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Estudo de Projeto de Linhas de Transmissão

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA 
 
 
 
 
 
 
Leonardo Luiz Peres 
Rafael Kalucz 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE PROJETO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO TRIFÁSICAS AÉREAS 
COM ÊNFASE NOS CÁLCULOS ELÉTRICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curitiba 
2014 
1 
 
LEONARDO LUIZ PERES 
RAFAEL KALUCZ 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ESTUDO DE PROJETO DE LINHAS DE TRANSMISSÃO TRIFÁSICAS AÉREAS 
COM ÊNFASE NOS CÁLCULOS ELÉTRICOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso de 
Graduação, apresentada à disciplina TE105 
– Projeto de Graduação, do Curso Superior 
de Engenharia Elétrica, Setor de 
Tecnologia, Universidade Federal do 
Paraná, como requisito para Obtenção do 
titulo de Engenheiro Eletricista. 
 
Orientador: Prof.Dr. Clodomiro Unsihuay Vila 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curitiba 
2014 
1 
 
 
2 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente agradecemos aos nossos pais pelos momentos de lazer, 
carinho e educação prestados desde o início de nossas vidas ate o presente 
momento, nos ajudando a superar todas as dificuldades encontradas em nosso 
caminho com muito amor e compreensão. 
Aos Engenheiros Aurino Atsushi Sigaki, Eduardo Rodovalho de Oliveira e 
Evaldo Kalucz pela ajuda com o conteúdo para o desenvolvimento deste trabalho. 
Ao Professor Dr. Clodomiro Unsihuay Vila por aceitar o convite e nos orientar 
na realização desse trabalho. 
Aos Professores do departamento de engenharia elétrica da universidade 
federal do Paraná por terem contribuído de forma excepcional para a nossa 
formação como profissionais e por todo o conhecimento transmitido durante a nossa 
graduação. 
Aos nossos amigos em geral que estiveram junto conosco durante nossa 
graduação e nossa vida, em especial Paulo Vriesman da Silva, Pedro Mol, Ricardo 
Schumacher, Andrey Oliveira e João T. Pilato. Ensinando-nos o verdadeiro valor de 
uma amizade dando-nos apoio em momentos difíceis e de nervosismo como 
também presentes em momentos de descontração e alegrias e que vão continuar 
junto conosco durante toda nossa vida. 
Queremos também agradecer a banca examinadora: Prof. M.Sc. Vilson R. G. 
R. da Silva, Prof. Dr. Odilon L. Tortelli e Prof. Dr. Clodomiro U. Vila que cederam 
parte de seu precioso tempo para nos ajudar e orientar as diretrizes de nosso TCC. 
E as demais pessoas que estiveram junto conosco durante toda nossa 
trajetória acadêmica direta ou indiretamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
RESUMO 
 
O desenvolvimento desse trabalho consistiu em estudar através de pesquisas 
bibliográficas e entrevistas com engenheiros, como são realizados os projetos de 
linhas de transmissão trifásicas aéreas atualmente no Brasil e os métodos utilizados 
para efetuar os cálculos elétricos da linha. O objetivo desse trabalho é descrever 
como é realizado um projeto completo de uma linha de transmissão e a criação de 
uma planilha eletrônica para efetuar os cálculos elétricos da linha. Para a validação 
da metodologia utilizada foi realizado comparações com estudos e projetos 
existentes, onde se obteve dados referentes aos cálculos elétricos de linhas de 
transmissão e implementados logo testados em uma planilha eletrônica. O conteúdo 
desse trabalho pretende ser o inicio do desenvolvimento de um manual de 
elaboração de projetos de linhas de transmissão e seus respectivos cálculos 
elétricos em uma planilha eletrônica. 
 
