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Análise geográfica na economia mundial Apresentação A economia mundial passou por diversas transformações principalmente com o avanço da globalização nas últimas décadas. A Nova Divisão Internacional do Trabalho e o avanço da tecnologia permitiram novas interpretações acerca da dinâmica da economia global. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender a discutir o papel dos blocos econômicos no mundo globalizado, seus objetivos e diferenças. Vai verificar as desigualdades territoriais em escala internacional, identificando a função da Divisão Internacional do Trabalho nesse contexto. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Discutir o papel dos blocos econômicos no mundo globalizado.• Descrever as desigualdades territoriais no âmbito internacional.• Identificar a função da Divisão Internacional do Trabalho.• Desafio A balança comercial é o saldo entre tudo que se importa e exporta de determinado país. No caso do Brasil, o país exporta uma elevada quantidade de matérias-primas e importa tecnologia. Esse processo gera um desajuste econômico, pois os produtos exportados são mais baratos que os produtos importados. O Brasil também apresenta uma dependência do mercado externo para equilibrar a balança comercial, haja vista que precisa exportar grande quantidade de grãos, carnes e outros produtos com baixo valor agregado. Pensando no seu papel enquanto professor de Geografia, que deve realizar uma análise crítica acerca do assunto, expondo os motivos que levam a esse cenário para os seus alunos, apresente os principais problemas na balança comercial do Brasil e algumas estratégias que poderiam ser feitas para diminuir esses problemas. Infográfico A Divisão Internacional do Trabalho (DIT) é fundamental para entender o contexto da economia global. A divisão produtiva entre os países e a desigualdade econômica e comercial entre as nações é um resultado histórico da DIT. Neste Infográfico, você vai verificar as fases da Divisão Internacional do Trabalho, compreendendo as diferenças e características deste conceito, além de verificar o papel da DIT na economia globalizada atual. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/3b6d6981-4170-4efb-8cba-f78152a2ed89/70f2c0cc-3ccb-49d2-9ba7-06a8d9d95115.png Conteúdo do livro A globalização econômica e o processo de fragmentação produtiva e dispersão espacial da indústria no mundo propiciaram novos arranjos institucionais no desenvolvimento econômico no âmbito internacional. Os novos cenários de crise econômica pós década de 1980 também demonstraram a necessidade de olhares mais amplos sobre o capitalismo global. No capítulo Análise geográfica na economia mundial, da obra Geografia Econômica, você vai verificar como os blocos econômicos surgem como resultado do processo de globalização, na tentativa de criar vantagens e fortalecimento competitivo entre os Estados, ao mesmo tempo em que o desenvolvimento desigual das economias permanece. O conteúdo aborda as origem do desenvolvimento desigual nos territórios a nível internacional e demonstra o papel da Divisão Internacional do Trabalho nesse contexto, que se modifica nas últimas décadas, desenhando um novo cenário econômico como se vive hoje. Boa leitura. GEOGRAFIA ECONÔMICA Jhonatan dos Santos Dantas Análise geográfica na economia mundial Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Discutir o papel dos blocos econômicos no mundo globalizado. Descrever as desigualdades territoriais no âmbito internacional. Identificar a função da divisão internacional do trabalho. Introdução O avanço da globalização permitiu uma ampla integração de mercados e circulação de capitais, reorganizando a dinâmica econômica internacional e produzindo novas territorialidades e institucionalidades econômicas no planeta. Os territórios se tornaram dotados de ampla infraestrutura e grau de tecnificação para dar suporte à difusão dos meios informacionais. Essa difusão da informação mais dinâmica resultou em uma nova economia que emergiu no período da globalização financeira-informacional em que vivemos. Esse avanço econômico, porém, se deu de modo extremamente desigual no território internacional. Apesar da ampla evolução científica- -tecnológica, pobreza, saneamento básico, entre outros problemas ainda permanecem em vários países e regiões do mundo. Compreender esses processos é fundamental para explicar o mundo atual e a dinâmica econômica no espaço geográfico do mundo globali- zado. Apesar das várias integrações propiciadas pela formação de blocos econômicos e acordos de livre comércio, há ainda uma ampla divisão internacional da produção e do trabalho, que acarreta em enormes desigualdades sociais, territoriais e econômicas em pleno século XXI. Neste capítulo, você vai estudar a importância dos blocos econômi- cos no mundo globalizado. Vai ler sobre as desigualdades territoriais na esfera internacional, além de conhecer a função da divisão internacional do trabalho. Papel dos blocos econômicos no mundo globalizado Toda dinâmica econômica necessita de uma rede de infraestrutura organizada e criada sob