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Tópicos de Atuação Profissional Fisioterapia - LIVRO 01

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Prévia do material em texto

Autoras: Profa. Andressa Andrade Teymeny
 Profa. Erika Gomes Alves
Colaboradores: Prof. Cristiano Schiavinato Baldan
 Profa. Marília Tavares Coutinho da Costa Patrão
Tópicos de Atuação 
Profissional – Fisioterapia
Professoras conteudistas: Andressa Andrade Teymeny / Erika Gomes Alves
Andressa Andrade Teymeny
Graduada em Fisioterapia (2001) e pós-graduada em Fisioterapia Neurológica (2003) pelo Centro Universitário do 
Triângulo (Unitri-MG). Mestre em Ciências da Saúde (2011) pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atualmente 
é docente do curso de Fisioterapia do Centro Universitário Icesp-Brasília e docente do curso de Fisioterapia da 
UNIP (campus Brasília). Supervisora do estágio em Fisioterapia Reumatológica e em Fisioterapia Neurofuncional da 
Clínica-Escola de Fisioterapia do Icesp-Brasília e membro do Comitê de Ética e Pesquisa da mesma instituição. Membro 
da Associação Brasileira de Fisioterapia Neurofuncional (Abrafin) e licenciada do programa Entendendo a Dor Crônica.
Erika Gomes Alves
Graduada em Fisioterapia (2011) pela Universidade Nilton Lins (Uninilton Lins-AM), pós-graduada em Fisioterapia 
em Ortopedia e Traumatologia (2014) pelo Instituto Amazonense de Aprimoramento e Ensino em Saúde (Iapes) e em 
Geriatria e Gerontologia (2014) pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Mestre em Saúde, Sociedade e 
Endemias na Amazônia (2016) pela Universidade Federal do Amazonas (Ufam). Atualmente é fisioterapeuta do projeto 
Sejusc Abraça e da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc-AM) e docente do curso de Fisioterapia 
da UNIP (campus Manaus).
© Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida por qualquer forma e/ou 
quaisquer meios (eletrônico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem 
permissão escrita da Universidade Paulista.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
T356t Teymeny, Andressa Andrade.
Tópicos de Atuação Profifissional – Fisioterapia / Andressa 
Andrade Teymeny, Erika Gomes Alves. – São Paulo: Editora Sol, 2022.
156 p., il.
Nota: este volume está publicado nos Cadernos de Estudos e 
Pesquisas da UNIP, Série Didática, ISSN 1517-9230.
1. Fisiopatologia. 2. Artroplastia. 3. Neurologia. I. Teymeny, 
Andressa Andrade. II. Alves, Erika Gomes. III. Título.
CDU 615.8
U515.81 – 22
Prof. Dr. João Carlos Di Genio
Reitor
Profa. Sandra Miessa
Reitora em Exercício
Profa. Dra. Marilia Ancona Lopez
Vice-Reitora de Graduação
Profa. Dra. Marina Ancona Lopez Soligo
Vice-Reitora de Pós-Graduação e Pesquisa
Profa. Dra. Claudia Meucci Andreatini
Vice-Reitora de Administração
Prof. Dr. Paschoal Laercio Armonia
Vice-Reitor de Extensão
Prof. Fábio Romeu de Carvalho
Vice-Reitor de Planejamento e Finanças
Profa. Melânia Dalla Torre
Vice-Reitora de Unidades do Interior
Unip Interativa
Profa. Elisabete Brihy
Prof. Marcelo Vannini
Prof. Dr. Luiz Felipe Scabar
Prof. Ivan Daliberto Frugoli
 Material Didático
 Comissão editorial: 
 Profa. Dra. Christiane Mazur Doi
 Profa. Dra. Angélica L. Carlini
 Profa. Dra. Ronilda Ribeiro
 Apoio:
 Profa. Cláudia Regina Baptista
 Profa. Deise Alcantara Carreiro
 Projeto gráfico:
 Prof. Alexandre Ponzetto
 Revisão:
 Caio Ramalho
 Talita Lo Ré
Sumário
Tópicos de Atuação Profissional – Fisioterapia
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................................................9
INTRODUÇÃO ...........................................................................................................................................................9
Unidade I
1 DISFUNÇÕES ORTOPÉDICAS EM ADULTOS E TRATAMENTO 
FISIOTERAPÊUTICO APLICADO ........................................................................................................................ 11
1.1 Lesões musculares agudas e crônicas .......................................................................................... 11
1.1.1 Aspectos gerais .........................................................................................................................................11
1.1.2 Classificação e fisiopatologia ............................................................................................................. 12
1.1.3 Avaliação e diagnóstico cinesiológico-funcional ...................................................................... 14
1.1.4 Recursos terapêuticos ........................................................................................................................... 18
2 DOENÇAS INFLAMATÓRIAS E DEGENERATIVAS DO TENDÃO ........................................................ 20
2.1 Tendinopatias ......................................................................................................................................... 20
2.1.1 Aspectos gerais ........................................................................................................................................ 21
2.1.2 Classificação e fisiopatologia ............................................................................................................. 22
2.1.3 Avaliação e diagnóstico cinesiológico-funcional ...................................................................... 23
2.1.4 Recursos terapêuticos ........................................................................................................................... 25
2.2 Síndrome do impacto do ombro .................................................................................................... 28
2.2.1 Aspectos gerais ........................................................................................................................................ 28
2.2.2 Classificação e fisiopatologia ............................................................................................................. 29
2.2.3 Avaliação e diagnóstico cinesiológico-funcional ...................................................................... 30
2.2.4 Recursos terapêuticos ........................................................................................................................... 32
2.3 Epicondilite lateral e medial do úmero ....................................................................................... 35
2.3.1 Aspectos gerais ........................................................................................................................................ 36
2.3.2 Classificação e fisiopatologia ............................................................................................................. 36
2.3.3 Avaliação e diagnóstico cinesiológico-funcional ...................................................................... 36
2.3.4 Recursos terapêuticos ........................................................................................................................... 39
3 DOENÇAS INFLAMATÓRIAS E DEGENERATIVAS DE ARTICULAÇÕES ........................................... 42
3.1 Artrite reumatoide ............................................................................................................................... 42
3.1.1 Aspectos gerais ........................................................................................................................................ 44
3.1.2 Avaliação e diagnóstico cinesiológico-funcional ...................................................................... 45
3.1.3 Recursos terapêuticos ........................................................................................................................... 47
3.2 Osteoartrose ........................................................................................................................................... 49
3.2.1 Aspectos gerais ........................................................................................................................................ 50
3.2.2 Classificação e fisiopatologia .............................................................................................................51
3.2.3 Avaliação e diagnóstico cinesiológico-funcional ...................................................................... 51
3.2.4 Recursos terapêuticos ........................................................................................................................... 53
3.3 Capsulite .................................................................................................................................................. 57
3.3.1 Aspectos gerais ........................................................................................................................................ 58
3.3.2 Classificação e fisiopatologia ............................................................................................................. 58
3.3.3 Avaliação e diagnóstico cinesiológico-funcional ...................................................................... 59
3.3.4 Recursos terapêuticos ........................................................................................................................... 61
4 ARTROPLASTIA .................................................................................................................................................. 66
4.1 Aspectos gerais ...................................................................................................................................... 66
4.2 Artroplastia de ombro ........................................................................................................................ 67
4.3 Artroplastia de cotovelo .................................................................................................................... 68
4.4 Artroplastia de punho e mão .......................................................................................................... 69
4.5 Artroplastia de quadril ....................................................................................................................... 69
4.6 Artroplastia de joelho ......................................................................................................................... 71
4.7 Artroplastia de tornozelo .................................................................................................................. 73
4.8 Recursos terapêuticos ........................................................................................................................ 74
Unidade II
5 CARACTERIZAÇÃO DO PACIENTE NEUROLÓGICO E SINAIS CLÍNICOS ....................................... 87
5.1 Sinais e sintomas da fase aguda e crônica das afecções do sistema 
nervoso central (SNC) ................................................................................................................................ 87
5.1.1 Alteração da consciência ..................................................................................................................... 89
5.1.2 Sinal de Babinski positivo .................................................................................................................... 90
5.1.3 Reflexos profundos (tendinosos) ...................................................................................................... 91
5.1.4 Tônus muscular ........................................................................................................................................ 93
5.2 Reabilitação neurofuncional voltada ao aprendizado neuromotor ................................ 96
6 ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL (AVC) ................................................................................................. 97
6.1 Aspectos gerais ...................................................................................................................................... 99
6.2 Classificação e fisiopatologia ........................................................................................................100
6.3 Acidente vascular cerebral isquêmico (AVCI) ..........................................................................101
6.4 Acidente vascular cerebral hemorrágico (AVCH) ..................................................................103
6.5 Quadro clínico de acordo com a localização do AVC ..........................................................103
6.6 Avaliação e diagnóstico cinesiológico-funcional .................................................................107
6.7 Recursos terapêuticos ......................................................................................................................111
7 PATOLOGIAS NEUROLÓGICAS TRAUMÁTICAS ...................................................................................112
7.1 Lesão medular ......................................................................................................................................112
7.1.1 Aspectos gerais ...................................................................................................................................... 113
7.1.2 Classificação e fisiopatologia ...........................................................................................................114
7.1.3 Quadro clínico ........................................................................................................................................ 116
7.1.4 Avaliação e diagnóstico cinesiológico-funcional ................................................................... 120
7.1.5 Abordagem fisioterapêutica ............................................................................................................ 122
7.2 Traumatismo cranioencefálico ......................................................................................................125
7.2.1 Aspectos gerais ..................................................................................................................................... 126
7.2.2 Classificação e diagnóstico .............................................................................................................. 127
7.2.3 Abordagem fisioterapêutica ............................................................................................................ 129
8 PATOLOGIAS NEUROLÓGICAS DA CRIANÇA .......................................................................................129
8.1 Paralisia cerebral (PC)........................................................................................................................129
8.1.1 Aspectos gerais ..................................................................................................................................... 130
8.1.2 Classificação ............................................................................................................................................131
8.1.3 Abordagem fisioterapêutica ............................................................................................................ 133
8.2 Síndrome de Down ............................................................................................................................136
8.2.1 Aspectos gerais ..................................................................................................................................... 136
8.2.2 Tipos de trissomia ................................................................................................................................ 137
8.2.3 Diagnóstico e características .......................................................................................................... 138
8.2.4 Abordagem fisioterapêutica .............................................................................................................141
9
APRESENTAÇÃO
Caro aluno, esta disciplina aprofunda a abordagem fisioterapêutica nas disfunções musculoesqueléticas 
e neurológicas, estudando procedimentos de tratamento e reabilitação pertinentes a essas disfunções, 
em suas diferentes fases de evolução e manifestação. Nosso objetivo é oferecer conhecimento e 
capacidade de elaborar e questionar tratamentos fisioterapêuticosreferentes ao tema, reunindo métodos 
de avaliação e recursos terapêuticos de áreas já estudadas, direcionando o raciocínio fisioterapêutico 
relativo ao diagnóstico funcional, ao objetivo de tratamento e à evolução.
