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NÃO-ESPERADOS-PARADOXOS-DA-IMIGRAÇÃO-HAITIANA-NO-BRASIL

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1 
 
“NÃO ESPERADOS”: 
paradoxos da imigração haitiana no brasil 
 
 
Adriano Alves de Aquino Araújo
 1
 
 
 
Introdução 
 
 Historicamente as estruturas sociais e de poder acabaram atuando para a estagnação 
econômico-social daqueles considerados não brancos, criando uma sociedade estratificada 
com forte componente racial. A exemplo de países como Estados Unidos, África do Sul e 
Índia, o Brasil adentrou o século XXI adotando as cotas raciais como instrumento de 
reparação histórica e promoção de equidade social entre negros e brancos; contudo, diversos 
fatores seguem atuando no sentido oposto à ideia das cotas, como os dados relativos ao 
extermínio da juventude negra por parte do Estado, que evidenciam a face mais cruel dessa 
incoerência. 
Tal contexto, marcado pela supremacia racial branca, é o encontrado pelos imigrantes 
haitianos a partir de 2010. A contextualização histórica de tal cenário aponta para 
interpretações acerca da estranheza e consternação através da qual, setores inteiros da 
sociedade brasileira constatou a presença haitiana no Brasil. O atual fluxo migratório 
contrasta radicalmente com as políticas migratórias que favoreciam os europeus, uma vez que, 
buscava-se o branqueamento da nação no pós-abolição. 
O fluxo migratório haitiano não foi oficialmente barrado, inclusive foi criado um visto 
especial direcionado aos cidadãos do país caribenho, contudo, os imigrantes não recebem 
apoio além da concessão de vistos, sendo expostos às mesmas privações às quais a população 
negra sofre cotidianamente, evidenciando que, mesmo passado mais de um século da 
abolição, mazelas do período escravista ainda assolam afrodescendentes no Brasil. 
 
 
1 Doutorando em Ciências Sociais (FFC/Unesp) e membro do Grupo de Estudos Enfoques 
Antropológicos – Unesp/CNPq. Mestre em Ciências Humanas e Sociais (UFABC) com a dissertação 
intitulada: “Reve de Brezil: a inserção de um grupo de imigrantes haitianos em Santo André, São 
Paulo – Brasil”, premiada no I Concurso Nacional de Teses de Doutorado e Dissertações de Mestrado 
da Cátedra Sérgio Vieira de Mello (ONU/ACNUR, 2016). 
 
2 
 
A formação do povo brasileiro e o construto da supremacia racial no Brasil 
 
 
Conforme Guimarães (1999, p. 104-106) a manutenção dos colonizadores nas 
Américas se deu à base da força e da disseminação ideológica de sua superioridade cultural. 
Mignolo (2010, p. 48) expõe que as bases do direito internacional estão assentadas na 
instituição universal dos europeus cristãos como portadores do direito natural (via concessão 
divina) sob os demais povos, que sob sua tutela, poderiam chegar à salvação, à iluminação, à 
modernidade. 
A instituição e universalização do direito internacional garantiu a expropriação e posse 
da terra por parte dos invasores, enquanto a “colonização das mentes” assegurou a 
permanência. De acordo com Ribeiro (1995, p. 50-51) ganhar adeptos dentre os nativos foi 
essencial para a dominação cultural, religiosa, política e econômica, sendo assim, estes 
nativos eram instruídos não a combater o europeu, mas a tornar-se um deles. A disseminação 
do preconceito e discriminação a tudo o que se distancia do europeu, representante da 
branquitude, detentor da cultura e, ainda, “mártir” disseminador da mesma neste continente 
mostrou-se como estratégia eficaz. 
Como aponta Mignolo (2010, p. 41), mesmo após as independências nacionais latino-
americanas, as elites locais seguiram dominando, subjugando e garantindo a perpetuação da 
lógica anteriormente vigente; o que endossa a visão do autor de que, a colonialidade é parte 
intrínseca da modernidade. 
Adaptado às realidades mestiças da América Latina, o ideal de superioridade racial 
branca seguiu sendo o modelo de supremacia e mais alto grau da escala civilizacional. A 
máxima dos séculos XIX e XX foi a atribuição do status de Ciência à eugenia, criada pelo 
inglês Francis Galton, em 1883, que proclamou seu grupo racial como superior aos demais. A 
eugenia causou impactos ilimitados tanto na Europa, quanto em diversas partes do mundo 
(KOIFMAN, 2012, p. 14). 
Na América do Norte a pseudociência reforçou a ideia de pureza racial de seus 
colonizadores, que deveriam seguir evitando a miscigenação como já vinham fazendo. 
Koifman (2012, p. 73) aponta que os eugenistas norte-americanos chegaram a defender até 
mesmo a esterilização de seres-humanos. A disseminação dos ideais eugênicos para o Sul 
global desencadeou o processo de “tropicalização da ciência eugênica”, que consistiu na 
adaptação da eugenia aos diferentes contextos. No caso brasileiro, o impacto dessas práticas 
foi no sentido de estímulo ao aprimoramento físico a partir da prática de esportes, incentivo a 
 
