Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cozinha Natural e Vegetariana PRO FE S S SORA E S PEC I A L I S TA CAROLINA NAVARRO História da Cozinha Natural 04 Aplicação da Cozinha Natural 10 Classificação dos Alimentos 19 Frutas 27 Hortaliças 35 Ervas e Especiarias 45 Oleaginosas, Cogumelos e Algas 53 Cozinha Vegetariana 60 Cozinha Vegetariana Prática 1 66 Cozinha Vegetariana Prática 2 68 Cozinha Macrobiótica 70 Cozinha Macrobiótica Prática 75 Alimentação Viva 77 Alimentação Viva Prática 82 Comfort Food 84 Comfort Food Prática 87 Conclusão 89 Referencias 95 Introdução Querido(a) aluno(a), as pessoas têm buscado cada vez mais por um estilo de vida saudável, pois desejam manter ou resgatar sua saúde ou querem envelhecer com qualidade de vida. Um estilo de vida saudável engloba saúde física, mental e emocional. Dentro desses aspectos, alguns já têm seus benefícios bem difundidos, tais como: praticar atividade física assiduamente, dormir bem, reduzir stress, hidratar-se, não fumar e alimentar-se de forma saudável. Quando falamos em alimentação saudável, são priorizados os alimentos de verdade, aqueles provenientes da natureza, de plantas ou animais e sem a presença de aditivos químicos. O ato de cozinhar é a ferramenta para a obtenção de uma alimentação saudável, e para isso precisamos conhecer muito bem os alimentos: frutas, hortaliças, ervas e especiarias, oleaginosas e algas, e assim conseguirmos criar preparações que atendam às expectativas de saudabilidade, bem como de visual e de sabor. Nesta unidade, vamos ainda estudar as principais características e a evolução da cozinha natural, abordando de maneira específica a cozinha vegetariana, a macrobiótica, a alimentação viva e o comfort food. Vamos lá? História da Cozinha Natural 1aula Querido(a) aluno(a), vamos iniciar nosso estudo entendendo a definição de cozinha natural e sua evolução no cenário gastronômico. Para chegarmos a definição de Cozinha Natural, vamos começar com uma questão: “o que é natural?”, “o que é ser natural?”. Ao procurar a definição no dicionário da palavra Natural, encontramos que natural refere-se à produzido pela natureza e a algo em que não há trabalho ou intervenção do homem, simples, não artificial, onde se segue a ordem regular das coisas, logo, aquilo que é conforme a natureza (AURÉLIO, 2010). COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 5 - A etimologia (origem) da palavra natural é do latim naturālis “feito ou dado pela natureza”. Portanto, ao analisar essa definição e pensar nos alimentos, dificilmente encontraremos algo que não tenha sido necessária a intervenção do homem – pense em uma cenoura: ela passou pelos processos de plantação, cultivo e colheita, certo? Então, de que forma vamos praticar uma cozinha natural? Temos que olhar o significado da palavra natural de uma forma ampla e holística. Então, para promoção de uma cozinha natural, devemos principalmente evitar os alimentos artificiais ou ultraprocessados e utilizar os alimentos provenientes da natureza de forma criativa, intuitiva e integral. O conceito de cozinha natural começou a ser elaborada a partir de um movimento da década de 70, denominado Nouvelle Cuisine. Na época, os cozinheiros, como um manifesto de repúdio à culinária clássica, iniciaram um estilo de culinária mais leve, cujas principais características são a utilização de ingredientes frescos, redução das porções e ênfase na apresentação do prato de forma mais refinada. Os chefs adeptos do movimento precisavam preparar refeições com mistura de cheiros, texturas e sabores e ainda harmonizar esteticamente o prato. Em 1972, esse movimento teve início através de uma campanha publicitária dos críticos gastronômicos Henri Gault e Chrstian Millau com o propósito de incentivar uma apresentação mais simples e natural de um prato. Mediante esse movimento já se fazia um repúdio ao consumo em excesso dos produtos industrializados, ao excesso de gordura, açúcar e sódio buscando a promoção de uma vida mais saudável (FACAP, 2018). No livro Adeus aos Escargots, de Michael Steiberger (2010p.38-39), foram citados os dez mandamentos da Nouvelle Cuisine publicado por Gault e Millau, em 1973: COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 6 - Na década de 1980, na mesma linha de buscar mais saúde por meio da alimentação, o movimento Slow Food (algo como “comer devagar” ou “comida lenta”) foi criado com o objetivo inicial de apoiar e defender a boa comida, o prazer gastronômico e um ritmo de vida mais lento. Mais tarde, essa iniciativa foi ampliada para abranger a qualidade de vida e a sobrevivência do planeta em que vivemos. Seus seguidores buscam a proteção de espécies vegetais e animais, contribuindo com a defesa do meio ambiente, da cozinha típica regional, dos produtos saborosos e do prazer da alimentação. O italiano Carlo Petrini, além de ser um grande estudioso de vinhos, é o fundador e presidente do Movimento Internacional Slow Food, criado em Paris em 1989 e que atualmente conta com mais de 100 mil membros, com escritórios na Itália, Alemanha, Suíça, Estados Unidos, França, Japão e Reino Unido e apoiadores em 132 países. “O Slow Food acredita numa ‘nova gastronomia’: uma gastronomia que envolve liberdade de es- colha, educação, uma abordagem multidisciplinar em relação à comida que nos permite viver da melhor forma possível, utilizando os recursos ao nosso alcance, sem desperdícios” (PETRINI, 2009). Além de promover uma relação mais saudável do homem com o alimento, a filosofia Slow Food chama a atenção para a relação homem-natureza, mostrando que podemos contribuir para a proteção ambiental enquanto nos alimentamos, além de beneficiar a cultura e a economia dos produtores da região onde moramos ou visitamos. “O movimento já ganhou adeptos dentro da alta gastronomia. Cresce entre os chefs a defesa dos ingredientes orgânicos, regionais e sazonais e do resgate da simplicidade na cozinha. É cada vez mais notória a necessidade de que o gastrônomo precisa ser o que Carlo Petrini definiu como coprodutor: alguém conhecedor da agricultura e pecuária, das condições dos trabalhadores do campo, da procedência dos produtos, que rejeita meios de transporte poluidores em excesso e empresas que arruínam culturas locais ao se instalarem nas comunidades” (MELONIO, 2012). Comer é fundamental para viver. A forma como nos alimentamos tem profunda influência daquilo que nos rodeia - da paisagem, da biodiversidade da terra e das suas tradições. Para um verdadeiro gastrônomo, é impossível ignorar as fortes relações entre prato e o planeta. Além disso, melhorar a qualidade da nossa alimentação e arranjar tempo para saboreá-la é uma forma simples de tornar o nosso cotidiano mais prazeroso e saudável. Ainda dentro do conceito de cozinha natural e do movimento Slow Food, temos o Comfort Food (algo como “alimento reconfortante”), que são aquelas preparações que despertam bem estar ao serem consumidas, buscam despertar emoções por meio do paladar e nos faz lembrar de momentos especiais vividos, seja um almoço de família, um passeio, comida de mãe, de avó, de tia ou de alguém especial pra você. Não importa se esses momentos aconteceram há muito tempo ou recentemente. Em geral, as preparações serão compostas por alimentos ou ingredientes que também foram consumimos no dia da lembrança. Em 2006, houve a primeira publicação do Guia alimentar para a população brasileira pelo Ministério da Saúde, que apresentou as primeiras diretrizes alimentares oficiais para a população com base na busca de uma alimentação mais saudável. Diante das transformações sociais vivenciadas pela sociedade brasileira, que impactaram sobre suas condições de saúde e nutrição, fez-se necessária a apresentação de novas recomendações. A segunda edição foi finalizada em 2014. http://www.slowfoodbrasil.com/textos/noticias-slow-food/511-uma-grande-rede-mundial-por-carlo-petrini COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 7 - De acordo com o Guia alimentar para população brasileira (BRASIL, 2014):“A alimentação adequada e saudável é um direito humano básico que envolve a garantia ao acesso permanente e regular, de forma socialmente justa, a uma prática alimentar adequada aos aspectos biológicos e sociais do indivíduo e que deve estar em acordo com as necessidades alimentares espe- ciais; ser referenciada pela cultura alimentar e pelas dimensões de gênero, raça e etnia; acessível do ponto de vista físico e financeiro; harmônica em quantidade e qualidade, atendendo aos princípios da variedade, equilíbrio, moderação e prazer, e baseada em práticas produtivas adequadas e sustentáveis”. O Guia serve como instrumento para os profissionais da área de gastronomia de forma a apoiar e incentivar a elaboração de preparações alimentares mais saudáveis. 1 Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação. 2 Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos e criar preparações culinárias. 3 Limitar o consumo de alimentos processados. 4 Evitar o consumo de alimentos ultraprocessados. 5 Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia. 6 Fazer compras em locais que ofertem variedades de alimentos in natura ou minimamente processados. 