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Sumário LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL .................................................................... 1 PARTICULARIDADES DA LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA ................................................... 6 2.0 COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS .......................................................................... 7 3.0 AS CLASSES DE PALAVRAS ..................................................................................................... 12 4.0 OS DIVERSOS TEXTOS ............................................................................................................ 26 5.0 CORRESPONDÊNCIA COMERCIAL E OFICIAL .......................................................................... 32 6.0 ELABORAÇÃO DE TRABALHO ACADÊMICO ........................................................................... 50 1 LÍNGUA PORTUGESA E COMUNICAÇÃO PARA O TRBALHO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de: • identificar as particularidades e a importância da língua escrita e falada; • entender os processos e elementos da comunicação; • refletir e adequar o uso da linguagem em diferentes situações; • conhecer e diferenciar as funções da linguagem, bem como compreender a importância de cada uma no processo comunicativo; • refletir sobre os tipos de comunicação e verificar sua real e eficaz utilização no contexto comunicativo; • identificar e apresentar soluções para os problemas relacionados às falhas comunicativas no cotidiano profissional. LINGUAGEM: UM MEIO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL 1.1 INTRODUÇÃO Expressar-se de maneira competente na língua materna é uma necessidade inegável para o bom desempenho de atividades que envolvam a palavra. Portanto, uma primeira reflexão merece atenção: qual é a distinção de linguagem e língua? De maneira geral, a linguagem está atrelada ao ato de comunicar-se com as pessoas. De acordo com Terra (1997), damos o nome de linguagem a todo sistema de sinais convencionais que nos permite realizar atos de comunicação. Existem várias linguagens: a dos surdos, a que você fala, a dos sinais de trânsito, a das bandeiras em corridas de automóveis, entre outras. Língua, por sua vez, refere-se ao conjunto de expressões e palavras que são usadas por um determinado povo, sendo esta munida de regras para o uso adequado. 2 A língua é um dos atributos da linguagem. Para interagir, articular a linguagem, o ser humano faz uso de uma língua, constituída de uma gramática própria. É importante ressaltar que a língua é um organismo vivo e, por esse motivo, é natural que exista um distanciamento, por vezes, entre o que é prescrito pelas normas de uma gramática tradicional e o que é efetivamente utilizado por seus falantes. Temos, como exemplo de gestos e sinais, o alfabeto de libras. A seguir, você pode visualizar a importância das cores na comunicação. 3 1.2 PARTICULARIDADES DA LINGUAGEM: LINGUAGEM VERBAL E NÃO VERBAL Como vimos, a linguagem não é somente um conjunto de palavras – faladas ou escritas –, mas de gestos e imagens. Assim, não nos comunicamos apenas pela fala ou escrita, não é verdade? A linguagem pode ser verbalizada, daí é que vem a analogia com o verbo. Alguma vez você já tentou comunicar-se sem utilizar um verbo? Faça o teste e você vai perceber o quão difícil é obter algo coerente. As pessoas podem comunicar-se pelo Código Morse, pela escrita, por gestos, pelo telefone, e-mail, internet etc. A comunicação é essencial nas relações, sejam elas pessoais, empresariais e/ou educacionais. Apesar de poder ser realizada de várias maneiras, só existe comunicação quando a mensagem é recebida com o mesmo valor com que ela foi transmitida. A linguagem possui, então, particularidades que vão além de somente substantivo, adjetivo, verbo, pronomes e/ou preposições. Por isso, veremos a distinção entre linguagem verbal e linguagem não verbal. Tanto a linguagem verbal quanto a não verbal têm um papel muito importante na comunicação. Para tanto, torna-se imprescindível que as duas estejam em concordância, para que a comunicação seja coerente. 4 1.3 A LINGUAGEM NÃO VERBAL A linguagem não verbal é aquela que não utiliza palavras para comunicar. Como ela ocorre? Ela é estabelecida por meio de gestos, sons, cores, imagens, entre outras. Os sinais de trânsito, por exemplo, demonstram que a mensagem é repassada através das cores. A Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) efetiva-se através dos gestos. Muitas vezes a linguagem não verbal serve como reforço para aquilo que dizemos: em determinados momentos, junto com a fala, utilizamos outros recursos para reforçar nossa mensagem. Podemos citar como exemplo as histórias em quadrinhos, pois o conteúdo da fala da personagem é reafirmado através da imagem. Nas propagandas publicitárias também fica evidente a importância e função da linguagem não verbal. Segundo Terra (1997, p. 12), “[...] a linguagem não verbal é aquela que utiliza para atos de comunicação outros sinais que não as palavras”. Vamos conhecer mais sobre a linguagem não verbal através das figuras que seguem: 5 Entendemos facilmente a mensagem que cada figura quer transmitir, não é mesmo? A linguagem não verbal, então, apesar de não utilizar as palavras, é capaz de efetivar um ato comunicativo. Além disso, é importante destacarmos que a linguagem não verbal também se faz presente em situações de avaliações acadêmicas, como o ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes). Gráficos, tabelas, infográficos e figuras compõem a linguagem não verbal e comumente são usados com finalidades comunicativas em avaliações e, inclusive, no ambiente empresarial. Por isso, convidamos você a analisar e praticar as orientações a seguir, que tratam dos recursos visuais de áudio em apresentações empresariais. O mais importante sobre a utilização de recursos tecnológicos (informática, telecomunicações etc.) é saber acompanhar as novidades e tendências que surgem a cada dia, e manter-se atualizado – up to date – para renovar e incorporar novas práticas ao seu repertório. 1.4 A LINGUAGEM VERBAL Podemos definir como linguagem verbal aquela em que as palavras são os sinais utilizados para os atos comunicativos. O termo “verbal” vem do latim verbale e significa palavra. Assim, é por meio de palavras – linguagem verbal – que expressamos desejos, sentimentos, ordens, opiniões, revelando nossas opiniões e expondo nosso raciocínio. Segundo Nicola (2009, p. 126), “[...] a linguagem verbal é aquela que utiliza a língua (falada ou escrita)”. A linguagem verbal pode ser abordada sob duas modalidades: a língua escrita e a oral. Veremos a seguir algumas charges que exemplificam a linguagem verbal. 6 PARTICULARIDADES DA LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA Vimos que língua é um sistema de representação constituído por palavras e por regras que se combinam, permitindo que expressemos uma ideia, uma ordem, emoção, enfim, um enunciado de sentido completo que estabelece comunicação. Tais regras e palavras são comuns aos membros de uma sociedade, assim, a língua pertence a toda comunidade. A fala, por sua vez, se concretizará a partir do uso que o falante faz da língua. No momento em que efetivamos o processo de comunicação o fazemos através da fala ou da escrita. Ao analisarmos a história da humanidade ou a nossa, podemos perceber que primeiro falamos e depois escrevemos. Adquirimos a fala naturalmente, porém a escrita nos é ensinada. Na fala, o significante é sonoro; e na escrita, é gráfico. A língua oral possui diversos recursos, como entonação da voz, expressão fisionômica, gestos, além de ser mais espontânea. A escrita requer mais atenção, pois não é uma simples representação do que se fala. Em todas as línguas as pessoas escrevem e falam demaneira distinta, porém podemos efetivar a comunicação tanto num enunciado falado quanto em um escrito. Na linguagem falada, especialmente em situações mais informais, temos menos planejamento que na escrita, pois podemos detectar se estamos sendo entendidos ou não. Então, a linguagem é mais espontânea, a coesão se dá por meio de gestos, entonação da voz, expressão fisionômica, entre outros. Há também a presença de elementos que mantêm a conversação aberta, como, por exemplo, “você entendeu?”, “está claro?”, “você concorda?”, Contudo, se pensarmos em um discurso mais formal, como o próprio pronunciamento de um presidente, ou a apresentação de um telejornal, ou a apresentação de um trabalho acadêmico, a linguagem apresentará um grau de planejamento bastante significativo. A modalidade escrita formal, como a produção dos seus textos acadêmicos, avaliações, textos empresariais, requer ainda mais planejamento. Marcuschi (2004), ao tratar da fala e da escrita, explica que, embora normalmente sejam vistas de forma dicotômica, polarizadas, estão fortemente entrelaçadas. Nos gêneros mais planejados, como a apresentação e produção escrita de trabalhos acadêmicos, vemos que o planejamento linguístico é alto em ambas as situações, 7 especialmente porque a escrita envolve, neste caso, também a oralidade. Em gêneros menos planejados, como os bilhetes, mensagem de Whatsapp e conversas orais, percebemos que a oralidade está influenciando não somente a fala, mas também a escrita. Por isso, a dicotomização da fala e escrita não tem sido aceita entre estúdios da linguagem. Apesar de a linguagem falada ser mais utilizada, na comunicação é a escrita que adquire maior importância para as teorias gramaticais, pois se considera que a última possui aspecto de maior permanência. Há um dizer dos antigos romanos: “verba volant; scripta. É importante compreendermos que a escrita NÃO é superior à fala, mas que ambas são modalidades distintas para a realização da língua, tanto em situações formais quanto informais. O contexto da escrita, contudo, é claramente diferente do contexto da fala, já que o autor precisa considerar o distanciamento físico do leitor no planejamento linguístico, a fim de buscar sua compreensão. 