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Gustavo Moreno T19 AULA 04: ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL ISQUÊMICO: 1 a cada 4 pessoas terá um AVC ao longo da vida AVC pode afetar qualquer um a qualquer hora Guideline 2018 Definição: Desordem neurológica aguda Produzida por uma injúria não traumática do SNC de origem vascular Acompanhada de disfunção neurológica focal Persiste em mais de 24 horas ou resulta em morte nas primeiras 24 horas ** Tamanho do problema: População desconhece os sinais e sintomas Não sabe o que fazer, não sabe a quem chamar Desconhece o número do SAMU Chega muito tarde no hospital Muitos hospitais não tem preparo para atender AVC. Perda de neurônios → 1,9 milhões por minuto Taxa global AVC - mortalidade: AVC é a segunda causa de morte mais comum em todo o mundo Aproximadamente 1/3 dos pacientes tem um novo AVC morrerão Impacto do AVC: Mais de 100 mil brasileiros morrem da doença por ano 90% das mortes ocorrem depois dos 50 anos 30% das pessoas precisarão auxílio para caminhar após AVC 70% das pessoas não conseguem retornar às atividades devido às sequelas 16 milhões de pessoas são atingidas no mundo por ano Prevenção primária → incidência → fatores de risco → PSF / medicina baseada em evidência Letalidade → qualidade assistência hospitalar → unidades de AVC + trombolise Prevenção secundária → incidência de recorrência → fatores de risco → PSF / medicina baseada em evidência Reabilitação → Fono, fisio, TO, grupo de cuidadores baseado em evidências Classificação: AVC isquêmico ⇒ (80%) Etiologia: aterotrombótico, extra- e intra-craniano Cardioembólico Lacunar Criptogênico Outra causa definida AVC hemorrágico ⇒ (20%) Hemorragia intraparenquimatosa Hemorragia meníngea (HSA) AVC aterotrombótico: Acomete grande artérias extra ou intracranianas Extracranianas: carótidas ou vertebrais Intracraneanas: cerebral média, cerebral anterior, sistema vértebro-basilar Mecanismo de isquemia: estenose limitante ao fluxo (A) ou embolização artério-arterial (B) Infarto pode ser precedido por AIT AVC embólico: Infartos distais do território arterial, no córtex cerebral Lesões múltiplas FA, arritmias cardíacas, IAM recente Início súbito (Sem sintomas progressivos ou oscilante) AVC Lacunares: Pequenos Trombose de arteríolas Hemiparesia ou plegia completa proporcionada sem alterações da sensibilidade ou fala 1/5 dos pacientes Regiões profundas – núcleos da base, tálamo, cápsula interna -e tronco cerebral Criptogênico: Sem causa definida Outras etiologias: Estados de hipercoagulabilidade ou a embolização distal de partículas, que não sejam por fibrilação atrial ou doenças atero-esclerótica Síndrome do anticorpo antifosfolipideo, endocardite marântica, vasculite primária de sistema nervoso central, lúpus eritematoso sistêmico Dissecção de artérias cervicais - traumática ou espontânea e pode na carótida interna extracraniana ou vertebrais extra ou intracraniana. Ataque isquêmico Transitório (AIT): Ocorre quando a oclusão arterial é autolimitada e há recuperação completa da função neurológica em 24 horas e sem evidência de infarto a neuroimagem Definição atual: Déficit que persista por até 1 hora e sem alteração à RM Em geral: Risco de recorrência: 10% em 3 meses Maior risco nas primeiras 48 horas 15% dos AVCs são procedidos por AIT Core e Penumbra Fatores de risco: Principais: HAS e DM // Outros: tabagismo, excesso de álcool, obesidade, FA, Fatores de risco - Individual: Estenose carotida sintomática > 70% → principal AIT; FA; DM; HAS Baixa atividade física; Tabagismo Fatores de risco - Populacional HAS → mais associada DA; DM Baixa atividade física; Tabagismo AIT; Estenose carotida Quadro clínico: Alteração de força / sensibilidade em um ou ambos lados do corpo Dificuldade para enxergar com um ou ambos os olhos Dificuldade para falar, entender e se comunicar Dor de cabeça súbita e atípica Dificuldade para marcha e equilíbrio Exame neurológico: AVC do sistema carotídeo: Maioria dos AVCs Hemiparesia ou hemiplegia, completa ou incompleta, proporcionada ou desproporcionada Hemihipoestesia, afasia, alteração do campo visual AVC do sistema vertebrobasilar: Hemiplegia e hemihipoestesia + comprometimento de nervos cranianos, alt. do