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elementos fundamentais no desenvolvimento

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Elementos fundamentais no 
desenvolvimento econômico
Apresentação
O Estado, com sua atuação, é essencial para a organização econômica e social de uma sociedade. A 
infraestrutura do Estado está pautada por diversos pilares, com destaque para os transportes. Esse 
setor tem impacto significativo nos caminhos percorridos e nos resultados do desenvolvimento de 
um país.
Além disso, a competição comercial faz parte da atualidade, produzindo diversas consequências 
para as organizações políticas.
Nesta Unidade de Aprendizagem você irá aprender mais detalhadamente o papel do Estado no 
desenvolvimento econômico, a importância dos transportes para a economia e as consequências da 
competição comercial.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Discutir o papel do Estado no desenvolvimento econômico.•
Reconhecer a importância da matriz de transportes para a economia.•
Analisar a competição comercial entre países e suas consequências.•
Desafio
Cada região e sociedade contam com características próprias em diversos segmentos, inclusive nos 
aspectos sociais e econômicos. 
 
Quais processos, melhorias e intervenções do Estado e de instituições privadas você sugere para 
o projeto de revitalização comercial da cidade em questão? Explique cada sugestão.
Infográfico
O capitalismo e o socialismo são dois tipos distintos de sistemas políticos e econômicos, contando 
com diferentes estruturas sociais e níveis de intervenção do Estado.
Neste Infográfico, você verá as principais características dos dois sistemas: capitalismo e socialismo.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/f32dbdc8-ac4d-41b4-9453-176fbe63042f/4a7c9d71-e967-45f1-bc7e-5c9efdea55a2.png
Conteúdo do livro
O Estado é uma sociedade política crucial para a organização social, cumprindo diversas funções 
importantes que impactam no desenvolvimento econômico e na sociedade. 
Dependendo do tipo de atuação e interveção que o Estado realiza no país, teremos diferentes 
características políticas, econômicas e sociais.
No capítulo Elementos fundamentais no desenvolvimento econômico, do livro Geografia 
econômica, você vai estudar a origem do Estado e seu papel no desenvolvimento 
econômico, destacando o papel dos transportes e da competição comercial e suas consequências.
GEOGRAFIA 
ECONÔMICA 
Cristina Marin Ribeiro Gonçalves 
Elementos fundamentais 
no desenvolvimento 
econômico
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Discutir o papel do Estado no desenvolvimento econômico.
  Reconhecer a importância da matriz de transportes para a economia.
  Analisar a competição comercial entre países e suas consequências.
Introdução
Existem diversas teorias que explicam a formação inicial do Estado, suas 
causas e a importância que exerce nas sociedades, como a naturalista 
e a contratualista. De acordo com a teoria naturalista, o surgimento do 
Estado pode ter origem familiar, origem violenta, origem econômica e 
origem no desenvolvimento interno. Já a teoria contratualista considera 
que o Estado não surgiu espontaneamente, mas foi fabricado. 
Em relação ao desenvolvimento econômico e social do Estado, muitos 
fatores são os responsáveis para que aconteça. Os transportes e a com-
petição comercial são exemplos e apresentam inúmeras consequências.
Neste capítulo, você vai estudar a origem do Estado e seu papel no 
desenvolvimento econômico, reconhecendo a importância dos transpor-
tes para a economia. Além disso, vai ler sobre a competição comercial e 
as consequências a ela relacionadas.
Papel do Estado no desenvolvimento 
econômico
De acordo com Melo e Scalabrin (2017), a formação do Estado como insti-
tuição é um tema que gera muitas divergências. Existem diferentes causas 
possíveis para o surgimento dessa sociedade política, sendo muito frequente 
a classifi cação entre a formação originária e a formação derivada.
