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CADERNOS DE APOIO À APRENDIZAGEM Português 1ªSÉRIE Unidade 3 – versão – 11 junho 2021 Governo da Bahia Rui Costa | Governador João Leão | Vice-Governador Jerônimo Rodrigues Souza | Secretário da Educação Danilo de Melo Souza | Subsecretário Manuelita Falcão Brito | Superintendente de Políticas para a Educação Básica Coordenação Geral Manuelita Falcão Brito Jurema Oliveira Brito Letícia Machado dos Santos Diretoria de Currículo, Avaliação e Tecnologias Edu- cacionais Jurema Oliveira Brito Diretoria de Educação e Suas Modalidades Iara Martins Icó Sousa Coordenações das Etapas e Modalidades da Educação Básica Coordenação de Educação Infantil e Ensino Fundamental Kátia Suely Paim Matheó Coordenação de Ensino Médio Renata Silva de Souza Coordenação do Ensino Médio com Intermediação Tecnológica Letícia Machado dos Santos Coordenação da Educação do Campo e Escolar Quilombola Poliana Nascimento dos Reis Coordenação de Educação Escolar Indígena José Carlos Batista Magalhães Coordenação de Educação Especial Marlene Santos Cardoso Coordenação da Educação de Jovens e Adultos Isadora Sampaio Coordenação da Área de Linguagens Márcia de Cácia Santos Mendes Maria de Fátima Fonseca Equipe de Elaboração Adriana Almeida Amorim • Andréia Santos Santana • Artur Andrade Pinho • Bleiser Santos de Lima • Carlos Vagner da Silva Matos • Cássio José Laranjeira da Silva • Claudete dos Santos de Souza • Claudia Cavalcante Cedraz Caribé de Oliveira • Cláudia Celly Pessoa de Souza Acunã • Claudia Norberta dos Santos Amaral • Daiane Sousa de Pina Silva Elci Paim Pereira • Elizabete Bastos da Silva • Elizabete Cardoso Maia • Elisana Georgia Silva dos Santos • Elza Sueli Lima da Silva • Gabriela Dias Lima Gramacho Fraga • Gabriel Silva Almeida • Gidean de Jesus Nunes Júnior • Gildo Mariano de Jesus • Gilmara Carneiro da Silva Freitas • Ivan De Pinho Espinheira Filho • Jaildon Jorge Amorim Góes • Janeide Sousa Santos • João Luiz Pereira Da Costa Ferreira • Jucy Eudete Lôbo • Laís Amélia Silva Lobo • Leide Fausta Gomes da Silva • Manoela Oliveira de Souza Santana • Márcia de Cássia Santos Mendes • Maria Cristina Santos Feitosa • Marielson Nascimento Alves • Mirela Gonçalves Conceição • Nilson Maynard Menezes • Suzimá Jaques Silveira • Tamires Fraga Martins • Uenderson Jackson Brites de Jesus • Yone Maria Costa Santiago • Viviane Paraguaçu Nunes Equipe Educação Inclusiva Marlene Cardoso • Ana Claudia Henrique Mattos • Daiane Sousa de Pina Silva • Edmeire Santos Costa • Gabriela Silva de Jesus • Nancy Araújo Bento • Cíntia Barbosa de Oliveira Bispo Coordenação da Revisão Ivonilde Espirito Santo de Andrade Jurema Oliveira Brito Letícia Machado dos Santos Silvana Maria de Carvalho Pereira Revisão de Conteúdo Alécio de Andrade Souza • Ana Paula Silva Santos • Carlos Antônio Neves Júnior • Carmelita Souza Oliveira • Cláudia Celly Pessoa de Souza Acunã • Claudio Marcelo Matos Guimarães • Edileuza Nunes Simões Neris • Eliana Dias Guimarães • Gabriel Souza Pereira • Helena Vieira Pabst • Helionete Santos da Boa Morte • Helisângela Acris Borges de Araujo • Ivan De Pinho Espinheira Filho • João Marciano de Souza Neto • Jose Expedito de Jesus Junior • Jussara Santos Silveira Ferraz • Kátia Souza de Lima Ramos • Letícia Machado dos Santos • Márcia de Cácia Santos Mendes • Márcio Argolo Queiroz • Mônica Moreira de Oliveira Torres • Renata Silva de Souza • Roberto Cedraz de Oliveira • Rogério da Silva Fonseca • Solange Alcântara Neves da Rocha • Sônia Maria Cavalcanti Figueiredo Revisão Ortográfica Ivonilde Espirito Santo de Andrade • Ana Lúcia Cerqueira Ramos • Clísia Sousa da Costa • Elias dos Santos Barbosa • Elisângela das Neves Aguiar • Jussara Bispo dos Santos • Maria Augusta Cortial Chagas da Silva • Marisa Carreiro Faustino • Rosangela De Gino Bento • Roseli Gonçalves dos Santos • Tânia Regina Gonçalves do Vale • Solange Alcântara Neves da Rocha Colaboradores Edvânia Maria Barros Lima Gabriel Souza Pereira Gabriel Teixeira Guia Jorge Luiz Lopes José Raimundo dos Santos Neris Shirley Conceição Silva da Costa Silvana Maria de Carvalho Pereira Projeto Gráfico e Diagramação Bárbara Monteiro À Comunidade Escolar, A pandemia do coronavírus explicitou problemas e introduziu desafios para a educação pública, mas apresentou também possibilidades de inova- ção. Reconectou-nos com a potência do trabalho em rede, não apenas das redes sociais e das tecnologias digitais, mas, sobretudo, desse tanto de gen- te corajosa e criativa que existe ao lado da evolução da educação baiana. Neste contexto, é com satisfação que a Secretaria de Educação da Bahia dis- ponibiliza para a comunidade educacional os Cadernos de Apoio à Apren- dizagem, um material pedagógico elaborado por dezenas de professoras e professores da rede estadual durante o período de suspensão das aulas. Os Cadernos são uma parte importante da estratégia de retomada das ativida- des letivas, que facilitam a conciliação dos tempos e espaços, articulados a outras ações pedagógicas destinadas a apoiar docentes e estudantes. Assegurar uma educação pública de qualidade social nunca foi uma mis- são simples, mas, nesta quadra da história, ela passou a ser ainda mais ousada. Pois, além de superarmos essa crise, precisamos fazê-la sem com- prometer essa geração, cujas vidas e rotinas foram subitamente alteradas, às vezes, de forma dolorosa. E só conseguiremos fazer isso se trabalhar- mos juntos, de forma colaborativa, em redes de pessoas que acolhem, cui- dam, participam e constroem juntas o hoje e o amanhã. Assim, desejamos que este material seja útil na condução do trabalho pe- dagógico e que sirva de inspiração para outras produções. Neste sentido, ao tempo em que agradecemos a todos/as que ajudaram a construir este vo- lume, convidamos educadores e educadoras a desenvolverem novos mate- riais, em diferentes mídias, a partir dos Cadernos de Apoio, contemplando os contextos territoriais de cada canto deste “país” chamado Bahia. Saudações educacionais! Jerônimo Rodrigues Objetos de Conhecimento: 1. Lírica e o Barroco. 