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Otologia Otite externa e otite média

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AULA 11: Otologia – Otite externa e otite média:
Anatomia:
Tímpano**
Tipos de otite:
Otite externa:
Difusa aguda – otite do nadador
Fúngica
Maligna ou necrosante
Otite média:
Aguda
Serosa
Crônica
Grande impacto sócio econômico
Responsável por 33% dos atendimentos pediátricos
Responsável por 42% das prescrições de ATB para criança <10 anos
Otite externa difusa aguda:
Inflamação difusa do conduto auditivo
Incidência global da doença durante a vida: 10%
Sazonal → 80,5% dos casos no verão
Pico: 7 aos 12 anos
Desencadeante:
Banho de mar/piscina** – principal
Sudorese
Ausência de cerume
Alteração anatômica do CAE
Ph alcalino
Prótese auditiva
Quadro clínico:
Trauma local → prurido → bactéria
Sintomas:
Dor 70% (principalmente na região do trago)
Prurido 60%
Plenitude auricular 22%
Perda auditiva 32%
Agente etiológico:
Pseudomonas aeruginosa 38%
Staphylococcus epidermidis 9%
Staphylococcus aureus 7,8%
Tratamento:
Analgesia
Gotas de antibiótico → tópico
Ciprofloxacino, garamicina
Limpeza do conduto – aspiração
Prevenção:
Gotas ácidas → álcool (acidificação da pele e seca o local)
Protetor auricular 
Secador de cabelo → cuidar para não queimar 
Evitar trauma / cotonete
Otite Fúngica:
Mais comum no verão
Umidade do conduto auditivo e retirada da proteção natural:
Banhos de piscina
Excesso de limpeza – cotonete ou lavagem 
Dermatite eczematosa e descamação da pele do conduto 
Sintomas: mais arrastados e menos intensos
Plenitude** ou ouvido trancado
Prurido
Otorreia – secreção
Otalgia – dor
Obs – presença de Hifas na pele, descamação da pele 
Agente etiológico:
Aspergillus sp
Candida albicans
Tratamento:
Limpeza – aspiração (mais eficaz)
Gotas ou pomadas de antifúngicos tópicos
Raramente uso de antifúngico sistêmicos
Otite Externa maligna – Necrotizante:
Raro
Infecção da orelha mais grave e com alto risco de óbito 
Pode ser por pseudomonas
Também chamada osteomielite do osso temporal
Quadro de otalgia e otorreia intensa e prolongada em:
Imunodeprimidos
Idosos
Diabéticos
Exames de imagem são necessário para confirmação e estadiamento da extensão:
Cintilografia óssea – exame de escolha (não faz estadiamento)
TM
RM se suspeita de invasão intracraniana
Obs – Tem erosão do osso
Tratamento:
Internação e ATB EV por aproximadamente 6 semanas
Debridamento das áreas necróticas se necessário – CC
Difícil controle
Otite Média Aguda – OMA**
Otopatia mais frequente em crianças
Até os 3 anos, 3 em cada 4 crianças terão 1 episódio de OMA
3 primeiros meses → mais rara
Urbana
Masculono
Invervo
Fatores de risco:
Creches e berçários
Genética
Curta duração do aleitamento materno
Posicionamento da alimentação
Desmame precoce
Pais fumantes
Atopia
Fenda palatina
Infecção dentro da membrana timpânica!!
Patógenos da nasofaringe que vão até a orelha média
Mais comum em crianças 
Etiologia / Microbiologia:
Viral – 50%
Vírus sincicial  respiratório
Adenovírus
Influenza
Parainfluenza
Bacteriana – 50%
Streptococcus pneumoniae – 50%
Haemophilus influenzae – 27%
Moraxella catarrhalis – 12%
Diagnóstico:
Início agudo dos sintomas + sinais de efusão e / ou inflamação da orelha média;
Abaulamento** (ocorre quando é abrupto)
Mobilidade reduzida
Nível hidroaéreo (secreção e bolhas dentro)
Otorreia
Hiperemia
Tratamento
80% resolução espontânea ****
Conduta terapêutica segundo a AAP – academia americana de Pediatria
	Idade
	Diagnóstico de certeza
	Diagnóstico incerto
	< 6 meses
	Tto com ATB
	Tto com ATB
	6 meses – 2 anos
	Tto com ATB
	Tto com ATB se doença grave ou observação 
	> 2 anos
	Tto com ATB se doença grave ou observação
	Observação
Observação – reavaliar em 48-72 horas com garantia de acompanhamento 
Antibióticos sistêmicos:
Amoxicilina
40 a 45 mg/kg/dia – 7 a 10 dias
80 a 90 mg/kg/dia  – 7 a 10 dias
Amoxicilina–clavulanato
Axetil–Cefuroxima
Azitro/eritromicina se alergia
Analgésico e antitérmicos
Anti inflamatórios – CTC
Calor local.
