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TEORIA GERAL DOS CONTRATOS - CIVIL - RESUMO

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TEORIA GERAL DOS CONTRATOS
Contexto social 
Vontade humana de realizar negócio jurídico – regulada pelo direito;
Acordo de vontades das relações patrimoniais;
Principal fonte de relação obrigacional;
Principal mecanismo de circulação de riqueza importância econômica, social e jurídica;
Evolução: Antes total liberdade e visão privatista (preservar propriedade privada); Atualmente visão coletivista (função social – norma de ordem pública).
Requisitos: 
Capacidade:
Genérica: Quando o agente contratante não pode ser relativamente ou completamente incapazes.
Específica: é aquela que importa para aquela modalidade de negócio e além das capacidades genéricas precisam de algo a mais que torne aquele contrato apto.
Licitude e possibilidade do objeto:
 O objeto precisa ser lícito, possível, determinável ou determinado.
2.3 Celebração na forma da lei:
Formalizo: Quando a lei impõe determinada forma;
Consensualismo: Quando não há determinação legal e prevalece o consentimento das partes.
2.3 Manifestação livre da vontade: No momento da realização do contrato as partes precisam estar livres de qualquer vicio em relação a sua vontade. 
Princípios:
Autonomia da vontade: (Em regra, as partes são livres para contratar)
Sobre contratar ou não: Plano sobre manifestação livre da vontade;
Sobre quem contratar;
O que contratar;
Exceções (liberdade não-absoluta).
Supremacia da ordem pública:
Liberdade de contratar: Essencialmente política, mas não econômica: Necessidade de equilíbrio entre as partes. Havendo conflito entre os interesses públicos e privados, vai prevalecer o interesse público.
o interesse coletivo é que haja equilíbrio entre as partes e ele prevalece sempre que houver conflitos.
Art. 421 A liberdade de contrata será exercida em razão e nos limites da função social do contrato. 
Consensualismo: Consenso da vontade entre os contratantes.
Relatividade dos efeitos contratuais: Em regra, contrato só faz efeito entre quem contrata, somente com quem celebrou os contratos. (Cabe exceção)
Obrigatoriedade (Pacta Sunt Servanda): Uma vez celebrado o contrato, este faz lei entre as partes. 
Boa fé e da Probidade:
Art. 422. Os contratantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé.;
Boa fé objetiva: Aquela que o legislador espera que os contratantes tenham; Aquela que é referencia independente da intenção do agente;
Padrão do homem médio: O que se espera no momento da realização do negócio jurídico, padrão de referência. 
Boa fé subjetiva: Versa sobre as intenções do agente contratante;
Independente da intenção do agente em lesionar ou não a outra parte, há a previsão da observância do Principio da Boa Fé, caso este não seja observado, cabe a nulidade das causas. 
Contratos atípicos. Art. 425 - É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.
Contrato que não foram estipulados expressamente no Código Civil mas tendo observado as normas gerais previstas no código.
Herança de pessoa viva. Art. 426 - Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
Expectativa de morte sobre alguém.
Formação de contrato jurídico
1ª Etapa – Formação da vontade interna do agente e posterior exteriorização (é o que importa);
2ª Etapa – Convergência de vontades (alguém propõe e o outro aceita ou não);
3ª Etapa – Aperfeiçoamento do negócio jurídico – Há possibilidade de vincular as partes através de um contrato.
Negociações preliminares:
Antes da proposta em si;
Momento de negociar, explorar, trocar ideias acerca do negócio a ser firmado;
Não possui os requisitos essências para a celebração de contrato.
Proposta:
Contém elementos essenciais (preço, forma etc.);
Vincula as partes ao cumprimento daquilo que foi proposto; Obriga as partes;
Proponente (policitante): Quem faz a proposta;
Oblato: Quem recebe a proposta e escolhe se aceita ou não a proposta; 
Oferta pública: Também vincula as partes;
Art. 429 - A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada.
Art. 427. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. Ou seja, há vinculação obrigatória a não ser que seja um caso de exceção.
“se o contrário não resultar dos termos dela” – ou seja, se constar EXPRESSAMENTE na proposta que esta não será vinculante.
“da natureza do negócio” – ou seja, se não há estoque de um produto não se tem a possibilidade de obrigatoriedade;
“ou das circunstâncias do caso” – possibilidade que o ordenamento trouxe para tornar mais flexível a análise de caso concreto pelo juiz quanto há conflito.
Formulação da proposta: mormente que se exterioriza uma vontade por meio de um instrumento que se tenha os requisitos essências para realização daquele negócio jurídico.
Relevância: Torna vinculante em relação do proponente em relação ao proposto ao oblato (regula a forma como isso ocorre);
Herdeiros também ficam vinculados aquilo que o decujo enquanto vivo porpós;
Hipóteses em que ela perde a força vinculante: Art. 428 - Deixa de ser obrigatória a proposta:
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente.
Sem prazo: 
Entre presentes (também telefone e afins): IMEDIATO; A proposta deixa de vincula o proponente
Entre ausentes: Tempo suficiente para a chegada da resposta ao conhecimento do proponente (situação concreta).
Com prazo:
Deve-se respeitar o prazo dado.
Retratação: 
Se antes da proposta ( ou junto a ela) houve retratação: Não gera vinculação, não gera expectativas no oblato.