7 Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias. 8 Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece. 9 Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora. 10 Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais. Tabela 1 – Dez passos para uma alimentação saudável Fonte: Ministério da Saúde, (2014) Nos dias atuais é cada vez mais comum a falta de tempo, inclusive para se alimentar, fazendo com que as pessoas façam suas principais refeições fora de casa utilizando cada vez mais às cadeias de fast food. O fast food (ou comida rápida) está na contramão da cozinha natural, é baseado na rapidez tanto do preparo, quanto na distribuição e na agilidade para comer. A facilidade e comodidade na utilização dos produtos e refeições prontos para consumo estimulam fortemente hábitos alimentares não saudáveis diminuindo consideravelmente o consumo de alimentos frescos, naturais. O Guia alimentar para população brasileira (BRASIL, 2014) relata que muitas mudanças estão ocorrendo nos padrões de alimentação dos brasileiros, isso inclui a substituição de alimentos in natura ou minimamente processados por produtos industrializados prontos para o consumo, denominados também de ultraprocessados. COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 8 - Encontramos no próprio Guia alimentar para população brasileira (BRASIL, 2014) quatro categorias de alimentos definidas de acordo com o processamento empregado na sua produção: alimentos in natura, minimamente processados, processados e ultraprocessados, vejamos a seguir: In natura: aqueles alimentos obtidos diretamente de plantas ou de animais e adquiridos para consumo sem que tenham sofrido qualquer alteração após deixarem a natureza. Exemplo: abacaxi – fruta fresca Minimamente processados: são alimentos in natura que, antes de sua aquisição, foram submetidos a alterações mínimas. Exemplo: abacaxi desidratado Processados: produtos fabricados essencialmente com a adição de sal ou açúcar a um alimento in natura ou minimamente processado. Exemplo: abacaxi em calda Ultraprocessados: produtos cuja fabricação envolve diversas etapas e técnicas de processamento e vários ingredientes, muitos deles de uso exclusivamente industrial. Exemplo: refresco em pó sabor abacaxi Para diferenciarmos os alimentos, é preciso ler os rótulos. Encontre a lista de ingredientes (por lei, deve constar dos rótulos de alimentos embalados que possuem mais de um ingrediente em sua composição) e observe: se houver um número elevado de ingredientes (frequentemente cinco ou mais) e, sobretudo, a presença de ingredientes com nomes pouco familiares e não usados em preparações culinárias, isso indica que o produto pertence à categoria de alimentos ultraprocessados. Os alimentos ultraprocessados, devido aos ingredientes usados em suas formulações, tendem a ser nutricionalmente desbalanceados. Por conta de sua formulação e apresentação, as pessoas tendem a consumi-los em excesso e a substituir o consumo de alimentos in natura ou minimamente processados pelos ultraprocessados. Além disso, as formas de produção, distribuição, comercialização e consumo afetam de modo desfavorável a cultura, a vida social e o meio ambiente. Por isso, devemos preferir o consumo e o uso em nossas preparações dos alimentos em seu modo natural, dessa forma estaremos praticando a cozinha natural e beneficiando a todos com uma alimentação mais saudável. COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 9 - Figura 1: Dados sobre alimentação saudável Fonte: adaptado de Food Magazine. A venda de produtos orgânicos cresce à ordem de 20% - IBD (instituto Biodinâmico) Frutas, verduras e legumes cresceram em 60% na mesa dos brasileiros O consumo de sucos naturais aumentou 70% no Brasil - Associação das Empresas de Refeição e Alimentação 47% não deixam de consumir produtos saudáveis por causa do preço 35% dos domicílios brasileiros consomem produtos diet e light 80% dos jovens afirmam em pesquisas procurar alimentos mais saudáveis e naturais O setor de alimentação saudável teve um crescimento de 870% nos últimos 10 anos 8% dos brasileiros se consideram vegetarianos - Ibope UM A CADA 600 habitantes é intolerante ao glúten - Acelbra (Associação de Celíacos do Brasil) 30% dos brasileiros têm colesterol acima do nível recomendando - Sociedade Brasileira de Cardiologia A proporção de jovens com sobrepeso quadruplicou nos últimos trinta anos e chegou a 14% na faixa etária dos 8 aos 18 anos 40% da população brasileira está acima do peso Alimentação Saudável em números COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 10 - Aplicação da Cozinha Natural 2aula Observamos que a busca por uma alimentação mais saudável está cada vez maior, pois esta é uma das ferramentas para se obter uma melhor qualidade de vida. Com isso, há uma crescente busca em aumentar o consumo da comida de verdade, dos alimentos frescos e naturais. De acordo com a Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), de 2017, do Ministério da Saúde indica-se que os brasileiros adultos estão procurando adquirir hábitos mais saudáveis, o consumo regular de frutas e hortaliças cresceu 4,8% (de 2008 a 2017), o consumo de refrigerantes e bebidas açucaradas caiu 52,8% (de 2007 a 2017) e a prevalência da obesidade e do excesso de peso está estagnada nas capitais do Brasil. Outro indicador positivo foi a prática de atividades físicas, que aumentou 24,1% de 2009 a 2017. COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 11 - A indústria alimentícia, ao longo das últimas décadas, aprimorou suas técnicas para fabricar em larga escala e baratear produtos. Os consumidores, por sua vez, em decorrência do intenso ritmo de trabalho, adotaram hábitos alimentares rápidos e práticos, que desencadearam em uma população obesa e com graves doenças relacionadas aos hábitos alimentares. Atualmente, ciente das consequências, a sociedade caminha num sentido contrário e tenta resgatar as formas de consumo mais simples, naturais e saudáveis em busca de maior qualidade de vida. Aproveitamento Integral dos Alimentos Caro(a) aluno(a), o que você costuma fazer com talos, cascas, sementes e folhas dos alimentos? Você costuma pensar em como usá-los ou apenas descartá-los? Pois saiba que é possível usar essas partes não convencionais dos alimentos e dessa forma gerar menos produção de lixo orgânico e consequentemente reduzir o impacto ambiental, além de aumentar a diversidade dos alimentos utilizados reduzindo custo e desperdício e trazendo a possibilidade da descoberta de novos sabores. Segundo dados do Banco mundial de alimentos, em um levantamentode 2014, estimou- se que anualmente, de um terço a um quarto dos alimentos produzidos para o consumo humano é perdido ou desperdiçado. Na América Latina, cerca de 15% dos alimentos disponíveis entram na mesma categoria. Dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO - Food and Agriculture Organization) apontam que o consumo humano é o segmento em que há mais desperdício, representando 28% do total. Segundo a FAO, a comida desperdiçada no varejo, que representa 17% do total perdido, poderia satisfazer as necessidades alimentícias de mais de 30 milhões de pessoas que vivem na região, o equivalente a 65% dos indivíduos que sofrem fome. Bares, lanchonetes e restaurantes desperdiçam por dia 15% a 50% dos alimentos. Isso ocorre desde o acondicionamento e o gerenciamento do estoque até o uso inadequado de frutas e hortaliças, gerando mais de 200 mil toneladas de lixo diariamente no Brasil. Uma forma de diminuir os impactos negativos sobre o meio ambiente é reduzir a produção de lixo. Uma parte dele pode ser reciclada, e a parte orgânica, tais como folhas, cascas, sementes, flores, talos e raízes de frutas e hortaliças, pode ser aproveitada na alimentação humana. Dessa forma, o aproveitamento integral dos alimentos tem sido adotado como uma prática sustentável e ecologicamente correta (SANTANA; OLIVEIRA, 2005). Dicas de aproveitamento de partes não convencionais dos alimentos: Folhas de: cenoura, beterraba, batata doce, nabo, brócolis, couve-flor, abóbora, mostarda, e rabanete, alho-poró; Cascas de: batata inglesa, banana, tangerina, laranja, mamão, pepino, maçã, maracujá, abacaxi, melão, abobora; Entrecascas de melancia, maracujá; Sementes de melão, abobora, maracujá, jaca; Na Prática COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 12 - Fundada em 1998, a ONG Banco de Alimentos é uma associação civil que recolhe alimentos que já perderam valor de prateleira no comércio e indústria, mas ainda estão perfeitos para consumo, e os distribui onde são mais necessários. No lugar de descartar legumes, massas, frutas, entre outros, os parceiros doam os excedentes à ONG que repassa tudo às instituições sociais cadastradas no projeto. Essa distribuição permite a complementação nutricional de refeições servidas para milhares de crianças, jovens, adultos e idosos na cidade de São Paulo, todos os dias. Fonte: http://www.bancodealimentos.org.br Anote Isso O aplicativo Comida Invisível aproxima quem tem comida sobrando com quem precisa dela de maneira fácil e prática! Um serviço que atua como uma ponte direta entre restaurantes, supermercados, hotéis, buffets, bares com ONGs para facilitar a doação de alimentos impróprios para o comércio, porém, próprios para o consumo. A doação de alimentos bons e próprios para consumo contribui para um planeta melhor, mas saudável e humano. Fonte: http://comidainvisivel.com.br/ Está na Rede Fonte: arquivo pessoal COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 13 - Sazonalidade Atualmente é possível encontrar uma grande variedade de frutas, verduras e legumes nas feiras e supermercados durante todo o ano, porém, na prática de uma cozinha que preza pelo natural, também devemos levar em consideração a sazonalidade dos alimentos. A sazonalidade é uma característica natural de todas as plantas. Ela é relativa à periodicidade, define a época em que o cultivo rende frutos naturalmente. Conhecer o tempo certo das frutas e hortaliças permite o melhor planejamento da compra, pois implica o menor preço e melhor qualidade. Por serem cultivadas e colhidas exatamente no período certo e nas condições climáticas ideais, as frutas da estação são mais saborosas. Precisamos conhecer o comportamento das plantas, da sua melhor região de produção e época de plantio (luz, temperatura, fertilidade do solo, altitude, relevo, umidade) para conseguir extrair o melhor de cada alimento durante o seu uso nas preparações. O plantio na melhor época e região permite maior produção por área (produtividade), melhor qualidade, menor custo de produção, menor ocorrência de pragas e doenças e menor aplicação de insumos como defensivos, menor custo e melhor qualidade do produto para o consumidor. Por mais que a tecnologia consiga ajudá-las a crescer em épocas diferentes, o resultado jamais será o mesmo. Essa disponibilidade de um alimento em qualquer época do ano é o resultado de técnicas modernas de produção