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– Referência: Rotinas em Otorrinolaringologia (Piltcher) Otite Externa Difusa Aguda Celulite da pele e tecido subcutâneo do conduto auditivo externo, ocasionada por uma quebra na barreia de proteção natural do conduto e facilitada pela presença de umidade no seu interior. Maior incidência em regiões de clima tropical e no verão; Frequentemente associada a traumatismo local com hastes de algodão ou outra forma de manipulação do conduto. QUADRO CLÍNICO Estágio inicial: pré-inflamatório Prurido, edema e sensação de plenitude. Estágio inflamatório Otalgia, otorreia clara e inodora. Quadros mais graves: sintomas mais intensos, otorreia espessa e seropurulenta; Pode haver linfadenopatia cervical e febre; Quando não há resolução completa, a doença evolui para um estágio inflamatório crônico com pouca dor, mas com prurido intenso e secreção persistente; Agentes comumente envolvidos: Pseudomonas aeruginosa, Staphylococcus epidermitis e Staphylococcus aureus; Não é necessário realizar exame microbiológico para decisão terapêutica. TRATAMENTO Limpeza é essencial, porém o paciente pode referir dor e não deixar limpar, o ideal é fazer tratamento com antibiótico + corticoide para amenizar o quadro inicialmente; Antibiótico VO + gotas otológicas de corticoide + limpeza Se o quadro for grave, associar antibiótico tópico também. Pericondrite Inflamação do pericôndrio que reveste a cartilagem do pavilhão; Causas mais comuns: uso de piercings, secundários a eczemas, herpes-zoster, acupuntura, esportes de contato e trauma cirúrgico; Agentes mais comumente envolvidos: P. aeruginosa e S. aureus resistente à meticilina (MSSA). QUADRO CLÍNICO Dor intensa, calor, edema e eritema de parte ou de todo o pavilhão, com exceção do lóbulo; A formação de abscesso subpericondral pode, em casos mais avançados, levar à necrose da cartilagem subjacente; A cartilagem do pavilhão pode estar acometida em distúrbios autoimunes, como a policondrite recidivante; A condrite geralmente está acompanhada de outras condições clínicas, como LES, artrite reumatóide, psoríase. TRATAMENTO Ciprofloxacino + debridamento em condições assépticas + drenagem (deixar sonda por 2-3 dias) Segunda opção de ATB oral: cefalosporinas de 3ª geração; O tratamento da condrite geralmente inclui AINES, glicocorticoides ou agentes imunossupressores quando necessário. Otite Externa Circunscrita (Foliculite) Inflamação da unidade pilossebácea na porção cartilaginosa do conduto; Comumente causada pelo S. aureus; QUADRO CLÍNICO Dor (se intensifica à compressão do trágus); Prurido; Otorreia e perda auditiva são pouco frequentes. TRATAMENTO Mupirocina tópica + AINES; Se houver ponto de flutuação: drenagem; A presença de coleção purulenta, celulite ao redor da lesão, febre ou linfadenopatia reacional são indicadores de necessidade de antibiótico sistêmico com atividade contra staphylococcos (eritromicina ou dicloxacilina). Otomicose Infecção fúngica do conduto auditivo externo; Fatores de risco: uso contínuo de gotas otológicas, diabetes mellitus, imunossupressão, cirurgia otológica prévia. Sintomas: semelhantes aos das infecções bacterianas, com ênfase no prurido e otorreia; Agentes relacionados: gênero Aspergillus (A. niger e A. fumigatus) e Candida; Tratamento: limpeza + gotas acidificantes + cetoconazol Otite Externa Necrosante Sempre encaminhar para o otorrinolaringologista! Osteomielite do osso temporal e da base do crânio, consequente a um quadro inicial de otite externa difusa; Ocorre como uma otalgia que acontece geralmente na madrugada; Otorreia purulenta e fétida, edema e hiperemia do conduto auditivo externo, sensibilidade e edema periauricular; Pode ocorrer paralisia de pares cranianos (comumente o facial) Acomete mais idosos, diabéticos e imunossuprimidos; Principal agente causador: P. aeruginosa; Critérios obrigatórios para diagnóstico: Sinais de otite externa que não responde a terapia por 2- 3 semanas; Tecido de granulação ou microabscessos no nível da junção osteocartilaginosa no conduto auditivo externo; Ausência de carcinoma no exame microscópico após biópsia incisional do tecido de granulação. Tratamento: ciprofloxacino (tópico e oral).
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