2. Arcadismo. 3. Verbo: relações modo-temporais. 4. Verbo: valores semânticos dos distintos aspectos verbais. 5. Advérbio. 6. Processo de for- mação de palavras. 7. Variação Linguística. Competência(s): 1. Compreender o funcionamento das diferentes linguagens e práticas (artísticas, corporais e verbais) e mobilizar esses conhecimentos na recepção e produção de discursos nos diferentes campos de atuação social e nas diversas mídias, para ampliar as formas de participação social, o entendimento e as possibilidades de explicação e interpretação crítica da realidade e para continuar aprendendo. 2. Apreciar esteticamente as mais diversas produções artísticas e culturais, considerando suas características locais, regionais e globais, e mobilizar seus conhecimentos sobre as linguagens artísticas para dar significado e (re)construir produções autorais individuais e coletivas, de ma- neira crítica e criativa, com respeito à diversidade de saberes, identidades e cultura Habilidades: 1. (EM13LP28) organizar situações de estudo e utilizar procedimentos e estratégias de leitura adequada aos objetivos e à natureza do conhecimento em questão. 2. (EM13LGG103) Analisar, de maneira cada vez mais aprofundada, o funcionamento das lingua- gens, para interpretar e produzir criticamente discursos em textos de diversas semioses. 3. (EM13LP06) Analisar efeitos de sentido decorrentes de usos expressivos da linguagem, da escolha de determinadas palavras ou expressões e da ordenação, combinação e contraposição de palavras, dentre outros, para ampliar as possibilidades de construção de sentidos e de uso crítico da língua. 4. (EM13LP10) Analisar o fenômeno da variação linguística, em seus diferentes níveis (variações fonético-fonológica, lexical, sintática, semântica e estilístico-pragmática) e em suas diferentes dimensões (regional, histórica, social, situacional, ocupacional,etária, etc.), de forma a ampliar a compreensão sobre a natureza viva e dinâmica da língua e sobre o fenômeno da constituição de variedades linguísticas de prestígio e estigmatizadas, e fundamentar o respeito às variedades linguísticas e o combate a preconceitos linguísticos UNIDADE Campos: vida pessoal, artístico-literário, práticas de estudo e pequisa, jornalístico- midiático e atuação na vida pública 3 TEMA: Lírica e o Barroco Objetivos de Aprendizagem: Conhecer o contexto sócio-político, histórico e religioso em que se desenvolveu o movimento Barroco no Brasil: a Reforma Protestante e a Contrarreforma, a arte barroca a partir dos conflitos do homem pós-renascentista, o processo de colonização no Nordeste açucareiro e a introdução da arte barroca na Colônia. Compreender a formação do Barroco no Brasil, suas características gerais, autores e obras: as variadas temáticas da poesia lírica e satírica de Gregório de Matos (Boca do Inferno e a denúncia das mazelas so- ciais), Pe. António Vieira com seus sermões, Bento Teixeira (a Prosopopeia como obra inau- gural no país), e as artes visuais dos artistas Aleijadinho e Mestre Ataíde. Semana Aula Atividade 1 1 Ler textos relacionados ao contexto sócio-político e histórico do movimento Barroco no Brasil.2 3 2 4 Ler textos de Gregório de Matos e Padre Antônio Vieira e levantar as caracte- rísticas gerais das produções do período Barroco nesses textos.5 6 TEMA: Arcadismo Objetivos de Aprendizagem: Conhecer o contexto sócio-político e histórico em que se de- senvolveu o movimento Arcadismo no Brasil e em Portugal: influência do avanço industrial europeu e pelo Iluminismo no século XVIII, valorização do pensamento racional, da simpli- cidade estética e do movimento intelectual (às ideias de revolução, liberalismo, cidadania e Direitos Humanos). Compreender a formação do Arcadismo (Brasil e Portugal) suas ca- racterísticas gerais, autores e obras: autores importantes: (Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Santa Rita Durão e Basílio da Gama), afastamento dos dogmatismos da religião, queda das monarquias absolutistas, ascensão da burguesia, desenvolvimento téc- nico e tecnológico, forte êxodo rural, investimentos em educação em massa e ampliação da população urbana. Semana Aula Atividade 3 7 Ler textos relacionados ao contexto sócio-político e histórico do movimento Arcadismo no Brasil e em Portugal. 8 9 4 10 Ler textos de autores arcadistas e levantar as características gerais dessas produções. 11 Produzir um quadro comparativo das características dos autores Barroco e Árcades.12 TEMA: Processo de formação de palavras – Verbo: relações modo-tem- porais. Advérbio Objetivos de Aprendizagem: Reconhecer o processo de formação de palavras e compreen- der o sentido das palavras a partir do contexto. Compreender que os morfemas colocados no final das palavras servem para indicar flexões verbais ou nominais. Compreender que o processo de formação de palavras contribuem para a formação de novas palavras, mudança de classe gramatical com consequente mudança de significado. Semana Aula Atividade 5 13 Pesquisar palavras muito usadas em sua comunidade.14 15 6 16 Pesquisar a origem das palavras identificadas nas aulas anteriores, o proces- so de formação dessas palavras e sua evolução até os dias atuais. 17 18 7 19 Selecionar e produzir um quadro comparativo com as palavras pesquisadas e as classes gramaticais a que pertencem, identificando a sua classificação 20 21 TEMA: Variação Linguística Objetivos de Aprendizagem: Compreender as línguas como fenômeno (geopolítico, histórico, social, cultural, variável, heterogêneo e sensível aos contextos de uso), reconhecendo suas variedades e vivenciando-as como formas de expressões identitárias, pessoais e coletivas, bem como agindo no enfrentamento de preconceitos de qualquer natureza. Semana Aula Atividade 8 22 Pesquisar o uso dos vocábulos selecionados nas aulas anteriores de outras regiões do Brasil. 