 
Palavras-chave: Projetos. Linhas de transmissão de energia elétrica. Cálculos 
elétricos. Planilha eletrônica. Normas técnicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
ABSTRACT 
 
The development of this work was to study through bibliographical research and 
interviews with engineers, as are performed projects of triphasic electricity 
transmission lines aerial currently in Brazil and the methods used to make electrical 
calculations of the line. The aim of this paper is to describe how we conducted a 
complete project of a transmission line and creat an electronic spreadsheet to 
perform calculations of the electrical line. To validate the methodology used, it was 
performed comparisons with existing studies and projects, which it is obtained data 
for the electrical calculations of transmission lines and tested in a spreadsheet. The 
content From this work, want be the begin to perform a manual transmission lines to 
develop transmission lines projects and their electrical calculations in a spreadsheet 
successfully. 
Keywords: Projects. Electricity transmission lines. Electrical calculations. 
Spreadsheet. Technical standards. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
FIGURA 1.1: REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA PROJEÇÃO DE DEMANDA DE ENERGIA DO 
PDE 2023 .............................................................................................................................................. 14 
FIGURA 1.2: OFERTA INTERNA DE ENERGIA ELÉTRICA POR FONTE ......................................... 14 
FIGURA 1.3: MAPA DO SIN HORIZONTE 2014-2015......................................................................... 16 
FIGURA 1.4: FLUXOGRAMA DA METODOLOGIA.............................................................................. 18 
FIGURA 2.1: PRINCIPAIS ELEMENTOS DE UMA LT ......................................................................... 21 
FIGURA 2.2: FLUXOGRAMA DE PROJETOS DE LT’S ...................................................................... 22 
FIGURA 2.3: LEVANTAMENTO DE UMA POLIGONAL ...................................................................... 24 
FIGURA 2.4: EXEMPLO DE ÁRVORE DE CARREGAMENTO NAS ESTRUTURAS ......................... 28 
FIGURA 2.5: CADEIA DE SUSPENSÃO CONVENCIONAL ................................................................ 30 
FIGURA 2.6: CADEIA DE ANCORAGEM CONVENCIONAL ............................................................... 31 
FIGURA 2.7: SINALIZAÇÃO POR MEIO DE PINTURA DOS SUPORTES, INSTALAÇÃO DE PLACAS 
E ESFERAS .......................................................................................................................................... 33 
FIGURA 2.8: EXEMPLO DE SINALIZAÇÃO DAS ESTRUTURAS ...................................................... 34 
FIGURA 2.9: DETALHE DO ATERRAMENTO EM UMA TORRE DE TRANSMISSÃO ...................... 37 
FIGURA 2.10: SILHUETA DE UMA TORRE S3R ................................................................................ 48 
FIGURA 2.11: TRADO CAVADEIRA (a) E TRADO HELICOIDAL (b) RESPECTIVAMENTE ............. 50 
FIGURA 2.12: TIPOS DE SOLO ........................................................................................................... 54 
FIGURA 3.1: SISTEMA COM UM CONDUTOR POR FASE ................................................................ 57 
FIGURA 3.2: SISTEMA COM CONDUTORES AGRUPADOS ............................................................. 57 
FIGURA 3.3: SISTEMA COM DOIS CONDUTORES AGRUPADOS ................................................... 58 
FIGURA 3.4: CONDUTORES EM UMA LINHA TRIFÁSICA DE CIRCUITO DUPLO, NAS TRÊS 
PARTES DE UM CICLO DE TRANSPOSIÇÃO .................................................................................... 58 
FIGURA 3.5: CORTE TRANSVERSAL DE UM CABO COM ALMA DE AÇO ..................................... 61 
FIGURA 3.6: CIRCUITO TEE DE UMA LINHA DE TRANSMISSÃO ................................................... 64 
FIGURA 3.7: CIRCUITO PI DE UMA LINHA DE TRANSMISSÃO ....................................................... 65 
FIGURA 3.8: REPRESENTAÇÃO DE REATORES NAS EXTREMIDADES DE UMA LT ................... 66 
FIGURA 5.1: TORRE DE TRANSMISSÃO ESTAIADA CROSS-ROPE TIPO CR52 ........................... 71 
FIGURA 5.2: DADOS DE ENTRADA DE UMA SIMULAÇÃO ..............................................................74 
FIGURA 5.3: RESULTADOS DA SIMULAÇÃO .................................................................................... 74 
FIGURA 5.4: DADOS DE ENTRADA DE UMA SIMULAÇÃO .............................................................. 75 
FIGURA 5.5: RESULTADOS DA SIMULAÇÃO .................................................................................... 76 
FIGURA 5.6: POTÊNCIA REATIVA NA TRANSMISSÃO EM FUNÇÃO DA POTÊNCIA ATIVA ......... 77 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
LISTA DE TABELAS 
 
