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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro CEDERJ-UENF - APX1/2020-1ºsem./ Disciplina: Prática de Ensino II Cursos de Licenciaturas em Biologia, Física, Matemática, Química, Letras, Turismo. Coordenador: Gerson Tavares do Carmo Polo: São Francisco Curso: Matemática Aluno (a): Stephany Santos de Souza Matrícula: 18113010265 QUESTÕES Você será avaliado pela capacidade de seguir as instruções dadas em cada questão. Questão 1- (6,0) Leia os dois textos a seguir em busca de trechos que possam servir de exemplos da concepção curricular tradicional, sublinhando-os Texto 1: EVA, A VILÃ! Era uma vez uma menina que se chamava Eva. No primeiro dia de aula, quando a professora lhe perguntou o nome, ela respondeu: “Eu me chamo Vilã.” “Tens outros nomes?”, diz a professora. “Eu também sou chamada de Besta, Egoísta, Sonsa e Cabeça-Dura.” A pequena Eva quase nunca tinha escutado o seu prenome. Também tampouco alguém lhe tinha dito que ela era gentil, inteligente, generosa e sensível. A professora, a quem tinha acontecido a mesma desventura, volta- se para esconder a sua emoção e depois diz a ela, esforçando-se para sorrir: “Acho que tu te chamas Eva.” Perturbada com a história da pequena Eva, a professora chorou toda a noite, falando a seu respeito com o marido. Depois de bem aliviadas todas as emoções despertadas pela história de Eva, decidiram que, antes do término do ano escolar, a criança iria descobrir seu verdadeiro nome e seu verdadeiro rosto. No dia seguinte, a professora começou o dia com uma história. Tratava-se de um menino chamado Adão e de sua irmã Eva. Adão era muito arteiro, mas sempre conseguia fazer com que acreditassem que a culpada era a irmã. Um dia, a mãe de Adão preparou uma torta de maçãs, o prato preferido do pai. Tinha escolhido as maçãs bem maduras, e Adão comeu-as, umas atrás das outras. Como de hábito, iria contar à mãe, que tinha sido a Eva, quem tinha comido todas as maçãs. Resignada e aterrorizada, Eva foi mandada para cama sem jantar. Com a ajuda das crianças, a professora construiu durante todo o ano a história do irmão e da irmã. À medida que o ano avançava, Adão foi se tornando mais gentil, e Eva, mais feliz. Chegou até uma vez em que Eva roubou o batom de sua mãe, e que Adão disse que tinha sido ele quem o tinha tirado. Desconcertada com a professora tão gentil, que sempre sorria para ela e a encorajava, Eva tentava provar a ela que, no fundo, era realmente besta e vilã. Recusou-se a aprender a ler. Roubou uns níqueis da bolsa da professora. Mas esta, estimulada pelo marido, desfez todas essas pequenas astúcias. No fim do ano, Eva ainda não sabia ler nem escrever, mas tinha compreendido que as pessoas grandes tinham lhe mentido a seu respeito. No ano seguinte, teve oportunidade de cair com um professor que pôde ajudá-la a descobrir que era inteligente. Recuperou seu atraso. Pouco a pouco, Eva descobriu que existiam muitas outras crianças a quem tinham mentido. Conseguiu até compreender que isso não era verdadeiramente culpa das pessoas grandes, pois também tinham mentido para essas pessoas grandes quando elas eram crianças. Promete a si mesma que, quando for grande, não irá mentir às crianças, mas, ao contrário, irá ajudá-las a descobrir a verdade sobre si mesmas e sobre o mundo. Ela manteve a palavra ( SCHIFF,1993, p. 165). Texto 2: FLOR VERMELHA DO CAULE VERDE Era uma vez um menino. Ele era bastante pequeno e estudava numa grande escola. Mas, quando o menino descobriu que podia ir à escola e, caminhando, passar através da porta ficou feliz. E a escola não parecia mais tão grande quanto antes. Certa manhã, quando o menininho estava na aula, a professora disse: – Hoje faremos um desenho. – Que bom! Pensou o menino. Ele gostava de fazer desenhos. Podia fazê-los de todos os tipos: leões, tigres, galinhas, vacas, barcos e trens. Pegou então sua caixa de lápis e começou a desenhar. Mas a professora disse: – Esperem. Ainda não é hora de começar. E ele esperou até que todos estivessem prontos. – Agora, disse a professora, desenharemos flores. – Que bom! Pensou o menininho. Ele gostava de desenhar flores. E começou a desenhar flores com seus lápis cor-de-rosa, laranja e azul. Mas a professora disse: – Esperem. Vou mostrar como fazer. E a flor era vermelha com o caule verde. Num