclarecimento ou para o cumprimento do julgado ou do acordo, inclusive a decretação de prisão do devedor até 60 (sessenta) dias. § 1º O cumprimento integral da pena de prisão não eximirá o devedor do pagamento das prestações alimentícias, vincendas ou vencidas e não pagas. (Redação dada pela Lei nº 6.014, de 27/12/73) § 2º Da decisão que decretar a prisão do devedor, caberá agravo de instrumento. (Redação dada pela Lei nº 6.014, de 27/12/73) § 3º A interposição do agravo não suspende a execução da ordem de prisão. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6014.htm#art4art19%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L6014.htm#art4art19%C2%A72 ART. 528 DO CPC Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. § 1º Caso o executado, no prazo referido no caput , não efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517 . § 2º Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o inadimplemento. § 3º Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1º, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses. § 4º A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos comuns. § 5º O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art517 § 6º Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão. § 7º O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. § 8º O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação. § 9º Além das opções previstas no art. 516 , parágrafo único, o exequente pode promover o cumprimento da sentença ou decisão que condena ao pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art516 DA AÇÃO DE EXIGIR CONTAS ARTS 550 A 553 CPC DUAS FASES A fase de conhecimento desta ação de procedimento especial é dividida em duas etapas, cada uma com objeto cognitivo específico e com multiplicidade de decisões judiciais que podem ser proferidas. ➔ Primeira etapa: tem como objetivo a apreciação dos requisitos formais da ação de exigir contas sem, contudo, adentrar no mérito e valorar os documentos apresentados, bem como se há ou não a necessidade de apurar algum saldo em favor de um dos litigantes: ➔ §1º, do artigo 550, do CPC exige requisitos obrigatórios para o autor: indicação das “razões pelas quais exige as contas, instruindo-a com documentos comprobatórios dessa necessidade, se existirem”. ART 550, §1º CPC Art. 550. Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir contas requererá a citação do réu para que as preste ou ofereça contestação no prazo de 15 (quinze) dias. § 1º Na petição inicial, o autor especificará, detalhadamente, as razões pelas quais exige as contas, instruindo-a com documentos comprobatórios dessa necessidade, se existirem. A 1ª etapa tem cognição restrita e se encerra com a decisão que acolhe o pedido do autor e condena o réu (obrigação de prestar contas ou não impugnar as que o autor apresentar) ou extingue o processo, com ou sem resolução de mérito (artigos 485 ou 487, do CPC), por não reconhecer apresença dos requisitos previstos no art. 550, do CPC. DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS ➔ Segunda etapa: na decisão final desta etapa há um juízo de valor positivo ou negativo em relação à continuidade do procedimento. ➔ será da decisão que rejeita a necessidade de se exigir contas recorrível? ➔ Primeiro devemos considerar que a decisão acima mencionada é interlocutória, assim, sendo, pela taxatividade mitigada do agravo de instrumento, entende-se possível tanto na 1ª quanto na 2ª etapas da ação de exigir contas, se houver decisão interlocutória que comporte recorribilidade imediata, o agravo de instrumento poderá/ deverá ser utilizado pelo prejudicado. DECISÃO QUE RECONHECE O DIREITO AO PROSSEGUIMENTO DO FEITO A natureza da decisão dependerá do prosseguimento ou não do procedimento: artigo 550, §5º, do CPC : “§ 5º A decisão que julgar procedente o pedido condenará o réu a prestar as contas no prazo de 15 (quinze) dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresentar.” ➔ será interlocutória de mérito sujeita ao agravo de instrumento, caso o procedimento adentre na 2ª etapa, resolvendo, em caráter definitivo, todos os aspectos ligados à 1ª e passando, apenas e tão-somente, para a discussão ligada ao aspecto valorativo das contas. ➔ será sentença, sujeita à apelação, caso seja extinto o processo nesta 1ª etapa, em razão de algum obstáculo intransponível ligado à pretensão deduzida pelo autor. ART 550 CPC Art. 550. Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir contas requererá a citação do réu para que as preste ou ofereça contestação no prazo de 15 (quinze) dias. (...) § 2º Prestadas as contas, o autor terá 15 (quinze) dias para se manifestar, prosseguindo-se o processo na forma do Capítulo X do Título I deste Livro. § 3º A impugnação das contas apresentadas pelo réu deverá ser fundamentada e específica, com referência expressa ao lançamento questionado. § 4º Se o réu não contestar o pedido, observar-se-á o disposto no art. 355 . (...) § 6º Se o réu apresentar as contas no prazo previsto no § 5º, seguir-se-á o procedimento do § 2º, caso contrário, o autor apresentá-las-á no prazo de 15 (quinze) dias, podendo o juiz determinar a realização de exame pericial, se necessário. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art355 ART 551 CPC Art. 551. As contas do réu serão apresentadas na forma adequada, especificando-se as receitas, a aplicação das despesas e os investimentos, se houver. § 1º Havendo impugnação específica e fundamentada pelo autor, o juiz estabelecerá prazo razoável para que o réu apresente os documentos justificativos dos lançamentos individualmente impugnados. § 2º As contas do autor, para os fins do art. 550, § 5º , serão apresentadas na forma adequada, já instruídas com os documentos justificativos, especificando-se as receitas, a aplicação das despesas e os investimentos, se houver, bem como o respectivo saldo. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art550%C2%A75 ARTS 552 E 553 CPC Art. 552. A sentença apurará o saldo e constituirá título executivo judicial. Art. 553. As contas do inventariante, do tutor, do curador, do depositário e de qualquer outro administrador serão prestadas em apenso aos autos do processo em que tiver sido nomeado. Parágrafo único. Se qualquer dos referidos no caput for condenado a pagar o saldo e não o fizer no prazo legal, o juiz poderá destituí-lo, sequestrar os bens sob sua guarda, glosar o prêmio ou a gratificação a que teria direito e determinar as medidas executivas necessárias à recomposição do prejuízo. DIVÓRCIO CONSENSUAL ARTS.731 A 733 DO CPC O divórcio pode ser realizado pela simples vontade de qualquer uma das partes, ou de ambas, a qualquer momento, bastando que um dos cônjuges manifeste sua vontade sobre o desejo de colocar fim à relação conjugal. ❖ Não há a necessidade de comprovação de um motivo específico, nem de culpa pelo término do relacionamento, para realização desse procedimento. Após sua realização os ex-cônjuges estarão livres para constituir novo vínculo matrimonial . ❖ pode ser realizado de duas formas ● Extrajudicial: se for consensual e preencher certos requisitos. ● Judicial: se o divórcio for consensual (mútuo consentimento) ou litigioso (quando não há acordo entre as partes sobre os termos do divórcio). Na modalidade judicial, consensual ou litigioso, o divórcio deverá ser realizado mediante a propositura de uma ação junto a uma Vara de Família ou, no caso de ausência desta na cidade, por outra competente para julgar causas de Direito de Família. Na ação judicial de divórcio os cônjuges poderão discutir sobre a extinção do vínculo conjugal, sobre a modalidade de guarda dos filhos e de convivência, sobre eventual pagamento de pensão alimentícia, partilha de bens, manutenção ou não do sobrenome do cônjuge (quando adotado), dentre outros assuntos pertinentes. ART 731 Art. 731. A homologação do divórcio ou da separação consensuais, observados os requisitos legais, poderá ser requerida em petição assinada por ambos os cônjuges, da qual constarão: I - as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns; II - as disposições relativas à pensão alimentícia entre os cônjuges; III - o acordo relativo à guarda dos filhos incapazes e ao regime de visitas; e IV - o valor da contribuição para criar e educar os filhos. Parágrafo único. Se os cônjuges não acordarem sobre a partilha dos bens, far-se-á esta depois de homologado o divórcio, na forma estabelecida nos arts. 647 a 658 . http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art647 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art658 ARTS. 732 E 733 Art. 732. As disposições relativas ao processo de homologação judicial de divórcio ou de separação consensuais aplicam-se, no que couber, ao processo de homologação da extinção consensual de união estável. Art. 733. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata o art. 731 . § 1º A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras. § 2º O tabelião somente lavrará a escritura se os interessados estiverem assistidos por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art731 DO INVENTÁRIO E DA PARTILHA ARTS 610 A 673 DO CPC CONSIDERAÇÕES INICIAIS O fato jurídico que motiva a sucessão e consequentemente a necessidade de abertura de inventário é a morte, real ou presumida, no caso do ausente, nas situações em que a Lei permite a abertura da sucessão definitiva (art. 745, § 3º, do CPC e arts. 38 e 39, do CC). O inventário e partilha é um procedimento especial de jurisdição contenciosa obrigatório para a regularização da sucessão, salvo na hipótese em que todas as partes forem maiores, capazes, estiverem de acordo com a partilha dos bens e não houver testamento (art. 610, § 1º, do NCPC), pois neste caso poderá fazer-se o inventário e a partilha em cartório, por escritura pública, com as mesmas consequências jurídicas do inventário judicial, ou seja, constitui documento hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras. O procedimento de inventário divide-se em três modalidades: 1. O tradicional (arts. 610 a 658 do CPC), 2. O arrolamento comum (arts. 659 a 663 do CPC); 3. O arrolamento sumário (arts. 664 a 666 do CPC), 4. Além do inventário extrajudicial, previsto nos §§ 1º e 2º, do artigo 610, do CPC.: § 1º Se todos forem capazes e concordes, o inventário e a partilhapoderão ser feitos por escritura pública, a qual constituirá documento hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras. § 2 o O tabelião somente lavrará a escritura pública se todas as partes interessadas estiverem assistidas por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. LEGITIMIDADE PARA REQUERER O INVENTÁRIO Art. 615. O requerimento de inventário e de partilha incumbe a quem estiver na posse e na administração do espólio, no prazo estabelecido no art. 611 . Parágrafo único. O requerimento será instruído com a certidão de óbito do autor da herança. Art. 616. Têm, contudo, legitimidade concorrente: I - o cônjuge ou companheiro supérstite; II - o herdeiro; III - o legatário; IV - o testamenteiro; V - o cessionário do herdeiro ou do legatário; VI - o credor do herdeiro, do legatário ou do autor da herança; VII - o Ministério Público, havendo herdeiros incapazes; VIII - a Fazenda Pública, quando tiver interesse; IX - o administrador judicial da falência do herdeiro, do legatário, do autor da herança ou do cônjuge ou companheiro supérstite. ART. 615 CPC http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art611 A petição inicial que requer a abertura do inventário deve ser instruída com a certidão de óbito do autor da herança (art. 615, parágrafo único, do CPC), devendo também ser requerida a nomeação do inventariante entre as pessoas legitimadas, previstas no artigo 617, do CPC. Observação para os seguintes legitimados: ❖ o herdeiro menor, devidamente representado ou assistido por seu representante legal (inciso IV, do art. 617, NCPC) ❖ o cessionário do herdeiro ou legatário (inciso VI, do art. 617, NCPC): INVENTÁRIO TRADICIONAL - PONTOS PRINCIPAIS ARTS 610 A 658 CPC O foro competente para a abertura e processamento do inventário é do último domicílio do autor da herança (CPC, art. 48), porém, se o autor da herança não possuía domicílio certo, o foro competente será o da situação dos bens imóveis (o que é inovação do NCPC, pois o CPC/73 previa apenas o foro da situação dos bens), e havendo bens imóveis em mais de um lugar, quaisquer destes será competente, e por fim, se o espólio não possuir bens imóveis, será competente para o processamento do inventário e da partilha, o foro de qualquer dos bens do espólio. A regra de competência para o juízo do inventário é relativa, devendo ser arguida por exceção e admitindo prorrogação. O juízo do inventário atrai todas as demandas propostas contra o espólio, só não atraindo aquelas que se submetam a regra de competência absoluta (competência funcional e em razão da matéria), pois estas são improrrogáveis. consideraçCON ● Lorem ipsum dolor sit ● amet nec at adipiscing ● risus at dolor porta 1 ● Lorem ipsum dolor sit ● amet nec at adipiscing ● risus at dolor porta 2 Lorem ipsum dolor sit amet nec at adipiscing ● Lorem ipsum dolor sit ● amet nec at adipiscing ● risus at dolor porta 3 Lorem ipsum dolor sit amet nec at adipiscing ● Lorem ipsum dolor sit ● amet nec at adipiscing ● risus at dolor porta 4 Lorem ipsum dolor sit amet nec at adipiscing ❖ ❖ O rol do artigo 616 do CPC, não é taxativo, pois qualquer interessado patrimonial no processamento do inventário e da partilha está legitimado a requerer a abertura do inventário ❖ A pessoa jurídica não pode ser inventariante. Diante das