TABELA 1.1: CONSUMO DE ELETRICIDADE NA REDE POR CLASSE ........................................... 13 
TABELA 1.2: PRODUÇÃO DE ENERGIA PRIMÁRIA POR TIPO DE FONTE .................................. 215 
TABELA 1.3: PRODUÇÃO DE ENERGIA PRIMÁRIA POR FONTE (%) ............................................. 15 
TABELA 2.1: COEFICIENTES DE SEGURANÇA ................................................................................ 25 
TABELA 2.2: DISTÂNCIAS BÁSICAS “a” ............................................................................................. 28 
TABELA 2.3: DISTÂNCIAS BÁSICAS “a1’ ........................................................................................... 39 
TABELA 2.4: PARÂMENTROS GEOTÉCNICOS TÍPICOS EMPREGADOS EM PROJETOS............ 39 
TABELA 5.1: CABO 954 MCM RAIL ..................................................................................................... 70 
TABELA 5.2: DADOS DE ENTRADA DA TABELA ............................................................................... 71 
TABELA 5.3: RESULTADOS DA SIMULAÇÃO E DO ESTUDO DA GLT ............................................ 72 
TABELA 5.4: DADOS DE ENTRADA DA PLANILHA ........................................................................... 72 
TABELA 5.5: DADOS DO PROJETO ................................................................................................... 73 
TABELA 5.6: RESULTADOS DA SIMULAÇÃO .................................................................................... 73 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
7 
 
LISTA DE ABREVIATURAS 
 
LT: Linha de Transmissão 
CC: Corrente Contínua 
CA: Corrente Alternada 
PNE: Plano Nacional Energético 
PDE: Plano Decenal Energético 
EPE: Empresa de Pesquisa Energética 
SIN: Sistema Interligado Nacional 
ONS: Operador Nacional do Sistema 
PLS-CADD: Power Line Sistems 
NBR: Normas Brasileiras 
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas 
EAT: Extra Alta Tensão 
COPEL: Companhia Paranaense de Energia 
RAS: Relatório Ambiental Simplificado 
IAP: Instituto Ambiental do Paraná 
RDPA: Relatório de Detalhamento dos Programas Ambientais 
LP: Licença Prévia 
LI: Licença de Instalação 
LO: Licença de Operação 
COD: Cadastro de Obras Diversas 
ART: Anotação de Responsabilidade Técnica 
RLA: Requerimento de Licenciamento Ambiental 
CEMA: Conselho Estadual do Meio Ambiente 
CONAMA: Conselho Nacional do Meio Ambiente 
ANEEL: Agência Nacional de Energia Elétrica 
CAA: Cabo de Alumínio com alma de Aço 
DUP: Declaração de utilidade Pública 
SCG: Concessões e Autorizações de Geração 
SCT: Concessões e Autorizações de Transmissão 
SPT: Sondagem a Percussão 
ELU: Estados-Limite Último 
ELS: Estados-Limite de Serviço 
SOMA: Serviço e Orientação Meio Ambiente 
8 
 
GLT: Grupo de Linhas de Transmissão 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
Sumário 
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................... 12 
1.1. CONTEXTO ................................................................................................. 12 
1.2. OBJETIVOS ................................................................................................. 17 
1.2.1. Objetivo geral......................................................................................... 17 
1.2.2. Objetivos específicos ............................................................................. 17 
1.3. JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 17 
1.5. ESTADO DA ARTE ...................................................................................... 18 
2. PROJETOS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO NO BRASIL .............................. 21 
2.1. FLUXOGRAMA ............................................................................................ 22 
2.2. TOPOGRAFIA .............................................................................................. 23 
2.2.1. Estudo e apresentação de três alternativas de traçado ......................... 23 
2.2.2. Levantamento topográfico plani-altimétrico ........................................... 23 
2.2.3. Planta do traçado ................................................................................... 24 
2.2.4. Planta e perfil do eixo da LT .................................................................. 24 
2.3. PROJETO ELETROMECÂNICO .................................................................. 24 
2.3.1. Critérios básicos de projeto ................................................................... 25 
2.3.1.1. Norma a ser utilizada no projeto ......................................................... 25 
2.3.1.2. Velocidade dos ventos adotada ......................................................... 25 
2.3.1.3. Condições atmosféricas ..................................................................... 26 
2.3.1.4. Critérios básicos de locação de suportes ........................................... 26 
2.3.1.5. Definição dos esforções mecânicos ................................................... 26 
2.3.2. Planta e perfil com plotação das estruturas ........................................... 27 
2.3.3. Árvore de carregamento das estruturas ................................................ 27 
2.3.4. Memorial descritivo ................................................................................ 28 
2.3.5. Especificações de construção ............................................................... 29 
2.3.6 Memorial de cálculo para a largura da faixa de servidão ....................... 29 
2.3.7 Ferragens e acessórios para arranjos de ancoragem e suspensão ...... 30 
2.3.8 Tipo de cabo para-raios ......................................................................... 31 
2.3.9 Sinalização para inspeção aérea ........................................................... 32 
2.3.10 Identificação das estruturas ................................................................... 33 
2.3.11 Tabela de regulagem de cabos condutores e para-raios ....................... 34 
2.3.12 Lista de materiais ................................................................................... 35 
2.3.13 Projeto de instalação de amortecedores e vibrações dos cabos ........... 35 
2.3.14 Medição da resistência do solo.............................................................. 36 
10 
 
