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Anne Karolyne Morato – P5 Introdução: Divisão do Sistema Nervoso com base em critérios funcionais: → Pode-se dividir o SN em: Sistema nervoso somático: da vida de relação. • Que relaciona o organismo com o meio ambiente. • Apresenta 1 componente aferente e 1 componente eferente: Aferente: que conduz aos centros nervosos impulsos originados em receptores periféricos, informando o que se passa no meio ambiente Eferente: leva aos músculos estriados esqueléticos o comando dos centros nervosos, resultando, pois, em movimentos voluntários. Sistema nervoso visceral: da vida vegetativa. • Que se relaciona com a inervação e controle das estruturas viscerais. • É importante para a integração das diversas vísceras no sentido da manutenção da constância do meio interno. Aferente: conduz os impulsos nervosos originados em receptores das vísceras (visceroceptores) a áreas especificas do SNC. Eferente: leva os impulsos originados em certos centros nervosos até as vísceras, terminando em glândulas, músculos lisos ou músculo cardíaco. O componente eferente do SN visceral é denominado Sistema Nervoso Autônomo e pode ser dividido em Simpático e Parassimpático. Autônomo Anne Karolyne Morato – P5 Sistema Nervoso Autônomo: → Neurônios pré e pós-ganglionares são os elementos fundamentais da organização da parte periférica do sistema nervoso autônomo. → Neurônio pré-ganglionar: Os corpos dos neurônios pré-ganglionares localizam-se na medula e tronco encefálico: • TE: eles se agrupam formando os núcleos de origem de alguns nervos cranianos. • ME: eles ocorrem de T1 até T12, em L1 e L2 e em S2, S3 e S4. Na porção toracolombar (T1 – L2) eles se agrupam, formando o corno lateral da medula, entre os cornos anterior e posterior (substancia cinzenta). O axônio do neurônio pré-ganglionar envolvido pela bainha de mielina e pela bainha de neurilema, constitui a chamada fibra pré-ganglionar, assim denominada por estar situada antes do gânglio, onde acaba fazendo sinapse com o neurônio pós-ganglionar. → Neurônio pós-ganglionar: Os corpos dos neurônios pós-ganglionares estão situados nos gânglios do SN autônomo, onde são envolvidos por um tipo especial de células neuronais denominadas anficitos. O axônio do neurônio pós-ganglionar envolvido apenas pela bainha de neurilema constitui a fibra pós-ganglionar, ou seja, é amielínica com neurilema (fibra de Remak). • Terminam nas vísceras em contato com glândulas, músculos liso ou cardíaco. Existem áreas do telencéfalo e no diencéfalo que regulam as funções viscerais (ex.: hipotálamo). Estas áreas estão relacionadas com certos tipos de comportamento (ex.: emocional). Impulsos nervosos originados nessas áreas são levados por fibras especiais que terminam fazendo sinapse com neurônios pré-ganglionares do TE e da ME. Por esse mecanismo, o SNC influencia o funcionamento das vísceras. A existência destas conexões ajuda a entender as alterações do funcionamento visceral que frequentemente acompanham os graves distúrbios emocionais. Aspectos anatômicos do Sistema Nervoso Simpático: → Sistema toracolombar. Resposta a situações de estresse. → Tronco simpático: cadeia de gânglios unidos através de ramos interganglionares; Cada tronco simpático estende-se, de cada lado, da base do crânio até o cóccix, onde termina unindo-se com o do lado oposto. Os gânglios do tronco simpático se dispõem de cada lado da coluna vertebral em toda sua extensão, e são gânglios paravertebrais. Anne Karolyne Morato – P5 Gânglios paravertebrais: • Cervical = 3; • Torácico = 10 a 12; • Lombar = 3 a 5; • Sacral = 4 a 5; • Coccígeo = 1. Gânglios pré-vertebrais: • Gânglios celíacos: na origem do tronco celíaco; • Gânglios aórtico-renais: na origem das artérias renais; • Gânglios mesentéricos: próximos as artérias homônicas. Nervos esplâncnicos: • Nervo esplâncnico maior: T5 – T9. Gânglio celíaco → aorta, estomago, fígado, baço, rins, intestinos e pâncreas. • Nervo esplâncnico menor: T10 – T11. Gânglio aórtico-renal → estomago, fígado, baço, rins, intestinos e pâncreas. • Nervo esplâncnico imo: T12. Plexo renal → rins. Ramos comunicantes: • Branco: fibras mielínicas pré-ganglionares, ligam a ME ao tronco simpático (T1 a L2). • Cinzento: fibras amielínicas pós-ganglionares, voltam ao nervo espinal e se distribuem no território de inervação deste nervo (C1 a