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APOSTILA
FUNDAÇÃO -FUNDAÇÃO -
BÁSICOBÁSICO
2 
Sumário 
1. Histórico ........................................................................................................................... 3 
2. Conceito ............................................................................................................................ 5 
3. Investigação do Subsolo .................................................................................................... 6 
4. Classificação ..................................................................................................................... 9 
4.1. Fundação Direta.................................................................................................................9 
4.1.1. Fundação Direta Superficial...............................................................................................9 
4.1.2. Fundação Direta Profunda................................................................................................10 
4.2. Fundação Indireta.............................................................................................................11 
Bibliografia ............................................................................................................................. 17 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
1. Histórico 
O setor da construção civil vem sofrendo grandes modificações em seus sistemas construtivos 
com a inserção de novas tecnologias no setor. Temos uma gama de sistemas e métodos de 
execução para um mesmo serviço. Assim cada estrutura a ser desenvolvida requer estudo para 
seu melhor desenvolvimento durante a sua execução. Sabemos que para chegarmos ao patamar 
de tecnologia o qual temos na atualidade, precisou evoluir a partir de construções simples 
envolvendo elementos da natureza como a argila, rochas e madeira. 
Desde a Pré-história já se tem registros de obras, mesmo que modestas, realizadas pelo homem. 
No Paleolítico, sensível ao clima e para proteger-se dos animais, o homem abrigava- se em 
cavernas rochosas, e na falta destas, em abrigos subterrâneos improvisados. Muitas vezes estes 
abrigos eram escavações verticais de aproximadamente 2 metros de profundidade, podendo-se 
assim verificar que já existia a noção sobre a estabilidade dos maciços onde eram realizadas estas 
escavações. 
Posteriormente, no Neolítico, com o controle sobre a técnica da pedra lascada, e, portanto, apto a 
trabalhar de forma rudimentar a madeira, o homem constrói suas primeiras habitações, 
despertando assim a noção preliminar da estabilidade das construções e da resistência dos 
materiais sobre os quais estas se apoiavam. Muitas destas habitações eram construídas à beira de 
lagos, ou regiões inundáveis, sobre estacas de madeira, as palafitas. Cabanas feitas de pedra eram 
mais raras, ocorrendo apenas em locais onde havia escassez de madeira, ou submetidos a fortes 
ventos. 
Um grande salto no desenvolvimento e na evolução do homem ocorreu com a descoberta dos 
metais, fazendo com que se pudessem fabricar ferramentas mais eficientes. O emprego de 
ferramentas metálicas propiciou o desenvolvimento de novas técnicas construtivas permitindo 
trabalhar melhor os materiais de construção (madeira, pedra, etc) e escavar o solo, tornando 
possível a construção de obras de maiores dimensões e até mesmo de grande vulto, como aquelas 
construídas na Idade Antiga pelos mesopotâmicos, egípcios, etc. 
Nos antigos impérios do Oriente Próximo, os materiais de construções passaram a ser o tijolo 
cerâmico, principalmente na Mesopotâmia, e a pedra, no Egito. A utilização de materiais de 
construções consideravelmente mais pesados que a madeira, largamente utilizada até então, fez 
com que novas técnicas de fundações fossem desenvolvidas, motivadas principalmente pelos 
inúmeros problemas verificados, uma vez que os terrenos, que agora recebiam estas construções 
mais pesadas, exemplificadas na Figura 1, não apresentavam resistência suficiente, tendo sido 
verificado vários casos de insucessos. 
 
