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GEOGRAFIA ECONOMICA

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FACULDADE ÚNICA 
DE IPATINGA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
José Tadeu de Almeida 
 
Pós-Doutorando em Ciência da Religião pelo Instituto de Ciências Humanas da Universi-
dade Federal de Juiz de Fora (ICH-UFJF). Doutor em História Econômica pela Faculdade 
de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP) (2015), mestre 
em Desenvolvimento Econômico (2010) e graduado em Ciências Econômicas (2007) pelo 
Instituto de Economia da Universidade Estadual de Campinas (IE-UNICAMP) (2010). Profes-
sor elaborador (conteudista) para as áreas de Ciências Humanas, Ciências Exatas e Ci-
ências Sociais Aplicadas, e membro da Associação Brasileira de Educação à Distância 
(ABED). Pesquisador e docente nas áreas de Ciências Econômicas, História do Brasil e 
Ciências da Religião. 
GEOGRAFIA ECONÔMICA 
 
1ª edição 
Ipatinga – MG 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
FACULDADE ÚNICA EDITORIAL 
 
Diretor Geral: Valdir Henrique Valério 
Diretor Executivo: William José Ferreira 
Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Cristiane Lelis dos Santos 
Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Gilvânia Barcelos Dias Teixeira 
Revisão Gramatical e Ortográfica: Izabel Cristina da Costa 
Revisão/Diagramação/Estruturação: Bárbara Carla Amorim O. Silva 
 Carla Jordânia G. de Souza 
 Rubens Henrique L. de Oliveira 
Design: Brayan Lazarino Santos 
 Élen Cristina Teixeira Oliveira 
 Maria Luiza Filgueiras 
 
 
 
 
 
 
 
 
© 2021, Faculdade Única. 
 
Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza-
ção escrita do Editor. 
 
 
T314i 
 
 
Teodoro, Jorge Benedito de Freitas, 1986 - . 
Introdução à filosofia / Jorge Benedito de Freitas Teodoro. – 1. ed. Ipatinga, 
MG: Editora Única, 2020. 
113 p. il. 
 
Inclui referências. 
 
ISBN: 978-65-990786-0-6 
 
1. Filosofia. 2. Racionalidade. I. Teodoro, Jorge Benedito de Freitas. II. Título. 
 
CDD: 100 
CDU: 101 
Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920. 
 
 
 
 
 
NEaD – Núcleo de Educação as Distancia FACULDADE ÚNICA 
Rua Salermo, 299 
Anexo 03 – Bairro Bethânia – CEP: 35164-779 – Ipatinga/MG 
Tel (31) 2109 -2300 – 0800 724 2300 
www.faculdadeunica.com.br
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
Menu de Ícones 
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do conteúdo 
aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones ao lado dos textos. 
Eles são para chamar a sua atenção para determinado trecho do conteúdo, cada um 
com uma função específica, mostradas a seguir: 
 
 
 
São sugestões de links para vídeos, documentos científi-
co (artigos, monografias, dissertações e teses), sites ou 
links das Bibliotecas Virtuais (Minha Biblioteca e Bibliote-
ca Pearson) relacionados com o conteúdo abordado. 
 
Trata-se dos conceitos, definições ou afirmações impor-
tantes nas quais você deve ter um maior grau de aten-
ção! 
 
São exercícios de fixação do conteúdo abordado em 
cada unidade do livro. 
 
São para o esclarecimento do significado de determi-
nados termos/palavras mostradas ao longo do livro. 
 
Este espaço é destinado para a reflexão sobre questões 
citadas em cada unidade, associando-o a suas ações, 
seja no ambiente profissional ou em seu cotidiano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
SUMÁRIO 
 
GEOGRAFIA ECONÔMICA E DA POPULAÇÃO ....................................... 8 
1.1 INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 8 
1.2 UMA INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA ECONÔMICA ............................................... 8 
1.3 FORMAÇÃO ECONÔMICA E SOCIAL DO BRASIL E SEU ESPAÇO GEOGRÁFICO
 ............................................................................................................................... 12 
1.4 CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO E DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO ................. 17 
1.4.1 A realidade do crescimento demográfico .............................................. 18 
1.4.2 Teorias do desenvolvimento econômico e a divisão social do 
trabalho........................................................................................................... 21 
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 26 
GEOGRAFIA ECONÔMICA E INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO .. 32 
2.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 32 
2.2 TEORIAS DEMOGRÁFICAS EM PERSPECTIVA HISTÓRICA ................................... 32 
2.2.1 O liberalismo pessimista ............................................................................... 34 
2.3 RECENSEAMENTO POPULACIONAL E PESQUISAS AMOSTRAIS .......................... 36 
2.4 ÍNDICES DE ATIVIDADE ECONÔMICA E DESENVOLVIMENTO ............................ 39 
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 45 
GEOGRAFIA ECONÔMICA E GLOBALIZAÇÃO...................................... 51 
3.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 51 
3.2 A EVOLUÇÃO DA ATIVIDADE INDUSTRIAL E A ESTRUTURAÇÃO DO ESPAÇO ... 51 
3.3 O PROCESSO DE PRODUÇÃO CAPITALISTA E A GLOBALIZAÇÃO ECONÔMICA
 ............................................................................................................................... 54 
3.3.1 Os efeitos da globalização ......................................................................... 55 
3.4 A INDÚSTRIA MODERNA E SUA DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA ........................... 58 
3.4.1 A guerra fiscal ................................................................................................ 59 
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 61 
DINÂMICAS DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E A GEOGRAFIA 
URBANA ................................................................................................... 67 
4.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 67 
4.2 OS MEIOS DE TRANSPORTES E O COMÉRCIO ..................................................... 67 
4.2.1 Geografia dos Transportes .......................................................................... 68 
4.2.2 Relações comerciais nos centros urbanos ............................................... 75 
4.3 ÊXODO RURAL E A URBANIZAÇÃO DAS METRÓPOLES....................................... 77 
4.3.1 Considerações sobre a dinâmica do Agronegócio no Brasil............... 77 
4.3.2 Êxodo rural ...................................................................................................... 80 
4.4 ECONOMIA DAS CIDADES E OS DESAFIOS DA SUSTENTABILIDADE .................. 83 
4.4.1 Arranjos Produtivos Locais (APLs) ............................................................... 83 
4.4.2 Dimensões do empreendedorismo urbano: as startups ........................ 84 
4.4.3 O Desenvolvimento sob a esfera local ..................................................... 86 
FIXANDO O CONTEÚDO ...................................................................................... 88 
GEOGRAFIA ECONÔMICA E MATRIZES ENERGÉTICAS ......................... 94 
5.1 INTRODUÇÃO........................................................................................................ 94 
5.2 A EVOLUÇÃO HISTÓRICA DAS FORMAS DE UTILIZAÇÃO DA ENERGIA ............ 94 
5.3 FONTES E FORMAS DE ENERGIA E MODOS DE REGULAÇÃO ............................. 95 
5.4 PROBLEMAS ENERGÉTICOS CONTEMPORÂNEOS ............................................... 99 
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 104 
UNIDADE 
02 
UNIDADE 
01 
UNIDADE03 
UNIDADE 
04 
UNIDADE 
05 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
ASPECTOS DE ECONOMIA INTERNACIONAL E GEOPOLÍTICA 
CONTEMPORÂNEA................................................................................ 110 
6.1 INTRODUÇÃO...................................................................................................... 110 
6.2 A INSERÇÃO DO BRASIL NA GEOGRAFIA ECONÔMICA MUNDIAL E AS 
ORGANIZAÇÕES ECONÔMICAS INTERNACIONAIS ......................................... 110 
6.2.1 Análise da Balança Comercial Brasileira ............................................... 112 
6.3 INTEGRAÇÃO ECONÔMICA NA AMÉRICA LATINA ......................................... 116 
6.3.1 Substituição de importações ................................................................... 116 
6.4 BLOCOS ECONÔMICOS: ASPECTOS DO CRESCIMENTO ECONÔMICO DOS 
PAÍSES ASIÁTICOS .............................................................................................. 118 
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................... 123 
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO ............................................. 129 
REFERÊNCIAS ......................................................................................... 130 
 
UNIDADE 
06 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
 
CONFIRA NO LIVRO 
 
Esta unidade irá apresentar as principais questões e conceitos que 
dizem respeito à Geografia Econômica, delimitando as relações 
existentes entre fatos econômicos e sua distribuição espacial. 
Também será feita uma recapitulação histórica para delimitar a 
evolução econômica do Brasil e seus limites geográficos. 
Serão realizadas, ao longo desta unidade, algumas discussões a 
respeito da dimensão demográfica e seus aspectos econômicos, 
enfocando o Desenvolvimento Econômico brasileiro por meio de 
indicadores de desempenho e atividade econômica em diferentes 
regiões. 
 
 
Esta unidade é dedicada a um estudo mais amplo das relações 
econômicas que configuram o capitalismo contemporâneo, em 
particular, a partir da dinâmica da atividade industrial e sua distri-
buição no espaço, enfocando elementos como a globalização 
produtiva e financeira, e a guerra fiscal. 
A aglomeração da sociedade, em modo acelerado, demanda 
uma abordagem a respeito dos modelos de desenvolvimento ur-
bano em uma perspectiva economicamente sustentável. Assim 
sendo, o enfoque desta unidade é desenvolver uma reflexão sobre 
o futuro das cidades. 
 