3 
 
hábitos higiênicos e a miscigenação para branqueamento da população, como detalhou Lesser 
(2015, p. 40-46). 
 
 
[...] a eugenia serviu para estruturar debates e ações no Brasil, um país, à época, 
distante das pesquisas genéticas, mas bem sintonizado com a Ciência como símbolo 
da modernidade. [...] a eugenia [...] foi reconfigurada no Brasil e adaptada à sua 
topografia e à sua agenda social, tornando-se importante elemento na reformulação 
ideológica do significado da raça para o futuro brasileiro (STEPAN, 2004, p. 381 
apud KOIFMAN, 2012, p. 82). 
 
 
A ênfase no branqueamento era dada pelo fato de no Brasil, como apontou Holanda 
(1995, p. 53), a população nacional ser essencialmente não branca, uma vez que, os 
portugueses teriam chegado já miscigenados e, seguiram miscigenando-se com indígenas e 
negros. Deste modo, aumentar a parcela branca do caldeamento de raças do Brasil foi a 
medida adotada para a viabilização de uma miscigenação potencialmente branqueadora, o que 
foi efetivado através do subsídio à entrada maciça de imigrantes europeus e a imposição de 
barreiras à entrada de pessoas não brancas (SEYFERTH, 2000; KOIFMAN, 2012, p. 27; 
LESSER, 2015, p. 40-46). 
Em episódio representativo ocorrido no ano de 1921, na presidência nacional de 
Epitácio Pessoa, ofereceram-se concessões de terras a empresários americanos no estado de 
Mato Grosso. Contudo, antes que as negociações se efetivassem, soube-se que os mesmos 
estavam recrutando afro-americanos para o trabalho e colonização das terras, o que, levou o 
então governador de Mato Grosso, o bispo católico Francisco de Aquino Correia, a 
imediatamente cancelar a negociação. Como medida preventiva, o Itamarati rapidamente 
deliberou negar vistos diplomáticos futuros a esses possíveis imigrantes. (DOMINGUES, 
2002, p. 509). 
Outro episódio representativo deu-se no ano de 1942, com o indeferimento do pedido 
de prorrogação de visto do estudante Christiaan H. Eersel. Na ficha remetida ao Ministério da 
Justiça e Negócios Interiores havia somente a observação feita ao lado do espaço relativo à 
nacionalidade: “Holandês. De cor preta”. No caso do britânico “natural da Índia” Beny Yanga 
Zavarg, que solicitou a permissão para permanência definitiva no Brasil em 1944, o 
parecerista foi mais direto, informando que, o suplicante era “de raça negra, raça essa cuja 
imigração, atualmente, não consta aos interesses nacionais [...] nessas condições proponho 
que, [...] o pedido seja indeferido” (KOIFMAN, 2012, p. 244). 
 