agrícola, envolvendo sementes modificadas, adubos, e até agrotóxicos – o que pode parecer positivo, mas não é. O ideal é escolher alimentos orgânicos e preferir por comprar alimentos da época. Que são frutas, legumes e verduras que a natureza produz sem a intervenção tecnológica mais intensa. Mas a grande diferença de usar alimentos sazonais para cozinhar está no reflexo que eles terão na saúde, pois quando respeitada sua sazonalidade, possuem mais disponibilidade de nutrientes, além de serem mais saborosos e bonitos, o que favorece um melhor resultado na apresentação de um prato. COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 14 - COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 15 - Tabela 1: Tabela de sazonalidade das frutas (CEAGESP, 2015) Fonte: http://www.ceagesp.gov.br/wp-content/uploads/2015/05/produtos_epoca.pdf COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 16 - Tabela 2: Tabela de sazonalidade dos legumes (CEAGESP, 2015) Fonte: http://www.ceagesp.gov.br/wp-content/uploads/2015/05/produtos_epoca.pdf Tabela 3: Tabela de sazonalidade das verduras (CEAGESP, 2015) Fonte: http://www.ceagesp.gov.br/wp-content/uploads/2015/05/produtos_epoca.pdf COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 17 - Gastronomia Sustentável O movimento da Gastronomia Sustentável tem como princípio modificar nossa conduta quanto aos modelos de negócios que praticamos e nos fazer repensar a forma de produzir e descartar alimentos, dando prioridade sempre a utilização de alimentos orgânicos, ingredientes regionais e uso de espécies fora do risco de extinção. Os impactos ambientais causados pelo consumo alimentar levaram grandes nomes da gastronomia a repensar a cadeia alimentar desde os fornecedores até o modo de preparo das refeições, tudo para aproveitar ao máximo as características nutricionais e de sabor dos alimentos sem agredir o meio ambiente. Na área da gastronomia, cada dia mais se amplia a adoção de práticas sustentáveis que propiciam mudanças na gestão operacional, logística, no ciclo produtivo, uso de energia, na origem dos produtos, nas safras e sazonalidade, na regionalidade das matérias primas, no desperdício, destino de resíduos, coleta seletiva e até na composição dos cardápios dos estabelecimentos. Veja abaixo alguns benefícios da Gastronomia Sustentável: • No desenvolvimento do projeto de um restaurante, buscam-se medidas sustentáveis tais como aproveitamento das águas da chuva, utilização de iluminação natural, espaço para compostagem, espaço para plantação de um jardim de ervas aromáticas, etc. Se o seu estabelecimento permitir, é sempre muito agradável oferecer algum preparo a partir de ingredientes cultivados no local. Mesmo em casas nas quais o espaço é reduzido, em ambientes mais urbanos, é possível manter pequenas hortas e vasos com temperos frescos. • Escolher fornecedores de produtos de origem orgânica certificados. A utilização de ingredientes orgânicos reduz os danos causados por insumos químicos (pesticidas e fertilizantes), que são responsáveis pelos danos agrícolas, ao solo e aos recursos hídricos e ainda prejudicam a saúde humana. O ‘Hortiescolha’ é o programa de apoio a tomada de decisão do serviço de alimentação na escolha, aquisição, controle de qualidade e utilização de frutas e hortaliças frescas. É um projeto de políticas públicas desenvolvido pelo Centro de Qualidade em Horticultura da CEAGESP em parceria com o Departamento de Agroindústria, Alimentos e Nutrição da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” - ESALQ/USP. No ‘Hortipedia’ cada fruta e hortaliça in natura é caracterizada através: do Guia de identificação do produto com fotoe nome científico, identifica a Sazonalidade, ou seja, a melhor época de aquisição de cada produto e variedade; o Padrão Mínimo de Qualidade, onde o usuário visualiza para cada produto os defeitos que não devem ser tolerados por inviabilizar o consumo do alimento ou por reduzir o rendimento e as Sugestões de Substituição, onde o usuário pode consultar os produtos que podem ser utilizados como substitutos sem grandes mudanças na forma de preparo e sem grandes prejuízos na composição final do cardápio, permitindo assim uma maior diversidade no cardápio. http://www.hortiescolha.com.br/hortipedia/ Está na Rede http://www.hortiescolha.com.br/hortipedia/ http://www.hortiescolha.com.br/hortipedia/ COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 18 - • Valorizar produtores locais. Além de diminuir as emissões de gases de efeito estufa derivados do transporte, dar preferência aos produtos regionais beneficia economicamente os produtores locais, gerando renda e melhorando a qualidade de vida de todos. A sustentabilidade começa na região na qual você opera. • Respeitar a sazonalidade e os ciclos na natureza. Em primeiro lugar, é preciso ser sustentável não apenas dentro de seu restaurante, mas observar o meio ambiente e aproveitar o melhor dele, sem causar danos. Todos sabem que frutas, legumes e verduras, ao menos em sua maioria, são colhidos ou apresentam maior produção em determinadas épocas do ano. Definir o cardápio de acordo com essas particularidades é uma excelente forma de manter a qualidade de seu produto, reduzir custos com insumos e agradar mais o cliente. Consulte as épocas para cada alimento que você utiliza em seu restaurante e monte cardápios fixos e rotativos com base na lista de compras que você idealizar. • Proteger espécies vegetais e animais em extinção. Evitar a utilização dessas espécies, dando preferência aos produtos certificados, reduz as possibilidades de extinção, incentiva a produção legalizada e evita doenças provenientes da exploração ilegal destes recursos. • Conservar a biodiversidade. • Promover a produção de alimentos mais saudáveis. • Estabelecer política clara de coleta seletiva, inclusive do descarte correto de óleo. • Economizar energia. • Aproveitar de forma integral os ingredientes, reduzindo ao máximo o desperdício e consequentemente a geração de lixo. Você já ouviu falar em Gastronomia Social? A Gastromotiva é cocriadora do Movimento da Gastronomia Social, fundada no Brasil em 2006, pelo chef e empreendedor social David Hertz. Uma iniciativa global que conecta pessoas, projetos, empresas, universidades, agências internacionais, governos e a sociedade civil em torno do poder transformador da comida. Fome, desperdício, falta de oportunidades, obesidade e má nutrição são desafios globais que demandam ações conjuntas. A partir da experiência acumulada em mais de uma década de trabalho e impacto social no Brasil, no México, na África do Sul e em El Salvador, a Gastromotiva segue transformando vidas nos locais em que atua e cada vez mais amplia sua visão e ação global de cooperação com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, da ONU. Acesse o site da gastromotiva: http://gastromotiva.org/ Está na Rede COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 19 - Querido(a) aluno(a) como já falamos nas aulas anteriores, a alimentação saudável é uma das ferramentas para se ter qualidade de vida. Por isso, é importante conhecer a qualidade dos alimentos que utilizamos em nossas preparações, sendo que essa qualidade está intimamente ligada ao sistema agrícola de produção dos alimentos e também de suas características de acordo com os processos produtivos. Dentre os diversos sistemas utilizados na produção de alimentos, podemos citar o convencional, orgânico, hidropônico e o transgênico. Falaremos também das definições para alimentos diet x light, alimento enriquecido, integral e alimento funcional. Classificação dos Alimentos 3aula COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 20 - Alimento Convencional É o alimento produzido por meio do sistema de produção convencional. Isso implica a utilização do solo, de insumos (agrotóxicos, fertilizantes) e tecnologias agrícolas (mecanização), além de geralmente utilizar grandes áreas agrícolas e prevalecer o regime de cultivo de apenas uma cultura (monocultivo), com ênfase na produtividade em larga escala. Essa prática leva à obtenção de alimentos mais “padronizados” quanto à peso, tamanho de fruto, coloração, textura do alimento, etc. Alimento Orgânico Os alimentos orgânicos são conhecidos como produtos isentos de fertilizantes químicos e agrotóxicos. São aqueles produzidos com o uso do solo química, física e biologicamente equilibrado, ou seja, um solo vivo, com boas condições para que a planta se desenvolva bem e produza um alimento sadio e sem resíduos tóxicos. A cultura e a comercialização dos produtos orgânicos no Brasil foram aprovadas pela Lei 10.831, de 23 de dezembro de 2003, do Ministério da Agricultura. Sua regulamentação, no entanto, ocorreu apenas em 27 de dezembro de 2007, com a publicação do Decreto nº 6.323. Portanto, de acordo com a legislação, considera-se sistema orgânico de produção agropecuária todo aquele em que se adotam técnicas específicas, mediante a otimização do uso dos recursos naturais e socioeconômicos disponíveis e o respeito à integridade cultural das comunidades rurais, tendo por objetivo a sustentabilidade econômica e ecológica, a maximização dos benefícios sociais, a minimização da dependência de energia não renovável, empregando, sempre que possível, métodos culturais, biológicos e mecânicos, em contraposição ao uso de materiais sintéticos, a eliminação do uso de organismos geneticamente modificados e radiações ionizantes, em qualquer fase do processo de produção, processamento, armazenamento, distribuição e comercialização, e a proteção do meio ambiente. Para um alimento ser certificado como orgânico, existem algumas maneiras: • Certificação por Auditoria – A concessão do selo SisOrg é feita por uma certificadora pública ou privada credenciada no Ministério da Agricultura. O organismo de avaliação da conformidade obedece a procedimentos e critérios reconhecidos internacionalmente, além dos requisitos técnicos estabelecidos pela legislação brasileira. • Sistema Participativo de Garantia – Organizar-se em grupo e cadastrar-se no MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) para