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Exercício físico e a Neuroplasticidade

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Exercício físico, neuroplasticidade, acidente vascular encefálico Artigo Original
Rev. Assoc. Bras. Ativ. Mot. Adapt., Marília, v.23, n.2, p. 211-232, Jul./Dez., 2022. 211
EXERCÍCIO FÍSICO E A NEUROPLASTICIDADE 
ENCEFÁLICA EM PACIENTE PÓS-ACIDENTE VASCULAR 
ENCEFÁLICO ISQUÊMICO: UM ESTUDO DE CASO
PHYSICAL EXERCISE AND BRAIN NEUROPLASTICITY IN POST 
STROKE PATIENT: A CASE STUDY
Silvia Soraia da Silva
Jorge Marcos Ramos
Universidade Metodista de São Paulo - UMESP, SP, Brasil
Comitê Paralímpico Brasileiro
Resumo
O Acidente Vascular Encefálico Isquêmico (AVEI) constitui a segunda causa de morte e a terceira principal 
circunstância de invalidez no mundo. Trata-se de um dos maiores problemas de saúde global, com altos 
custos hospitalares, e que corresponde a 85% dos casos de Acidente Vascular Encefálico (AVE). No Brasil 
é considerada a primeira causa de morte e incapacidade. Nesse âmbito, esta pesquisa teve por objetivo 
investigar como o estímulo à neuroplasticidade da região afetada pelo AVEI pode favorecer a recuperação 
do controle motor para promover a independência funcional e evitar complicações secundárias. De 
caráter descritivo interpretativo, o estudo envolveu uma voluntária do gênero feminino, brasileira, 57 
anos de idade, solteira, sedentária com histórico de AVEI. Por meio da repetição de exercícios, promove-se 
o recrutamento dos neurônios próximos à lesão, contribuindo para o suprimento e possível inervação de 
músculos paréticos do hemicorpo afetado pelo AVEI. Foram realizados exercícios resistidos intercalados 
com atividades aeróbias (bicicleta e esteira) e fortalecimento abdominal. Na intervenção apresentada, o 
diagnóstico precoce conjugado com o processo de reabilitação iniciado na primeira semana reduziu as 
sequelas pós-AVEI. Após 28 semanas de atividades, cinco dias por semana, a participante apresentou 
melhora significativa na independência da marcha e na realização das atividades da vida diária. 
Palavras-chave: Atividade Motora Adaptada. Reabilitação. Neuroplasticidade. Acidente Vascular 
Encefálico. 
Abstract
Stroke is the second leading cause of death and the third leading cause of disability in the world, so that 
it is one of the biggest global health problems and high hospital costs, corresponding to 85% of stroke 
cases. In Brazil, it is considered the leading cause of death and disability. This research aimed to stimulate 
the neuroplasticity of the region affected by ischemic stroke with the perspective of favoring the recovery 
of motor control to promote functional independence and avoid secondary complications. The present 
single case study is of an interpretive descriptive character. This research involved a female volunteer, 
Brazilian, 57 years old, single, sedentary with a history of Ischemic Stroke. Through the repetition of 
the exercises, the recruitment of neurons close to the lesion occurs, contributing to the supply and 
possible innervation of paretic muscles of the hemibody affected by the stroke. Resistance exercises were 
performed interspersed with aerobic activities (bicycle and treadmill) and abdominal strengthening. 
In the intervention presented, early diagnosis combined with the rehabilitation process started in the 
https://doi.org/10.36311/2674-8681.2022.v23n2.p211-232
SILVA & RAMOS 
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first week reduced post-stroke sequelae. After 28 weeks of intervention, 5 days a week, the participant 
showed significant improvement in gait independence and in carrying out activities of daily living.
Keywords: Adapted Motor Activity. Rehabilitation. Neuroplasticity. Brain Stroke.
1 Introdução
O sistema nervoso central possui uma rede neural complexa, com células altamente 
especializadas, que fazem milhares de conexões a todo momento e determinam a 
sensibilidade e as ações motoras, traduzindo-as em comportamento. Para distribuir 
oxigênio e nutrientes para o funcionamento adequado do encéfalo, é necessária uma 
vasta rede de vasos sanguíneos que se ramificam por toda essa região (BALDIN, 2009). 
Consequência de uma alteração no fluxo de sangue ao encéfalo, o Acidente 
Vascular Encefálico (AVE) pode ser de natureza isquêmica (AVEI) ou hemorrágica 
(AVEH). Segundo Monteiro et al. (2022), existem vários fatores de risco que predispõem 
um indivíduo ao AVE, sendo classificados como não modificáveis e modificáveis. 
Entre os fatores não modificáveis, estão a idade, a raça, a história familiar e o sexo; já 
os modificáveis incluem principalmente hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, 
tabagismo, etilismo, diabetes mellitus, obesidade e outras doenças cardiovasculares ou 
cerebrovasculares.
O AVE é a segunda causa de morte no mundo – aproximadamente 10% dos 
óbitos – e também o principal fator de incapacidade funcional no Brasil, com incidência 
anual de 108 para cada 100 mil habitantes (MONTEIRO et al., 2022). Por gerar 
despesas não apenas com as internações, mas também com a reabilitação, é uma doença 
dispendiosa: seu custo global estimado é superior a 721 bilhões, o que corresponde a 
0,66% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial (ALVES et al., 2022).
De 1990 a 2019 no mundo, houve acréscimo significativo no número absoluto 
de casos de AVE: aumento de 70% na incidência, de 102% na prevalência e de 43% 
nos óbitos. É notório que os pacientes residentes em países de menor renda constituem 
maior taxa de mortalidade nesse período (FEIGIN et al., 2022).
No Brasil é considerada a primeira causa de morte e incapacidade; já no mundo 
é a segunda doença neurológica mais prevalente e da mesma forma em mortalidade. 
