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237Com. Ciências Saúde. 2010;21(3):237-244
Correspondência
Martina Celi Bandeira Rufi no
Núcleo de Nutrição e Dietética – Hospital 
Regional de Ceilândia
QNM 17 Área Especial 01, Ceilândia, 
Brasília-DF. 72215-170, Brasil.
martinaceli@gmail.com
RESUMO
Introdução: O peso corporal e a altura são as medidas antropométricas 
mais utilizadas para avaliação nutricional e manejo clínico de pacientes 
internados. Entretanto, para pacientes acamados são necessários méto-
dos para estimá-los e poucos estudos tem avaliado estes métodos para 
a população brasileira adulta internada, sendo a maioria dos estudos 
realizados em idosos.
Objetivo: Avaliar a correlação dos métodos de estimativa de peso e da 
altura com as medidas antropométricas reais em pacientes adultos do 
Hospital Regional de Ceilândia.
Método: Foi realizado estudo transversal e analítico. As fórmulas de es-
timativas de peso e altura propostas por Chumlea et al. (1988; 1985), 
meia envergadura do braço (Kwok; Whitelaw, 1991) e os métodos in-
diretos de aferição de altura (altura recumbente) foram analisadas pelo 
coefi ciente de correlação de Pearson, utilizando as medidas reais como 
padrão ouro. Participaram do estudo 100 pacientes entre 20-59 anos.
Resultados: Todas as estimativas de altura apresentaram fortes correla-
ções com a altura real: altura recumbente (r=0,94), meia-envergadura 
(r=0,84) e Chumlea et al. (1985) para sexo masculino (r=0,85) e femi-
nino (r=0,87), todos com o p<0,0001. O peso também apresentou forte 
correlação com a fórmula de Chumlea et al. (1988) em ambos os sexos 
(r=0,92; p<0,0001).
Conclusão: Todas as medidas estimadas apresentaram boa correlação 
com as medidas reais, principalmente a altura recumbente e o peso es-
timado pelas fórmulas de Chumlea et al. (1988).
Palavras-chave: Peso; Altura; Estimativa de peso; Estimativa de altura; 
Pacientes acamados.
ARTIGO ORIGINAL
Correlação das medidas antropométricas reais do peso 
e da altura com os métodos de estimativa em pacientes 
adultos do Hospital Regional de Ceilândia
Correlation of methods to estimate weight and height and direct 
anthropometric measurements of adult patients at Hospital Regional 
de Ceilândia, DF
Polyana Alves Rodrigues1 
Martina Celi Bandeira Rufi no1
Elaine Alves Correia1
Julyanna Marques Rolim de Lima1
Adriana Queiroz Lisboa1
¹Departamento do Núcleo de Nutrição 
e Dietética do Hospital Regional de 
Ceilândia, Secretaria de Estado de Saúde 
do Distrito Federal, Brasília-Brasil.
Recebido em 26/julho/2010
Aprovado em 17/janeiro/2011
238 Com. Ciências Saúde. 2010;21(3):237-244
Rufi no MCB et al.
ABSTRACT
Background: Body weight and height are most commonly used anthro-
pometric measurements to nutritional assessment and clinical manage-
ment of hospitalized patients. However, to measure height and weight 
in bedridden patients have been used methods to estimate them. Few 
studies have evaluated these methods for Brazilian population hospita-
lized, most in the elderly people.
Objective: The aim of this study was to evaluate correlation among me-
thods to estimate weight and height and direct anthropometric measu-
rements of adult patients at Hospital Regional de Ceilândia.
Methods: For this purpose a cross-sectional and analytical study was 
carried out comparing the formulas to estimate weight and height pro-
posed by Chumlea et al. (1988, 1985), half arm span (Kwok; Whitelaw, 
1991) and indirect methods for measuring height (recumbent height). 
To determine the correlation was used Pearson’s coeffi cient. The study 
included 100 patients, aged 20-59.
Results: All methods to estimate height showed strong correlation 
with the direct measurement: recumbent height (r = 0.94), half-scale 
(r=0.84) and Chumlea et al. (1985) (r = 0.85 for males and r = 0.87 for 
females) with p <0.0001. The direct weight also showed a strong cor-
relation with the formula of Chumlea et al. (1988) in both sexes (r = 
0.92, p <0.0001).
Conclusion: This study shows that all the methods had good correlation 
with the direct anthropometric measurements, especially the recumbent 
height and weight estimated by the formula of Chumlea et al. (1988).