23 Produzir um quadro comparativo apontando a variação linguística das pala- vras em estudo, entre as regiões pesquisadas e sua comunidade. 24 TRILHA 9 Tema: Barroco no Brasil 1TRILHA 9 | Tema: Barroco no Brasil 1. PONTO DE ENCONTRO Olá! Muito bom reencontrar você novamente! Inauguraremos um novo caminho de nossa trilha de aprendizagem. Nessa retomada de nossos estudos, você irá conhecer o movimento Barroco no Brasil e compreender seu contexto histórico, sócio-político e religioso. Terá também a oportuni- dade de conhecer os principais autores e suas obras, assim como as carac- terísticas deste movimento. Preparado/a para nossa nova aventura? Então vem comigo! 2. BOTANDO O PÉ NA ESTRADA Antes de iniciar nossa caminhada, quero te fazer algumas perguntas: 1 Você já ouviu falar em Pe. António Vieira, Bento Teixeira, Aleijadinho e Mestre Ataíde? Sabe algo sobre Gregório de Matos, o “Boca do inferno”? Já parou para analisar que a linguagem artística atual pode ter influências de movimentos literários do final do século XVI e meados do século XVIII? 3. LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA Você sabia que o Barroco é um estilo artístico que iniciou na Itália, em seguida difundindo-se pelos países católicos da Europa e da América? Ao longo da nossa trilha iremos observar como este movimento literário difundiu-se pelo Brasil. E ainda, quando surgiu, suas características, seus autores e obras, e o que o movimento representa para a literatura mundial e brasileira. Acompanhe-me! 2TRILHA 9 | Tema: Barroco no Brasil Para continuar na trilha, observe os textos abaixo e em seguida, responda às perguntas no seu diário de bordo. Texto 1 – Arquitetura Barroca Figura 1 – Arquitetura barroca no Brasil. (Foto: Flickr) Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/enem/artes/barroco-no- -brasil. Acesso em : 03 de fev. 2021 . Texto 2 – Barroco no Brasil O!Barroco no Brasil!foi introduzido pelos jesuítas portugueses durante o Período Colonial, com o objetivo principal de catequizar os índios. Ainda que tenha chegado sob influência de Portugal, visto que o Brasil era uma colônia portuguesa, o estilo artístico adquiriu características próprias no território brasileiro. Isso porque, naquela época, ambos os países viviam re- alidades muito distintas: os portugueses exibiam luxo e pompa, enquanto os brasileiros enfrentavam a escravização dos negros e a perseguição aos índios. O Barroco!teve uma grande importância artística e cultural no Brasil e dei- xou legados na arquitetura, na pintura e na estatuária até os dias de hoje 3TRILHA 9 | Tema: Barroco no Brasil em muitas cidades brasileiras, a exemplo do Rio de Janeiro, Ouro Preto, Salvador e Recife. Fonte: LOPES, Adriana. Manifestação artística predominou no território brasileiro durante o Período Colonial. Disponível em: https://www.educamaisbrasil.com.br/ enem/artes/barroco-no-brasil. Acesso em: 03 fev. 2021. (Texto adaptado) Agora é com você! 1 O que a pintura barroca expressava, já que havia a necessidade de se reaproximar dos fiéis após a Reforma Protestante? 2 A pintura trazida de Portugal, feita em azulejos, queria transmitir o que com aquela arte? 3 Qual a relação entre os dois textos? Por que o estilo artístico Barroco adquiriu características próprias no território brasileiro, já que veio para o Brasil com o objetivo principal de catequizar os índios? 4. EXPLORANDO A TRILHA Tudo bem com você até aqui? Vamos continuar a nossa caminhada com um novo desafio: aí mesmo, na sua casa, vamos estudar o quadro explica- tivo abaixo sobre a poesia lírica barroca: Texto 3 – Poesia Lírica Barroca CONCEITO A poesia barroca é aquela que foi desenvolvida durante o período do bar- roco. O barroco, ou seiscentismo, foi um movimento artístico e literário que teve início no século XV durante o renascimento europeu. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS Dualidade, contradição e complexidade; 4TRILHA 9 | Tema: Barroco no Brasil • Obscurantismo e sensualismo; • Temas religiosos eprofanos; • Preciosismo vocabular; • Valorização dos detalhes; • Linguagem rebuscada, dramática e exagerada; • Uso de figuras de linguagem: antítese, paradoxo, hipérbole e metáforas; • Cultismo ou Gongorismo (jogo de palavras); • Conceptismo ou Quevedismo (jogo de ideias). AUTORES DO BARROCO NO BRASIL Bento Teixeira (1561-1618) Gregório de Matos!(1633-1696) Manuel Botelho de Oliveira (1636-1711) Frei Vicente de Salvador (1564-1636) Frei Manuel da Santa Maria de Itaparica (1704-1768) AUTORES DO BARROCO EM PORTUGAL Padre Antônio Vieira!(1608-1697) Padre Manuel Bernardes (1644-1710) Francisco Manuel de Melo (1608-1666) Francisco Rodrigues Lobo (1580-1621) Soror Mariana Alcoforado (1640-1723) Disponível em: https://www.todamateria.com.br/poesia-barroca. Acesso em: 03 fev. 2021. (Texto adaptado) Agora leia as poesias abaixo e vamos refletir nas mensagens que elas transmitem: Texto 4 – Poesia Barroca Brasileira “A Lâmpada do Sol tinha encuberto, Ao Mundo, sua luz serena e pura, E a irmã dos três nomes descuberto A sua tersa e circular figura. 