Figura 1 – Construções Típicas da Idade Antiga 
 
4 
Na Idade Clássica houve um grande desenvolvimento na cultura ocidental promovida pelos 
gregos, e posteriormente pelos romanos. Os gregos pouco inovaram técnica e materialmente, a 
não ser pelo uso do mármore e da pedra calcária, preocupando-se mais com aspectos 
arquitetônicos, caracterizados pelos grandes pórticos e colunas em seus palácios e templos, 
travejados com vigas de pedra, conforme Figura 2. Estes novos tipos construtivos eram, 
entretanto, concentradores de cargas nas fundações, que passaram a ser feitas de blocos 
superpostos, em uma ou duas camadas, e em geral, grampeados uns aos outros de forma a melhor 
dissipar o carregamento provenientes dos pórticos e das grandes colunas, como pode ser 
observado nas ruínas do santuário de Afaya em Aegina apresentado na Figura 3. 
Figura 2 - Arquitetura grega: Parthenon 
 
Figura 3 - Santuário de Afaya 
 
As fundações de construções gregas de menores dimensões eram constituídas basicamente por 
sapatas isoladas. Em lugares de terrenos fracos, os gregos promoviam a melhoria do solo, 
misturando-o a cinzas de carvão, ou até mesmo calcário mole ou pedregulho e posterior 
compactação. Em alguns casos, também eram utilizadas estacas de madeira como elemento de 
fundação, cravadas por máquinas, provavelmente originadas de máquinas de guerra utilizadas 
para perfurar muralhas e portões. 
As técnicas empregadas pelos gregos foram muito mais heranças das antigas civilizações do que 
propriamente desenvolvidas por necessidades próprias. Apenas em Roma é que as técnicas 
construtivas e de fundações receberam contribuição mais significativa. 
Segundo (PEREIRA; MORAIS; RIBEIRO, 2004 p. 5) “o solo é o conjunto de horizontes ou 
camadas que se deu pela desintegração da rocha-mãe. Paralelamente a isso, esse fenômeno sofre 
influências físicas e químicas”. O estudo dos solos é muito importante para os estudos de 
5 
fundações, é ele que absorve toda a carga proveniente da estrutura e pode variar de acordo com 
sua textura, estrutura densidade, permeabilidade e a presença de material orgânico. Não iremos 
aqui discutir cada conceito, mas vale ressaltar que é de extrema importância conhecer suas 
propriedades físicas e químicas para o bom desempenho da estrutura. 
2. Conceito 
A edificação é um conjunto de etapas importantes que devem ser concluídas com qualidade e 
exatidão, à fim de evitar futuros reparos ou até mesmo sinistros. A etapa que é considerada o 
início de tudo na obra, é a fundação. As fundações são responsáveis por distribuir o peso (carga) 
da construção para o solo de forma segura para que não ocorram deslizamentos de terra e 
problemas como trincas e rachaduras na sua casa, mantendo a edificação fixa e nivelada com o 
terreno. Para ilustração conceitual, segue adiante Figura 2. 
Figura 2 – Distribuição das Cargas da Laje até o Solo 
 