A formação originária está relacionada ao desenvolvimento na orga-
nização de um agrupamento sem que haja uma ordem política anterior. Já a 
formação derivada está associada a situações em que novos Estados surgem 
com base em outros já estabelecidos. Neste último caso, há o fracionamento, 
quando uma parte do território de um Estado é desmembrada e constitui-se 
um novo, ou a união, quando dois ou mais Estados se unem para constituir 
um novo ou um país.
Melo e Scalabrin (2017), afirmam que as teorias naturalistas se propõem 
a explicar a formação inicial do Estado a partir de uma condição instintiva dos 
seres humanos, dispensando qualquer ato voluntário. Dessa forma, a formação 
do Estado não estaria atrelada a algum ato específico, mas ao produto natural 
de uma sociedade. Seria uma formação natural e, portanto, não contratual. 
No Quadro 1, estão sistematizadas as principais causas naturalistas para o 
surgimento do Estado.
Causas naturais Características
Origem familiar Considera o núcleo familiar como a célula 
mãe da sociedade política. A reunião de 
diversas famílias aumenta a complexidade 
social, surgindo então o Estado como 
figura de reunião da comunidade. Exemplo: 
Estado grego e Estado romano.
Origem violenta Considera o Estado como resultado da 
natural superioridade em relação à força 
de determinado grupo sobre outro. Assim, 
durante seus primeiros estágios, o Estado seria 
uma organização determinada pelo vencedor, 
que mantém domínio sobre o vencido. Essa 
origem também pode ser classificada como 
teoria da violência ou teoria da conquista.
 Quadro 1. Principais causas naturalistas para o surgimento do Estado 
(Continua)
Elementos fundamentais no desenvolvimento econômico2
As teorias contratualistas explicam a formação inicial do Estado por um 
ato voluntário do ser humano. Segundo essas teorias, a formação depende de 
uma convenção realizada entre os integrantes da sociedade em questão. Desse 
modo, o surgimento do Estado decorreria de um ato concreto, denominado 
contrato social, de uma formação contratual do Estado.
O pensamento contratualista indica que a sociedade e o Estado são cria-
ções artificiais, que derivam de um consenso da maioria dos indivíduos para 
dispensar o estado de natureza e começar o estado civil. A origem e a legi-
timação do Estado seriam consequências do contrato entre indivíduos, não 
sendo uniformes, conforme as ideias de Hobbes, Locke e Rousseau (MELO; 
SCALABRIN, 2017).
Hobbes salienta que, antes da vida em sociedade, os seres humanos esta-
vam em uma fase primitiva, com insegurança e incerteza permanentes. No 
entendimento dos indivíduos daquele tempo, existiria no estado da natureza 
uma eterna guerra entre todos, que seria derivada do caráter negativo dos seres 
 Fonte: Adaptado de Melo e Scalabrin (2017). 
Causas naturais Características
Origem econômica Considera que a reunião dos sujeitos em 
torno de um sistema de poder organizado 
acontece por motivos econômicos e que o 
Estado atende a diversos interesses. Destaca 
que o Estado propicia a divisão do trabalho e 
a integração de diversas atividades. Segundo 
Marx e Engels, isso explicaria as razões pelas 
quais o Estado autoriza tantas desigualdades 
com propriedade privada, acúmulo de 
patrimônio, divisão de classe e luta entre elas. 
Origem no desenvolvimento 
interno
Considera que toda sociedade humana 
tem um Estado em potencial que surgirá 
conforme sua complexidade vai aumentando. 
Assim, uma sociedade menos desenvolvida 
dispensaria o papel do Estado. Porém, uma 
sociedade mais desenvolvida precisaria 
do surgimento do Estado. O surgimento 
do Estado, portanto, seria consequência 
do progresso de uma sociedade.
 Quadro 1. Principais causas naturalistas para o surgimento do Estado 
(Continuação)
3Elementos fundamentais no desenvolvimento econômico
humanos, de natureza ruim. Pensando em preservar sua própria vida, o ser 
humano abriu mão dosseus direitos em detrimento de segurança. Todavia, 
como a transgressão é ínsita aos seres humanos, para garantir o cumprimento 
do pacto social, o grupo entregou o poder social para o Estado. A teoria con-
tratualista de Hobbes, então, justifica o surgimento da sociedade organizada, 
denominada estado civil e do Estado.
