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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE GRADUAÇÃO EM ARTES VISUAIS MARCELO VINÍCIUS PENA DA SILVA Prática como Componente Curricular Único: O direito de aprender e a educação inclusiva. CAMPOS DO JORDÃO, 2021 1. Introdução Os portadores de deficiência sempre foram marginalizados e excluídos, os acessos e direitos dificilmente levam essa parcela da sociedade em consideração. Nos últimos anos essa separação dos portadores de deficiência vêm sendo debatida, e vários projetos são executados para que todos sejam tratados de maneira igualitária e sem separações. Como exemplo de medida que busca garantir essa interação entre o deficiente e o restante da sociedade temos a Lei n° 7.853 de 1989 que define como crime recusar, suspender, adiar, cancelar ou extinguir a matrícula de um estudante por conta de qualquer tipo de deficiência, ou seja, essa lei garante ao aluno PCD o direito de aprender em um ambiente igualitário e com alunos não PCD, o que assegura que no futuro, esse aluno não se sinta excluído da sociedade. O direito à educação está previsto na Constituição Federal de 1988 e se trata de um direito fundamental da criança e adolescente, isso inclui também as crianças e adolescentes portadores de deficiência. Como legislação específica sobre o direito de aprender do aluno deficiente temos a Lei Brasileira de Inclusão, que foi aprovada em 2015 e trata sobre diversos aspectos da inclusão. Em seu artigo IV ela discorre sobre a educação e propõe avanços importantíssimos na inclusão do aluno PCD, como: a proibição de cobrança de valores adicionais pela implementação de recursos de acessibilidade em escolas. Tratando novamente da Constituição de 1988, temos o artigo 208 que trata da educação básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos, o artigo diz que é dever do estado garantir que o portador de deficiência tenha acesso à atendimento educacional especializado e que seja de preferência na rede regular de ensino. Além dessas leis, temos outras legislações e planos que visam promover a integração social e educacional das pessoas com deficiência. 2. Projeto educacional As leis supracitadassão importantes para assegurar a educação das pessoas deficientes em nível local e nacional, porém como complemento a elas podem ser realizados projetos com o intuito de aproximar ainda mais essa relação entre o aprendizado e o jovem deficiente. Para que se possa implementar tais projetos é de suma importância que haja o apoio da comunidade em torno da escola onde o projeto se aplicará, bem como o apoio da comunidade de dentro da escola, isto é, os professores, funcionários e alunos. A primeira ação importante que deve ser tomada para que a implementação do projeto se faça de maneira satisfatória é a capacitação de professores para o ensino de alunos deficiêntes, pois quando o professor está preparado para o que pode vir adiante e sabe como lidar com situações específicas o aprendizado 2 acontece de maneira natural, não é forçado e até pode ser prazeroso tanto para discente quanto para docente. A segunda ação é buscar a cooperação da sociedade em torno da escola, essa cooperação pode vir de várias maneiras, sendo a principal e mais importante a doação de recursos para a execução do projeto. A seguir temos um modelo de projeto que pode ser implementado como ferramenta de ensino e integração do aluno deficiente na sociedade em que ele vive. Nome do projeto - Criatividade inclusiva. Tema a ser trabalhado - educação inclusiva e criatividade. Período em que o projeto será trabalhado - Semanalmente no período de um ano. Séries ou anos que serão contempladas pelo projeto - sexto ano ensino fundamental ao terceiro ensino médio. Objetivo geral do projeto - Promover a interação e integração do aluno deficiente com a escola e a comunidade através de atividades criativas utilizando projetos artísticos e literários. Objetivos específicos - Aprimorar a linguagem em alunos com deficiência através de textos literários. Desenvolver e aprimorar a coordenação visomotora em alunos com qualquer tipo de deficiência