Este livro-texto foi desenvolvido para discutir as bases fisiopatológicas e funcionais ao elaborar 
tratamentos fisioterapêuticos de doenças que envolvem os sistemas musculoesquelético e neurológico, 
assim como analisar métodos utilizados na rotina fisioterapêutica, sua validade e seus limites, atentando 
às diferentes estratégias de tratamento atuais.
Para isso, o texto foi escrito de forma diferente da habitual, pois abordaremos casos clínicos para, 
através deles, demonstrar como desenvolver um raciocínio adequado e entender todo o processo, 
avaliar e elaborar o tratamento, analisando cada condição relatada e proporcionando uma vivência 
mais prática para o aluno.
INTRODUÇÃO
A unidade I aborda as principais disfunções ortopédicas nos adultos e o tratamento fisioterapêutico 
aplicado em cada uma delas. Para melhor descrevê-las, foi dividida em quatro seções, e cada uma 
comtempla uma disfunção, descrevendo suas características anatomopatológicas, sinais e sintomas, 
avaliação e reabilitação. São elas:
• lesões musculares agudas e crônicas;
• doenças inflamatórias e degenerativas do tendão;
• doenças inflamatórias e degenerativas de articulações;
• artroplastias.
A unidade II aborda as características do paciente neurológico e as principais patologias neurológicas 
no adulto e na criança, dividindo-se também em quatro seções, cada uma com um tema da neurologia. 
A primeira trata dos sinais clínicos da fase aguda e crônica das afecções do sistema nervoso central, 
como a reabilitação por aprendizado motor. As seções seguintes abordam as principais lesões neurológicas 
do paciente adulto – acidente vascular cerebral, lesões traumáticas (lesão medular e traumatismo 
cranioencefálico) – e a última traz as principais disfunções neurológicas da infância (paralisia cerebral 
e síndrome de Down).
10
O objetivo é fornecer um material de fácil compreensão ao estudante de fisioterapia, por meio de um 
livro-texto que, de maneira clara e objetiva, forneça conhecimento anatômico e fisiopatológico básico 
para compreender as diversas lesões musculoesqueléticas e neurológicas, auxiliando-o a elaborar 
avaliações, diagnósticos cinético-funcionais e reabilitações fisioterapêuticas individualizadas.
Bom estudo!
11
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – FISIOTERAPIA
Unidade I
1 DISFUNÇÕES ORTOPÉDICAS EM ADULTOS E TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO 
APLICADO
1.1 Lesões musculares agudas e crônicas
Vamos estudar um caso clínico comum na prática fisioterapêutica. Para resolvê-lo, revisaremos alguns 
conceitos importantes sobre lesão muscular, como formas de classificação, fisiopatologia, medidas de 
avaliação e seus principais recursos terapêuticos.
Caso clínico 1
Jogador de futebol profissional de 19 anos chegou à clínica ambulatorial de fisioterapia e relatou dor 
súbita na coxa direita, do tipo fisgada, durante um salto dois dias atrás, enquanto treinava. Informou sentir 
dor durante a marcha, principalmente nos movimentos de flexão de joelho e ao final da extensão. 
Sente fraqueza e cansaço na parte posterior da coxa direita durante saltos e corridas em campo.
Além disso, não há histórico de lesão. O exame físico constatou dor e palpação do terço médio da 
coxa, limitação da extensão com quadril flexionado a 90° e de flexão contra resistência. O atleta refere 
ainda dor de intensidade moderada, nível 6, na escala visual analógica de dor (EVA) de 1 a 10. O exame 
por imagem de ressonância magnética revelou lesão parcial das fibras do músculo bíceps femoral, 
caracterizando lesão grau 2. Sua meta é retornar aos treinos para o torneio que se aproxima.
De acordo com o possível diagnóstico do paciente, alguns pontos podem ser levantados:
• Quais fatores contribuíram para a lesão?
• Quais são as intervenções fisioterapêuticas mais apropriadas?
• Elabore um plano de tratamento em cada estágio da lesão.
Ao fim desta seção, discutiremos o caso e chegaremos às respostas.
1.1.1 Aspectos gerais
O sistema muscular representa a maior massa do corpo humano, com 45% de seu peso total, e lesões 
musculares são frequentes em atletas de diferentes modalidades. Estima-se que de 30 a 50% de todas 
as lesões associadas ao esporte são causadas por lesões de tecidos moles. Sintomas típicos incluem 
fraqueza e dor muscular, e até incapacidade funcional, resultando principalmente em contusões, 
12
Unidade I
estiramentos, lacerações e contraturas. Os músculos mais afetados são os isquiostibiais, quadríceps 
e gastrocnêmios – músculos biarticulares mais sujeitos às forças de aceleração e desaceleração 
(MALLIAROPOULOS et al., 2010).
Estiramentos musculares em geral acometem músculos biarticulares e superficiais durante a fase 
de contração excêntrica, e as distensões musculares ocorrem quando uma força de tração é aplicada 
no músculo, gerando um alongamento excessivo das suas fibras na junção miotendínea, no tendão ou 
ainda em sua inserção óssea.
Já as contusões musculares são causadas por forças compressivas, como um golpe direto no músculo 
que o lesiona. Contraturas musculares envolvem a contração muscular involuntária, dor a palpação e 
durante alongamentos, rigidez muscular e em alguns casos equimose. São causadas pela contração 
rápida e incorreta, sobrecarregando o músculo ou o tendão, interferindo em seu retorno ao estado 
normal na fase de relaxamento muscular.
A maioria das lesões é causada por esforços excessivos ou contusões, sendo prevalentes nos membros 
inferiores. Ainda assim, devemos considerar alguns fatores de risco, como idade, lesões anteriores, etnia, 
sobrecargas, força muscular e alterações de flexibilidade.
 Observação
Lesões musculares podem ser divididas em traumáticas e atraumáticas. 
Uma cãibra, por exemplo, é considerada atraumática; já estiramento, 
contusão ou laceração são traumáticas e merecem maior atenção.
1.1.2 Classificação e fisiopatologia
Podemos classificar lesões musculares de acordo com tempo, tipo, gravidade e local. As relacionadas 
ao tempo são aquelas que evoluem em menos de três semanas; se levarem mais tempo, são definidas 
como crônicas. Quanto ao tipo, podem se dividir em lesões por fatores extrínsecos ou intrínsecos: 
aqueles agrupam lesões por fator externo (contusões são o melhor exemplo); estes agrupam disfunções 
musculares, estiramentos e rupturas (FRIZELLE, 2007).
Lesões musculares podem ser classificadas em três categorias:
• Leve (grau 1): lesões de apenas algumas fibras musculares com pequeno edema e desconforto 
acompanhadas de nenhuma ou mínima perda de força e função. Não é possível palpar qualquer 
defeito muscular durante a contração.
• Moderada (grau 2): dano maior ao músculo, com evidente perda de função (habilidade para 
contrair). É possível palpar um pequeno defeito muscular (ou gap) no sítio da lesão, formando um 
discreto hematoma local com eventual equimose dentro de dois ou três dias. A evolução para a 
13
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – FISIOTERAPIA
cicatrização costuma durar de duas a três semanas e, em até um mês, o paciente pode retornar à 
atividade física de forma lenta e gradual.
• Grave (grau 3): lesões em toda a seção transversa do músculo, resultando em completa perda de 
função muscular e dor intensa. A falha na estrutura muscular é evidente, e a equimose costuma 
ser extensa, situando-se muitas vezes distante do local da ruptura, cujo tempo de cicatrização 
varia de quatro a seis semanas, necessitando de reabilitação intensa e por períodos longos, de 
até três a quatro meses. O paciente pode permanecer com algum grau de dor por meses após a 
ocorrência e o tratamento.
Há outras formas de medir lesões musculares, como a classificação de Munique, baseada em quatro 
tipos:
• Tipo 1: desordem muscular relacionada à sobrecarga.
• Tipo 2: desordem muscular de origem neuromuscular.
• Tipo 3:lesão muscular parcial.
• Tipo 4: lesão muscular sub(total) com avulsão.