o espaço geográfi co para que os fl uxos econômicos circulem, isto é, vendas, trocas comerciais, transações fi nanceiras, produção e distribuição de mercadorias. Dessa forma, a dinâmica econômica precisa de um suporte territorial organizado para os fl uxos econômicos e de uma base territorial física para transformação das matérias-primas, instalação dos equipamentos industriais, comerciais ou para produção agropecuária e extrativista. A dinâmica econômica está interligada à base territorial, seja ao território físico e material seja ao território imaterial, em que as relações de poder e uso do espaço despontam. Todos os fluxos e relações ocorrem por meio de fixos, como edifícios, bancos, portos, aeroportos, infraestrutura. Instalados ao território, essas relações o organizam politicamente, economicamente e materialmente (CASTILLO; FREDERICO, 2017). Desse modo, é possível perceber que o espaço econômico, em que as relações econômicas ocorrem, está interligado diretamente ao espaço geográfico. Há, então, uma ligação necessária entre os dois, pois o espaço geográfico se molda pelas atividades econômicas desenvolvidas, e a existência da dinâmica econômica ocorre paralelamente ao uso e à apropriação do território. Com o avanço da globalização e a conexão dinâmica entre lugares diferentes do mundo, ocorreu uma grande alteração no funcionamento da economia mun- dial, e os territórios passaram a conferir mudanças drásticas, que são reflexo da dinamicidade econômica no período do capitalismo atual (BENKO, 2001; SANTOS, 2001). Isso ocorreu em virtude da circulação rápida de mercadorias, negociações e transferências de capitais, além de uma infraestrutura avançada, que permitiu maior dinamismo nas trocas comerciais. Houve também formação de blocos econômicos, acordos de comércio, expansão de multinacionais pelo globo, entre outros. A globalização, portanto, tem um papel fundamental na reorganização da economia mundial, pois com o avanço dos meios de tele- comunicação, das redes informacionais e da infraestrutura criada para dar suporte à difusão da informação, uma nova geografia foi construída sob a égide do sistema informacional (BENKO, 2001; CASTILLO; FREDERICO, 2017). A evolução da ciência, atrelada à construção de um sistema de objetos técni- cos/informacionais, deu início à era da globalização informacional (SANTOS, 1996). O uso do espaço geográfico se tornou mais intensivo e interligado, já que esse conjunto de objetos técnicos/informacionais (meios de comunicação digital, cibernética, torres de comunicação, satélites e outros) permitiram uma Análise geográfica na economia mundial2circulação instantânea de notícias, informações e armazenamento de banco de dados. O acesso integrativo de pessoas às informações por meio das redes de comunicação fez do espaço geográfico um suporte e, ao mesmo tempo, um sistema dinâmico que passou a ficar interligado globalmente, intensificando o processo de globalização (CASTILLO; FREDERICO, 2017). A globalização pode ser definida como um processo de integração entre pessoas, sociedades, culturas e economia de diferentes nações, territórios e lugares. Esse processo é resultado de um conjunto de fatos e acontecimentos históricos, não sendo possível definir com precisão o início. Alguns autores como Porto-Gonçalves (2017) mencionam o fato de as grandes navegações terem sido o marco da primeira fase da globalização. Esse processo de inte- gração entre nações, economia e território se deu no decorrer da história do próprio sistema capitalista. Apesar de a globalização ter permitido amplas trocas entre culturas, ela se deu sob o avanço do imperialismo no mundo, em que países europeus passaram a exercer ampla dominação étnica, econômica, cultural e territo- rial sobre outras civilizações. Essa dominação foi construída a partir de um sistema colonialista, ao qual as nações, civilizações e territórios controla- dos pelos países imperialistas ficaram submetidos (PORTO-GONÇALVES, 2017). O colonialismo deixou marcas históricas, especialmente nos países latino-americanos, africanos e asiáticos, onde a dominação europeia foi mais intensa (PORTO-GONÇALVES, 2017). Esse processo resultou em uma in- tensa desigualdade territorial no mundo todo, além da divisão internacional do trabalho e da produção. O processo histórico da globalização econômica se deu sob a égide de um sistema imperialista, marcado por profundas desigualdades dentro do sistema capitalista, o que resultou na consolidação da distribuição desigual de riquezas e de produção material a nível global. Entretanto, a integração de mercados e o avanço do comércio mundial, principalmente após a Revolução Industrial, deu um salto no percurso da globalização. A produção em larga escala, iniciada na Primeira Revolução Industrial (século XVIII) e intensificada na Segunda Revolução Industrial (século XIX), demandou uma expansão do comércio a nível global. No século XX, a globalização se intensificou com a revolução tecnológica, interdependência de mercados, formação de blocos econômicos e acordos comerciais, que ocorreram em virtude: do avanço dos meios de telecomunicação durante todo