realizar a venda direta sem certificação. Para estar legal, um SPG tem que possuir um Organismo Participativo de Avaliação da Conformidade (Opac) legalmente constituído, que responderá pela emissão do SisOrg. • Controle Social na Venda Direta – A legislação brasileira abriu uma exceção na obrigatoriedade de certificação dos produtos orgânicos para a agricultura familiar. Exige-se, porém, o credenciamento numa organização de controle social cadastrado em órgão fiscalizador oficial. Com isso, os agricultores familiares passam a fazer parte do Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos. COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 21 - A identificação na comercialização de um alimento orgânico se dá das seguintes formas: • Para vender em feiras livres, o produtor sem certificação deve apresentar um documento chamado Declaração de Cadastro, que demonstra que ele está cadastrado no Ministério da Agricultura e que faz parte de um grupo que se responsabiliza por ele. Neste caso, só o produtor, alguém de sua família ou de seu grupo pode estar na barraca, vendendo o produto. Essa Declaração deve ser mostrada sempre que o consumidor e a fiscalização pedirem. • Para vender em mercados, supermercados, lojas: os produtos devem estampar o selo federal do SisOrg em seus rótulos, sejam produtos nacionais ou estrangeiros. Se o produto for vendido a granel deve estar identificado corretamente, por meio de cartaz, etiqueta ou outro meio. • Os restaurantes, lanchonetes e hotéis que servem pratos orgânicos ou pratos com ingredientes orgânicos devem manter à disposição dos consumidoreslistas dos ingredientes orgânicos e dos fornecedores destes ingredientes. Figura 1: Selo federal SisOrg Fonte: agricultura. gov.br. De acordo com a Lei nº 10.831, de 23 de dezembro de 2003, no artigo 1º, a finalidade de um sistema de produção orgânico é: I. a oferta de produtos saudáveis isentos de contaminantes intencionais; II. a preservação da diversidade biológica dos ecossistemas naturais e a recomposição ou incremento da diversidade biológica dos ecossistemas modificados em que se insere o sistema de produção; III. incrementar a atividade biológica do solo; IV. promover um uso saudável do solo, da água e do ar; e reduzir ao mínimo todas as formas de contaminação desses elementos que possam resultar das práticas agrícolas; V. manter ou incrementar a fertilidade do solo a longo prazo; VI. a reciclagem de resíduos de origem orgânica, reduzindo ao mínimo o emprego de recursos não-renováveis; VII. basear-se em recursos renováveis e em sistemas agrícolas organizados localmente; COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 22 - VIII. incentivar a integração entre os diferentes segmentos da cadeia produtiva e de consumo de produtos orgânicos e a regionalização da produção e comércio desses produtos; IX. manipular os produtos agrícolas com base no uso de métodos de elaboração cuidadosos, como propósito de manter a integridade orgânica e as qualidades vitais do produto em todas as etapas. Alimento Transgênico O código genético é composto pelos genes presentes nas células e contém todas as informações necessárias para vida. A engenharia genética permite transferir um gene de um organismo para outro – este procedimento pode ser feito até mesmo entre organismos de espécies diferentes (plantas, animais e microrganismos). Os alimentos geneticamente modificados – ou alimentos transgênicos – são aqueles que tiveram, através de alguma técnica de engenharia genética, seu código genético alterado, isso é, tiveram introduzidos dentre os seus genes um novo gene. O Decreto nº 4.680, de 24 de abril de 2003, do Ministério da Agricultura, regulamenta o direito à informação quanto aos alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal que contenham ou sejam produzidos a partir de organismos geneticamente modificados. O decreto estabelece que na comercialização de alimentos e ingredientes alimentares destinados ao consumo humano ou animal que contenham ou sejam produzidos a partir de organismos geneticamente modificados, com presença acima do limite de um por cento do produto, o consumidor deverá ser informado da natureza transgênica desse produto. O rótulo desses produtos deve conter o símbolo (“T” preto sobre um triângulo amarelo) e uma das seguintes expressões: “(nome do produto) transgênico”, “contém (nome do ingrediente ou ingredientes) transgênico(s)” ou “produto produzido a partir de (nome do produto) transgênico”. Os transgênicos são considerados um assunto muito polêmico, ainda mais em relação à liberação comercial desses alimentos. No entanto, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização da ONU para Alimentação e Agricultura (FAO) afirmam não haver até hoje estudos que comprovem algum malefício causado pelos produtos transgênicos. Também não existe consenso na comunidade científica sobre a segurança dos transgênicos para a saúde humana e o meio ambiente. Figura 2: Símbolo Transgênico Fonte: Embalagem sustentavel. https://www.infoescola.com/saude/organizacao-mundial-de-saude-oms/ COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 23 - Alimento hidropônico Os alimentos hidropônicos são cultivados através da técnica que envolve produzir vegetais em água enriquecida com nutrientes no lugar da terra e com a utilização de adubos químicos de fácil solubilidade em água. Essa cultura é feita em ambientes fechados e sob condições controladas de temperatura e luz. As plantas são cultivadas dentro de tubos plásticos perfurados ou em recipientes com substrato e nutridas com a solução de água e adubos químicos. As raízes absorvem os nutrientes diretamente da solução que circula dentro dos tubos ou colocada no meio de cultivo do recipiente utilizado. Algumas vantagens desse tipo de produção são: • Redução de risco de perda da produção devido as adversidades climáticas, • Crescimento mais rápido, • Maior produtividade, • Diminuição significativa na ação de pragas e insetos; • Menor uso de defensivos agrícolas; • Uso de espaço reduzido para o cultivo; • Os vegetais são colhidos mais limpos. No Brasil, atualmente a alface é a espécie mais cultivada, mas também pode-se plantar couve, rúcula, brócolis, berinjela, tomate, arroz, morango, feijão-vagem, salsa, repolho, agrião, trigo, pepino, pimentão, entre outras. Alimento Diet Os alimentos diet são regulamentados pela Portaria SVS/MS., nº 29, de 13 de janeiro de 1998, que aprova o regulamento técnico para fixação da identidade e qualidade de alimentos para fins especiais. Os alimentos diet são aqueles formulados para atender às necessidades dietoterápicas de um grupo específico de pessoas com exigências físicas, metabólicas, fisiológicas e/ou patológicas particulares. São utilizados normalmente em dietas de restrição de nutrientes, possuindo total ausência de um nutriente. Pode ser retirado açúcar (sacarose), proteína, gordura ou sódio, bem diferente do que a maioria das pessoas entendem, que o produto diet é somente destinado aos diabéticos. Dentre os termos que podem ser usados no lugar de “diet”, estão: livre de, isento de, não contém, zero, sem adição. Os exemplos mais conhecidos de produtos diet são os doces, que não possuem açúcar, mas outro exemplo é do leite sem adição de lactose (produto diet em lactose). COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 24 - Alimento Light Os alimentos light são regulamentados pela Portaria nº 27, de 13 de janeiro de 1998, do Ministério da Saúde, que aprova o regulamento técnico referente à Informação Nutricional Complementar (declarações relacionadas ao conteúdo de nutrientes). O alimento light deve ter redução de 25% de qualquer de seus atributos em relação ao produto original, como calorias, açúcar, sal, gordura, carboidrato e colesterol, entre outros. Os produtos classificados pelos fabricantes com o termo light (ou leve, baixo, reduzido) deverão apresentar menores valores energéticos ou redução de alguns dos seus nutrientes ou ingredientes quando comparados aos alimentos similares do mesmo fabricante ou de mesma categoria no mercado. Alguns produtos que encontramos no mercado nessa categoria são: refrescos em pó light, refrigerantes light, maionese light e sal light, entre outros. Alimentos Enriquecidos Os alimentos enriquecidos são regulamentados pela Portaria nº 31, de 13 de janeiro de 1998, do Ministério da Saúde, que aprova o regulamento técnico para fixação de identidade e qualidade de alimentos adicionados de nutrientes essenciais. Alimento fortificado/enriquecido ou simplesmente adicionado de nutrientes é todo alimento ao qual for adicionado um ou mais nutrientes essenciais contidos naturalmente ou não no alimento, com o objetivo de reforçar o seu valor nutritivo e ou prevenir ou corrigir deficiência(s) demonstrada(s) em um ou mais nutrientes, na alimentação da população ou em grupos específicos da mesma. Os nutrientes adicionados podem ser minerais, vitaminas e/ou aminoácidos. Alimento Integral O alimento integral é aquele que durante seu beneficiamento e/ou processamento não passou pela etapa de refino. Refino é a etapa no processamento industrial que promove a retirada de algumas partes do grão como película e germe, com essa retirada acabam perdendo fibras, vitaminas e minerais. No alimento integral não há essa retirada, ou seja, o grão permanece íntegro, sem perdas em sua estrutura e assim preservando seus nutrientes, como quando é colhido na natureza. Assim, os integrais proporcionam uma maior saciedade quando ingeridos. COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 25 - Alimento Funcional O termo alimento funcional foi primeiramenteintroduzido no Japão em meados dos anos de 1980. O termo se referia à incorporação de determinados ingredientes bioativos que o alimento contém em pequenas quantidades ou não contém naturalmente. Posteriormente, esses alimentos foram definidos como “Alimentos para uso específico de saúde” (Food for Specified Health Use – FOSHU). O principal objetivo era reduzir os gastos com a saúde pública e conter o avanço de doenças crônico-degenerativas da população. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária através da Resolução nº 18, de 30 de abril de 1999 estabelece as Diretrizes básicas para análise e comprovação de propriedades funcionais e ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos. Portanto, a ANVISA não define o que é alimento funcional, mas sim duas categorias nas quais os alimentos com esse fim podem se encaixar: • Alegação de propriedade funcional: é aquela relativa ao papel metabólico ou fisiológico que o nutriente ou não nutriente tem no crescimento, desenvolvimento, manutenção e outras funções normais do organismo humano • Alegação de propriedade de saúde: é aquela que afirma, sugere ou implica a existência de relação entre o alimento ou ingrediente com doença ou condição relacionada à saúde. Vale ressaltar que o alimento ou ingrediente que alegar propriedades funcionais ou de saúde pode, além de funções nutricionais básicas, quando se tratar de nutriente, produzir efeitos metabólicos e ou fisiológicos e ou efeitos benéficos à saúde, devendo ser seguro para consumo sem supervisão médica. As alegações podem fazer referências à manutenção geral da saúde, ao papel fisiológico dos nutrientes e não nutrientes e à redução de risco a doenças, não sendo permitidas alegações de saúde que façam referência à cura ou prevenção de doenças. Os benefícios nutricionais dos alimentos, bem como dos ingredientes funcionais, devem fundamentar-se em uma base sólida científica. Na tabela a seguir, do Ministério da Saúde (2009), podemos visualizar os compostos funcionais, suas ações e em quais alimentos são encontrados. COMPOSTO AÇÃO ALIMENTOS ONDE É ENCONTRADO Isoflavonas Ação estrogênica (reduz sintomas da menopausa) e anticâncer Soja e derivados Proteínas de soja Redução dos níveis de colesterol Soja e derivados Ácidos graxos ômega-3 Redução do LDL - colesterol; ação anti-inflamatória; é indispensável para o desenvolvimento do cérebro e da retina de recém-nascidos Peixes marinhos como sardinha, salmão, atum, anchova, arenque, etc. Ácido a-linolênico Estimula o sistema imunológico e tem ação anti-inflamatória Óleos de linhaça, colza, soja; nozes e amêndoas COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 26 - Catequinas Reduzem a incidência de certos tipos de câncer, reduzem o colesterol e estimulam o sistema imunológico Chá verde, cerejas, amoras, framboesas, mirtilo, uva roxa, vinho tinto Licopeno Antioxidante, reduz níveis de colesterol e o risco de certos tipos de câncer, como de próstata Tomate e derivados, goiaba vermelha, pimentão vermelho, melancia Luteína e Zeaxantina Antioxidantes; protegem contra degeneração macular Folhas verdes (luteína). Pequi e milho (zeaxantina) Indóis e Isotiocianatos Indutores de enzimas protetoras contra o câncer, principalmente de mama Couve flor, repolho, brócolis, couve de bruxelas, rabanete, mostarda Flavonóides Atividade anticâncer, vasodilatadora, anti-inflamatória e antioxidante Soja, frutas cítricas, tomate, pimentão, alcachofra, cereja Fibras solúveis e insolúveis Reduz risco de câncer de cólon, melhora o funcionamento intestinal. As solúveis podem ajudar no controle da glicemia e no tratamento da obesidade, pois dão maior saciedade. Cereais integrais como aveia, centeio, cevada, farelo de trigo, etc; leguminosas como soja, feijão, ervilha, etc.; hortaliças com talos e frutas com casca Prebióticos - frutooligossacarídeos, inulina Ativam a microflora intestinal, favorecendo o bom funcionamento do intestino Extraídos de vegetais como raiz de chicória e batata yacon Sulfetos alílicos (alilsulfetos) Reduzem colesterol, pressão sanguínea, melhoram o sistema imunológico e reduzem risco de câncer gástrico Alho e cebola Lignanas Inibição de tumores hormônio-dependentes Linhaça, noz moscada Tanino Antioxidante, antisséptico, vasoconstritor Maçã, sorgo, manjericão, manjerona, sálvia, uva, caju, soja Estanóis e esteróis vegetais Reduzem risco de doenças cardiovasculares Extraídos de óleos vegetais como soja e de madeiras Probióticos - Bífidobacterias e Lactobacilos Favorecem as funções gastrointestinais, reduzindo o risco de constipação e câncer de cólon Leites fermentados, iogurtes e outros produtos lácteos fermentados Tabela 01: Principais compostos funcionais investigados pela ciência Fonte: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/dicas/220_alimentos_funcionais.html COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 27 - Querido(a) aluno(a), nesta aula vamos estudar as frutas, um importante alimento natural que pode ser utilizada em várias preparações desde entradas e acompanhamentos em pratos principais a uma deliciosa sobremesa. Mas para utilizá-las, precisamos conhecer suas características e assim criar novos pratos. Para começar, vamos definir o que trataremos como frutas: tanto fruto quanto fruta são termos corretos, porém, de acordo com o Dicionário Aurélio, “fruto” é um termo botânico que designa um órgão gerado por vegetais que produzem flor a partir da fecundação e desenvolvimento do ovário. Quanto à fruta, aparece como designação comum aos frutos e pseudofrutos (falsos frutos não originários do ovário da planta – caju e abacaxi, entre outros). Frutas 4aula COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 28 - As frutas são alimentos que colaboram para nossa saúde e disposição e para o bom funcionamento do nosso corpo. São fontes de nutrientes essenciais ao organismo, que ajudam a tratar e prevenir várias doenças. Elas são fontes de vitaminas, sais minerais, fibras e água. Para se ter uma alimentação adequada e saudável, é importante consumir frutas variadas diariamente, e o Brasil produz uma diversidade enorme de frutas durante o ano, o que facilita nosso consumo e diferentes preparos (Ministério da Saúde, 2016). Conforme Ornelas (2006), as frutas podem ser classificadas de acordo com suas características, como veremos a seguir: • Extra: Fruta de elevada qualidade, sem defeitos, bem desenvolvida e madura. Apresenta tamanho, cor e forma uniforme. Seus pedúnculos e as polpas devem estar intactos, e a casca, sem manchas e imperfeições. • De primeira: Fruta de boa qualidade, sem muitos defeitos na cor e no desenvolvimento. Apresenta tamanho, cor e forma uniformes e no máximo são toleradas pequenas imperfeições. Deve estar bem desenvolvida e madura, pode apresentar pequenas manchas na casca, desde que não prejudiquem a sua aparência geral. A polpa deve estar intacta e firme e o pedúnculo pode estar ligeiramente danificado. • De segunda: Fruta de boa qualidade, pode apresentar ligeiros defeitos na cor, no desenvolvimento e na forma, o que não deve prejudicar as características e a aparência da fruta. A casca não pode estar danificada, porém, pequenos defeitos ou manchas são tolerados. A polpa deve estar intacta. São permitidas rachaduras nas frutas, desde que estejam cicatrizadas. • De terceira: Esta classe, destinada para fins industriais, é constituída por frutas que não foram incluídas nas classes anteriores, mas que preservam as suas características. Não se exige uniformidade de tamanho, cor, grau de maturação e formato. São aceitas frutas com rachaduras cicatrizadas, pequenos defeitos e manchas na casca. Agora vamos conhecer um pouco sobre as características nutricionais, como escolher no momento da compra e dicas de como armazenar algumas frutas de acordo com o livro Na cozinha com as frutas, legumes e verduras, do Ministério da Saúde (2016): https://www.conquistesuavida.com.br/noticia/praticidade-na-sua-bolsa-conheca-os-alimentos-industrializados-do-bem_a737/1COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 29 - Abacate CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: É ótima fonte de gordura monoinsaturada, contribuindo para a manutenção dos níveis adequados de colesterol (bom) sanguíneo. Contém sódio, potássio, vitaminas A, do complexo B e C. É boa fonte de energia para o organismo. Auxilia na formação de ossos e dentes e alivia o cansaço mental. COMO COMPRAR: Prefira abacates mais firmes, mas evite apertar a fruta para testar sua qualidade, pois pode danificá-la. COMO ARMAZENAR: O abacate maduro deve ser conservado na geladeira e dura de 4 a 7 dias. Depois de cortado, deve ser consumido rapidamente. Abacaxi CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: É rico em vitaminas A, do complexo B e vitamina C. Contém cálcio, potássio, sódio, ferro, fósforo e um pouco de zinco. É importante no desenvolvimento dos ossos e dentes, além de facilitar a digestão dos alimentos. COMO COMPRAR: Os abacaxis só são colhidos quando maduros. Ao comprar a fruta inteira, nem a casca e sua cor ou o tamanho da fruta é indicação de maturação. Para obter o melhor sabor, escolha frutas com aroma doce e estrutura sólida e firme, com uma coroa de folhas fortes e brilhantes. Uma coroa de folhas, compacta e pequena, em relação ao tamanho do fruto, indica que está bem desenvolvido. Para escolher um abacaxi maduro puxe as folhas para verificar se soltam facilmente. COMO ARMAZENAR: Quando maduro, consuma o quanto antes. Mantenha na geladeira descascado, fatiado ou em cubos, em recipiente fechado ou em filme de plástico transparente por 3 dias. Também pode ser congelado. COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 30 - Acerola CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: É rica em vitamina C. Possui também vitamina A, potássio e fósforo. Auxilia na cicatrização, evita hemorragias e protege gengivas e dentes. Possui importante função para a saúde da pele, ossos e tecidos nervosos. Previne gripes e resfriados. COMO COMPRAR: Deve estar madura, avermelhada, firme e sem estar danificada por insetos. A acerola é uma fruta altamente perecível. COMO ARMAZENAR: Mantenha a acerola no congelador depois de lavar e secar cada fruta. Assim, conservará por até 12 meses. Se for feito o suco com a fruta, deve ser consumido logo depois do preparo. Banana CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: É rica em carboidratos e potássio. Contém vitamina A, vitaminas do complexo B, vitamina C, cálcio, fósforo, zinco e sódio. Auxilia a regularizar o