Aceitação: 
Momento em que a outra parte está de acordo com os exatos termos da proposta;
Integral (senão é contraproposta – deixa de vincular o proponente inicial e há inversão de papeis);
Art. 431 - A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.
Lugar: Art. 435 - Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que ele foi proposto.
Momento – O aceite terá o condão de aperfeiçoar contrato, vinculando também o oblato.
Momento – Vincula
Exceção: Se antes ou conjuntamente com aceitação chegar para o proponente do aceito.
Com prazo: Deve-se respeitar o prazo (até que aceite)
Sem prazo: 
Entre presentes: No mesmo momento; IMEDIATO;
Entre ausentes (momento em que tem que ser dada a resposta para vincular o OBLATO)
Teoria da Cognição: Momento em que ouve o conhecimento do oblato.
Teoria da Declaração: Momento da declaração do aceite.
Teoria da Expedição: Momento em que foi expedido o seu aceite.
Teoria da Recepção: Momento em que proponente recebe a resposta do oblato. 
Nosso ordenamento jurídico leva em consideração essas duas ultimas.
Classificação dos contratos
Quanto à obrigação: 
Bilateral – Gera obrigação para ambas as partes; (reciprocidade de obrigações); Também chamado de sinalagmáticos; Somente quando um cumpre a sua parte que poderá cobrar o cumprimento da patê do outro.
Ex.: Contrato de compra e venda.
Unilateral – Gera obrigação somente para uma das partes.
Ex.: Doação pura.
Plurilaterais – Varias partes, com interesses distintos realizam contratos; Não versa numero de pessoas necessariamente, mas sobre partes no contrato.
Ex.: Formação de sociedade.
Quanto a vantagem: 
Oneroso – Ambas as partes percebem vantagens.
Ex.: Compra e venda.
Gratuito– Geram vantagens para apenas uma das partes.
Ex.: Doação pura.
Quanto ao equilíbrio nas prestações – Versa sobre as PRESTAÇÕES em si (o que cada parte vai receber): 
Comutativo – Há um equilíbrio entre as prestações e há uma certeza que serão feitas.
Ex.: Compra e venda.
Aleatório – Existe uma incerteza das partes a respeito do adimplemento das prestações.
Ex.: Seguro.
Quanto a forma: 
Solene – Precisa observar uma determinada forma legal.
Não-solene – Não precisa observar uma determinada forma legal.
Quanto ao aperfeiçoamento – Momento em que o instrumento jurídico passou a ter validade no mundo jurídico.
Consensuais – Dependem só da vontade.
Ex.: Vende um celular.
Reais – Na entrega do objeto contratado.
Ex.: Empréstimo, no momento da entrega do dinheiro.
Quanto a sua execução – Cumprimento daquilo que se obrigou:
Instantânea – As obrigações se resolvem em único ato. 
Ex.: Venda de um celular, no momento da entrega do aparelho e recebimento do dinheiro a vista.
Diferida – Obrigações não se esgotam em único ato.
Ex.: Venda de um celular, entrega do objeto, mas com várias prestações.
Trato sucessivo – Pela natureza do negócio jurídico, essas obrigações se arrastão pelo tempo.
Ex.: Mensalidade paga para uma universidade.
Quanto à liberdade negocial entre as partes:
Paritária – Presunção que as partes estão em equilíbrio; As partes podem discutir e alterar cláusulas e termos contratuais;
Adesão – Uma das partes vai aderir a um contrato que já está formulado; Maior proteção a parte que aderiu o contrato;
Ex.: Plano para celular. 
Quanto as características dos contratantes: 
personalíssimo – Em função das características das pessoas; 
impessoal – A qualidade das pessoas não importa;
Ex.: Compra de um apartamento.
Quanto à existência per si (Quanto a existência do contrato):
Principal – Resolvem em si mesmo; Não dependem de outro.
Acessório – Dependem do principal, depende da existência de um outro contrato para existir.
Ex.: Fiança
Estipulação em favor de terceiros: 
Efeitos contratuais – Em regra, só põem produzir efeitos sobre as partes, porque o terceiro não manifestou sua vontade.
Exceção – Estipulação em favor de terceiro; Efeitos são sentidos por quem não é parte; Efeito sempre BENEFICO; Não pode haver ONUS ao terceiro 
Estipulante – Quer beneficiar um terceiro.
Promitente – Se obriga a beneficiar um terceiro.
Formas do promitente para se livrar da obrigação para com o terceiro – Com a recusa do terceiro; Recusa no plano da execução do contrato, sem o condão de invalidar o contrato pois não acontece no momento do aperfeiçoamento, mas sim da execução do contrato.
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe a execução, não poderá o estipulante exonerar o devedor.
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.
Parágrafo único. A substituição pode ser feita por ato entre vivos ou por disposição de última vontade. 
Não pode substituir se o contrato foi firmado em razão de algum ônus do qual o estipulante se beneficiou. 
Natureza jurídica – Contratual, disposta no CC.
Exigibilidade: 
Terceiro e estipulante podem exigir do promitente:
O terceiro tem que concordar com o contrato;
O estipulante não pode “inova-lo” (substituir).
Promessa por fato de terceiro – Promessa de um fato que um terceiro vai cumprir.
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Ser cônjuge;
Depender de sua anuência o ato ser praticado;
Houver confusão patrimonial
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.

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