Já Locke contrapõe-se a Hobbes, sendo defensor da liberdade individual 
e fervoroso antagonista do modelo absolutista. Ele afirma que, no estado de 
natureza, os seres humanos já tinham domínio racional de suas paixões e seus 
interesses, de maneira que não se considerava o surgimento de uma guerra 
potencial. No lugar disso, nesse estágio primário da sociedade, existiria uma 
paz relativa, que permitia que os seres humanos conhecessem seus limites e 
reconhecessem a existência de alguns direitos. Para Locke, a vida, a liberdade 
e a propriedade privada são direitos inatos; porém, falta uma força maior para 
solucionar conflitos que possam acontecer. Essa força coercitiva para assegurar 
a proteção dos direitos inatos aos seres humanos conduz à elaboração de um 
pacto entre os integrantes da sociedade. Surge, então, o contrato social, legi-
timando o poder de manutenção dos direitos naturais. O estado civil e a força 
estatal, segundo Locke (MELO; SCALABRIN, 2017), surgem pela necessidade 
de proteção de direitos previamente existentes e contra prováveis conflitos.
Para Rousseau, a teoria do estado de natureza somente facilita o entendi-
mento da sociedade, pois esta teria um caráter mais histórico. Assim, a noção 
de estado de natureza é emprestada apenas para demonstrar o contrato social e 
a legitimidade do poder social. Ele ainda indica que, para manter a liberdade e 
a igualdade entre todos, é necessário que o contrato social seja uma entrega do 
individual para o geral, de maneira que, quando ocorrer a incursão do estado 
civil, não haja abdicação da liberdade, mas sim uma entrega dela para toda a 
comunidade (MELO; SCALABRIN, 2017). 
Desenvolvimento econômico e Estado
De acordo com Samuelson e Nordhaus (2012), mesmo que conservador, nenhum 
governo fi ca alheio à economia do seu país. Por isso, os governos acabam 
construindo estratégias para lidar com o mercado. Alguns empreendimentos 
sociais úteis para o desenvolvimento do Estado são as forças armadas, a polícia 
e o serviço meteorológico.
Muitos setores podem ser regulados pelo governo, como as finanças, a 
produção e a venda de medicamentos. Outros podem ser subsidiados pelo 
governo, como a educação. Dessa forma, o governo tributa os seus cidadãos por 
Elementos fundamentais no desenvolvimento econômico4
meio de impostos, por exemplo, e redistribuem parte das receitas aos pobres 
e carentes, com programas sociais, instituições de ensino básico e superior 
gratuitos, saúde pública e gratuita.
O governo atua exigindo que seus cidadãos paguem impostos, cumpram 
as leis e utilizem determinados bens e serviços coletivos. Pelo seu poder 
coercivo, o governo pode exercer funções que não seriam possíveis em uma 
troca voluntária. Essa ação do governo fortalece a liberdade e o consumo 
daqueles a quem beneficia ao mesmo tempo em que diminui as rendas e as 
oportunidades dos que são tributados ou fiscalizados. As funções econômicas 
na economia do mercado, segundo Samuelson e Nordhaus (2012, p. 271), são:
● aumentar a eficiência ao promover a concorrências, combater externalidades, 
como a poluição, e ao fornecer bens públicos;
● promover a igualdade ao usar impostos e programas de gastos púbicos para 
redistribuir a renda a grupos específicos;
● estimular a estabilidade macroeconômica e o crescimento, reduzindo o 
desemprego e a inflação, enquanto estimula o crescimento econômico, por 
meio das políticas monetária e fiscal.