sistema nervoso e o aparelho digestivo. Confere resistência aos vasos sanguíneos e evita câimbras. Recomendada às crianças e aos que sofrem de distúrbios digestivos por auxiliar no tratamento de diarreia. COMO COMPRAR: As manchas marrons indicam que estão macias e quando estão inteiramente escuras, estão maduras demais para comer, mas podem ser cozidas para o preparo de bolos, tortas e doces. COMO ARMAZENAR: Deixe amadurecer em temperatura ambiente. Não leve à geladeira ou ao congelador. Mantenha- as em lugar fresco por uma semana. Goiaba CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: É excelente fonte de vitamina C. Contém boa quantidade de vitamina A e do complexo B; cálcio, fósforo, sódio, potássio e ferro. É importante no tratamento de infecções e hemorragias. Auxilia no fortalecimento de ossos e dentes. Boa para a visão, pele e as mucosas. COMO COMPRAR: Escolha as goiabas com tamanho uniforme, que estejam maduras e firmes, sem sinais de machucados. COMO ARMAZENAR: Conservar na geladeira por 2 a 4 dias COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 31 - Jabuticaba CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: Contém vitaminas do complexo B e vitamina C. Contribui na prevenção problemas de pele e reumatismo. É essencial ao crescimento e auxilia no bom funcionamento do sistema nervoso. COMO COMPRAR: Dê preferência às jabuticabas graúdas, sem rachaduras ou picadas de insetos. COMO ARMAZENAR: Guarde em saco plástico na gaveta inferior da geladeira. Conservar por 2 a 3 dias. Laranja CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: É rica em vitamina C. Contém cálcio, fósforo, sódio e potássio. Favorece a digestão e contribui na formação de ossos e dentes. Reforça as defesas do organismo. O bagaço da laranja auxilia para o bom funcionamento intestinal. COMO COMPRAR: Escolha as frutas com casca brilhante, lisa e polida. A fruta deve parecer pesada para seu tamanho e ter aroma agradável. Evite laranjas secas, mofadas ou com marcas marrons. COMO ARMAZENAR: Conservar na geladeira por 2 semanas e usar antes que a casca murche. Pode-se congelar pedaços e fatias descascadas. Maçã CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: Contém vitaminas do complexo B, fósforo e potássio. Indicada contra a azia. É recomendada para problemas do intestino, da pele e do sistema nervoso. A casca pode ser usada como chá diurético. COMO COMPRAR: Escolha frutas sem machucados, com casca firme e sem rugas. COMO ARMAZENAR: As maçãs podem ser guardadas em sacos plásticos na geladeira por várias semanas. COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 32 - Mamão CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: Rico em cálcio, fósforo, ferro, sódio, potássio e vitaminas A, C e do complexo B. Bom para a visão e auxilia no bom funcionamento intestinal. Contribui para a resistência às infecções. COMO COMPRAR: Escolha uma fruta pesada, de casca lisa e sem nenhum furo ou rachadura. COMO ARMAZENAR: Guardar a fruta levemente verde em temperatura ambiente, até amolecer e ficar amarela. Se madura, armazene num saco de papel fechado na geladeira. Manga CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: É excelente fonte de vitaminas A e C, além de bras. Possui vitaminas do complexo B, cálcio, fósforo, potássio e sódio. É ótima para a visão e auxilia no funcionamento intestinal. COMO COMPRAR: A cor não é indicação da maturação. Escolha as frutas que cedam um pouco quando pressionadas delicadamente e que tenham um aroma perfumado próximo à haste. Evite as frutas murchas, machucadas ou manchadas. COMO ARMAZENAR: Se estiver verde, amadurecer em local aquecido ou num saco de papel. Depois de madura, armazene na geladeira, mas prove e consuma assim que possível. Congele em fatias ou em calda. Elas também podem ser amassadas como purê e congeladas. Maracujá CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: É rico em vitaminas do complexo B e C. Contém também ferro, cálcio, potássio e fósforo. Auxilia no bom funcionamento do sistema nervoso. Confere resistência aos vasos sanguíneos e combate os radicais livres, que promovem o envelhecimento. COMO COMPRAR: Escolha os de casca brilhante, lisa, firme, sem rachaduras ou manchas. COMO ARMAZENAR: Na geladeira, o maracujá maduro se conserva por 2 semanas. Quando verde, deve ser guardado em lugar seco e fresco até amadurecer. COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 33 - Melancia CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: Possui vitaminas A, do complexo B e C. Contém ainda cálcio, fósforo, potássio e sódio. Auxilia no bom funcionamento dos rins, intestino e estômago. É um suave calmante. COMO COMPRAR: As melancias devem ser firmes, com cores uniformes e pesadas. Devem ressoar quando se bate levemente nelas. O lado em que a fruta ficou apoiada no chão deve ser amarelado, não branco ou verde. COMO ARMAZENAR: Embrulhe as fatias com um filme plástico transparente e leve à geladeira por 2 dias. Melancias inteiras podem ser armazenadas em local fresco por 2 semanas. Melão CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: É uma boa fonte de vitaminas A, B e C. Contém cálcio, fósforo, sódio e potássio. Protege a visão e auxilia na cicatrização dos ferimentos. Contribui na formação dos ossos, dentes e sangue. COMO COMPRAR: Aperte a extremidade oposta ao talo, se o melão estiver maduro, deve ceder prontamente. Deve também ser pesado e soltar aroma agradável pela casca. Se estiver muito aromático, pode estar maduro demais. A casca deve ser grossa e sem manchas. COMO ARMAZENAR: Se precisar amadurecer mais, mantenha-o em temperatura ambiente. Os melões maduros devem ficar em local fresco e arejado, mas podem ser mantidos na geladeira, em filme plástico transparente, por 1 semana. Congele-os após cortados em bolas ou cubos ou em calda.COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 34 - Mexerica/Tangerina CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: É fonte de vitamina C. Possui vitaminas A e do complexo B, cálcio, potássio, sódio, fósforo, ferro e magnésio. Reforça as defesas do organismo. Atua beneficamente auxiliando na manutenção de músculos e sistema nervoso. O seu bagaço auxilia no bom funcionamento intestinal. COMO COMPRAR: Devem ser pesadas, firmes e perfumadas. A casca deve ser lisa e sem defeitos, marcas e pontos moles. A coloração esverdeada não significa necessariamente que a fruta não esteja madura. COMO ARMAZENAR: Todas as frutas cítricas amadurecem na árvore e não continuam a amadurecer depois de colhidas. Mantenha por alguns dias em temperatura ambiente ou armazene durante 2 semanas descobertas na geladeira. Tanto o suco como os gomos podem ser congelados. Uva CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: Contém vitaminas A, do complexo B e C, sódio, potássio, cálcio, fósforo. É um laxante suave e estimula as funções do coração. COMO COMPRAR: As uvas brancas devem ter tom de âmbar (marrom bem claro); as frutas verdes de brilho uniforme são ácidas. As variedades pretas não devem mostrar nenhum sinal de verde. Evite uvas murchas e com manchas marrons. COMO ARMAZENAR: As uvas machucam facilmente, por isso, armazene os cachos com cuidado sobre várias camadas de papel toalha ou num saco de papel na geladeira por 5 dias. Podem ser congeladas em calda. Sobre o amadurecimento dos frutos, existem as frutas climatéricas e as não climatéricas. Frutos climatéricos são aqueles cujo amadurecimento é acompanhado por um distinto aumento na atividade respiratória mesmo depois de colhidas o que faz com que continuem o processo de amadurecimento. Esse tipo de fruta pode ser colhido ainda um pouco verde ou como conhecemos popularmente como fruta “de vez”. São exemplos de frutos climatéricos o abacate, a banana, a manga, o mamão, a pera e o maracujá. Já os frutos não climatéricos não apresentam elevação na respiração após serem colhidos. Portanto, a respiração desses frutos geralmente apresenta decréscimo gradual durante o amadurecimento. Ou seja, eles só podem ser colhidos quando reúnem características adequadas ao consumo. São exemplos de frutos não-climatéricos o limão, a laranja, o morango e o figo. Fonte: Bron & Jacomino (2007). Anote Isso COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 35 - No Brasil, hortaliças são popularmente denominadas de “verduras e legumes”. É também o nome genérico das plantas cultivadas em hortas e reservadas para uso culinário. Conforme Ornellas (2006), a classificação de acordo com a genética, compreende as partes comestíveis da planta: as raízes tuberosas, tubérculos, caules, folhas, flores, frutos e sementes. São vulgarmente conhecidas por verduras (parte comestível de cor verde), legumes (frutas e sementes), tubérculos e raízes (parte subterrânea das espécies) e bulbos e talos, sendo que várias partes das plantas são utilizadas como alimento. Ainda de acordo com a autora, a classificação botânica dessas partes de vegetais tem a vantagem de indicar características de estrutura e composição química que determinam a forma de preparação a ser escolhida, pois diferentes partes das plantas têm teores diferentes de água, proteínas, vitaminas, minerais e carboidratos. São elas: Hortaliças 5aula COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 36 - • Folhas: acelga, agrião, alface, almeirão, bertalha, cheiro verde, chicória, couve, couve- de-Bruxelas, couve chinesa, endívia, espinafre, mostarda, repolho, rúcula e taioba. • Sementes: ervilha, vagem, feijão verde e milho verde. • Tubérculos e raízes: beterraba, cenoura, nabo, rabanete, aipim, batata, cará e inhame. • Bulbos: alho-poró, alho e cebola. • Flores: alcachofra, brócolis, couve-flor e flor de abóbora. • Frutos: abóbora, abobrinha, berinjela, chuchu, ervilha, feijão-vagem, jiló, maxixe, milho, pepino, pimentão e quiabo. • Caules: acelga, aipo, aspargo e ruibarbo. A definição para hortaliça é: nome genérico das plantas herbáceas comestíveis de que se aproveita a raiz, o caule, a folha ou o fruto (exceção feita dos legumes) (Aurélio, 2010). Anote Isso Distinguir entre folhas, flores, sementes e