Fonte: EngLar, (2007) 
No sentido comum, o termo fundação é entendido como um elemento da estrutura encarregado 
de transmitir para o subsolo as cargas da superestrutura. São elementos que, em conjunto, 
constituirão o apoio da edificação sobre o solo. Pode ser definido também como “elementos de 
transição entre a estrutura e o solo”. 
O tipo da fundação é previamente definido de acordo com o conhecimento das cargas atuantes na 
estrutura e o tipo e a capacidade do solo do terreno. Um projeto bem feito economiza na compra 
dos materiais e evita problemas no futuro. Uma das formas de analisar o solo é através da 
sondagem em pontos espalhados pelo terreno, conforme o 2 acima. 
As fundações são classificadas em diretas e indiretas de acordo com a forma de distribuição das 
cargas da estrutura para o solo. 
6 
3. Investigação do Subsolo 
A elaboração de projetos de fundações exige um conhecimento adequado do solo no local onde 
será executada a obra, com definição da profundidade, espessura e características de cada uma 
das camadasque compõem o subsolo, como também do nível da água e respectiva pressão. A 
obtenção de amostras ou a utilização de algum outro processo para a identificação e classificação 
dos solos exige a execução de ensaios de campo, ou seja, ensaios realizados no próprio local onde 
será edificado o prédio. A determinação das propriedades do subsolo que importam ao projeto de 
fundações poderia ser tanto feita por ensaios de laboratório como ensaios de campo. Entretanto, 
na prática das construções, são realizados na grande maioria dos casos ensaios de campo, ficando 
a investigação laboratorial restrita a alguns poucos casos especiais em solos coesivos. 
Dentre os tipos de sondagens existentes, destacam-se, pela frequência de utilização, as seguintes: 
• Sondagens Rotativas e Sondagens Mistas; 
• CPT e CPTu (ensaio de cone) 
• DMT (dilatômetro de Marchetti); 
• SPT-T (sondagem à percussão com medida de torque); 
• ensaios de laboratório — triaxial, cisalhamento direto e ensaios de caracterização, como 
granulometria, limite de liquidez (LL), limite de plasticidade (LP) e índice de plasticidade 
(IP), proctor entre outros 
• Sondagens de simples reconhecimento: usadas para extração de amostras deformadas 
para ensaios de laboratório ou avaliação táctil visual (SPT). 
O SPT é, de longe, o ensaio mais executado na maioria dos países do mundo e também no Brasil. 
Entretanto, há uma certa tendência de substituí-lo pelo SPT-T, mais completo e praticamente com 
o mesmo custo. O CPT e o CPT-U possibilitam uma análise mais detalhada do terreno. 
De acordo com as normas NBR 8044:2018, Projeto Geotécnico e NBR 6122:2019 Projeto e 
execução de fundações a sondagem de simples reconhecimento, SPT, é a investigação mínima e 
obrigatória, portanto, é o mais utilizado não só no Brasil, mas no mundo inteiro. 
Por meio da sondagem se obtém informações como, qual tipo de solo, nível do lençol freático, e 
índice de resistência a penetração (N) das camadas do subsolo (a cada metro). Com essas 
informações em mãos o projetista poderá definir de maneira assertiva e com melhor custo-
benefício o tipo de fundação ideal para sua edificação. De acordo com a ABNT NBR 6484:2001, 
o princípio do ensaio SPT consiste na perfuração e cravação dinâmica de amostrador-padrão, a 
cada metro, resultando na determinação do tipo de solo e de um índice de resistência, bem como 
da observação do nível do lençol freático. 
A título de informação, segue adiante a Tabela 1, contendo a tabela dos estados de compacidade 
e consistência do Anexo A da NBR 6484:2001, que relaciona o índice de resistência a penetração, 
averiguado durante a execução do ensaio e diretamente ligado à deformabilidade e resistência 
destes solos, ao tipo de solo e sua respectiva classificação. 
 
 
 
 
7 
Tabela 1 - Tabela dos estados de compacidade e de consistência 
 
É realizado pela cravação de amostrado padrão, tipo Terzaghi e Peck em 45 cm do terreno, em 
golpes sucessivos de um peso de cravação com 65 kgf em queda livre, de uma altura de 75 cm, 
sobre a cabeça de cravação conectada as hastes de sondagem e ao amostrador. 
Para o registro do número de golpes necessários para cravar o amostrador a cada 15 cm, é preciso 
a presença de um técnico que elabora o boletim 
O índice de resistência a penetração do SPT, que tem a abreviatura de Nspt, é determinado pelo 
número de golpes correspondente a cravação de 30 cm do amostrador padrão, após a cravação 
inicial de 15 cm, que corresponde ao resultado do ensaio, vide Figura 3 e 4. 
Fugira 3 - Exemplo esquemático do ensaio SPT 
 
 
 
 
8 
Figura 04 – Exemplo real do ensaio SPT 
 
Após realizar a cravação dos 45 cm, é retirado o amostrador padrão e inicia-se a coleta de amostras 
do solo, até que se encontre o nível do freático. 
Figura 5 – Coleta de amostra de solo do ensaio SPT 
 
