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Acidente vascular cerebral isquêmico Um déficit neurológico focal pode ser de vários tipos de instalação (superaguda/aguda, subaguda, insidiosa, paroxística). Déficits de origem vascular mais provavelmente são de instalação subaguda ou aguda com nadir de disfunção atingido rapidamente. Um acidente vascular cerebral é um déficit neurológico atribuído a uma lesão focal aguda do SNC por causa vascular; Revisões · Revisão sobre primeiro neurônio motor Na anatomia possuímos pontos importantes corticais funcionais. O AVC é afetado o primeiro neurônio motor (no córtex cerebral); O que faz esse primeiro neurônio motor? Ele emite um impulso elétrico que vai passar pelo tronco cerebral chegando na medula espinal. O trato corticoespinal compõe o sistema piramidal e seus feixes se iniciam no primeiro neurônio motor que vai estar localizado no córtex cerebral principalmente nas áreas motoras primárias, secundárias e suplementar. Ele vai passar pela coroa radiada, cápsula interna e chega no tronco encefálico, quando chega no bulbo ocorre uma decussação (cruzamento) onde 70% cruza formando o tractocortico espinal lateral e uma parte continua do mesmo lado descendo (cortiço tratoespinal medial) Se os neurônios tiver origem do lado esquerdo e quando eles chegam no bulbo tem a decussação cruzando contralateralmente, a maioria dos movimentos do lado direito vão ser controlados pelo lado esquerdo. Ao final irá realizar sinapse com o segundo neurônio motor no corno anterior da medula. Síndrome do primeiro neurônio motor está associada a paralisia espástica, podendo ser oriunda de lesões acima ou abaixo da decussação das pirâmides. No primeiro caso observaríamos sintomas contralaterais ao lado da lesão e no segundo achados homolaterais. Cursa com rigidez, espasticidade, hiperreflexia, sem inibição e o musculo permanece contraído por muito tempo. No caso do AVC o paciente pode apresentar o que chamamos de síndrome hemiplégica de sintomas de afasia, confusão mental, distúrbios visuais, disbasias, perda de coordenação e até mesmo cefaleia. Com perda de motricidade em hemicorpo + cortejo sintomático de síndrome do primeiro neurônio motor · Revisão do suprimento cortical Os possíveis sintomas de oclusão arterial: ACA (Artéria cerebral anterior) -> sintomas em MMII (motor e sensitivo), córtex frontal (paciente “frontalizado” – mudança de personalidade), incontinência urinária; ACM (Artéria cerebral média) -> afasia (se lado esquerdo), déficit motor, alteração de força e sensibilidade. é a artéria mais acometida ACP (Artéria cerebral posterior) -> alteração na visão, déficits cognitivo Cerebelar -> vômitos + vertigens + dismetria + nistagmo Artéria de Percheron -> quando afetada, ocorre RNC de forma súbita Pelos sintomas a provável artéria acometida é a ACM pela presença de afasia, déficit motor, lembrando que é acometida do lado esquerdo pois os sintomas é do lado direito (sempre do lado contralateral da lesão). Patofisiologia Oclusão arterial seguida de decremento de fluxo sanguíneo distal à oclusão levando a disfunção neuronal e consequentemente dano tecidual irreversível. Os mecanismos podem ser por embolia, trombose in situ, estenose, vasculites, compressão extrínseca, doenças hematológicas Classificação temporal na imagem Hiperaguda inicial ( 0 a 6h) – segmento hiperdenso – trombo Hiperaguda tardia (6 a 24h) – perda da diferenciação da substância branca e cinzenta; Aguda (24h a 1 semana) – edema vasogênico e hipoatenuação Subaguda ( 1 a 3 semanas) – edema vasogênico, petéquias, microssangramento Crônica (> 3 semanas) – substituição do tecido cerebral por gliose ou encefalomalácia O sinal precoce na TC é o edema, não confirmando nem excluindo possibilidade de AVC · Core x penumbra A TC perfusão identifica e diferencia o core e penumbra e ajuda a identificar pacientes que se beneficiariam de terapia de reperfusão Os dois são