 
Neste momento, será elaborada uma reflexão a respeito dos prin-
cipais desafios e oportunidades que são geradas pela exploração 
de diferentes matrizes energéticas. Assim, pode-se observar a dis-
tribuição geográfica destas fontes e os principais recursos energé-
ticos disponíveis na atualidade. 
Na conclusão desta disciplina, serão tratados alguns temas relati-
vos à integração política e econômica entre nações, compreen-
dendo a inserção brasileira nos circuitos econômicos internacionais 
a partir de determinados padrões produtivos e financeiros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
GEOGRAFIA ECONÔMICA E DA 
POPULAÇÃO 
 
1.1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno, esta unidade tem o objetivo de apresentar-lhe uma contex-
tualização geral a respeito dos temas que compõem o campo de estudos da Geo-
grafia Econômica. De acordo com o que você irá estudar durante este capítulo, 
será possível perceber que o Desenvolvimento Econômico e das relações comerci-
ais e produtivas está intrinsecamente conectado com a dinâmica geográfica e so-
cial dos países, cuja interação forma processos bem delimitados de divisão do tra-
balho e especialização produtiva em função de competências estratégicas e van-
tagens competitivas no século XXI. 
Desta forma, conceitos econômicos, tais como ‘Termos de Troca’ e ‘Divisão 
do Trabalho’ podem ser diretamente aplicados ao contexto desta disciplina, ofere-
cendo a você as condições objetivas necessárias para entender a Geografia Eco-
nômica sob uma perspectiva interdisciplinar. 
 
1.2 UMA INTRODUÇÃO À GEOGRAFIA ECONÔMICA 
A Geografia apresenta, enquanto área do conhecimento, diferentes ramifi-
cações que se estabelecem em torno de elementos de natureza física (como a 
Geologia e a Climatologia, por exemplo), e também ao redor de elementos sociais, 
culturais e, particularmente, econômicos. Ou seja, há diversos aspectos que con-
vergem, dentro da Geografia Humana, para a compreensão dos fatos econômicos 
que formam a sociedade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
Figura 1: Aspectos da Geografia Humana e suas determinações 
 
Fonte: Adaptado de Santos Jr. (2016) 
 
No entanto, entender a Geografia Econômica apenas por ‘aspectos 
econômicos’ seria um tanto limitado; em outras palavras, seria apenas entender o 
conceito a partir do que ele não é. Em particular, diferentes autores estabelecem 
uma compreensão da Geografia Econômica a partir das atividades econômicas 
criadas pelo homem em determinados espaços e ambientes, observando os deslo-
camentos populacionais, a variação das relações comerciais e produtivas, a mi-
gração para espaços urbanos, entre outras possibilidades. 
Desta forma, é possível entender a Geografia Econômica como um segmen-
to específico da Geografia Humana (a qual observa as relações entre sociedade e 
espaço); enquanto segmento, a Geografia Econômica enfoca os fenômenos e 
processos econômicos, enquanto estejam distribuídos em diferentes espaços e terri-
tórios (SANTOS JR., 2016). 
Esta dispersão espacial repercute em elementos econômicos como os custos 
de produção, os lucros das empresas, bem como suas receitas e despesas, por 
exemplo, determinando os processos produtivos, de logística e articulação econô-
mica nesses ambientes. 
A Geografia Econômica enfatiza, portanto, a velocidade e a dinâmica das 
transformações econômicas em escala mundial, bem como a determinação histó-
rica e social destas transformações e as implicações destes processos sobre o modo 
de vida dos indivíduos, através de suas relações de consumo, padrões de vida, per-
fis de crescimento populacional e demográfico, ocupação do território, entre outras 
manifestações (MORAES; FRANCO, 2010). 
Deve-se ter atenção, ainda, ao fato de que esta disciplina não deve ser vista 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
apenas como uma fusão, ou um somatório, entre a Geografia e as Ciências Eco-
nômicas; esta leitura, embora não seja de todo incorreta, acaba por enfatizar ex-
cessivamente algumas relações específicas de formação econômica de diferentes 
espaços, como por exemplo, a distribuição da agricultura nas regiões geográficas 
brasileiras. 
Com efeito, embora estas determinações sejam importantes para a compre-
ensão dos fatos correntes da Economia contemporânea, podem ser insuficientes 
para compreender os aspectos sociais e culturais, como mencionamos, que são 
igualmente fundamentais para o desenvolvimento humano (MORMUL, 2013). 
Neste mesmo tema, ainda podemos destacar mais dois aspectos para uma 
conceituação adequada a respeito da Geografia Econômica. 
O primeiro deles ressalta que a Geografia Econômica é particularmente rele-
vante para entender a dinâmica das relações sociais contemporâneas: a área co-
nhecida tradicionalmente no Ensino Médio como Geopolítica abrange dimensões 
sociais diversas. Porém, a evolução recente da Geografia Econômica está baseada 
também nas influências das instituições humanas sobre o território, tais como as 
empresas, organizações não-governamentais (ONGs), grupos religiosos e outros 
agentes físicos e jurídicos com alguma capacidade de articulação. Assim, por meio 
das ações econômicas, pode-se também entender a realidade social e suas impli-
cações (HERNÁNDEZ, 2003). 
 
 
 
O segundo ponto a destacar é a importância da Geografia Econômica para 
a compreensão das diferentes disparidades e desigualdades que estão presentes 
na sociedade contemporânea. 
Efetivamente, o pesquisador naárea do conhecimento proposta por esta 
A linguagem empresarial denomina as instituições destacadas no parágrafo anterior 
como stakeholders. Este conceito pode ser explicado a partir da expressão ‘grupos de 
interesse’; isto é, um stakeholder é um agente diretamente interessado nos resultados e 
objetivos relacionados a uma empresa ou instituição pública/privada, e que é influenci-
ada por suas políticas. Por exemplo, uma Organização Social (OS) é um stakeholder do 
poder público, á medida que as decisões do Estado interferem e determinam as suas 
condições de desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
disciplina não poderá conceber estas desigualdades como um fato circunstancial, 
isto é, que pode ser atribuído a alguma razão não-específica ou relacionada à rea-
lidade do indivíduo. Deve-se, assim, entender melhor os condicionantes econômi-
cos e sociais que estão presentes em uma população geograficamente distribuída. 
Por exemplo, a falta de empregos qualificados em uma determinada área 
não pode ser atribuída apenas à baixa qualificação dos indivíduos, mas sim, a ele-
mentos históricos (ausência de políticas públicas, desigualdade de renda, etc) que 
convergem para uma determinação econômica (desemprego) com implicações 
sociais (padrões de consumo, disparidades de renda, violência, pobreza, entre ou-
tras possibilidades) (SPOSITO, 2017). 
 
Figura 2: Elementos estruturais na Geografia Humana
 
Fonte: Adaptado de SPOSITO (2017) 
 
Verifique, por fim, que a Geografia Econômica abrange aspectos da Eco-
nomia que viabilizaram a assimilação de teorias econômicas importantes. Dentre 
estas abordagens, podemos mencionar a Teoria da Dependência, a qual será des-
tacada nos próximos tópicos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
 
1.3 FORMAÇÃO ECONÔMICA E SOCIAL DO BRASIL E SEU ESPAÇO GEOGRÁ-
FICO 
Neste tópico, você poderá analisar, ainda que resumidamente, diferentes 
aspectos relacionados ao desenvolvimento econômico do Brasil em perspectiva 
histórica. Você poderá observar que as etapas deste desenvolvimento se estabele-
cem a partir do período colonial, desde a criação das capitanias hereditárias e da 
criação de circuitos comerciais baseados no extrativismo vegetal. Estas fases históri-
cas foram condicionadas pela distribuição geográfica e ambiental no território, cri-
ando relações entre a colônia brasileira e a metrópole portuguesa que foram ree-
laboradas a partir dos períodos imperial e republicano. 
A formação econômica do Brasil na era colonial apresenta suas raízes na 
consolidação do Império Português no período das ‘Grandes Navegações’, no sé-
culo XV, onde as monarquias ibéricas passaram a disputar espaços inexplorados a 
fim de estabelecer rotas comerciais privilegiadas para a região das Índias, bem 
como para construir relações monopolistas de comércio e complexos produtores 
voltados à exportação (MORAES; FRANCO, 2010). 
Assim, ao refletir com maior especificidade sobre a formação social e históri-
ca da nação brasileira, é necessário resgatar as formas de exploração estabeleci-
das durante os primeiros séculos da dominação portuguesa, dentro de um modelo 
teórico que é conhecido como ‘Antigo Sistema Colonial’. 
De acordo com os pressupostos deste modelo, a organização da produção 
econômica da colônia, desde o século XVI, estava destinada a dar sustentação à 
criação de lucros e excedentes financeiros para a metrópole, não apenas a partir 
do comércio de bens, mas também, por meio do apresamento e escravização de 
negros e indígenas. Neste contexto histórico, foram criadas as primeiras povoações, 
ocupando o território a partir das regiões litorâneas de modo a favorecer os proces-
sos comerciais e de extração de recursos naturais na colônia recém-descoberta 
(ARRUDA, 2003). 
Por sua vez, o uso de mão-de-obra cativa foi sendo desenvolvido desde o 
século XVI, como um modo básico e fundamental de regime de trabalho na Colô-
nia e, posteriormente, durante quase todo o período Imperial. O trabalho escravo 
foi uma das características mais fundamentais do Antigo Sistema Colonial, uma vez 
que era formador de lucros extraordinários a partir da exploração de contingentes 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
populacionais e do tráfico ultramarino de escravos. 
Esta mão-de-obra escrava era particularmente demandada para o trabalho 
rural, nas lavouras de cana-de-açúcar (que formavam complexos exportadores im-
portantes, especialmente na região Nordeste, nos quais a Coroa portuguesa tinha o 
domínio do comércio e o controle completo das compras da produção) e na ex-
tração mineral, em ouro e pedras preciosas, especialmente, na região das Minas 
Gerais, a partir da segunda metade do século XVII. 
Em relação ao trabalho rural, estes complexos foram desenvolvidos com ba-
se no modelo de plantation, no qual articulam-se as seguintes variáveis: o uso de 
mão-de-obra escrava; a formação de grandes propriedades rurais, organizadas por 
homens que, em momento posterior, formarão a pequena nobreza brasileira; a mo-
nocultura como meio de produção; a exportação dos recursos produzidos; e as re-
lações de exclusividade forçada no comércio com a metrópole (CAMPOS; 
MIRANDA, 2000). 
 