Ademais, é a terceira principal causa de invalidez (DIENER; HANKEY, 2020).
A depender da região, bem como da extensão da lesão encefálica provocada pelo 
AVE, o paciente apresenta diferentes manifestações clínicas (MAGALHÃES, 2013): 
50% dos doentes que sobrevivem apresentam limitações ao nível das Atividades da Vida 
Diária (AVD), refletindo-se em alterações na motricidade, no discurso, nas emoções e 
na memória, predispondo-os a graves riscos de saúde e de bem-estar (BRASIL, 2013).
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Diante disso, o AVE é um importante causador de déficits neurológicos 
irreversíveis que necessitam de reabilitação. Aproximadamente 70% dos pacientes não 
retomam o trabalho, 50% necessitam de ajuda nas AVD e 30% precisam de auxílio para 
caminhar (SOCIEDADE BRASILEIRA DE DOENÇAS CEREBROVASCULARES, 
2018; BENJAMIN et al., 2019). 
Em relação ao tempo pós-AVE, pode ser classificado em três fases: 1) agudo, que 
compreende o primeiro mês após a lesão; 2) subagudo, entre um mês e seis meses após 
a lesão; e 3) crônico, a partir de seis meses após a lesão (PANG et al., 2006).
1.1 Acidente Vascular Encefálico Isquêmico 
Tema gerador desta pesquisa, o AVEI constitui a segunda causa de morte e a 
terceira principal circunstância de invalidez no mundo. Trata-se de um dos maiores 
problemas de saúde global, que resulta em incapacidades permanentes e altos custos 
hospitalares (DIENER; HANKEY, 2020). Corresponde a 85% dos casos e se caracteriza 
por oclusão e hipoperfusão significativas, enquanto o AVEH, que abrange os outros 
15%, acontece quando existe extravasamento do sangue para dentro de determinada 
região encefálica (BRASIL, 2013). 
Segundo Alves et al. (2022), no cenário brasileiro, o AVEI representa a causa 
mais prevalente de óbitos, sendo responsável por um número notável de internações 
no país, além de altos índices de morbimortalidade, em consequência da falta de um 
tratamento padronizado. 
1.2 Zona de Penumbra Isquêmica
Depois da isquemia cerebral, uma cascata de eventos bioquímicos complexos 
ocorre de segundos a minutos: danos ao metabolismo energético cerebral, acúmulo 
intracelular de íons de sódio e cálcio, liberação de neurotransmissores excitotóxicos, 
edemacelular, ativação de lipases e proteases, disfunção da unidade neurovascular 
e, eventualmente, morte celular de neurônios e células da glia (HOMI; DA SILVA; 
VELASCO, 2020). Todos esses eventos exacerbam as lesões iniciais, podendo levar a 
danos cerebrais permanentes (HOMI; DA SILVA; VELASCO, 2020). 
No entanto, há uma área do tecido, conhecida como zona de penumbra 
isquêmica, localizada em torno da lesão, cujo suprimento sanguíneo é suficiente para 
a sobrevivência dos neurônios, mas não o necessário para que essas células exerçam a 
sua função (MORAIS, 2016). Dessa forma, alguns neurônios permanecem silenciosos 
do ponto de vista funcional, mas estruturalmente estão intactos e são potencialmente 
aproveitáveis. Caso o fluxo sanguíneo possa ser restaurado nessa área, a função é 
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recuperada. Um dos objetivos da estimulação precoce é justamente salvar a zona de 
penumbra isquêmica (MORAES, 2016). 
Segundo Morais (2016), pacientes que sofrem um AVEI de grande vaso perderão 
120 milhões de neurônios a cada hora em comparação com a frequência normal de 
perda durante o envelhecimento. O cérebro isquêmico envelhecerá 3,6 anos por hora 
se o AVEI não for tratado (DONNAN et al., 2011). 
1.3 Neuroplasticidade
A concepção de neuroplasticidade conduz ao entendimento de que, na presença 
de uma lesão, o Sistema Nervoso Central (SNC), por meio dos neurônios íntegros, 
busca caminhos alternativos para efetuar a resposta motora prejudicada, realizando 
sinapses com neurônios que se modificam em relação a sua efetividade e, posteriormente, 
circuitos e trajetos nervosos diferenciados são procurados (MAGALHÃES, 2013).
Por meio da estimulação precoce, é possível incitar a neuroplasticidade como 
suporte para alterações nos circuitos neurológicos nas regiões cinzentas das áreas 
sensoriais e motoras do cérebro (GAMBA; CRUZ, 2011). Por meio desses estímulos 
precoces, os neurônios podem alterar suas funções, seu perfil químico e sua estrutura, o 
que é fundamental para facilitar a recuperação da lesão ocorrida no SNC (ZILLI; DE 
LIMA; KOBLER, 2014).
Essa plasticidade pode ocorrer por meio do crescimento de novos terminais 
axônicos, da organização dos dendritos e da ativação de sinapses existentes cujas funções 
estavam bloqueadas por influências inibitórias (PORTER, 2001). Possibilita também a 
reorganização dos mapas corticais, favorecendo a recomunicação neurológica diante de 
determinada lesão (ZILLI; DE LIMA, KOBLER, 2014).
Tais formas podem ocorrer tanto em estruturas já existentes, que nesse caso se 
tornarão capazes de exercer funções de outras áreas, como podem estimular células 
neurais a terem um poder plástico, recompondo conexões úteis e funcionais, permitindo 
assim que funções desejadas sejam exercidas (FONSECA, 2008).
1.4 Fator Neurotrófico Derivado do Cérebro (BDNF)
Fatores neurotróficos são proteínas que promovem a neuroplasticidade, 
neurogênese e neuroproteção (MANG et al., 2013; SAUNDERS; GREIG; MEAD, 
2014). Esses membros da família das neurotrofinas têm sido identificados como 
mediadores-chave da reabilitação pós-AVE (MANG et al., 2013). 