Na década de 1930, o Estado assumiu o domínio econômico na implemen-
tação e desenvolvimento do bem-estar social e das sociedades empresariais, 
então regulando e controlando a economia. Segundo Melo e Scalabrin (2017, 
p. 131):
John Maynard Keynes, responsável pela análise da Grande Depressão ameri-
cana de 1929 e fiel defensor da intervenção estatal na economia, deu origem 
à teoria que recebeu o seu nome: a teoria keynesiana. Segundo essa perspec-
tiva, justifica-se a intervenção do Estado na economia por meio de políticas 
públicas, em virtude da falta de forças de autoajustamento da economia e do 
desemprego. Para o keynesianismo, justifica-se a intervenção do Estado na 
economia para atenuar as flutuações econômicas e insuficiência de demanda 
efetiva, tomando determinadas decisões de controle da moeda e de crédito e 
do nível de investimentos. 
Como a intervenção do Estado na economia gera inúmeros efeitos que 
podem ser tanto positivos quanto negativos, a influência de fatores externos, 
como a corrupção de empresas com vinculação com o Estado, tem impactos 
significativos na economia do país, afetando também as relações internacio-
nais. Além disso, a intervenção do Estado está atrelada ao desenvolvimento 
da infraestrutura dos países, como o dos transportes, que por sua vez está 
vinculado a outros setores, como o comércio. O neoliberalismo, então, retoma 
5Elementos fundamentais no desenvolvimento econômico
os antigos ideais do liberalismo clássico ao recomendar que o Estado deveria 
intervir de maneira mínima na economia (PENA, c2019).
Importância da matriz de transportes para a 
economia
A evolução dos transportes foi extremamente importante para que o sistema 
capitalista se desenvolvesse. Durante os séculos XV e XVI, por exemplo, foi 
essencial para a expansão colonial e econômica europeia. Isso deu origem à 
globalização. No fi m do século XX, para que a globalização de consolidasse, os 
transportes foram modernizados. Desse modo, era possível dirigir por maiores 
distâncias, com mais velocidade e menos tempo (PENA, c2019). 
Por consequência, essa modernização influenciou positivamente o trans-
porte de bens e serviços. Muitos setores são afetados pelos transportes, como 
o econômico, o agrícola e o comercial. Se o seu desenvolvimento não ocorre 
de maneira eficiente, portanto, pode haver atraso socioeconômico, prejuízos 
à segurança, dificuldade na integração entre países e ineficiência do comércio 
internacional (MARQUES, 2011).
Com relação ao Brasil, os sistemas de transporte tiveram início no período 
colonial no sentido Leste-Oeste, ou seja, da orla marítima em direção ao interior 
do continente. Esse patrimônio herdado dos portugueses ainda está presente 
na infraestrutura de transportes do Brasil. Alves e Antunes (2019) indicam 
que a situação logística do Brasil se configura da seguinte maneira: 62,8% de 
toda carga transportada no Brasil usam o modal rodoviário, 21% passam por 
ferrovias, 12,6% passam pelas hidrovias e pelos terminais portuários fluviais 
e marítimos e 3,6% passa pelo modal aeroviário.
Atualmente, existem 235 instalações portuárias no Brasil, distribuídas 
pelo litoral brasileiro e pelos principais rios navegáveis. Conforme a Figura 
1, 37 portos são organizados. O mar se apropria de sua função na distribuição 
dos produtos em escala mundial.
Elementos fundamentais no desenvolvimento econômico6
Figura 1. Principais portos organizados do Brasil.
Fonte: Preços abusivos no setor portuário... (2018, documento on-line).
O principal meio de transporte para o deslocamento de mercadorias no comércio 
mundial é o transporte marítimo, tanto no fluxo de importação quanto no de expor-
tação. Aproximadamente 80% do comércio mundial é realizado pela via marítima 
(BRASIL, 2018).