Essa classificação determina se a lesão é funcional ou estrutural, facilitando o diagnóstico (SALES 
et al., 2019). Após a ocorrência, segue-se um processo de reparação dividido em três fases sucessivas 
– destruição, reparo e remodelação –, que se sobrepõem com o tempo e cuja sequência é similar na 
maior parte das lesões:
• Fase 1 (destruição): ruptura e posterior necrose das miofibrilas pela formação do hematoma no 
espaço formado entre o músculo roto e pela proliferação de células inflamatórias.
• Fase 2 (reparo e remodelação): fagocitose do tecido necrótico na regeneração das miofibrilas, 
com produção concomitante do tecido cicatricial conectivo, neoformação vascular e crescimento 
neural.
• Fase 3 (remodelação): maturação das miofibrilas regeneradas, contração e reorganização do 
tecido cicatricial, além de recuperação da capacidade funcional muscular.
 Observação
Um diagnóstico precoce pode ser feito por avaliação termográfica, pois 
o processo inflamatório aumenta o fluxo sanguíneo e eleva a temperatura 
local. Essas alterações possibilitam exames por termografia não apenas para 
diagnosticar, mas também reabilitar, monitorar e prevenir lesões musculares.
14
Unidade I
1.1.3 Avaliação e diagnóstico cinesiológico-funcional
Como visto ao longo do curso, outro aspecto importante para tratar pacientes é uma boa avaliação, 
além de saber traçar um diagnóstico funcional. Para o correto diagnóstico de uma lesão muscular, deve-se 
estabelecer uma história clínica detalhada do trauma, assim como exame físico e testes de função. 
A avaliação fisioterapêutica se baseia no diagnóstico cinético-funcional, com o qual identificamos as 
limitações apresentadas pelo paciente. Além de uma história clínica detalhada, podemos utilizar exames 
de imagem para nos orientar quanto ao grau de lesão e estrutura lesionada.
Em geral, o primeiro sinal apresentado pelo paciente é o quadro álgico, de maior intensidade na fase 
aguda da lesão, surgindo com a palpação da área lesionada, contração ou alongamento muscular. Para 
avaliar a intensidade da dor, pode-se usar a escala visual analógica (EVA), uma reta de 10 cm, graduada 
de 0 a 10, com palavras-chave nas extremidades – “sem dor” e “pior dor imaginável” –, de acordo com 
a percepção do paciente no momento da avaliação.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 100
Sem dor Máximo 
de dor
Figura 1 – EVA
Fonte: Fortunato et al. (2013, p. 114).
Ao utilizar a EVA, questione o paciente sobre o grau da dor: o nível 0 significa ausência total de dor, 
e o nível 10, a pior dor imaginável ou sentida pelo indivíduo. Outra vantagem da EVA é a possibilidade 
de acompanhar o quadro álgico e a avaliação periódica de melhora ou piora com o tempo, atividades 
realizadas ou medidas terapêuticas.
A presença de edema ou hematoma também é avaliada durante a inspeção local da lesão, indicando 
(ou não) uma fase aguda do processo inflamatório. Também é importante se atentar à presença de 
parestesias ou alterações motoras, porque, devido à proximidade local, lesões musculares podem se 
relacionar com lesões neurológicas. Em lesões crônicas de músculos isquiostibiais, por exemplo, sintomas 
de dor ciática podem ser relatados.
Fisioterapeutas podem utilizar diversos testes funcionais para avaliar indivíduos com lesão muscular 
e estabelecer medidas de tratamento, com critérios para alta e até mesmo estratégias de prevenção no 
desporto. A avaliação funcional favorece uma análise confiável dos padrões de movimento; no caso 
de atletas, testes funcionais que reproduzem o gesto esportivo permitem uma avaliação qualitativa e 
podem identificar assimetrias ou compensações que deixam o indivíduo mais suscetível a lesões.
15
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – FISIOTERAPIA
Podemos utilizar o teste de equilíbrio em excursão de estrela (SEBT), uma avaliação dinâmica que 
necessita de algumas exigências para sua execução, como força muscular, flexibilidade e propriocepção:
AnteromedialPosteromedial
Medial
Lateral
AnteriorPosterior
AnterolateralPosterolateral
Figura 2 – SEBT
Fonte: Adigüzel (2020, p. 149).
Além de prevenir lesões em membros inferiores, o SEBT auxilia a decidir se o atleta pode retornar 
ao esporte. Ele deve tentar alcançar o ponto mais distante em direções correspondentes na estrela – 
anterior, posteromedial e posterolateral –, equilibrando-se somente com o apoio de um dos pés. Para 
cada direção há 6 tentativas de treino, e as 3 tentativas seguintes contam para a avaliação.
Para comparar o desempenho, dividimos o valor alcançado (em centímetros) pela média entre o 
tamanho dos membros inferiores (também em centímetros) e, posteriormente, multiplicamos por 100:
[(máx. anterior + máx. posteromedial + máx. posterolateral) / (comp. perna × 3)] × 100
O teste compara o membro sadio com o membro comprometido. Para tanto, consideramos a soma das 
três direções de alcance, a assimetria entre as pernas na distância de alcance e a deficiência de equilíbrio 
e controle postural durante a execução. Também permite a implementação precoce de programas de 
retreinamento neuromuscular na tentativa de diminuir o risco geral de lesão.
Se a lesão já estiver cicatrizada, é necessário avaliar sua flexibilidade. Para medidas lineares, 
podemos utilizar fitas métricas, réguas e trenas. Um exemplo clássico, utilizado até hoje, é o teste 
“sentar e alcançar”. Para tanto, o paciente deve sentar-se, estender as duas pernas e apoiá-las em um 
instrumento chamado banco de Wells. Em seguida, tenta flexionar tronco, joelhos, cotovelos e punhos 
três vezes, considerando-se o maior valor em centímetros para a flexibilidade de membros inferiores e 
coluna vertebral:
16
Unidade I
Figura 3 – Teste de flexibilidade no banco de Wells
Fonte: Bertolla et al. (2007, p. 223).
Além da avaliação da flexibilidade, a força muscular também é afetada nas lesões musculares de 
grau 1 e 2. Assim, o dinamômetro manual é um importante aliado para mensurar o grau de força, sendo 
utilizado sempre que necessário, de preferência do início da lesão até a alta. Além do dinamômetro 
manual, há o isocinético, bastante utilizado para diagnosticar disfunções musculoesqueléticas. 
Avaliações isocinéticas geralmente são feitas na fase de alta, pois o aparelho identifica o pico de 
torque (TP) da musculatura, visando a maior capacidade de produzir força em determinado músculo 
ou grupo muscular (ENGELKE, 2019).
O dinamômetro isocinético é considerado padrão-ouro na avaliação de articulações unilaterais, pois 
obtém valores fidedignos sobre a razão de torque entre a musculatura dos membros inferiores, fadiga e 
potência muscular:
A) B) 
Figura 4 – Teste isocinético para rotador interno de ombro: A) vista frontal; B) vista lateral
Fonte: Silva et al. (2014, p. 174).
17
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – FISIOTERAPIA
Exames de imagem – como ultrassom, tomografia computadorizada e ressonância magnética – 
fornecem informações úteis para verificar e determinar a lesão com maior precisão. A ressonância 
magnética e a ultrassonografia são os exames mais utilizados para determinar com precisão a 
graduação e a extensão das lesões musculares. A primeira é o principal exame de imagem no diagnóstico 
das lesões musculares, com a vantagem de não utilizar radiação ionizante e depender menos do 
operador se comparada a outros exames, como a ultrassonografia. Também possibilita uma avaliação 
mais completa das lesões musculares, uma vez que as imagens multiplanares facilitam o estudo da 
anatomia e a localização e definição da intensidade de sinal das lesões nas sequências em T1 e T2, 
promovendo uma caracterização tecidual que permite o perfeito diagnóstico e a graduação quanto à 
gravidade das diversas lesões, bem como das possíveis sequelas.
Assim, a ressonância magnética vem se destacando no estudo das lesões musculares, sendo um 
excelente método para o diagnóstico e a graduação dessas lesões, observando-se a presença de edemas, 
proporção de hematomase desinserções musculares e/ou tendíneas (figura 5).
A) B) 
Figura 5 – A e B) Incidências coronais e axiais, respectivamente, de ressonância magnética que 
apresenta hipersinal no local anatômico do músculo reto femoral
Fonte: Shimba et al. (2017, p. 746).
Já a ultrassonografia é um exame complementar que caracteriza lesões musculares muito utilizado 
para elaborar prognósticos, pois acompanha a formação do tecido cicatricial muscular durante o reparo 
tecidual e fornece a reabsorção completa da imagem da lesão formada detectada meses ou anos depois.
A tomografia computadorizada é um método de produção de imagens por raios X que incidem sobre 
detectores que convertem fótons em cintilações. Difere da radiografia por produzir uma imagem em três 
dimensões, sendo mais sensível a modificações nos tecidos apresentados na imagem. Apresenta ótima 
resolução espacial – e, portanto, anatômica –, além de elevada especificidade e precisão na definição 
da lesão e alta sensibilidade para caracterizar lesões de difícil diagnóstico, como aquelas no ventre 
muscular. Tem como desvantagens a radiação ionizante, o custo elevado e o fornecimento de detalhes 
apenas anatômicos, impossibilitando a análise de alterações fisiológicas e metabólicas.
18
Unidade I
1.1.4 Recursos terapêuticos
Ao tratar indivíduos com lesão muscular, devemos considerar as fases de sua cicatrização e 
severidade, favorecendo a recuperação tecidual. Inicialmente, teremos como objetivo de tratamento 
minimizar o dano, reduzir o quadro álgico e controlar o edema e a hemorragia. Deve-se enfatizar a 
redução álgica nos primeiros dias após a lesão, pois isso reduz a inibição neuromuscular associada à dor, 
e o repouso absoluto deve ser evitado, pois desencadeia a perda de massa e força muscular.