século XX; da criação de Organizações Internacionais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), após a Segunda Guerra Mundial; 3Análise geográfica na economia mundial do crescimento de empresas multinacionais que passaram a operar em escala global. Esses fatores promoveram maior proximidade entre as nações e um avanço de negócios econômicos a nível global, levando o processo globalizante da economia para um patamar jamais visto anteriormente (BENKO, 2001; MO- REIRA, 2016; PORTO-GONÇALVES, 2017; SANTOS, 2001). No entanto, algumas barreiras surgiram como empecilho ao projeto globalizante, como as legislações diferenciadas de cada Estado/Nação, que impediam o livre comércio global. As fronteiras passaram a ser uma barreira (parcial) ao avanço total da globalização. Diante disso, organizações internacionais passaram a desempenhar um papel fundamental para quebrar essas barreiras, facilitando a negociação entre países. Houve também um processo de transnacionalização de empresas pelo mundo, que ampliou a globalização econômica. Entretanto, foi com a formação dos blocos econômicos que essas barreiras realmente ficaram fragilizadas, e a globalização econômica avançou rapidamente (GON- ÇALVES, 2002). A Organização Mundial do Comércio (OMC), criada em 1995, substituiu o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT), criado em 1947. Tem o objetivo de supervisionar e liberalizar acordos de comércio entre os países membros e é responsável por fornecer uma estrutura para negócios, resolvendo conflitos e mediando acordos entre os Estados membros. Seus princípios são a não discriminação entre os países membros, o acesso aos mercados em condições iguais, a reciprocidade e a concorrência leal. Outras organizações internacionais também são importantes e atuam direto na economia mundial, como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional, que fornecem empréstimos e atuam ativamente nas políticas econômicas dos países, propondo acordos e promovendo uma cooperação monetária internacional. A formação dos blocos econômicos marcou uma abertura fronteiriça no comércio entre países, permitindo acordos e negociações, com intuito de abrir vantagens competitivas internacionais e fortalecer o comércio dos países do bloco. Foram criadas barreiras protecionistas na formação desses blocos, o que levou ao movimento contrário da globalização. Na teoria, a formação dos blocos econômicos poderia representar o avanço para negociações maiores Análise geográfica na economia mundial4 que permitissem a livre circulação de pessoas e mercadorias. Contudo, os blocos econômicos apresentam características bastante heterogêneas, alguns com maior nível de integração, outros menos. Podemos classificar os blocos econômicos em quatro formatos distintos: áreas de livre comércio, união aduaneira, mercado comum e união econômica e monetária. As áreas de livre comércio são caracterizadas pela livre circulação de mercadorias sem a necessidade de taxas burocráticas. Já os acordos de união aduaneira são um conjunto de normas estabelecidas dentro dos países membros, que estabelecem regras para o comércio com outros países não membros. O mercado comum envolve a livre circulação de pessoas, merca- dorias e capital entre os membros envolvidos. Por fim, a união econômica e monetária representa um estágio mais avançado da integração entre os países, sendo definido pela livre circulação de capitais, bens e mercadorias, além da definição da mesma moeda entre os membros envolvidos. Diante dessas quatro tipologias de integração após a década de 1990, o mundo se viu diante da formação de diversos blocos econômicos. A Figura 1 mostra os blocos econômicos existentes. Figura 1. Blocos econômicos. Fonte: Adaptado de Pena (2019). Dos mais de 30 blocos econômicos criados a partir dos anos de 1990, o mais integrado é a União Europeia, que representa uma articulação de quase 30 Estados. Esse bloco permite a livre circulação de pessoas e mercadorias, além de adotar a mesma moeda, o euro. Foi a aliança político-econômica mais bem-sucedida comparada a outros blocos. Formada, em 1957, por seis países, era um bloco bastante diferente de hoje. A Comunidade Europeia do Carvão 5Análise geográfica na economia mundial e Aço (CECA) e a Comunidade Econômica Europeia (CEE) deu início ao que é hoje a União Europeia (UE), que incorporou dezenas de países membros ao bloco, principalmente após 1990. O Brasil integra o Mercado Comum do Sul (Mercosul), composto também por Argentina, Uruguai e Paraguai. O bloco foi criado no ano de 1991 e tem como proposta uma integração econômica/comercial com a adoção de uma tarifa externa comum, facilitando a circulação de bens e mercadorias. Outro ob- jetivo é a coordenação de políticas bilaterais de acordo com interesses dos países membros, fortalecendo os Estados na economia e na política internacional. O Mercosul é uma união aduaneira e favorece a importação e a exportação de produtos e mercadorias entre os países envolvidos. O bloco também mantém boas relações com outros países vizinhos, como o caso da Bolívia, Chile, Equador e outros (MERCOSUL, 2019). Veja na Figura 