4 
 
Visando a efetivação do plano ideológico nacional, o Estado não media esforços para 
transformar a própria população negra em agentes do branqueamento de sua descendência. 
Domingues (2002) em seu artigo “Negros de Almas Brancas? A Ideologia do Branqueamento 
no Interior da Comunidade Negra em São Paulo, 1915-1930”, aborda a incidência da 
ideologia nacional entre os negros na capital paulista no início do século XX. Segundo o 
autor, arquitetou-se um sistema que premeditava a morte dos filhos e netos dos escravos; tal 
sistema transformava o discriminado em agente discriminador e promoveu o que o autor 
chamou de “raçacídio”,ou seja, o suicídio coletivo de uma comunidade étnica através de 
armas ideológicas impostas. 
O processo de embranquecimento fez com que passasse a imperar uma hierarquia de 
cores e características físicas no Brasil, em que, quanto mais próximo ao fenótipo europeu, 
mais aceitável seria o indivíduo. Damasceno (1998) e Guiamarães (1999) apontam que, 
buscando inserção a partir do que a sociedade abrangente considera como “boa aparência
2
”, 
parte da população de origem africana passou a se classificar não como negra ou preta, mas 
sim como “morena”. 
No geral o brasileiro considera vergonhosa qualquer associação com sua 
ancestralidade negra, seja no âmbito cultural ou biológico. A história da identidade racial 
branca considerada como “positiva”, fez com que ocorresse a tendência de que o pardo fosse 
classificado como branco e o preto como pardo, resultando em um branqueamento e 
empardecimento da sociedade brasileira por consequência da diminuição da classificação 
“preto” (RAMOS, 1995 [1957], p. 220 apud CARDOSO, 2010, p. 618). Como aponta 
DaMatta (1997) o sistema de classificação racial brasileiro privilegia o meio-termo e a 
ambiguidade como valor, tendendo em princípio, a funcionar com base na hierarquia e no 
gradualismo. 
 
O racismo e a limitação à ascensão social 
 
 
 No Brasil a depreciação pela qual a população de origem africana foi submetida a 
partir da escravidão, segue acompanhando os seus descendentes através da exclusão social 
sistemática perpetuada através de políticas baseadas nos interesses das elites. 
 
 
2 No entendimento do observador estrangeiro Robert Eccles, a expressão “boa aparência” no Brasil 
pode ser traduzida simples e surpreendentemente como “só para brancos” (DAMASCENO, 1998). 
 
5 
 
 
Em uma sociedade racista como a brasileira, as pessoas logo ao nascerem são 
classificadas em diferentes níveis hierárquicos, aqueles classificados socialmente 
como brancos gozam naturalmente de privilégios em virtude dessa classificação. Ao 
grupo branco adiciona-se a construção de uma identidade racial que recebe o legado 
simbólico de referências positivas como: inteligente, belo, culto, civilizado, 
capitalista, comunista, democrático, etc. A concepção estética e subjetiva da 
branquitude é dessa maneira dignificada, o que leva que a idéia de superioridade se 
constitua como um dos seus traços característicos (FANON, s/d[1952], pp. 37-39; 
JACOBSON, 2004, pp. 63-96 apud CARDOSO, 2010, p. 623). 
 
 
Munanga (2005-2006, p. 52) recorre à pesquisa do geneticista Sérgio Danilo Pena, que 
corrobora que, todos os brasileiros, mesmo aqueles que aparentam fenotipia europeia, têm em 
porcentagens variadas marcadores genéticos africanos ou ameríndios, confirmando o 
princípio já conhecido da inexistência de raças puras ou estanques. Contudo, o genótipo 
pouco importa na representação coletiva que a sociedade brasileira faz do negro, do branco, 
do índio, do amarelo ou do mestiço, pois o que é levado substancialmente em consideração é 
o fenótipo. DaMatta (1997) recorre a Oracy Nogueira para afirmar que no Brasil o 
preconceito é “de marca”, em contraste ao preconceito “de origem” dos Estados Unidos. 
A depreciação promovida ao fenótipo indígena e negro fez com que as elites se 
empenhassem em manter a cútis tanto mais clara quanto possível, haja vista que, essa 
característica foi, desde a colonização, marca de diferenciação e poder perante a sociedade 
nacional. A formação de uma elite “clara”, alimentada pelas políticas migratórias de 
branqueamento e a exclusão da população negra e parda, fez com que a pobreza no país 
tivesse cor. 
A cor da pele tornou-se o estigma daqueles que carregam fisicamente os traços da 
ascendência indígena e negra. Assim como a primeira geração de escravos libertos, os negros 
seguiram enfrentando grandes dificuldades para a ascensão social e econômica, sendo 
vencidas em raras exceções. Munanga (2001, p. 33) recorre a Ricardo Henriques para concluir 
que: “no Brasil, a condição racial constitui um fator de privilégio para brancos e de exclusão e 
desvantagem para os não-brancos”. O autor complementa afirmando que os brancos pobres e 
os negros pobres não são iguais, pois os primeiros são discriminados somente pela condição 
socioeconômica, enquanto que os negros o são duas vezes, pela pobreza e pela raça. 
Cardoso (2010, p. 609), apresenta a pesquisa realizada por W. E. B. Du Bois (1977 
[1935], pp. 700-701), que analisa o trabalhador branco norte-americano do século XIX e 
conclui que, ainda que este recebesse baixos salários, era recompensado com um “salário 
público e psicológico” que não privilegiava os negros. Tal compensação consistia, por 
 