O transporte aéreo representou uma enorme evolução tecnológica, pois 
deu agilidade e velocidade ao mundo moderno. Sob o ponto de vista da logís-
tica, é o que mais colabora com a redução das distâncias e, em linhas gerais, 
com o tempo/espaço. Em comparação aos demais modais, o transporte aéreo 
se destaca pela rapidez, pela segurança e pela comodidade, sendo ideal para 
transportar passageiros e mercadorias perecíveis, de alto valor agregado e 
pequenos volumes. A aviaçãono Brasil tem se desenvolvido e crescido nos 
últimos anos, com o surgimento de novas companhias aéreas, a modernização 
7Elementos fundamentais no desenvolvimento econômico
das frotas significativas e o aumento de número de voos e assentos disponi-
bilizados para os usuários.
Já o modal ferroviário (Figura 2) não é comum para o transporte de 
produtos, muito diferente do que ocorria no País entre o século XIX e o início 
do século XX, quando a malha ferroviária acompanhou a expansão da produ-
ção do café no estado de São Paulo. Esse tipo de transporte, então, perdeu a 
importância após o término do ciclo do café. Com o passar do tempo, a malha 
ferroviária tornou-se defasada e sem grandes perspectivas de investimentos. 
Isso aconteceu, também, em consequência da má administração e das priva-
tizações, com a entrada de multinacionais automobilísticas, que incentivaram 
a construção de estradas. 
Figura 2. Mapa das ferrovias do Brasil.
Fonte: Alves e Antunes (2019, p. 222).
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) (2009), 
a extensão da malha ferroviária do Brasil é de aproximadamente 28.276 km. É 
Elementos fundamentais no desenvolvimento econômico8
muito pequena, tendo em vista que o tamanho do Brasil é de 8.515 milhões km2. 
Alguns países menores, como Holanda, Alemanha e Itália, utilizam o transporte 
ferroviário para transportar cargas e pessoas. A distribuição das ferrovias 
brasileiras tem duas características bem marcantes: em termos de quilome-
tragem, é reduzida se comparada ao tamanho do Brasil e seu potencial é mal 
explorado e muito deficitário em várias regiões do Brasil.
O modal rodoviário é o mais utilizado para deslocar mercadorias. A maior 
concentração ocorre principalmente no Centro-Sul, e a malha rodoviária 
instalada no País (estradas) representa aproximadamente 20% do total do 
território. Essa malha rodoviária é bem distribuída, tornando-se uma opção 
acessível para o transporte de cargas em função da cobertura desse modal. 
Em 2012, cerca de 12,89% das estradas estavam pavimentadas. As condições 
que as vias apresentam são muito precárias e perigosas.
Antes da industrialização, considerava-se que o Brasil era um arquipélago 
mercantil. Havia poucas vias para conectar o território. Depois da industriali-
zação, na década de 1930, foi necessário integrar o mercado nacional, investir 
mais nos transportes e construir uma malha ferroviária maior (BECKER; 
EGLER, 1998; ALVES; ANTUNES, 2019).
Quanto maior a presença de indústrias, atividades agrárias e comerciais, 
maior o crescimento econômico de um país, assim será também maior a 
demanda e a pressão sobre os meios de transporte. Se esses meios não dis-
ponibilizarem uma estrutura adequada para suportar a carga, certamente 
o desenvolvimento desse país será comprometido. Dizemos então que os 
transportes são um dos elementos estratégicos para qualquer país ou governo.
Competição comercial entre países e suas 
consequências
O termo tríade global foi criado por Kenichi Ohmae em 1999. Esse termo 
se refere à estrutura tripolar e macrorregional em que a economia mundial 
era organizada, tendo como pilares a América do Norte, a Europa e o Leste 
Asiático (DICKEN, 2010). Se refl etirmos sobre os dados de produção, comércio 
e investimento direto externo, a questão é muito convincente, pois, conforme 
Figura 3, essas três macrorregiões juntas compõem cerca de 86% do total do 
produto interno bruto mundial (PIB) e do total de exportações comerciais do 
mundo.
9Elementos fundamentais no desenvolvimento econômico
Figura 3. Tríade global: concentração de PIB e exportações mundiais.
Fonte: Santos Junior (2016, p. 135).