2.0 COMUNICAÇÃO: PROCESSOS E ELEMENTOS INTRODUÇÃO Vive-se num mundo globalizado, recheado de situações incertas. A sociedade é caracterizada pelo ritmo frenético das mudanças, seja por uma nova geografia (ou nova geopolítica) ou pela acelerada integração das mídias. E, neste contexto, a comunicação tem seu valor. E só poderão fazer o diferencial as empresas e/ou instituições que aprenderem a se comunicar, a trabalhar de forma interligada, somando forças e gerando o “saber fazer” na sua equipe. Condição essencial para que os resultados se aperfeiçoem e se transformem num diferencial, visto que se vive numa época em que a competitividade é demasiadamente acirrada em qualquer organização. É preciso reconstruir o cenário em que estas modificações ocorrem porque, na verdade, a comunicação funciona como um ícone que liga diferentes culturas e tendências. Tentar situá-la à revelia deste contexto – amplo e complexo – implica esvaziar o seu conteúdo e o seu poder de persuasão. 8 2.1 TIPOS DE COMUNICAÇÃO No cotidiano profissional utilizamos a comunicação para o desempenho de nossas atividades, o que nos traz muitos benefícios se seu uso for consciente, pois a boa comunicação tende a facilitar o alcance dos nossos objetivos, independente da área em que atuamos. Assim, você pode notar que existem vários tipos de comunicação. Ela pode ser direta, indireta, formal ou não, unilateral ou bilateral. Vamos observar alguns conceitos: A comunicação formal é uma transmissão oficial feita através das vias de diálogo que existem no organograma de uma empresa e/ou instituição. Geralmente é feita por escrito e devidamente documentada através de correspondências ou formulários (GOMES; CARDOSO; DIAS, 2010). Já a comunicação informal é a desenvolvida espontaneamente através da estrutura sem formalidades e fora dos canais de comunicação estabelecidos pelo organograma de uma empresa e/ou instituição. Segundo Gomes, Cardoso e Dias (2010), esta conduz mensagens que podem ou não ser relativas às atividades profissionais. Através dela, pode-se conseguir mais rapidamente mensurar opiniões e insatisfações dos colaboradores, ao ter uma ideia mais ampla do clima organizacional e da reação das pessoas aos processos de mudança. Quando pensamos na comunicação unilateral, temos que ter em mente que é estabelecida de um emissor para um receptor, e este último é passivo. Pertencem a este grupo os locutores de uma rádio, da televisão, o cartaz de parede com mensagens publicitárias e de propaganda ou aquele que pronuncia uma palestra ou um discurso (GOMES; CARDOSO; DIAS, 2010). A comunicação bilateral exige reciprocidade entre o emissor e o receptor. É o que acontece nas conversas, nos diálogos, nas entrevistas, enfim, onde há uma troca de mensagens. Este tipo de comunicação permite que se estabeleça, entre emissor e receptor, uma troca de papéis (GOMES; CARDOSO; DIAS, 2010). Há de se considerar que a utilização dos diversos tipos de comunicação em uma empresa e/ou instituição não garante a sua eficácia. Portanto, antes de iniciar um comunicado, é sensato perguntar-se: 9 • O que e a quem quero comunicar? • Que causas e finalidades tenho ao transmitir este conteúdo? • Este conteúdo é justo para que eu consiga persuadir o receptor? Partindo destas questões, observe o esquema a seguir, elaborado por Harold Lasswell (1902-1978), que representa o ato comunicativo. 2.2 ELEMENTOS DO PROCESSO DE COMUNICAÇÃO EMISSOR É o remetente, ou seja, o que envia uma mensagem, e pode ser uma pessoa ou um grupo, um órgão, uma empresa, um canal de televisão, um site na internet e assim por diante RECEPTOR É o destinatário da mensagem, isto é, para quem a mensagem foi ou será enviada. Pode ser para uma pessoa ou para um público-alvo, ou ainda um animal ou uma máquina, como o computador. MENSAGEM “É o objeto de comunicação, ela é estabelecida pelo conteúdo das informações transmitidas. A mensagem é o elo dos dois pontos do circuito; é o objeto da comunicação humana e sua finalidade” (PENTEADO, 1977, p. 5). Chamamos ainda de mensagem o que o emissor transmite e o que o receptor recebe. CANAL DE COMUNICAÇÃO Meio pelo qual a mensagem pode circular: jornal, revista, televisão, rádio, folheto, folder, outdoor e o próprio ar. CÓDIGO O código é o meio através do qual a mensagem é transmitida, isto é, através da fala, da escrita, dos gestos ou das imagens. REFERENTE O referente é o contexto ou a situação a que a mensagem remete ou ainda é a situação na qual emissor e receptor estão inseridos. Assim, a linguagem irá adquirir 10 diversas funções, como a de emocionar, informar, persuadir, fazer refletir, entre outras. Existem dois tipos de referente: o situacional, formado pelos elementos que situam o emissor e o receptor e pelas circunstâncias da transmissão da mensagem; e o textual, formado pelos elementos de todo o contexto linguístico. 2.3 BARREIRAS A UMA COMUNICAÇÃO EFICAZ Em uma instituição ou empresa, onde a afetividade é praticamente imperceptível ou, por muitas vezes, inexistente, conclui-se que a comunicação tende a ser ainda mais complexa. Entretanto, Pimenta (2004), com um ponto de vista adverso, diz que a neutralidade e a racionalidade, características do ambiente empresarial, tendem a facilitar a comunicação, uma vez que as emoções e a passionalidade, às vezes exageradas das relações familiares, podem servir como empecilhos. Em muitas situações, os deslizes que suscitam esses problemas são involuntários, os indivíduos os cometem sem perceber, seja por uma questão de hábitos adquiridos ou por referências culturais e familiares.É imprescindível pensar bem antes de falar, agir e ter sempre em mente que, em uma empresa ou instituição, as opiniões e percepções serão sempre suscetíveis a discussões e confusão, principalmente quando se trabalha com grupos heterogêneos. Vamos conhecer alguns tipos de barreiras que podem gerar falhas à boa comunicação? Vejamos: • A distração é um elemento de alta capacidade de embaralhar a recepção correta de uma informação, é uma ligação inesperada. • presunção não enunciada acontece quando o emissor pressupõe que o receptor já saiba o significado, porém não o sabe, assim as informações são perdidas. 11 • A apresentação confusa é a falta de ordem e coerência que dificultam o entendimento das informações. • A representação mental pode causar confusão, pois o receptor obtém os dados e constrói uma imagem do que está sendo dito. Uma voz carinhosa, por exemplo, chama a atenção do receptor, o que pode distorcer a mensagem. • A credibilidade, que é a autoridade das pessoas, tem um peso muito grande na hora do recebimento de uma informação. • A distância física é a probabilidade decrescente de as pessoas se comunicarem quando a distância é significativa entre elas. • A defensidade acontece quando temos um conceito sobre o emissor e a defensiva impede a comunicação. • A limitação do receptor, que é o grau cultural ou a forma de encarar situações e os interesses que temos, limita a capacidade de entender o que é proposto. 2.4 REDUNDÂNCIA A redundância na comunicação acontece quando o emissor transmite uma informação repetindo-a, quando poderia utilizar uma linguagem mais clara e objetiva. Utilizar positivamente este artifício é um dos maiores desafios de quem almeja ser um bom comunicador. Se você prestar atenção, muitas informações retratam redundâncias sintáticas, quando falamos “subir para cima”, por exemplo; redundâncias gestuais, quando apontamos o polegar para cima para dizer positivo, ou redundâncias tonais, quando exclamamos: “Estou morto de fome!”, entre outras. Por vezes, a redundância se faz necessária para que uma mensagem mostre perceptibilidade, como também para nos livrarmos de possíveis ruídos. Bem, estes você estudará logo mais. 2.5 RUÍDO De modo mais informal, o ruído ou a interferência é tudo o que afeta a transmissão da mensagem. São fatores que surgem ou que se colocam entre o emissor e o receptor no processo de comunicação. “A interferência ou ruído é criado por todos os fatores que, embora não pretendidos pela fonte, acrescentam-se ao sinal durante o processo de transmissão” (RÜDIGER, 1998, p. 21). 