6 
 
exemplo, em trânsito livre, com acesso às funções públicas, acesso às melhores escolas 
públicas para seus filhos e tratamento cordial por parte dos tribunais, que dependiam do seu 
voto. 
Deste modo, pode-se afirmar que, o privilégio/exclusão com base em raça ultrapassa 
as barreiras de tempo e espaço. “A branquitude é um lugar de privilégios simbólicos, 
subjetivos, objetivos, isto é, materiais palpáveis que colaboram para construção social e 
reprodução do preconceito racial, discriminação racial “injusta” e racismo” (CARDOSO, 
2010, p. 611). 
Tanto no Brasil, quanto em outras partes do mundo, a queda do conceito das raças 
humanas não foi acompanhada da queda da discriminação fenotípica: 
 
 
Há cerca de 40 anos geneticistas e biólogos moleculares afirmaram que as raças 
puras não existem cientificamente (cf. Jean Hiernaux, J. Ruf-fié, A. Jacquard, F. 
Jacob, etc.). Chegaram mesmo até a preconizar a eliminação do conceito de raça dos 
dicionários, enciclopédias e livros científicos como medida de combate ao racismo. 
Não demoraram a concluir que essa proposta era uma ingenuidade científica, dando-
se conta de que a ideologia racista não precisava do conceito de raça para se refazer 
e se reproduzir. [...] A maioria dos países ocidentais pratica o racismo antinegros e 
antiárabes sem mais recorrer aos conceitos de raças superiores e inferiores, 
servindo-se apenas dos conceitos de diferenças culturais e identitárias 
(MUNANGA, 2005-2006, p. 53). 
 
 
Segundo Guimarães (1999, p. 110) a “não-racialização” do preconceito e da 
discriminação acabou se tornando um discurso pernicioso de autodefesa dos racistas, que 
afirmam não serem racistas pelo fato de não existirem raças no plano biológico. As raças 
humanas biológicas não existem, no entanto, as raças enquanto construtos sociais e políticos 
existem na cabeça dos racistas e suas vítimas, de modo que, a negação acaba por camuflar os 
inúmeros problemas resultantes de séculos de discriminação racial (MUNANGA, 2005-2006, 
p. 52, 53). 
Deste modo, as propostas de combate ao racismo não estão mais no abandono ou na 
erradicação da “raça”, que é apenas um termo e conceito e não uma realidade; nem no uso de 
léxicos cômodos como “etnia”, “identidade” ou “diversidade cultural”, pois o racismo é uma 
ideologia capaz de parasitar em todos esses conceitos (Idem). Para Cardoso (2010), mais 
imprescindível do que a supressão da raça é a abolição da concepção de superioridade 
atribuída à ideia de raça, pois o problema não está na diferenciação entre brancos e negros, 
mas na utilização da distinção que visa inferiorizar. 
 