Na fase aguda, podemos empregar o protocolo protection, rest, ice, compression, and elevation 
(Price) para controlar o hematoma e a inflamação local. A justificativa de usá-lo é sua praticidade, visto 
que as cinco medidas buscam minimizar o sangramento do sítio da lesão (FERNANDES; PEDRINELLI; 
HERNANDEZ, 2009). A compressão elástica auxilia no controle do hematoma, melhora a drenagem 
vascular e eleva o membro acima do nível do coração. Em caso de hematomas extensos, podem-se 
indicar punções aspirativas.
O repouso deve ser moderado, com diminuição parcial da carga sobre o segmento afetado. No 
entanto, deve-se fomentar a mobilização precoce, uma vez que a imobilização é deletéria para o 
trofismo muscular, formando contraturas. A duração da descarga é variável, devendo ser ajustada às 
queixas álgicas do atleta e durar o menor tempo possível (MONSANTO et al., 2019). Com a mobilização 
precoce através de alongamentos e fortalecimentos, espera-se conseguir uma cicatrização estável e 
funcional (BRUKNER, 2015).
Na fase de regeneração tecidual, o objetivo é evitar a formação de aderências e favorecer o processo 
cicatricial. O treinamento isométrico pode se iniciar sem carga e depois ser adicionada, sendo essencial 
fazer os exercícios sem sentir dor. É importante aumentar a intensidade dos exercícios gradativamente, 
com treinamento neuromuscular em maiores amplitudes e iniciar o treinamento de resistência 
excêntrica. Askling et al. (2013) demonstraram a importância do fortalecimento excêntrico nas lesões 
dos isquiotibiais ao comparar um protocolo com exercícios convencionais e de exercícios excêntricos 
com alongamento dinâmico máximo.
No período de remodelação, há uma gradual recuperação das propriedades funcionais do 
músculo, incluindo a recuperação da força tênsil do componente tecidual conectivo. Seu objetivo 
é a recuperação completa das propriedades viscoelásticas, capacidade tênsil, recuperação da força 
muscular e retorno completo do indivíduo ao estado pré-lesão (JÄRVINEM et al., 2005). O treino 
sensório-motor também deve ser empregado com o objetivo de promover estímulos diferentes e, assim, 
treinar receptores articulares e musculares, informando o cérebro rapidamente para o corpo permanecer 
em equilíbrio (TAKAHASHI, 2009).
Agora que vimos os principais recursos terapêuticos em lesões musculares, vamos analisar um caso 
clínico e estabelecer o plano de tratamento adequado.
19
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – FISIOTERAPIA
Sabemos que o atleta relatou sentir dor durante a marcha, principalmente nos movimentos de 
flexão de joelho e ao final da extensão. Sente fraqueza e cansaço na parte posterior da coxa direita 
durante saltos e corridas em campo.
Além disso, não há histórico de lesão. O exame físico constatou dor e palpação do terço médio da 
coxa, limitação da extensão com quadril flexionado a 90° e de flexão contra resistência. O atleta refere 
ainda dor de intensidade moderada, nível 6, na escala visual analógica de dor (EVA) de 1 a 10. O exame 
por imagem de ressonância magnética revelou lesão parcial das fibras do músculo bíceps femoral, 
caracterizando lesão grau 2.
O programa de intervenção terá como objetivos:
• controlar dor, edema e espasmo;
• aplicar o protocolo Price, com repouso, gelo, compressão e elevação, massagem suave, evitando 
posições que sobrecarreguem o exercício;
• diminuir a inflamação tecidual com laser terapêutico, ultrassom e crioterapia;
• manter a integridade e mobilidade conforme tolerado, com exercícios passivos dentro do 
limite de dor, isométricos intermitentes, estimulação elétrica e alongamentos específicos a 
tecidos retraídos;
• desenvolver controle neuromuscular, resistência à fadiga e força nos músculos envolvidos e 
relacionados, com exercícios isométricos em múltiplos ângulos, amplitude de movimento (ADM) 
ativa e exercícios de estabilização, progredindo para isotônicos, de resistência submáxima a 
máxima, exercícios excêntricos e concêntricos;
• manter a integridade e função das áreas associadas com exercícios ativo-assistidos, livres, resistidos 
e/ou aeróbicos modificados.
O papel do fisioterapeuta é decisivo durante o estágio subagudo (segundo ao quarto dia após a lesão). 
Compreender o processo de regeneração tecidual e as respostas às sobrecargas é a base das decisões 
clínicas a tomar na intervenção. Durante essa fase o tecido conjunto é frágil e desorganizado, e a chave 
é iniciar exercícios e atividades não destrutivos, dentro da tolerância dos tecidos em regeneração.
Se o paciente apresentar hematomas intramusculares, lesões, rupturas e/ou lesões parciais em que 
mais da metade do músculo esteja rompida, um tratamento cirúrgico será indicado.
20
Unidade I
 Saiba mais
Vimos que lesões musculares são comuns, principalmente durante 
práticas esportivas, ocorrendo principalmente na junção miotendínea, 
durante a fase excêntrica da contração muscular e em membros inferiores. 
Assim, trouxemos uma sugestão para você aprofundar seu conhecimento 
sobre lesões musculares: um artigo que trata das principais evidências sobre 
as abordagens fisioterápicas usadas na reabilitação de isquiotibiais.
RAMOS, G. A. et al. Reabilitação nas lesões musculares dos isquiotibiais: 
revisão da literatura. Revista Brasileira de Ortopedia, v. 52, n. 1, p. 11-16, 
2017. Disponível em: https://cutt.ly/DJxYemM. Acesso em: 2 jun. 2022.
Enfim, a atuação fisioterapêutica no desporto envolve diversas medidas, mas principalmente um 
programa que previna lesões, buscando reduzir ou evitar distúrbios que afetem a performance dos 
atletas e, consequentemente, os afastem de treinos e jogos.
 Saiba mais
Quer saber mais sobre programas de prevenção? Acesse o artigo 
científico a seguir:
AFONSO, M. S. et al. Fisioterapia desportiva no programa de prevenção 
de lesão no futebol profissional. Pesquisa, Sociedade e Desenvolvimento, 
v. 9, n. 3, p. 1-17, 2020. Disponível em: https://cutt.ly/eJSKyfT. Acesso em: 
2 jun. 2022.
2 DOENÇAS INFLAMATÓRIAS E DEGENERATIVAS DO TENDÃO
2.1 Tendinopatias
Vamos abordar agora as diferentes afecções que envolvem os tendões. Vimos em anatomia que estes 
são estruturas especializadas que conectam os músculos ao osso, transmitindo forças e promovendoa mobilidade corporal. Lesões nessas estruturas são comuns, associadas ao uso excessivo por repetição 
ou sobrecarga mecânica, levando a microrrupturas de suas fibras. Estudos histológicos evidenciam a 
presença de lesões degenerativas, com ausência de (ou mínima) inflamação. A tendinite aguda, por 
exemplo, dura de três a seis semanas; de seis semanas a três meses, podem ocorrer degenerações que 
caracterizam uma tendinose.
21
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – FISIOTERAPIA
Tendinopatia é um termo genérico usado para descrever todas as formas de distúrbio do tendão na 
ausência de um diagnóstico anatomopatológico, e erros são comuns frente às inúmeras nomenclaturas 
que descrevem afecções tendíneas. Vamos esclarecê-las:
• Tendinite: inflamação do tendão.
• Tendinose: processo de degeneração e remodelação do tendão.
• Tenossinovite (ou peritendinite): inflamação do tendão e da bainha sinovial.
• Paratendinopatia: processo inflamatório ou degenerativo do paratendão.
Esclarecidos os termos, vamos analisar suas implicações na prática clínica.
Caso clínico 2
Paciente do sexo feminino, 37 anos, auxiliar administrativa, destra, foi encaminhada pelo 
ortopedista para atendimento no serviço ambulatorial de fisioterapia com queixa de dor e inchaço há 
aproximadamente seis meses em antebraço, punho e mão direitos de pinçamento do polegar – sensação 
que piora principalmente com movimento.
No exame físico ela apresentou dor à palpação na região de processo estiloide do rádio de intensidade 
moderada (EVA=6), edema na região do punho, perda de força e de mobilidade do polegar. Testes de 
Finkelstein e Eichoff foram positivos. Ela usa anti-inflamatórios não esteroides, com melhora temporária 
apenas durante o uso do medicamento.
A ressonância nuclear magnética revelou aumento da espessura do tendão dentro do primeiro 
compartimento extensor ao nível da extremidade distal do rádio e aumento de sinal no interior da 
bainha sinovial. Sinais e sintomas são condizentes com tenossinovite de De Quervain (TSQ). O objetivo 
da paciente é retornar ao trabalho o mais rápido possível.
• Quais fatores contribuíram para essa condição?
• No exame, quais sinais se associam a esse diagnóstico?
• Quais são as intervenções de fisioterapia mais apropriadas?
2.1.1 Aspectos gerais
Lesões de tendão estão entre as mais comuns por movimentos repetitivos, sendo definidas de acordo 
com as alterações histológicas e estruturas envolvidas em tendinite, tendinose e paratendinose. O uso 
excessivo do tendão por repetição ou sobrecarga mecânica, e consequente microrrupturas de suas 
fibras, é o fator inicial da tendinopatia.
22
Unidade I
Atividades esportivas, treinamentos excessivos, fadiga, local de trabalho e uso de fármacos associados 
a outras patologias – como estatina e corticoide – compõem os fatores extrínsecos para tendinopatias. 