5TRILHA 9 | Tema: Barroco no Brasil Lá do portal de Dite, sempre aberto, Tinha chegado, com a noite escura, Morfeu, que com subtis e lentos passos Atar vem dos mortais os membros lassos.” (Trecho da obra “Prosopopéia” de Bento Teixeira) Texto 5 – Poesia Barroca Portuguesa Sobe Bernardo da eternidade ao mapa, deixa do velho Adão a mortal cepa, pelo lenho da Cruz ao Empíreo trepa, começando em Belém na pobre lapa. Mais que rei pode ser e mais que papa quem de seu coração vícios decepa, que a grenha de Sansão tudo é carepa e a gadanha da morte tudo rapa! A flor da vida é cor de tulipa, também dos secos anos é garlopa, que corta como ao mar corta a chalupa. Nem há mister que o fosso corte a tripa, se na parte vital já tudo topa. É ape!, epa!, ipa!, opa!, upa! (Soneto de Padre Antônio Vieira) Disponível em: https://www.todamateria.com.br/poesia-barroca. Acesso em: 03 fev. 2021. (Texto adaptado) Releia o texto explicativo supracitado e responda às seguintes questões: 1 Descreva a linguagem e o conteúdo da poesia barroca no Brasil e em Portugal: 2 Quais as diferenças (na linguagem e no conteúdo) entre elas? 6TRILHA 9 | Tema: Barroco no Brasil Para aprofundar mais sobre esse tema, é necessário que você realize os estudos no seu livro didático. 5. RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA Texto 6 – Versos Reflita nos seguintes versos: “Nasce o Sol, e não dura mais que um dia, depois da Luz se segue a noite escura, em tristes sombras morre a formosura, em contínuas tristezas a alegria”. Disponível em: https://exerciciosweb.com.br/literatura/simulado-com-questo- es-sobre-o-estilo-barroco Acesso em: 03 fev. 2021 Agora analise, com base nos estudos sobre o estilo Barroco. 1 Os versos apresentam características típicas do período Barroco? Justifique com elementos do texto. Para saber se você está acompanhando os estudos desta trilha resolva as questões a seguir no seu diário de bordo: 1 Qual a diferença entre o Barroco no Brasil e em Portugal? 2 Como foi a entrada da arte barroca no Brasil? 3 Qual o poeta introduziu o Barroco no Brasil? 6. A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA A criatividade faz parte da nossa essência! Há um artista dentro de você, sabia?! Todos nós somos seres inventivos. Demonstre as descobertas reali- 7TRILHA 9 | Tema: Barroco no Brasil zadas nesta viagem por meio de palavras, frases, desenhos (concretos os abstratos), músicas, quadrinhos, pintura, paródias, charges, mapa concei- tual/mental, poemas, ou qualquer outra linguagem. O desafio agora é: recriar uma arte barroca. Use sua criatividade! 7. A TRILHA NA MINHA VIDA Vamos observar como as imagens compõem a arte barroca? Desta forma, recomendo que você faça uma oficina e para isso produza uma arte barroca, pode ser a mesma criada na atividade anterior. Depois faça a comparação com alguma arte atual que usa a mesma mensagem utili- zada por você! Parabéns pela iniciativa! Vamos continuar, pois já estamos encerrando esta trilha! Figura 2 – A crucificação de Jesus, 1796-1799 8. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO SOCIAL Você já parou para pensar como seria a vida se não existisse a arte? A expressão em arte pode ser por meio de diversas linguagens artísticas: música, dança, poesia, teatro, cinema, pintura, desenho, game, grafite, foto- grafia, história em quadrinho, cartum, escultura... Enfim, muitas artes! Vamos fazer um trabalho de autoria, usando diferentes recursos artísticos para expor suas ideias? Disponível em: https:// www.todamateria.com. br/aleijadinho/ Acesso: 03 fev. 2021. 8TRILHA 9 | Tema: Barroco no Brasil O grande desafio é promover uma proposta de intervenção a partir das linguagens artísticas de sua escolha. Intervir significa atuar direta- mente, agindo ou decidindo, e emitir, expor opinião. Sendo assim, elabore uma proposta de intervenção apresentando como seria a vida sem ARTE. Inspire-se na frase “A arte existe porque a vida não basta!” do poeta Ferreira Gullar. Ah, aproveite para exercitar o conteúdo da trilha de hoje e estudar sobre o movimento literário Barroco. Bom estudo! 9. AUTOAVALIAÇÃO Ufa! Caminhamos bastante! Foi muito bom estar contigo nesta trilha. Parabéns por ter chegado até aqui junto comigo. Você sabia que a sua companhia foi bastante divertida?! Mas antes de nos despedirmos quero te convidar a pensar sobre seu próprio percurso. Afinal, refletir sobre as nossas experiências nos torna capazes de trilhar novos caminhos de forma mais madura e segura, além de nos ajudar no planejamento de novos desafios e na tomada de decisões importantes para nossa vida. Para isso peço que responda apenas algumas perguntas no seu diário de bordo: a) Você reservou um tempo para realizar esta atividade? b) Se reservou, conseguiu realizar esta atividade no tempo programado? c) Considera que a trilha te ajudou a entender o movimento literário Barroco? d) Através da trilha você consegue distinguir o Barroco no Brasil do Barroco em Portugal? e) Percebeu se as artes atuais têm relação com as artes do movimento Barroco? f) Você acha que consegue aplicar na sua vida as aprendizagens dessa aula? Comente. 9 Obrigado/a pelas respostas! Socialize-as com seu/sua professor/a e colegas quando estivermos juntos em nosso Tempo Escola. Ah! Fique atento/a, pois posso pedir algumas dessas atividades pelo Google Classroom ou de forma escrita no seu diário de bordo (caderno). Afinal, você chegou até o final da trilha e desejo valorizar todo o seu esforço. Até o próximo encontro! 1TRILHA 10 | Tema: Arcadismo 1. PONTO DE ENCONTRO Olá, estudante! Vamos dar início a um novo encontro, repleto de informa- ções e conhecimentos que contribuirão para ampliar sua aprendizagem. Nesta segunda trilha você irá conhecer o Arcadismo, movimento literário que se desenvolveu no Brasil na segunda metade do século XVIII e teve como centro de difusão o estado de Minas Gerais. Ainda terá oportuni- dade de conhecer os principais autores, obras e características deste movi- mento. Mas não se preocupe, estaremos juntos durante todo o percurso. 2. BOTANDO O PÉ NA ESTRADA Antes de iniciar o nosso percurso, precisamos refletir sobre algumas questões: 1 Você já ouviu falar em Cláudio Manoel da Costa, Tomáz Antônio Gonzaga e Basílio da Gama? 2 Já parou para analisar que a linguagem artística atual pode ter influências de movimentos literários do final do século XVIII? Anote suas respostas em seu diário de bordo e continue na trilha. 3. LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA Você sabia que o Arcadismo foi um movimento literário nascido na Europa do século XVIII, também conhecido como Neoclassicismo? O Arcadismo, no Brasil, teve como marco inicial o livro “Obras Poéticas”, de Cláudio Manuel da Costa e foi a principal tendência estética produzida no país na TRILHA 10 Tema: Arcadismo 2TRILHA 10 | Tema: Arcadismo época, tendo seus principais autores presentes na cidade de Vila Rica, atualOuro Preto, em Minas Gerais? Vamos percorrer um caminho e observar como este movimento literário difundiu-se pelo Brasil? Agora teremos a oportunidade de observar quando surgiu, suas caracterís- ticas, seus autores e obras, e o que o movimento representa para a litera- tura mundial e brasileira. Acompanhe-me! Observe os textos abaixo e em seguida, responda às perguntas no seu diário de bordo. Texto 1 – Arcadismo Quando cheios de gosto e de alegria Quando cheios de gosto, e de alegria Estes campos diviso florescentes, Então me vêm as lágrimas ardentes Com mais ânsia, mais dor, mais agonia. Aquele mesmo objeto, que desvia Do humano peito as mágoas inclementes, Esse mesmo em imagens diferentes Toda a minha tristeza desafia. Se das flores a bela contextura Esmalta o campo na melhor fragrância, Para dar uma ideia da ventura; Como, ó Céus, para os ver terei constância, Se cada flor me lembra a formosura Da bela causadora de minha ânsia? Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/literatura/arcadismo-brasil.htm Acesso em: 04 fev. 2021 3TRILHA 10 | Tema: Arcadismo 1 Observe a oposição manifestada entre esse cenário (a natureza) e o modo como se sente o eu-lírico, cujos aspectos se revelam já na primeira estrofe. Este cenário pode ser imaginado de forma diferente? Justifique. 2 Uma das características que mais se evidenciam no poema é a exaltação da natureza. Explique porque isso acontece: 3 O “Fugere Urbem” fugir da cidade, cuja proposta se deve ao fato de o poema se entregar aos valores do campo em oposição aos da cidade é visto de que forma atualmente? Texto 2 – Características do Arcadismo Exaltação da natureza Valorização do cotidiano e da vida simples, pastoril e no campo (bucolismo) Crítica à vida nos centros urbanos Modelo clássico Linguagem simples Utilização de pseudônimos Objetividade Temas simples: amor, vida, casamento, paisagem Fugere Urbem (fugir da cidade) Inutilia Truncat (cortar o inútil) Aurea Mediocritas (mediocridade áurea/vida comum) Locus Amoenus (refúgio ameno/agradável) Disponível em: https://www.todamateria.com.br/arcadismo-no-brasil Acesso em: 03 fev. 2021. Agora é com você! 4TRILHA 10 | Tema: Arcadismo 1 Analise as características do Arcadismo e do Barroco e expli- que o que têm em comum. 2 Os temas simples como amor, vida e casamento eram valoriza- dos pelo Arcadismo. Você acha que estes temas ainda têm uma valorização? Justifique: 3 Qual a relação entre os dois textos? 4. EXPLORANDO A TRILHA Tudo ok com você até aqui? Vamos continuar o caminho com um novo desafio: aí mesmo, na sua casa, vamos estudar o texto sobre a tendência do Arcadismo e responda ao desafio abaixo: Texto 3 – Tendências do Arcadismo As tendências árcades estão relacionadas aos conceitos expressos em latim: Fugere Urbem: Fuga da cidade, ou seja, expressa por uma vida simples, bucólica e pastoril no campo, em detrimento de uma vida urbana e mate- rialista. Locus Amoenus: Lugar ameno e agradável, ou seja, um lugar para viver que seja longe dos centros urbanos, onde reina a paz. Aurea Mediocritas: Equilíbrio de ouro, ou seja, expressa a tranquilidade e a paz, rica em aspectos espirituais donde se idealiza a vida mais simples no campo. Inutilia Truncat: Cortar o inútil e buscar o equilíbrio, ou seja, denota a simplicidade da linguagem árcade em contraposição à linguagem rebus- cada e culta do barroco. Carpe Diem: Aproveite o momento e a vida, ou seja, termo expresso para indicar a efemeridade do tempo. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/a-linguagem-do-arcadismo/ Acesso em: 04 fev. 2021 (Texto adaptado) 5TRILHA 10 | Tema: Arcadismo 1 Escolha uma tendência supracitada e explique como seria nos dias atuais. Agora vamos conhecer o Arcadismo em Portugal. Texto 4 – Em Portugal O!Arcadismo em Portugal!começou em 1756 com a fundação da Arcádia Lusitana. Sem dúvida, Manuel Maria Barbosa du!Bocage!foi o que mais se destacou. Além dele, outros autores árcades portugueses que merecem destaque são: António Dinis da Cruz e Silva, Correia Garção, Marquesa de Alorna e Francisco José Freire. Para compreender melhor a linguagem do arcadismo português segue abaixo um soneto de Bocage: Auto-Retrato Magro, de olhos azuis, carão moreno, Bem servido de pés, meão na altura, Triste de facha, o mesmo de figura, Nariz alto no meio, e não pequeno: Incapaz de assistir num só terreno, Mais propenso ao furor do que à ternura, Bebendo em níveas mãos por taça escura De zelos infernais letal veneno: Devoto incensador de mil deidades, (Digo de moças mil) num só momento Inimigo de hipócritas, e frades: Eis Bocage, em quem luz algum talento: Saíram dele mesmo estas verdades Num dia, em que se achou cagando ao vento. Disponivel em: https://www.todamateria.com.br/a-linguagem-do-arcadismo Acesso: 04 fev. 2021 (texto adaptado) Para aprofundar mais sobre esse tema, é necessário que você realize os estudos no seu livro didático. 6TRILHA 10 | Tema: Arcadismo 5. RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA Um!autorretrato!é um!retrato, uma imagem, que o artista faz de si mesmo. Muito usado na pintura, na literatura ou na escultura, o autoretrato!nem sempre representa a imagem real da pessoa, mas sim como o artista se vê: aceita e assume ou tenta mudar e isso depende de cada pessoa ou mesmo de cada momento. MONIZ, Laura. Disponível em: https://slideplayer.com.br/slide/4085217/. Aces- so em: 14 fev.2021. Agora analise, com base nos estudos sobre o estilo Arcadismo e no poema Autorretrato, escreva um verso ou poema, onde evidencie seu autorretrato, tome como inspiração as características típicas do Arcadismo. Para saber se você está acompanhando os estudos desta trilha resolva as questões a seguir no seu diário de bordo. 