7 
 
Intervenção estatal: políticas de equidade social e a violência policial 
 
 
Como forma de compensação à “discriminação negativa” sofrida por diversos grupos 
ao redor do mundo, a III Conferência Mundial das Nações Unidas contra o Racismo, 
Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata, realizada em agosto de 2001 na 
cidade de Durban, na África do Sul, propôs dentre diversas medidas, a adoção de políticas 
reparatórias às vítimas de racismo, da discriminação racial e de formas conexas de 
intolerância, por meio de políticas públicas específicas paraa superação da desigualdade. 
O Brasil posicionou-se de modo a adotar medidas de “discriminação positiva” em 
compensação aos séculos de discriminação negativa institucionalizada promovida contra a 
população negra do país. Seguindo o exemplo de países como, Estados Unidos, Inglaterra, 
Austrália, Índia, Canadá, Alemanha, Nova Zelândia, Malásia, entre outros, o Brasil criou 
políticas de ação afirmativa, dentre as quais, a mais polêmica tem sido as cotas raciais para o 
ingresso no ensino superior (MUNANGA, 2001, p. 35). 
A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) foi a primeira instituição de 
ensino superior do Brasil a instituir as cotas raciais. A partir do vestibular de 2002, pretos, 
pardos e indígenas puderam solicitar as reserva de vaga, afixadas na ocasião em 20%. Em 
2004 a Universidade de Brasília (UnB) também aderiu ao modelo de cotas raciais como 
política de ação afirmativa, sendo a primeira universidade federal a fazê-lo (CARVALHO, 
2014). 
Após muitas discussões e resistência por parte de setores mais conservadores da 
sociedade, foi aprovada em 2012 a Lei 12.711, que determina que todas as universidades 
federais destinem 50% de suas matrículas para estudantes autodeclarados negros, pardos e 
indígenas (conforme as definições utilizadas pelo IBGE), de baixa renda (com rendimentos 
igual ou inferior a um salário mínimo e meio per capita) e que tenham cursado integralmente 
o ensino médio em universidades públicas. O percentual das cotas raciais é variável e depende 
da proporção dos grupos em cada estado de acordo com o recenseamento do período vigente 
(Ibidem). 
Carvalho (2014) aponta que, antes da lei ser aprovada, 18 das 58 universidades 
federais do país ainda resistiam em aplicar alguma política de cotas ou bônus, contudo, a 
partir do vestibular de 2013, todas as universidades e institutos federais aderiram ao sistema, 
ampliando as vagas para os cotistas de 140 mil, para 188 mil. Em 2003, pretos representavam 
 
8 
 
5,9% dos alunos das instituições federais e pardos 28,3%; em 2010 esses números 
aumentaram para 8,72% e 32,08%, respectivamente. 
Bezerra e Gurgel (2011) afirmam que o desempenho dos alunos cotistas tem 
derrubado o mito, criado pela ala conservadora, de que o nível dos cursos cairia. Ao analisar o 
desempenho das turmas ingressantes de seis cursos da UERJ no ano de 2006, os autores 
constataram que, embora no vestibular os cotistas apresentem desempenho inferior aos não 
cotistas, no decorrer do curso a média de rendimento dos cotistas sobe, de modo que, em um 
dos cursos analisados (Administração de Empresas), a média de rendimento dos cotistas 
(8,077) superou a dos não cotistas (8,044). 
A evasão também era apontada como possibilidade de fracasso das cotas raciais pelos 
que advogavam contra a adoção das mesmas, o que segundo Bezerra e Gurgel (2011) tem 
sido desmistificado. Segundo os autores, a evasão dos não cotistas apresentou-se maior em 
todos os cursos da amostragem, chegando a 65 desistentes contra 7 no curso de pedagogia. 
Movimentos sociais como o Instituto Luiz Gama e a Frente Pró-Cotas Raciais, 
apontam que, os números de inclusão ainda são tímidos, pois não se vê dentro das 
universidades a diversidade das ruas (CARVALHO, 2014). Munanga (2001) aponta que as 
cotas raciais já foram adotadas em diversos países e mostraram-se meios eficazes para a 
elevação da classe social dos negros nos Estados Unidos, por exemplo. Contudo, tal política 
necessita ser constantemente aprimoradas ao contexto brasileiro e seus estimados 70 milhões 
de afrodescendentes. 
Um grande problema que segue sem solução é o mecanismo da “suspeição policial” 
fundamentada nos traços somáticos dos negros, que os torna vítimas preferenciais das 
arbitrariedades de guardas e policiais nas ruas, nos transportes coletivos, em lojas, bancos e 
supermercados (GUIMARÃES, 1999). 
Recentemente, declarações do novo comandante da Rota, a tropa de elite da Polícia 
Militar de São Paulo, causaram polêmicas diversas na sociedade a nível estadual e nacional. 
Dentre as declarações, o tenente-coronel Ricardo A. N. de Mello Araújo, admitiu que a 
abordagem fosse discriminatória entre a população da periferia e a população da zona nobre, 
defendendo tal prática. Ao falar de sua promoção, Araújo afirmou que a Rota é o sonho de 
consumo para o policial, pois é onde se tem liberdade de atuação, e se atua nas ocorrências 
mais graves, alimentando deste modo o “desejo de adrenalina inerente ao ser humano” 
(ADORNO, 2017). 
 