Entre os fatores intrínsecos podemos citar obesidade, hipertensão arterial sistêmica, flexibilidade e 
força do tendão. A tendinopatia pode envolver qualquer tendão do corpo, sendo mais comum em 
ombros, cotovelo, punho e mão, joelho, tornozelo e pé. O ponto de inserção muscular recebe elevada 
concentração de estresse, expondo o tendão a uma grande carga de repetição.
A tendinopatia do primeiro compartimento extensor do punho é denominada tenossinovite de De 
Quervain (TSQ), que acomete tendões e bainhas sinoviais, envolvendo os tendões do adutor longo e 
extensor curto do polegar, responsáveis pela preensão deste. A inflamação local leva ao espessamento da 
bainha tendinosa e constringe o tendão durante seu deslizamento, agravando os sintomas da paciente.
A TSQ se associa à sobrecarga de mãos e punho durante atividades repetitivas e a algum trauma 
crônico secundário. Também pode ser causada por fatores intrínsecos, como predisposição genética e 
variações anatômicas, septo vertical e presença de tendões acessórios do abdutor longo do polegar, mas 
em muitos casos não há uma causa bem definida. Acomete frequentemente mulheres na faixa etária 
de 30 a 50 anos.
Agora que você já conhece as causas da TSQ, vamos retomar o caso clínico e analisar os possíveis 
fatores dos comprometimentos apresentados. Ela decorre, entre outras causas, do uso repetitivo dos 
músculos envolvidos ou ainda de uma sobrecarga forçada no músculo em contração. No caso clínico 
apresentado, podemos relacionar a atividade laboral relatada pela paciente – auxiliar administrativa de 
37 anos e do sexo feminino – ao desenvolvimento da patologia.
 Observação
A denominação tenossinovite na TSQ é inadequada, já que seu principal 
marcador histológico é o acúmulo de mucopolissacarídeos na bainha 
tendínea, indicando processo degenerativo em curso. Distensão líquida da 
bainha, sem espessamento parietal ou modificação tendínea associada, é 
descrita como sinovite.
2.1.2 Classificação e fisiopatologia
A tendinite é comumente causada por esforço repetitivo. Pode haver mudanças patológicas consistentes, 
com inflamação crônica e, em alguns casos, depósitos de cálcio ao longo do tendão, denominada 
tendinite calcificada. A tendinose traz alterações degenerativas e crônicas do tendão acompanhadas 
de dor e espessamento. No caso da paratendinite (ou tenossinovite), a inflamação envolve os tecidos que 
circundam o tendão, como a bainha tendínea, causada por fricção repetitiva do tendão e sua bainha.
Alterações mecânicas, vasculares e neurais podem explicar o comprometimento de afecções 
tendíneas. Na teoria mecânica, a carga repetitiva no tendão geraria fadiga e consequente falha 
23
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – FISIOTERAPIA
tecidual; na teoria vascular, a redução do suprimento sanguíneo causaria degeneração; na teoria neural, 
desequilíbrios da homeostase da inervação poderiam comprometer o tendão. Inflamações repetidas ou 
crônicas hipertrofiam o retináculo (ou polia), que se torna mais fibrocartilagíneo e comprime o tendão.
Os locais mais comuns de tenossinovite são:
• abdutor longo e extensor curto de polegar;
• bainha do flexor superficial e profundo dos dedos;
• extensores de punho e dedos no ligamento retinacular dorsal do punho;
• flexores de punho;
• segundo compartimento dorsal do punho entre os extensores radiais longo e curto do carpo.
 Lembrete
Tendinites são predominantemente inflamatórias, enquanto tendinoses 
são degenerativas. É comum observar características de ambas no mesmo 
tendão; um quadro clínico inicial de tendinite pode evoluir para degeneração 
do tendão e passar para uma tendinose. Da mesma forma, processos 
crônicos podem se agudizar após um trauma ou esforço.
2.1.3 Avaliação e diagnóstico cinesiológico-funcional
O diagnóstico de TSQ é essencialmente clínico, baseado no achado de dor puntiforme junto ao 
processo estiloide do rádio, que piora com a movimentação do punho ou do primeiro quirodáctilo. 
Alguns comprometimentos comuns são:
• diminuição da ADM intra-articular;
• aderências tendíneas;
• força de preensão diminuída;
• diminuição da flexibilidade;
• pouca resistência à fadiga;
• crepitação e engatilhamento (ocorrências mais raras).
24
Unidade I
Uma radiografia simples pode revelar calcificações do tendão, e a ultrassonográfica, áreas hipoecoicas 
na mesma região. Na ressonância nuclear magnética, os tendões apresentam-se hipointensos, e sinais 
de tenossinovite incluem coleção líquida no interior da bainha tendínea e hipertrofia do tendão.
Os testes provocativos clássicos utilizados na TSQ são os de Finkelstein e de Eichoff (quadro 1 e 
figura 6). Os resultados dos testes provocativos devem ser considerados com outros achados clínicos.
Quadro 1 – Testes provocativos para TSQ
Teste de 
 Finkelstein Manter o polegar estável enquanto se faz desvio ulnar abrupto do carpo 
Teste de 
Eichoff Prender polegar em flexão associado ao desvio ulnar do carpo 
A) 
B) 
Figura 6 – A) Teste de Finkenstein; B) teste de Eichoff
25
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – FISIOTERAPIA
Diagnósticos diferenciais:
• artrite ou artrose das articulações radiocarpalou carpometacarpal;
• radiculopatia cervical de C6;
• síndrome do túnel cárpico;
• fratura do escafoide cárpico;
• lesões líticas e/ou osteoporose radial;
• osteonecrose do lunato;
• quisto dorsal do punho;
• síndrome da interseção e síndrome de Wartenberg.
2.1.4 Recursos terapêuticos
O tratamento da TSQ é prioritariamente conservador e se divide em três fases – aguda, subaguda 
e crônica –, visando reduzir o quadro álgico e edema, manter a ADM das articulações envolvidas, 
estimular a cicatrização tecidual e restabelecer a funcionalidade. O repouso associado ao uso de órteses 
ou da tala de polegar controla o movimento repetitivo do polegar e do punho, reduzindo o impacto 
mecânico dos tendões contra o retináculo.
O ultrassom pode ser empregado para aliviar a dor, acelerando a resolução do edema e impulsionando 
a fase proliferativa do reparo mais rapidamente. O uso de neuroestimulação elétrica transcutânea 
(Tens), massagem manual e compressas geladas alivia a dor, estimula a cicatrização tecidual e facilita o 
movimento articular.
Com a remissão do quadro álgico agudo, as metas de tratamento são:
• restabelecer a ADM articular e a flexibilidade muscular;
• promover o retorno funcional.
Termoterapia superficial, massagem manual, exercícios passivos e alongamento do tendão são 
indicados a pacientes com rigidez articular e encurtamento musculotendíneo. Exercícios de fortalecimento 
devem ser empregados gradativamente, iniciados pelos isométricos, seguidos por isotônicos resistidos 
através de pesos livres e exercitadores de dedos.
O objetivo da fase final é retornar o paciente a suas atividades prévias, condicionando o membro 
superior com fortalecimento e atividades que simulem atividades diárias e/ou laborais. No caso de 
falha do tratamento conservador, o tratamento cirúrgico consiste na descompressão do primeiro 
compartimento dorsal do punho. Entretanto, a cirurgia exige mais tempo de recuperação e pode trazer 
complicações, como lesões nervosas.
26
Unidade I
Retomando o caso clínico, a paciente apresenta dor e inchaço há aproximadamente seis meses 
em antebraço, punho e mão direitos de pinçamento do polegar – situação que piora principalmente 
com movimento.
No exame físico ela apresentou dor à palpação na região de processo estiloide do rádio de intensidade 
moderada (EVA=6), edema na região do punho, perda de força e de mobilidade do polegar.
A intervenção deve reduzir o processo inflamatório e prevenir a formação de aderências e a recorrência 
de tendinite através de modalidades eletroterapêuticas e térmicas, como ultrassom terapêutico, 
Tens e crioterapia, exercícios leves de ADM, exercícios ativo-assistidos, isométricos e progressivos de 
fortalecimento muscular, progredindo para o treino funcional com atividades simuladas.
 Observação
Evite aplicar alongamentos excessivos que gerem estresse articular com 
sobrecarga ligamentar. Recomenda-se sustentar a posição de alongamento 
por 20 segundos e repetir 3 vezes cada exercício, evitando-se dor e edema 
no tendão após exercícios. Monitore constantemente o programa de 
reabilitação para não causar sobrecarga.
Quadro 2 – Exemplo de recursos terapêuticos em TSQ
Objetivos Recursos
Reduzir inflamação e dor
Laser de arseneto de gálio (As-Ga)
Ultrassom pulsátil
Fonoforese com ultrassom
Tens
Prescrição de órteses: talas para polegar
Manter ADM e flexibilidade 
dos tecidos acometidos
Mobilização passiva das articulações do punho e mediocarpal, 
metacarpofalângicas e interfalângicas
Mobilização com movimento (MWM)
Mobilização de tecidos moles assistida por instrumentos
Alongamento principalmente dos músculos extensor curto do 
polegar e abdutor longo do polegar, além dos músculos flexores 
e extensores extrínsecos do polegar
Exercícios ativos suaves de polegar e punho, preensão
Restabelecer força muscular 
e função
Exercícios assistidos e livres dos extensores e flexores do punho
Exercícios excêntricos
Força de preensão e pinça e treino da resistência, exercícios 
isométricos, seguidos pelos isotônicos de resistência progressiva
Educação do paciente
27
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – FISIOTERAPIA
 
Figura 7 – Exercícios isotônicos para punho
 
Figura 8 – Fortalecimento de flexores e extensores de punho e mão com resistência elástica
28
Unidade I
2.2 Síndrome do impacto do ombro
O ombro é uma articulação complexa e a mais móvel do corpo humano, entretanto é considerada 
instável por sua anatomia articular, devido à frouxidão capsular associada ao formato da cabeça umeral 
e da fossa glenoide, necessitando equilibrar as estruturas estáticas e dinâmicas para manter uma 
biomecânica normal. Qualquer alteração que acometa sua estrutura e função o torna alvo de inúmeras 
afecções; lesões do manguito rotador, por exemplo, são bastante comuns na prática clínica, com 
prevalência entre 5 e 33%. Trata-se de uma síndrome dolorosa do ombro, normalmente acompanhada por 
microtraumatismos e degeneração, além do déficit de força muscular e tendinite do manguito rotador.