A quantidade de furos de sondagens e a sua localização em planta dependem do tipo da estrutura, 
de suas características especiais e das condições geotécnicas do subsolo. O número de sondagens 
deve ser suficiente para fornecer um quadro, o melhor possível da provável variação das camadas 
do subsolo do local em estudo. 
As sondagens devem ser, NO MÍNIMO, de uma para cada 200 m2 de área da projeção em planta 
do edifício, até 1.200 m2 de área. Entre 1.200 e 2.400 m2 deve-se fazer uma sondagem para cada 
400 m2 que excederem de 1.200 m2. Acima de 2400 m2 o número de sondagens deve ser fixado 
de acordo com o plano partícula da construção. Em quaisquer circunstâncias o número mínimo 
de sondagens deve ser: 
 Dois para área da projeção em planta do edifício até 200m2. Três para área entre 200 m2 
e 400 m2. 
Nos casos em que não houver ainda disposição em planta dos edifícios, como nos estudos de 
viabilidade ou de escolha de local, o número de sondagens deve ser fixado de forma que a 
distância máxima entre elas seja de 100m, com um mínimo de três sondagens. 
Quando o número de sondagens for superior a três, estas não devem ser distribuídas ao longo de 
um mesmo alinhamento. 
9 
4. Classificação 
As fundações são classificadas em diretas e indiretas de acordo com a forma de distribuição das 
cargas da estrutura para o solo. Portanto, segue adiante as fundações diretas. 
4.1. Fundação Direta 
As fundações diretas são aquelas que distribuem as cargas da edificação para as camadas de 
solo capazes de suportar sem grandes deformações. A distribuição é feita através do apoio da 
base do elemento de fundação sobre a camada do solo, ou seja, a carga é transmitida ao solo 
por pressões sob a base da fundação. As fundações diretas são divididas em rasas 
(superficiais) e profundas. 
4.1.1. Fundação direta superficial 
As fundações superficiais ou rasas distribuem a carga da edificação para o terreno através 
do apoio da base da fundação em uma camada de solo com até 2 metros de profundidade 
ou quando o elemento de fundação tem sua largura maior que a cota de apoio. São mais 
utilizadas em pequenas construções e indicadas para solos rígidos e rochosos. Os 
principais tipos de fundações rasas são: sapata, radier e bloco, conforme o seguinte. 
• Sapata: as sapatas são elementos de fundação de concreto armado (com 
ferragens) para resistir a esforços de tração, de pequena altura em relação às 
dimensões da base. São semiflexíveis, e trabalham à flexão. Quando a sapata 
suporta um pilar, é dita sapata isolada. Se o pilar se situar na divisa do lote, é dita 
sapata de divisa, quando se faz necessário o uso de uma viga de equilíbrio ou 
viga-alavanca entre o pilar de divisa e o pilar interno adjacente. Quando a sapata 
suporta a carga de mais de um pilar, ela é dita sapata associada. Sapata corrida 
ou contínua é aquela que suporta a carga de um muro, parede, ou de um 
alinhamento de pilares, vide Figuras 06 e 07 a seguir. 
 
Figura 06 – Tipos de sapata 
 
 
Figura 07 – Sapatas Isolada e Corrida 
 
 
• Radier: basicamente uma laje de concreto armado (com ferragens), construída 
sobre o solo por toda extensão da edificação, conforme a Figura 08 a seguir. 
Utilizada em solos com resistência mais baixa, com camada fraca profunda, pois 
devido à sua característica monolítica pode minimizar os efeitos de recalques 
10 
diferenciais. A laje recebe diretamente as cargas dos pilares. Por ser uma placa 
única, não exige a montagem de formas e armações mais complicadas. As fôrmas 
são executadas apenas com sarrafos laterais, e as armações são constituídas de 
simples malhas, onde as barras de aço são igualmente espaçadas nas duas 
direções. 
 
Figura 08 – Fundação de Radier 
 
 
• Bloco de Fundação: Elemento de fundação composto por concreto simples (não 
armado) e sem a presença de armaduras. O concreto neste caso é dimensionado 
para suportar as tensões de tração. Utilizado geralmente em solos de alta 
resistência e com método executivo simples. 
 