9 
 
Tal discriminação já é bastante conhecida da população periférica
3
, a novidade está na 
admissão de tal prática por parte de um comandante em cadeia nacional; declaração essa que 
foi reformulada em nova aparição pública, numa tentativa do governo paulista de fazer a 
população acreditar que, tudo não passou de um mal entendido e que a Rota possui 
procedimentos padrões para todas as áreas da cidade. 
Após as declarações, o movimento negro exigiu explicações através de uma petição 
endereçada ao governador Geraldo Alckmin. A Ouvidoria da polícia também cobrou 
providências do governo, sugerindo até mesmo uma troca do comando por conta da 
declaração elitista do novo comandante. Este é o Brasil encontrado no século XXI pelos 
imigrantes contemporâneos – muitos dos quais negros, como os haitianos. 
 
Reações adversas à chegada dos haitianos 
 
 
Como se pôde notar, o Brasil possui uma dívida histórica com o povo negro e os 
debates demonstram o quão nebuloso e mal resolvido é o assunto. Se ainda resta em partes da 
sociedade resquícios ideológicos da política de expurgo do negro da composição étnico-racial 
do país, como lidarão com uma nova afluência de sangue negro via imigração? 
 Compreender a estrutura de classes e os mecanismos de exclusão do Brasil é um 
processo complexo; ainda mais para imigrantes que tinham em mente a ideia de democracia 
racial, que segue atrelada ao país e propaganda no âmbito nacional e internacional. Contudo, 
ao chegar ao Brasil, os imigrantes que não correspondem hoje em dia às políticas de 
branqueamento do passado, acabam por notar algo de estranho no tratamento que lhes é 
dispensado. 
 Ao analisar diferentes mídias e redes sociais, Guimarães, Alonso e Borges (2015) 
identificam diversas expressões de intolerância voltadas aos haitianos. Segundo os autores a 
intolerância é mais ligada ao racismo do que xenofobia propriamente dita, uma vez que, 
muitos discursos enfatizam que a imigração seria aceitável caso os imigrantes fossem outros. 
 
 
3 Em nossa pesquisa de mestrado realizada entre os anos de 2014 e 2015 junto aos imigrantes haitianos 
residentes em Santo André, na Grande São Paulo, houve menção quanto à truculência exercida pelos 
policiais militares na região onde viviam (Núcleo Ciganos). A estranheza dos imigrantes se dava ao 
notar que as ações eram direcionadas à população negra, grupo o qual foram encaixados 
indistintamente ao chegar no Brasil. 
 
10 
 
O trecho a seguir, foi extraído do discurso de um pesquisador, professor e servidor 
público federal por Guimarães, Alonso e Borges (2015, p. 157): 
 
 
Os imbecis [...] agora ocupados em nigriciar o Brasil pensam que se justificam com 
o argumento de que também os ianques estão vindo para cá. Que maravilha! Então 
vamos ficar assim: de um lado, a elite cheirosa, rica, bacana, dourada e de olhos 
azuis; de outro, a negrada cecerenta e fodida do Haiti e alhures [...] convenhamos: 
não dá! 
 