A seguir, vejamos um caso clínico que envolve essa patologia.
Caso clínico 3
Paciente de 51 anos, professora do Ensino Fundamental de uma escola pública, foi encaminhada 
ao ambulatório de fisioterapia para avaliação e tratamento duas semanas após procedimento cirúrgico 
devido a uma síndrome do impacto do ombro direito. Queixa-se de dor em forma de pontada (EVA=5) 
e dificuldade moderada para realizar atividades diárias.
O exame físico apresentou postura antálgica em rotação interna, adução de ombro, cotovelo 
flexionado e antebraço em pronação, presença de edema e cicatriz cirúrgica na região superior e medial 
do ombro direito, pontos de tensão em trapézio, deltoide, bíceps braquial e peitoral maior e crepitação 
articular. Não usa órtese e abduz o ombro em bloco.
Na avaliação de força muscular, apresentou grau 3 (Medical Research Council – MRC), e usa 
medicamento anti-inflamatório não esteroide. O objetivo da paciente é realizar atividades diárias sem 
auxílio e retornar ao trabalho.
• Quais são os testes clínicos apropriados para o caso?
• Quais são as intervenções fisioterapêuticas mais adequadas?
• Que recursos podem ser utilizados na cicatriz cirúrgica?
2.2.1 Aspectos gerais
O manguito rotador é formado por quatro músculos intrínsecos do ombro – supraespinal, infraespinal, 
redondo menor e subescapular –, que se originam na escápula e se inserem nos tubérculos maior e 
menor do úmero. Juntos, mantêm a tensão da cápsula articular, estabilizando a cabeça do úmero contra 
a cavidade glenoide.
Além do mecanismo de estabilidade articular, o manguito rotador também participa da mobilidade 
do ombro, principalmente nas rotações de úmero. Dor no ombro é a segunda maior queixa relacionada 
ao sistema musculoesquelético (a maior é dor lombar), e mais da metade das afecções do ombro envolve 
29
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – FISIOTERAPIA
o manguito rotador e as estruturas que o compõem, sendo o tendão do supraespinal o mais acometido, 
caracterizando a síndrome do impacto subacromial (SIS).
É frequente em quem realiza atividades laborais ou domésticas que envolvam o membro superior. 
Na população abaixo dos 40 anos, costuma se associar a uma tendinite/tendinose do manguito rotador; 
naqueles acima dos 40, rupturas tendíneas são mais comuns.
2.2.2 Classificação e fisiopatologia
Trata-se de um distúrbio multifatorial que se divide nestes fatores:
• Intrínsecos: envolvem envelhecimento tecidual, traumas agudos, microtraumas ou tendinite 
calcária.
• Extrínsecos: envolvem o formato do acrômio, cifose torácica, retração ou frouxidão capsular, 
flexibilidade e força muscular.
É causado pelo impacto do manguito rotador entre o arco coracoacromial e a cabeça umeral. 
Variações anatômicas – como formato do acrômio, ligamento coracoacromial e formação de esporão 
acromial – podem estreitar o espaço onde excursionam os tendões da região. Qualquer alteração que 
reduza o volume desse espaço – como calcificações ligamentarese osteófitos na porção anterior do 
acrômio – pode impactar as estruturas adjacentes.
Outra causa de lesão do manguito rotador envolve a área crítica de Codman, próxima à inserção 
do músculo supraespinhoso, tida como ponto de início da degeneração e ruptura desse grupo muscular. 
A área apresenta um número menor de vasos sanguíneos e recebe constante compressão entre o acrômio e 
o tubérculo maior, o que resulta numa vascularização local menor.
Lesões do manguito rotador podem ser classificadas por:
• Duração: agudas ou crônicas.
• Extensão: totais ou parciais.
• Etiologia: traumáticas ou degenerativas.
Já a evolução da síndrome do impacto subacromial foi dividida por Neer (1983) em três estágios:
• Estágio I: sensibilidade na porção anterior de acrômio e inserção do músculo supraespinal, arco 
doloroso e fraqueza do manguito rotador decorrente de quadro álgico.
• Estágio II: crepitação ou redução da ADM a 100° e ADM passiva menor.
• Estágio III: redução da ADM ativa e passiva, atrofia muscular de supraespinal e infraespinal. Pode 
haver ruptura do manguito rotador.
30
Unidade I
 Saiba mais
Assista à aula a seguir e confira o livro indicado para conhecer mais 
detalhes sobre o complexo articular do ombro e a síndrome do impacto:
MANGUITO rotador e síndrome do impacto – Rogério Gozzi. 2019. 
1 vídeo. (13min29s). Publicado pelo canal Anatomia Fácil. Disponível em: 
https://cutt.ly/JKLwcpx. Acesso em: 29 jun. 2022.
BARBOSA, R. I.; SILVA, M. F. Fisioterapia traumato-ortopédica. Porto 
Alegre: Artmed, 2021.
2.2.3 Avaliação e diagnóstico cinesiológico-funcional
O diagnóstico de distúrbios do manguito rotador envolve histórico detalhado e exame físico 
apropriado. A idade deve ser considerada, bem como atividades recreacionais, laborais e histórico 
de trauma. Costuma-se relatar presença de dor noturna na região lateral do deltoide, muitas vezes 
associada a atividades com o braço acima do ombro. Palpação dolorosa da área subacromial sugere 
lesão do manguito rotador, podendo ou não acompanhar crepitação.
O quadro álgico é proporcional ao grau de inflamação muscular, com piora à noite, decorrente 
do estiramento das partes moles quando o braço é estendido ao longo do corpo. Em caso de ruptura 
completa, o quadro doloroso se reduz devido ao relaxamento das fibras do supraespinhoso. A fraqueza 
muscular envolve abdutores e rotadores externos no lado envolvido nas lesões totais. Em lesões 
parciais (ou totais de menor proporção), a força pode estar normal; além disso, pode haver presença de 
crepitações, contraturas da cápsula articular, tendinite ou ruptura da cabeça longa do bíceps.
Quadro 3 – Testes provocativos para identificar tendinopatias 
do manguito rotador
Teste do impacto de 
Hawkins-Kennedy Examinador flexiona ombro e cotovelo a 90° e então os roda medialmente
Teste de Jobe lateral
Examinador aplica força para baixo na região distal do braço em paciente com 
ombro abduzido a 90° e rodado internamente, com cotovelo fletido a 90°, com dedos 
apontados inferiormente e polegar para medial
Teste do subescapular
Paciente realiza rotação interna de ombro com flexão de cotovelo, posicionando a 
região dorsal da mão na região lombar. O examinador solicita que afaste as mãos das 
costas
Teste do infraespinal Paciente mantém o membro superior ao lado do tórax com flexão de cotovelo (90°). Examinador deve aplicar resistência à rotação externa
31
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – FISIOTERAPIA
Figura 9 – Teste de Jobe lateral
A) B) 
Figura 10 – A) Teste do infraespinal; B) teste do subescapular
32
Unidade I
Os principais exames por imagem utilizados no diagnóstico de lesão do manguito rotador são a 
ultrassonografia e a ressonância magnética, que podem evidenciar degeneração tecidual, rupturas 
tendíneas e demais anormalidades estruturais. Radiografias simples são importantes para avaliar 
alterações anatômicas, como a curvatura do acrômio, espaço subacromial, presença de esporões, 
cistos subcondrais, escleroses e irregularidades do tubérculo maior do úmero, pontos de calcificação e 
osteoartrose acromioclavicular. Em caso de ruptura parcial ou total do manguito rotador, a artrografia é 
um método diagnóstico eficaz, mas com a desvantagem de ser invasivo e operador-dependente.
2.2.4 Recursos terapêuticos
Tratamentos de tendinopatias do manguito rotador, em geral, devem ser do tipo conservador, porém, 
em caso de falha, o tratamento cirúrgico pode ser indicado. A escolha do tratamento envolve a idade 
do paciente, comorbidades, demanda funcional, presença e grau de rupturas tendíneas; repouso relativo 
e modificações das atividades são medidas iniciais. A intervenção fisioterapêutica busca controlar o quadro 
álgico e o processo inflamatório, restaurar a ADM e restabelecer a força muscular e propriocepção do 
membro superior e da cintura escapular. Técnicas de mobilização reduzem a resposta inflamatória, o 
edema e o quadro álgico, melhorando a circulação local e reduzindo a adesão tecidual.
O equilíbrio muscular do manguito rotador é importante na estabilização dinâmica e no alinhamento 
do ombro. Para tanto, utiliza-se fortalecimento muscular de forma isométrica e isotônica do próprio 
manguito, mas também do trapézio, romboides, serrátil anterior e bíceps braquial. Exercícios excêntricos 
aumentam o metabolismo celular e a velocidade de reparação tendínea. Disfunção escapular é comum 
em afecções do ombro e se deve à inibição e à desorganização dos padrões de ativação da musculatura 
estabilizadora escapular. Os principais músculos estabilizadores da escápula são trapézio, serrátil 
anterior e romboide.