2 o mapa do Mercosul. Figura 2. Países do Mercosul. Fonte: Adaptado de Mercosur map (2019). Análise geográfica na economia mundial6 BRICS é um agrupamento de países de economia emergente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Não se trata de um bloco econômico,mas realiza acordos de comércio e reuniões para manter a influência geopolítica e discutir assuntos bilaterais. As dezenas de outros blocos econômicos citados anteriormente na Figura 1 tem o intuito principal de reduzir taxas alfandegárias, melhorar a competitivi- dade comercial e adotar políticas bilaterais que favoreçam os países envolvidos, fortalecendo os membros no cenário internacional. Dessa forma, há diversas tipologias de blocos existentes, ao mesmo tempo em que há interesses distintos por parte dos países integrantes. Os países de economia central no capitalismo global acabam se favorecendo dessa unificação em acordos comerciais por deter vantagens comparativas no comércio e na balança comercial. A integração nos blocos é uma tentativa dos países periféricos de se man- terem relativamente saudáveis na economia capitalista e saírem do isolamento produtivo-comercial. Essas alianças e articulações, porém, nem sempre be- neficiam igualmente todos os membros. Isso faz com que alguns países dos blocos saiam, outros entrem, além de haver a formação de novos blocos e novas alianças econômicas e comerciais. Em muitos casos, além disso, países do mesmo bloco exportam produtos similares, disputando os mesmos mercados. Desigualdades territoriais no âmbito internacional As grandes navegações representam um marco para a compreensão histórica e geográfi ca da desigualdade territorial em âmbito internacional. É a partir das grandes navegações que inicia o imperialismo europeu, que, por sua vez, dá início ao surgimento do capitalismo mercantil. Nesse sistema, a acumulação de riquezas baseada na exploração do trabalho, do meio ambiente e do homem se tornou fundamento político das nações europeias no decorrer do tempo (PORTO-GONÇALVES, 2017). Os legados das grandes navegações são diversos, como o estabelecimento da divisão internacional do trabalho, o avanço do imperialismo, o fortale- 7Análise geográfica na economia mundial cimento do capitalismo mercantil e o colonialismo, movimento dialético resultante do imperialismo. A disputa econômica entre os países europeus que se estendeu entre os séculos XVI, XVII, XVIII e XIX levou o mundo a uma ampla divisão produtiva e social. O período escravagista e o tráfico negreiro marcaram a exploração de povos e a acumulação de capital pelo trabalho sub- -humano (PORTO-GONÇALVES, 2017). O genocídio dos povos tradicionais na conquista dos territórios promovido pelos ingleses, franceses, espanhóis, portugueses, belgas e holandeses foi outra marca brutal desse período. A retirada de matérias-primas para sustentar a acumulação de metais preciosos e especiarias e para servir para produção de mercadorias industriais resultou no esgotamento de diversos recursos em várias regiões do mundo. Além disso, foi efetuada uma verdadeira transferência de riquezas, imensuráveis de todos os continentes para a Europa. O século XX, no entanto, foi marcado pelo rompimento desse processo/ projeto imperialista europeu, para o ingresso de uma nova ordem mundial. As duas grandes guerras foram, entre outras coisas, o resultado final do projeto e da disputa imperialista dos europeus, que culminou em verdadeiro fracasso. Teve como escopo os ideais iluministas da racionalidade científica, que jus- tificou, a grosso modo, as invasões territoriais e a imposição do pensamento eurocêntrico sobre outros territórios (TOMAZETTE, 2011). O fim da segunda guerra mundial marcou o início de um mundo bipolar. A contestação do modo de vida capitalista era a bandeira erguida pelos soviéticos, e o desenvolvimento de um mundo capitalista baseado no bem-estar social era a bandeira estadunidense. Uma nova divisão do mundo, então, se instala, pela influência hegemônica dessas duas potências, que passam décadas disputando o poder global (TOMAZETTE, 2011). O planeta fica dividido e categorizado em países de primeiro, segundo e terceiro mundo, como pode ser visto na Figura 3. Os países de primeiro mundo eram os capitalistas industrializados; os países de segundo mundo era caracte- rizados pelo regime socialista; e os países de terceiro mundo eram aqueles que apresentavam elevada pobreza, dependência econômica/produtiva, forneciam insumos básicos e matérias-primas, além de deter graves problemas sociais, como miséria, índices de educação e expectativa de vida baixos, entre outros. Análise geográfica na economia mundial8 Figura 3. Países de primeiro, segundo e terceiro mundo. Fonte: Mluck28 (2015, documento on-line). O avanço da influência dos Estados Unidos no comércio mundial, atrelado ao avanço da própria globalização, propiciou a atuação intensa de empresas multinacionais em várias regiões do mundo. O marketing criado entorno das grandes marcas de empresas globais, a indústria do entretenimento e da moda e o padrão de consumo imposto pelo capitalismo no final do século XX fez dos Estados Unidos o