recentes decisões sobre a união homoafetiva, admite-se o(a) parceiro(a) da união homoafetiva como inventariante. ANÁLISE DO ART. 623, caput e parágrafo único do CPC, e em qualquer hipótese, será assegurado ao inventariate o contraditório e a ampla defesa, Da decisão proferida na remoção caberá agravo de instrumento. A decisão que remove, necessariamente nomeia um novo inventariante (art. 624, parágrafo único). ❖ O inventariante deve restituir a posse de todos os bens no caso de remoção ou destituição, sob pena de busca e apreensão ou imissão na posse, com fixação de multa como forma de execução indireta para pressionar o inventariante removido a efetivar a entrega dos bens. QUESTÕES IMPORTANTES ART 625 CPC - MULTA PARA O INVENTARIANTE REMOVIDO Art. 625. O inventariante removido entregará imediatamente ao substituto os bens do espólio e, caso deixe de fazê-lo, será compelido mediante mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse, conforme se tratar de bem móvel ou imóvel, sem prejuízo da multa a ser fixada pelo juiz em montante não superior a três por cento do valor dos bens inventariados. citação do cônjuge, o companheiro, os herdeiros, os legatários, Conforme a previsão do § 1º, do art. 626, do CPC, do cônjuge, o companheiro, os herdeiros, os legatários serão citados pelo correio, independentemente de seu domicílio, conforme o art. 247, do CPC, utilizando-se a citação por edital, de forma genérica, apenas para se dar conhecimento do inventário aos potenciais interessados, e aqueles cujo o endereço seja desconhecido, na forma do inciso III, do art. 259, do CPC. Concluídas as citações, abre-se prazo, comum e em cartório, de 15 dias contados da última citação para se manifestarem sobre as primeiras declarações (art. 627 do CPC), apresentando suas impugnações. DA PARTILHA - ARTS 647 A 658 CPC Após a avaliação dos bens do espólio, se necessário for, haverá o cálculo do imposto devido, passar-se á à colação, onde: Art.: Art. 639. No prazo estabelecido no art. 627 , o herdeiro obrigado à colação conferirá por termo nos autos ou por petição à qual o termo se reportará os bens que recebeu ou, se já não os possuir, trar-lhes-á o valor. Parágrafo único. Os bens a serem conferidos na partilha, assim como as acessões e as benfeitorias que o donatário fez, calcular-se-ão pelo valor que tiverem ao tempo da abertura da sucessão. Colação: antecipação daquilo que seria legítimo ao descendente quando da morte do doador - o que deve ser informado no Inventário, com a finalidade de igualar a legítima, sob pena de sonegação. Esse procedimento de relacionar os bens recebidos a título de doação no Inventário é denominado colação http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm#art627 PARTILHA A Partilha é o procedimento que se segue ao inventário e consiste em repartir entre os sucessores, o acervo hereditário. Havendo apenas um herdeiro não se terá partilha, devendo ser adjudicado ao herdeiro único todos os bens. Será feira após o pagamento das dívidas do espólio, e recairá sobre os bens que remanescerem ao acervo, excluída a meação o cônjuge sobrevivente. Pagos os credores, ou reservadas as quantias necessárias para o seu pagamento, o juiz facultará às partes que, no prazo comum de 15 (quinze) dias, formulem o pedido de quinhão; em seguida proferirá decisão de deliberação da partilha, resolvendo os pedidos das partes e designando os bens que devam constituir quinhão de cada herdeiro e legatário. ★ PREVISÃO do parágrafo único, do art. 647: o juiz poderá, em decisão fundamentada, deferir antecipadamente a qualquer dos herdeiros o exercício dos direitos de usar e de fruir de determinado bem, com a condição de que, ao término do inventário, tal bem integre a cota desse herdeiro, cabendo a este, desde o deferimento, todos os ônus e bônus decorrentes do exercício daqueles direitos. Neste caso, poderá o futuro destinatário do bem usufruí-lo de imediato, ou seja, antes de julgada ou homologada a partilha. Como condição para o deferimento do uso ou fruição antecipada de bem, o legislador fez duas exigências: o bem deve integrar o quinhão do herdeiro ao final da partilha e o herdeiro deverá responsabilizar-se integralmente pelos ônus inerentes à sua conservação. regras da partilha - art 648 CPC art. 648 Na partilha, serão observadas as seguintes regras: I - a máxima igualdade possível quanto ao valor, à natureza e à qualidade dos bens; II - a prevenção de litígios futuros; III - a máxima comodidade dos
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