Figura 3: modelo de plantation 
 
Fonte: Adaptado de Campos e Miranda (2000) 
 
Houve, ainda, o chamado ‘ciclo minerador’, mais evidente nas capitanias de 
Minas Gerais e Goiás, ao longo do século XVIII – sem que outras culturas de expor-
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
tação, como a cana-de-açúcar, tenham perdido sua influência na estrutura eco-
nômica colonial – onde as áreas produtoras de minérios e metais preciosos criaram 
um importante espaço de circulação financeira na Colônia. 
Deste modo, a descoberta de lavras de ouro e de metais preciosos viabilizou 
a formação de um aparato administrativo da Coroa portuguesa na região das Mi-
nas Gerais, de modo que a circulação monetária e a riqueza gerada na colônia 
permitiu o desenvolvimento de núcleos urbanos e redes de abastecimento interno, 
que dinamizaram todo o território a partir de uma dinâmica eminentemente co-
mercial, calcado, vale lembrar, sobre o trabalho escravo (MORAES; FRANCO, 2010). 
O século XIX é caracterizado pela ascensão da cultura do café, que encon-
trou na região Sudeste uma importante área de expansão, com disponibilidade de 
terras férteis e condições climatológicas adequadas; esta expansão marcou-se a 
partir do Rio de Janeiro, espalhando-se depois para o Vale do Paraíba e para a re-
gião do Oeste Paulista. 
O chamado ‘ouro verde’, como o café era conhecido, foi responsável dire-
tamente pelo desenvolvimento da base econômica da nação recém-
independente (em 1822), e viabilizou a criação de algumas proto-indústrias, que 
tinham o objetivo de suprir este mercado com produtos indispensáveis ao cultivo do 
café (LUNA; KLEIN, 2016). 
 
 
 
Assim sendo, é possível questionar: de que maneira se estabeleceu esta rela-
ção intrínseca entre o desenvolvimento da economia cafeeira e o crescimento das 
forças produtivas, que culminariam, posteriormente, na criação de uma malha in-
dustrial, sob as suas mais diferentes dimensões? 
Na segunda metade do Século XIX, dois regimes de trabalho conviviam no 
Brasil: a mão-de-obra escrava, lastreada especialmente sobre o comércio clandes-
tino e sobre o tráfico interprovincial, em um contexto de aperto das legislações do 
Estado e pressões internacionais para o fim do regime de trabalho cativo. Ao mes-
No canal da TV Senado no Youtube, você poderá conhecer mais a respeito da compo-
sição da mão-de-obra imigrante e sua importância decisiva para a consolidação da 
lavoura cafeeira no Brasil, por meio do vídeo “Histórias do Brasil - Os imigrantes e o ciclo 
do café”. Acesse: https://bit.ly/3uAljvK. (Acesso em: 11. Fev. 2021). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
 
mo tempo, levas de imigrantes adentravam o território, estabelecendo núcleos po-
pulacionais e povoamentosem diferentes pontos do território, a fim de ocupa-lo e 
promover a expansão demográfica sob bases ‘europeias’, de acordo com as dou-
trinas raciais daquele tempo (CAMPOS; MIRANDA, 2000). 
Da mesma forma, as relações de trabalho são um exemplo de uma série de 
importantes contrastes na transição entre os séculos XIX e XX; coexistiam, ainda, di-
versos grupos monarquistas e republicanos radicais, e ainda, grupos políticos ligados 
aos estados, que tentavam assumir uma presença política mais efetiva na máquina 
pública. Deste modo, no século XX, o café era praticamente hegemônico na pauta 
exportadora, embora disputasse espaço com outros produtos igualmente importan-
tes na pauta de exportação, produtos estes criados através de complexos exporta-
dores, como a borracha, por exemplo (LUNA; KLEIN, 2016). 
 
Tabela 1: Pauta comercial dividida por províncias 
Importações Exportações 
Estados 1852/57 (média) 1919 1852/57 (média) 1919 
AM, GO, MT 0,1 1,1 0,1 3,1 
PA, MA, PI, CE 7,6 3,6 7,2 6,5 
RN, PB, PE, AL, SE, BA 31,9 13,5 31,2 13,3 
ES, RJ, MG, SP, GB 55,2 72,3 54,5 68,1 
SC, PR, RS 5,2 9,5 7,0 9,0 
Fonte: Cano (1998) 
 
Você pode observar, com base na Tabela 1, que os estados da região Sudes-
te eram responsáveis pela maioria das importações e exportações no período entre 
1850 e 1920: estas exportações estavam essencialmente embasadas no café, ao 
passo que as importações eram baseadas na compra de bens de consumo durá-
veis e outros insumos necessários ao desenvolvimento da região cafeeira, como 
maquinários, equipamentos e implementos para o desenvolvimento de ferrovias 
(CAMPOS; MIRANDA, 2000). 
Em uma próxima etapa histórica, na qual se desenvolvem as mudanças ocor-
ridas no Estado brasileiro durante o século XX, é preciso compreender os anos da 
chamada ‘Era Vargas’, entre 1930 e 1945; este é um período marcado pela lideran-
ça política de Getúlio Vargas, desde a Revolução de 1930, passando pela fase de 
governo constitucional, entre 1934 e 1937, e por fim, pelo regime ditatorial do ‘Esta-
do Novo’, entre 1937 e 1945. 
A expressão ‘Revolução de 1930’ diz respeito ao movimento político e militar, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
liderado por Vargas, que derruba o presidente Washington Luís e impede a posse 
do presidente eleito, Júlio Prestes, rompendo com o modelo de alternância política 
na chefia do Executivo federal que era dividido entre as oligarquias de São Paulo e 
Minas Gerais, modelo este que era conhecido como a ‘Política do Café-com-Leite’. 
Com o apoio de outros estados com menor representação política no cenário na-
cional, como o Rio Grande do Sul e Paraíba, Vargas marcha sobre o Rio de Janeiro 
e assume o poder, derrubando o presidente Washington Luís (LUNA; KLEIN, 2016). 
Em novembro de 1937, na sequência de eventos críticos como a Intentona 
Comunista, Vargas decreta o fechamento do Congresso, suspende o funcionamen-
to dos partidos políticos e outorga uma nova Constituição: começava o período do 
Estado Novo, a fase ditatorial da ‘Era Vargas’ que se estenderia até 1945. 
 
 
 
 Neste período, a propaganda política buscou criar uma imagem popular do 
presidente, de modo a reforçar sua vinculação direta com as massas, dispensando 
o funcionamento do Poder Legislativo como fonte de representação dos interesses 
do povo. Após o fim da ditadura do ‘Estado Novo’, em 1945, Getúlio Vargas é afas-
tado do poder e, em 1946, o marechal Eurico Gaspar Dutra vence as eleições, re-
formulando a Constituição e viabilizando uma fase de continuidade democrática 
que se estenderia até 1964 (MORAES; FRANCO, 2010). 
Esta fase é marcada, particularmente, pelo governo de Juscelino Kubitschek, 
também conhecido como JK, o qual iria instaurar um ambicioso programa de de-
senvolvimento econômico que ficou conhecido como Plano de Metas. Com o ob-
jetivo de fazer o Brasil avançar ‘cinquenta anos em cinco’, ou seja, na vigência de 
seu mandato (na época a reeleição era proibida), JK incentivou a instalação de 
empresas industriais estrangeiras para a fabricação de bens de consumo duráveis, 
em particular, a indústria automobilística; investiu em obras públicas, através da 
Os manuais de História Econômica apresentam abordagens e visões importantes a res-
peito das fases e processos relativos à construção da nação brasileira. No livro “História 
Econômica e Social do Brasil – O Brasil desde a República” (2016), de Francisco Vidal 
Luna e Herbert Klein, você poderá compreender mais a respeito do desenvolvimento 
econômico brasileiro na década de 1930. Disponível em: https://bit.ly/3qSgGL7. Acesso 
em: 11 Fev. 2021. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
 
abertura e melhoria de estradas e portos. 
Juscelino financiou estes projetos através do ‘tripé econômico’, que conju-
gava o capital privado nacional (em setores paralelos e de suporte à indústria pe-
sada), o capital do governo (em infraestrutura e através das empresas estatais) e o 
capital privado externo (especialmente através da entrada de empresas multinaci-
onais). A ‘meta-síntese’ do governo era a mudança da capital da República para o 
Planalto Central, com a construção de Brasília (CAMPOS; MIRANDA, 2000). 
Cumprindo seu governo de acordo com os preceitos democráticos, JK en-
trega seu governo ao sucessor eleito, Jânio Quadros, em 1961. Renunciando ao 
cargo meses depois, Jânio dá lugar a João Goulart, o vice reeleito. A plataforma 
política de Jango, inclinada à esquerda política, e associada a projetos de reforma 
agrária e no setor urbano, conhecidas como ‘Reformas de Base’, atraíram forte 
oposição da classe média e de segmentos importantes das Forças Armadas. Em 30 
de Março de 1964, Goulart é deposto mediante um golpe militar, que instaurou um 
regime de exceção que perduraria por vinte e um anos. 
Pelo lado da economia, o regime militar caracterizou-se por uma fase de in-
tenso crescimento das bases produtivas e da economia, que ficou conhecido co-
mo o período do ‘Milagre Econômico’, entre 1968 e 1973. No entanto, na sequência 
da etapa do ‘Milagre’, estas taxas de crescimento decaíram e a inflação voltou a 
crescer, comprometendo os limites ao desenvolvimento do Estado. O regime já da-
va sinais de enfraquecimento interno quando o processo de abertura política ga-
nhou fôlego, a partir de 1979, com o movimento da Anistia e a luta pela redemo-
cratização do país (MORAES; FRANCO, 2010). 
Esta luta se estenderia ao longo de toda a metade da década de 1980, com 
o retorno dos exilados políticos e o fim dos governos militares com a eleição de Tan-
credo Neves em 1985. Morto antes de assumir a presidência, Tancredo dá lugar ao 
vice, José Sarney, que implementa reformas econômicas e viabiliza a promulgação 
da nova Constituição, em 1988, vigente até os dias atuais. No entanto, pelo lado da 
economia, a inflação atingiu patamares superiores a 1.000% ao ano, desorganizan-
do a base produtiva até a reforma monetária que lançou o Real, em Julho de 1994. 
 