Co1). Localização dos neurônios, destino e trajeto das fibras pré-ganglionares: → Corpo do neurônio na coluna lateral da ME (T1 a L2) → as fibras sabem pelas raízes ventrais → ganham o tronco do nervo espinhal e seu ramo ventral → passam para o tronco simpático pelos ramos comunicantes brancos. → Essas fibras terminam fazendo sinapse com os neurônios pós-ganglionares, que podem estar em 3 posições: Em um gânglio paravertebral situado no mesmo nível, onde a fibra saiu pelo ramo comunicante branco. Em um gânglio paravertebral situado acima ou abaixo deste nível, pelos ramos interganglionares. Em um gânglio pré-vertebral, onde as fibras chegam pelos nervos esplâncnicos. Anne Karolyne Morato – P5 Localização dos neurônios, destino e trajeto das fibras pós-ganglionares: → Os neurônios estão nos gânglios para e pré-vertebrais, de onde saem as fibras → cujo destino é sempre uma glândula, musculo liso ou cardíaco. → Para chegarem a este destino, as fibras podem seguir por 3 trajetos: Por intermédio de um nervo espinhal: neste caso, as fibras voltam ao nervo espinhal pelo ramo comunicante cinzento → se distribuem pelo território de inervação desse nervo. Por intermédio de um nervo independente: neste caso, o nervo liga diretamente o gânglio a víscera (ex.: nervos cardíacos cervicais do simpático)> Por intermédio de uma artéria: as fibras se acoplam a artéria e a acompanham em seu território de vascularização. Inervação simpática da pupila: → As fibras pré-ganglionares se originam de neurônios situadas na coluna lateral da medula torácica alta (T1 e T2). → As fibras pré-ganglionares saem pelas raízes ventrais → ganham os nervos espinais correspondentes → passam para o tronco simpático pelos devidos ramos comunicantes brancos → sobem no tronco simpático → terminam estabelecendo sinapses com os neurônios pós-ganglionares do gânglio cervical superior → as fibras pós-ganglionares sobem no nervo e no plexo carotídeo interno → penetram no crânio com a artéria carótida interna → quando a artéria atravessa o seio cavernoso as fibras se destacam → passam, sem fazer sinapse, pelo gânglio ciliar (pertence ao parassimpático) → através dos nervos ciliares curtos, ganham o bulbo ocular → formam um plexo no musculo dilatador da pupila. Durante o trajeto, as fibras simpáticas para a pupila podem ser lesadas por processos compressivos da região torácica ou cervical (tumores, aneurismas, etc.). • Neste caso, a pupila do lado da lesão = fica contraída (miose) por ação do parassimpático, não contrabalançada pelo simpático. • Este é o principal sinal da síndrome de Horner, caracterizada pelos sinais: Miose; Queda da pálpebra (ptose palpebral), por paralisia do musculo tarsal que auxilia no levantamento da pálpebra; Vasodilatação cutânea e deficiência de sudorese na face, por interrupção da inervação simpática para a pele. Anne Karolyne Morato – P5 Aspectos anatômicos do Sistema Nervoso Parassimpático: → Sistema crânio-sacral. Relaxa e acalma o corpo após situações de emergência. Parte craniana: → É constituída por alguns núcleos do tronco encefálico, gânglios e fibras nervosas em relação com alguns nervos cranianos. → Os corpos dos neurônios pré-ganglionares se situam nos núcleos do tronco encefálico → as fibras pré-ganglionares atingem os gânglios através dos pares cranianos III, VII, IX e X (oculomotor, facial, glossofaríngeo e vago) → dosgânglios saem as fibras pós-ganglionares para as glândulas, musculo liso e musculo cardíaco. → Gânglios: Gânglio ciliar: situado na cavidade orbitaria, ligado ao o ramo oftálmico do trigêmeo. • Recebe fibras pré-ganglionares do III par (oculomotor) e envia, através dos nervos ciliares curtos, fibras pós-ganglionares, que ganham o bulbo ocular e inervam os músculos ciliar e esfíncter da pupila. Gânglio pterigopalatino: situado na fossa pterigopalatina, ligado ao r. maxilar do trigêmeo. • Recebe fibras pré-ganglionares do VII par (facial) e envia fibras pós-ganglionares para a glândula lacrimal. Gânglio óptico: situado junto ao ramo mandibular do trigêmeo, abaixo do forame oval. • Recebe fibras pré-ganglionares do IX par (glossofaríngeo) e manda fibras pós- ganglionares para a parótida, através do nervo auriculotemporal. Gânglio submandibular: situado junto ao nervo lingual. • Recebe fibras pré-ganglionares do VII par (facial) e manda fibras pós-ganglionares para as glândulas submandibular