física através de atividades artísticas. Aprimorar os conhecimentos matemáticos, linguísticos, geográficos, históricos e científicos através da integração entre arte e literatura. Justificativa do projeto - A sociedade como um todo, mas principalmente as escolas, negligencia a importância da criatividade no processo de aprendizagem e sobretudo na aprendizagem de alunos deficiêntes. Esse projeto foi pensado como uma proposta de amenizar essa negligência e solucionar outros 2 problemas educacionais importantes, sendo eles: a falta de integração do aluno deficiente na comunidade; o não uso da criatividade como uma ferramenta de ensino. Ao utilizar atividades que utilizam o lúdico como ferramenta educacional, o aluno passa a ter interesse no que está estudando e tanto o processo de aprendizagem quanto o de ensino são otimizados. Metodologia específica - A execução do projeto pode ser dividida em 3 partes principais: 1. Mapear as defasagens presentes na educação de cada aluno; 2. Desenvolver atividades criativas para abordar os temas em defasagem; 3 3. Analisar a eficácia das atividades na reconstrução do conhecimento do aluno. Seguindo as 3 partes é possível concluir o projeto de maneira adequada. Para a parte 2 é de suma importância uma abordagem multidisciplinar pois assim é possível que o aluno aprenda um conceito ao mesmo tempo que estuda outro. Por exemplo, ao fazer uma releitura de uma obra, o aluno aprende sobre a história daquela época, sobre o artista, as proporções matemáticas, as formas geométricas, interpretação de texto não verbal, a geografia do local onde a obra se passa, entre outros conceitos importantes na educação básica. Essa abordagem multidisciplinar deve ser pensada e refletida em conjunto com professores de literatura, matemática, geografia, história, artes e todos aqueles que possam colaborar com o assunto trabalhado. Algumas atividades que podem ser trabalhadas: A. Releitura de grandes obras da história da arte; B. Leitura de textos de textos da literatura infanto-juvenil; C. Escrita de poemas, textos, diários etc. D. Criação de personagens cartoon de acordo com as características do aluno deficiente, para que assim ele se sinta representado; E. Estudo de instrumentos musicais para desenvolvimento da matemática, da arte e do senso rítmico e motor do aluno. As atividades podem e devem ser modificadas de acordo com as particularidades de cada aluno. 3. Conclusão. Para concluir é importante que reflitamos o porquê de se desenvolver um projeto dessa natureza no ambiente escolar. O desenvolvimento da criatividade do aluno (sobretudo do PCD) é de suma importância e auxilia na absorção de conhecimentos importantes para a formação do aluno. Através de atividades criativas é possível trabalhar diversos conceitos em uma única atividade, quebrando assim com aquela "regra" de aula formal: onde o aluno aprende um conceito e muitas vezes não compreende qual a ligação que aquilo pode ter na sua vida e como se relaciona com as demais disciplinas. Assim, a parte mais importante da experiência que o projeto pode trazer é essa ligação entre conceito e cotidiano. Como as atividades podem ser trabalhadas em grupos de alunos, o projeto se faz importante também na interação social do aluno, através dos grupos ele pode desenvolver ligações com demais alunos e pessoas que participam das atividades. 4 3. Referências. BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. Educação inclusiva: conheça o histórico da legislação sobre inclusão. Todos Pela Educação. 04/03/2020. Disponível em: <https://todospelaeducacao.org.br/noticias/conheca-o-historico-da-legislacao-sobre-e ducacao-inclusiva/#:~:text=Mais%20conhecida%20como%20Estatuto%20da,atendi mento%20nas%20a%C3%A7%C3%B5es%20e%20pol%C3%ADticas>. Acesso em: 07/05/2022. Maciel, Maria Regina Cazzaniga. Portadores de deficiência: a questão da inclusão social. Scielo Brasil.Disponível em: <https://www.scielo.br/j/spp/a/3kyptZP7RGjjkDQdLFgxJmg/#:~:text=O%20processo %20de%20exclus%C3%A3o%20social,e%20privando%2Dos%20de%20liberdade.>. Acesso em: 15/05/2022. 5
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