4.1.2. Fundação direta profunda 
As fundações diretas profundas, ultrapassam os parâmetros das fundações rasas, e são 
caracterizadas pela utilização de tubulões.Os tubulões são fundações de forma cilíndrica, com base alargada ou não, destinados a 
transmitir as cargas da estrutura a uma camada de solo ou substrato rochoso de alta 
resistência e grande profundidade. Os tubulões são compostos por três partes: cabeça, 
fuste e base, como mostra a Figura 09 a seguir. 
Figura 09 – Corte esquemático de um tubulão 
 
Os tubulões geralmente são construídos em locais com solos de resistência baixa ou que 
apresentam abundância de água. Muito utilizado em fundações dentro de água como o 
exemplo de pontes. Com forma cilíndrica, seu ponto negativo é a utilização de trabalho 
braçal pelo menos na etapa final da escavação, o que em casos de má execução, podem 
11 
levar riscos ao trabalhador. Possuem dois métodos de execução: a céu aberto ou a ar 
comprimido, conforme o seguinte. 
• Tubulão a céu aberto: é simples e dispensa escoramento em solos firmes, é uma 
alternativa econômica para altas cargas solicitadas e não pode ser executado 
abaixo do nível de água. Uma vantagem é a questão de não ocasionar vibrações 
que possam movimentar o terreno e causar incômodo no entorno, conforme a 
Figura 10 a seguir. 
 
Figura 10 – Tubulão a Céu Aberto 
 
 
• Tubulão a ar comprimido: é utilizado em terrenos onde há a dificuldade do 
emprego de escavação mecânica ou cravação de estacas (áreas rochosas, lençóis 
de água elevados ou cotas insuficientes entre terreno e fundação). Neste caso 
utiliza-se uma camisa metálica ou de concreto para a sustentação das paredes, 
mantendo-se a água afastada do poço por meio de ar comprimido, afinal, o 
princípio de execução de fundações pneumáticas é manter, pelo ar comprimido 
injetado, a água afastada do interior do tubulão. Podem atingir altas 
profundidades abaixo do nível de água, possuem custos e riscos de trabalho 
maiores do que o outro tipo. Após a concretagem, deve permanecer comprimido 
por pelo menos 6 horas visando preservar a qualidade do concreto que pode ser 
danificado por pressões do lençol freático ou interferências de escavações 
próximas. 
 
4.2. Fundação Indireta 
As fundações indiretas são sempre profundas em função da forma de distribuição da carga 
para o solo (atrito lateral), no qual exige que estes elementos tenham grandes dimensões. São 
indicadas para solos instáveis ou obras muito grandes que depositam muita carga no terreno. 
Estas fundações se resumem em estacas, que são elementos estruturais enterrados no solo e 
que promovem estabilidade da edificação, cravadas ou confeccionadas no solo com o objetivo 
de transmitir as cargas da estrutura a uma camada profunda e resistente. Podem ter vários 
12 
tipos e serem construídas de diversos materiais (aço, madeira e concreto) conforme sua 
utilização, conforme o seguinte: 
• Metálicas: podem ser perfis laminados, soldados, trilhos soldados ou estacas tubulares. 
Utilização para qualquer tipo de terreno; possuem facilidade de corte e emenda; alta 
capacidade de carga; se utilizadas de forma provisória podem ser reaproveitadas; deve-
se ter cuidado com o material utilizado devido a corrosão do mesmo, conforme a Figura 
11 a seguir. As estacas metálicas são semelhantes as pré-moldadas de concreto e recebem 
o mesmo processo de cravação no solo, o diferencial é que elas atingem uma maior 
profundidade, pois as emendas são executadas com maior facilidade e segurança. 
Normalmente são perfis ou trilhos e costumam ser protegidos com pinturas especiais ou 
encamisamento de concreto em casos de terrenos mais agressivos. 
 