1 Qual a diferença entre o Arcadismo no Brasil e em Portugal? 2 Como foi a entrada da arte Arcade no Brasil? 3 Qual o poeta introduziu o Arcadismo no Brasil? 6. A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA A criatividade faz parte da nossa essência! Há um artista dentro de você, sabia?! Todos nós somos seres inventivos. Demonstre as descobertas reali- zadas nesta viagem por meio de palavras, frases, desenhos (concretos os abstratos), músicas, quadrinhos, pintura, paródias, charges, mapa concei- tual/mental, poemas, ou qualquer outra linguagem. O desafio agora é: recriar uma arte Arcade. Use sua criatividade! 7. A TRILHA NA MINHA VIDA Vamos observar um verso que compõe as características da escola lite- rária Arcadismo. 7TRILHA 10 | Tema: Arcadismo “Eu, Marília, não sou algum vaqueiro, Que vive de guardar alheio gado; De tosco trato, de expressões grosseiro, Dos frios gelado e dos sóis queimado. Tenho próprio casal e nele assisto Dá-me vinho, legume, fruta, azeite; Das brancas ovelhinhas tiro o leite, E mais as finas lãs, de que me visto. Graças, Marília bela, Graças à minha Estrela!” Disponível em: http://www.peisjudastadeu.seed.pr.gov.br. Acesso em: 19 mar. 2021. Observe que o texto tem traços que caracterizam o período literário ao qual pertence: Arcadismo. Sendo assim, recomendo que você faça uma revisão na trilha estudada e reflita nas características do Arcadismo. Verifique qual a qualidade patente nesta estrofe. Escolha uma das opções abaixo: ( ) o bucolismo ( ) o misticismo Após isso, produza argumentos sobre a opção marcada e explique porque não poderia ser a outra opção, apresente os argumentos necessários para defender seu ponto de vista sobre o tema abordado. Parabéns! Estamos quase encerrando nossa trilha! 8. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO SOCIAL Você já parou para pensar como seria a vida se não existisse a arte? A expressão em arte pode ser por meio de diversas linguagens artísticas: música, dança,poesia, teatro, cinema, pintura, desenho, game, grafite, foto- grafia, história em quadrinho, cartum, escultura.. Enfim, muitas artes! Vamos fazer um trabalho de autoria, usando diferentes recursos artísticos para expor suas ideias? O grande desafio é promover uma proposta de intervençãoa partir das linguagens artísticas de sua escolha. Intervir significa atuar direta- mente, agindo ou decidindo, e emitir, expor opinião. Sendo assim, elabore uma proposta de intervenção usando uma das características do Arca- dismo: o bucolismo* e um dos temas mais debatidos atualmente é o 8TRILHA 10 | Tema: Arcadismo consumismo. Analise, pesquise e reflita como o consumismo atualmente tem influenciado a sociedade e como essa vida simples e sem apego à vida material tem se tornado obsoleta. Exponha seus argumentos e traga uma solução para a sociedade ser menos consumista. Será que é possível? Vamos ao desafio! Você pode socializar essa atividade com seus amigos e familiares, pode ser no mural de sua escola ou em suas redes sociais. *Bucolismo (vida ideal e simples no campo, sem apego a bens materiais) Disponivel em: https://descomplica.com.br/artigo/resumo-arcadismo/41l/. Acesso em: 04 fev. 2021. 9. AUTOAVALIAÇÃO Ufa! Caminhamos bastante! Foi muito bom estar contigo nesta trilha. Parabéns por ter chegado até aqui junto comigo. Você sabia que a sua companhia foi bastante divertida?! Mas antes de nos despedirmos quero te convidar a pensar sobre seu próprio percurso. Para isso peço que responda apenas algumas perguntas no seu diário de bordo: a) Você reservou um tempo para realizar esta atividade? b) Se reservou, conseguiu realizar esta atividade no tempo programado? c) Considera que a trilha te ajudou a entender o movimento literário Arcadismo? d) Através da trilha você consegue distinguir o Arcadismo no Brasil do Arcadismo de Portugal? e) Percebeu que as artes atuais relacionam as artes desse movimento? f) Qual a principal diferença entre as escolas literárias Barroco e Arcadismo? Use pelo menos dois exemplos: g) Você acha que consegue aplicar na sua vida as aprendizagens dessa aula? Comente. 9 Obrigado/a pelas respostas! Socialize-as comigo e com seus colegas quando estivermos juntos em nosso Tempo Escola. Ah! Fique atento/a, pois posso pedir algumas dessas atividades pelo Google Classroom ou de forma escrita no seu diário de bordo (caderno) afinal, você chegou até o final da trilha e desejo valorizar todo o seu esforço. Até breve! 1TRILHA 11 | Tema: Elementos Mórficos ou Morfemas 1. PONTO DE ENCONTRO Olá, estudante! É um prazer encontrá-lo/a novamente para juntos percor- rermos a última trilha dessa unidade. Tenho certeza de que nossos encon- tros foram muito valiosos para sua trajetória. Então, vamos para mais uma experiência de aprendizagem? Você já parou para observar que um computador é formado por um conjunto de peças que se encaixam, em uma relação lógica, formando uma estrutura? O computador não é um bloco indivisível; é feito de partes. Tudo aquilo que é formado de partes ajustadas é uma estrutura. Logo, é fácil entender por que a palavra é uma estrutura: é formada de partes. As partes da máquina, do corpo humano ou de uma casa têm nome e lugar certo; têm também uma função certa. Da mesma forma, as partes da palavra têm nome, lugar e função certos. Cada uma das palavras da língua portuguesa é formada por unidades menores dotadas de significado específico; essas unidades são chamadas de Elementos Mórficos ou Morfemas. Ficou curioso/a para saber mais? Então embarque comigo nessa nova aventura! 