frutos é mais fácil, pois são partes bem definidas das plantas, porém, vale ressaltar a diferença entre raízes, tubérculos e bulbos – veja a figura a seguir: Figura 1 – Raiz, tubérculo e bulbo. Fonte: Nova escola. O que essas partes têm em comum é que todas crescem debaixo da terra e possuem algum órgão de reserva que se desenvolve e dá origem a saborosos alimentos. A principal distinção é que o tal órgão aumenta de tamanho em lugares diferentes em cada um desses grupos. • Raiz tuberosa: apresenta uma raiz principal muito mais desenvolvida. • Tubérculos: o órgão de reserva cresce em saliências do caule e em geral apresenta forma oval. • Rizomas como o gengibre, originam-se de ramificações mais horizontais. • Bulbo: estrutura subterrânea formadas por folhas modificadas, chamadas catáfilos e caule. COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 37 - CONFUSÃO EMBAIXO DA TERRA Nomes populares misturam quatro grupos de vegetais, todos eles energéticos e nutritivos BATATA (tubérculo) Nativa dos Andes, onde é cultivada há 8 mil anos, a batata é o quarto alimento mais consumido no mundo. No Brasil, seis variedades da espécie Solanum tuberosum dão origem à batata-inglesa e à batatinha aperitivo. A diferença acontece na hora da colheita: os tubérculos que cresceram pouco são vendidos como batatinha. Os maiores, como batata-inglesa CARÁ (tubérculo) No Norte e Nordeste, as espécies do gênero Dioscorea são conhecidas como inhame, mas no resto do país recebem o nome de cará (o inhame dessas áreas é o gênero Colocasia, também conhecido como taro). Bom substituto para a batata e fonte de vitamina B, o cará é usado em sopas e cozidos GENGIBRE (rizoma) Por ter sabor picante, o gengibre é usado em pequenas quantidades em tortas, pães, sorvetes, doces e na culinária oriental. Contém boas quantidades de niacina, uma vitamina do complexo B que colabora com a pele e ajuda no funcionamento da digestão e do sistema nervoso RABANETE (raiz) Esse vegetal é geralmente consumido cru em saladas ou preparado como picles. Possui vitamina C, que aumenta a resistência do organismo a infecções e previne o escorbuto, doença que se caracteriza por hemorragias. Além de tudo, é pouco calórico: 100 gramas do produto contêm apenas 23 calorias BATATA-DOCE (raiz) Ao contrário de sua “prima salgada”, a batata-doce é uma raiz, não um tubérculo. Levemente doce e consumida em festas juninas, ela pode ter polpa branca, creme ou amarelada. Esse último tipo é rico em betacaroteno, substância importante no combate à desnutrição CENOURA (raiz) Essa hortaliça começou a ser cultivada na Europa e na Ásia há mais de 2 mil anos. Bem adaptada aos climas frios, a cenoura cresce principalmente nos estados do Sul do país. Sua importância é a riqueza em vitamina A (que protege dentes, unhas, cabelos e pele) e sais minerais (que ajudam a combater o envelhecimento) MANDIOCA (raiz) Essa planta de origem brasileira já era cultivada pelos índios quando os portugueses chegaram em 1500. Por ser muito energética (100 gramas de mandioca têm 149 calorias), é considerada um alimento estratégico contra a fome. A mandioquinha, também chamada de batata-baroa, é uma raiz saborosa e rica em carboidratos CEBOLA (bulbo) Cultivada desde a Antiguidade na Ásia Central, a cebola é terceira hortaliça mais plantada no Brasil, atrás apenas do tomate (1º) e da batata (2º). É um vegetal rico em minerais, especialmente fósforo, ferro e cálcio, além de possuir quantidades razoáveis de vitaminas do complexo B Fonte: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-a-diferenca-entre-raiz-tuberculo-e-bulbo/ (2011) Está na Rede https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-a-diferenca-entre-raiz-tuberculo-e-bulbo/ COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 38 - Assim como as frutas, as hortaliças são fontes de vitaminas, aminoácidos, gorduraboa, carboidratos, sais minerais, ácidos graxos, proteínas, fibras e água, que cuidam da manutenção do organismo e reduzem o risco de desenvolvimento de diversas doenças, como obesidade, pressão alta, gripe, anemia, diabetes, entre tantas outras. As hortaliças são alimentos muito saborosos que podem ser preparados em uma infinidade de pratos para agradar a todos os paladares. Para extrairmos o melhor de cada hortaliça, é preciso atenção na hora da compra, do armazenamento e do preparo. Ao escolher uma hortaliça no mercado, o consumidor geralmente só avalia a aparência do produto. Porém, cada hortaliça tem uma cor, tamanho e formato característicos e a aparência é uma das maneiras de se avaliar a qualidade das hortaliças. Mas antes disso, vale lembrar que uma hortaliça de boa qualidade apresenta: • Sabor, aroma e textura agradáveis - esses atributos compõem a qualidade sensorial; • Teores adequados de vitaminas, sais minerais e fibras - esses atributos compõem a qualidade nutricional; • Ausência de microrganismos causadores de doenças - essa é a qualidade microbiológica. Precisamos aprender a diferenciar uma hortaliça “feia” de uma danificada. • Hortaliça feia: podemos consumir. A feiura que não importa, pois só afeta a aparência da hortaliça. São tamanhos e formatos diferentes do ‘‘padrão’’, lesões superficiais e amadurecimento irregular. O produto é feio, mas continua saboroso e nutritivo. • Hortaliça danificada: devemos evitar o consumo, pois o dano acontece em um nível que afeta a qualidade sensorial, nutricional e/ou microbiológica. É a aparência prejudicada pela falta de cuidados tais como ter sido exposta ao sol por longo tempo após a colheita, sofrido lesões, exposta a condições de baixa umidade e alta temperatura ou colheita fora do ponto. Esse produto feio é menos saboroso e menos nutritivo quando comparado ao produto sem este tipo de dano. O que essas partes têm em comum é que todas crescem debaixo da terra e possuem algum órgão de reserva que se desenvolve e dá origem a saborosos alimentos. O que temos que exigir, como consumidores, é a redução das hortaliças danificadas pela falta de cuidado e pela falta de higiene. Assim teremos menor perda de alimentos e maior qualidade da alimentação da população brasileira. Hortaliça não é só salada O “HORTALIÇA NÃO É SÓ SALADA” é um programa da Embrapa Hortaliças que apresenta o maravilhoso mundo das hortaliças, com sugestões e dicas de como incluir esses alimentos na sua dieta e de como prepará- los de forma saudável e saborosa. Dentro desse programa, encontramos a descrição de como comprar, conservar e consumir as 50 hortaliças mais consumidas no Brasil. Disponível: https://www.embrapa.br/hortalica-nao-e-so-salada/50-hortalicas7 Está na Rede https://www.embrapa.br/hortalica-nao-e-so-salada/50-hortalicas7 COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 39 - Agora vamos conhecer um pouco sobre as características nutricionais, como escolher no momento da compra e dicas de como armazenar algumas hortaliças de acordo com o livro Na cozinha com as frutas, legumes e verduras, do Ministério da Saúde (2016): Abóbora ou Moranga CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: É ótima fonte de vitamina A. Contém carboidratos, vitaminas do complexo B e fibras. Possui ainda ferro, cálcio e fósforo. É indispensável à visão. Conserva a saúde da pele e das mucosas. Auxilia o crescimento e participa da formação de ossos e dentes. Há diferentes tipos de abóbora, como: abóbora de pescoço, moranga e japonesa. COMO COMPRAR: Não compre abóbora com cascas sujas ou manchadas, nem as que apresentam polpa amolecida ou mofada. COMO ARMAZENAR: Quando verde, a abóbora deve ser guardada em lugar fresco e arejado. Madura e inteira é melhor colocar na geladeira, onde se conserva por três semanas; se partida, conserva-se por uma semana. Abobrinha CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: Contém carboidratos, cálcio, fósforo, ferro e fibras. Ajuda na formação dos ossos e dentes. Evita o cansaço mental. Favorece a visão e a pele. Auxilia no bom funcionamento intestinal. Também há tipos distintos de abobrinha como a italiana e a menina brasileira. COMO COMPRAR: Escolha abobrinhas novas e pequenas, de 15-20 cm de comprimento, pois contêm menos água. Dê preferência às bem firmes, de cor verde-brilhante ou amarelada (conforme o tipo), preferencialmente sem rachaduras ou picadas de insetos. COMO ARMAZENAR: Conservar em saco plástico transparente, na parte inferior da geladeira, por 5 a 7 dias. COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 40 - Alface CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: É boa fonte de vitaminas A e do Complexo B. Possui ainda cálcio, ferro, fósforo, vitamina C e fibras. Favorece o funcionamento intestinal. Atua na formação de ossos e dentes. Auxilia a boa visão. Combate ao estresse e a insônia. Existem diferentes tipos de alface tais como americana, mimosa vermelha, crespa, lisa, de pomo, roxa e romana. COMO COMPRAR: Antes de comprar, verifique o “talo”. Nos pés de alface compridos, o talo não pode estar murcho e nem muito mole. As folhas devem estar limpas, brilhantes e firmes, porém, não muito grandes. COMO ARMAZENAR: Envolva o pé de alface em papel- toalha úmido e mantenha em um saco plástico na gaveta de legumes da geladeira por 5 dias. Guarde folhas soltas em uma vasilha coberta com papel-toalha úmido, vedada com filme transparente de plástico. O pé dura mais que as folhas soltas. Almeirão CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: É fonte de vitaminas A, Complexo B, fibras, cálcio, fósforo e ferro. Atua na formação dos ossos, dentes e sangue. Alivia o cansaço e auxiliar no crescimento. É bom para manter saudável a pele, visão e mucosas. COMO COMPRAR: Prefira as de folhas verdes, firmes e limpas. COMO ARMAZENAR: Conservar em geladeira, protegido em saco plástico transparente, por 5 a 7 dias. Beterraba CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: contém vitaminas do Complexo B e C, cálcio, fósforo. A vitamina C é melhor aproveitada, quando consumida crua. O suco da beterraba é tônico, refrescante e diurético, com ligeiro efeito laxante. COMO COMPRAR: a casca deve ser lisa, firme e sem rachaduras. Escolha