Key words: Body weight, body height, estimated weight, estimated hei-
ght, bedridden patients.
nutricionais, entre outras5. A altura representa o 
maior indicador do tamanho corpóreo. Essa medi-
da combinada com o peso pode ser utilizada como 
índices para avaliação do estado nutricional, como 
por exemplo, o índice de massa corporal (IMC)6.
Em pacientes acamados, o peso e a altura nem 
sempre são possíveis de serem aferidos. Nesse 
caso, podem ser utilizados métodos alternativos 
para estimá-los7. O uso de métodos de estimativa 
de peso e altura pode garantir a determinação ade-
quada das necessidades nutricionais dos indivídu-
os acamados8. O método mais utilizado para esti-
mativa de peso é a fórmula proposta por Chumlea 
e colaboradores9 que foi desenvolvida para ido-
INTRODUÇÃO
A avaliação do estado nutricional do paciente hos-
pitalizado tem ganhado destaque dentro do tra-
tamento clínico1. A partir dela é possível identi-
fi car as alterações do estado nutricional, como a 
obesidade e a desnutrição. Estes dois distúrbios 
nutricionais exercem infl uência negativa na saúde 
dos indivíduos2,3. Para realizar essa avaliação são 
necessários vários indicadores, dentre os quais se 
encontram os antropométricos4.
O peso corporal e a altura são as medidas antro-
pométricas mais utilizadas para a avaliação nutri-
cional e o manejo de pacientes internados. O peso 
é importante para realização de cálculo de medi-
camentos, fl uxo e tempo de diálise, necessidades 
239Com. Ciências Saúde. 2010;21(3):237-244
Correlação de peso e altura com métodos de estimativa
sos americanos e apresentou boa correlação com 
o peso real em idosos. Para aplicação desta fórmu-
la são necessárias as medidas antropométricas da 
prega cutânea subescapular e das circunferências 
do braço e da panturrilha.
Algumas destas medidas são muito utilizadas na 
prática clínica. A circunferência do braço, junto 
com a medida da prega tricipital são os parâme-
tros mais aferidos para avaliação de reserva adi-
posa e de tecido muscular8. A prega subescapular 
junto com mais três pregas (triciptal, biciptal e su-
prailíaca) é utilizada para estimar a gordura cor-
poral8. A circunferência da panturrilha é um dos 
parâmetros para avaliação de depleção de massa 
muscular aguda, muito utilizada em idosos e pa-
cientes críticos10.
Para a estimativa de altura tem-se utilizado méto-
dos diretos, como a altura recumbente e indiretos, 
como fórmulas. A altura recumbente é realizada 
com o paciente deitado em posição supina, onde 
a distância entre o topo da cabeça e a base do pé 
corresponde à altura do indivíduo10. Em algumas 
situações o paciente é impossibilitado de se posi-
cionar na posição supina, o que difi culta a aferição 
da altura recumbente11.
Existem algumas fórmulas de estimativa de altura 
desenvolvidas a partir de medidas de ossos longos, 
que são proporcionais a altura e não sofrem inter-
ferência posturais12. As mais utilizadas são a pro-
posta por Chumlea e colaboradores13, baseada na 
medida da altura do joelho e a proposta por Kwow 
e Whitelaw41, baseada na envergadura do braço.
Estas formas de estimativas de peso e altura são 
amplamente utilizadas na avaliação nutricional e 
no cálculo de necessidades nutricionais em pa-
cientes hospitalizados acamados, todavia foram 
desenvolvidas para idosos institucionalizados9,13,14.
Nesse contexto, este trabalho teve como objetivo 
avaliar a correlação das medidas antropométricas 
reais do peso e da altura com seus métodos de esti-
mativa em pacientes adultos do Hospital Regional 
de Ceilândia, Distrito Federal e avaliar sua aplica-
bilidade nestes pacientes.
MÉTODO
Trata-se de um estudo transversal e analítico, rea-
lizado no período de fevereiro a julho de 2009. A 
amostra foi constituída por 100 pacientes interna-
dos nas unidades de Clínicas Médica e Cirúrgicado Hospital Regional de Ceilândia da Secretaria 
de Estado de Saúde do Distrito Federal (HRC/SES/
DF). Estas clínicas foram escolhidas, por abranger 
os pacientes enquadrados nos critérios de inclu-
são e exclusão do estudo.
A amostra foi calculada por meio do programa 
G*Power, considerando um nível de signifi cância 
de 5% e um poder do teste a 85%.
Como critérios de inclusão foram considerados 
os adultos com idade de 20 a 60 anos, de ambos 
os sexos, que deambulassem. Foram excluídos da 
pesquisa os pacientes acamados, gestantes e de-
mais pacientes que apresentassem condições clíni-
cas que interferissem na aferição de peso e altura, 
tais como: edema, ascite, amputações e problemas 
ortopédicos. Os pacientes da clínica cirúrgica, em 
sua maioria, foram submetidos ao estudo no pré-
-operatório.