olhar, disartria, disfagia, alt. equilíbrio, sinais cerebelares e vestibulares, RNC Atendimento Pré Hospitalar: Entender que é uma emergência médica Proteção da área de penumbra Tentativa de recanalização quando possível Tratamento da fase aguda: Minimizar a lesão cerebral, Maximizar a recuperação do paciente Tratar complicações clínicas Estabelecer uma base fisiopatológica para os sintomas do paciente Cadeia de sobrevivência ao AVC: Identificação precoce Acionar emergência Encaminhamento para o serviço adequado Tratamento do AVE / AVC → 8’D Door, delivery, dispatch, detection, disposition, drug, decision, data, Atendimento Pré Hospitalar: Fixo: centros de saúde, UPAs, serviços de atendimentos de urgência 24 horas não referenciados para o AVC Móvel: SAMU Rápido reconhecimento do caso de AVC agudo Determinação da hora exata do Ictus Instituição de medidas clínicas para evitar progressão da lesão isquêmica aguda Rápido encaminhamento do paciente à unidade receptora de referência para AVC agudo, priorizando os candidatos a trombólise Pré Hospitalar – Diagnóstico: Diagnosticar o AVC Escolher o hospital Transporte de emergência Pré-notificar a equipe Suspeitar de AVC: Déficit neurológico focal de início súbito, com ou sem alteração do nível de consciência SInais de alarme: Sinais de alarme: Perda súbita de força ou formigamento de um lado do corpo - face ou membros Dificuldade súbita de falar ou compreender comandos verbais Perda visual súbita Tontura, desequilíbrio e ou incoordenação motora Dor de cabeça intensa e súbita FAST / SAMU → sorria, abrace, música, urgente** Escolher o Hospital:*** Uma vez reconhecido o AVC, o paciente não deve ser encaminhado ao hospital mais próximo, mas para o hospital preparado mais próximo - hospital de referência. A cada 5 minutos um paciente com AVC, que poderia ser salvo, morre no Brasil, ou fica permanentemente incapacitado, porque foi tratado inadequadamente Transporte de emergência** Faça o máximo possível antes da chegada ao hospital -Oxigênio, PA, acesso IV, glicemia capilar, Pré internamento do paciente Deixando o mínimo possível para ser feito após a chegada ao hospital Levar diretamente para a sala de TC Transporte de emergência: coletar o máximo de informações possíveis que possam ter relevância para a decisão de tratamento. Exemplos – medicamentos em uso e descrição de cena Não perder tempo desnecessariamente no local, transportar o paciente com emergência (<15 minutos) ABC - estabelecer um Acesso IV Início 2 acessos IV calibrosos - um para terapia trombolítica e o segundo para contraste para identificar pacientes pacientes para trombectomia. No entanto, o transporte não deve ser retardado por isso Nenhuma evidência forte para bolus de fluido de rotina, para pacientes com AVC. Pacientes com baixa pressão arterial sistólica e nenhuma contra-indicação devem receber bólus de fluidos IV. ABC - teste glicemia:*** A hipoglicemia pode simular um AVC Medir a glicemia pode ajudar a diferenciar AVC de hipoglicemia Síntomas como hemiparesia, hemiplegia, distúrbios da fala ou visuais, confusão e falta de coordenação podem estar presentes em pacientes com hipoglicemia e podem ser corrigidos com administração de glicose. Fornecer solução glicosada para os pacientes com glicemia abaixo de 60 mg/dL. A hiperglicemia pré-existente agrava o resultado clínico de AVC agudo. ABC - Pressão Arterial: A redução abrupta da pressão arterial deve ser evitada Recomenda-se a redução cuidadosa da pressão arterial em pacientes com níveis extremamente altos ( > 220 / 120 mmHg), em medidas repetidas, ou com insuficiência cardíaca grave, dissecção aórtica ou encefalopatia hipertensiva Pacientes com níveis mais altos e mais baixos de pressão arterial nas primeiras 24 horas após o AVC são mais suscetíveis a ter declínio neurológico precoce e resultados piores. A pressão arterial geralmentepode ser elevada por reidratação com solução cristalóide. Posição do paciente: Lesões de crânio: leito a 30 graus alivia a pressão intracraniana elevada Os pacientes com AVC geralmente não apresentam pressão intracraniana elevada Fluxo sanguíneo cerebral e pressão de perfusão cerebral melhoram com o paciente em posição supina. Os pacientes devem ser deitados conforme tolerado, exceto se impedidos por problemas