2. BOTANDO O PÉ NA ESTRADA Entender alguns conceitos é importante antes de aprofundarmos nosso conteúdo. Por isso, convido você a refletir sobre algumas questões relevantes: TRILHA 11 Tema: Elementos Mórficos ou Morfemas 2TRILHA 11 | Tema: Elementos Mórficos ou Morfemas 1 O que você entende sobre o processo de formação de palavras? Por que eu preciso estudar esses conceitos? Qual a aplicação desses conceitos em minha vida cotidiana? Para seguir na trilha, anote suas respostas no seu diário de bordo (caderno). 3. LENDO AS PAISAGENS DA TRILHA O processo de formação de palavras está dentro das grandes áreas grama- ticais chamadas ortografia e morfologia. Na língua portuguesa, as pala- vras geralmente se formam por dois processos básicos: a composição e a derivação. Mas há outros modos de realizar a formação de palavras, e é sobre isso que vamos nos aprofundar no decorrer desta atividade. Composição: A composição é o processo de formação de palavras a partir da união ou junção de dois ou mais radicais. As principais são composição por justaposição e composição por aglutinação. Composição por Justaposição: Neste tipo de formação não ocorre alteração fonética na palavra. Ou seja, duas ou mais palavras ficam juntas com ou sem hífen formando uma nova palavra. Exemplos: sexta-feira, girassol, passatempo. Na palavra “girassol” acrescentou-se a letra “s”, mas a sonoridade da palavra fica inalterada. Por isso, dizemos que a construção dessa palavra é uma composição por justaposição. Composição por Aglutinação: Na formação de palavras por aglutinação ocorre a supressão de vocábulos. Sendo assim, ao unirmos dois ou mais radicais das palavras para formar uma nova, perdemos algumas letras. Exemplos: planalto (plano alto) fidalgo (filho de algo – referindo-se à família nobre) hidrelétrica (hidro + elétrica). 3TRILHA 11 | Tema: Elementos Mórficos ou Morfemas Derivação: As palavras que são derivadas de outra, chamada primitiva, são classificadas como derivadas. Observe alguns exemplos de palavras formadas por derivação: Tipos de derivação: Derivação Prefixal ou Prefixação A prefixação é o processo pelo qual a palavra é formada pelo acréscimo de prefixo à palavra. Exemplos: escrever – descrever; capaz – incapaz. Derivação Sufixal: A derivação sufixal é o processo de formação de pala- vras que resulta no acréscimo de sufixo à palavra primitiva, que pode sofrer alteração de significado ou mudança gramatical com a adição do sufixo. Exemplo: socialização. Observe que o sufixo -ação transforma o verbo “socializar” em substantivo. A derivação sufixal pode ser classificada como: a) Nominal: é o processo de formação de palavras que origina substan- tivos e adjetivos. Exemplos: Pão- padaria; Riso- risada. b) Verbal: é o processo de formação de palavras que forma verbos. Exemplo: luta- lutar. c) Adverbial: é o processo de formação de palavras que forma advér- bios de modo. Exemplo: covarde- covardemente. Palavra primitiva Palavra derivada Jardim Jardineiro, jardinagem Mar Marinheiro, marítimo Chave Chaveiro 4TRILHA 11 | Tema: Elementos Mórficos ou Morfemas d) Derivação Prefixal e Sufixal: é o processo de formação de palavras que ocorre quando a palavra derivada resulta do acréscimo não simul- tâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. Exemplo: Veja que a presença de apenas um desses afixos é suficiente para formar uma nova palavra, pois em nossa língua existem as palavras “infeliz” e “felizmente”. e) Derivação Parassintética ou Parassíntese: é o processo de formação de palavras que ocorre quando a palavra derivada resulta do acrés- cimo simultâneo de prefixo e sufixo à palavra primitiva. Neste tipo de formação de palavras, se retirarmos um dos afixos, a palavra não existe. Veja o caso de desalmado: “desalm” ou “almado” não existem. Isso não ocorre com a derivação prefixal e sufixal, na qual ao retirarmos um dos afixos, as palavras existem de forma autônoma. f) Derivação Regressiva: é o processo de formação de palavras que ocorre quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por redução. Veja os exemplos a seguir: a) almoço (substantivo) – almoçar (verbo) b) beijo (substantivo) – beijar (verbo). Atenção: caso o substantivo denotar ação, será palavra derivada, e o verbo palavra primitiva. Como as palavras “almoço” e “beijo” indicam ações, são palavras derivadas. Palavra Inicial Prefixo Radical Sufixo Palavra Formada feliz in feliz mente infelizmente Palavra Inicial Prefixo Radical Sufixo Palavra Formada alma des alm ado desalmado elegante des elega nte deselegante 5TRILHA 11 | Tema: Elementos Mórficos ou Morfemas Na derivação regressiva formam-se, principalmente, substantivosa partir de verbos. Por isso, recebem o nome de substantivos deverbais. Veja os exemplos a seguir: o portuga (de português), o comuna (de comunista), amasso (de amassar). g) Derivação Imprópria: é o processo de formação de palavras que ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical. Verifique os exemplos: 1) Os adjetivos passam a substantivos. Por exemplo: Os inteligentes serão compensados. 2) Os particípios passam a substantivos ou adjetivos. Por exemplo: Aquele homem alcançou um feito passando na prova do concurso. 3) Os infinitivos passam a substantivos. Por exemplo: O olhar de Débora era fascinante. 4) Os substantivos passam a adjetivos. Por exemplo: A funcionária fantasma foi despedida. 5) Os adjetivos passam a advérbios. Por exemplo: Falei alto para que todos escutassem. 