Os dados foram coletados por três pesquisadoras 
previamente treinadas. O peso e a altura reais dos 
pacientes foram aferidos. As medidas antropomé-
tricas de circunferência da panturrilha (CP), altura 
do joelho (AJ), circunferência do braço (CB), pre-
ga cutânea subescapular (PCSE), meia envergadu-
ra do braço (½ EB) foram realizadas para a apli-
cação de fórmulas de estimativa de peso e altura.
Os métodos de estimativa avaliados foram:
Peso
• Chumlea et al. (1988)9:
Mulheres: peso (kg) = [1,27 x CP (cm)] + 
[0,87 x AJ (cm)] + [0,98 x CB (cm)] + 
[0,4 x PCSE (mm)] – 62,35
Homens: peso (kg) = [0,98 x CP (cm)] + 
[1,16 x AJ (cm)] + [1,73 x CB (cm)] + 
[0,37 x PCSE (mm)] – 81,69.
Altura
• Chumlea et al. (1985)13:
Mulheres: altura (cm) = 84,88 + 
[1,83 x AJ (cm)] – [0,24 x idade (anos)]
Homens: altura (cm) = 64,19 + 
[2,02 x AJ (cm)] – [0,04 x idade (anos)]
• Kwok e Whitelaw (1991)11:
Altura (cm): 2x ½ EB
Altura recumbente (AR) (Mourilhe et al., 2007)11
240 Com. Ciências Saúde. 2010;21(3):237-244
Rufi no MCB et al.
Para obtenção do peso real foi utilizada balança 
digital, marca Plena, com escala de 100g e capa-
cidade de até 150kg. A altura real foi medida com 
estadiômetro portátil, marca WSC, com escala em 
centímetros, de haste móvel, utilizando técnicas 
apropriadas para aferição8.
As medidas da CB, CP, ½ EB e AR foram obtidas 
com auxílio de uma fi ta antropométrica inelástica, 
com precisão de milímetros. Para aferição da CP, 
AJ e ½ EB foi utilizada metodologia descrita em 
Fontanive et al. 8 e a PCSE pela técnica apresenta-
da por Kamimura et al.15
A análise estatística foi realizada com o auxílio 
do PASW 18.0 Statistics (Predictive Analytics 
Software). Foi utilizada a estatística descritiva para 
a apresentação e descrição da amostra e dos resul-
tados obtidos. O Teste t de Student para amostra 
pareada foi aplicado para verifi car a existência de 
diferenças estatisticamente signifi cantes entre as 
médias das medidas antropométricas reais e es-
timadas. Para averiguar a correlação utilizou-se o 
coefi ciente de correlação de Pearson. Foi estabe-
lecido um nível de signifi cância de 5% para todos 
os testes.
O projeto de pesquisa foi submetido e aprovado 
pelo Comitê de Ética em Pesquisa da SES/DF. Os 
participantes foram esclarecidos sobre a pesquisa 
e consentiram com sua inclusão ao assinarem o 
termo de consentimento livre e esclarecido.
RESULTADOS
Participaram do estudo 100 pacientes, com pre-
domínio do sexo feminino (58%). A idade média 
da amostra foi de 40,35 ±10,59 anos, sendo 39,05 
± 9,71 anos para as mulheres e 42,14 ±11,25 anos 
para os homens. O IMC médio da amostra foi de 
25,5 kg/m2, sendo 26,0 kg/m2 para mulheres e 
24,9 kg/m2 para homens. A distribuição da amos-
tra nas clínicas foi de 43 pacientes (43%) da clí-
nica médica (28 homens e 15 mulheres) e 57 pa-
cientes (57%) da clínica cirúrgica (14 homens e 
43 mulheres).
A Tabela 1 expõe as médias do peso real e peso 
estimado, de acordo com o sexo. Verifi cou-se que, 
para as mulheres, a média do peso estimado pela 
fórmula de Chumlea et al. (1988)9 é igual a média 
do peso real. Entretanto, para os homens, a média 
do peso estimado apresentou diferença signifi cati-
va, evidenciando que as mesmas não se equivalem. 
Tabela 1
Médias do peso real e o peso estimado por Chumlea et al. 
(1988), de acordo com o sexo, HRC, Distrito Federal, 2009.
Variável
Masculino (n=42) Feminino (n=58)
Média DP p Média DP p
Peso real (kg) 69,44 ±13,39 63,80 ±13,35
Chumlea et al. 
