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Nesta webaula. Estudaremos os conceitos mais importantes sobre carboidratos. Carboidratos Os carboidratos ou açúcares são as biomoléculas mais abundantes na Terra; possuem grande diversidade estrutural, o que lhes permite muitas funções, como: ser fonte e reserva de energia, componentes de matriz extracelular e de secreções da mucosa, formar parede celular de plantas e bactérias, reconhecer e sinalizar as células, interagir com células e com elementos da matriz extracelular etc. Fonte: Shutterstock. A glicobiologia é a área de estudo sobre carboidratos. Já o glicoma é o conjunto de todos os carboidratos do organismo. É importante ressaltar que existem muitas doenças associadas aos carboidratos, como: Diabetes mellitus. Mucopolissacaridoses. Intolerâncias à lactose e à sacarose. Doenças de armazenamento de glicogênio. Classi�cação dos carboidratos Os carboidratos são classi�cados em monossacarídeos, dissacarídeos, oligossacarídeos e polissacarídeos. Monossacarídeos Bioquímica Aplicada à Saúde Introdução aos carboidratos Você sabia que seu material didático é interativo e multimídia? Isso signi�ca que você pode interagir com o conteúdo de diversas formas, a qualquer hora e lugar. Na versão impressa, porém, alguns conteúdos interativos �cam desabilitados. Por essa razão, �que atento: sempre que possível, opte pela versão digital. Bons estudos! Os monossacarídeos são os açúcares mais simples constituídos por um esqueleto carbônico de 3 a 7 átomos de carbono, com dois ou mais grupos hidroxila e com o grupo aldoxila ou carbonila. Se o monossacarídeo apresenta o grupo aldoxila, é denominado aldose; caso apresente o grupo carbonila, o monossacarídeo é denominado cetose. Exemplos de aldoses: gliceraldeído (3 carbonos), ribose (5 carbonos), glicose (6 carbonos) e galactose (6 carbonos). Exemplos de cetoses: di-hidroxiacetona (3 carbonos) e frutose (6 carbonos). Dissacarídeos Os dissacarídeos são carboidratos formados por dois monossacarídeos unidos pela ligação glicosídica. Exemplos de dissacarídeos: sacarose (formada pela glicose e frutose), lactose (formada pela galactose e glicose) e maltose (formada por duas unidades de glicose). Oligossarídeos Os oligossacarídeos são polímeros formados por poucos monossacarídeos unidos pelas ligações glicosídicas. Polissacarídeos Os polissacarídeos são longas cadeias formadas por muitas unidades de monossacarídeos unidas pelas ligações glicosídicas. São classi�cados em homopolissacarídeos, quando contêm apenas um único tipo de monossacarídeo, ou heteropolissacarídeos, quando contêm dois ou mais tipos de monossacarídeos. Também podem ser classi�cados em rami�cados ou não rami�cados (lineares). Exemplos de homopolissacarídeos lineares: amilose (constituinte do amido) e celulose. Exemplos de homopolissacarídeos rami�cados: glicogênio e amilopectina (constituinte do amido). Exemplos de heteropolissacarídeos lineares: peptideoglicano e glicosaminoglicanos. Glicogênio O glicogênio é a forma de armazenamento de glicose das células animais, especialmente �bras musculares e hepatócitos. Nas células das plantas, o amido é a forma de armazenamento de glicose. A D-glicose é uma importante fonte de energia. A celulose é componente da parede celular de plantas. No glicogênio e no amido, as moléculas D-glicose estão unidas por ligações do tipo (alfa 1 - 4), na cadeia principal, e por ligações do tipo (alfa 1 - 6), nas rami�cações. Na celulose, as moléculas D- glicose estão unidas por ligações do tipo (beta 1 - 4). Glicosaminoglicanos Os glicosaminoglicanos são longas cadeias de heteropolissacarídeos, formadas por repetições de unidade dissacarídica composta por um açúcar ácido (ácido D-glicurônico ou ácido L-idurônico) e por um açúcar aminado (D-glicosamina ou D- galactosamina). Devido aos grupos carboxila e sulfato, os glicosaminoglicanos possuem carga negativa. Com isso, atraem grande quantidade de moléculas de água, o que garante a viscosidade, lubri�cação, adesão e resistência à compressão das secreções das mucosas, do �uido sinovial e da matriz extracelular. Também são conhecidos como