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Envolvido com o crescimento neural, a sobrevivência e a neurogênese, o BDNF é 
um fator neurotrófico que pode iniciar processos compensatórios atenuando os efeitos 
deletérios de uma lesão, doença ou estresse (NYKJAER; WILLNOW; PETERSEN, 
2005; RASMUSSEN et al., 2009; TEIXEIRA et al., 2010; SMITH, 2014).
O exercício físico pode atuar como um estímulo para liberar BDNF e promover 
os benefícios na plasticidade neuronal (VAYNMAN; GOMEZ-PINILLA, 2005). Além 
disso, promove o aumento da liberação de fatores neurotróficos (por exemplo, BDNF) 
e de neurotransmissores (dopamina e serotonina) (MANG et al., 2013). Quando 
realizado de maneira vigorosa, com duração de minutos a horas, pode aumentar a 
transcrição de BDNF (ROTHMAN et al., 2012). Todos esses efeitos colaboram para 
a aprendizagem, memória, atenção e menor neurodegeneração (MANG et al., 2013). 
A literatura aponta que mesmo exercícios aeróbicos de curta duração resultam em 
aumento na concentração sérica de BDNF (TANG et al., 2008; GRIFFIN et al., 2011). 
Nesse sentido esta pesquisa, por meio de estudo de caso único, teve por objetivo 
investigar o estímulo da neuroplasticidade da região afetada pelo AVEI, a fim de observar 
o favorecimento da recuperação do controle motor para promover a independência 
funcional e evitar complicações secundárias. 
2 Método
O presente estudo de caso único tem caráter descritivo interpretativo. Para Yin, 
(2005), a necessidade de realizar estudos de caso surge da demanda por compreender 
fenômenos sociais complexos. Trata-se de uma investigação empírica que investiga um 
fenômeno contemporâneo dentro do seu contexto de vida real, especialmente quando 
os limites entre o fenômeno e o contexto não estão claramente definidos (YIN, 2005, 
p. 32).
A pesquisa envolveu uma voluntária1 do gênero feminino, brasileira, 57 anos de 
idade, solteira, sedentária, com histórico de AVEI. Ela relata que, na data do episódio 
(17 de novembro 2021), por volta das 8 horas, ao se levantar da cama, sentiu fortes 
dores na cabeça. Quando ficou em pé, sentiu seu corpo pesado, como se não estivesse 
obedecendo aos comandos; caminhou até a sala e, ao se aproximar do sofá, caiu no 
chão, sem ter mais controle motor do lado esquerdo de seu corpo. 
Foi socorrida por sua irmã, que a conduziu de carro ao pronto-socorro de um 
hospital de seu plano de saúde. Ao dar entrada, informaram não haver mais tempo 
hábil para trombólise. Da zona norte da cidade de São Paulo, onde residia, deslocou-
se até a zona leste, para o hospital do respectivo convênio. Retornou para casa no dia 
1 A participante foi informada sobre os objetivos e a finalidade do estudo e recebeu garantia de anonimato, bem 
como de confidencialidade das informações obtidas durante a pesquisa.
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seguinte, fazendo uso de cadeira de rodas, pois não conseguia deambular; necessitava de 
auxílio para todas as tarefas, como tomar banho, vestir-se e se alimentar, etc.
Após intervenção médica e realização de exames, teve como diagnóstico alteração 
de sinal do giro hipocampal e da região tálamo-capsular à direita, com características 
de lesão isquêmica subaguda, sinais de gliose, microangiopatia supratentorial e redução 
volumétrica encefálica, constatados por meio de ressonância magnética de crânio.
Após o episódio de AVEI, a participante passou a utilizar os seguintes 
medicamentos: AAS 100 e Clopidogrel 75mg (no almoço) e Atorvastatina 40mg (no 
jantar). No dia 27 de dezembro de 2021, em consulta, o médico suspendeu o uso de 
Clopidogrel, devido à alteração de sua pressão arterial (pressão baixa, 9x6), o que a 
impossibilitava de realizar exercícios físicos com mais intensidade.
Outros exames complementares não apresentaram alterações (Quadro 1). 
Quadro 1 - Resultado dos exames complementares após o AVEI
Data de realização Exame
19/11/2021
Relatório de Holter de 3 canais 
Ritmo sinusal com frequência cardíaca média de 79 bpm
Ausência de pausas superiores a 2 segundos
Condução atrioventricular normal
Condução intraventricular normal
Repolarização ventricular sem alteração
25/11/2021
Mapa ambulatorial da pressão arterial (Mapa) 
Programa de medição a cada 12 minutos nos períodos de vigília e 20 minutos no sono
Conclusão: comportamento normal da pressão arterial, ausência de picos tensionais e 
hipotensão sintomática
12/1/2022
Ecodopplercardiograma 
Exame dentro dos parâmetros de normalidade
Ultrassonografia duplex colorido das carótidas e vertebrais
Sem estenose hemodinamicamente significativa
Fonte: elaboração própria combase nos exames solicitados pelo médico
Para análise antropométrica, foram investigadas as variáveis peso (94kg) e altura 
(1,65m) apresentadas no relatório médico. Por meio do quociente de massa corporal/
estatura2, o índice de massa corporal (IMC) calculado resultou em 34,5kg/m2, o que a 
classificou com obesidade grau II. 