6) Palavras invariáveis passam a substantivos. Por exemplo: Não escreveu o porquê daquilo tudo. 7) Substantivos próprios tornam-se comuns. Por exemplo: Aquela supervisora é uma caxias! (chefia exigente e severa) 6TRILHA 11 | Tema: Elementos Mórficos ou Morfemas Redução: É o processo de formação de palavras no qual algumas apre- sentam, ao lado de sua forma plena, uma forma reduzida. Observe os exemplos: Fone – por telefone Refri – por refrigerante Auto – por automóvel. Também dentro deste processo existem as siglas. Exemplos: RS (Rio Grande do Sul); UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). Hibridismo: É o processo de formação de palavras no qual entram elementos de línguas diferentes. Veja os exemplos: auto (grego) + móvel (latim): automóvel. Onomatopeia: É o processo de formação de palavras em que numerosas palavras devem sua origem à imitação da fala humana, animais, sons da natureza ou objetos. Exemplos: au-au, blém-blém, cocoricar, toc-toc. Agora que você já despertou para o processo de formação das palavras, precisamos seguir nossa trilha, para isso responda a alguns questiona- mentos no seu diário de bordo. O termo “Paralimpíada”, adotado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, resulta de qual processo de formação de palavras? Leia os trechos abaixo: “Também vem sendo incorporada a!prontos-socorros![…]” “[…] como colesterol alto,!hipertensão e sedentarismo.” As palavras destacadas obedecem, respectivamente, a quais processos de formação de palavras? Formação de Palavras. Disponível em: https://cursoenemgratuito.com.br/formacao-de- -palavras/. Acesso em: 26 jan. 2021. 7TRILHA 11 | Tema: Elementos Mórficos ou Morfemas 4. EXPLORANDO A TRILHA Vamos continuar com algumas reflexões? 1 Nos espaços em branco, indique a mudança ocorrida na classe gramatical da palavra prodígio, formada por derivação imprópria. Frase com palavra primitiva: Fico sempre perplexa com os prodígios da humanidade. Frase com palavra derivada: Você queria que eu fosse um menino prodígio, mas não sou… Na palavra prodígio, ocorre mudança de _________________ para _________________. 2 Assinale a alternativa em que todas as palavras são formadas pelo mesmo processo de formação de palavras. a) espairecer, esquentar, aborrecente. b) ciumento, namorico, amarelado. c) couve-flor, guarda-chuva, pingue-pongue. d) desnecessário, contramão, sociologia. Disponível em: https://www.normaculta.com.br/formacao-de-palavras-exerci- cios/. Acesso em: 27 jan 2021. Videoaula Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=U_nRXQh5L40&fea- ture=emb_title. Acesso em: 27 jan 2021. 5. RESOLVENDO DESAFIOS DA TRILHA Vamos verificar se o que aprendemos até aqui está consolidado? Faça os registros a seguir no seu diário de bordo, a partir da tirinha: 8TRILHA 11 | Tema: Elementos Mórficos ou Morfemas Disponível em: https://quedoiderabicho.files.wordpress.com/2009/11/sobremesariano.jpg?w=450&h=146. Acesso em: 27 jan. 2021. 1 Há alguma palavra nessa tirinha que lhe parece incomum? Informe a palavra. 2 Mesmo sendo aparentemente desconhecida, foi possível para você compreender seu significado? 3 Explique a formação dos adjetivos ‘serrano’ e ‘suburbano’. Quais foram os substantivos utilizados para essas formações? Que sufixo foi acrescentado? Que significação esse sufixo adicionou aos substantivos (‘serra’ e ‘subúrbio’)? Que nome damos a esse tipo de formação de palavras? Disponível em: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?au- la=25525. Acesso em: 27 jan. .2021. 6. A TRILHA É SUA: COLOQUE A MÃO NA MASSA O desafio agora é expressar suas aprendizagens! Mão na Massa! Pesquise na mídia (jornais, revistas, internet) ou nas relações sociais (família, escola, etc), termos criados recentemente, explicando sua formação e sua função pragmática (função da palavra no dia a dia). Anote os resultados no seu diário de classe. Sigamos! 9TRILHA 11 | Tema: Elementos Mórficos ou Morfemas 7. A TRILHA NA MINHA VIDA Estilística – Para conseguir efeitos expressivos, os escritores lançam mão de recursos que possam surpreender o leitor pela originalidade, pelo ines- perado. Merece destaque o emprego de prefixos e sufixos de forma diversa daquela prevista pela linguagem cotidiana. Esse emprego inusitado projeta novas conotações sobre termos aparentemente inexpressivos. (FARACO & MOURA. Gramática. São Paulo: Ática, 2005). A partir dessa perspectiva, explique, fazendo o registro em seu Diário de Bordo, sob o ponto de vista morfológico e pragmático, a formação dos termos destacados. “Não fosse meu despoder…” (ROSA, Guimarães. Grande Sertão: Veredas). “Era assim uma cantiga sorumbática, desfeliz…” (ROSA, Guimarães. Sagarana) “Heloisa Helena! Qual o descabelereiro?” (José Simão, folha de São Paulo, 8/9/2006) 8. PROPOSTA DE INTERVENÇÃO SOCIAL Agora, produza um quadro com palavras que você encontrou durante sua pesquisa da atividade anterior. Transforme-o! Todo mundo tem uma veia artística dentro de si e você não escapa à regra. Confie! Esse momento é para sua fruição, sua diversão e vamos continuar a nossa caminhada. Ah! Uma dica! Você pode compartilhar essas palavras no mural de sua escola para que outras pessoas possam conhecê-las. 10 9. AUTOAVALIAÇÃO Chegamos ao final de nossa trilha! Caminharmos juntos nos traz moti- vação! Mas, antes de nos despedirmos é válido pensar sobre seu próprio percurso. Afinal, refletir sobre as nossas experiências nos torna capazes de trilhar novos caminhos de forma mais madura e segura, além de nos ajudar no planejamento de novos desafios e na tomada de decisões impor- tantes para nossa vida. Para isso peço que responda apenas algumas perguntas no seu diário de bordo: a) Você reservou um tempo para realizar esta atividade? b) Se reservou, conseguiu realizar esta atividade no tempo programado? c) Considera que a trilha o/a ajudou a fazer uma leitura mais crítica da realidade? d) Você acha que consegue aplicar na sua vida as aprendizagens dessa aula? Comente. Obrigado/a pelas respostas! Socialize-as comigo e com seus colegas quando estivermos juntos em nosso Tempo Escola. Ah! Fique atento/a, pois posso pedir algumas dessas atividades pelo Google Classroom ou de forma escrita no seu diário de bordo (caderno). Afinal, você chegou até o final da trilha e desejo valorizar todo o seu esforço.
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