(1988) (kg) 71,46 ±13,92 0,024 63,82 ±13,12 1,00
DP= Desvio Padrão
Na fi gura 1 é demonstrada uma forte correlação 
entre o peso real e o estimado pela fórmula de 
Chumlea et al. (1988)9 para ambos os sexos.
P
es
o 
 r
ea
l (
kg
) 
Chumlea et al. (1988) (kg) 
r=0,92+ 
Sexo Masculino 
(n=42) 
P
es
o 
 r
ea
l (
kg
) 
Chumlea et al. (1988) (kg) 
r=0,92+ 
Sexo Feminino 
(n=58) 
+ p< 0,0001
Figura 1
Correlação entre o peso real e estimado pela fórmula de 
Chumlea et al. (1988), de acordo com o sexo, HRC, por meio da 
Correlação de Pearson, Distrito Federal, 2009.
A média da altura recumbente (162,82 cm ±8,40) 
e a média da altura estimada pela fórmula de Kwok 
e Whitelaw (1991)14 (167,53 cm ±10,09) superes-
timaram a média da altura real (160,84 cm).
241Com. Ciências Saúde. 2010;21(3):237-244
Correlação de peso e altura com métodos de estimativa
A Tabela 2 mostra as médias da altura real e a altu-
ra estimada por Chumlea et al. (1985)13, de acor-
do com o sexo. Verifi cou-se que a altura estima-
da para os homens, pela fórmula de Chumlea et al. 
(1985)13, foi estatisticamente igual com a altura real.
Tabela 2
Médias da altura real e as alturas estimadas por Chumlea et 
al. (1985) , da amostra e de acordo com o sexo, HRC, Distrito 
Federal, 2009.
Variável
Masculino (n=42) Feminino (n=58)
Média SD Média SD
Altura real (cm) 167,20 ±6,22 156,24 ±6,54
Chumlea et al. (1985) (cm) 167,56 ±4,41 162,98+ ±5,48
SD= Desvio Padrão + p< 0,0001
A Figura 2 ilustra a correlação entre a altura real e 
as alturas estimadas. Nota-se que as duas medidas 
de estimativas de altura apresentaram boa correla-
ção com a altura real.
 Altura recumbente (cm) 
Al
tu
ra
 r
ea
l (
cm
) 
 
Al
tu
ra
 r
ea
l (
cm
) 
½ envergadura* (cm) 
* ½ envergadura ao quadrado (Kwok e Whitelaw, 1991), + p< 0,0001
Figura 2.
Correlação entre a altura real e alturas estimadas (n=100), por 
meio da Correlação de Pearson, HRC, Distrito Federal, 2009.
A altura estimada pela fórmula de Chumlea et al. 
(1985)13 mostrou também boa associação com a 
altura real para ambos os sexos (Figura 3).
Al
tu
ra
 r
ea
l (
cm
) 
Sexo Masculino 
(n=42) 
Chumlea et al (1985) 
r=0,85+ 
Sexo Feminino 
(n=58) 
Al
tu
ra
 r
ea
l (
cm
) 
Chumlea et al (1985) 
r=0,87+ 
+ p< 0,0001
Figura 3
Correlação entre a altura real e altura estimada pela fórmula 
de Chumlea et al. (1985), de acordo com o sexo, por meio do 
Correlação de Pearson, HRC, Distrito Federal, 2009.
DISCUSSÃO
No presente estudo, o teste de correlação de 
Pearson evidenciou forte correlação entre o peso 
real e o peso estimado por Chumlea et al.9. Este 
resultado foi similar aos encontrados por Dock-
Nascimento et al.7, que realizaram um estudo em 
150 pacientes adultos e idosos com câncer em 
Mato Grosso. Os autores acharam boa correlação 
(r=0,87, p<0,001), assim como Sampaio et al.15 
em estudo realizado no Ceará, com 209 pacientes 
internados adultos e idosos (r=0,94, p<0,0001). 
Também foi encontrado correlação em idosas não 
hospitalizadas em estudo de Oliveira e Fernandes 
242 Com. Ciências Saúde. 2010;21(3):237-244
Rufi no MCB et al.
Filho19 conduzido em 30 indivíduos de uma aca-
demia na Paraíba (r=0,93).
Apesar de considerar a amostra do presente es-
tudo representativa, uma limitação observada foi 
a distribuição diferenciada ocorrida na variável 
sexo, ocorrida provavelmente devido a caracte-
rísticas divergentes das clínicas onde o estudo foi 
realizado. Este fato pode ter interferido no po-
der estatístico dos resultados referentes a aplica-
ção das fórmulas desenvolvidas por Chumlea9,13, 
quando a amostra foi separada em sub-amostras 
por gêneros, já que as mesmas foram criadaspara 
cada sexo.