tempo dependente!! Core isquêmico -> área de tecido irreversivelmente danificado, devido ao hipofluxo ou ausência de fluxo sanguíneo; mtt/t max aumentado, CBF muito diminuído e CBV muito diminuído Penumbra -> é uma área tecidual em sofrimento, hipoperfundida mas com danos possivelmente reversíveis; mtt/t max aumentado, CBF moderadamente reduzido, CBV próximo ao normal ou aumentado · Edema citotóxico e iônico: resultado da incapacidade das células de manter a bomba de sódio e potássio funcionando normalmente; o sódio entra na célula e puxa água e cloreto causando o edema; citotóxico: bomba para de funcionar; iônico: entrada de íons na célula vasogênico: o vaso dentro da área isquemia tem as suas paredes (o endotélio) começando a se desfazer, quebrando a BHE, com extravasamento do fluido do vaso (intravascular) Quando considerar avc maligno? Envolvimento territorial de > 1/3 da ACM de qualquer lado Diagnóstico - Usar o NIHSS fazendo uma avaliação neurológica rápida, com escores mais altos é maior déficit neurológico; - Usar a clínica observando as manifestações clínicas; - Exame de imagem: TC sem contraste para excluir hemorragia, nas primeiras horas pode estar normal mas depois pode ter um desaparecimento da diferenciação entre as substâncias e edema; RNM – importância pelo mismatch, mais cara e menos disponível Angio TC – reconhecimento vascular para endovascular - Exames complementares: glicemia, testes de coagulação, eletrocardiograma, ecocardiograma Classificações do AVC - ASPECTS: quanto menor o score maior a chance de sangramento AO trombolizar, se for menor ou igual a 7 prediz um pior resultado funcional em 3 meses, é usado como um preditor prognóstico de complicações do tratamento agudo do AVCi (UTILIZA IMAGENS DA TC). Se for > 6 trombolizar, se menor ou igual não trombolizar! ; - TOAST: classifica a causa do avci (grandes artérias, cardioembolismo, pequenas artérias, outras etiologias, etiologia indeterminada) - NIHSS: quanto maior o SCRORE maior o déficit neurológico. Se ≤ 3 não tratar, mas se for incapacitante (ex: afasia) trata pois não vai deixar o paciente sem falar... Se for acometimento mais distal o NIH vai ser menor, se for mais proximal o NIH vai ser maior pois envolve mais estruturas - m rankim: avalia funcionalidade pós avc Tratamento Monitorizar, fornecer oxigênio, tratar hipertermia, corrigir hipoglicemia (140 a 180) MANEJO DA HAS Para pacientes com PA < 220/120mmhg que não receberam alteplase intravenosa ou foram submetidos a trombectomia mecânica e que não tem uma complicação médica coexistente que requeira tratamento anti hipertensivo urgente, o tratamento da hipertensão nas primeiras 48 a 72 horas após o início do AVC não reduz o risco de morte ou incapacidade; Para pacientes com PA >220/120mmHg ou superior que não receberam alteplase intravenosa ou foram submetidos a trombectomia mecânica e que não tem complicação médica que coexiste que requeira tratamento anti hipertensivo urgente, o benefício de tratar a hipertensão nas primeiras 48 a 72h após início do AVC é incerta, podendo ser razoável reduzir em 15% nas primeiras 24h. OBS: fazer sempre por via periférica, acesso venoso central só pode após as primeiras 24h TROMBÓLISE INTRAVENOSA - Alteplase 0,9mg/kg (max 90mg) – EV – 10% em bolus seguido de 90% em BIC em 1h - Deve ser feito em ATÉ 4,5H do ictus - ASPECTS ≥6 1. Não houver contra indicação: ; CI: AVCH ou HSA prévio, sangramento ativo, tumor cerebral, PA > 185x110, hipodensidade extensa na TC, neurocirurgia há 3 meses, avci ou trauma há 3 meses, dissecção de aorta Após: iniciar profilaxia de TVP TROMBECTOMIA MECÂNICA 1. A partir da a. femoral 1. Realizar em até 6h do ictus; 1. NIHSS maior ou igual a 6; 1. Tem que haver oclusão do vaso, principalmente da a. carótida interna e a. cerebral média; se TC sem muita hipodensidade muito extensa (escore aspects maior ou igual a 6).
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