A participante foi submetida à avaliação postural e física, conforme os estudos 
de Pitanga (2019), De Matos (2011) e Santos (2001), em 19 de novembro de 2021, a 
fim de verificar sua condição física após o AVEI. Constatou-se que: houve diminuição 
da força no dimídio esquerdo; estava orientada; apresentava linguagem com pequena 
alteração na articulação de algumas palavras e hemiparesia esquerda, com avaliação de 
força muscular pela equipe médica com base no instrumento Medical Research Counicil 
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(MRC) de grau II para membro superior e inferior esquerdo, classificação que indica 
contração muscular fraca com movimento sem a gravidade ou com amplitude de 
movimento (ADM) incompleta contra a gravidade. 
Quadro 2 - Alterações em diferentes estruturas corporais após AVEI
Data Avaliação
19/11/2021
Postural 
Cabeça anteriorizada
Ombros protusos
Ombro esquerdo caído
Escápulas abduzidas
Quadril esquerdo elevado
Pelve em anteversão
Joelhos valgos
Pés pronados
Tronco levemente anteriorizado 
Física 
Paciente apresentando hipotonia em hemicorpo esquerdo. Diminuição de força mus-
cular para flexores de membros superiores (MMSS), extensores de membros inferiores 
(MMII). 
Diminuição de amplitude de movimento para flexão e abdução de ombro. 
Teste de coordenação alterado devido à alteração de membro superior esquerdo. 
Apresenta marcha claudicante. 
Equilíbrio unipodal alterado.
Equilíbrio dinâmico alterado.
Sensibilidade preservada. 
Fonte: elaboração própria
Com base nos dados da avaliação postural e física, foi estruturada uma sequência 
de exercícios físicos com evolução crescente em relação à sobrecarga, com o propósito de 
restabelecer a força muscular do hemicorpo parético e ativar a musculatura estabilizadora 
dos MMSS e MMII, região abdominal, a fim de recompor as atividades funcionais e a 
organização da descarga do peso corporal no hemicorpo esquerdo, com foco nas AVD, 
bem como no restabelecimento do equilíbrio e da independência na marcha. 
Conforme Florindo e Pedro (2014), déficits significativos do controle motor que 
limitam a capacidade de deambulação são manifestações comuns e se traduzem em 
prejuízos cinemáticos da marcha, do equilíbrio e do controle postural, caracterizados 
por padrões irregulares de movimento. 
Dessa forma, torna-se necessário realizar abordagem acerca da reabilitação do 
tônus muscular promovendo melhora da função motora e cognitiva do indivíduo 
(DOMÍNGUEZ-TÉLLEZ et al., 2019). Com isso a recuperação da função da marcha 
é um objetivo importante na reabilitação desses pacientes (ROSE et al., 2018; GARLET 
et al., 2022).
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Todas essas atividades foram realizadas de maneira localizada e, conforme a 
evolução, foram acrescentadas outras na forma de circuito, de dupla tarefa, associando 
movimentos ativos de MMSS e MMII. Ao final de todas as sequências, eram realizados 
exercícios de alongamento para os respectivos grupos musculares. 
Divididos em cinco fases de maneira progressiva, os exercícios foram realizados 
cinco vezes por semana. Em cada fase eram acrescentados novos exercícios e mantidos 
os anteriores, com as devidas adequações de sobrecargas, em consequência da melhora 
da força muscular localizada (Quadro 3).
Quadro 3 - Evolução da realização do treinamento personalizado para cada uma das fases
Fase Duração Dias Objetivo relacionado ao hemicorpo esquerdo
1 2 semanas 10
Mobilidade articular com acompanhamento visual nas ações, para 
permitir a autocorreção do respectivo gesto motor.
Local de desenvolvimento: residência da participante.
2 4 semanas 20
Melhora da coordenação mioarticular e fortalecimento muscular lo-
calizado com o devido acompanhamento visual das ações para auto-
correção do respectivo gesto motor.
Local de desenvolvimento: residência da participante e academia. 
3 6 semanas 30
Melhora na amplitude articular, aumento da força muscular localiza-
da, melhora da coordenação motora e da eficiência da marcha.
Local de desenvolvimento: academia. 
4 8 semanas 40
Melhora da força muscular global, do equilíbrio e do condiciona-
mento físico.
Local de desenvolvimento: academia.
5 8 semanas 40
Melhora da amplitude articular, aumento da força muscular localiza-
da, aumento da coordenação motora, controle da marcha com inde-
pendência e autonomia na realização das AVD.
Local de desenvolvimento: academia.
Total de tempo de intervenção: 28 semanas = 140 dias
Fonte: elaboração própria
A evolução de uma fase para a outra estava condicionada à melhora da qualidade 
da força muscular de cada um dos grupos musculares trabalhados. A referida evolução 
dependia da qualidade da realização do respectivo gesto motor (controle do membro 
e amplitude articular), o que também contribuía de maneira significativa para o 
incremento de sobrecarga.
3 Resultados e Discussões
O AVEI ocorre quando há obstrução de um vaso sanguíneo encefálico, de modo 
que a terapia trombolítica é o tratamento realizado na fase aguda com o objetivo de 
desobstruir o vaso antes que haja lesão tecidual irreversível (PEDRA et al., 2020). 
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O tempo é o principal aliado nessa tarefa, visto que, se as manobras de restauração 
do fluxo sanguíneo forem feitas rapidamente, os efeitos decorrentes da isquemia podem 
ser minimizados (HUI; TADI; PATTI, 2022). Tal tratamento não foi realizado com 
a participante deste estudo, pois, segundo relatório médico, ela não acessou o serviço 
médico em tempo hábil; contudo, a participante contraria essa versão e relata que foi a 
demora no atendimento que impossibilitou seu acesso à terapia trombolítica.
Diante da prevalência do AVEI, não só no Brasil, mas também no mundo, 
conforme apontam Alves et al. (2022), torna-se então necessário o diagnóstico e a 
intervenção precoces a fim de evitar consequências mais graves.