12 Se você falar em voz muito baixa, se efetuar erros de codificação, se você estiver nervoso, se faltar com a atenção, se faltar energia elétrica, se manchar o papel que contém a informação, certamente ocorrerão ruídos num contexto de comunicação. 3.0 AS CLASSES DE PALAVRAS INTRODUÇÃO O estudo de regularidades de uma língua por pessoas que já são falantes dessa língua oportuniza a reflexão de usos linguísticos para diferentes práticas de leitura e escrita, interpretação e oralidade. É a escola a responsável por dar acesso à aprendizagem da norma padrão da língua, reconhecendo estruturas que constituem regras da gramática normativa, da língua cotidiana, da língua falada e da língua escrita. É preciso, então, incitar a reflexão e compreensão acerca de recursos linguísticos e textuais (como o uso de intensificadores, conectivos, pontuação, entre outros) para oportunizar diferentes práticas de leitura e escrita para a vida social, que extrapola os muros da escola. Assim, cabe lembrar que ler e escrever devem ser atividades primordiais no ensino de qualquer língua. Dentre as atividades de reflexão de textos (orais e escritos), é fundamental realizar-se a prática de análise linguística, isto é, a análise de regularidades de recursos argumentativos, literários, ortográficos, discursivos, sintáticos morfológicos, semânticos, dentre outros, para a leitura, escrita e interpretação dos mais variados textos que constituem nossa vida social. Não são apenas erros ortográficos ou de acentuação que precisam ser evitados para que um texto seja considerado bem escrito, haja vista que em muitos textos há uma considerável perda com relação à semântica, sendo, inclusive, impossível resgatar elementos de coerência. 13 3.1 AS CARACTERÍSTICAS DE CADA CLASSE Você sabe dizer o que são classes de palavras e por que o estudo de seus usos é importante? Na Língua Portuguesa, as palavras são classificadas de acordo com a função que exercem dentro de uma frase (seja a função de substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, numeral, artigo, preposição, conjunção, interjeição ou pronome). Você deve ter percebido que são reconhecidas dez classes de palavras, e cada uma delas tem um papel específico na frase. Logo, qualquer expressão ou palavra na nossa língua, dependendo das suas características, está conectada a uma dessas dez classes de palavras. Para quê, então, estudamos os usos dessas classes de palavras/classes gramaticais? Mais importante que reconhecer a classificação gramatical de uma palavra, como substantivo, adjetivo, verbo, advérbio, por exemplo, é compreender de que forma essas palavras são utilizadas nos textos, reconhecer de que forma ocorre a concordância nominal ou verbal, como modalizar nossas afirmações, ou ainda, quando e como podemos utilizar intensificados textuais (como advérbios de intensidade). Toda essa discussão, importante para sua reflexão linguística, isto é, reflexão de usos da linguagem, acerca da produção e leitura de variados textos, será foco deste tópico. A partir de agora, você estudará com maior detalhamento as classes de palavras ou classes gramaticais, que podem ser variáveis (admitem flexão (mudança) em sua forma) ou invariáveis (não admitem alteração em sua estrutura). Procure pensar, agora, em palavras variáveis e palavras invariáveis. Pensou? Vamos citar, por enquanto, apenas dois exemplos: “mal” e “mau”. Você sabe dizer qual dessas duas palavras é a variável? Certamente, você já ouviu falar na história da Chapeuzinho Vermelho, na qual narra-se sobre o Lobo Mau que vive na floresta. Se, na história, não tivéssemos um lobo, mas uma loba, diríamos que a loba é má. Portanto, a palavra variável entre “mau” e “mal” é “mau”, cuja classe gramatical corresponde a um adjetivo, assim como “bom” (a função é de atribuir uma característica ao substantivo, neste caso, o lobo). “Mal”, antônimo (oposto) de “bem”, por sua vez, um advérbio de modo, e por isso é invariável: Hoje, a criança não está 14 bem, ela está mal. Percebeu como algumas palavras podem variar (mau e má) e outras não (mal) conforme sua classe gramatical? O Dicionário Michaelis (2008, p. 901) apresenta que um termo variável está: “1 Sujeito a variações. 2 Que pode ser variado ou mudado; mutável”. Segundo o mesmo dicionário (p. 489), invariável é o termo: “1 Que não é variável. 2 Constante. 3 Inalterável”. Então, algumas classes podem sofrer alterações em sua forma, tendo uma escrita para o plural e singular, outra para o feminino e masculino, como vimos com o exemplo do adjetivo mau. É importante saber que a parte da gramática normativa que lida com as classes de palavras é a MORFOLOGIA (morfo = forma, logia = estudo), ou seja, o estudo da forma. Deste modo, na morfologia, não estudamos o contexto em que as palavras são empregadas, mas somente a forma da palavra 3.2 SUBSTANTIVO Para tratarmos dessa classe de palavras, vamos fazer uma reflexão inicial. Se alguém lhe perguntar onde você estuda, você certamente responderia: na UNIASSELVI. Se lhe perguntassem o que é a FACUP, você provavelmente responderia que é uma instituição de ensino superior. Os nomes que você daria a essas respostas são substantivos: FACUP (um substantivo próprio, pois corresponde a um nome específico) e instituição(substantivo comum, pois é um nome mais genérico de determinada classe). De maneira bem sucinta, podemos dizer que substantivo é a palavra que nomeia os seres com vida ou sem vida, ou seja, tudo que recebe um nome é um substantivo. Veja: Seres materiais: João, criança, casa, fogo, carro, escritório, relatório... Seres espirituais: Deus, anjo, alma... Seres fictícios: Branca de Neve, curupira, cupido, fada... Observe a frase: Assim que o relatório foi redigido, João foi para casa. As palavras em destaque – relatório, João e casa – são substantivos, pois nomeiam entidades (neste caso, coisas, como casa e relatório, e pessoas, como João). Os 15 substantivos se classificam em: comuns, próprios, concretos, abstratos e coletivos. Vamos conhecê-los? COMUNS: são nomes ou designações a entidades, seres de qualquer espécie, ou fatos. Ex.: criança, país, estado, cidade, gato, cachorro. PRÓPRIOS: “não são nomes que se aplicam, em geral, a qualquer elemento de uma classe” (NEVES, 2011, p. 69, grifo nosso), como ocorre com os substantivos comuns. Os substantivos próprios são, na verdade, os que dão nome a seres específicos de cada espécie ou entidade e, por isso, são escritos com a letra inicial maiúscula. Ex.: João, Brasil, São Paulo, Campinas. CONCRETOS: são os substantivos comuns que nomeiam seres que existem independentemente de outros, sejam eles reais ou fictícios. Ex.: duende, elfo, computador, homem, bruxa, ar. ABSTRATOS: são os substantivos comuns que nomeiam seres que dependem da existência de outros. Eles designam noções, ações, estados e qualidades dos seres. Ex.: corrida (existe no ser que corre), beleza (existe no ser que é belo). Coletivos: esse é um tipo de substantivo comum que, mesmo estando na forma singular, nomeia vários seres de uma mesma espécie. Ex.: vocabulário (palavras), frota (navios, ônibus, aviões), biblioteca (livros). 3.3 ADJETIVO Estudamos que os substantivos são as palavras que nomeiam os seres, não é mesmo? Os adjetivos, por sua vez, são as palavras que os caracterizam. Para iniciarmos nossa conversa sobre os adjetivos, recomendamos que leia atentamente o meme a seguir. 16 Na figura acima, você se deparou com um meme bastante interessante para reconhecermos a função do substantivo e adjetivo no texto. No meme, há um efeito de humor causado justamente a partir das classes de palavras substantivo e adjetivo, bem como a partir das características da personagem de um desenho animado da MTV, Funérea, que está sempre mal-humorada. Ao mesmo tempo, há uma crítica essencialmente levantada ao jornalismo e ao humor, que se revela no conhecimento linguístico das classes de palavras adjetivo e substantivo, a fim de confirmar que o humor da personagem é inteligente. A partir do que você viu até aqui, deve ter percebido que o adjetivo se liga ao substantivo, como limpo (adjetivo) está ligado a hotel (substantivo); inteligente (adjetivo) está ligado a humor (substantivo); criativo (adjetivo) está ligado a jornalismo (substantivo). Observe mais um exemplo: Os acadêmicos maranhenses visitaram o polo de Indaial. Note que a palavra “acadêmicos” é um substantivo. A palavra em destaque (maranhenses) acompanha este nome a fim de caracterizar, identificar os acadêmicos. Os adjetivos podem ser: primitivos, derivados, simples ou compostos. Os PRIMITIVOS são aqueles que não provêm de nenhuma outra palavra da língua. Exemplo: Redigi a ata no livro de capa azul. Observe que a palavra em destaque (azul) é um adjetivo primitivo, ou seja, azul é uma palavra primitiva e, neste caso, caracteriza o substantivo capa. Os DERIVADOS são aqueles que se formam a partir de uma palavra que já existe. Exemplo: Seu trabalho está belíssimo. A palavra em destaque (belíssimo) é um adjetivo derivado da palavra “belo”. Os adjetivos SIMPLES se formam de apenas um radical. Exemplo: O povo brasileiro quer qualidade em educação. Neste exemplo, temos o substantivo “povo” acompanhado do adjetivo simples “brasileiro”. 