 
A posição social do entrevistado demonstra que, a manifestação do racismo independe 
do acesso do indivíduo ao conhecimento, uma vez que, o mesmo é pesquisador e professor de 
uma instituição pública federal. Em relação ao posicionamento em relação ao racismo, 
Cardoso (2010) divide o grupo opressor
4
 entre “branquitude crítica” e “branquitude acrítica”. 
Segundo o autor, ambos se beneficiam das benessesque o sistema social proporciona aos 
sujeitos classificados como brancos, contudo, o primeiro posiciona-se criticamente contra o 
racismo e o segundo defende a supremacia racial do próprio grupo, apelando em níveis 
variáveis contra “grupos minoritários” como negros, gays, ciganos, judeus e imigrantes que 
não correspondam ao seu grupo racial. 
No Brasil, representantes da branquitude acrítica, nos termos de Cardoso (2010), tem 
manifestado insatisfação quanto aos imigrantes haitianos. A pesquisadora Rosana Baeninger 
afirma que, “Em várias cidades brasileiras os haitianos [...] são oprimidos pelos moradores 
locais”. Em 2014, 13 haitianos denunciaram espancamentos sofridos nas empresas em que 
trabalhavam em Curitiba; em agosto de 2015, seis haitianos foram baleados com espingarda 
de chumbinho na Rua do Glicério, em São Paulo; no mesmo mês, o muro do cemitério de 
Nova Odessa, cidade próxima à Campinas, foi pichado com a frase “Back to Haiti” 
(FIORAVANTI, 2015). 
Segundo Cardoso (2010, p. 621): 
 
[...] as organizações neonazistas, assim como, outros grupos e indivíduos que 
comungam pensamentos de ultradireita crescem e se fortalecem utilizando sobretudo 
a Internet como ferramenta de contato e mobilização. A virtualidade dos contatos é 
também uma forma de se esquivarem de penalidades pela prática de “crimes de 
ódio” e/ou crimes contra a humanidade. 
 
 
4 O branco “anti-racista” se encontra no grupo opressor, mesmo que se coloca contra a opressão 
(CARDOSO, 2010, p. 624). 
 
11 
 
O lugar reservado aos imigrantes haitianos 
 
 
O fluxo migratório de haitianos para o Brasil teve início após o terremoto que destruiu 
Porto Príncipe, capital do Haiti, e arredores, em janeiro de 2010. Em fevereiro, foram 
registradas as primeiras entradas de haitianos indocumentados na cidade amazonense de 
Tabatinga, na tríplice fronteira entre Brasil, Peru e Colômbia. Através dos coiotes, as rotas 
envolviam percursos terrestres, fluviais e aéreos. (COSTA, 2012; HANDERSON, 2015). 
A inserção do Brasil no mapa da diáspora haitiana deu-se por uma conjugação de 
inúmeros e complexos fatores. Inicialmente a mídia atribuiu a migração às causas mais 
imediatas relacionadas ao terremoto, mas, estudos posteriores apontaram causas estruturais 
internas e externas que, historicamente influenciam a economia e a política do Haiti. 
As intermitentes crises políticas e a constante crise econômica enfrentada pelo Haiti 
criaram condições para que, as primeiras emigrações em massa de haitianos que se têm 
registro, ocorressem há mais de um século, quando camponeses empobrecidos rumaram a 
Cuba para o trabalho no corte de cana de açúcar (COUTO, 2009). Devido às restrições 
migratórias impostas pelos países de migração tradicional, novas rotas passaram a ser 
consideradas. Nesse contexto as migrações Sul-Sul ganham destaque, de modo que, a garantia 
do visto humanitário no Brasil é fator importante na escolha do mesmo como destino 
emigratório (ARAÚJO, 2015). 
A igreja de Nossa Senhora da Paz, na capital paulista, tem sido atuante na acolhida 
dos imigrantes e na defesa de seus direitos ante os órgãos governamentais brasileiros. Em 
resposta às reivindicações de entidades ligadas aos direitos humanos, foram abertas pelo 
poder público (estadual e municipal), duas casas de acolhida para refugiados e imigrantes na 
cidade de São Paulo. 
O bairro do Glicério, em São Paulo, transformou-se com a chegada dos haitianos. 
Muitos dos imigrantes ao emanciparem-se total ou parcialmente do apoio humanitário 
oferecido pela Missão Paz, estabelecem-se na região. Essa área marginalizada da capital 
paulista têm ganhado um tom caribenho através da presença dos imigrantes, das igrejas e dos 
comércios co-étnicos que pouco a pouco são abertos pelos imigrantes. 
Apesar da consolidação do Glicério como local de referência para os haitianos em 
São Paulo, os mesmos têm se espalhado rumo à periferia. Araújo (2015) observa que a 
dispersão se dá a partir da conjugação dos fatores ferrovia-facilidades de locação. Além de 
 