1.4 CRESCIMENTO DEMOGRÁFICO E DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO 
A contextualização apresentada no tópico anterior permitiu compreender as 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
transformações econômicas e sociais que condicionaram o desenvolvimento da 
sociedade brasileira no século XXI. Assim, partindo destas premissas históricas, é pos-
sível compreender a dinâmica da divisão social e territorial do trabalho na realida-
de brasileira. 
Este tópico, portanto, será dividido em dois subtópicos, que irão referenciar, 
primeiramente, a realidade do crescimento demográfico, e na sequência, os pro-
cessos teóricos que permitem entender a realidade da divisão do trabalho no país, 
à luz dos referenciais teóricos da ‘Dinâmica Centro-Periferia’ e da ‘Teoria da De-
pendência’. 
 
1.4.1 A realidade do crescimento demográfico 
Para entender a dinâmica do crescimento demográfico no Brasil e no mun-
do, é necessário recuperar alguns outros conceitos importantes, como o crescimen-
to vegetativoe as taxas de natalidade, fecundidade e mortalidade, de modo a 
observar os fatores históricos, econômicos e sociais que determinam a variação da 
população. 
Em primeiro lugar, podemos destacar o conceito de crescimento vegetativo 
(também conhecido por crescimento natural), que é formado pela diferença entre 
o número de indivíduos nascidos em um certo período de tempo, e o número de 
óbitos neste mesmo período, em uma determinada região, de modo que um valor 
positivo implica em um aumento do crescimento vegetativo, podendo-se ainda 
observar valores negativos, ou mesmo nulos. 
O crescimento demográfico, por sua vez, refere-se a um processo onde há 
um resultado decorrente da soma entre o crescimento vegetativo, e o saldo líquido 
de migrações (também conhecido como crescimento horizontal) que ocorreram 
em uma determinada região, de acordo com a equação (1) (MORAES; FRANCO, 
2010): 
 
 𝐂𝐫𝐞𝐬𝐜𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨 𝐝𝐞𝐦𝐨𝐠𝐫á𝐟𝐢𝐜𝐨 = (𝐍𝐚𝐬𝐜𝐢𝐦𝐞𝐧𝐭𝐨𝐬 − 𝐌𝐨𝐫𝐭𝐞𝐬) + (𝐈𝐦𝐢𝐠𝐫𝐚𝐧𝐭𝐞𝐬 − 𝐄𝐦𝐢𝐠𝐫𝐚𝐧𝐭𝐞𝐬) (1) 
 
Estas variáveis, como você pode observar, dependem não apenas de fato-
res físicos (como o número de mortes naturais), mas também dizem respeito a variá-
veis sociais e econômicas, como a violência (que pode elevar o número de mortes), 
o nível de renda (que pode aumentar a expetativa de vida e, consequentemente, 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
 
reduzir o número de mortes e, eventualmente, reduzir o número de nascimentos) e 
diferentes políticas públicas que levam ao aumento do bem-estar e, consequente-
mente, ao aumento dos fluxos migratórios de entrada (imigrações) para um país ou 
região. 
 
 
 
Da mesma forma, os países podem implementar políticas que favoreçam, ou 
desfavoreçam, a ocorrência de movimentos migratórios; tal prática é exemplifica-
da pelos sistemas de controle de entrada de cidadãos estrangeiros nos Estados Uni-
dos, cujo visto permanente para imigrantes, conhecido como green card, é objeto 
de uma intensa demanda e somente pode ser conseguido mediante condições 
específicas, como a efetivação de investimentos no país, ou por casamento, traba-
lho qualificado (em setores econômicos que apresentem baixa disponibilidade de 
mão-de-obra) ou indicação familiar. 
Outro exemplo recorrente ao longo da década de 2010 pode ser observado 
em relação às restrições à migração de árabes e africanos para nações europeias, 
como forma de sobrevivência e fuga de conflitos étnicos e guerras civis. Na Améri-
ca Latina, estas restrições são visíveis nos Estados Unidos, e também no Brasil, em 
relação à migração de haitianos (sobretudo para o estado de São Paulo) e vene-
zuelanos, na região norte do país (BAENINGER; PERES, 2017). 
 
 
 
Há muitas variáveis socioeconômicas que implicam em resultados integrados em relação 
ao crescimento demográfico: a criação de um sistema de saúde público e de acesso 
universal, por exemplo, será importante para viabilizar a redução da taxa de mortalida-
de, ao mesmo tempo que pode gerar algum volume de fluxo migratório para acesso a 
tratamentos, medicações específicas, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
Figura 4: Crescimento demográfico da população brasileira (milhões hab) 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor com dados do IBGE (2020). Disponível em: https://bit.ly/2ZQIdRl. 
Acesso em: 11 fev. 2021. 
 
Observe, pelo Gráfico 1, que até o ano de 2020, houve um incremento positi-
vo na população brasileira na ordem de 42,3% em relação a 1992: em 1º de julho 
deste ano, a população estimada era de 149.236.984 habitantes; em 16 de dezem-
bro de 2020, o IBGE estimava a existência de 212.443.851 residentes no território bra-
sileiro. 
Este número esperado de habitantes, vale dizer, já é superior às projeções do 
IBGE para o ano de 2020, elaboradas em abril deste ano, e que estimavam uma 
população de aproximadamente 211.755.000 pessoas ao final de 2020. 
De acordo com as informações do Censo Demográfico de 1970, a popula-
ção brasileira era estimada em aproximadamente noventa milhões de pessoas; lo-
go, em aproximadamente cinquenta anos, a população aumentou em quase 
150%, ou seja, mais que dobrou ao longo deste período. 
No entanto, para o mesmo órgão de pesquisa, as projeções de crescimento 
da população para os anos seguintes apontam para uma redução progressiva des-
te montante de habitantes, de acordo com o que se observa pelo Gráfico 2, que se 
segue: 
 
 
 
 
145
155
165
175
185
195
205
215
19
92
19
93
19
94
19
95
19
97
19
98
19
99
20
00
20
01
20
02
20
03
20
04
20
05
20
06
20
08
20
09
20
11
20
12
20
13
20
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20
15
20
16
20
17
20
18
20
19
20
20
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
 
Figura 5: Gráfico de Projeções demográficas para a população brasileira (milhões hab). 
Fonte: Elaborado pelo Autor com dados do IBGE (2020). Disponível em: https://bit.ly/3krCAST. 
Acesso em: 11 fev. 2021. 
 
É possível observar que o governo brasileiro acredita na existência de uma 
reversão do padrão de crescimento da população ao redor da década de 2040, 
com uma queda progressiva a partir deste momento. Tal situação, evidentemente, 
não incorpora variáveis desconhecidas como migrações motivadas por crises hu-
manitárias e econômicas (como no caso venezuelano), desastres naturais, guerras, 
epidemias e outros eventos cuja probabilidade de ocorrência é significativamente 
aleatória. 
No entanto, tais estimativas permitem pensar em situações socioeconomi-
camente importantes, como o envelhecimento progressivo da população – que 
traz impacto importante sobre os sistemas de saúde e de previdência – e as políti-
cas de emprego e qualificação para estes grupos populacionais. A mudança de-
mográfica, portanto, interfere na dinâmica da divisão social do trabalho, a qual 
será melhor avaliada no próximo subtópico. 
 
1.4.2 Teorias do desenvolvimento econômico e a divisão social do trabalho 
Os padrões demográficos condicionam, pela via do aumento ou redução da 
população, as condições de oferta absoluta de mão-de-obra, isto é, a disponibili-
dade de pessoas aptas a desenvolver alguma atividade laboral. Para entender es-
ta dinâmica, é pertinente retomar os conceitos de População Economicamente 
Ativa (PEA) e População em Idade Ativa (PIA). 
A População Economicamente Ativa é formada pelo somatório de indivíduos 
140
150
160
170
180
190
200
210
220
230
240
19
92
19
94
19
97
19
99
20
01
20
03
20
05
20
08
20
11
20
13
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15
20
17
20
19
20
21
20
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20
25
20
27
20
29
20
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20
33
20
35
20
37
20
39
20
41
20
43
20
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20
47
20
49
20
51
20
53
20
55
20
57
20
59
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
que trabalham, ou que têm um trabalho mas não o desempenharam por alguma 
razão específica (férias, licenças remuneradas, folgas, banco de horas, etc), em um 
período de tempo normalmente igual a trinta dias; estas são as pessoas ocupadas 
(PO). Dentro da PEA, são também incluídas as pessoas que não tinham um trabalho, 
mas que procuraram obter um trabalho, ou seja, são pessoas desocupadas (PD) 
(SIMÕES; ALVES; SILVA, 2016). 
 