Não usar gotas otológicas**
Complicações:
Mastoidite
Paralisia facial periférica
Meningite e abscesso intracraniano
Otite média Serosa:
Definido como a presença de fluido na orelha média, na ausência de sinais ou sintomas de infecção otológica aguda*
Resulta em redução da mobilidade da MT e forma uma barreira na condução sonora
Epidemiologia:
Disfunções tubárias e após quadros de IVAS e OMA
A tuba auditiva é incapaz de aliviar uma pressão negativa criada dentro da cavidade timpânica
F.R. = rinite, DRGE, creche, tabagismo passivo, criança com Sd de Down, fenda palatina*
Diagnóstico:
Alteração do desempenho escolar
Alteração do comportamento
Atraso na fala
Episódio recorrentes de OMA
Falta de atenção
Necessidade de escutar televisão com som elevado
Na otoscopia podem se visualizar retração da MT ou líquido com bolhas
Na audiometria é visto perda auditiva condutiva leve a moderada
Tratamento:
Inicialmente, expectante
A resolução espontânea é favorável, ocorrendo em 90% das crianças até 3 meses
Alta recorrência
Medidas clínicas e de controle ambiental
Vacinas
Corticosteróides tópicos ou sistêmicos
Após 3 a 6 meses se mantiver perda auditiva, está recomendada a timpanotomia e colocação de tubo de ventilação
OMS em tratamento apresenta risco de danos estruturais irreversíveis da membrana timpanica.
Tubo de ventilação – dreno (retirada de secreção / melhora a função da tuba auditiva)
Otite Média Crônica – OMC:
Inflamação da mucosa da orelha média superior a 3 meses, podendo estar associada a perfurações persistentes da membrana timpânica e otorréia;
Fatores associados:
Locais:
Otites de repetição
Anomalias craniofaciais
Rinites e obstrução nasal crônica
Sistêmicos → imunodeficiência congênita ou adquirida
Socioeconômicos e geográficos:**
Desnutrição, higiene inadequada, baixa qualidade de vida, alta densidade demográfica
OMC é maior nos serviços públicos
Microbiologia:
Obs: vírus não causam!!*
Bactérias gram negativas:
Pseudomonas aeruginosa
Proteus mirabilis
E. coli
Bactérias gram positivas:
S. aureus
Enterobacter
Classificação:
Otite média crônica não colesteatomatosa** → otite média crônica simple.
Otite média crônica colesteatomatosa****
Otite simples:
Secundária a um ou vários episódios de OMA que cursam com uma sequela: perfuração da membrana timpânica
Perfuração traumáticas raramente deixam sequelas – exp (cotonetes)
Apresentação clínica → perda auditiva, otorreia crônica intermitente, orelha seca intercrises
Abordagem clínica:
Controle dos períodos infecciosos com antibióticos
Tratamento definitivo: miringoplastias ou timpanoplastias (enxerto de cartilagem para tapar → volta a ter uma “fisiologia normal” devolvendo a proteção da orelha média)
OMC colesteatomatosa:
Colesteatoma – definição:
É a presença de tecido epitelial na orelha média e mastóide
Nessas localizações, esse tecido queratinizado tem características patogênicas, com propriedades líticas, de crescimento e de migração;
Manifestação clínica:
Otorréia recorrente crônica e fétida
Perda auditiva
Erosões ósseas: relação com a resposta inflamatória persistente levando a produção de citocinas, como o TNF alfa, interleucinas (IL-1beta, IL-6, IL-8)
Diagnóstico: clínico
Otoscopia
Complementação do diagnóstico com audiometria e exames de imagem: TAC e RM
Complicações:
Mastoidite
Vertigem
Perdas auditivas neurossensoriais
Paralisia facial e abscesso intracraniano
Tromboflebite
Tratamento:
Erradicação da doença é exclusivamente cirúrgica – mastoidectomia
Conclusão:
Otite são doenças extremamente comuns, principalmente na pediatria
Alta procura por atendimento e consequentemente uso de antibiótico → problema de saúde pública mundial
Apesar de tratáveis, as otites ainda sao a principal causa de perda auditiva na faixa pediátrica
Diagnóstico com um tratamento clínico e cirúrgico adequado evitam complicações e sequelas auditivas nos pacientes portadores de otites.

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