Buscar

Caso do menino Julino

Prévia do material em texto

Caso do menino Juliano1 
Caso do aluno Juliano sempre foi uma criança alegre. Gostava de jogar bola, 
correr, brincar com carrinhos. Mas não era somente dessas coisas que ele gostava. 
Na verdade, desde pequeno, quando ainda não ia à escola, sua mãe, que é 
professora, trazia livrinhos, com muitas ilustrações, de presente para ele. O menino 
adorava as cores, as figuras, e também vivia atrás dos irmãos mais velhos pedindo 
para participar dos jogos eletrônicos, do pai, e até da cozinheira, a Rita, pedindo que 
contassem as histórias. Nem sempre conseguia. Rita dizia que tinha que acabar de 
fazer o almoço porque os irmãos iam chegar da escola morrendo de fome. A mãe de 
Juliano era professora e trabalhava em 2 turnos, manhã e tarde e o pai também 
trabalhava em 2 turnos como gerente, numa loja de eletrodomésticos. Ninguém tinha 
tempo para contar histórias para Juliano. 
Mas o menino não desistia. Muitas vezes, Juliano olhava as ilustrações e ficava 
imaginando suas histórias ou ficava imaginando e idealizando como seria “passar de 
fase” nos jogos que gostava. Ele ficava intrigado querendo descobrir o que 
significavam aquelas mensagens que apareciam nos personagens. Juliano tinha um 
sonho: entrar para a escola. 
Finalmente, o grande dia chegou. Ele estava com 5 anos e sua mãe decidiu 
levá-lo para a pré escola, lá mesmo onde ela trabalhava pela manhã. Era uma escola 
bem agradável, da rede particular de ensino. As salas espaçosas, a professora jovem, 
muitos jogos, brinquedos, livrinhos e uma sala multimídia. Espaço para brincar. Na 
hora do lanche, saíam para o pátio onde lavavam suas mãozinhas e comiam o que 
haviam trazido de casa. 
O garoto gostava de ouvir a história da tartaruga que apostou uma corrida com 
o coelho e acabou ganhando, do gato que usava botas e do João que plantou um pé 
de feijão que cresceu tanto que foi parar no céu. No entanto, o que mais o encantava 
eram os momentos de atividades na sala de multimídia: vídeos, jogos, músicas, os 
aplicativos de desenho, de pintura e outros recursos tecnológicos. Juliano ficava 
fascinado com as cores e dos ambientes virtuais dos jogos. 
Com tanta motivação para aprender, logo Juliano começou a juntar as letras e 
formar as palavras. Ao final do 1º ano, quando estava quase completando 7 anos, 
Juliano já conseguia ler algumas palavras e continuava gostando muito de aprender a 
escrever. Ir para a escola era uma coisa que fazia o menino feliz. Juliano também 
 
1
 Adaptação do caso produzido pela profª Maria Queiroga Amoroso Anastácio em 2014. 
Universidade Aberta do Brasil Universidade Federal de Juiz de Fora Curso de Pedagogia, TCCI 
2014. 
gostava de aprender os números e achava bem legal quando a professora trazia 
muitas tampinhas de garrafa de cores diferentes e inventava um jogo em que eles iam 
trocando tampinhas de uma cor por tampinhas de outra cor. Gostava também de 
formar os pares e logo aprendeu a escrever os números e a fazer a continha de mais. 
A vida de Juliano na escola foi seguindo o curso normal. Do primeiro ao 
terceiro ano tudo correu às mil maravilhas. Sabia copiar tudo que a professora 
colocava no quadro. Quando queria perguntar levantava a mão esperando que 
chegasse a sua vez para ser atendido, não conversava quando não podia, enfim era 
uma criança que, segundo a própria professora dizia, “não dava nenhum problema”. 
Mas o fato é que Juliano estava começando a ter um problema com a 
matemática. Na verdade, nas aulas de matemática já estava sabendo a conta de mais 
e a conta de menos com muitos algarismos. Fazia sempre do jeito que a professora 
tinha ensinado. Escrevia a primeira parcela e embaixo a segunda, tendo o cuidado de 
organizar de modo que unidade ficasse em cima de unidade, dezena com dezena, e 
assim por diante. Nas contas de menos, sabia pedir emprestado quando o algarismo 
de baixo era maior do que o de cima, mas nunca entendia muito bem porque na 
matemática nunca precisava devolver o que havia pedido emprestado. 
Aliás, tinha muitas coisas na matemática que sabia fazer seguindo os modelos 
que a professora dava, mas não entendia muito bem o porquê. Difícil mesmo era 
quando a aula era de probleminhas. Juliano ficava na dúvida se tinha que somar ou 
subtrair. Na verdade, apesar de gostar de ler histórias, quando lia o que o problema 
dizia, achava tudo meio estranho. Um dia, por exemplo, o problema dizia que Paulo 
tinha 12 figurinhas a mais do que Lucio e queria saber quantas Lucio tinha e a 
professora disse que era para fazer a conta de menos. Mas, “se tinha a palavra „mais‟ 
não seria o caso de fazer a conta de mais?”, pensava o menino. Assim seguiram os 
dias de Juliano na escola, ele tirava nota máxima em quase tudo, menos em 
matemática. 
Resultado, ele ficou nas férias tendo um acompanhamento pedagógico. 
 
 Quais as estratégias de aprendizagem poderiam ser utilizadas, caso você fosse 
a professora de Matemática do Juliano? Justifique sua resposta com base nas 
leituras de nossa disciplina.

Continue navegando