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Microbiota Bucal: Cocos e Bacilos

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ATIVIDADE MICROBIOLÓGICA
COCOS GRAM-POSITIVOS
Gênero Peptostreptococcus
Peptostreptococcus: podem ser encontrados como parte da microbiota normal de superfícies mucosas e cutâneas de humanos, incluindo cavidade bucal, trato intestinal, uretra, canal vaginal e pele, de onde podem ser isolados em maior ou menor frequência.
P. anaerobius; é integrante da microbiota gastrintestinal. Na cavidade bucal, a espécie pode ser isolada principalmente no biofilme dental subgengival, em associação ou não com a doença periodontal, e em quadros de infecção endodôntica.
P. micros: originalmente classificada no gênero Peptostreptococcus pode ser encontrada como parte da microbiota gastrintestinal; na cavidade bucal, tem como principal nicho o sulco gengival.
Gênero staphylococcus
S. aureus: é encontrado na microbiota indigena da pele humana, na qual a sua simples presença não indica a instalação de doença. Entretanto, com o aumento do número desses microrganismos ou a oportunidade de invadir tecidos subjacentes, a espécie pode ser responsável por um amplo espectro de doenças, desde lesões superficiais até graves infecções sistêmicas.
S. epidermidis: integra a microbiota normal da pele e da mucosa em humanos, sendo a espécie dessa família mais predominante na cavidade bucal. É apontada, hoje, como importante agente de bacteremia de origem hospitalar, em serviços de oncologia e neonatologia.
Gênero gemella
G. haemolysans: bactérias comensais encontradas principalmente no trato respiratório superior.
G. morbillorum: bactérias comensais encontradas principalmente no trato respiratório superior.
Gênero Streptococcus (inclui os estreptococos viridans e pneumococos, subgrupos que representam espécimes frequentemente encontrados em processos patológicos)
O subgrupo denominado estreptococos viridans possui como principais membros as espécies S. mitis, S. oralis, S. sanguinis, S. cristatus, S. gordonii e S. parasanguinis.
S. mitis: favorece o estabelecimento de nichos em diferentes locais, como a superfície dentária ou as válvulas cardíacas. 
S. sanguinis: favorece o estabelecimento de nichos em diferentes locais, como a superfície dentária ou as válvulas cardíacas.
ESPÉCIES DE ESTREPTOCOCOS DO GRUPO MUTANS (EGM)
S. mutans: menos solúvel e possui propriedades tão distintas dos glucanos comuns que recebeu uma nomenclatura específica: mutano, responsável em causar a cárie dentária.
S. sobrinus: foi originalmente isolado da cavidade bucal humana, responsável em causar a cárie dentária em superfícies lisas dos dentes e possui maiores níveis de aderência Não é encontrada em humanos e não tem sido amplamente estudada. Género enterococcus (podem ser patógenos oportunistas e são associados a infecções em uma variedade de sítios do corpo humano, como trato geniturinário, endocárdio, abdome e canal biliar).
E. faecalis: pode ser encontrada em infecções primárias do canal radicular e em casos de insucesso de tratamento endodôntico, como contaminante presente e persistente na lesão periapical do dente e/ou dos túbulos dentinários. Neisseria catarrhalis ou Micrococcus catarrhalis.
S. rattus: testes de formação de biofilme em ratos e de aderência in vitro mostram que esta espécie consegue produzir biofilme.
S. cricetus: essa espécie foi originalmente isolada da cavidade bucal de hamsters e ocasionalmente em humanos.
S. ferus: a espécie foi originalmente isolada da cavidade bucal de ratos que consumiram cana-de-açúcar como dieta alimentícia.
S. macacae: encontrado no biofilme dental de macacos na cavidade bucal, predominantemente na superfície dos dentes, e não foi ainda encontrado em humanos.
COCOS GRAM-NEGATIVOS
Os representantes de maior importância na área médico-odontológica, pode ser encontrado como:
Género neisseria
N. subflava N. sicca: tem como habitat principal as superfícies mucosas e a saliva, além de serem encontradas na nasofaringe.
Gênero Veillonella
V. parvula: na cavidade bucal parece depender de condições de coagregação com outros gêneros de bactérias aeróbias e anaeróbias e pode desenvolver infecções mistas.