outro dia, quando o menininho estava em aula ao ar livre, a professora disse: – Hoje faremos alguma coisa com barro. – Que bom! Pensou o menininho. Ele gostava de barro. Ele podia fazer todos os tipos de coisas com barro: elefantes, camundongos, carros e caminhões. Começou a juntar e a amassar a sua bola de barro. Mas a professora disse: – Esperem. Não é hora de começar. E ele esperou até que todos estivessem prontos. – Agora, disse a professora, faremos um prato. – Que bom! Pensou o menininho. Ele gostava de fazer pratos de todas as formas e tamanhos. A professora disse: – Esperem. Vou mostrar como se faz. E mostrou como fazer um prato fundo. Assim, disse a professora, podem começar agora. O menininho olhou para o prato da professora. Então olhou para seu próprio prato. Ele gostava mais de seu prato do que do da professora. Mas não podia dizer isso. Amassou o seu barro numa grande bola novamente e fez um prato igual ao da professora. Era um prato fundo. E, muito cedo, o menininho aprendeu a esperar e a olhar, e a fazer as coisas exatamente como a professora fazia. E, muito cedo, ele não fazia mais as coisas por si mesmo. Então aconteceu que o menino e sua família mudaram-se para outra casa, em outra cidade, e o menininho teve que ir para outra escola. No primeiro dia, ele estava lá. A professora disse: – Hoje faremos um desenho. – Que bom! Pensou o menininho. E ele esperou que a professora dissesse o que fazer. Mas a professora não disse. Ela apenas andava pela sala. Então, veio até ele e falou: – Você não quer desenhar? – Sim, disse o menininho. O que é que nós vamos fazer? – Eu não sei até que você o faça, disse a professora. – Como eu posso fazer? Perguntou o menininho. – Da mesma maneira que você gostar. Respondeu a professora. – De que cor? Perguntou o menininho. – Se todos fizerem o mesmo desenho e usarem as mesmas cores, como eu posso saber quem fez o quê e qual o desenho de cada um? – Eu não sei, disse o menininho. E ele começou a desenhar uma flor vermelha com caule verde. (Conto de Helen Barckley - Disponível em: http://bsabreu.blogspot.com.br) 1.1 Considerando a concepção curricular tradicional, sobre os textos lidos, destacando (na tabela abaixo) trechos semelhanças os seguintes aspectos: Características Exemplos semelhantes (escreva apenas as 3 palavras iniciais De...... até ....... (as 3 palavras finais) A inteligência desperdiçada T 1 De era uma vez... Até e Cabeça-Dura" T 2 De então, veio até... Até com caule verde. Desigualdade social T 1 De como de hábito, Até cama sem jantar. T 2 De então aconteceu que... Até professora não disse. Injustiça escolar T 1 De no fim do... Até a seu respeito. T 2 De o menininho olhou... Até ao da professora. Papel do professor T 1 De no dia seguinte, Até sua irmã Eva. T 2 De num outro dia, Até fazer um prato fundo. Papel do aluno T 1 De recuperou... Até o seu atraso. T 2 De e muito cedo, Até por si mesmo. Questão 2- (4,0) Tendo em vista o Fórum “Currículo no contexto escolar” da disciplina Prática de Ensino II (que ficou aberto para discussão até o dia 16 de abril de 2020), elabore um texto sobre o seguinte título: O Currículo e seu papel no ambiente escolar. É preciso compreender o currículo levandoem conta a sua complexidade, ele vai além do que um simples roteiro que orienta o professor acerca do conteúdo. Para isso, a escola (instituição, docentes, etc.) precisa entender o seu papel social de referenciar seus alunos quanto às suas relações sociais, bem como desconstruir as desigualdades sociais. Só assim, o currículo será construído passo a passo por todas as partes integrantes deste processo. Vale ressaltar que as diretrizes para organização do conteúdo têm por objetivo garantir o ‘fornecimento’ de uma educação igualitária, mas isto não é possível sem que seja levado em conta o contexto no qual o aluno está inserido. Por isso é importante salientar que, neste sentido, as teorias pedagógicas devem orientar, mas levando em consideração o contexto no qual foram escritas, para adequá-las à realidade proposta. Enfim, sabe-se que o currículo é um processo em constante construção, todavia, sem o entendimento da relevância desta ferramenta no contexto escolar, pouco se aproveita do seu imenso potencial em converter a escola em um agente transformador da sociedade.
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