Quadro 4 – Exemplo de recursos terapêuticos usados 
na síndrome do impacto subacromial
Objetivos Recursos
Reduzir dor, edema e 
processo inflamatório
Crioterapia
Massagem transversa e massagem por fricção
Ultrassom terapêutico
Mobilizações articulares
Restaurar a mecânica 
articular normal
Mobilização escapular nas direções laterolateral e craniocaudal
Exercícios de alongamento
Desenvolver a estabilidade 
articular dinâmica e retardar 
atrofia muscular
Exercícios de fortalecimento muscular isométricos e isotônicos com halteres
Exercícios de controle neuromuscular
33
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – FISIOTERAPIA
Figura 11 – Fortalecimento de rotadores de ombro
Figura 12 – Fortalecimento do manguito rotador
Figura 13 – Fortalecimento de supraespinal e deltoide
34
Unidade I
Figura 14 – Abdução de ombro a 90°, fortalecendo deltoide e supraespinal
Figura 15 – Fortalecimento de trapézio
35
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – FISIOTERAPIA
Figura 16 – Descarga de peso sobre bola
2.3 Epicondilite lateral e medial do úmero
É a causa mais frequente de dor na região do cotovelo e decorre principalmente de esforço repetitivo. 
Pode envolver o compartimento lateral ou o medial do cotovelo, denominados, respectivamente, 
epicondilite lateral e epicondilite medial. A primeira é mais frequente que a segunda e costuma 
acometer indivíduos de 40 a 60 anos, com proporção semelhante entre homens e mulheres. É descrita 
como condição degenerativa com alterações vasculares, químicas e celulares. Ainda que o termo 
epicondilite seja o mais utilizado, exames histopatológicos têm demonstrado que com frequência essa 
condição não é inflamatória, sendo um processo degenerativo, caracterizando-se assim como tendinose.
Veja a seguir um caso clínico com as principais alterações relacionadas a essa afecção.
Caso clínico 4
Paciente de 37 anos, sexo masculino, marceneiro e com diagnóstico clínico de epicondilite foi 
encaminhando ao fisioterapeuta. A principal queixa é dor no cotovelo direito há cerca de quatro meses 
que piora com atividade e alivia com repouso. Apresentou limitação de movimento em extensão de 
punho, fraqueza para prender e elevar objetos, com presença de edema em braço e antebraço direito, dor 
à palpação no compartimento lateral do cotovelo direito e positividade no teste de Cozen e no de Mill.
Radiografia na clínica demonstrou calcificaçãoem epicôndilo lateral, e ressonância magnética 
revelou lesão do tendão extensor comum com zona de rotura intradendínea. Foi solicitado exame de 
ressonância magnética, com início de tratamento medicamentoso com anti-inflamatórios.
36
Unidade I
De acordo com o diagnóstico do paciente:
• Quais fatores contribuíram para sua condição?
• Quais sinais podem se associar a esse diagnóstico no exame por imagem?
• Quais são as intervenções fisioterapêuticas mais adequadas?
2.3.1 Aspectos gerais
Epicondilite é uma condição tendinosa, não inflamatória, que degenera fibras tendíneas. Os 
comprometimentos patológicos na junção miotendínea no ponto comum de inserção dos músculos 
extensores e dos flexores de antebraço são denominados, respectivamente, epicondilite lateral 
(cotovelo de tenista) e epicondilite medial (cotovelo de golfista), causados por movimentos repetitivos 
de tração, sendo a dor seu principal sintoma.
2.3.2 Classificação e fisiopatologia
Tendinose do cotovelo é classificada de acordo com a área anatômica comprometida:
• Lateral: acomete o tendão do extensor radial curdo do carpo (mas raramente a borda anteromedial 
do extensor curto dos dedos) e a superfície posterior do extensor radial longo do carpo.
• Medial: compromete a origem da musculatura flexopronadora no epicôndilo medial.
• Posterior: tipo raro de tendinose do tríceps em sua inserção no olécrano.
Mais conhecida como cotovelo de tenista, a epicondilite lateral degenera tendões do músculo extensor 
radial curto do carpo e dos extensores dos dedos. A extensão de punho associada à preensão repetitiva 
sobrecarrega os músculos extensores, mantidos contraídos para estabilizar a região. Já a tendinopatia 
epicondilar medial (cotovelo de golfista) acomete o ponto de origem dos músculos na região medial 
do cotovelo e afeta os músculos flexor radial do carpo, pronador redondo e, eventualmente, o flexor 
superficial dos dedos e flexor ulnar do carpo. Deve-se ao movimento repetitivo de flexão ativa de punho 
e pronação de antebraço com distensão do tendão comum no compartimento medial de cotovelo. 
Neuropatia ulnar concomitante pode estar associada.
2.3.3 Avaliação e diagnóstico cinesiológico-funcional
É importante conhecer as características individuais do paciente, a duração dos sintomas e o grau 
de comprometimento funcional. A principal queixa é de dor e sensibilidade no compartimento medial 
ou lateral de cotovelo, devendo constar no exame físico e na inspeção do membro a avaliação da dor à 
palpação na origem do grupo flexor pronador no epicôndilo medial e do grupo extensor no epicôndilo 
lateral, além de força-teste de preensão indolor através do dinamômetro e testes provocativos.
37
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – FISIOTERAPIA
Voltando ao caso clínico: o paciente tem 37 anos e é marceneiro. Sua idade e atividade laboral 
assemelham-se ao perfil de indivíduos com maior incidência de epicondilite lateral, e 95% dos casos 
envolvem indivíduos de 35 a 55 anos, de ambos os sexos, que exercem atividades de repetição ou 
esforços intensos isolados. Os demais casos correspondem a cerca de 5%, compostos por jovens e/ou 
atletas que praticam atividades intensas.
Nos exames por imagem, o paciente apresentou calcificação em epicôndilo lateral e lesão do tendão 
extensor comum, com zona de rotura intradendínea, alterações características de epicondilopatias. 
A radiografia na maioria das vezes é normal, sendo útil para excluir outras anormalidades, como artrose, 
osteocondrite dissecante e corpos livres intra-articulares.
Apesar de radiografias de rotina do cotovelo auxiliarem pouco o diagnóstico da epicondilite, cerca de 
22% dos pacientes podem apresentar calcificação nos pontos de inserção dos extensores em epicôndilo 
lateral. Já a ressonância nuclear magnética tem maior sensibilidade, evidenciando com mais clareza 
alterações locais, como lacerações, microrrupturas tendíneas e redução da ecogenicidade, conforme a 
ressonância nuclear magnética do caso apresentado.
Exemplo de aplicação
Anatomia palpatória é um recurso indispensável para uma boa avaliação. A palpação deve ser 
minuciosa e permitir a extração de informações das estruturas ósseas, articulares e miofasciais. Com o 
auxílio de um colega, identifique as estruturas envolvidas na epicondilite umeral.
Epicôndilo medial: com o cotovelo flexionado a 90°, deslize o dedo na região medial e distal do úmero.
Epicôndilo lateral: com o cotovelo flexionado a 90°, deslize o dedo na região lateral e distal do úmero.
Tendão comum dos músculos extensores do carpo e dedos: com o cotovelo do paciente 
flexionado a 90° e com pronação do antebraço, segure o dorso da mão dele. Solicite que estenda o 
punho e então resista ao movimento. Os tendões de origem tornam-se evidentes.
Adaptado de: Nobeschi (2010).
Quadro 5 – Descrição das manobras irritativas para diagnosticar 
tendinopatias epicondilares de úmero
Teste de Cozen Paciente sentado com cotovelo ligeiramente fletido e pronado, punho cerrado. O examinador solicita dorsiflexão de punho contra a resistência do examinador
Teste de Mill Paciente com cotovelo em extensão e punho cerrado em dorsiflexão. O examinador aplica força em flexão de punho e solicita que ele resista à hiperflexão de punho
Teste de cotovelo 
de golfista
Examinador mantém o cotovelo do paciente fletido com antebraço em supinação e punho 
em extensão. Em seguida, de forma lenta, estende seu cotovelo
38
Unidade I
Figura 17 – Teste de Cozen para avaliar epicondilite lateral
Figura 18 – Teste de Mill para avaliar epicondilite lateral
Figura 19 – Teste de cotovelo de golfista
39
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – FISIOTERAPIA
Radiografias são pouco úteis para diagnosticar epicondilite, e a ultrassonografia pode demonstrar 
lacerações, microrrupturas tendíneas, diminuição de ecogenicidade e presença de fluido hipoecogênico, 
porém a ressonância nuclear magnética em T2 é mais sensível e apresenta alterações locais com mais 
clareza; já a eletroneuromiografia é útil para avaliar neuropatias compressivas. A compressão do nervo 
interósseo posterior se associa à epicondilite lateral, e a do nervo ulnar, à epicondilite medial.
2.3.4 Recursos terapêuticos
A reabilitação da epicondilite pode se dividir em duas etapas:
1) Reduzir a sobrecarga e a dor, e estimular a cicatrização tendínea.
2) Condicionar o membro superior com orientações posturais e funcionalidade.
Em ambos os casos, o tratamento conservador deve modificar atividades laborais e da vida diária, 
adotar medicamentos e uma intervenção fisioterapêutica. Anti-inflamatórios não esteroides parecem 
não ter benefício, uma vez que não há processo inflamatório envolvido.