2.3.15 Projeto de instalação de contrapeso ...................................................... 36 
2.3.16 Projeto de aterramento .......................................................................... 36 
2.3.17 Projeto de travessias ............................................................................. 38 
2.3.18 Solicitação de aprovação e autorização das travessias ........................ 40 
2.3.19 Emissão de “as built” ............................................................................. 40 
2.4. LICENCIAMENTO AMBIENTAL .................................................................. 41 
2.4.1 Requisitos para solicitação de licença prévia ........................................ 42 
2.4.2 Licença de instalação ............................................................................ 42 
2.4.3 Licença de operação .............................................................................43 
2.5 LIBERAÇÃO FUNDIÁRIA ............................................................................ 44 
2.5.1 Anuência dos proprietários .................................................................... 44 
2.5.2 Pesquisa cartorial .................................................................................. 45 
2.5.3 Avalição dos imóveis ............................................................................. 45 
2.5.4 Indenizações.......................................................................................... 46 
2.6 DUP .............................................................................................................. 46 
2.7 PROJETO DE TORRES .............................................................................. 47 
2.7.1 Projeto de série de torres ...................................................................... 47 
2.8 SONDAGENS GEOLÓGICAS ..................................................................... 48 
2.8.1 Programa de sondagens (NBR8036) ..................................................... 49 
2.8.2 Sondagens geológicas a trado .............................................................. 49 
2.8.3 Relatório das sondagens ....................................................................... 50 
2.9 PROJETO CIVIL DAS FUNDAÇÕES ........................................................... 52 
2.9.1 Definições dos critérios das fundações ................................................. 52 
2.9.2 Tipo de fundação ................................................................................... 53 
2.9.3 Elaboração do projeto das fundações ................................................... 54 
3 CÁLCULOS ELÉTRICOS .................................................................................. 56 
3.1. RESISTÊNCIA, INDUTÂNCIA E CAPACITÂNCIA ....................................... 56 
3.1.1. Indutância .............................................................................................. 56 
3.1.2. Capacitância .......................................................................................... 59 
3.1.3. Resistência ............................................................................................ 60 
3.2. CÁLCULOS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO ............................................. 62 
3.3. COMPENSAÇÕES DE TENSÕES E ÂNGULOS NA LINHA DE 
TRANSMISSÃO ..................................................................................................... 65 
3.3.1. Compensação em derivação ................................................................. 66 
3.3.2. Compensação-série ............................................................................... 67 
11 
 
4. PLANILHA ELETRÔNICA ................................................................................. 68 
5. TESTES E RESULTADOS ................................................................................. 70 
5.1. VALIDAÇÃO DA PLANILHA ........................................................................ 70 
5.2. SIMULAÇÕES .............................................................................................. 74 
6. CONCLUSÃO ..................................................................................................... 78 
7. REFERÊNCIAS .................................................................................................. 79 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1. CONTEXTO 
 