Alguns estudos com a população brasileira não 
utilizaram o teste de correlação de Pearson e com-
pararam a média do peso estimado por Chumlea 
et al.9 com a média do peso real. Um estudo rea-
lizado em outro hospital do DF16, com 121 adul-
tos e idosos, encontraram resultados superestima-
dos, porém a média do peso estimado para o sexo 
feminino foi a que mais se aproximou da média 
do peso real (Idosas: diferença média = 0,68kg; 
Adultas: diferença média = 0,78kg). Entretanto, 
esse estudo não realizou teste estatístico para ve-
rifi car nível de signifi cância. No nosso estudo, foi 
observado que não houve diferença entre as mé-
dias do peso estimado e do peso real para o sexo 
feminino.
Analisando a amostra total Sampaio et al.15 encon-
traram que a média do peso real é estatisticamente 
igual ao estimado por Chumlea et al.9 (p = 0,250). 
Em contrapartida, estudo realizado em São Paulo 
e no Paraná18, com 368 pacientes adultos e idosos 
encontraram média do peso real diferente da mé-
dia estimada da amostra total. Esses estudos não 
analisaram a amostra separada por sexo, difi cul-
tando a comparação com o nosso estudo, o que 
pode constituir um viés em seus resultados, pois 
essas fórmulas são específi cas para o sexo.
Quanto aos resultados relativos à altura, obser-
vou-se no nosso estudo que todos os métodos ava-
liados apresentaram boa correlação com a altura 
real. Em relação às fórmulas de Chumlea et al.13, 
foi encontrada boa correlação com a altura real 
em ambos os sexos. Oliveira e Fernandes Filho19, 
Dock-Nascimento et al.7 e Sampaio et al.17 tam-
bém encontraram correlação favorável entre essas 
medidas. Essa fórmula tem como uma das variá-
veis a altura do joelho, uma medida que não é al-
terada com a idade e apresenta-se fortemente cor-
relacionada com a estatura20.
A média da altura estimada para o sexo masculino 
pela fórmula de Chumlea et al.13 foi estatisticamen-
te igual da altura real. No estudo de Albuquerque 
et al.16 as médias no sexo masculino foram as que 
mais se aproximaram de zero (Idosos: diferença 
média=1,76cm, Adultos: diferença média=2,15cm). 
Estudos que não separaram a amostra por sexo17,18 
acharam que a média estimada era diferente da mé-
dia real. No presente estudo, ao separar a amostra 
em gênero, o poder estatístico diminuiu o que pode 
ter gerado viés no resultados.
A fórmula da meia envergadura do braço14 teve boa 
correlação com a altura real. Dock-Nascimento et 
al.7, encontraram correlação signifi cante (r=0,74; 
p<0,001) entre a altura real e a altura estimada por 
essa fórmula. Ainda nos métodos de estimativas 
de altura, a recumbente apresentou melhor corre-
lação, provavelmente por ser uma medida direta. 
Por esse motivo, sugere-se que a altura recumben-
te deve ser o método de preferência para estimar a 
altura em pacientes acamados.
Todavia, é importante salientar que esse método 
pode ter sua técnica de aferição comprometida por 
situações clínicas, onde o paciente não pode fi car 
no leito no ângulo de 180º, impossibilitando a re-
alização da metodologia correta para aferição da 
altura recumbente. Assim, as fórmulas de estima-
tiva podem ser necessárias e utilizadas, pois apre-
sentam também uma boa correlação.
A maioria das médias dos métodos de estimati-
vas de peso e altura superestimarem os valores 
reais, todavia, todos os métodos de estimativa 
apresentaram forte correlação com a medida real 
em pacientes adultos do HRC. Conclui-se que 
apesar de não fornecerem o valor exato da me-
dida, as fórmulas de estimativas de peso e altura 
podem ser utilizadas como parâmetro de acom-
panhamento nutricional e cálculo de necessida-
des nutricionais em pacientes adultos acamados 
internados no HRC.
243Com. Ciências Saúde. 2010;21(3):237-244
Correlação de peso e altura com métodos de estimativa
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Este trabalho foi realizado no Hospital Regional de Ceilândia da Secretaria de Estado do Distrito Federal, 
departamento do Núcleo de Nutrição e Dietética, onde também foi apresentado em monografi a no 
Hospital Regional de Ceilândia, em 2009. Esta pesquisa foi fi nanciada pela FEPECS/SES/DF.

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