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1 Buloses Gustavo Muniz – T23 BULOSES • Conceito o Doenças de natureza autoimune que são caracterizadas clinicamente por bolhas ou menos frequentemente por vesículas, de localizações intraepidérmicas (acantolíticas) ou subepidérmicas. o Anticorpos quebram os desmossomos (estruturas que ligam queratinócitos) • Pênfigos - introdução o São buloses com tendência à evolução crônica e ilimitada, com prognóstico grave o Relembrando: Epiderme (estratos/ camadas): ▪ Córneo ▪ Granuloso ▪ Espinhosa ▪ Basal o Desmogleínas (estruturas dos desmossomos) ▪ Principais: 1 e 3 ▪ Quantidade variável dependendo do tamanho da camada ▪ Tipo 1 → mais alta (estrato granulosao) e mais fácil de se romper → rompe bolha, exulceração e crostas ▪ Tipo 3 → principalmente no estrato basal (mais inferior, baixa) ▪ Localização da bolha classifica o pênfigo em foliáceo (anti-Dg1) ou vulgar (anti-Dg3) ▪ Mucosa: há mais desmogleina 3 do que 1 → + vulgar ▪ Pele: há mais desmogleina 1 do que 3 → + foliáceo o Classificação ▪ Pênfigo vulgar • Pênfigo vegetante ▪ Pênfigo foliáceo • Pênfigo eritematoso (Senear-Usher) o Etiopatogenia e imunologia ▪ Auto-imune ▪ Desmossomos (sede primária) ▪ Produção de Ac do tipo IgG ▪ Pênfigo Vulgar – Ag: desmogleína 3 (Dsg 3) ▪ Pênfigo Foliáceo – Ag: desmogleína 1 (Dsg 1) ▪ Imunofluorescência indireta: IgG1 e IgG4 (patogênico) antidesmogleína – Ac tipo pênfigo ▪ Imunofluorescência direta: área lesional ou perilesional – IgG4 e C3 (principal); IgA (25%) e IgM (40%) ▪ Histopatologia: padrão ouro e de mais fácil acesso, associada à clínica ▪ Biópsia de pele: até hipoderme (técnica: anestesia peri- lesional; faz-se a técnica excisional em forma de losango, retirando a bolha por inteiro) o Epidemiologia ▪ Mais no adulto (após 40 anos) → ambos os sexos ▪ Brasil: pênfigo foliáceo brasileiro → fogo selvagem (endêmico) ▪ Raro em criança ▪ Rança branca ▪ Doença universal o Pênfigo foliáceo brasileiro ▪ Doença de elevada frequência na zona rural de alguns estados brasileiros (centro-oeste) ▪ Atinge todas as faixas etárias ▪ Frequência familiar (conotação genética) ▪ Endêmica ao longo dos rios (participação do mosquito borrachudo → talvez picada desencadeie mecanismo imunológico (autoimunidade) ou vetor – Simulium nigrimanum) o Histopatologia ▪ Bolhas intra-epidérmicas e fendas devido à acantólise (lise dos acantos das células malpighianas) ▪ Células acantolíticas no interior da bolha ▪ Pênfigo vulgar: clivagem acantolítica suprabasal ▪ No pênfigo foliáceo: clivagem acantolítica na granulosa 2 Buloses Gustavo Muniz – T23 ▪ Células acantolíticas: células dentro do tecido bolhoso o Clínica ▪ Sinal de Nikolsky • Positivo nos pênfigos • Acontece mais quando o paciente já está na fase vegetante/ exulcerado ou peri-lesional à bolha • Pressiona-se com dedo ou objeto de ponta romba a pele lesionada e há o descolamento epidérmico (se pressiono a pele que está sendo lesionada, há uma maior destruição das células adjacentes) → pele fica mais rosada/ eritematosa ▪ Sinal de Asboeas-Hansen • Pressão sobre a bolha e ela se expande por ausência de coesão celular das células adjacentes ▪ “Salpingo de lama” → crostas e vegetações o Diagnóstico ▪ Clínica ▪ Histopatologia (bolha acantolítica) ▪ Imunofluorescência (+ para fins acadêmicos – não se usa muito) ▪ Citologia do líquido da bolha (células acantolíticas) → pouco utilizado o Tratamento ▪ Corticoide (principal) • Prednisona – 1 a 2 mg/kg de peso, por período nunca inferior a 6 semanas → fazer desmame • Imunossupressores: metotrexate (20 mg, 1x/semana), ciclofosfamida (100 mg/dia) e azatioprina (150 mg/dia) • Pulso com corticoide e/ ou imunossupressor (ciclofosfamida) • Evitar exposição solar
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