grande vencedor da guerra fria. A abertura econômica dos países de regime socialista também reorganizou a dinâmica da produção internacional. Os países asiáticos passaram a desenvolver uma industrialização intensiva no final do século XX. Coréia do Sul, Vietnã, Malásia, Indonésia, Taiwan, Tailândia, Cingapura e a própria China se tornaram protagonistas na produção de bens e mercadorias, concentrando grande parte da indústria mundial. Houve novas centralidades econômicas que se despontaram ao final do século. A Alemanha reerguida do pós-guerra, firmou-se como país mais rico da Europa. O Japão também passou a deter grande centralidade econômica/ industrial. A China conseguiu abalar o mundo do final do século XX até a atualidade se tornando a segunda maior potência econômica mundial. Além, é claro, de outros que permaneceram na centralidade econômica global, como Estados Unidos, Inglaterra e França (ALMEIDA, 2001). Houve também a emergência de países que passaram a ganhar ampla relevância econômica/produtiva, ingressando tardiamente no capitalismo, mas apresentando atualmente peso considerável na economia global: é o caso dos países emergentes. Esses países, apesar de não deterem a centralidade 9Análise geográfica na economia mundial das grandes potências, atuam com elevado produto interno bruto (PIB) e são grandes exportadores de commodities e bens de consumo, como é o caso do Brasil, da Índia, da África do Sul, da Rússia e do México. O Quadro 1 mostra o ranking das maiores economias do mundo medido pelo PIB de cada país. Fonte: Adaptado de: Nunes e Hessel (2019). Ranking País US$ Bilhões Part. % 1º Estados Unidos 21,344.7 24.5% 2º China 14,216.5 16.3% 3º Japão 5,176.2 5.9% 4º Alemanha 3,963.9 4.5% 5º Índia 2,972.0 3.4% 6º Reino Unido 2,829.2 3.2% 7º França 2,761.6 3.2% 8º Itália 2,025.9 2.3% 9º Brasil 1,960.2 2.2% 10º Canadá 1,739.1 2.0% Total 10 maiores 58,989.2 67.6% Total mundo 87,265.2 – Quadro 1. Ranking do PIB dos países em 2019. O ingresso tardio no sistema capitalista também resultou em um modelo de desenvolvimento perverso. Parte dos países que representaram elevado crescimento econômico não conseguiram conciliar elevação da qualidade de vida, como Índia, Brasil, Indonésia, China, entre outros. Apesar do elevado nível de produtividade, seja no setor primário da economia, como o caso do Brasil, seja no setor secundário, como o caso da China, os baixos salários e a desigualdade social se instalaram, concentrando a riqueza e ampliando a disparidade existente entre os mais ricos e os mais pobres. Além disso, o desenvolvimento desigual segue em outras escalas, como pode ser visto na Figura 4 e na Figura 5. É possível notar a distribuição desigual de alimento no planeta, o consumo médio de eletricidade e o nível de desigualdade Análise geográfica na economia mundial10 social de cada país. Os mapas demonstram um elevado nível de disparidade no desenvolvimento entre os países, reflexo de políticas internas e externas ligadas ao modelo de desenvolvimento adotado e à divisão internacionaldo trabalho estabelecida no período atual. Figura 4. Consumo médio de eletricidade no mundo. Fonte: Lista de países por consumo de eletricidade (2019, documento on-line). Figura 5. Desigualdade social no mundo medida pelo índice de Gini. Fonte: Desigualdade social (2019, documento on-line). Países da África e algumas regiões da Ásia e da América Latina apresen- tam baixo nível de consumo de eletricidade, elevado índice de fome, além de 11Análise geográfica na economia mundial apresentar ampla desigualdade social. A Índia, por exemplo, é um dos países que mais apresentam elevação do PIB/anual, porém, é um dos que apresentam maior nível de desigualdade social e pobreza. O Brasil também figura entre os países com maior nível de desigualdade social do mundo, junto com a China e outros países da América Latina e da África. Os mapas demonstram a diferença na qualidade de vida média de cada país no mundo, resultado de uma enorme desigualdade territorial em termos de acesso a bens fundamentais para qualidade de vida e da má distribuição de renda no planeta. Mesmo após séculos percorridos no caminho da acumulação, muitas regiões, territórios e nações encontram-se à margem da dignidade humana. Apesar de toda integração entre mercados e países para promover a circulação de bens e mercadorias, uma grande parcela da população mundial não tem acesso ao mínimo de serviços para qualidade de vida. Veja na Figura 6 a diferença do índice de desenvolvimento humano (IDH) na escala global. Evidencia-se a ampla disparidade entre os países no que se refere ao acesso à saúde, à educação e à renda, o que demonstra o desenvolvimento desigual combinado ao sistema capitalista, em que o padrão de consumo se dá completamente distinto entre as nações. Figura 6. Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Fonte: Lista de países por índice de desenvolvimento humano (2019, documento on-line). Um dos principais motivos da desigualdade apresentada no mapa é a divisão internacional do trabalho, que acaba por impor enormes desafios aos países que não detêm centralidade na economia capitalista global. Esses países têm enormes desvantagens na balança comercial e nos acordos de livre comércio. A divisão internacional do trabalho do mundo atual é complexa Análise geográfica na economia mundial12 e permite explicar as origens e o resultado do desenvolvimento desigual no âmbito internacional. Divisão internacional do trabalho A divisão internacional do trabalho (DIT) pode ser caracterizada pela especialização produtiva de determinada região ou país. Essa especialização produtiva gera, em âmbito internacional, uma divisão de funções produtivas. A DIT, também pode ser chamada de divisão internacional da produção, em que o trabalho realizado é especializado de acordo com a prática produtiva daquele determinado território/lugar (FIRKOWSKI, 1990). A DIT é um resultado da globalização econômica. As fases da globalização econômica determinaram as fases da DIT. A primeira DIT surgiu nas grandes navegações e foi caracterizada pela metrópole (país dominador) e pela colônia (país dominado). A metrópole realizava o comércio e explorava economicamente a colônia, buscando metais preciosos, especiarias e extração de produtos para comercialização, além de fornecer para as colônias mercadorias manufaturadas (FIRKOWSKI, 1990). A primeira DIT marcou também a primeira fase do capitalismo mercantil, com o início do imperialismo e do colonialismo. A submissão de povos e civilizações ao eurocentrismo é uma marca dessa fase, que se estendeu durante os séculos XV, XVI e XVII (PORTO-GONÇALVES, 2017). Eurocentrismo é a forma de ver e conceber o mundo a partir da Europa, colocando o continente e a cultura europeia como central no mundo. A segunda fase da DIT é inaugurada na Revolução industrial. Com o advento da indústria, uma nova forma de acumulação de riquezas é criada, modificando as bases do sistema capitalista e, consequentemente, implicando em novas formas de trabalho e produção. Os países industrializados passaram a fornecer grande quantidade de mercadorias para os demais países e tinham uma grande demanda de matérias-primas. 13Análise geográfica na economia mundial Os países europeus, pioneiros na Revolução Industrial, passaram a exercer a influência que detinham sobre outras nações e territórios (colônias e ex- -colônias) para impor um outro tipo de dominação: a econômica. Os países que eram colônias e se tornaram independentes politicamente permaneceram na condição de dependência econômica, exportando matérias-primas e insumos básicos para os países europeus industrializados. O reflexo disso foi uma acumulação extremamente desigual de capital, pois os países industrializados conseguiram expandir mercados, negócios e ditar os rumos do capitalismo global. A expansão da indústria pela Europa e, posteriormente, para os Estados Unidos elevou a demanda por novos mercados e recursos. Esse processo de expansão começou a sofrer crises no início do século XX. A superprodução e o acúmulo de estoque despencaram os preços das mercadorias, causando mudanças no sistema capitalista, como novas formas de produzir que reduziram os custos e o desperdício. Além disso, novas estratégias foram criadas para dar continuidade à expansão de capital, principalmente dos países potência. A criação de um sistema financeiro complexo, a expansão do capital fictício, as políticas de juros elevados e o investimento no setor rentista passam a modificar o capitalismo e mudar as formas de trabalho e consumo. Uma nova DIT foi então instalada no final do século XX, resultado das alterações que o capitalismo sofreu durante todo o século (FIRKOWSKI, 1990). A nova DIT foi marcada por países que produzem tecnologia de ponta, especializam-se em automação, robótica e tecnologia informacional. Ao mesmo tempo, tem um importante setor financeiro, rede de bancos e sede de empresas multinacionais. Os países industrializados emergentes detêm amplos parques industriais, geralmente indústrias de bens de capital e de bens não duráveis. A fragmentação produtiva também impôs a esses países a incorporação da indústria poluidora, como a indústria química, siderúrgicas, entre outras. Leia mais sobre a DIT no link a seguir. https://qrgo.page.link/5bw5P Análise geográfica na economia mundial14 Os países emergentes também apresentam grande dependência de exporta- ção e são desfavorecidos na balança comercial em consequência da exportação de produtos relativamente baratos. Isso impõe a esses países ano a ano um crescimento expressivo do PIB, para não acarretar em crises econômicas e elevação do custo de vida da população. Os países pobres não industrializados, interligados à economia capitalista, são em geral produtores de matérias-primas, essencialmente produtos agropecuários e minerais. Países como Canadá, Austrália e Estados Unidos mantêm uma ampla diversificação da base econômica, produzindo desde insumos e produtos agro- pecuários até produtos mais tecnológicos. No entanto, a DIT é caracterizada pela grande dependência gerada no bojo do sistema capitalista de nações e territórios submetidos aos domínios econômicos de outras nações e povos. A grande diferença é que, atualmente, há um conjunto de grandes corporações