mucopolissacarídeos. Glicoconjugados Os glicoconjugados são compostos por proteínas ligadas às cadeias de carboidratos. Exemplos de glicoconjugados: proteoglicanos, glicoproteínas e glicoes�ngolipídeos. Proteoglicanos Os proteoglicanos são formados por glicosaminoglicanos ligados às cadeias proteicas e são componentes importantes da matriz extracelular. Glicoproteínas As glicoproteínas são proteínas ligadas a oligossacarídeos; são encontradas na membrana plasmática, na matriz extracelular e no plasma sanguíneo; e atuam no reconhecimento e na sinalização celulares, na interação entre células e com a matriz extracelular. Glicoes�ngolipídeos Os glicoes�ngolipídeos são compostos por es�ngolipídeos ligados a oligossacarídeos. São componentes de membrana plasmática e participam do reconhecimento e da sinalização celulares. Lactulose A lactulose é um dissacarídeo formado pela ligação química entre o carbono 1 da alfa-D-galactose e o carbono 4 da beta-D- frutose. Esse dissacarídeo sintético não é digerido pelas glicosidases (enzimas que catalisam a hidrólise das ligações glicosídicas) intestinais. No intestino grosso, a lactulose é hidrolisada pela ação de enzimas da microbiota intestinal, originando ácidos graxos de cadeia curta, com isso, ocorre o aumento da osmolaridade no lúmen do intestino grosso, atraindo a água por osmose. Dessa maneira, a massa fecal tem o seu volume aumentado, o que estimula o peristaltismo no intestino grosso e, consequentemente, a motilidade propulsora da massa fecal em direção ao reto, por isso, a lactulose é usada na clínica como laxante para tratamento da constipação. Outro uso que temos para a lactulose é o tratamento da encefalopatia hepática. Os pacientes com doenças hepáticas graves têm capacidade reduzida em converter a amônia (produto do metabolismo de aminoácidos e da microbiota intestinal) em ureia no fígado; a amônia atravessa a barreira hematoencefálica e pode provocar danos neurológicos graves (encefalopatia). Ao ser hidrolisada em ácidos graxos de cadeia curta, a lactulose reduz o pH do lúmen intestinal devido à maior quantidade de prótons, que reagem com a amônia produzida pela microbiota intestinal, originando o íon amônio, que não consegue atravessar a mucosa intestinal. Dessa maneira, a amônia é retida no lúmen intestinal na forma de íon amônio, que será eliminado com as fezes. Assim, a lactulose reduz a sobrecarga de amônia para o fígado por meio da diminuição da absorção da amônia bacteriana pela mucosa intestinal. Para �nalizar esta webaula, indicamos alguns livros de Bioquímica disponíveis na plataforma Minha Biblioteca. O livro Princípios de Bioquímica de Lehninger é uma referência para qualquer assunto de Bioquímica. Você pode estudar o capítulo 7, que trata de carboidratos e glicobiologia. NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de bioquímica de Lehninger. 6. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014. Caso você pre�ra um livro com mais ilustrações e esquemas, sugerimos Bioquímica Ilustrada. O capítulo 7 trata dos carboidratos e o capítulo 14 aborda os glicosaminoglicanos e glicoconjugados. FERRIER, D. R. Bioquímica ilustrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2019. Para expandir mais os seus horizontes, sugerimos a leitura de materiais sobre doenças genéticas relacionadas aos carboidratos e glicoconjugados. O primeiro material é um artigo sobre as mucopolissacaridoses. Apesar do enfoque na odontologia, a revisão sobre essas doenças genéticas está muito bem elaborada e vale a leitura. CANCINO, C. M. H. et al. Mucopolissacaridose: características e alterações bucais. Revista da Faculdade de Odontologia, Passo Fundo, v. 21, n. 3, p. 395-400, 2016. O outro material que indicamos é o capítulo 5 do livro Robbins & Coltran Patologia – Bases Patológicas das Doenças, dedicado às doenças genéticas. Desse capítulo, sugerimos a leitura da Síndrome de Marfan e as doenças de armazenamento lisossômico. KUMAR, V.; ABBAS, A. K.; ASTER,J. C. Robbins & Coltran patologia: bases patológicas das doenças. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
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