A energia elétrica se tornou uma das principais fontes de luz, calor e força 
utilizada no mundo moderno, proporcionando uma melhor qualidade de vida à 
população, alimentando máquinas que ativam as indústrias e movimentando o 
comércio. Grande parte dos avanços tecnológicos que alcançamos se deve à 
energia elétrica, que é gerada em diferentes regiões, e transportada em longas 
distâncias para alimentar os centros consumidores, em complexos sistemas de 
transmissão (ELETROBRAS, 2014). 
As Linhas de Transmissão (LT’s) são um dos principais elementos do sistema 
elétrico brasileiro, pois fazem a interligação entre a geração e distribuição ou entre 
linhas existentes para interligação dos sistemas, elementos normalmente separados 
por uma razoável distância. Por isso faz-se necessário um sistema de transmissão 
estável e com uma grande capacidade de transporte de energia (LUSTOSA, 2009). 
Em 1882 foi inaugurada por Thomas Edson a central elétrica de Pearl, para 
fornecimento de iluminação publica em Nova York. Começaram a surgir os primeiros 
problemas de transporte de energia, pois a energia era gerada e consumida em 
Corrente Contínua (CC). As perdas no transporte de energia elétrica eram por efeito 
joule e queda de tensão pela resistividade dos condutores. Para sanar esse 
problema eram necessários condutores de secção maiores, tornando-se inviável sua 
implantação, fazendo com que as novas centrais de energia estivessem próximas 
dos centros de consumo. Naquele tempo as maiores fontes produtoras de energia 
ficavam fora de alcance, pois não havia como transportar esses blocos de energia a 
grandes distâncias, uma vez que a eletricidade era consumida na tensão em que era 
produzida (FUCHS, 1979). 
O transformador foi inventado por volta dos anos 1884/1885, possibilitando a 
elevação e o abaixamento de tensão, facilitando o transporte de energia e 
diminuindo as perdas por queda de tensão. A invenção dos motores de indução por 
Ferraris e Tesla, entre os anos de 1885 e 1888, foi o que deu uma grande vantagem 
da corrente alternada para a corrente contínua. Aos poucos foram trocando os 
sistemas de CC por CA, no entanto não foi completamente substituído, pois para 
algumas aplicações específicas a CC era mais vantajosa (FUCHS, 1979). 
13 
 
Com essa vantagem no transporte de energia os sistemas em CA foram 
crescendo continuamente e assim os grandes potenciais elétricos poderiam ser 
acessados, transportando a energia a longas distâncias. A primeira LT de 230KV foi 
construída no ano de 1936 e somente 26 anos depois a primeira LT de 500KV 
entrou em operação. No Brasil a primeira linha de transmissão a entrar em operação 
foi no ano de 1883, constando como a linha mais longa do mundo na época, 
somente em 1945 foi construída a primeira linha de 230KV (FUCHS, 1979). 
O plano nacional de energia (PNE) mostra um panorama dos estudos 
realizados e das perspectivas futuras dos recursos disponíveis, tem como objetivo o 
planejamento do desenvolvimento energético do país, orientando as tendências 
futuras da expansão do setor energético. O PNE é dividido em PNE 2030 e PNE 
2050, onde mostram as prospectivas futuras da expansão do setor energético 
nacional (EPE, 2008). 
O plano decenal de energia (PDE) 2023 mostra uma perspectiva futura da 
demanda e oferta de recursos em um período de 10 anos. Tanto o PDE quanto o 
PNE são instrumentos de suma importância para o planejamento do setor energético 
brasileiro, para que se possa desenvolver uma estratégia que acompanhe o 
crescimento do país (EPE, 2014). 
Os estudos do PDE 2023 são realizados com base em que a economia 
mundial tem um fraco crescimento ao longo dos próximos anos, onde os países 
desenvolvidos tentam se reestruturar economicamente, influenciando o comércio 
mundial com a estagnação. Os estudos baseiam-se também nos leilões de energia 
realizados até o final de 2013 com um total de 7.200 MW e tendo sido licitado em 
2013 um total de 10.000 km de linhas de transmissão (EPE, 2014). 
 
TABELA 1.1: CONSUMO DE ELETRICIDADE NA REDE POR CLASSE 
FONTE: EPE, 2014. 
14 
 
 
FIGURA 1.1: REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA PROJEÇÃO DE DEMANDA DE ENERGIA DO 
PDE 2023 
FONTE: EPE, 2014. 
 
A matriz energética brasileira é composta principalmente de fontes 
renováveis, com notoriedade a geração hidráulica, com 64,9% de toda a oferta de 
energia. A energiagerada através de fontes renováveis representam quase 80% de 
toda a oferta de energia no Brasil, sendo ela gerada internamente e importada de 
fontes de origem renovável. O setor energético cresceu 12,6% em relação a 2012, 
com uma ligeira alta no setor industrial e uma alta de 6,2% no consumo residencial e 
4,8% nos demais setores (EPE, 2014). 
 
