Imperio Nubia

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Ana Beatriz Almeida
Ana Clara Cardim
Ana Rafaela Boudoux
Cauã Oliveira
Júlia Santana 
Kaik Martinez
 
 
 
 UM REINO COLONIZADO QUE SE TORNOU IMPÉRIO: 
 NÚBIA
 
 
 MARÇO-2023
 Ana Beatriz Almeida
Ana Clara Cardim
Ana Rafaela Boudoux
Cauã Oliveira
Júlia Santana 
Kaik Martinez
 UM REINO COLONIZADO QUE SE TORNOU IMPÉRIO: 
 NÚBIA.
 
 Trabalho apresentado na disciplina de história na instituição de ensino: Escola Sesi José Carvalho.
 Professor. José Wilson
 
 MARÇO- 2023
RESUMO
Nesse artigo iremos explorar e aprender sobre o Império Núbia. Com o objetivo de abordar suas particularidades, como a cultura, sua forma de governo, a economia, seu território, religiosidade... desses sujeitos que habitavam as margens do rio Nilo. Para isso, é importante destacar que a Núbia esteve em constante contato com o Egito durante boa parte de sua história e que este, em diversos momentos, avançou sobre a região com expedições militares e colonizadoras. 
Portanto, é importante compreender e conhecer a história e cultura dos povos africanos e afro-brasileiros para o processo de inclusão social da imensa maioria mestiça da sociedade brasileira, mas acima de tudo, pensar como nos tornamos este povo multifacetado, com variados matizes e culturas, formado por europeus, ameríndios e africanos, todos com igual papel neste processo.
Palavras-chave: Império; Egito; Conhecer; Cultura; África. 
INTRODUÇÃO
A Núbia (Reino Kush) se formou em 4000 a.C., localizada ao sul do Egito e norte do Sudão (África subsaariana), entre a 2ª e a 6ª catarata do Nilo. Conhecida por ser a “terra do ouro” era habitada por uma população negra com língua e origem étnica africana. A capital do reino ficava na cidade de Napata, que era o centro religioso e comercial da civilização. A Núbia se localizava em um lugar estratégico, pois ali passava mercadores, viajantes que vinham das variadas regiões do sul e norte da África, por isso foi um local de muita importância para a história da humanidade.
Os núbios compartilhavam certa semelhança cultural com os egípcios, que lutaram entre si. Os egípcios queriam se expandir ao sul, com o objetivo de garantir seu poder militar e a exploração de ouro, portanto o Egito sofreu uma queda em sua linhagem. Tempos depois, o Egito retomou sua ideia de expansão, pela liderança do Faraó Tutemes l, durante a tomada do território, os núbios tentaram resistir, mas foram derrotados pelo Faraó. Esse foi o período chamado egipcianização da Núbia, no qual adotou-se a religião, o culto às divindades egípcias, os costumes funerários e a construção de pirâmides, nas capitais kushitas, por exemplo, foram construídas diversas pirâmides.
Com o enfraquecimento da administração egípcia, os núbios tiveram a chance de criar um novo reino, governado pela sua capital, e assim fizeram.
O Reino Kush conseguiu se libertar do domínio egípcio quando o monarca núbio Piankhy derrubou os assírios que comandavam o Egito e o unificou a Núbia, iniciando o reinado dos ‘‘faraós negros’’ no Egito. A dinastia dos faraós negros durou por 52 anos, quando foram derrotados pelos assírios e Kush novamente invadido pelos egípcios.
Após a queda dos faraós Negros, o Egito passou por muitos governantes estrangeiro, como os assírios, os romanos, os gregos, e persas. Mesmo durante a Era Cristã a cidade de Meroé, foi vista como grande e avançada, sendo abastecida pelo rio Nilo e rotas comerciais. 
 