a beterraba de cor concentrada e tamanho médio. COMO ARMAZENAR: conservar em saco de plástico na gaveta de legumes da geladeira. Retire as folhas antes de guardá-las. COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 41 - Cenoura CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: é excelente fonte de vitamina A, além de ser rica em vitaminas do Complexo B, vitamina C, fósforo, cálcio, potássio e sódio. Contribui para o bom funcionamento da visão, da pele, das mucosas e dos cabelos. Ajuda na formação de ossos e dentes. Auxilia na regulação do sistema nervoso e do aparelho digestivo. COMO COMPRAR: se comprada com as folhas, verifique se têm boa aparência e cor viva. Se estiver sem as folhas, não deve apresentar mofo no corte. A cenoura deve ser bem firme e de cor alaranjado-vivo. Evite as que têm radículas (primeiras raízes da planta) finas e brancas. COMO ARMAZENAR: pode ficar de duas a três semanas num saco plástico na gaveta de legumes da geladeira, mas perde o aroma e o sabor fresco com o passar dos dias. Retire as folhas antes de guardar. Chuchu CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: contém vitaminas do complexo B, vitamina C e sais minerais como sódio, potássio, cálcio, fósforo e ferro. Contribui para a saúde da pele e promove o crescimento. Ajuda na formação dos ossos, dentes e sangue. Estimula o apetite. COMO COMPRAR: são melhores os chuchus pequenos, firmes e pesados, sem cortes, depressões nem áreas moles ou manchadas. COMO ARMAZENAR: colocar em sacos plásticos bem vedados na gaveta de legumes da geladeira, pois duram vários dias. Em boas condições, conserva-se na geladeira por 5 a 7 dias. Couve CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: rica em ferro, cálcio, fósforo e fibras. Boa fonte de vitaminas A, C e do complexo B. Ajuda a prevenir e tratar a anemia. Auxilia na formação de ossos e dentes. Recomendada nos casos de constipação intestinal (intestino preso). COMO COMPRAR: escolheras folhas compactas, pequenas e bem frescas, sem partes amarelas ou escuras, que não estejam murchas. Veja se os talos estão úmidos e com aparência de recém-cortados. COMO ARMAZENAR: acondicionar em um saco plástico na gaveta da geladeira, mas guardar longe das maçãs, que emitem gás etileno, para evitar que a couve fique amarela. O gás etileno é responsável por agilizar a maturação das frutas, legumes e verduras. COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 42 - Jiló CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: possui vitaminas A, do Complexo B e vitamina C. Contém boa quantidade de sais minerais (cálcio, fósforo, sódio, potássio). Auxilia na formação dos ossos, dentes e na constituição muscular. COMO COMPRAR: deve estar firme e com a superfície mais clara ou escura. O formato vai variar de acordo com a espécie (tipo). COMO ARMAZENAR: conservar em geladeira, nas prateleiras mais baixas, em sacos plásticos, por uma semana. Quiabo CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: contém boa quantidade de vitaminas A, do Complexo B e vitamina C, cálcio e fósforo. É bom para a pele, mucosas e visão. Auxilia no processo de crescimento e na formação dos ossos, dentes e sangue. COMO COMPRAR: procure quiabos pequenos com 7,5 a 10 cm de comprimento, bem verdes e firmes. Evite quiabos secos ou moles, pois perderam a doçura. COMO ARMAZENAR: o quiabo não se conserva por muito tempo, por isso use no dia da compra ou guarde em local fresco, por 1 a 2 dias fora da geladeira, no máximo. Repolho CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: possui ferro, cálcio, sódio, fósforo, potássio e fibras e ainda vitaminas do Complexo B. Quando cru, é boa fonte de vitamina C. Auxilia na constituição dos ossos e dentes. É recomendado contra infecções e hemorragias. Ajuda no funcionamento intestinal. COMO COMPRAR: devem estar firmes, limpos e frescos e sem folhas externas amareladas e murchas. O corte do talo deve estar úmido e não seco. COMO ARMAZENAR: guardar inteiro por aproximadamente 15 dias em sacos plásticos na gaveta de legumes da geladeira. COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 43 - Taioba CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: possui grandes quantidades de fibras. É fonte de vitaminas C, do Complexo B, carotenoides, potássio, ferro, fósforo e cálcio. É boa para a pele, cabelos e unhas. Previne câimbras e auxilia a fortalecer os ossos e dentes. Importante para o bom funcionamento intestinal. COMO COMPRAR: escolha as folhas firmes, frescas, bem verdes e sem manchas. COMO ARMAZENAR: a taioba conserva-se por poucos dias na geladeira, e depende muito se as folhas estão novas ou mais velhas. Então, programe sua compra para consumi-la rapidamente. Tomate CARACTERÍSTICAS NUTRICIONAIS: Possui boa quantidade de vitaminas A, C e do complexo B. Possui ainda fósforo, ferro, sódio, potássio, magnésio e cálcio. Auxilia a visão e fornece resistência aos vasos sanguíneos. Evita a fragilidade dos ossos. COMO COMPRAR: prefira os tomates maduros que têm melhor sabor. Eles devem ser firmes, lisos, de cor uniforme e sem manchas ou rachaduras. COMO ARMAZENAR: se maduro, o tomate deve ser conservado em geladeira por uma semana, e se verde, em temperatura ambiente até amadurecer. Plantas Alimentícias Não Convencionais (PANC) O termo PANC foi criado pelo biólogo Valdely Ferreira Kinupp e se refere às plantas que possuem uma ou mais partes comestíveis, sendo elas espontâneas ou cultivadas, nativas ou exóticas, que não estão incluídas em nosso cardápio cotidiano (BRASIL, 2010). Imagine todas as plantas comestíveis que existem. Uma pequena parcela delas nós conhecemos, produzimos e comemos no dia a dia, que são as chamadas de plantas alimentícias convencionais. As que não conhecemos, não produzimos ou consumimos pouco são denominadas PANC. Figura 2: Plantas Alimentícias Existentes Fonte: Instituto kairos. https://institutokairos.net/wp-content/uploads/2017/08/Cartilha-Guia-Pr%C3%A1tico-de-PANC-Plantas-Alimenticias-Nao-Convencionais.pdf COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 44 - Faz pouco mais de uma década que essas plantas, desde raízes e sementes até frutas e flores, estão em evidência, apesar de muito presentes nas nossas culturas de duas, três gerações atrás. O Manual de Hortaliças não convencionais lançado em 2010 pelo Ministério da Agricultura (BRASIL,2010) traz 23 espécies vegetais com partes comestíveis. O Guia Prático de Plantas Alimentícias Não Convencionais (NASCIMENTO; GONÇALVES, 2017) traz a descrição e aplicação de algumas PANC, veja: Capuchinha (Tropaeolum majus L.) Usos: folhas, flores e sementes comestíveis. Além das flores coloridas, também são comestíveis as folhas e as sementes. Seu sabor é extremamente picante, similar ao da rúcula e do agrião. Pode ser transformada em molhos, assim como usada em saladas, pestos e omeletes. É uma planta de cultivo simples. Folha de batata-doce (Ipomoea batatas (L.) Lam.) Usos: folhas, refogadas. Suas folhas são consideradas um alimento nutritivo e subutilizado. Rica em nutrientes e antioxidantes, poderia ser usada como a couve e o espinafre, comum na culinária asiática e africana. Um cozimento rápido garante folhas saborosas sem ficarem moles demais. Use em tortas, molhos e como acompanhamento. Jaca verde (Artocarpus heterophyllus Lam.) Usos: castanhas e frutos imaturos. Os frutos da jaca imatura são equivalentes ao palmito. Depois de cozidos, a casca é removida, resultando em uma polpa que pode ser desfiada como um peito do frango, para recheios, refogados e strogonoff. Os caroços cozidos têm o sabor do pinhão e podem ser consumidos como castanhas. Um pouco de óleo ajuda a remover a resina do fruto, que é pegajosa. Ora-pro-nobis (Pereskia aculeata Mill. Pereskia bleo (Kunth) DC. Pereskia grandifolia Haw.) Usos: frutos, folhas cruas ou cozidas. Neutra e suculenta, é querida por seu alto teor de proteínas e de fibras. Famosa no estado de Minas Gerais, é usada no feijão, na polenta e no recheio de massas e salgados. Usada como corante verde para massas. Para não soltar baba, não deve ser picada. Seu cultivo é rústico, e fica ela linda em muros e cercas. Há várias espécies de ora-pro-nobis, todas aparentadas. Os frutos são comestíveis. Difundir os conhecimentos sobre as PANC e dessa forma incentivar e resgatar seu consumo é uma maneira de evitar que desapareçam do nosso cotidiano -ajudando a valorizar culturas alimentares nas quais essas plantas estão presentes, sair da monotonia alimentar, promover o incentivo na diversificação da agricultura fugindo dessa forma da lógica do mercado pautado fortemente nos ganhos econômicos. COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 45 - A palavra especiaria surgiu no final do século XII, derivada do latim specie, ou “conjunto de características próprias de alguma coisa”. Os primeiros registros do uso das especiarias se misturam com as histórias de descobrimentos de muitos países e com isso do desenvolvimento do comércio mundial. Devido às características específicas, cada região do planeta possuía suas próprias especiarias: na Europa, a partir das Cruzadas, desenvolveu-se o consumo das variedades oriundas das regiões tropicais, por exemplo. Para atender à demanda, ampliou-se o comércio entre o Oriente e o Ocidente, através de várias rotas terrestres e marítimas, que uniam não apenas a Europa internamente, mas a China e a Índia, conhecida como rota das especiarias. Ervas e Especiarias 6aula COZINHA NATURAL E VEGETARIANA - 46 - As especiarias cultivadas atualmente na Índia (pimenta-do-reino, canela, cardamomo, cúrcuma, cominho, erva-doce e coentro) eram bem conhecidas naquele país há alguns milênios. Escavações no Vale do Rio Indus comprovam o uso dessas plantas 1000 A.C., quando os livros Ayurvedic foram escritos. Dois conhecidos médicos hindus, Charaka (primeiro século d.C.) e Susruta II (segundo século d.C.), deixaram escritos que se referem ao uso de plantas aromáticas na Índia, pelo menos 500 anos a.C., e citam o cardamomo, a cúrcuma, o gengibre e a pimenta-do-reino (NETO, 2005, p.8). As especiarias têm uma grande
Compartilhar