FIGURA 1.2: OFERTA INTERNA DE ENERGIA ELÉTRICA POR FONTE 
FONTE: EPE, 2014. 
15 
 
A geração de energia elétrica no ano de 2013 teve um aumento de 3,2% em 
relação ao ano anterior, a principal fonte de energia primária do Brasil continua 
sendo a energia hidráulica, porém houve uma diminuição na geração de 5,9% em 
relação a 2012. Houve o incremento das energias eólicas, biodiesel e cana-de-
açúcar, todas com um aumento superior a 7,4% com um destaque a eólica que teve 
um aumento de 16,5% em sua produção (EPE, 2014). 
 
TABELA 1.2: PRODUÇÃO DE ENERGIA PRIMÁRIA POR TIPO DE FONTE 
FONTE: EPE, 2014. 
 
 
TABELA 1.3: PRODUÇÃO DE ENERGIA PRIMÁRIA POR FONTE (%) 
FONTE: EPE, 2014. 
 
16 
 
O sistema interligado nacional (SIN) do Brasil é um dos únicos no mundo 
desse porte. Vale ressaltar que esse sistema interliga todas as regiões brasileiras 
conforme a figura abaixo, e somente 1,7% da energia nacional encontrasse fora do 
SIN em regiões de difícil acesso na Amazônia (ONS, 2014). Vemos que os sistemas 
de transmissão de energia do Brasil variam de 138KV ate 750KV em corrente 
alternada, salvo as linhas de 600KV e 800 KV em corrente contínua. Temos hoje um 
total de mais de 106.000 km de linhas já construídas e em operação no SIN, sendo 
45% dessas linhas em 230KV (ONS, 2012). 
 
 
FIGURA 1.3: MAPA DO SIN HORIZONTE 2014-2015 
FONTE: ONS, 2014. 
 
 
17 
 
1.2. OBJETIVOS 
 
1.2.1. Objetivo geral 
 
O objetivo desse trabalho é realizar um estudo das etapas necessárias para 
conceber projetos de linhas de transmissão trifásicas aéreas com ênfase no cálculo 
dos parâmetros elétricos das linhas, utilizando uma planilha eletrônica de cálculo 
para verificação dos parâmetros com base em um projeto de LT real. 
 
1.2.2. Objetivos específicos 
 
Os objetivos específicos são: 
 Desenvolver um documento que seja o início de um manual que 
contenha as etapas necessárias para realizar projetos de linhas de 
transmissão trifásicas aéreas no Brasil; 
 Desenvolver uma planilha eletrônica capaz de calcular os parâmetros 
elétricos de linhas de transmissão trifásicas; 
 Realizar comparações entre os valores calculados pela planilha e 
projetos ou informações existentes de linhas de transmissão. 
 
1.3. JUSTIFICATIVA 
 
O trabalho tem como diferencial o desenvolvimento de um estudo para a 
elaboração de projetos de linhas de transmissão de corrente alternada e a utilização 
de uma planilha eletrônica simples, que pode ser utilizada facilmente para calcular 
os parâmetros elétricos de uma linha de transmissão trifásica aérea. Tal planilha 
contará com especificações e procedimentos técnicos destinados a segurança e 
eficácia no cálculo de modo simples e barato, sendo que supostamente os 
aplicativos relacionados são caros e sofisticados. 
Pretende-se que este trabalho represente um marco inicial que permitirá a 
elaboração de um manual para projetos de linhas de transmissão trifásicas, pois 
facilita na disseminação do estado da arte sobre o desenvolvimento de projetos de 
linhas de transmissão. 
 
 
18 
 
1.4. METODOLOGIA 
 
As etapas empregadas no desenvolvimento do trabalho são apresentadas no 
fluxograma da figura 1.4. 
 
FIGURA 1.4: FLUXOGRAMA DA METODOLOGIA 
FONTE: AUTOR. 
 