A recuperação espontânea pode ocorrer durante os seis primeiros meses, mas 
nem todo paciente se recupera do mesmo modo e nem todos demonstrarão completa 
recuperação. Diante desse quadro, a prevenção secundária, ou seja, a realização precoce 
de exercício físico é primordial para a reabilitação pós-AVE (BALDIN, 2009).
Borella e Sacchelli (2009) afirmam que a plasticidade se dá como recuperação 
em decorrência de um treinamento, por meio de tarefas que envolvem atividades 
motoras, repetição de movimentos e variações de intensidade. Esse tipo de prática 
induz a reorganização do córtex, conforme a intensidade e frequência dos exercícios, 
pois são atribuídas ao treinamento motor a neurogênese, sinaptogênese, angiogênese e 
modulação pré e pós-sináptica, que podem colaborar com significativos resultados. Isso 
acontece porque a plasticidade neural é a capacidade que o sistema nervoso possui de 
se ajustar perante influências ambientais e estabelecer, reorganizar ou recuperar funções 
desorganizadas por condições experimentais ou patológicas. As mudanças descritas 
na organização do córtex incluem o aumento dos dendritos, das sinapses e de fatores 
neurotróficos essenciais para a sobrevivência de células nervosas (MENDES et al., 
2012).
Desse modo, a intervenção do exercício físico pode ser realizada nas fases aguda, 
subaguda e crônica do AVE, por meio de atividades aeróbias, exercícios de força, 
flexibilidade, alterações dos hábitos de vida, entre outrasestratégias (BALDIN, 2009).
Para Cramer (2008), na primeira semana após o AVE, o cérebro está preparado para 
a recuperação neurológica em resposta ao treinamento de reabilitação. É considerado 
um período de ouro para o início do processo de reabilitação, daí a importância de 
começar as práticas já nos primeiros dias após o AVEI. 
Nesse sentido, com a perspectiva de promover, por meio da estimulação precoce, 
a reabilitação da participante deste estudo, foram aplicados exercícios resistidos e 
aeróbios, desenvolvidos de maneira progressiva e respeitando o princípio da sobrecarga, 
cinco vezes por semana, durante 28 semanas. 
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Conforme Silva, Lima e Cardoso (2014), pode-se inserir indivíduos que 
sofreram AVE em práticas regulares de exercício físico até cinco dias após o evento, 
conforme as sequelas. É possível iniciar a recuperação da marcha pelo gesto do andar, 
bem como inserir o treinamento precoce com esteiras em alguns casos, favorecendo a 
recuperação mais rápida e mais eficaz (NATIONAL COLLABORATING CENTRE 
FOR CHRONIC CONDITIONS, 2008). Diante disso, o processo de reabilitação da 
participante referente à fase 1 teve início em 19 de novembro de 2021, três dias após 
o AVEI. 
Essa reabilitação precoce teve por propósito minimizar os déficits significativos do 
controle motor que limitam a capacidade de deambulação e são manifestações comuns 
que se traduzem em prejuízos cinemáticos significativos da marcha, do equilíbrio e do 
controle postural, caracterizados por padrões irregulares de movimento (FLORINDO; 
PEDRO, 2014). 
Em relação ao número de dias de intervenção, Silva, Lima e Cardoso (2014) 
sugerem que haverá mais benefícios à saúde se forem realizados exercícios físicos 
moderados na maioria ou em todos os dias da semana. Na condução desta pesquisa, foi 
proposta a prática de exercícios físicos cinco vezes por semana.
Outro aspecto relevante diz respeito à utilização do membro afetado, que resulta 
no aumento da sua representação cortical, ou seja, das bases neurais desse membro, tendo 
em vista que o tamanho da área de representação cortical do membro é proporcional 
ao seu uso, levando-se em consideração que a representação cortical uso dependente 
é um feito da plasticidade neural (COHEN, 2001). A prática adequada e repetida de 
exercícios estimula a reconexão de circuitos neuronais lesados durante a reabilitação 
(BROL; BORTOLOTO; DOS SANTOS, 2009) e promove o recrutamento dos 
neurônios próximos à lesão, contribuindo para o suprimento e possível inervação de 
músculos paréticos do hemicorpo afetado pelo AVE (MONTEIRO et al., 2022).
Com base nos relatos sobre os efeitos do exercício físico na neuroplasticidade, foi 
proposta uma intervenção composta por cinco fases (como apresentado anteriormente 
no Quadro 3). Na fase 1 (duração de duas semanas – 10 dias), buscou-se promover a 
mobilidade articular da região comprometida (MMSS e MMII), com acompanhamento 
visual da participante na realização das ações, permitindo com isso a autocorreção 
do respectivo gesto motor. Nessa etapa a sobrecarga utilizada foi o próprio peso do 
respectivo membro.
Em decorrência do comprometimento da marcha, as atividades foram realizadas 
na residência da participante. Inicialmente a sequência de exercícios (Tabela 1) era feita 
em posição deitada sobre a cama e, posteriormente, com a melhora de seu quadro, 
passou a ser realizada no solo, o que exigiu sua transferência para o referido local.
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Tabela 1 - Relação de exercícios físicos realizados na primeira fase de treinamento
Fase 1
Exercício Séries Repetição Intervalo Sobrecarga
Crucifixo 4 12 1 minuto Não
Tríceps testa 4 12 1 minuto Não
Pullover 4 12 1 minuto Não
Elevação de quadril 4 12 1 minuto Não
Fonte: elaboração própria
Segundo a National Collaborating Centre For Chronic Conditions (2008), a 
reabilitação por meio de tarefas funcionais específicas é um componente-chave, e 
o retreinamento da marcha para melhorar a independência em pé é uma atividade 
primordial. Tal evidência pode sugerir o desenvolvimento de programas específicos 
de reabilitação envolvendo tarefas específicas com aumento gradativo dos níveis de 
habilidade motora.