17 Os COMPOSTOS são aqueles que se formam a partir de dois ou mais radicais. Exemplo: A literatura infanto-juvenil em nosso país é ampla. Aqui temos o substantivo “literatura” seguido do adjetivo composto “infanto-juvenil”, que se formou a partir de infantil + juvenil. 18 3.4 ADVÉRBIO Os advérbios, bem como as locuções adverbiais (conjunto de palavras com valor de advérbio), podem representar sete tipos de circunstâncias. São elas: tempo, lugar, modo, afirmação, negação, intensidade e dúvida. Conheça alguns exemplos de advérbios e locuções adverbiais. 3.5 NUMERAL Esta classe indica a ideia numérica dos seres. De acordo com as ideias que exprime, o numeral pode ser classificado da seguinte maneira: CARDINAIS: por expressar a quantidade exata dos seres. ORDINAIS: por expressar a ordem dos seres. MULTIPLICATIVOS: por expressar aumento de proporção de uma quantidade ou multiplicação. FRACIONÁRIOS: por expressar diminuição de proporção de uma quantidade ou divisão. Vamos conhecer alguns exemplos dispostos no quadro a seguir: 19 3.6 ARTIGO Você viu, ao longo deste tópico, os usos dos substantivos, adjetivos, advérbios e numerais, relacionando algumas questões de regras normativas com a textualidade. Tendo em vista o que aprendeu até agora, leia a fábula a seguir: Você deve ter percebido, em sua leitura, o uso de animais como personagens com características mais humanas. Reveja o texto e destaque as palavras que aparecem antes dos animais e dos termos que referenciam o homem (que são substantivos, quando analisamos sua classe de palavras). Dentre essas palavras, você irá se deparar com o uso de “um” e “o”, dois artigos masculinos, o primeiro indefinido, e, o segundo, definido. Agora, procure identificar em que situação no texto foi utilizado o artigo indefinido diante do personagem (que é um substantivo) e em que situação foi utilizado o artigo definido. Você deve perceber que “um” introduz pela primeira vez homem, cavalo e asno, quando ainda não conhecemos os personagens da história. A partir do momento que já conhecemos os personagens, o texto passa a empregar o artigo definido “o” antes dos personagens. Identificou como é importante empregar artigos definidos e indefinidos em diferentes situações do texto? Agora, propomos a você, acadêmico, mais uma reflexão: Como é possível sabermos que o “um” utilizado no texto é um artigo indefinido e não um numeral? A resposta a esta pergunta não é tão complexa. Sabemos que “um” é artigo indefinido porque sua função dentro do texto é de apresentar, inicialmente, personagens que ainda não conhecemos. Se “um” fosse numeral, teria a função de contabilizar um 20 homem dentre outros apresentados, um asno dentre outros asnos, um cavalo dentre outros cavalos (apresentar como quantidade). A partir do que vimos até aqui, podemos afirmar que artigos são utilizados antes de substantivos; e podem ter duas classificações: os artigos definidos e os indefinidos. DEFINIDOS: indicam que se trata de um ser da mesma espécie. São artigos definidos: o, a, os, as. s. Observe: O administrador da empresa compareceu à reunião. Note que estamos tratando de um ser específico naquela situação. INDEFINIDOS: indicam que se trata de um ser de qualquer espécie. São eles: um, uma, uns, umas. Observe: Um administrador da empresa compareceu à reunião. Neste caso, trata-se de um administrador qualquer entre outros naquela situação. Como você viu no início desta unidade, o artigo é uma classe de palavra variável, isto é, possui diferentes formas para concordar com o substantivo a que se refere. Ele varia em gênero (feminino e masculino) e em número (singular e plural). o administrador – a administradora – os administradores – as administradoras umadministrador – uma administradora – uns administradores – umas administradoras 3.7 PREPOSIÇÃO As principais preposições essenciais que elencamos para seus estudos são: a, ante, até, após, com, contra, dês / desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre. Além dessas preposições, também temos as locuções prepositivas! Como já vimos, locução é um conjunto. As locuções prepositivas são duas ou mais palavras com valor de uma preposição, sendo que a última é sempre uma preposição essencial. Podemos elencar, como de uso mais frequente, as seguintes locuções prepositivas: 21 3.8 CONJUNÇÃO Assim como a preposição, a conjunção tem função de ligar, unir, mas em uma perspectiva um pouco diferente da que vimos anteriormente, já que, do ponto de vista sintático, estabelece a relação de subordinação ou coordenação quando liga duas orações. Você recorda o que é oração em língua portuguesa? Pois bem, oração é uma frase ou parte de uma frase com verbo. Assim, para existir oração tem que haver um verbo. Se uma frase contiver dois verbos, teremos duas orações, três verbos, três orações... Vamos visualizar na prática? Então, segue um exemplo: Os jovens adormeceram e o silêncio espalhou-se pela casa. Observe que as palavras “adormeceram” e “espalhou” são verbos. Portanto, temos nessa frase duas orações. Agora, a palavra em destaque “e” é a que liga as duas orações, sendo, portanto, uma conjunção. Conjunção coordenativa: são as que simplesmente coordenam as orações. Não estabelecem relação de dependência sintática (sentido). Dividem-se em: • Aditivas: são as que expressam relação de soma. Ex.: nem, e, não só, mas também. • Adversativas: são as que expressam relação de adversidade ou oposição. Ex.: mas, porém, todavia, contudo, não obstante, entretanto. • Alternativas: são as que expressam sentido de alternância ou exclusão. Ex.: ou, ou... ou, ora... ora, seja... seja, quer... quer. • Conclusivas: estas exprimem relação de conclusão. Ex.: logo, assim, portanto, por isso, pois (posposto ao verbo). • Explicativas: são as que exprimem sentido de explicação. Ex.: que, porque, pois (anteposto ao verbo). 22 Conjunção subordinativa: são as que ligam duas orações e estas são dependentes uma(s) da(s) outra(s). • Causais: expressam relação de causa. Ex.: porque, pois, porquanto, como (= porque), pois que, visto que, visto como, por isso que, já que, uma vez que, entre outras. • Concessivas: são as que iniciam orações adverbiais que exprimem concessão. Ex.: embora, conquanto, ainda que, mesmo que, se bem que, apesar de que, entre outras. • Condicionais: são as que iniciam orações adverbiais que exprimem condição. Ex.: se, caso, contanto que, salvo se, desde que. • Conformativas: são as que iniciam orações adverbiais que indicam conformidade. Ex.: conforme, segundo, como, consoante. • Comparativas: estas iniciam orações adverbiais que exprimem comparação. Ex.: como, mais... que, menos... que, maior... que, menor... que, entre outras. • Consecutivas: são as que iniciam orações adverbiais que indicam consequência. Ex.: que (combinado com tal, tanto, tão, tamanho), de sorte que, de forma que. • Finais: são as que iniciam orações adverbiais para expressar finalidade. Ex.: para que, a fim de que. • Proporcionais: estas iniciam as orações adverbiais que indicam proporção. Ex.: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais, quanto menos. • Temporais: iniciam orações adverbiais que exprimem tempo. Ex.: quando, enquanto, logo que, depois que, antes que, desde que, sempre que, até que, assim que, todas as vezes que. • Integrantes: estas iniciam as orações subordinadas substantivas que representam sujeito, objeto direto etc. Ex.: que, se. 3.9 PRONOMES Pronomes são palavras empregadas na frase utilizadas para substituir um substantivo ou para acompanhá-lo, determinando sua extensão. Vejamos alguns exemplos: 23 Os acadêmicos estudaram muito para a prova, mas ela era difícil. Perceba no exemplo acima como o pronome “ela” substitui o substantivo “prova”, evitando que o termo seja repetido na frase. O pronome, portanto, é um elemento de coesão textual. Vamos a outro exemplo: Estava conversando com aquela professora agora a pouco. Os pronomes pessoais indicam os seres que representam as pessoas do discurso. Eles se dividem em três tipos: do caso reto, do caso oblíquo e os de tratamento. Essa classificação se dá de acordo com a função que eles exercem nas orações. Veremos separadamente os dois primeiros. Observe: Pronomes possessivos: são os que fazem referência às pessoas do discurso, indicando a relação de posse existente. Assim, eles mantêm com os pronomes pessoais uma estreita relação, pois designam o que pertence aos seres referidos pelos pronomes pessoais. Observe a disposição deles no quadro a seguir: Pronomes demonstrativos são aqueles que substituem ou acompanham o substantivo, indicando relações de espaço entre os seres e as pessoas do discurso. O 24 pronome demonstrativo, assim como o possessivo, também mantém um vínculo estreito com os pronomes pessoais, pois indica, com relação às pessoas do discurso, o que delas está mais próximo ou distante, no espaço e no tempo. Observe as formas dos pronomes demonstrativos no quadro: 25 26 4.0 OS DIVERSOS TEXTOS 4.1 CARACTERÍSTICAS DOS TEXTOS Ao escrevermos um texto, este sempre possui uma intenção. Para conseguirmos transmitir a mensagem de maneira correta, faz-se necessário que sigamos alguns passos de modo a caracterizar os textos. A seguir, apresentamos um quadro no qual é possível perceber diferenças marcantes entre os textos – modo descritivo, narrativo e dissertativo Vale lembrar que dificilmente um texto pertencerá exclusivamente a um modo de organização, ou seja, um texto raramente será somente descritivo, dissertativo ou narrativo. Geralmente sua classificação ocorre levando em conta a predominância de sequências de um tipo sobre as demais. 