clínicos, como comprometimento respiratório, secreção ou risco de aspiração. Histórico Médico: os entrevistadores devem documentar: Última vez em que o paciente foi visto normal Medicações em uso (Atenção especial à medicações relacionadas à coagulação) Uso de linguagem específica, facilita comunicação clara Não Fazer: Corticoides; Anticonvulsivantes profiláticos Hidratação com solução glicosada Anticoagulação Plena; Trombolítico no pré hospitalar Pré notificação: Pré notificação é a chave que permite que os pacientes sejam tratados mais rapidamente Os hospitais podem preparar e mobilizar recursos como exame de imagens antes que o pacientes chegue Reduz o atraso no hospital Equipe de AVC presente na chegada do paciente na porta Coleta informações relevantes - formulário de equipe de resposta de emergência As informações apropriadas permitem que o paciente seja registrado nos sistemas do hospital antes da chegada - informações necessárias incluem: nome, data de nascimento, número do convênios Protocolo de atendimento do acidente vascular cerebral agudo: Avaliação Neurológica: Estabelecer o início exato dos sintomas Exames físico neurológico confirma os achados da história clínica e os quantifica Escalas de avaliação – NIHSS**, Escala neurológica canadense NIH: avaliar o déficit neurológico Idealizada para pesquisa em Stroke Trials Escala de exame neurológico padronizado Reproduzível > específica Avaliações seriadas: evolução e prognóstico 11 itens do exame neurológico comumente envolvidos por AVCs 0-42 → Quanto maior o valor, pior o déficit Aplicação em 5 a 8 minutos Aplicador deve ser certificado www.nihstrokesacale.org Associação com: Volume das lesões ao CT após 3 meses Severidade clínica após 3 meses Risco de HIP após trombolíticos Probabilidade trombo intra-arterial na angiografia cerebral convencional → Nível de consciência → Perguntas de nível de consciência → Comandos de nível de consciência → Melhor olhar conjugado → Visual → Melhor linguagem → Disartria → Extinção ou desatenção - antiga negligência História e exame físico: Estabelecer o tempo exato do início dos sintomas Paciente dentro da janela terapêutica devem ser submetidos a uma rápida anamnese e investigado contra-indicações à trombólise; Diagnósticos diferenciais: Convulsões não reconhecidas; Estados confusionais Meningite / encefalite; Encefalopatia Hipertensiva Distúrbios tóxico / metabólicos . Enxaqueca; Tumores cerebrais; Hematoma subdural Unidade de AVC agudo: Monitorização na fase aguda do AVC para todos os pacientes com equipe treinada e condutas padronizadas 29% de redução na dependência 18% de redução de mortalidade 25% de redução da necessidade de institucionalização Modificação da história natural do AVC: 31% mais pacientes que utilizaram o RtPA EV em até 3 horas do início dos sintomas obtiveram recuperação completa ou quase completa em 3 meses, comparados com placebo Taxa de sangramento cerebral sintomático 604% Mortalidade igual em 3 meses Benefício igual em 3 meses Benefício comprovado no mundo real Atualmente ainda é o único tratamento de recanalização nível 1ª de evidência para o AVC isquêmico agudo Estudo ECASS III: Confirmou o benefício do trombolítico até 4,5 horas do início dos sintomas*** Trombólise x Sangramento: NNT RtPA - 1(8) – completa recuperação completa em 90 dias NNH - 1 (17) – hemorragia intracraniana nas primeira 36 horas Algoritmo de atendimento: Chegada ao serviço de emergência → triagem - enfermagem / SAMU reconhecer sinais de AVC e tempo do início dos sintomas → início dos sintomas 4 hrs → NÃO ( TC sem contraste, transferência para U-AVC) // SIM ( transferido para U-AVC ou U-Vascular, desencadeado protocolo AVC agudo) Unidade de AVC: → Médico Emergencista: Confirmar a hipótese de AVC e tempo do início dos sintomas Acionar TRR / equipe AVC Solicitar TC sem contraste Solicitar exames laboratoriais → Neurologista (10 min) Confirmar a hipótese de AVC Revisar início dos sintomas Exame neurológico - NIH → Enfermagem: Puncionar 2 abocaths - SF IV Coletar exames laboratoriais Checar sinais vitais, HGT e ECG Tratar T >37,5ºC, hipoxemia, hipoglicemia (<70 mg/ dL) ou hiperglicemia ( > 200 mg/dl) Solicitar o RtPA Escala de NIH →Hemograma, glicemia, Na, K, Uréia, Creatinina, TAP, KPTT TC