De acordo com o caso clínico, podemos estabelecer um plano de tratamento com técnicas para 
aliviar a dor, exercícios de estiramento passivo da musculatura extensora, exercícios ativos de punho 
sem carga e exercícios progressivos para fortalecer músculos extensores de punho. Também é necessário 
orientar o paciente quanto à necessidade de reduzir as atividades relacionadas ao comprometimento.
A massagem de fricção transversa profunda (cyriax) pode ser aplicada no local da lesão, aumentando 
a vascularização local com incremento dos nutrientes e favorecendo a regeneração tecidual. Manobras 
de deslizamento nos músculos do antebraço e movimentos circulares sobre o epicôndilo aumentam o 
relaxamento e a vascularização, e reduzem a dor. A crioterapia pode ser empregada através de aplicação 
local, causando vasoconstrição periférica, reduzindo a temperatura do tecido-alvo e a condutividade 
nervosa com consequente redução do limiar de dor.
O repouso relativo combinado com exercícios terapêuticos é necessário para afastar ou reduzir as 
atividades repetitivas que levaram à sobrecarga, devendo-se fazer exercícios ativos, livres de dor, para 
manter a flexibilidade e a ADM de cotovelo, antebraço, punhos e dedos. Pode-se indicar tala volar 
para imobilizar punho, mas é preciso cuidado ao prescrevê-la, limitando seu usoàs duas primeiras 
semanas de tratamento, devido aos efeitos deletérios da imobilização prolongada.
Condicionamento do membro superior, orientações posturais e uso correto de ferramentas e 
equipamentos esportivos e de trabalho são essenciais para o paciente retornar às atividades anteriores 
e evitar recidivas. Pode-se fazer exercícios de fortalecimento submáximos, concêntricos e excêntricos 
com halteres e faixas elásticas assim que sinais e sintomas reduzirem. Para incrementar a força e 
resistência muscular ao estresse repetitivo, exercícios de baixa resistência e maior número de repetições 
são necessários. A intensidade do exercício deve ser regulada de acordo com a ausência de dor ao 
movimento e ao esforço empregado.
40
Unidade I
Em geral, a intervenção conservadora apresenta elevados índices de melhora do quadro, e o tratamento 
cirúrgico é indicado no caso de falha do tratamento conservador ou recidivas após 6 ou 12 meses, 
alívio mínimo com injeção de corticosteroide e dor intensa no cotovelo lesionado, mesmo em repouso – 
método que consiste em ressecar a área patológica de tendinose que mais frequentemente inclui a 
origem do tendão extensor radial curto do carpo.
Quadro 6 – Exemplo de recursos terapêuticos 
para epicondilite lateral e medial
Objetivos Recursos
Reduzir sobrecarga e quadro álgico
Estimular cicatrização dos tendões acometidos
Crioterapia
Ultrassom de baixa intensidade
Laser de baixa potência
Massagem transversal profunda
Alongamento de extensores, flexores, pronadores e supinadores
Manipulação de Mill
Restabelecer força e resistência muscular ao 
estresse repetitivo
Condicionar o membro superior
Retornar às atividades anteriores
Exercícios isotônicos de membro superior distal
Fortalecimento progressivo excêntrico e concêntrico do punho 
e exercícios ocupacionais
Força de preensão
Exercícios em cadeia cinética fechada
Exercício de remada sentada
Estabilização rítmica em quadrupedia
 
Figura 20 – Alongamento de flexores e extensores de punho e mão
41
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – FISIOTERAPIA
 
Figura 21 – Exercício com resistência mecânica para fortalecer supinadores e pronadores do antebraço
 
Figura 22 – Exercícios isotônicos para punho
42
Unidade I
Figura 23 – Exercício de manguito rotador para reabilitar lesões no cotovelo
Figura 24 – Exercício para fortalecer serrátil anterior
3 DOENÇAS INFLAMATÓRIAS E DEGENERATIVAS DE ARTICULAÇÕES
3.1 Artrite reumatoide
Articulações sinoviais estão em constante estresse físico a depender do movimento executado. 
A membrana sinovial é um tecido conjuntivo especializado que alinha a superfície interna das cápsulas 
de articulações sinoviais com a bainha do tendão da bainha sinovial, e traumas ou doenças sistêmicas 
43
TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL – FISIOTERAPIA
– como artrite reumatoide, patologias articulares, infecções, gota ou pseudogota – podem resultar em 
sinovite, uma inflamação dessa membrana.
Processos inflamatórios que envolvem uma ou mais articulações são denominados artrites. A perda 
de proteoglicanos caracteriza os estágios iniciais de algumas doenças artríticas; quando isso ocorre, a 
cartilagem perde a flexibilidade, e o amolecimento resultante degenera o agregado de proteoglicanos, 
além de alterar o osso subcondral.
Diversos tipos de artrite afetam articulações e tecidos conjuntivos – os mais comuns são a artrite 
reumatoide e a osteoartrite. A osteoartrose, ou doença articular degenerativa (DAD), acomete a 
cartilagem das articulações sinoviais, resultando em degeneração e deformidade óssea.
Embora ambas tenham em comum o comprometimento articular, artrite e osteoartrose são 
patologias diferentes. Observe essas diferenças no caso clínico a seguir.
Caso clínico 5
Mulher de 61 anos com diagnóstico de artrite reumatoide há 12 anos procurou serviço ambulatorial 
de uma clínica-escola de fisioterapia. Sua queixa principal consiste em dores articulares nas mãos, rigidez 
que ocorre pela manhã e cansaço constante. Relata ainda formigamento na região dos metacarpos e 
falanges em ambas as mãos, principalmente quando realiza atividades manuais por longos períodos.
Informa que passou a ter dor nos joelhos e tornozelos, e os sintomas de dor e inflamação 
intensificaram-se e parecem mais frequentes. O episódio de exacerbação dos sintomas mais recente 
ocorreu cinco dias antes da visita. Ela apresenta dor à palpação nas articulações das mãos, edema local, 
aumento do volume articular, deformidade óssea de punhos em desvio ulnar, pescoço de cisne e atrofia 
interóssea, joelhos e tornozelos valgos.
A força de preensão palmar média, através da dinamometria manual, é 0,5 kgf (mão direita) e 
0,4 kgf (mão esquerda). A paciente usa ibuprofeno diariamente e, nos exames laboratoriais, apresentou 
atividade inflamatória aumentada, proteína C reativa e fator reumatoide positivo. A radiografia em 
anteroposterior da região proximal de punho e mãos revelou osteoporose periarticular, redução do 
espaço articular, erosão óssea e deformidades articulares.
Seus objetivos são reduzir a dor, sentir menos cansaço para atividades domésticas e voltar a se 
dedicar à pintura terapêutica, atividade que desenvolvia como hobby.
• Relacione aspectos clínicos da artrite reumatoide ao quadro descrito.
• Aponte fatores que contribuíram para essas condições.
• Estabeleça intervenções adequadas ao quadro clínico apresentado.
44
Unidade I
3.1.1 Aspectos gerais
Artrite reumatoide é uma doença autoimune sistêmica idiopática, caracterizada por uma sinovite 
inflamatória destrutiva para a cartilagem articular. Pode ocorrer em qualquer idade, mas sua incidência 
aumenta com o envelhecimento, iniciando-se durante a quarta ou quinta década de vida.
A expressão artrite juvenil remete à doença ainda na infância, caracterizada por artrite, sem 
etiologia definida, por um período igual ou superior a 6 semanas, sendo o diagnóstico pediátrico mais 
comum entre crianças nos Estados Unidos. Sua incidência é desconhecida no Brasil, mas dados da 
América do Norte e Europa apontam que de 0,1 a 1 criança em cada 1.000 tenha essa patologia (FOSTER; 
RAPLEY, 2010).
Inicia-se comumente nas articulações do braço e das mãos, associada a manifestações sistêmicas 
como rigidez matinal, fadiga e perda de peso. Pode ocorrer poliartrite aguda associada à sinovite 
persistente nas mãos e rigidez matinal prolongada, acometendo principalmente as articulações 
metacarpofalangianas e interfalangianas.
Na artrite reumatoide a imunoglobulina IgG anormal e os anticorpos IgM desenvolvem-se em 
resposta aos fatores reumatoides, formando complexos imunes circulantes, que se fixam no tecido 
conjuntivo, principalmente na sinóvia, gerando uma resposta inflamatória. Mediadores inflamatórios 
ativam e atraem neutrófilos e demais células inflamatórias, e a sinóvia se espessa e acumula líquido 
no espaço articular, formando um pannus (tecido cicatricial) e desgastando cartilagem articular e osso, 
seguido de anquilose óssea, calcificação e redução da densidade mineral óssea.
Pode aparecer em qualquer idade e acomete cerca de duas vezes mais mulheres do que homens, 
principalmente entre 40 e 50 anos, como é o caso da paciente do caso clínico, e a incidência aumenta 
com a idade. O sistema imunológico feminino mostra reatividade aumentada como resultado da 
produção de anticorpos, com resposta mais forte ao interferon tipo 1 (IFN-1), aumentando o número de 
antígenos pelos monócitos.
Doenças autoimunes são altamente influenciadas por estímulos hormonais, e seu curso pode ser 
modificado pela gravidez ou pelo uso de contraceptivos orais. Genes codificados nos cromossomos X e Y 
são responsáveis pela diferença das gônadas e dos produtos hormonais, determinando o fenótipo do 
indivíduo.
Na menopausa, a maior parte da produção ovariana de hormônios sexuais cessa, embora alguma 
produção de testosterona, androstenediona, DHEA, estrona e estradiol já tenha sido mostrada dez anos 
após a interrupção fisiológica. A ooforectomia

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