BACILOS GRAM-POSITIVOS
Dentre a diversidade de bastonetes não esporulados, também chamados de bacilos não esporogênicos, serão abordados apenas os Lactobacillus.
BACILOS GRAM-NEGATIVOS
Enterobactérias: são habitantes comensais do trato intestinal, ou estão envolvidos em distúrbios intestinais.
Gênero escherichia
Trate de uma espécie comensal do trato intestinal, determinadas variantes podem causar quadros de diarreia. E. coli enterohemorrágica (EHEC), E. coli produtora de toxina Shiga-like (STEC), E. coli enterotoxigênica (ETEC) e E. coli enteroinvasiva (EIEC) são patógenos obrigatórios responsáveis por diarreias agudas e severas, uma vez que produzem toxinas e/ou invadem o epitélio intestinal.
Grupo Hacek Composto por Haemophilus spp., A.actinomycetemcomitans, Cardiobacterium hominis, Eikenella corrodens e Kingella spp. Essas espécies podem ser encontradas no sulco gengival e são detectáveis na saliva, Estão associadas com bacteremia em usuários de drogas injetáveis que "lubrificam" suas agulhas com saliva.
Gênero campylobacter: Composto por C. rectus, C. curvus, C. showae e C. concisus são bactérias associadas à progressão da doença periodontal. C. gracilis e C. rectus são encontrados em lesões perirradiculares, podendo atuar como patógenos importantes na infecção primária.
Gênero porphyromonas:
P. gingivalis e a P. endodontalis ambas podem ser associadas a gengivites, periodontites, infecções endodônticas e abscessos odontogênicos.
Gênero tannerella:
A única espécie descrita no gênero é a T. forsythia, que está fortemente associada à periodontite refratária.
Gênero prevotella: As que merecem destaque é a P. intermedia, P. loescheii, P. melaninogenica e P. nigrescens, todas pigmentadas em negro.
P. nigrescens: pode induzir reabsorção óssea alveolar levando à secreção de citocinas pró-inflamatórias por algumas células da gengiva, do periodonto ou da polpa dental.
P. intermedia: pode induzir síntesis de óxido nítrico em macrófagos, com consequente ativação da resposta inflamatória nos tecidos periodontais.
P. intermedia: pode também invadir células epiteliais, levando a eventos de periodontites refratárias.
Actinomyces: bactérias encontradas na boca e na garganta de homens e de animais. algumas espécies possuem fímbrias que são fundamentais na sua função específica de aderência e coagregação com outras bactérias. as características culturais são bem variadas; as colônias variam, frequentemente, com textura lisa ou rugosa e morfologia colonial irregular ou circular.
A. israelii: É a principal espécie causadora de actinomicetos e conjuntivites em humanos, é isolada em grande número dos biofilms supragengivais, mas não apresenta relação direta na etiologia e no desenvolvimento de gengivites. A. meyeri: as colônias são translúcidas ou brancas, opacas, lisas, não hemolíticas ou a-hemolíticas. Essa espécie é preferencialmente anaeróbia e requer vitamina K nos meios de culturas. Frequentemente isolada no sulco gengival e abscessos.
A. naeslundii: coradas em creme e positivas para o teste bioquímico da atividade da urease. Essa espécie é causadora de lesões actinomicetos do cérebro faciais, torácicas e abdominais, clinicamente idênticas às provocadas por A. israelii.
A. odontolyticus: O principal sítio de colonização humana são os biofilmes dentários e as lesões cariosas. As colônias dessa espécie, que inicialmente são brancas, mudam para a coloração vermelha após 5 a 10 dias de incubação, sendo frequentemente circulares.
A. viscosus: a cavidade bucal de humanos e outros animais como cães, gatos e hamsters são os principais habitats desta espécie. Causam abscessos cerebrais e cervicofaciais, conjuntivites e outras infecções oculares, além de infecções do endométrio em mulheres que utilizam método contraceptivo. As lesões action micóticas contém frequentemente uma microbiota mista em que uma espécie mais comumente envolvida é a A. israelii, mas em algumas lesões podem estarinfectadas por A. naeslundii e A. viscosus.

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