Assim, com a melhora na evolução do controle motor do lado comprometido, 
avançou-se para a fase 2 do treinamento, que teve duração de 4 semanas (20 dias). Nessa 
nova etapa a participante evoluiu positivamente em relação ao controle da marcha, 
conseguindo caminhar com o auxílio do andador. Diante dessa evolução, aos exercícios 
da fase 1 foram acrescentados treinamento de marcha e atividades em meio líquido. 
A melhora do controle da marcha permitiu o deslocamento até uma academia com 
piscina, na qual foi possível contratar um horário para aula individualizada e seguir 
com o acompanhamento do responsável pela pesquisa. 
Nessas aulas foram desenvolvidos exercícios localizados, deslocamentos em 
diferentes sentidos, com o objetivo de restabelecer o equilíbrio, e exercícios de respiração, 
com o propósito de melhorar a função pulmonar (Tabela 2). Além dos benefícios dos 
exercícios no solo, a escolha da atividade em meio líquido se deu em decorrência dos 
benefícios das propriedades físicas da água, em especial os efeitos do peso e da pressão 
hidrostática.
Tabela 2 - Relação de exercícios físicos realizados na segunda fase de treinamento
Fase 2
Exercício Séries Repetição Intervalo Sobrecarga
Crucifixo 4 12 1 minuto Não
Tríceps testa 4 12 1 minuto Não
Pullover 4 12 1 minuto Não
Elevação de quadril 4 12 1 minuto Não
Hidroginástica Exercícios específicos 1 x semana 50 minutos –
Treinamento de marcha com 
auxílio de andador
(3 metros)
1 Intervalado 1 minuto –
Fonte: elaboração própria
SILVA & RAMOS 
Rev. Assoc. Bras. Ativ. Mot. Adapt., Marília, v.23, n.2, p. 211-232, Jul./Dez., 2022. 222
Conforme Teixeira-Salmela et al. (2001), outro programa eficaz de exercício 
físico voltado à reabilitação de pacientes com AVE é o treinamento de força, que 
promove modificação da fraqueza muscular decorrente de sequelas e, em relação à 
marcha, melhora a eficiência dos membros inferiores, restabelecendo a coordenação e a 
velocidade da caminhada (BUCHNER et al., 1996). 
O fortalecimento muscular sobre os níveis de força na reabilitação desses 
indivíduos promove melhoras ao sistema orgânico, contudo é preciso atentar à duração 
e à intensidade para aderir ganhos de força ideal para uma recuperação mais eficaz 
(SILVA; LIMA; CARDOSO, 2014).
O fortalecimento muscular conseguido por meio de levantamento de pesos 
(musculação) ajuda na estabilidade articular, força muscular e resistência, melhorando 
a postura, a deambulação e contribuindo nas demais AVD. Esse treinamento pode 
incluir sessões de três a quatro dias na semana. Em cada sessão são feitas de uma a 
três séries, com 8 a 15 repetições por série (BALDIN, 2009). Os exercícios podem ser 
isotônicos ou isométricos e a carga de cada série é estipulada pelo paciente, controlando 
o nível de dor e a capacidade de contração (BALDIN, 2009).
Para Dean, Richards e Malouin (2000), uma tarefa de treinamento orientada a 
pé, organizada em séries de estações de trabalho, melhora a velocidade e a capacidade 
da marcha em indivíduos hemiparéticos.
Com a evolução principalmente do controle da marcha da participante, iniciou-
se a fase 3 do treinamento, que teve duração de seis semanas (30 dias), com o objetivo de 
aumentar a força muscular localizada e melhorar a amplitude articular, a coordenação 
motora e a eficiência da marcha. 
Com base nos relatos científicos referentes ao treinamento de força para pacientes 
pós-AVEI, acrescentou-se sobrecarga nos exercícios das fases 1 e 2, bem como foram 
inseridos novos exercícios para MMSS e MMII. Como as práticas já eram realizadascom 
acompanhamento visual e orientação para autocorreção, o domínio dos gestos motores 
estava bem desenvolvido. Logo, nesse momento, a atenção se voltou à adequação da 
sobrecarga utilizada (peso extra) para evitar lesões.
Com o incremento de novas atividades, houve a separação em dois grupos de 
treinamento: exercícios para MMSS e para MMII. Também nessa fase procurou-se 
intercalar os exercícios de hidroginástica com os de aprendizagem do gesto da natação 
(Tabela 3), pois a participante demonstrou interesse em adquirir essa nova habilidade. 
Exercício físico, neuroplasticidade, acidente vascular encefálico Artigo Original
Rev. Assoc. Bras. Ativ. Mot. Adapt., Marília, v.23, n.2, p. 211-232, Jul./Dez., 2022. 223
Tabela 3 - Relação de exercícios físicos realizados na terceira fase de treinamento
Fase 3
Exercício Séries Repetição Intervalo Sobrecarga (kg)
Crucifixo 3 12 30 segundos 1
Tríceps testa 3 12 30 segundos 1
Pullover 3 12 30 segundos 1
Elevação de quadril 3 15 30 segundos 3
Hidroginástica/natação Exercícios específicos 1 x semana 50 minutos –
Rosca direta 3 10 1 minuto 1
Elevação lateral 3 10 1 minuto 1
Elevação frontal 3 10 1 minuto 1
Adução de abdução de MMII (com apoio) 3 10 1 minuto –
Agachamento (senta e levanta na cadeira) 3 10 1 minuto –
Treinamento de marcha
(distância: 5 metros) 3 Intervalado 1 minuto Não
 Fonte: elaboração própria
O treinamento motor tem por função suprir o encéfalo com as atividades e 
induzir as modificações por meio da plasticidade neural, promovendo estimulação 
sensorial e proprioceptiva, modulando assim áreas responsáveis pela motricidade 
e sensibilidade (FLORINDO; PEDRO, 2014). Segundo o Comitê Executivo da 
Organização Europeia de AVE (2008), quanto maior for a intensidade da reabilitação, 
maiores serão os resultados, principalmente no que se refere à independência nas AVD.