e sublingual. Anne Karolyne Morato – P5 Parte sacral: → Os neurônios pré-ganglionares estão nos segmentos sacrais em S2, S3 e S4 → as fibras pré-ganglionares saem pelas raízes ventrais dos nervos sacrais correspondentes → ganham o tronco destes nervos → se destacam para formas os nervos esplâncnicos pélvicos → por meio destes nervos, atingem as vísceras da cavidade pélvica → terminam fazendo sinapse com gânglios (neurônios pós-ganglionares). Os nervos esplâncnicos pélvicos são também denominados nervos eretores, pois estão ligados ao fenômeno da ereção. • Sua lesão causa a impotência. Diferenças anatômicas: Simpático Parassimpático Posição dos neurônios pré-ganglionares T1 – L2 (toracolombar). Tronco encefálico; S2, S3 e S4. Posição dos neurônios pós-ganglionares Longe das vísceras e próximos a c. vertebral. Próximos ou dentro das vísceras. Tamanho das fibras pré-ganglionares Curtas. Longas. Tamanho das fibras pós-ganglionares: Longas. Curtas. Diferenças farmacológicas: Simpático Parassimpático Fibras pré-ganglionares Colinérgicas Colinérgicas Fibras pós-ganglionares Noradrenérgicas (maioria); Colinérgicas (glândulas sudoríparas e vasos sanguíneos de mm. esqueléticos). Colinérgicas. Plexos viscerais: → Na composição desses plexos, temos os seguintes elementos: Fibras simpáticas pré-ganglionares (raras) e pós-ganglionares; Fibras parassimpáticas pré e pós-ganglionares; Fibras viscerais aferentes; Gânglios do parassimpáticos; Gânglios pré-vertebrais do simpático. → Nos plexos entéricos, existem também neurônios não ganglionares. Anne Karolyne Morato – P5 Plexos da cavidade torácica: → Na cavidade torácica existem 3 plexos: cardíaco, pulmonar e esofágico. Cujas fibras parassimpáticas se originam no vago; E as simpáticas, dos 3 gânglios cervicais e 6 primeiros torácicos. → Plexo cardíaco: Intimamente relacionado ao pulmonar; Composição: • 3 nervos cervicais do simpático (superior, médio e inferior); • 2 nervos cardíacos cervicais do vago (superior e inferior); • Nervos cardíacos e nervos torácicos do vago e do simpático. A inervação autônoma do coração é especialmente abundante na região do nó sinoatrial, fato significativo, uma vez que sua função se exerce fundamentalmente sobre o ritmo cardíaco: • Sendo o simpático = cardioacelerador; • E o parassimpático = cardioinibidor. Plexos da cavidade abdominal: → Plexo celíaco ou solar: Região epigástrica; Irradia dos gânglios simpáticos, celíaco, mesentérico superior e aórtico-renais, para toda a cavidade abdominal, formando plexos secundários ou subsidiários, pela contribuição dos: • Nervos esplâncnicos maior e menor, tronco vagal anterior e o tronco vagal posterior. → Existem ainda os plexos entéricos e da cavidade pélvica. Inervação da bexiga: → As fibras aferentes da bexiga ganham a ME através do simpático ou do parassimpático. Simpático: sobrem pelos nervos hipogástricos e plexo hipogástrico superior, conduzindo impulsos nervosos que atingem os segmentos torácicos e lombares (T10 – L2). Parassimpático: seguem pelos nervos esplâncnicos pélvicos, terminando na ME sacral através das raízes dorsais dos nervos S2, S3 e S4. → As fibras aferentes que chegam à região sacral fazem parte do arco reflexo da micção, cuja parte eferente esta a cargo da inervação parassimpática da bexiga. → Aferências viscerais → neurônios pré-ganglionares da região sacral → nervo espinal → nn. esplâncnicos pélvicos → gânglios parassimpáticos → musculatura lisa; músculo esfíncter (relaxamento) e músculo detrusor (contração). Anne Karolyne Morato – P5 Clínica: Hiperidrose: → É o suor excessivo, que pode ser localizado ou difuso. → Causa: hipertrofia congênita dos gânglios simpáticos. → Sintoma: transpiração anormal. → Tratamento: simpatectomia torácica bilateral. Doença de chagas: → Provoca intensa destruição dos gânglios parassimpáticos do plexo cardíaco, levando a uma desnervação parassimpática do coração. → Fase aguda: ocorre também uma total destruição da inervação simpática do coração. → Ocorre intensa destruição de neurônios nos plexos mioentéricos e submucoso, o que ocasiona grandes dilatações do esôfago e do intestino: megaesôfago e megacólon. → Causa: infecção pelo Trypanosoma cruzi. → Sintomas: cardiomegalia, insuficiência cardíaca, arritmias, tromboembolismos, constipação, disfagia, megaesôfago, megacólon.
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