Esta tríade constitui os megamercados do mundo e absorve cada vez mais 
produção, comércio e investimento direto do mundo. Isso carreta problemas 
para o restante do mundo, destacando-se os países menos desenvolvidos, que 
não estão interligados ao sistema. Embora os países em desenvolvimento 
tenham aumentado sua participação nas exportações globais de entrada de 
investimento direto externo, essa participação é considerada muito limitada, 
como mostra o Quadro 2.
Elementos fundamentais no desenvolvimento econômico10
 Fonte: Adaptado de Dicken (2010). 
Participação dos países em desenvolvimento na produção, no 
comércio e no investimento direto externo mundial, 1990 e 2003–4 (%)
1990 2003–4
Participação no PIB mundial 18,4 19,5
Participação nas 
exportações mundiais
19,0 26,3
Participação no estoque 
mundial de entrada de IED
20,6 25,0
Participação nos fluxos 
mundiais de entrada de IED
15,0 35,6
Participação do total dos países em desenvolvimento, 
classificada pelos 10 e 5 mais importantes (%)
10 mais 
importantes
5 mais 
importantes
PIB 64 53
Exportações 77 59
Estoque de IDE (entrada) 65 54
Fluxos de IDE (entrada) 75 62
 Quadro 2. Participação dos países em desenvolvimento na produção e no comércio 
Algumas das principais características da globalização são a internacio-
nalização da produção e os fluxos financeiros, destacando-se o papel das 
empresas transnacionais. Essas empresas atuam de diversos países do mundo, 
comprando matérias-primas e dando preferência para lugares que incentivam 
seu desenvolvimento. Além disso, têm um eficiente sistema de distribuição, 
produzindo e enviando produtos para todos os cantos do mundo.
A competição é um fator de sobrevivência entre as empresas, que faz com 
que produzam material de maior qualidade e reduzam custos para chegar 
em menores preços. Como o poder entre as empresas é desigual, surgem 
relações desiguais entre elas e o mercado, beneficiando o grande capital e as 
transnacionais.
A formação de blocos econômicos é também uma característica da glo-
balização. Esses blocos são associações de países que estabelecem relações 
11Elementos fundamentais no desenvolvimento econômico
comerciais entre si e atuam de forma conjunta no mercado internacional. 
Um aspecto importante é a eliminação de alíquotas de importação, visando 
à criação de zonas de livre comércio.
Atualmente, as principais áreas industriais no mundo são Estados Unidos-
-Canadá, Europa Ocidental e Leste Asiático. A Figura 4 mostra que, em relação 
à indústria brasileira, há variação do índice de produção industrial no período 
de 2006 a 2011, além de uma oscilação, com grande queda no ano de 2008 e 
recuperação em 2010.
Figura 4. Crescimento da atividade industrial brasileira.
Fonte: Santos Junior (2016).
O papel do Estado, portanto, tem grande importância na situação socioe-
conômica dos países, que sofre influência de várias maneiras, de acordo com 
as políticas e os objetivos propostos e adotados. Esses objetivos são diversos, 
tendo um foco mais social e/ou econômico, com mais ou menos intervenção 
do Estado na economia e no desenvolvimento da infraestrutura dos países.
Elementos fundamentais no desenvolvimento econômico12
ALVES, A. R.; ANTUNES, E. M. Geografia industrial. Curitiba: InterSaberes, 2019.
BECKER, B. K.; EGLER, C. A. G. Brasil: uma nova potência regional na economia-mundo. 
3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
BRASIL. Câmara dos Deputados. Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional. 
IMO: 70 anos ao serviço do transporte marítimo. 2018. Disponível em: https://www2.
camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/credn/noticias/
imo-70-anos-ao-servico-do-transporte-maritimo. Acesso em: 25 nov. 2019.
DICKEN, P. Mudança global: mapeando as novas fronteiras da economia mundial. 5. 
ed. Porto Alegre: Bookman, 2010.
INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Presença do Estado no Brasil: 
Federação, suas unidades e municipalidades: transporte ferroviário. 2009. Disponível 
em: http://www.ipea.gov.br/presenca/index.php?option=com_content&view=articl
e&id=28&Itemid=18. Acesso em: 25 nov. 2019.
MARQUES, A. Técnica e economia dos transportes & sistemas de transporte – UFAM. 2011. 
Disponível em: http://transportes-2.blogspot.com/2011/08/importancia-do-transporte-
-para-economia.html.Acesso em: 25 nov. 2019.
MELO, D. S. S.; SCALABRIN, F. Ciência política e teoria geral do Estado. Porto Alegre: 
Sagah, 2017.
OHMAE, K. O fim do Estado nação: a ascensão das economias regionais. Rio de Janeiro: 
Campus, 1999.
PENA, R. A. Transportes. c2019. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/geografia/
transportes.htm. Acesso em: 25 nov. 2019.
PREÇOS abusivos no setor portuário decorrem de regulação frágil. 2018. Disponível 
em: https://portal.tcu.gov.br/imprensa-1/noticias/precos-abusivos-no-setor-portuario-
-decorrem-de-regulacao-fragil.htm. Acesso em: 25 nov. 2019.
RAZZOLINI FILHO, E. Administração de material e patrimônio. Curitiba: IESDE, 2012.
SAMUELSON, P. A.; NORDHAUS, W. D. Economia. 19. ed. Porto Alegre: AMGH, 2012.
SANTOS JUNIOR, W. R. Geografia II: geografia econômica. São Paulo: Saraiva, 2016. 
13Elementos fundamentais no desenvolvimento econômico
Os links para sites da Web fornecidos neste capítulo foram todos testados, e seu fun-
cionamento foi comprovado no momento da publicação do material. No entanto, a 
rede é extremamente dinâmica; suas páginas estão constantemente mudando de 
local e conteúdo. Assim, os editores declaram não ter qualquer responsabilidade 
sobre qualidade, precisão ou integralidade das informações referidas em tais links.
Elementos fundamentais no desenvolvimento econômico14
Dica do professor
Os sistemas de transporte são importantes para o desenvolvimento econômico de uma região. As 
ferrovias, no Brasil, foram incentivadas e projetadas em determinados períodos históricos.
Nesta Dica do Professor você conhecerá a história das ferrovias no Brasil.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/5dabf705939be6a483de7875e6cfe5f9
Exercícios
1) Entre as diversas teorias que tentam explicar a formação do Estado, as teorias naturalistas 
tem como características:
 
( ) Acontecer a partir de uma condição instintiva dos seres humanos.
( ) Dispensar qualquer ato voluntário do Estado.
( ) Não estar atrelada a algum ato específico, mas sim, ser um produto natural de uma 
sociedade.
Assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
A) V, V e V. 
B) F, F e F.
C) V, V e F.
D) V, F e F.
E) F, V e F.
2) De acordo com Samuelson & Nordhaus (2012), nenhum governo, em nenhuma parte do 
mundo, por mais conservador que seja, mantêm-se totalmente afastado da economia, pois:
A) o sistema que determina se pode ou não intervir nas questões econômicas.
B) os governos assumem diversas tarefas em razão das falhas do mecanismo de mercado.
C) não é papel do Estado interferir na saúde, educação e assegurar os direitos humanos 
universais.
D) as Forças Armadas e a polícia são petencentes ao setor privado da economia, sem exceção.
E) se o Estado intervir, o sistema passa a ser considerado socialista.
O Estado exerce diversas e importantes funções. Para Samuelson & Nordhaus (2012), o 
Estado tem três funções em uma economia de mercado.
Assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
3) 
( ) Aumentar a eficiência ao promover a concorrência, combater externalidades, como a 
poluição, e fornecer bens públicos.
( ) Promover a igualdade ao usar impostos e propagandas de gastos púbicos para 
redistribuir a renda para grupos específicos.