1. DESENVOLVIMENTO
A seguir, informações gerais sobre o Império Núbio, como sua religião, economia, forma de governo, escrita, cultura...
1.1 Importância do Rio Nilo
O Nilo é o maior rio em extensão do mundo, foi de extrema importância para o desenvolvimento e prosperidade dos povos egípcios e africanos. Além de trazer água e solo fértil do interior da África, as enchentes anuais do Nilo eram responsáveis pela restauração dos campos, trazendo nutrientes para seu solo. 
O Nilo ligava várias partes da Europa com o Oriente e a África, tornando-se uma rota marítima muito importante e dando ao rio grande valor comercial.
Além disso, através do Nilo era possível criar canais de irrigação, beneficiando a agricultura, que era fonte de sobrevivência para os povos que ali habitavam.
1.2 Economia 
No começo, os núbios viviam como nômades, sua sobrevivência baseava-se na caça, pesca e coleta. Com o tempo, eles desenvolveram novas técnicas para represar e canalizar as águas do Nilo, aprimorando a agricultura. Tempos depois, a pecuária foi surgindo, suas terras eram ricas em metais, principalmente ouro, então eles tinham amplas redes de mineração e exploração de recursos minerais diversos, o que era um bom destaque comercial na época. 
1.3 Atividades Econômicas
Desde os princípios, os habitantes da Núbia desenvolviam técnicas para produzir artigos de pedra, ferro e de cerâmica.
Na Núbia, havia cerâmica em abundância, importada do Egito ou produzida na própria região. Os principais produtos que os oleiros produziam eram os vasos arredondados, grande parte vermelho e preto.
Os núbios cultivavam trigo, cevada, domesticavam bois, ovelhas, cabras e carneiros; praticavam também a pesca. 
Antes mesmo da unificação do reino egípcio, os núbios já haviam estabelecido relações comerciais com as comunidades que viviam na região egípcia. Em troca de peças em cobre, conchas e pedras trabalhadas, os núbios forneciam goma, incenso, peles de animais, madeira, marfim, ouro e pedras para a construção de templos e pirâmides no Egito.
1.4 Forma de governo
A Núbia foi governada por uma série de faraós negros, esses faraós eram chefes políticos e militares. Sua função era conduzir as atividades agrícolas da nação, ele também orientava quais seriam as obras públicas e demais construções a serem executadas pelos servos.
Os núbios já tinham sua própria forma para proceder à sucessão de seus reis. Diferente da regra egípcia, no qual o poder passava de pai para filho, no Império Núbio, quando um rei morria, seu poder era entregue a seu segundo irmão, que governava de forma vitalícia. Em continuação, o trono era passado para cada um dos irmãos sobreviventes. Terminado essa sucessão, o poder real era entregue ao filho mais velho de quem primeiro reinou, só depois, era retomado a linhagem de irmão para irmão.
1.5 Religião
Os antigos núbios, assim como os egípcios, eram politeístas, ou seja, acreditavam em múltiplos deuses, normalmente cada deus é dedicado a uma característica da natureza. Um mesmo deus podia ter nomes e aparências variadas, conforme a região e o período histórico.
Alguns destes eram representados com formas humanas. Outros com cabeça de animais e corpo de humanos, ou seja, eram antropomorfos. Era comum a adoração de animais, incluindo o gato, o crocodilo, o carneiro, o leão, o elefante e outros.
Alguns deuses do politeísmo:
- Dedun: “Senhor da Núbia”, conhecido como o deus do Sul e fornecedor de incenso.
- Osíris: Era o juiz dos mortos. Deus da morte, mestre da vida e da eternidade. Herói de muitas lendas.
- Ísis: Deusa querida por todos os núbios, venerada no templo de File. Trazia na cabeça um disco e uma cornadura de vaca, está sempre associada a Osíris. 
- Hórus: Representado com cabeça de falcão e corpo de homem. Filho de Osíris e Ísis. Deus reinante sobre os vivos.
1.6 Cultura
A cultura do povo núbio preservou tradições importantes, como o costume de construir tumbas em forma de pirâmide. Eles também desenvolveram sua própria escrita, que está presente até os dias atuais nas pirâmides,na região do Sudão. O Egito teve vários faraós núbios, líderes negros que unificaram e fortaleceram o império. Na cultura núbia, o artesanato, os animais e tradições estão muito relacionados. Hoje, a Núbia é um país com muitos sítios arqueológicos, povos antigos e com muita história preservada.
1.7 Escrita Meroítica
A escrita meroítica era uma adaptação do sistema de escrita egípcio para a língua dos núbios. Contudo, era alfabética, ao contrário da do Egito, que era ideográfica. Na escrita meroítica era possível escrever palavras usando apenas consoantes. Esta escrita tinha duas formas distintas. A primeira delas, mais restrita, era destinada a documentos religiosos e reais, surgiu da escrita hieroglífica egípcia. A segunda, era mais utilizada, consistia em uma escrita cursiva, composta por 23 sinais que derivou da escrita demótica do Egito. 	
2. CONCLUSÃO
Como vimos, no momento da colonização da Núbia, vários elementos da cultura egípcia foram introduzidos na região. Antes da Núbia se tornar um império de pirâmides, os faraós do Egito erigiram fortalezas, templos e cidades em solo núbio por toda a extensão do Nilo até Jebel Barkal (Napata), a montanha sagrada, centro de culto do deus Amon. Tutmés III e Ramsés II construíram templos ali. Posteriormente, Taharqa e outros reis núbios escolheram o local como seu centro de poder, erigindo seus próprios templos e construindo suas próprias tumbas.13 Esses sítios nos proporcionam bases para constatar como elementos culturais egípcios introduzidos no período colonial passaram a fazer parte de processos núbios de formação de identidades imperiais e outras negociações de poder.
A história da Núbia, da época colonial ao período de Napata, pode ser entendida como um processo de transformação do que era colonial em imperial; de metamorfose de uma periferia em um centro de poder. Nesse processo, aquilo que era egípcio, passou a ser símbolo de poder núbio. O Egito, que outrora se expandiu em direção à Núbia em busca de ouro e outros bens, agora transformara-se em periferia da qual se explorava objetos que seriam utilizados como forma de sustentação do poder imperial núbio.
Esta é uma importante mensagem que a história pode nos trazer hoje em dia, mostrando que aquilo que a priori oprime, controla e domina pode ser subvertido e transformado em estratégia para superar limites e imposições estruturais. Trata-se de um processo de apropriação e ressignificação do que se lhe é imposto, que acaba se tornando poderosa arma de libertação.
Diante de uma história tão rica, só me resta recomendar ao público brasileiro que visite o Sudão. Trata-se de um país cujo povo é absolutamente amigável e hospitaleiro, além de abrigar uma infinidade de sítios interessantíssimos que revelam a riqueza cultural da África – antiga e contemporânea.
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÀFICAS
Os costumes e a cultura da África herdados pelos brasileiros - Estudo Prático (estudopratico.com.br)
África: tudo sobre, mapa e curiosidades - Brasil Escola (uol.com.br)
Reinos e Impérios Africanos – Reino Núbia – Fundação Cultural Palmares
https://www.cafehistoria.com.br/imperio-da-nubia-antiga/. 
Reino de Cuxe: história, política, religião, resumo - Sua Pesquisa
Rio Nilo: a importância do rio e sua história - Estudo Prático (estudopratico.com.br)
Reino de Kush: história, sociedade, cultura, economia - Cola da Web
Faraó - História do Egito Antigo - Mundo Educação (uol.com.br)
www.revistacontemporaneos.com.br