que conseguem ordenar e ditar as regras do jogo da economia global, muito mais facilmente que no passado. Dessa forma, a territorialidade em rede e o jogo de poder concentrado na mão de pequenos grupos impõem sempre a necessidade de uma leitura crítica sobre a existência da DIT no auge da globalização financeira e informacional (BENKO, 2001). É possível, portanto, verificar como a DIT modifica a geografia econômica e impõe novas formas de acordos comerciais, o que resulta em modificações significativas no campo da economia internacional. A geografia tem um papel fundamental nessa análise. As transformações econômicas na escala mundial acabam por modificar drasticamente a basedo território e organizam as regiões e os lugares para ingressarem na produção de capital, que atualmente necessita de várias redes técnicas para interligar o local ao global. ALMEIDA, P. R. A economia internacional no século XX: um ensaio de síntese. Revista Brasileira de Política Internacional, v. 44, n.1, jan./jun. 2001. Disponível em: http://www. scielo.br/pdf/rbpi/v44n1/a08v44n1.pdf. Acesso em: 10 dez. 2019. BENKO, G. A recomposição dos espaços. INTERAÇÕES - Revista Internacional de Desen- volvimento Local, v. 1, n. 2, p. 7-12, mar. 2001. CASTILLO, R.; FREDERICO, S. Espaço Geográfico, produção e movimento: uma reflexão sobre o conceito de circuito espacial produtivo. In: CATAIA, M. A.; ARROYO, M. M.; SILVA, 15Análise geográfica na economia mundial A. A. D. Dos circuitos da economia urbana aos circuitos espaciais de produção. 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Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2017. SANTOS, M. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Edusp, 1996. SANTOS, M. Por uma outra globalização: do pensamento único à consciência universal. 4. ed. São Paulo: Record, 2001. TOMAZETTE, M. Os desafios impostos pela globalização econômica. Revista de Infor- mação Legislativa, v. 48, n. 189, jan./mar. 2011. Disponível em: https://www12.senado. Análise geográfica na economia mundial16 leg.br/ril/edicoes/48/189/ril_v48_n189_p157.pdf. Acesso em: 10 dez. 2019.Leituras recomendadas Leitura recomendada ALBUQUERQUE, M. C. C. Divisão internacional do trabalho. Lua Nova – Revista de Cultura e Política, v. 11, n. 13, p. 95-103, set. 1987. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ln/ n13/a11n13.pdf. Acesso em: 10 dez. 2019. Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun- cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links. 17Análise geográfica na economia mundial Dica do professor As commodities são mercadorias essenciais que circulam de um continente para o outro e desempenham papel fundamental nas economias dos países, tanto na dos compradores quanto na dos exportadores desses produtos. Na Dica do Professor, você vai verificar o que são commodities, quais são os tipos de commodities e como elas impactam na economia dos países. Também vai aprender sobre as principais commodities produzidas no Brasil e o impacto da dependência desses produtos na economia nacional. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/704485b90a7b85661cbea12b01335f4e Exercícios 1) O período das grandes navegações marcou profundas transformações econômicas, culturais e políticas, permitindo o início do capitalismo mercantil e do imperialismo. Essa fase foi marcada também pela intensa exploração territorial e civilizatória dos povos tradicionais. Diante desse contexto e tendo em vista a Divisão Internacional do Trabalho é correto pensar a respeito dessa época que: A) O período das grandes navegações cria a Divisão Internacional do Trabalho vivenciada até os dias atuais. B) O período das grandes navegações antecede a criação da Divisão Internacional do Trabalho, haja vista que ela só é efetivamente criada na Revolução Industrial. C) O período das grandes navegações consolida a segunda Divisão Internacional do Trabalho, haja vista que essa divisão já existia. D) As grandes navegações intensificam a globalização e colocam as colônias no centro do capitalismo. E) O período marca o início da Divisão Internacional do Trabalho devido à divisão das funções econômicas existentes entre a metrópole e a colônia. 2) Os blocos econômicos representam acordos de integração econômica e comercial entre os países para diminuir barreiras alfandegárias e construir políticas bilaterais favorecendo a livre circulação de capitais, mercadorias e pessoas. Contudo, os blocos econômicos apresentam características heterogêneas. Diante desse contexto, qual o bloco econômico mais integrado existente em termos de livre circulação de capitais, mercadorias e pessoas? A) Mercosul. B) NAFTA. C) ALCA. D) União Europeia. E) ASEAN. 