4.2 A NARRAÇÃO Diariamente ouvimos, contamos, lemos ou redigimos histórias, não é mesmo? Algumas pessoas com mais frequência, outras com menos, porém, podemos dizer que todos saberiam contar, recontar ou inventar uma história. O contato com histórias auxilia no desenvolvimento da nossa imaginação. Por meio delas podemos inventar, criar e nessa produção acabamos por buscar palavras para exprimir o que pretendemos, resultando em aprimoramento da fala e da escrita, do vocabulário e da comunicação. Reveja o quadro que ilustramos na página anterior e vamos retomar algumas informações importantes sobre a narração. Como já mencionamos, um texto dificilmente pertence a apenas um modo de organização; para reconhecer os elementos de uma narração, devemos atentar, por 27 exemplo, para o uso das classes de palavras. Nos textos narrativos prevalecerão os verbos, advérbios e as conjunções temporais, bem como o objetivo central é narrar, relatar um acontecimento. Antes de entrarmos mais detidamente nas particularidades das narrativas, leia o texto que segue de Samira Nahid de Mesquita (1986. p. 7-8). Leia com atenção e estabeleça uma tentativa de reconhecer as características narrativas do texto. A partir da leitura do texto de Mesquita (1986), evidencia-se a importância de ler, ouvir ou contar uma história. Veja, acadêmico, que demarcamos alguns verbos do texto em negrito, para que você possa refletir sobre as características desse modo de organização textual. Para que o narrador relate as ações e/ou sentimentos, ele se vale da classe de palavras VERBO, que vamos aprofundar na próxima unidade, bem como percebemos que há uma sucessão de acontecimentos, de acordo com a progressão da história. Vamos nos deter agorana redação desses textos. 28 O fato de escrever uma narração nos obriga a assumir uma determinada sequência a fim de que o texto adquira essa estrutura. Assim, podemos afirmar que o texto narrativo é composto por: apresentação, complicação, clímax e desfecho. Vamos conceituar cada parte para que você compreenda melhor: Apresentação: nesse momento identificam-se os personagens, lugares e momentos da história. Complicação: momento em que se iniciam as ações, dando origem às transformações dos fatos iniciais, podendo acontecer em um ou mais episódios ou parágrafos. Clímax: este é o momento em que a narrativa exige um desfecho, pois a história atinge um momento de tensão onde é inevitável a resolução dos fatos. Desfecho: nesta parte, apresenta-se a solução dos conflitos gerados pelos personagens, reestabelecendo assim o equilíbrio. Além dessa estrutura, a narrativa elucida alguns acontecimentos, tais como: O QUÊ? - fato(s) que determina(m) a história; QUEM? - a personagem ou personagens; COMO? - o enredo, o modo como se tecem os fatos; ONDE? - o lugar da ocorrência; QUANDO? - o momento em que se passam os fatos; POR QUÊ? - a causa do acontecimento. 29 Perceba, acadêmico, que nesta tirinha não há a presença de um narrador, ou seja, as falas das personagens são reproduzidas diretamente. DISCURSO INDIRETO: é onde as falas dos personagens são incorporadas pelo narrador. Observe um pequeno exemplo do romance “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos: "Os juazeiros aproximaram-se, recuaram, sumiram-se. O menino mais velho pôs-se a chorar, sentou-se no chão.” Note que as falas das personagens não estão reproduzidas diretamente, e sim através do narrador. Em outras palavras, podemos dizer que o narrador conta o que a personagem diz. DISCURSO INDIRETO LIVRE: é uma maneira de unir os dois tipos já mencionados, com a intenção de mostrar e contar os fatos ao mesmo tempo. Veja, através de um trecho de “Vidas Secas”: "Seu Tomé da bolandeira falava bem, estragava os olhos em cima de jornais e livros, mas não sabia mandar: pedia. Esquisitice de um homem remediado ser cortês. Até o povo censurava aquelas maneiras. Mas todos obedeciam a ele. Ah! Quem disse que não obedeciam?". Neste exemplo, notamos a mescla entre a fala do narra 4.3 DESCRIÇÃO Pode-se dizer que o ato de descrever é empregar os sentidos a fim de captar uma realidade e exemplificá-la no texto. Então, para elaborar um texto descritivo, faz-se necessário utilizar os conhecimentos linguísticos na construção de imagens. Segundo Infante (1998, p. 136), “Elaborar um texto descritivo é apresentar um ser, um objeto, um recorte da realidade a partir de um determinado ponto de vista, ou seja, o objeto da descrição deve ser observado a partir de uma determinada posição física”. Se retomarmos o quadro em que apresentamos as características do modo descritivo, vamos perceber claramente o que Infante nos diz, pois no texto descritivo o momento é único e o objetivo e identificar, a partir de um ponto de vista, um ser, 30 um objeto, uma cena e/ou um processo, sendo que as classes de palavras que predominarão no texto são: substantivos e adjetivos. Leia o texto que segue de Cecília Meireles, ele servirá de exemplo sobre as sequências descritivas. Percebem-se, ao final da leitura, várias sequências descritivas, não é? O modo como foram escolhidas as palavras, estabelecida a ordem, revela que a autora elaborou um plano para desenvolver a descrição. No primeiro parágrafo descreve o que acontece na casa, primeiro plano. No segundo, apresenta-nos o que acontece entre o primeiro plano e a casa fechada, existem aves... No terceiro parágrafo nos revela, por meio da descrição, as aves e a vegetação existente. Perceba que o esquema segue uma dimensão que nos desvenda um olhar do perto para o longe. Resquícios dessa descrição podem ser retirados do trecho “as asas das borboletas”, no qual diz: “uma borboleta de cor marfim, com um pouco de ouro nas pontas das asas”. 31 4.4 A ARGUMENTAÇÃO Em nosso dia a dia é muito comum termos que expor nossas opiniões ou até mesmo convencer as pessoas sobre as diversas temáticas. Pense em várias situações nas quais utilizamos uma linguagem argumentativa e/ou persuasiva, seja em um relacionamento amoroso, na vida profissional, na venda de um produto, em uma reunião de negócios e, também, ao nos relacionarmos com os professores, vizinhos ou amigos. Ao analisarmos por outro viés, percebemos que muitas mensagens nos chegam através de jornais, televisão, e-mail, celular, cujo fim é conquistar a nossa adesão, seja a uma ideia ou produto, seja para escolha de um candidato, um carro ou mudança na maneira de conduzir nossa vida. O texto argumentativo, no entanto, nos permite utilizar a linguagem de modo a expressar nossas ideias, articular argumentos e conclusões. Outro aspecto importante é conhecer o assunto a ser comunicado, pois na dissertação nosso posicionamento crítico é fator decisivo. Agora, vamos conhecer a estrutura de um texto argumentativo? Como já foi dito, a argumentação requer do escritor o seu posicionamento crítico. Além disso, é preciso conhecimento sobre o assunto. Adequar a linguagem aos interlocutores também é muito importante, pois queremos ser compreendidos. Sobre a estrutura, podemos afirmar que existe uma maneira muito usada para a organização desses textos. Basicamente, precisamos dispor as informações que obtemos em três momentos: introdução, desenvolvimento e conclusão. INTRODUÇÃO: é o momento de apresentar de maneira clara o assunto que se pretende abordar. Ela deve atuar como um roteiro, que norteará o leitor para o desenvolvimento da temática. Uma introdução bem construída ajuda quem escreve a controlar a coesão e a coerência do texto. DESENVOLVIMENTO: como o nome diz, nessa parte do texto é que se desenvolve o assunto apresentado na introdução. Faz-se necessário ampliar a explicação retomando o que foi explicitado de forma sucinta na introdução. 32 CONCLUSÃO: é a parte que finaliza o texto. Dessa forma, deve conter um resumo de tudo que foi dito, de modo a reafirmar seu posicionamento. Poderá também trazer propostas de ações sobre o tema discutido. 5.0 CORRESPONDÊNCIA COMERCIAL E OFICIAL A definição e a diferenciação do texto técnico-científico e do texto literário são importantes para a compreensão dos vários gêneros textuais. Por isso são retratadas aqui as principais características e distinções entre estes modos de escrever: 5.1 CARTA COMERCIAL A carta comercial é um instrumento de comunicação que se restringe a determinada área empresarial e ∕ ou comercial, razão por que tem características próprias. As qualidades da carta comercial são as seguintes: a) boa apresentação: exige-se, portanto, ordem, organização e limpeza. b) clareza: a obscuridade do texto impede a comunicação imediata e dá margem a interpretações que podem levar a desentendimentos e, mesmo, a prejuízos financeiros. 