com sangue? → TC avaliada por um radiologista, neurologista, central de telemedicina Não ⇒ apresenta critérios de exclusão para trombólise ? Sim ⇒ protocolo de hemorragia cerebral Critérios de inclusão para trombólise: Déficit neurológico mensurável com comprometimento da função Início dos sintomas em até 4,5 h TC ou RNM sem sangue; Idade > 18 anos Hipodensidade < 1/3 da ACM em TC ou RNM PA < 185X110 mmHg pré infusão do RtPA INR < 1,7; Plaquetas > 100.000 Território da ACM ⇒ Hipodensidade >2/3 Critérios de Exclusão: Chegada ⇒ hipoglicemia (< 50mg/dl) ou hiperglicemia (> 400 mg/dl) < 1 semana ⇒ Punção arterial em local não compressível < 2 semanas ⇒ cirurgia de grande porte, procedimento invasivo < 3 semanas ⇒ hemorragias TGI ou urinária < 3 meses ⇒ AVCi ou TCE, IAM (relativo) Absoluta ⇒ MAV ou ABCH prévio, gravidez, endocardite ou êmbolo séptico Fatores que pesam mas não contra indicam a trombólise: Idade > 80 idade // NIH > 22 // Dupla antiagregação plaquetária PA > 185X110 mmHg // Crise epiléptica no início do déficit // AVC prévio + DM Neuroimagem: Ponto crítico: TC com ou sem hemorragia? O que é branco no TC → a princípio é hemorragia!! Indispensável Pode definir o grau de lesão cerebral e o território vascular envolvido Sempre após estabilização dos sinais vitais Metas: Avaliação da neurologia e realização da TC: 25 min Interpretação: 45 min Início do fibrinolítico: 1 hora da chegada Interpretação da TC pré trombolítico: Excluir lesão não - vascular Excluir hemorragia; Detectar sinais precoces Avaliar extensão; Tempo de evolução Território; Subtipo TOAST Viabilidade tecidual; Definir obstrução vascular TC → Mismatch (avaliação do tecido isquêmico na zona de penumbra) Sinais precoce: Vasos densos; Hipodensidade Apagamento sulco corticais – primeiros sinais Perda da diferenciação da relação córtex – substância branca Hipodensidade precoce: Hipodensidade precoce de grande áreas afetadas é um critério de exclusão para terapia de reperfusão 2 horas de ictus, déficit à esquerda NIH 12 Trombólise: Droga: RtPA (Alteplase) 1 ampola = 50mg Dode ⇒ 0,9 mg/Kg EV (Máx 90 mg)******* 10% bolus, restante em 60 min Monitorização pós trombólise: trombolise: PAs < 180 e PAd < 105 mmHg Controle rigoroso de temperatura e glicemia Status neurológico; Instabilidade cardíaca Controle rigoroso da saturação IOT se ECG <8 Tempos preconizados pela ASO / ESO no atendimento do candidato a trombólise no AVC Porta-médico: 10 minutos Porta chegada na TC: 25 minutos Porta-TC pronta e analisada: 45 minutos Porta-agulha: 60 minutos Protocolo de AVCI em centros de maior complexidade: Emergência AVCi evolução até 4 horas → sem critérios de exclusão → RtPA 0,9 mg/Kg → melhora durante a infusão (1 hora ) ?? NÃO → oclusão proximal (resgate intra-arterial) // oclusão distal (manejo conservador) SIM → cuidado pós RtPA Porcentagem de recanalização para oclusão de grandes vasos: Maior oclusão maior a dificuldade de abrir o vaso apenas com a droga** Tamanho do trombo: Ferramentas para recanalização Trombectomia:** Pode ser considerada até 6 horas do início dos sintomas Estudos sugerem benefícios para casos selecionados em até 24 horas do início dos sintomas ou para Wake up stroke Sempre associada ao RtPA EV Cuidados Pós AVC: Escala de Rankin - relacionado com a capacidade / incapacidade Score ClassificaçãoDescrição 0 Assintomático Regressão dos sintomas 1 Sintomas sem incapacidade Capaz de realizar suas tarefas e atividades habituais prévias 2 Incapacidade Leve Incapaz de realizar todas suas atividades habituais prévias, mas capaz de realizar suas necessidades pessoais sem ajuda 3 Incapacidade Moderada Requer alguma ajuda para as suas atividades, mas é capaz de andar sem ajuda de outra pessoa 4 Incapacidade moderada a grave Incapacidade de andar sem ajuda Incapacidade de realizar suas atividades sem ajuda 5 Incapacidade grave Limitado a cama, incontinência, requer cuidados de enfermeiros e atenção constante 6 Óbito Escala de Barthel Estatinas e antiagregantes plaquetários ***** Prevenção secundária *** AAS 100 MG / dia iniciado em até 48 horas Estatinas: início em até 72 horas (de alta potência) (vão usar para o resto da vida) Prevenção ainda é o melhor caminho!!
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