 
 
Por sua vez, a população em Idade Ativa compreende, segundo o IBGE, o 
número de indivíduos com mais de dez anos de idade. Por fim, todos os indivíduos 
dentro da PIA que não fazem parte da PEA (ou seja, que não podem ser qualifica-
das como empregadas ou desempregadas, como estudantes, presidiários, aposen-
tados, etc) são denominados como População não-economicamente ativa 
(PNEA). Portanto, em uma formulação algébrica, tem-se a equação (2): 
 
 PIA = PEA + PNEA = (PO + PD) + PNEA (2) 
 
A Figura 6 sintetiza estas variáveis e os seus significados: 
 
Figura 6: Configurações de atividade e ocupação da população 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2021) 
Um fenômeno recente na economia brasileira é o aumento do número de desalentados, 
isto é, das pessoas que tinham alguma atividade de trabalho ou o buscavam ativamen-
te, (ou seja, faziam parte da PEA), mas,pela impossibilidade de encontrar alguma ocu-
pação, ou pelos custos envolvidos (impressão de currículos, deslocamentos, etc) desisti-
ram de procurar e se retiraram do mercado de trabalho, integrando a PNEA. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 
Este perfil da população determina, também, as condições da chamada di-
visão social do trabalho, que é um conceito que determina os modos pelos quais a 
sociedade e seus agentes (pessoas, empresas e instituições) se articulam com o ob-
jetivo de elaborar diferentes projetos econômicos, sejam eles na forma de serviços 
ou produtos, destinados ao mercado interno e/ou externo (SIMÕES; ALVES; SILVA, 
2016) 
Deste modo, esta divisão do trabalho condiciona padrões de especialização 
dos trabalhadores e, consequentemente, da própria estrutura produtiva na econo-
mia, a partir do modo capitalista de produção, de modo que o trabalhador acaba 
progressivamente focado apenas em tarefas específicas ao invés de mobilizar e 
articular as diferentes etapas da produção. Esta especialização, por um lado, gera 
maior produtividade, embora não necessariamente tal situação se reverta em me-
lhora de salários e ascensão profissional (SILVA, 2003). 
Há diferentes linhas teóricas que procuram explicar a divisão social do traba-
lho na sociedade contemporânea. Nesta Unidade, vamos explorar o modelo co-
nhecido como ‘Dinâmica Centro-Periferia’, ligado aos pensadores da Comissão 
Econômica para a América Latina (CEPAL). 
Segundo os autores ligados ao ‘paradigma cepalino’, o processo de ocupa-
ção territorial e econômica das colônias latino-americanas havia se dado sob os 
moldes de uma ocupação exploratória, na qual a possibilidade de um desenvolvi-
mento econômico sob bases autônomas – ou seja, na qual a concentração de ca-
pital viabilizasse o crescimento da estrutura produtiva local, sobretudo, da indústria 
de transformação – seria bastante remota (BARBOSA, 2004). Na verdade, a dinâmi-
ca de exploração das colônias não haveria auxiliado em nada para o seu desen-
volvimento econômico futuro. 
As consequências naturais deste processo estariam materializadas pela de-
pendência econômica dos países da América Latina em relação a outras econo-
mias de natureza ‘central’, desenvolvidas e com base industrial fortalecida, de mo-
do que, no paradigma cepalino, as nações latino-americanas haviam mantido o 
seu caráter inerente ao período colonial, tornando-se produtoras e exportadoras de 
gêneros primários, de menor valor agregado, e recebendo, na forma de importa-
ções, produtos manufaturados com inovações e tecnologias adicionadas (respei-
tando-se, claro, os padrões de cada época) (BARBOSA, 2004). 
Esta relação de desigualdade é um dos pilares da chamada ‘dinâmica cen-
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
 
tro-periferia’; consequentemente, esta desigualdade se refletiria também no mer-
cado de trabalho, de modo que os países periféricos tornam-se exportadores de 
mão-de-obra com baixa qualificação e/ou especializam-se na produção de itens 
de baixo valor agregado, empobrecendo, consequentemente, o mercado de tra-
balho local. 
Outro ponto fundamental da dinâmica centro-periferia diz respeito a uma in-
serção ‘subordinada’ das economias latino-americanas nos fluxos do comércio in-
ternacional. Os produtos gerados nestas economias, essencialmente primários (mi-
nerais, e gêneros do agronegócio) são produtos padronizados, sem um grau de di-
ferenciação profundo entre si, e cujo preço não é determinado diretamente pelo 
produtor, mas sim, estabelecido no mercado internacional, mediante as determi-
nações de oferta e demanda dos chamados ‘países centrais’ (FONSECA, 2012). 
Deste modo, o paradigma cepalino enfatiza a ‘dinâmica centro-periferia’ a 
partir da limitada inserção dos países da América Latina nos fluxos de capital que 
condicionaram o desenvolvimento e a criação de malhas industriais fortes nos paí-
ses desenvolvidos (FURTADO, 1983). 
A partir deste processo de desigualdade nos fluxos comerciais e seu impacto 
na estrutura produtiva e social, é possível pontuar um segundo elemento na ques-
tão do desenvolvimento da América Latina: a tendência latente destas economias 
a apresentarem um processo de ‘deterioração de termos de troca’, ou de ‘termos 
de intercâmbio’ (SILVA, 2003). 
Os termos de troca (TT) consistem, basicamente, na relação entre o valor das 
exportações (VE) e o valor das importações (VI) de um país, ou uma economia (em 
suas diferentes escalas e expressões, de nacionais a locais). 
Pode-se apresentar resumidamente o conceito segundo a equação (3): 
 
 
TT =
VE
VI
 (3) 
 
Pelas características da fórmula, é possível avaliar que os termos de troca 
materializam condições específicas que condicionam a mencionada inserção dos 
países no comércio internacional. Neste sentido, observa-se que um eventual enca-
recimento das importações, ou a queda do preço das exportações, irá reduzir os 
termos de troca de uma nação (MARÇAL, 2006). 
Para os países da América Latina, segundo o modelo da CEPAL, haveria uma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
 
tendência constante a uma baixa nos termos de troca destes países, ou seja, uma 
tendência à sua deterioração: com efeito, os bens importados das economias cen-
trais apresentam valor agregado por suas características de manufatura, ou seja, 
seu valor tem uma tendência de aumento, ao passo que as características intrínse-
cas aos bens exportados (commodities baseadas em baixa ou nenhuma diferenci-
ação, preços determinados externamente e pouco conteúdo tecnológico agrega-
do) fazem com que o seu valor apresente uma tendência consequente de redução 
(SILVA, 2003). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. Os temas relativos a Geografia Econômica devem ser estruturados a fim de per-
mitir uma compreensão ao estudante sob uma perspectiva holística, isto é, que 
integre aspectos estruturais de diferentes áreas do conhecimento para a cons-
trução de um saber pautado em questões contemporâneas. 
 
Deste modo, considerando o conteúdo apresentado pelo texto-base, associe as 
colunas a seguir: 
 
1. Geografia Humana 
2. Stakeholder 
3. Geopolítica 
4. Geografia Econômica 
 
(X) Diz respeito à classificação de agentes institucionais que apresentem relações 
de interesse em relação a um agente econômico. 
(X) Menciona um conceito tradicional pelo qual se estruturam as relações da 
Geografia Econômica nos espaços educacionais. 
(X) Conceitua uma dimensão ampla de relações sociais, políticas e econômicas 
que estruturam as condições de vida da população. 
(X) Diz respeito às relações de natureza econômica estruturadas a partir de um 
determinado espaço. 
 
Agora, assinale a opção que corresponde à sequência correta: 
 
a) 1 – 4 – 3 – 2. 
b) 2 – 1 – 4 – 3; 
c) 3 – 2 – 1 – 4. 
d) 4 – 3 – 2 – 1. 
e) 2 – 3 – 1 – 4. 
 
2. A temática do desemprego é enfocada pela Geografia Econômica como um 
fator de discussão, de modo a permitir um conhecimento mais amplo sobre o 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
impacto desta variável nas condições específicas de vida e reprodução material 
de uma população. 
 
A partir do conteúdo apresentado, analise as seguintes afirmações: 
 
I. As limitações na qualificação individual podem ser apontados como parte de 
um conjunto de fatores circunstanciais. 
II. Dentre o conjunto de elementos circunstanciais que são condicionantes do 
desemprego, deve-se mencionar a limitação das políticas públicas. 
III. O processo econômico de empobrecimento da população (queda na renda) 
é associado a uma dimensão estrutural. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) III, apenas. 
c) I e II, apenas. 
d) I e III, apenas. 
e) II e III, apenas. 
 
3. A dinâmica histórica e a formação econômica do Brasil constituem-se em aspec-
tos fundamentais para a compreensão dos fatores de estudo da Geografia Eco-
nômica; desta forma, é importante refletir sobre oselementos primitivos da histó-
ria brasileira como parte de um processo de consolidação de padrões sociais. 
 
Considerando a dinâmica proposta pelo texto-base, analise as seguintes afirma-
ções, julgando-as como (V) Verdadeiras ou (F) Falsas: 
 
I. (X) A consolidação do Império Português se deu no século XIV, a partir da cri-
ação de possessões ultramarinas (em outros territórios à beira do mar). 
II. (X) Um dos grandes objetivos do processo conhecido como ‘Grandes Nave-
gações’ era a abertura de novos mercados e rotas comerciais. 
III. (X) As monarquias ibéricas lançaram-se inicialmente em um processo de dispu-
ta pela conquista de novos territórios ultramarinos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
Agora, assinale a opção que corresponde à sequência correta: 
 
a) F – V – V. 
b) V – F – V. 
c) V – V – F. 
d) F – V – F. 
e) V – F – F. 
 
4. A Geografia Econômica beneficia-se das simbioses com a História Econômica, 
viabilizando discussões sobre a formação social e política da população brasilei-
ra em uma perspectiva de longo prazo, consolidando elementos institucionais 
que orientavam a realidade da população. 
 
Neste sentido, de acordo com as colocações efetivadas, avalie as opções que 
se seguem e assinale a correta: 
 
a) Um dos enfoques do processo de exploração comercial das rotas marítimas nas ‘ 
‘Grandes Navegações’ era a promoção da livre concorrência nos mercados. 
b) A produção para consumo interno era uma das motivações específicas para a 
formação de colônias nas monarquias ibéricas. 
c) O ‘Antigo Sistema Colonial’ é um elemento teórico que consolidava a formação 
de zonas de comércio colonial onde o Estado tinha prejuízos decorrentes de prá-
ticas de investimento. 
d) O elemento motivador da criação de redes comerciais e mercados locais era a 
exploração monopolística de bens de oferta limitada no Ocidente. 
e) A formação das primeiras povoações no território brasileiro se deu a partir do in-
terior do território, a fim de consolidar a dominação regional das terras. 
 
5. Uma discussão abrangente sobre a Geografia Econômica beneficia-se do pro-
cesso de formação das relações históricas, construindo narrativas sociais e políti-
cas que figuram contemporaneamente como aspectos sociais na população 
brasileira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
 
 
A partir da contextualização efetivada pelo texto-base, analise as seguintes afir-
mações, julgando-as como (V) Verdadeiras ou (F) Falsas: 
 
I. (X) O objetivo principal do modelo econômico relativo ao ‘Antigo Sistema Co-
lonial’ era a promoção de lucros nos territórios controlados pelas monarquias 
ibéricas. 
II. (X) A ocupação do território brasileiro ocorreu a partir das regiões litorâneas, a 
fim de consolidar uma colonização progressiva das terras recém-descobertas. 
III. (X) O eixo laboral do ‘Antigo Sistema Colonial’ era a promoção do trabalho li-
vre como fonte de maior lucratividade à elite local. 
 