33 Estrutura da carta Índice: - constam as iniciais do departamento expedidor da carta, o número sequencial e o ano em que foi expedida; - colocado antes da data ou na mesma linha da data. Exemplo: DRI-14/2005 – indica uma carta expedida pelo Departamento de Relações Industriais e que é a 14ª expedida em 2005. Local e data: - após o local, coloca-se uma vírgula; - não se coloca zero antes dos números de 1 a 9; - o nome do mês se escreve com letra minúscula; - após o ano, coloca-se ponto final. REFERÊNCIA: - resumo da matéria a ser tratada; - escrita abaixo do local e data e antes do vocativo; - não existe obrigatoriedade de escrever a palavra referência ou sua abreviação (Ref.). Escrever diretamente o assunto, utilizando, para destacá-lo, escrita sombreada ou negrito. Vocativo: será sempre seguido de dois pontos (:).Evite usar: Muito digno Sr.; Prezadíssimo Sr.; Prezado Senhor. Usar: Senhor Diretor; Professor; Senhores; Sr. Adalberto Luís; Adalberto Luís. Com relação ao tratamento Excelência: 1 – a um governador – Senhor Governador ou Excelentíssimo Senhor 2 – a um Presidente da República – Senhor Presidente ou Excelentíssimo Senhor 3 – a um ministro de Estado – Senhor Ministro ou Excelentíssimo Senhor 34 Corpo da Carta (Texto): A mensagem deve ser datilografada ou digitada três linhas abaixo do vocativo ou saudação. Aconselha-se a não iniciar o texto da seguinte forma: Venho por meio desta..., Gostaríamos de informar que..., Tem a presente a finalidade de..., Escrevo-lhe esta carta pela simples razão..., Vimos pela presente informar... Fechos de cortesia: Não usar formas arcaicas e chavões para terminar uma carta, como: Sem mais, subscrevemos-nos; Sendo o que se apresenta para o momento; Com as expressões de nossa elevada consideração, subscrevemo-nos prazerosamente; Sem mais para o momento. Assinatura: - Constar no lado esquerdo; - O nome da pessoa que vai assinar a carta e o seu cargo são escritos com letras minúsculas; - Usa-se ponto final após o cargo; - Não se coloca traço sob a assinatura, nem o nome da firma. Anexo: Coloca-se o anexo após a assinatura. 35 Iniciais: Colocadas apenas nas cópias da carta, não na original. 5.2 OFÍCIO É uma comunicação escrita trocada entre setores da administração pública. Características do ofício: ⇒ O número do ofício, acompanhado do ano, deve ser escrito à esquerda, no alto da folha. ⇒ A data deve ser colocada à direita, localizando-se o seu início no meio da linha disponível. ⇒ Uso de vocativos: Senhor Prefeito, Senhor Governador. O espaçamento para iniciar o parágrafo pode ser de 10 a 12 espaços. ⇒ Se o texto for longo, pode-se numerar os parágrafos a partir do segundo, que deverá receber o número. Não se numera o último parágrafo. 36 ⇒ Encerramento: Da mesma forma que nas cartas comerciais, deve-se evitar as formas do tipo: “Aproveitamos o ensejo para manifestar a V.Exa. os nossos protestos de elevada estima e consideração”. Usam-se formas mais simples, como: “Creia V. Exa. em nosso apreço”; “Respeitosamente”, etc. ⇒ O nome e o cargo do emissor devem ser alinhados pela data. ⇒ O destinatário deve ser colocado após a assinatura, do lado esquerdo da folha. 5.3 CURRICULUM VITAE É um documento através do qual a pessoa fornece informações relativas a sua formação e experiência profissional, quando se candidata a um emprego ou a um curso. Recomendações: 37 ⇒ Evitar informações muito antigas. ⇒ A experiência profissional deve ser iniciada pela mais recente. ⇒ A estética do currículo deve ser bem cuidadosa. ⇒ Dispor as informações de forma clara e objetiva ⇒ Não revelar o salário pretendido. ⇒ Não mencionar escola de primeiro e segundo graus caso possua curso superior. ⇒ Evitar siglas e abreviaturas. ⇒ Se sabe outro idioma, informar o grau e a fluência. ⇒ Não apresentar informações desnecessárias como religião, time para o qual torce, hobby, etc. O Curriculum deve conter: 1. Dados Pessoais Nome: Filiação: Nascimento: Endereço Residencial: Bairro: Cidade: Estado: CEP: Telefone: E-mail: 2. Formação Acadêmica Período em que concluiu o ensino médio. Nome da escola. 3. Atuação Profissional Cargo: Empresa: Forma de Admissão: Data de Admissão 4. Participação em Congressos Feira: Data: Local 5.4 REQUERIMENTO Se algum dia você precisar se dirigir a uma autoridade para fazer um pedido para o qual necessite ter amparo na lei, deve fazê-lo através de um requerimento. O requerimento obedece a uma estrutura bem definida, aceitando-se poucas variações. Em alguns órgãos públicos ou instituições é possível mesmo que exista um modelo pronto para ser copiado ou somente preenchido pelo interessado. Assim, o requerimento pode ser transcrito à mão, geralmente em folha de papel almaço (duplo, se forem anexados outros papéis solicitados), ou datilografado / digitado em papel (tamanho ofício) sem pauta. 38 Invocação — indicada no alto da folha, na margem esquerda. O pronome de tratamento adequado deve ser seguido do título ou do cargo da autoridade a quem nos dirigimos. Texto do Requerimento — após a invocação, deixa-se um espaço de aproximadamente 10 linhas para o início do texto, em espaço dois quando datilografado. Deve-se começar o corpo do texto pelo nome do requerente (em maiúsculas ou caixa-alta), seguido de seus dados de identificação — nacionalidade, estado civil, endereço, número da identidade, número do CPF e outros dados exigidos pelo requerimento. Em algumas situações específicas, menciona-se a filiação e os números de outros documentos, como carteira de trabalho, registro profissional, matrícula, etc. 39 5.5 MEMORANDO Quando você se encontra em situação informal, em que precisa deixar um recado, passar alguma informação a alguém próximo, de uma forma rápida e direta, possivelmente escreve um bilhete. São poucas linhas nas quais se destaca a função informativa da comunicação. O memorando, fazendo uma comparação, é uma espécie de bilhete comercial de que as empresas ou órgãos oficiais se utilizam para estabelecer a correspondência interna entre seus setores e departamentos. Por ser um tipo de correspondência cotidiana, rápida e objetiva, o memorando segue uma forma fixa, sendo para isso utilizado um papel impresso. Além do texto a ser comunicado, é necessário somente completar alguns campos, como: número do memorando, data, emissor e destinatário da comunicação. Esses dados são importantes para organização, documentação e controle das informações. 5.6 Ata É o registro resumido, porém claro e fiel, das ocorrências de uma reunião de pessoas para um determinado fim. Em geral, a pessoa encarregada de escrever (lavrar) a ata é o secretário escolhido pelos participantes da reunião, ou alguém previamente indicado para isso. 40 Componentes de uma ata a) Cabeçalho: é constituído do número da ata ou da reunião e da denominação do grupo que se encontra reunido; b) Abertura: indica, por extenso, dia, mês, ano, hora e local da reunião, nome de quem a preside e finalidade dela. c) Desenvolvimento: é a parte da ata na qual se faz o relato dos principais acontecimentos e das decisões tomadas. Não se deve deixar espaço em branco no texto, não sendo nem mesmo usado o parágrafo. d) Fecho: à semelhança do ofício, a ata também tem forma padronizada de encerramento, com breves variáveis a partir do estilo do autor. É de praxe começar o fecho com a expressão “Nada mais havendo a tratar, o presidente deu por encerrada a reunião às XX horas, da qual eu, XXXXXXX, secretario designado, lavrei a presente ata que, após lida e aprovada, será assinada...”. A seguir, vem o nome da localidade, a data e a assinatura da ata. 41 5.7 ELABORAÇÃO DE PROJETOS Considerações Iniciais Verifica-se que a sociedade está mudando em todos os campos e em todas as instituições. O termo projeto surgiu no decorrer do século XV, e até hoje, tanto nas ciências exatas como nas ciências humanas, cada vez mais, múltiplas atividades de pesquisa, orientadas para a produção do conhecimento, são balizadas graças à criação de projetos prévios. Assim, pesquisar, buscar, descobrir, compreender e CONSTRUIR são aspectos relevantes em uma sociedade em desenvolvimento e os projetos são os aliados perfeitos para essas ações. A elaboração de um projeto constitui a etapa fundamental de toda pesquisa que pode, então, ser conduzida graças a um conjunto de interrogações, quer sobre si mesma, quer sobre o mundo à sua volta. O que é um projeto? “Pro-jeto quer dizer lançar-se para além, lançar-se adiante” (HEIDDEGER apud ALMEIDA, 2001). Projetos são fontes de criaçãoque passam por processos de pesquisa, aprofundamento, análise, depuração e criação de novas hipóteses. O termo projeto está associado a diferentes acepções: intenção (propósito, objetivo, o problema a resolver), esquema (design) e metodologia (planos, procedimentos, estratégias, desenvolvimento). O que convém ressaltar é que todo projeto deve nascer de uma boa questão. As boas questões são a chave de uma boa pesquisa. Projeto é um design, um esboço de algo que se deseja atingir. Está sempre