•
( ) Estimular a instabilidade macroeconômica, reduzindo o desemprego e a inflação e 
estimulando o crescimento econômico por meio das políticas monetária e fiscal.
•
A) V, V e V.
B) F, F e F.
C) V, V e F.
D) V, F e V.
E) F, F e V.
4) Segundo Melo & Scalabrin (2017), John Maynard Keynes, responsável pela análise da grande 
depressão americana de 1929 e fiel defensor da intervenção estatal na economia, 
desenvolveu a teoria keynesiana, segundo a qual:
( ) se justifica a intervenção do Estado na economia por meio de políticas públicas, visto a 
falta de forças de autoajustamento da economia e o desemprego.
( ) nega a intervenção do Estado na economia para atenuar as flutuações econômicas e 
insuficiência de demanda efetiva, tomando determinadas decisões de controle da moeda, de 
crédito e do nível de investimentos.
( ) influenciou por meio de seu pensamento a ordem econômica internacional do pós-guerra 
até os anos 70, período conhecido como idade de ouro do capitalismo. 
Assinale V (verdadeiro) ou F (falso).
A) F, F e F.
B) V, V e V.
C) F, V e F.
D) V, F e V.
E) F, V e V.
5) Os sistemas de transporte estão presentes em todos os lugares do mundo e são 
diferenciados pelo seu desenvolvimento, tecnologia e qualidade.
Qual a importância dos transportes para a economia dos países?
A) Todos os países minimamente industrializado possuem uma eficiente malha de transportes.
B) A questão do desenvolvimento econômico não está ligada ao sistema de transporte.
C) Tanto países desenvolvidos quanto em desenvolvimento possuem excelentes estruturas de 
transporte.
D) Não existe diferença entre os tipos de modais, pois todos necessitam de poucos 
investimentos.
E) Um transporte eficiente é fator decisivo na economia mundial, pois um sistema carente afeta 
diversos setores da economia.
Na prática
Os sitemas de transportes são essenciais para o desenvolvimento de qualquer Estado ou região, 
pois por meio deles são deslocadas pessoas e mercadorias no mundo inteiro. 
Na Prática, acompanhe como um professor realiza um projeto para analisar e propor mudanças no 
sistema de transporte que afeta uma comunidade escolar.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Circulação e desenvolvimento regional: uma avaliação dos 
impactos do Plano Nacional de Logística e Transportes no 
Centro-Oeste brasileiro
Você vai conferir um artigo sobre o Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT) e o repertório 
teórico-metodológico que orienta a abordagem das políticas de planejamento no Brasil, com foco 
nas propostas intervencionistas no Centro-Oeste brasileiro.
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A economia política do modelo econômico chinês: o estado, o 
mercado e os principais desafios
Você aprenderá sobre o modelo econômico chinês e seus principais desafios, sua particularidade 
institucional e sua relação entre o Estado e o mercado.
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A teoria da derivação do Estado e do direito
Veja esta tese sobre a teoria da derivação do Estado. Os participantes do debate procuravam 
criticar o pensamento conservador, socialdemocrata e keynesiano, além de discordarem das ideias 
de Stálin, Nicos Poulantzas, Ralph Miliband, Jürgen Habermas, Claus Offe e da teoria do capitalismo 
monopolista de Estado (Stamocap).
http://www.periodicos.rc.biblioteca.unesp.br/index.php/estgeo/article/view/13250
https://www.redalyc.org/pdf/238/23826263008.pdf 
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Estado, transportes e planejamento no Brasil: a atuação do 
Geipot na formulação de políticas públicas para os transportes
Com esse artigo você aprenderá sobre a atuação do Estado no setor de transportes por meio das 
políticas públicas formuladas pela Empresa Brasileira de Planejamento de Transporte (Geipot) entre 
1965 e 2001.
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https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/2/2139/tde-02092014-163137/en.php 
https://rbgdr.net/revista/index.php/rbgdr/article/view/2522

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