Figura 11 – Estacas metálicas 
 
 
• Madeira: troncos de árvores cravados com martelos leves e bate-estacas de pequenas 
dimensões. Para utilização é necessário que fiquem totalmente abaixo do nível de água, 
tendo em vista que o mesmo não pode sofrer variações durante o tempo de vida útil do 
material. São bastante utilizadas em obras provisórias como pontes e obras marítimas. As 
principais espécies utilizadas são: aroeira, ipê, eucalipto e guarantã. 
Geralmente, as estacas de madeira são compostas de troncos de árvores e são cravadas 
por bate-estacas. Sua utilização é comum para obras provisórias, mas em caso de obras 
permanentes, elas precisam de um tratamento contra ataques de fungos, bactérias e outros 
organismos que possam deteriorar a estrutura. As principais vantagens desse tipo de 
estaca é que elas possuem duração prolongada quando são mantidas permanentemente 
abaixo do nível de água e podem ser emendadas (desde que a integridade da estaca seja 
garantida). A desvantagem é que elas causam grande vibrações durante a cravação, é 
necessário uma série de cuidados quando a estaca é exposta a flutuação do nível da água, 
pois nesse caso podem surgir ações de fungos e bactérias. Além disso, o comprimento da 
estaca é limitado a 12 metros. 
• Pré-moldada de concreto armado: Elas podem ser feitas de concreto armado ou concreto 
protendido, sendo cravadas por percussão, prensagem ou vibração. A escolha do método 
para cravar a estaca deve ser feita considerando a dimensão da estaca, as condições do 
solo em questão e o do solo vizinho, além das características do projeto. Esse tipo de 
estaca possui uma boa capacidade de carga e boa resistência a flexão e cisalhamento, 
além de terem um bom controle de qualidade do concreto, já que são produzidas em 
fábricas. Porém, apesar de seus benefícios elas causam grandes vibrações no solo ao 
13 
serem cravadas, não ultrapassam camadas de solos resistentes, o seu peso próprio é 
elevado (o que limita as seções e o comprimento devido a necessidade de transporte) e os 
cortes e emendas são difíceis para executar. 
Aplicada na maioria das vezes em obras de pequeno e médio porte; boa capacidade de 
carga; garantia de qualidade oferecida pelo fabricante; possibilidade de emendas; durante 
a escavação são feitas compactações no solo o que aumenta a capacidade de carga e reduz 
a chance de recalques; necessitam de cuidados com transporte e execução; são limitadas 
em seção e comprimento (devido ao peso próprio); podem sofrer danos se a água do 
lençol freático conter sulfatos ou ser contaminada (águas não potáveis). A principal 
vantagem das estacas pré-moldadas em relação às estacas moldadas no local é a 
possibilidade de inspeção do concreto, permitindo a rejeição de peças que não apresentem 
condições satisfatórias. Além disso, em terrenos que apresentem camadas moles ou em 
locais onde se deva atravessar uma corrente de água subterrânea, as estacas pré-moldadas 
podem ser utilizadas sem prejuízo ao concreto do seu fuste. Quando atravessam solos de 
elevada resistência à cravação, pode ser necessário utilizar-se uma ponteira metálica ou 
ainda efetuar-se a cravação com circulação de água sob pressão, o que ajuda a desagregar 
o solo na ponta ou nas laterais da estaca, facilitando a cravação. Para que resista às 
operações de transporte e cravação, as estacas são armadas. Assim, além do seu trabalho 
como pilar, as estacas deverão ser calculadas para essas operações. 
 
Figura 12 – Estaca de fundação pré-moldada de concreto armado 
 
 
• Estacas concreto moldadas no local: são estacas cujo processo executivo consiste 
basicamente na perfuração ou escavação do solo, com ou sem a presença de revestimento 
ou lama bentonítica para contenção, e posterior concretagem através do lançamento do 
concreto dentro do furo escavado. Os tipos de estacas de concreto moldadas no local mais 
executadas são: 
o Estaca Broca: A estaca broca é uma das fundações profundas mais 
utilizadas em obras brasileiras de pequeno porte, principalmente pela sua 
facilidade de execução, que não exige mão-de-obra especializada, nem 
maquinário executadas “in loco” sem molde, por perfuração no terreno 
feita por trado e preenchimento do buraco com concreto, vide Figura 13. 
Uma vez atingida a cota de apoio da estaca, lança-se o concreto sem 
armadura até cerca de 50 centímetros da cota de arrasamento da estaca. 
Coloca-se, a partir daí, uma armadura de solidarização com o bloco ou 
com a viga de baldrame. Comonão é feita nenhuma contenção das 
paredes da perfuração nesse método, o uso das brocas fica restrito aos 
terrenos coesivos acima do nível da água. 
 