Agora, assinale a opção que corresponde à sequência correta: 
 
a) V – V – F. 
b) V – F – V. 
c) V – V – F. 
d) F – V – F. 
e) F – F- V. 
 
6. Um estudo abrangente sobre os temas do Desenvolvimento Econômico permite 
observar os elementos políticos e institucionais que viabilizaram a construção his-
tórica da sociedade brasileira, demandando assim uma reflexão apropriada so-
bre os modelos de exploração econômica do país em sua fase colonial. 
 
A partir das dimensões propostas pelo texto-base, analise as seguintes afirma-
ções: 
 
I. A principal demanda para o trabalho escravo no século XVII era para o extra-
tivismo de recursos vegetais, notoriamente para o corte do pau-brasil. 
II. No Antigo Sistema Colonial, o sistema de trabalho baseado na imigração eu-
ropeia foi incentivado como parte de uma política de ocupação do território. 
III. O trabalho escravo era um elemento gerador de lucros extraordinários, crian-
do uma ‘justificação’ econômica para a sua exploração no período colonial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) I, apenas. 
b) II, apenas. 
c) III, apenas. 
d) I e II, apenas. 
e) II e III, apenas. 
 
7. Uma das características do chamado ‘Antigo Sistema Colonial’ era baseada na 
criação de um modelo econômico que ficou conhecido como modelo de plan-
tation, associado intrinsecamente à exploração de propriedades agrárias no 
ambiente colonial brasileiro. 
 
Neste sentido, a partir da contextualização apresentada pelo texto, é correto 
afirmar que o modelo de plantation era baseado na seguinte premissa: 
 
a) Desenvolvimento de lavouras em regime de multicultura. 
b) Presença de minifúndios para a exploração com alta produtividade. 
c) Regime de trabalho baseado em mão-de-obra de indígenas contratados. 
d) Exploração de regimes de livre comércio e ampla concorrência em mercados 
europeus. 
e) Criação de lavouras focadas na exportação exclusiva para o mercado portu-
guês. 
 
8. Uma discussão sobre o Desenvolvimento Econômico no Brasil deve considerar, 
como parte da Geografia Econômica, o processo conhecido como ‘ciclo mine-
rador’, a partir de suas características e aspectos mais essenciais, que consolida-
ram um referencial econômico importante no período colonial. 
 
De acordo com o conteúdo apresentado pelo texto-base, leia o trecho com la-
cunas que se segue: 
O ciclo minerador está intrinsecamente associado às capitanias de __________ e 
__________, durante o século __________. Este ciclo de extrativismo mineral, no en-
 
 
 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
tanto, desenvolveu-se paralelamente à exploração de outras culturas, notoria-
mente a __________ 
 
Agora, assinale a opção que contempla a sequência correta para o texto apre-
sentado: 
 
a) Goiás – Minas Gerais – XVIII – cana-de-açúcar. 
b) Itamaracá – Goiás – XIX – carne bovina. 
c) Minas Gerais – São Vicente – XVII – cana-de-açúcar. 
d) Pernambuco – Minas Gerais – XVIII – carne bovina. 
e) São Vicente – Goiás – XIX – cana-de-açúcar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
GEOGRAFIA ECONÔMICA E 
INDICADORES DE 
DESENVOLVIMENTO 
 
 
2.1 INTRODUÇÃO 
Nesta Unidade, será feito um aprofundamento a respeito das relações entre 
a Geografia Econômica e o Desenvolvimento Econômico, observando, em particu-
lar, os elementos teóricos relacionados à compreensão da dinâmica demográfica e 
da ocupação do território. Assim, teorias demográficas clássicas, como o malthusia-
nismo, serão entendidos a partir do pensamento econômico e social de seu tempo, 
associando a realidade da produção econômica de Estados e nações e o seu 
crescimento populacional. 
Além disto, você também poderá entender um pouco mais a respeito dos 
métodos contemporâneos de levantamento das características da população e 
elementos para a criação de censos e pesquisas amostrais, efetivadas pelo poder 
público. Por fim, serão destacados alguns indicadores de maior relevância para o 
estudo das características socioeconômicas de uma população, tais como o Índice 
de Desenvolvimento Humano, o IDH. 
 
2.2 TEORIAS DEMOGRÁFICAS EM PERSPECTIVA HISTÓRICA 
Thomas Malthus (1766 – 1834) é considerado um estudioso da Demografia 
moderna. Sua abordagem procura entender as correlações existentes entre oferta 
e demanda de alimentos na sociedade, em paralelo com o aumento constante da 
população. Para isto, Malthus adapta os referenciais teóricos de outros economistas 
de seu tempo, como Adam Smith (1723 – 1790) e David Ricardo (1772 – 1823), enfa-
tizando um conceito particular a estas teorias: a Lei dos Rendimentos Decrescentes. 
Esta lei determina, de um modo geral, que a aplicação constante de recur-
sos produtivos pode, com o tempo, derrubar a produtividade de uma certa merca-
doria, ou mesmo, no limite, inviabilizar a sua produção real (KRUGMAN; OBSTFELD; 
MELITZ, 2015). 
Tal situação, de acordo com Malthus, ocorreria em relação ao crescimento 
da população perante o estoque constante de recursos da terra. Haveria,segundo 
UNIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
esse autor, uma tendência irreversível de choque entre estas duas situações, uma 
vez que a população humana tende a crescer em escala geométrica, e a oferta 
de alimentos, em escala aritmética, como você pode observar pela Figura 5, que se 
segue: 
 
Figura 7: Teoria Malthusiana 
 
Fonte: Adaptado de Kishtainy (2013) 
 
Assim, se em uma geração essa relação é de 1:1, na segunda geração é de 
2:2; na terceira, de 4:3. Na quarta, o descompasso é ainda maior, 8:4; na quinta, 
16:5, seguindo-se por 32:6, por 64:7, por 128:8, e assim por diante. Ocorreria, portan-
to, um excesso importante de população frente ao crescimento do volume de re-
cursos disponíveis (KISHTAINY, 2013). 
Vale destacar que, no momento em que a disponibilidade de recursos é infe-
rior às dimensões da população, estabelece-se o ponto da crise, no qual a escassez 
de alimentos começaria a se manifestar, gerando problemas sociais diversos, como 
carestia, alta de preços, violência, saques e outros desajustes na estrutura socioe-
conômica de uma nação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
Figura 8: Desafios da superpopulação 
 
Disponível em: https://bit.ly/3krcNdz. Acesso em: 11 fev. 2021 
 
As consequências gerais do pensamento malthusiano giravam em torno de 
uma relação importante entre crescimento populacional e empobrecimento, de 
acordo com as características socioeconômicas do seu tempo, de acordo com o 
que será apresentado na próxima subseção. 
 
2.2.1 O liberalismo pessimista 
A partir da publicação do Ensaio sobre o Princípio da População, Malthus de-
senvolveu uma corrente com expressões pessimistas no liberalismo, contrastando 
com o otimismo de diversos economistas clássicos em relação à possibilidade de 
crescimento econômico e neutralização de conflitos, de modo que a restrição 
crescente de alimentos poderia trazer uma tendência natural ao conflito. 
E, nesse ponto, esses economistas entravam no terreno da Psicologia, da Sa-
úde Pública e da sexualidade para entender os fluxos econômicos: a tendência de 
crescimento populacional gera a carestia (falta de recursos alimentares) e aumenta 
a mortalidade; ao mesmo tempo, o empobrecimento e a queda do padrão de vi-
da levariam a uma queda na taxa de natalidade, reequilibrando o sistema econô-
mico (KISHTAINY, 2013). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
E é neste ponto que se estabelece um conceito importante, a armadilha 
malthusiana: no momento em que o padrão de vida sobe, em função da explora-
ção de mais terras, aumento da riqueza, pilhagem de recursos ou outra situação 
qualquer, a tendência de aumento da população volta a se manifestar. Assim, a 
perspectiva de melhora no padrão de vida é sempre inviabilizada pelo aumento da 
população. 
Dessa forma, de acordo com Malthus, qualquer medida de apoio à popula-
ção empobrecida seria benéfica para melhorar suas condições de vida, mas traria 
como consequência inevitável o incentivo ao aumento da fecundidade (SOUZA; 
PREVIDELLI, 2017). Observe o diagrama a seguir: 
 
Figura 9: Armadilha Malthusiana 
 
Fonte: Adaptado de Kishtainy (2013) 
 
No entanto, a corrente malthusiana não considerava o fator da tecnologia 
como forma de solucionar este descompasso entre recursos e população. De fato, 
as inovações da Primeira e Segunda Revoluções Industriais acabaram beneficiando 
diretamente a agricultura, de modo que a oferta de alimentos disparou na mesma 
proporção do aumento populacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
 
 
Desse modo, é tarefa importante entender um pouco mais a Revolução In-
dustrial e seus impactos sobre a estrutura social do Ocidente; faremos esta reflexão 
ao longo desta disciplina. 
 
2.3 RECENSEAMENTO POPULACIONAL E PESQUISAS AMOSTRAIS 
As principais técnicas de levantamento de dados a respeito da população 
brasileira, correlacionando dados a respeito do número de habitantes, padrões de 
vida e modos de consumo, são obtidos por meio do recenseamento, ou Censo, que 
é realizado a cada dez anos. No Censo, é possível entender mais claramente as 
formas de reprodução social e material da população brasileira, desenvolvendo 
políticas públicas consistentes em relação aos resultados obtidos neste levantamen-
to. 
Efetivado pelo IBGE, o Censo procura conhecer a realidade de todos os ha-
bitantes, embora nem todos sejam submetidos à entrevista completa; assim, procu-
ra-se observar, com o maior grau de precisão possível, as condições específicas de 
vida, habitação, saúde e educação dos indivíduos em seus espaços de moradia. 
O Censo já é realizado desde a época imperial, ainda que com muitas limi-
tações. Até a metade do século XX, as principais bases de dados sobre a popula-
ção eram arroladas nos Anuários Estatísticos do Brasil, que trazem informações soci-
ais importantes em perspectiva histórica. 
Para exemplificar, observe, por meio da figura 10, a evolução do número de 
pessoas que ingressaram no país por meio da imigração, em anos selecionados: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
Figura 10: Movimento migracional (1845 – 1960), em milhares de pessoas 
Fonte: Anuário Estatístico do Brasil, vários anos. 
 