Segundo Branco e Santos (2010, p. 39): 
O sucesso de um programa de reabilitação em pessoas vítimas de AVE depende de 
um crescimento lento, repetitivo, persistente, com rotinas de exercícios que não 
devem evoluir para além da capacidade individual da pessoa. 
Esse é um dos motivos pelos quais utilizamos de 8 semanas (40 dias) para que a 
evolução fosse lenta, gradual e significativa para o processo de neuroplasticidade. 
Além da atividade aeróbia na esteira, andar de bicicleta é apontado como uma 
atividade funcional com potencial de beneficiar o paciente, quando usado como 
adjuvante aos exercícios de reabilitação após AVE (BROWN; NAGPAL; CHI, 2005), 
pois exige que os músculos agonistas e antagonistas sejam acionados reciprocamente 
em um padrão semelhante ao exigido para caminhar (HANCOCK et al., 2011).
Nessa perspectiva, com as atividades aeróbias e o treinamento de força, iniciou-se 
a fase 4, que durou 8 semanas (40 dias) e teve por objetivo proporcionar a melhora da 
força muscular global, do equilíbrio e do condicionamento físico geral. Com a evolução 
positiva da participante, sobretudo em relação ao controle da marcha, os exercícios de 
fortalecimento muscular passaram a ser feitos na academia, para aumentar a sobrecarga 
e incrementar a utilização de novas atividades em equipamentos específicos. 
SILVA & RAMOS 
Rev. Assoc. Bras. Ativ. Mot. Adapt., Marília, v.23, n.2, p. 211-232, Jul./Dez., 2022. 224
Com a inserção de exercícios, o treinamento foi dividido em três grupos 
musculares: Grupo 1 – Peitoral e Tríceps; Grupo 2 – Costas e Bíceps; e Grupo 3 – Pernas 
e Ombros (Tabela 4). Intercaladas com o treinamento resistido, foram acrescentadas 
atividades aeróbias (bicicleta e esteira) e de fortalecimento abdominal. Já as atividades 
na piscina passaram a ser mais voltadas à aprendizagem da natação (nado crawl nesse 
primeiro momento).
Tabela 4 - Relação de exercícios físicos realizados na quarta fase de treinamento
Fase 4
Grupo Muscu-
lar Exercício Séries Repetição Intervalo
Sobrecarga 
(kg)
Grupo 1
 Peitoral e 
Tríceps
Crucifixo 3 10 30 segundos 2
Pullover 3 10 30 segundos 2
Tríceps testa 3 10 30 segundos 2
Grupo 2
Costas e Bí-
ceps
Puxador costa 3 10 30 segundos 10
Remada baixa 3 10 30 segundos 10
Rosca direta 3 10 30 segundos 2
Rosca concen-
trada 3 10 30 segundos 2
Grupo 3 Per-
nas e Ombros
Cadeira adutora 3 10 30 segundos 15
Cadeira abdutora 3 10 30 segundos 15
A g a c h a m e n t o 
livre 3 15 30 segundos –
Panturrilha 3 15 30 segundos –
Cadeira exten-
sora 3 10 30 segundos 15
Elevação lateral 3 10 30 segundos 2
Elevação frontal 3 10 30 segundos 2
Abdominal
Elevação de 
quadril 3 10 30 segundos 5
Abdominais 3 20 30 segundos –
Exercícios
Aeróbios
Treinamento de 
marcha na esteira
Intervalado
3 x 1
10
(30 minutos) 1 minuto 3
Caminhada no 
solo –
1 volta
(15 metros)
30 segundos
(a critério da 
participante)
–
Bicicleta er-
gométrica Intervalado 30 minutos
30 segundos 
(a critério da 
participante)
2
Natação Exercícios espe-cíficos 1 x semana 50 minutos –
Fonte: elaboração própria
Essa organização dos exercícios físicos teve como função promover a estimulação 
precoce, com o objetivo de incitar a neuroplasticidade em especial na região afetada 
pelo AVEI, estimulando maior concentração de BDNF, como já mencionado, proteína 
envolvida na neuroproteção, neurogênese e neuroplasticidade (MANG et al., 2013). 
Exercício físico, neuroplasticidade, acidente vascular encefálico Artigo Original
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No estudo de El-Tamawy et al. (2014), pacientes que sofreram AVE foram 
submetidos a um programa regular de exercício aeróbico durante oito semanas. Como 
resultado, identificaram aumento na concentração de BDNF e melhora na função 
cognitiva, quando comparado com grupo intervenção e controle pós-tratamento. 
Nessa linha, Morais (2016) identificou que 30 minutos de exercício aeróbio 
(caminhada no solo) em intensidade moderada promoveu aumento estatisticamente 
significativo na concentração sérica de BDNF em indivíduos pós-AVE na fase crônica. 
Contudo a mesma atividade (ou o treinamento funcional) realizada em intensidade 
leve não foi capaz de promover esse aumento.
Para consolidar a neuroplasticidade, fatores como a repetição e o aumento gradual 
na intensidade e no volume do treinamento são de fundamental importância, por isso 
iniciou-se a fase 5, com duração 8 semanas (40 dias). Nessa última etapa (Tabela 5), os 
objetivos principais eram aumentar a força muscular localizada e melhorar a amplitude 
articular, a coordenação motora e o controle da marcha, com o propósito de ampliar a 
independência e autonomia na realização das AVD.