 
14 
Figura 13 – Estaca Broca a ser executada 
 
o Estaca Strauss: fundação em concreto simples e armado; moldada “in 
loco” e executada com revestimento metálico recuperável; pode ser 
aplicada em terrenos acidentados e isolados devido a simplicidade do 
equipamento utilizado para a execução; possui limitações devido ao 
lençol freático e capacidade de carga menor que as pré-moldadas e as 
estacas tipo Franki. 
Figura 14 - Estaca Strauss 
 
 
Figura 15: Estaca Strauss Animação 
 
o Estacas Franki: grande capacidade de carga; podem ser executadas a 
grandes profundidades; não sofre interferência de lençol freático; 
apresenta incômodo devido a vibração do solo durante a execução e 
impossibilidade de alterações do concreto por deficiência do controle; 
executada sempre por empresa especializada. A estaca Franki utiliza-se 
do seguinte: areia e brita para a formação da “bucha”, camisa metálica, 
15 
maquinário de grande porte, concreto seco e armadura ao longo de toda 
a estaca, conforme a Figura 16 a seguir. Sua execução é feita fazendo 
perfurações através da cravação de um tubo de ponta fechada com o 
auxílio de um bate estaca, à medida que o tubo vai sendo retirado a 
armadura e o concreto vão sendo inseridos na estaca. 
Figura 16 – Processo de execução da Estaca Franki 
 
 
o Estaca Hélice Contínua: é uma estaca com processo contínuo de 
execução, ilustrado na Figuras 17 a 19: a escavação se dá pela penetração 
de trado contínuo, e a concretagem se dá simultaneamente com a retirada 
do trado, por uma haste central que injeta o concreto na escavação. Os 
diâmetros dos trados disponíveis no Brasil variam entre 27,5cm e 1,0m, 
com profundidades que podem alcançar 25 metros. A metodologia de 
perfuração permite a execução desse tipo de estaca em terrenos coesivos 
ou não, acima ou abaixo do nível do lençol freático. Dependendo do tipo 
de equipamento utilizado, podem ser perfurados solos com SPT superior 
a 50 golpes. 
Figura 17 - Sequência executiva da estaca tipo hélice contínua 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
Figura 18 – Equipamento de estaca tipo hélice contínua 
 
 
Figura 19 - Execução da estaca tipo hélice contínua 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
Bibliografia 
 
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas – Solo – Sondagem de simples 
reconhecimento com SPT – Método de ensaio. (NBR 6484). Brasil, 2020. 
FABRICIO, Márcio M.; BAIA, Josaphat L.; MELHADO, Silvio B. Estudo da conseqüência de etapas 
do projeto na construção de edifícios: cenário e perspectivas. (CD-ROM) In: ENCONTRO 
NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO, 19, Niterói, 1998. Anais. Rio de Janeiro, 
Universidade Federal Fluminense/ Departamento de Engenharia de Produção, 1998. 
PICCHI, Flávio Augusto. Sistemas de qualidade: uso em empresas de construção de edifícios. São 
Paulo, 1993. Tese (Doutorado) - Escola Politécnica, Universidade de São Paulo. 
LAUFER, A.; TUCKER, R. L. Is Construction Planning Really Doing its Job? A critical examination of 
focus, role and process. Construction Management and Economics, v. 5 1987. 
 
	1. Histórico
	2. Conceito
	3. Investigação do Subsolo
	4. Classificação
	Bibliografia

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