12 
 
Santo André, existem comunidades de imigrantes haitianos em formação próximo às estações 
ferroviárias de Guaianases, São Miguel Paulista e Ribeirão Pires. 
Inseridos em regiões historicamente marginalizadas nas cidades brasileiras, aos 
poucos os haitianos vão percebendo o que é viver nesses locais, onde a ausência e a presença 
do Estado são faces da mesma moeda. Ao passo que a repressão policial direcionada à 
população negra é um constante lembrete da presença do Estado nas comunidades pobres, a 
precariedade dos serviços básicos evidencia a ausência deste mesmo Estado, que direciona 
sua atenção às pessoas de acordo à classe social, que em decorrência de fatores histórico-
estruturais, é no Brasil muito atrelada à cor da pele (ARAÚJO, 2015). Assim como a 
população negra nacional, os haitianos são vítimas de discriminação racial. 
 
Considerações finais 
 
 
O objetivo central do presente artigo foi compreender o processo de integração dos 
imigrantes haitianos no Brasil a partir de uma compreensão histórica relativa à formação da 
sociedade brasileira e os significados historicamente dados à raça no país. Tal chave de leitura 
mostra-se essencial para o estudo de grupos migratórios racializados, cuja recepção nas 
diferentes sociedades sofre influências diversas relacionadas às formações históricas 
específicas em questão. 
Longe de esgotar o assunto, pretendeu-se suscitar debates e reiterar a importância da 
problematização da questão racial como marcador de diferença/desigualdade nos fluxos 
migratórios, tendo em vista que, a análise da integração dos diferentes grupos racializados não 
deve perder de vista a perspectiva histórica relacionada tanto às sociedades de origem, quanto 
às sociedades de destino e passagem destes fluxos cada vez mais transnacionais. 
O lugar reservado aos imigrantes haitianos no Brasil é o mesmo reservado 
maciçamente aos afro-brasileiros, ou seja, as periferias das cidades e da sociedade como um 
todo. Deste modo, justifica-se a problematização da história e da realidade afro-brasileira 
atual. A compreensão da questão racial, bem como o histórico da eugenia no Brasil – que 
passa pelo subsídio estatal à imigração europeia – ajuda a compreender discursos que se 
opõem à imigração haitiana, embora glorifiquem migrações do passado ou mesmo do 
presente. 
Percebe-se, deste modo, que no Brasil a intolerância ao imigrante haitiano está muito 
mais ligada ao racismo do que à xenofobia em si. Mostra-se evidente que, os grupos 
 
13 
 
dominantes atuam no sentido de manutenção de seu status quo, reproduzindo a ordem de 
desigualdade e hierarquia racial-capitalista mundial dentro dos contextos locais, não sendo 
diferente no Brasil. 
Lutando contra a dominação do sistema vigente (que foi instaurado e pretende-se 
perpetuar pela mão dos brancos) o movimento negro pressiona para que lhes sejam dadas 
igualdade de direitos e oportunidades, o que ganha força mundial através de uma perspectiva 
diaspórica. Tanto os haitianos que chegam ao Brasil, quanto os afro-brasileiros que aqui lutam 
por conquistas sociais, fazem parte de tal resistência, que não se contenta com o pouco que 
lhes é reservado a partir do banquete dos ricos. 
 
 
14 
 
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