É possível observar que as ondas migratórias começam a se consolidar a par-
tir da década de 1870, embasadas principalmente na migração de europeus (itali-
anos e alemães), como parte de uma política pública de incentivo à ocupação do 
território (CAMPOS; MIRANDA, 2000). 
Em períodos de crise econômica e/ou política nestes países, os fluxos migrató-
rios tornavam-se ainda mais significativos, como em 1891 – na esteira de uma grave 
crise econômica na Europa que levou bancos fortes como o Baring Brothers à con-
cordata – e no início da década de 1910, antes da Primeira Guerra Mundial (com o 
início da migração de japoneses a partir de 1908). E, ainda, cabe destacar uma 
onda importante a partir de 1945, após o fim da Segunda Guerra Mundial e a des-
truição das estruturas físicas e econômicas da Europa (EICHENGREEN, 2000). 
O Censo permite avaliar, ainda, outras situações socioeconômicas relacio-
nadas aos estados. Por exemplo, para entender a dinâmica do êxodo rural (a mi-
gração de indivíduos das áreas rurais, aumentando a parcela da população urba-
na), pode-se recorrer às informações estatísticas dos recenseamentos no país. Ob-
serve, por meio Figura 11, as diferenças na composição da população de Minas 
Gerais em diferentes anos: 
 
 
 
0
50
100
150
200
18
45
18
49
18
53
18
57
18
61
18
65
18
69
18
73
18
77
18
81
18
85
18
89
18
93
18
97
19
01
19
05
19
09
19
13
19
17
19
21
19
25
19
29
19
33
19
37
19
41
19
45
19
49
19
53
19
57
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
Figura 11: População rural e urbana em Minas Gerais (1950 – 2010), em milhões de hab. 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor com Dados do IBGE (2010). Dispoível em: https://bit.ly/3kptQwG. 
Acesso em: 11 fev. 2021. 
 
A elaboração do Censo, embora fundamental para a compreensão da Ge-
ografia da População e o planejamento de políticas públicas, é uma tarefa dis-
pendiosa e que envolve um grande número de profissionais, concursados e contra-
tados; em particular, são necessários milhares de agentes recenseadores que nor-
malmente devem participar de um processo seletivo. 
Assim, para orientar em tempo real as políticas que demandam um conhe-
cimento mais pontual a respeito dos atributos gerais da população brasileira, o IBGE 
efetiva levantamentos de dados a partir de grupos menores da população, ou seja, 
por meio de pesquisas amostrais, das quais pode-se destacar a PNAD (Pesquisa Na-
cional por Amostra de Domicílios). A PNAD é elaborada continuamente, por meio 
de levantamentos em grupos menores; assim, por meio da Inferência Estatística, é 
possível estimar a situação geral da população em relação a diferentes variáveis. 
Na Figura 12, você poderá observar um exemplo de aplicação daPNAD, 
apresentando o número de pessoas desocupadas no estado de Minas Gerais, entre 
o primeiro trimestre de 2012 e o primeiro trimestre de 2020: 
 
 
 
 
 
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
20
1950 1960 1970 1980 1991 2000 2010
Rural Urbana Total
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
 
Figura 12: População desocupada em Minas Gerais, em milhares de pessoas 
 
Fonte: Elaborado pelo Autor com Dados do IBGE (2020). Dispoível em: https://bit.ly/2ZW8D3Y. 
Acesso em: 11 fev. 2021. 
 
É pertinente observar que o número de pessoas desocupadas aumentou de 
forma significativa a partir de 2016, no contexto da crise econômica associada à 
crise política do impeachment da presidente Dilma Rousseff; esta crise prenunciou-
se a partir de 2015, quando foram divulgadas as falhas na contabilidade do gover-
no decorrentes do processo de reelaboração das contas públicas, conhecidas co-
mo ‘pedaladas fiscais’ (DWECK; TEIXEIRA, 2017). Apesar de ter havido uma queda 
importante a partir de 2018, a tendência de alta se retomou no contexto da crise 
da pandemia de Covid-19, já no primeiro trimestre de 2020. 
Assim, você pode observar que estas séries de dados geram informações im-
portantes para a compreensão da geopolítica nacional e global. Da mesma forma, 
é possível utilizar estas informações, convertendo-as em índices que permitem avali-
ar padrões de desenvolvimento socioeconômico em diferentes aplicações, de 
acordo com os elementos apresentados no tópico seguinte. 
 
2.4 ÍNDICES DE ATIVIDADE ECONÔMICA E DESENVOLVIMENTO 
Uma das formas de avaliação da atividade econômica de um país é o cál-
culo do Produto Interno Bruto (PIB), a soma do valor de todos os bens e serviços 
produzidos nesta economia ao longo de um determinado período de tempo. Trata-
se de um indicador consistente e bastante tradicional, que permite demonstrar a 
500
700
900
1100
1300
1500
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
 
dinâmica de crescimento do produto em uma perspectiva histórica. 
No entanto, após a Segunda Guerra Mundial (1939 – 1945) e, especialmente, 
a partir da década de 1950, a teoria econômica passou a reconsiderar a importân-
cia do cálculo do PIB para a mensuração do desenvolvimento econômico dos paí-
ses. Com efeito, alguns fatores como estoque de capital e criação de produto pas-
saram a ser entendidos como elementos geradores de riqueza, mas não necessari-
amente de melhorias importantes na área social (SIEDENBERG, 2003). 
A economia brasileira, por exemplo, experimentou um processo relevante de 
crescimento econômico após a Segunda Guerra, e que se acelerou ainda mais du-
rante a etapa do ‘Milagre Econômico’, entre 1968 e 1973, no auge do regime militar 
(HERMANN, 2011). A Figura 13 apresenta os dados relativos a este período: 
 
Figura 13: Taxas de crescimento do PIB 1964 – 1983 
 
Fonte: Adaptado de Giambiagi et al., (2011) 
 
No entanto, a despeito deste processo de crescimento da base econômica 
do país, continuaram a persistir as questões e tensões sociais geradas pelas dispari-
dades de renda entre a população rica e pobre; tensões estas que fizeram do Brasil 
um dos países com a maior desigualdade de renda ao longo do século XX 
(GIAMBIAGI, 2011). 
Deste modo, torna-se cabível ‘confiar’ apenas em índices econômicos e fór-
mulas de cálculo da atividade produtiva para avaliar aspectos qualitativos que es-
tejam relacionados ao bem-estar da população, na perspectiva do seu desenvol-
vimento? Evidentemente, a resposta a este questionamento é negativa; a estrutura 
3,4
2,4
6,7
4,2
9,8 9,5
10,4
11,311,9
14,0
8,2
5,2
10,3
4,9 5,0
6,8
9,2
-4,3
0,8
-2,9
-5,0
-3,0
-1,0
1,0
3,0
5,0
7,0
9,0
11,0
13,0
15,0
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
econômica é multifacetada, e possui diferentes expressões regionais, e mesmo lo-
cais, que condicionam distintos comportamentos e padrões relativos à qualidade 
de vida, bem como à Educação, à infraestrutura urbana e condições de moradia, 
à estrutura de saúde pública e seus impactos na longevidade da população, entre 
outros (SOUZA, 2012). 
Assim sendo, os indicadores econômicos ‘puros’, como o cálculo do PIB, fo-
ram aos poucos dando lugar a fórmulas mais apropriadas para a avaliação das 
condições de vida da população e seu desenvolvimento. 
Ao se realizar uma discussão a respeito de indicadores econômicos e suas 
características, bem como sobre os indicadores sociais, chega-se a um momento 
de síntese, através de um dos índices mais utilizados por organismos internacionais 
como a ONU (Organização das Nações Unidas), o IDH – Índice de Desenvolvimento 
Humano. O IDH é um indicador confiável para entender o desenvolvimento social 
dos países, avaliando aspectos relativos à estrutura macroeconômica, bem como 
aos aspectos sociais (PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O 
DESENVOLVIMENTO, 2014). 
No tocante à dimensão social, utilizam-se dois indicadores. O primeiro destes 
indicadores é a expectativa de vida ao nascer, que consiste no número esperado 
de anos de vida para uma determinada quantidade de pessoas nascida em uma 
região, dentro de um mesmo ano. O segundo indicador correlaciona variáveis rela-
tivas à Educação, através do exame da média de anos de estudo da população a 
ser examinada. Por fim, a dimensão econômica é contemplada no cálculo do IDH 
através da renda per capita. 
 
 
 
Para o cálculo do IDH, é feita uma média geométrica destas três variáveis, 
de modo que os valores finais são distribuídos em um intervalo entre zero e 1. À me-
A Renda per capita de uma economia diz respeito à média da remuneração dos recur-
sos usados na produção, por habitante. Embora sejam agregados macroeconômicos 
semelhantes, há uma nuance que difere Renda e Produto: enquanto este corresponde 
ao valor total dos bens e serviços gerados, a Renda mede o total de pagamentos por 
estes produtos, na forma de alugueis, salários, juros e lucros, por exemplo (PAULINI; 
BRAGA, 2013).
 
 
 
 
 
 
 
 
 
42 
 
 
dida que o IDH de uma nação se aproxima de 1, maior é o seu grau de desenvol-
vimento humano, expresso pelas variáveis analisadas (PROGRAMA DAS NAÇÕES 
UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO, 2014). 
 