comprometido com ações, mas é algo aberto e flexível ao novo. A todo momento pode-se rever sua descrição inicial para poder levar adiante sua execução e reformulá- la de acordo com as necessidades e interesses dos sujeitos envolvidos, bem como da realidade enfrentada. “Projeto é a receita de um bolo mais a fotografia dele.” 42 ELABORANDO UM PROJETO O projeto, como todo trabalho científico, requer organização, clareza e objetividade. Assim, recomenda-se observar a estrutura básica de um projeto, lembrando que cada empresa (ou professor) pode adequar o roteiro para elaboração de um projeto, conforme seus objetivos. O que vale dizer é que o projeto é um processo e como tal envolve etapas, conforme veremos a seguir. ETAPAS DE UM PROJETO a) planejamento: nesta etapa está a escolha do tema. Para isso, uma boa atitude é responder às seguintes questões, - O que vamos trabalhar? - Por quê? - Como vamos fazer? - Quando? (cronograma) - Quem estará envolvido? - Quem faz o quê? - O que é prioridade, ou seja, o que é necessário realizar primeiro? - Que recursos serão utilizados? Estão à disposição? b) Montagem e execução: nesta etapa é importante observar os seguintes procedimentos - Fazer planos iniciais; - Colocar em prática o planejamento; - Distribuir tarefas de acordo com as habilidades que cada um tem; - Utilizar o máximo de recursos para melhor elucidar a idéia; - Fazer uso de todos os talentos, habilidades e inteligência dos projetistas; 43 c) Depuração e ensaio: nesta etapa, devem ser observados os seguintes procedimentos, - Análise de tudo o que foi planejado; - Fase de autocrítica e autoavaliação; - Fase de replanejamentos e ajustes; - Depuração e criação de novas hipóteses; - Ensaio para a apresentação; - Avaliação da forma e estilo; - Execução da arte final. d) Apresentação: e nesta etapa que você mostrara seu projeto e, por isso, alguns cuidados devem ser tomados, afinal a primeira impressão vale muito. Com os conhecimentos que você tem de “oratória”, lembre-se de, - Buscar mecanismos para expor as descobertas, hipóteses, criações e conclusões; - Procurar fugir das apresentações tradicionais, se possível (fique de olho no publico para quem o projeto será apresentado); - Registrar com fotos ou filmagens a apresentação, se possível (assim você pode analisar seu projeto e sua performance). Estrutura de projeto Modelo A IDENTIFICACAO Titulo Executor 44 Equipe Técnica INTRODUCAO (fazer uma análise de conjuntura e inserir a temática do projeto na análise. Fornecer dados relevantes sobre o executor do projeto e sua atuação no mercado de trabalho) JUSTIFICATIVA (o porquê do projeto e os objetivos a que se propõe. Os objetivos devem ser divididos em geral e específicos. O primeiro da a visão geral do tema do projeto, enquanto os específicos fazem o detalhamento de cada etapa a ser cumprida no processo. Inclui-se também a clientela-alvo. DESCRICAO DA PROPOSTA (descrição da proposta e sua funcionalidade. Detalhamento das etapas para a implantação do projeto). CRONOGRAMA RESULTADOS ESPERADOS (descrever as mudanças que surgirão em função do projeto. São as metas propriamente ditas) CUSTOS (discriminação dos custos com recursos humanos e materiais) PARECER TECNICO (analise da relevância do projeto quanto a sua aplicabilidade e funcionalidade (tecnológica, comercial, social...) e analise da adequação dos custos aos objetivos propostos) Modelo B IDENTIFICACAO Escola Disciplina Professor Equipe participante APRESENTACAO (motivo do projeto) JUSTIFICATIVA 45 Argumentar a importância do tema central, citando a realidade do mercado e a realidade econômica para investir neste segmento (basear-se em livros, artigos, documentários, entrevistas ou reportagens) Identificar a tipologia do empreendimento, descrever os serviços prestados e nomear a clientela-alvo. OBJETIVOS (identificar o empreendimento e qual público deseja atingir) DESCRICAO ORGANIZACIONAL E OPERACIONAL DOS SETORES E SERVICOS ANALISE DA UTILIDADE E VANTAGENS PARA A IMPLANTACAO DO EMPREENDIMENTO ORCAMENTO BIBLIOGRAFIA APENDICES (documentação, logotipo, folder, desenhos ...) 3.3 Modelo C IDENTIFICACAO INSTITUICAO (centralizada na parte superior da folha, em letras maiúsculas. Por instituição entende-se aquela a qual está ligado o coordenador ou a que custeia a realização do projeto) TITULO (nome dado ao projeto que deve apresentar clara e sucintamente o assunto tratado. Deve ser centralizado na folha, em letras maiúsculas e em negrito) COORDENADOR (ES) (pessoa(s) responsável(eis) pelo desenvolvimento das atividades do projeto. Colocam -se alinhado(s) a margem direita, próximo (s) a base. LOCAL E DATA (onde está sediada a instituição ou equipe e o ano em que se apresenta o projeto. Centraliza-se na base da folha. RELACAO DAS PESSOAS ENVOLVIDAS (e a primeira página do projeto em que devem constar a instituição, em letra maiúscula, seguida do endereço completo; o cargo e o nome das pessoas envolvidas, seguidos do endereço completo de cada um, incluindo 46 a palavra coordenador antes do nome da pessoa que desempenha essa função. Isso tudo alinhado a margem esquerda. TEMA (e o assunto que se deseja provar ou desenvolver) OBJETIVO GERAL (e a abordagem do tema, em que se especifica o que se pretende atingir com a realização do projeto) OBJETIVOS ESPECIFICOS (e o detalhamento do objetivo geral, de modo a aplica-lo as situações particulares do projeto. Dir-se-ia que eles concretizam o objetivo geral) JUSTIFICATIVA (e o item destinado a apresentação das razoes que fizeram surgir o projeto. Ha que conter argumentos sólidos, com capacidade de convencer sobre a importância do que se pretende realizar. Deve responder a pergunta por que? Apresenta, ainda, a clientela-alvo). METODOLOGIA (e o instrumento da realização do projeto, em que se apresentam um roteiro com as principais etapas do trabalho, os métodos de procedimento, de abordagem, as técnicas (descrição de como será aplicado, codificação e tabulação) e delimitação do universo (descrição da população = pessoas, coisas ou fenômenos analisados) CRONOGRAMA (e o período destinado a cada etapa do trabalho) ORCAMENTO (e a apresentação do valor necessário para o desenvolvimento do projeto) REFERENCIAS (e a lista do material utilizado na elaboração do projeto, deve seguir a normalização da ABNT. Delimitação do tema Quando se vai delimitar o tema, que e o objeto da pesquisa para o projeto, pode-se adotar o procedimento da “delimitação do tema” para elucidações sobre os objetivos geral e específicos que se quer atingir. Exemplificando: TEMA: Poluição DELIMITACAO DO TEMA: Poluição nas praias, Poluição dos rios que abastecem Florianópolis, Poluição do ar entre outros. Seguindo esse procedimento, a clareza do que 47 se quer atingir ficara mais evidente. A seguir pode-se elaborar um “índice” sobre o assunto escolhido. Exemplificando: Tema escolhido: Poluição nas praias Índice: conceito de poluição e causas de seu surgimento; praias como ponto de lazer e turismo e suas implicações para o desenvolvimento de uma região; poluição e praias: fatores e consequências; pesquisa de campo: a realidade de algumas praias... e assim por diante. Você deve, antes de elaborar esse índice, estar bem consciente e ciente do estudoa ser realizado. Para isso, e necessária a identificação clara do problema que quer resolver ou discutir e também consultar fontes seguras de informação (professores, bibliografia, visitas...) Pergunta-se: O assunto e interessante? Já existe trabalho em andamento na área? Quais são as questões ainda não respondidas? Isso ajuda a fixar melhor o tema e os objetivos? Publicação e Divulgação de Projetos Os destinos dos projetos não devem ser os arquivos das escolas nem os fundos empoeirados das gavetas. Seu destino e tomar-se coisa pública, socializando o que foi produzido. Os projetos podem ser divulgados da seguinte maneira: Seminários para as diversas classes que compõem aquela serie. Filmes ou audiovisuais que possam juntar músicas, imagens, entrevistas e animações produzidas pelos alunos. Festivais de músicas em que os alunos compõem juris, estabelecem a premiação, Sinais indicativos ou cartilhas relacionadas aos temas propostos. 48 Publicações do projeto em jornais da instituição ou fora dela; Criação de sites que apresentem o resultado do projeto: pesquisa, investigação, questionário e outros. Criação de livro com produção coletiva de textos. Apresentação para a banca de professores e alunos de outras turmas. O momento da Apresentação Para a apresentação, devem-se ter claros: tema: segurança e objetividade; objetivos: aonde se quer chegar; público: a quem se destina; finalidade: para que apresentar este projeto; duração: tempo disponível; local: onde se dará a apresentação; data: quando; técnicas: como desenvolver o projeto e conquistar melhores resultados; motivação: como promover um clima de interação com o público; recursos: quais equipamentos serão usados durante a apresentação; metodologia: como se dará a apresentação, destaque para vivencias praticas. 