3) A globalização econômica nas últimas décadas se intensificou devido à criação de vários blocos econômicos e da construção de uma ampla rede informacional distribuída pelo globo. Esse processo levou a drásticas transformações na vida social, econômica e cultural. A respeito da globalização econômica das últimas décadas é correto afirmar que: A) O fenômeno da globalização motivou a industrialização dos países centrais da economia capitalista. B) O fenômeno da globalização intensificou o capitalismo financeiro, permitindo novas formas de acúmulo e transferência de capital. C) O fenômeno da globalização nas últimas décadas permitiu ampla expansão da riqueza nos países mais pobres devido ao maior nível de integração comercial. D) O fenômeno da globalização acabou por romper definitivamente com as fronteiras dos estados nacionais. E) O fenômeno da globalização perdeu intensidade após a Guerra Fria e a disputa pela influência geopolítica global. 4) A globalização intensificada pelos meios informacionais nas últimas décadas transformou a economia e as formas de comércio. Novas formas de acúmulo de riquezas emergiram e (re)orientaram os investimentos de capitais a nível global. Atualmente, sobre o capital produtivo industrial, é correto afirmar que: A) Vive o auge de investimentos, pois, após a implementação do toyotismo, as indústrias não obtêm mais perdas de produção, expandindo os lucros consideralmente. B) Perde investimentos para o capital fictício-rentista, incorporado em grande parte pelo sistema financeiro, no qual passou a ter protagonismo nas últimas décadas na economia global.C) Desempenha papel fundamental principalmente nos países centrais da economia capitalista, sendo que o setor industrial representa a maior parte do PIB em países como Estados Unidos, Alemanha, Japão e outros. D) Perde investimentos para o setor de comércio e serviços, haja vista que o setor atacadista ganhou expressão nas últimas décadas, sendo as empresas maiores do mundo. E) Vive o auge de investimentos, pois, com o avanço da robótica e da automação, os custos de produção caíram, permitindo que as fábricas multiplicassem os lucros. 5) Entender a Divisão Internacional do Trabalho (DIT) é fundamental para entender a geografia econômica do espaço mundial, haja vista que a DIT é caracterizada por especializações produtivas regionais e territoriais. A respeito da Divisão Internacional do trabalho, é correto afirmar que a nova DIT pode ser caracterizada pela: A) Presença dos países emergentes sendo protagonistas na economia global atualmente, influenciando na formação de diversos blocos econômicos que permitem expandir as zonas de influência comercial. B) Existência de países fornecedores de matérias-primas e países industrializados capitalistas, na qual o primeiro mantém uma economia subdesenvolvida e o segundo uma economia desenvolvida. C) Divisão desigual da economia entre países que produzem tecnologia avançada, países com indústria de bens não duráveis e bens de capital e países exportadores de produtos agropecuários e minerais. D) Divisão mais igualitária da economia devido à integração de mercados, fragmentação produtiva de empresas multinacionais e construção de acordos bilaterais de livre comércio entre os países. E) Hegemonia da China e dos Estados Unidos na produção industrial, que juntos detêm mais da metade de toda produção exportada no mundo, sendo os outros países atores coadjuvantes da economia capitalista. Na prática A globalização pós 1970 modificou drasticamente a economia mundial. A circulação de mercadorias em âmbito internacional, os fluxos econômicos e financeiros, além do marketing digital, promoveram grandes mudanças nas formas de produzir e consumir. Neste Na Prática, você irá aprender como a globalização econômica se efetivou em diversos ramos da economia, passando pelas etapas da fragmentação da produção industrial até a atuação de grandes empresas financeiras que operam em escala internacional. Também vai verificar como a globalização econômica atinge o nosso cotidiano por meio do consumo de produtos e marcas globais. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/e1edf418-b512-45d8-b2ad-21d38cabf742/69451e60-976c-49ec-b1e0-75ea1b55d7d9.png Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: As economias emergentes e o cenário internacional O texto faz uma análise das economias emergentes no cenário atual, demonstrando como um grupo de países ganhou protagonismo e expressão no comércio internacional. Ao mesmo tempo, levanta desafios da atualidade e o processo de diminuição do crescimento vertiginoso dos últimos anos. Clique para conhecer. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. BRICS Brasil Acesse este conteúdo para verificar, direto do site do Itamaraty, as estratégias dos BRICS, bem como sua dinâmica, objetivos e metas dessa aliança entre os países emergentes. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Trajetória do MERCOSUL e mudança de paradigmas e de posições da política externa brasileira: começo virtuoso e crise recente - possíveis interpretações O texto trata sobre o percurso do bloco econômico criado em 1991, e aponta as mudanças de paradigma e interesse ao longo do tempo, levantando cenários e tendências da atualidade. Acesse para saber mais. http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/7230/1/td_2235.PDF http://www.itamaraty.gov.br/pt-BR/politica-externa/mecanismos-inter-regionais/3672-brics Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. http://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/5330/1/td_2125.pdf