Tabela 5 - Relação de exercícios físicos realizados na quinta fase de treinamento
Fase 5
Grupo Muscular Exercício Séries Repetição Intervalo Sobrecar-ga (kg)
Grupo 1
Peitoral e 
Tríceps
Crucifixo 3 10 30 segundos 3
Peck deck 3 10 30 segundos 15
Pullover 3 10 30 segundos 3
Tríceps testa 3 10 30 segundos 3
Flexão de braço (6 apoios) 3 10 30 segundos –
Grupo 2
Costas e Bíceps
Puxador costa 3 10 30 segundos 15
Remada baixa 3 10 30 segundos 15
Rosca direta 3 10 30 segundos 3
Rosca concentrada 3 10 30 segundos 2
Grupo 3
Pernas e Ombros
Cadeira adutora 3 10 30 segundos 20
Cadeira abdutora 3 10 30 segundos 15
Agachamento livre 3 15 30 segundos –
Panturrilha 3 15 30 segundos –
Cadeira extensora 3 10 30 segundos 15
Elevação lateral 3 10 30 segundos 2
Elevação frontal 3 10 30 segundos 3
Desenvolvimento com halter 3 10 30 segundos 2
Abdominal Elevação de quadril 4 20 30 segundos 5Abdominais 4 25 30 segundos –
Exercícios
Aeróbios
Esteira – 40 minutos – 5,5
Bicicleta ergométrica – 30 minutos – 4
Natação 1 x sem-ana 50 minutos – –
 Fonte: elaboração própria
SILVA & RAMOS 
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Com o progresso na realização dos exercícios físicos, foi possível observar evolução 
considerável no domínio do hemicorpo comprometido pelo AVEI. A participante 
conquistou total autonomia em seu gesto motor e voltou a fazer todas as atividadesrelacionadas à vida diária, inclusive ir e retornar a pé para a academia, que fica próxima 
à sua residência. A dedicação na realização dos exercícios foi fundamental para a 
recuperação e reconquista de sua independência. 
Vale destacar que cerca de 74% dos casos de AVEI são atribuídos a fatores de 
risco modificáveis, como tabagismo, sedentarismo e dietas inadequadas de alto valor 
calórico (FEIGIN, 2016; BENJAMIN et al., 2019). A participante relatou que era 
sedentária e não fumava, contudo, seu IMC na fase inicial era de 34,5kg/m2 (Tabela 6).
Tabela 6 - Redução do IMC no período de 28 semanas de treinamento
Duração Fase Peso (kg) IMC
2 semanas 1 94 34,5Obesidade grau II
4 semanas 2 92 33,7Obesidade grau II
6 semanas 3 88 32,3Obesidade grau II
8 semanas 4 83 30,4Obesidade grau II
8 semanas 5 78 28,6Obesidade grau I 
Redução do peso nas 28 semanas: 16kg
 Fonte: elaboração própria
Sobre esse aspecto, verificou-se redução do peso corporal e consequentemente do 
valor do IMC, o que é extremamente saudável para a participante e de fundamental 
importância para reduzir a chance de novos eventos ligados ao AVE, haja vista que a 
obesidade é uma das variáveis relacionadas aos fatores de risco modificáveis, que podem 
levar a episódios de AVE. 
Vale destacar que a participação das pessoas acometidas por AVE em atividades de 
reabilitação é muito restrita, em decorrência da falta de acesso a atendimentos gratuitos 
e de recursos financeiros para o pagamento particular das intervenções (SCIANNI; 
TEIXEIRA-SALMELA; ADA, 2012). Assim, para prevenir a ocorrência do AVE e 
reduzir os custos com hospitalização e reabilitação, além de identificar os fatores de 
risco, é necessário criar programas de saúde. 
Também é preciso, conforme Morais (2016), ampliar os estudos futuros em 
pacientes pós-AVE para investigar o impacto dos exercícios físicos (anaeróbio ou 
aeróbico) na recuperação do indivíduo nas fases aguda, subaguda e crônica, além de 
Exercício físico, neuroplasticidade, acidente vascular encefálico Artigo Original
Rev. Assoc. Bras. Ativ. Mot. Adapt., Marília, v.23, n.2, p. 211-232, Jul./Dez., 2022. 227
definir parâmetros mais adequados para promover ganhos na capacidade funcional 
quanto ao aumento da concentração de fatores neurotróficos, os quais podem contribuir 
com a recuperação do indivíduo.
4 Considerações possíveis 
Na intervenção apresentada, o diagnóstico precoce conjugado com o processo 
de reabilitação iniciado na primeira semana reduziu as sequelas pós-AVEI. Após 28 
semanas, com exercícios cinco vezes por semana, a participante apresentou melhora 
significativa no domínio do hemicorpo comprometido, o que contribuiu para 
recuperação na independência da sua marcha e na realização das AVD. 
Várias evidências corroboram o efeito benéfico do exercício físico na recuperação 
do AVE e identificam sua importância no processo da neuroplasticidade e na readaptação 
das estruturas encefálicas.
Importa evidenciar que a metodologia utilizada pode ter sido limitada, tanto em 
relação ao número amostral, quanto de publicações consultadas. Sugere-se, portanto, 
a realização de pesquisas futuras, a fim de investigar a capacidade de recuperação das 
funções encefálicas e as modificações plásticas sofridas pelo sistema nervoso em pacientes 
acometidos por AVE, com a perspectiva de ampliar os programas de exercícios físicos 
utilizados como mecanismo de reabilitação. 
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Sobre os autores
Silvia Soraia da Silva
Pós-graduada em Educação Motora 
Comitê Paralímpico Brasileiro
E-mail: silvia_soraia@hotmail.com
Orcid: http://orcid.org/0000-0003-2508-1727
Jorge Marcos Ramos
Doutor em Educação
Universidade Metodista de São Paulo – UMESP
E-mail: educacao.ramos@gmail.com
Orcid: http://orcid.org/0000-0003-3401-2715
Recebido em: 06/11/2022
Reformulado em: 13/12/2022
Aceito em: 13/12/2022

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