Figura 14: Composição do IDH 
 
Fonte: Adptado de Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (2014) 
 
Observe, em uma síntese, que o IDH absorve variáveis econômicas e é um 
importante indicador de desenvolvimento econômico, no entanto, não é um indi-
cador puro de desenvolvimento econômico, mas de desenvolvimento humano, ao 
agregar variáveis sociais ao processo analítico. 
A aplicação do IDH pode ser realizada não apenas no comparativo entre 
países, mas também, para avaliar os estágios de desenvolvimento humano de es-
tados e municípios, além de outras entidades e expressões de grupos populacionais 
(PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO, 2014). Em grandes 
cidades, por exemplo, é possível avaliar o IDH bairro a bairro, entendendo cada um 
destes logradouros como um espaço específico, com suas nuances e característi-
cas. 
 
 
 
Na cidade de São Paulo, bairros de alto padrão como Moema e Pinheiros, apresentam 
IDH elevado, e regiões afastadas do centro, como os distritos de Marsilac e Parelheiros, 
apresentam valores, em média, 37%% menores do que os bairros com maior IDH. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
A partir do cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano, é possível realizar 
algumas análises e estudos que permitam verificar conexões entre o crescimento 
da economia e a melhora dos indicadores de desenvolvimento social, que incidam 
diretamente sobre a população. 
Como já enfatizado, através do Produto Interno Bruto (PIB) é possível mensu-
rar a riqueza que é gerada por uma nação a partir de sua estrutura produtiva. Este 
somatório da riqueza produzida, no entanto, correlaciona-se adequadamente com 
a avaliação do bem-estar da sociedade? Através da Tabela 2, que se segue, você 
pode comparar os valores referentesao IDH, ao PIB e à Renda per capita de dife-
rentes nações, para o ano de 2018: 
 
Tabela 2: Comparativo do IDH (vários países) 
Posição IDH País IDH PIB Bilhões Renda Per Capita 
1 Noruega 0,953 398,83 68.012 
2 Suíça 0,944 678,89 57.625 
3 Austrália 0,939 1.323,42 43.560 
4 Irlanda 0,938 333,73 53.754 
5 Alemanha 0,936 3.677,44 46.136 
6 Islândia 0,935 23,91 45.810 
7 Hong Kong 0,933 341,45 58.420 
7 Suécia 0,933 538,04 47.766 
9 Singapura 0,932 323,91 82.503 
10 Holanda 0,931 826,20 47.900 
11 Dinamarca 0,929 324,87 47.918 
12 Canadá 0,926 1.653,04 43.433 
13 Estados Unidos 0,924 19.390,60 54.941 
14 Reino Unido 0,922 2.622,43 39.116 
44 Chile 0,843 277,08 21.910 
47 Argentina 0,825 637,43 18.461 
63 Costa Rica 0,794 57,29 14.636 
77 Bósnia-Herzegovina 0,768 18,05 11.716 
78 Venezuela (est.) 0,761 - 10.672 
79 BRASIL 0,759 2.055,41 13.755 
Fonte: Adaptado do Programa das Nações Unidas para o 
Desenvolvimento (2018) 
 
As economias que apresentam o maior Produto Interno Bruto apresentam ín-
dices de Desenvolvimento Humano bastante avançados, porém, não necessaria-
mente correspondem aos maiores índices. Observe, por exemplo, os Estados Unidos, 
que embora tenham o maior PIB, estavam em 13º lugar no ranking do IDH no ano 
de 2017; vale dizer, em 2014 este país estava em oitavo no mesmo ranking, o que 
demonstra uma perda importante de posições e uma desestruturação dos aparatos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
de proteção social. O Brasil encontra-se na 79ª posição, atrás de países como Costa 
Rica, da Argentina e do Chile. 
 
 
 
Os investimentos nestes aparatos costumam redundar em uma escalada efe-
tiva do IDH em uma perspectiva de médio e longo prazos: as nações que apresen-
tam os maiores resultados no IDH aplicam maciçamente, nas últimas décadas, ca-
pitais arrecadados em impostos como o Imposto de Renda e o imposto sobre he-
ranças, em instituições de proteção social, tais como a Noruega, a Suíça, a Suécia 
e a Dinamarca, por exemplo (ESPING-ANDERSEN, 1991). 
 
 
 
Vale destacar que a Argentina encontra-se em um grave contexto de crise econômica 
ao longo dos governos de Maurício Macri e seu sucessor, Alberto Fernández. Mesmo as-
sim, seu IDH é superior ao do Brasil, que por sinal, encontrava-se, neste ano, atrás inclusive 
da Bósnia-Herzegovina, que foi praticamente destruída em sua infraestrutura durante a 
guerra da Iugoslávia, nas décadas de 1980 e 1990 (ARRUDA, 2003).
Consulte o texto de Angelo Guimarães Simão et al.,, denominado “Indicadores, políticas 
públicas e sustentabilidade”, que faz parte do livro organizado por Christian Luiz da Silva 
e José Edmilson de Souza-Lima denominado “Políticas Públicas e indicadores para o De-
senvolvimento Sustentável” (2010). Neste texto, os autores fazem uma descrição mais 
objetiva do Índice de Desenvolvimento Humano, enfocando seus usos para a avaliação 
do desenvolvimento de estados e municípios. Disponível em: https://bit.ly/2ZVUG64. 
Acesso em: 11. fev. 2021.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
45 
 
 
FIXANDO O CONTEÚDO 
1. A teoria demográfica proposta por Thomas Malthus (1766 – 1834) constituiu-se 
como um dos referenciais importantes no âmbito do Desenvolvimento Econômi-
co e da Geografia Econômica, devendo assim ser analisada a partir de seus 
componentes estruturais; 
 
A partir do conteúdo destacado pelo texto-base, avalie as opções que se se-
guem e assinale a correta: 
 
a) A abordagem de Malthus definia que a economia tinha uma tendência crescen-
te de oferta de recursos para consumo da população, em escala geométrica. 
b) Malthus contestava a Lei dos Rendimentos Decrescentes, que afirmava que a 
aplicação de recursos produtivos aumenta a produtividade de uma mercadoria, 
reduzindo seu preço. 
c) De acordo com Malthus, havia um descompasso importante, e negativo, entre o 
crescimento da população e a disponibilidade de recursos naturais para consu-
mo da população. 
d) O ‘ponto da crise’, definido na teoria de Malthus, definia uma situação na qual a 
disponibilidade de alimentos chega a um nível igual a zero, em decorrência do 
esgotamento de recursos naturais. 
e) O modelo de Malthus define a ocorrência de problemas sociais graves em de-
corrência do crescimento da disponibilidade de alimentos para além do ‘ponto 
da crise’. 
 
2. Como decorrência natural da teoria de Thomas Malthus, encontra-se o conceito 
de ‘armadilha malthusiana’, o qual deve ser entendido a partir da relação laten-
te entre o crescimento populacional e o desenvolvimento da oferta de recursos 
para consumo e reprodução material da sociedade. 
 
Considerando o conteúdo apresentado pelo texto, analise as seguintes afirmações: 
 
I. A armadilha malthusiana define a existência de um aumento populacional a 
cada momento em que ocorre uma melhoria efetiva no padrão de vida da 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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sociedade. 
II. Este conceito destaca que o apoio à população empobrecida e carente de 
recursos deveria ser evitada, a fim de gerar um aumento na taxa de fecundi-
dade média neste estrato social. 
III. O conceito de ‘armadilha malthusiana’ pretende enfatizar que o aumento da 
população inviabiliza os resultados positivos que possam ser gerados pela ex-
ploração de recursos naturais. 
 
É correto o que se afirma em: 
 
a) II, apenas. 
b) III, apenas. 
c) I e II, apenas. 
d) I e III, apenas. 
e) II e III, apenas. 
 
3. Na discussão recorrente entre padrões de desenvolvimento econômico, é con-
veniente ressaltar os desdobramentos da teoria de Malthus para a composição 
da relação de forças produtivas e criação de recursos à disposição da socieda-
de. 
 
Neste sentido, a partir das proposições do texto-base, analise as seguintes afir-
mações, julgando-as como (V) Verdadeiras ou (F) Falsas: 
 
I. (X) A proposição de Malthus destacava a tecnologia como chave interpreta-
tiva para a criação do ‘ponto da crise’, onde as pessoas deixariam de guerre-
ar por recursos. 
II. (X) O modelo malthusiano subestimou a importância do aumento da produti-
vidade da terra como solução para o descompasso entre crescimento popu-
lacional e de recursos. 
III. (X) Malthus defendeu as Revoluções Industriais como elementos de superação 
da ‘armadilha malthusiana’ e do ‘ponto da crise’, por meio da criação de so-
luções produtivas. 
Agora, assinale a opção que corresponde à sequência correta: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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a) F – V – F. 
b) F – V – V. 
c) F – F – V. 
d) V – F – V. 
e) V – V – F. 
 
4. O processo de recenseamento populacional destina-se, no âmbito da Geografia 
Econômica, a compreender os processos de reprodução material e social de um 
determinado grupo, a partir da extração de dados e informações concernentes 
a estes grupos. 
 
Neste sentido, de acordo com o seu conhecimento sobre o tema proposto, é 
correto mencionar que: 
 
a) O Censo brasileiro aplica entrevistas e questionários completos a todos os indiví-
duos nascidos no território. 
b) A proposta do Censo reside em criar um protocolo de pesquisa que elabora en-
trevistas mais aprofundadas apenas em um grupo amostral. 
c) Os aspectos relativos à Educação e Saúde estão ausentes do Censo Demográfi-
co, pois são coletados por meio de amostragens específicas. 
d) A criação do Censo Demográfico remonta ao início do período Republicano, no 
qual o governo brasileiro desejava estimar as condições de vida na população. 
e) Por meio de procedimentos amostrais como a criação dos Anuários Estatísticos, 
foi possível perceber a tendência de declínio no ingresso de imigrantes ao final 
do século XIX. 
 
5. O contexto da migração internacional para o Brasil consolidou padrões específi-
cos de ocupação do território e tendências de consumo e reprodução material 
que podem ser visualizadas nos dias atuais, como parte de um processo de fusão 
cultural. 
 
Assim sendo, de acordo com o tema apontado pelo texto-base, avalie as op-
ções que se seguem e assinale a correta:

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