5.8 E-MAIL O correio eletrônico (e-mail) transformou-se na principal forma de comunicação para expedição de avisos e, inclusive, de documentos em empresas e instituições. Isso tudo se deu com o advento da internet, e a comunicação por e-mail tornou-se essencial nas relações comerciais, tanto interna como externa, seja por seu baixo custo ou pela sua 49 celeridade. O e-mail proporciona rapidez e, também, oficializa, por se utilizar da modalidade escrita, a comunicação. Linguagem e dicas na elaboração de um e-mail formal Um dos encantos deste tipo de comunicação é sua flexibilidade, pois não há preocupação quanto à forma para sua composição. No entanto, deve-se evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial. O campo assunto do formulário do e-mail, deve-se preencher com uma informação que resume o objetivo da mensagem, de modo a facilitar o entendimento tanto do destinatário quanto do remetente. Os arquivos anexos à mensagem devem trazer informações mínimas sobre seu conteúdo. É muito interessante utilizar, sempre que possível, o recurso de “confirmação de leitura” ou deve constar na própria mensagem o pedido de confirmação de recebimento. Lembre- se de que, quando redigir um e-mail, escreva textos de fácil e rápida assimilação. Portanto, textos curtos são os melhores e, na hora de responder, seja ágil. O padrão dos textos para internet é de cerca de 60 caracteres por linha e, se a quantidade de informações for muito grande, prefira anexar em arquivos. Não utilize letras maiúsculas ou em negrito, nem abreviaturas e ícones de emoção. Cuidado com as respostas, pois elas não devem ser pomposas e longas, porém, preste atenção, as respostas curtas demais também não são bem vistas, pois elas podem prejudicar o entendimento da mensagem. Ao finalizar a redação do e-mail, leia sempre o que você escreveu, pois é muito desagradável receber um texto cheio de erros ortográficos e/ou concordância, não é mesmo? Com a leitura final da mensagem do e-mail, certifique-se de que seu destinatário compreenderá as informações que você deseja repassar. 50 6.0 ELABORAÇÃO DE TRABALHO ACADÊMICO A estrutura do trabalho é composta por três partes (pré-textuais, textuais e pós- textuais) e para cada etapa existem informações obrigatórias e opcionais. PRÉ-TEXTUAIS: CAPA (obrigatório): nome do autor; título; subtítulo (se houver); número de volumes (quando houver mais de um); local da instituição onde será apresentado; ano de entrega. FOLHA DE ROSTO (obrigatório): Anverso: a) nome do autor; b) título (deve ser claro, preciso e identificar o conteúdo do trabalho); c) subtítulo (se houver, deve evidenciar sua subordinação, através do sinal de dois pontos); d) número de volumes (se houver mais de um, deve constar em cada respectiva folha de rosto); e) natureza (dissertação, tese e outros) e objetivo (aprovação em disciplina, grau pretendido e outros), nome da 51 instituição a que é submetido, área de concentração; f) nome do orientador e, se houver, do co-orientador; g) local da instituição e h) ano da entrega. Verso: Deve conter apenas a ficha catalográfica. ERRATA (OPCIONAL): deve ser logo em seguida da folha de rosto, se houver erro e, encartada ou avulsa acrescida ao trabalho depois de impresso. FOLHA DE APROVAÇÃO (obrigatório): contém autor, título (e subtítulo, se houver), local e data de aprovação, nome, assinatura e instituição dos membros componentes da banca examinadora. Dedicatória (opcional): o autor presta homenagem ou dedica seu trabalho. AGRADECIMENTOS (opcional): àqueles que contribuíram de maneira relevante, ou mesmo instituições de fomento (Fapesp, Capes, CNPq etc.) EPÍGRAFE (opcional): traz a citação de um pensamento que de certa forma serviu de base ao trabalho, seguida de seu autor. RESUMO NA LÍNGUA VERNÁCULA (obrigatório): deve ser um texto claro e conciso, não apenas tópicos. Precisa ser objetivo e não passar de 500 palavras. E, logo em seguida, apresentar as palavras mais representativas do conteúdo do texto, ou seja, as palavras-chave. RESUMO EM LÍNGUA ESTRANGEIRA (obrigatório): idêntico ao item anterior, apenas em língua estrangeira. SUMÁRIO (obrigatório): consiste na enumeração das principais divisões, seções e outras partes do trabalho, na mesma sequência em que aparecem. Não tem o mesmo objetivo do índice. LISTA DE ILUSTRAÇÕES (opcional): deve apresentar na mesma ordem em que aparece no texto. Recomenda-se uma lista para cada tipo de ilustração. Ex.: quadros, gráficos, plantas etc. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS (opcional): relação em ordem alfabética, seguida das palavras ou expressões correspondentes grafadas por extenso. Recomenda-se uma lista para cada tipo. 52 LISTA DE SÍMBOLOS (opcional): deve apresentar na mesma ordem em que aparece no texto, com seu devido significado. TEXTUAIS INTRODUÇÃO: deve constar a delimitação do assunto tratado, objetivos da pesquisa e demais elementos necessários para situar o tema. DESENVOLVIMENTO: parte principal, contém a exposição ordenada e pormenorizada do assuntos, divide-se em seções e subseções. Varia em função da abordagem do tema e método. CONCLUSÃO: parte final, apresenta conclusões correspondentes aos objetivos ou hipóteses. PÓS-TEXTUAIS REFERÊNCIAS (obrigatório): conjunto padronizado de informações retiradas do material informacional consultado. APÊNDICE (opcional): texto utilizado quando o autor pretende complementar sua argumentação. São identificados por letras maiúsculas e travessão, seguido do título. ANEXO (opcional): texto ou documento não elaborado pelo autor para comprovar ou ilustrar. São identificados por letras maiúsculas e travessão, seguido do título. GLOSSÁRIO (opcional): lista alfabética de expressões técnicas de uso restrito, utilizadas no texto e suas respectivas definições. FORMAS DE APRESENTAÇÃO FORMATO: papel em branco, formato A4 (21,0 cm X 29,7 cm), digitados no anverso da folha. Recomenda-se a fonte tamanho12 para o texto e tamanho 10 para as citações longas e notas de rodapé. Margem: esquerda e superior de 3,0 cm e direita e inferior de 2,0 cm. ESPACEJAMENTO: todo o texto deve ser digitado com 1,5 de entrelinhas. As citações longas, as notas, as referências e os resumos devem ser digitados em espaço simples. Os títulos das seções devem ser separados do texto que os sucede por uma entrelinha dupla 53 ou duas linhas simples. Notas de rodapé: digitadas dentro da margem, ficam separadas com espaço simples de entrelinhas e um filete de 3,0 cm a partir da margem esquerda. INDICATIVO DE SEÇÃO: o indicativo numérico precede seu título, alinhado à esquerda, somente com o espaço de um caractere. Para os títulos sem indicação numérica, ficam centralizados. Paginação: a numeração é colocada a partir da primeira folha da parte textual, em algarismos arábicos, no canto superior da folha a 2,0 cm da borda superior, ficando o último algarismo da borda direita da folha. Se o trabalho tiver mais de um volume a sequência deve ser mantida no volume seguinte, a partir do texto principal. NUMERAÇÃO PROGRESSIVA: é utilizada para destacar o conteúdo do trabalho. Podem ser usados os demais recursos existentes, como caixa alta, negrito etc. CITAÇÃO: menção de uma informação extraída de outra fonte. Abreviaturas e siglas: quando aparecem pela primeira vez, deve-se colocar por extenso e a sigla entre parênteses. EQUAÇÕES E FÓRMULAS: aparecem destacadas no texto, de forma a facilitar sua leitura. Na sequência normal do texto, é permitido o uso de uma entrelinha maior que comporte por exemplo, expoentes, índices etc. Quando destacadas devem ser centralizadas. Quando fragmentadas, por falta de espaço, devem ser interrompidas antes do sinal de igualdade ou depois dos sinais de adição, subtração, multiplicação e divisão. ILUSTRAÇÕES: Figuras: elementos autônomos que explicam ou complementam o texto. Qualquer que seja seu tipo (gráfico, planta, fotografia etc.) deve ter sua identificação como "Figura" seguida de seu número de sequência de ocorrência no texto em algarismos arábicos. A legenda deve ser breve e clara. Tabelas: de caráter demonstrativo, apresentam informações tratadas estatisticamente. O título aparece na parte superior, precedido da palavra "Tabela" seguida de seu número de sequência de ocorrência no texto em algarismos arábicos. Para tabelas reproduzidas, informe a fonte e é necessária a autorização do autor, mas não é preciso esta menção. Se não couber em uma única folha, deve ser continuada na folha seguinte e, nesse caso, não é delimitada por traço horizontal na parte inferior, sendo o título e o cabeçalho repetidos na nova folha. As separações horizontais e verticais para divisão dos títulos das colunas e para fechá-las na parte inferior, evitando separação entre linhas e colunas. Para os dois casos, sua inserção deve estar próxima ao texto respectivo 54 Existem quatro definições para citação: 1. Citação: menção, no texto, de uma informação extraída de outra fonte; 2. Citação direta: transcrição textual do autor consultado; 3. Citação indireta: transcrição livre do autor consultado; 4. Citação de citação: transcrição direta ou indireta em que a consulta não tenha sido no trabalho original. 55
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