1.5. ESTADO DA ARTE 
 
Nesta subdivisão será apresentada uma breve revisão sobre a bibliografia já 
encontrada sobre manuais de projetos de linhas de transmissão e sobre o cálculo de 
parâmetros elétricos. Conforme realizamos pesquisas não encontramos nenhum 
manual completo sobre todas as etapas necessárias para a realização de um projeto 
executivo de linhas de transmissão, apenas encontramos esse material fracionado. 
O instrumento mais utilizado por projetistas de linhas de transmissão nos dias 
de hoje é um software chamado PLS-CADD, com ele é possível realizar um projeto 
completo com dados como velocidades dos ventos, temperaturas e cargas nas 
estruturas, utilizando o pacote completo dele é possível: 
 realizar a plotação de estruturas; 
 mudar o tipo de estrutura visando um menor custo; 
19 
 
 calcular flechas; 
 cálculo do terreno; 
 calcular distância de segurança; 
 tensões; 
 cargas; 
 desenho completo de um projeto de linha de transmissão. 
As normas técnicas têm como objetivo a padronização da execução de 
diversos tipos de serviços e produtos, garantindo ao consumidor satisfação e 
segurança. Tanto para projetos quanto para construção de linhas de transmissão no 
Brasil, o que garante a qualidade dos serviços são as Normas Brasileiras (NBR’s), 
criadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). 
A NBR que rege os projetos de LT’s é a NBR5422 – Projeto de linhas aéreas 
de transmissão de energia elétrica. Nela contém: 
 normas complementares – relação de normas para a correta 
padronização de serviços e materiais de uma LT; 
 definições – linguagem mais utilizada por engenheiros; 
 parâmetros meteorológicos – todas as definições assim como tabelas e 
fatores para correção; 
 cabos condutores e para-raios -- define os padrões e as normas relativas 
que os condutores e para-raios devem se enquadrar, como carga, 
temperatura e flecha dos cabos; 
 isoladores e ferragens – especificações para a elaboração do projeto bem 
como as normas complementares; 
 suportes e fundação – cita as normas que o projeto de fundação e os 
suportes devem seguir, e uma breve descrição das hipóteses de carga e 
tipo de fundação; 
 esforços mecânicos – cita os esforços a que toda a estrutura esta 
submetida e todo o método de cálculo destes esforços; 
 aterramento – apenas recomendações sobre o aterramento, pois o 
mesmo deve ser feito de acordo com o projetista da linha; 
 distância de segurança – demonstra como calcular a distância de 
segurança; 
 travessias – cita todos os tipos de travessias e os critérios a serem 
utilizados; 
20 
 
 faixa de segurança – método de cálculo para uma ou mais linhas; 
 sinalização – indica quais NBR’s devem ser consultadas. 
A apostila de FURNAS(FURNAS, 2006) contém uma breve descrição sobre 
os procedimentos para a construção de linhas de transmissão, ela relata sobre 
noções de eletricidade e do sistema elétrico brasileiro até as fases de projeto e 
construção de LT’s. Descreve de uma forma bem sucinta as principais etapas para 
estudos ambientais e a elaboração dos projetos básico e executivo. Considera o 
meio em questão onde será implantada a LT, citando como realizar um 
levantamento de campo para a escolha do traçado. 
Além disso, encontramos muitas dissertações sobre aspectos bem 
específicos tanto do projeto como da construção da LT, como topografia, cálculos 
dos parâmetros elétricos através de tensões e correntes nos terminais, projeto 
eletromecânico. 
A bibliografia utilizada ainda nos dias de hoje é o livro transmissão de energia 
elétrica – linhas aéreas do Rubens Dario Fuchs, uma edição de 1979. Outro livro 
utilizado é do Willian D. Stevenson “Análise de Sistemas de Potência” de 1986, que 
aborda temas como: transformadores, maquinas elétricas, linhas de transmissão 
trifásicas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
2. PROJETOS DE LINHAS DE TRANSMISSÃO NO BRASIL 
 
Para o desenvolvimento desse capitulo, foram realizadas algumas entrevistas 
com especialistas na área de projetos elétricos de linhas de transmissão áreas, no 
apêndice do trabalha é comentado sobre a realização dessas entrevistas. Outro 
ponto a se comentar desse capitulo, é que não é comentado sobre segurança da 
parte de projeto. 
De acordo com uma entrevistarealizada com o engenheiro projetista de 
linhas de transmissão Aurino Atsushi Sigaki (Sigaki, 2014) as etapas para a 
realização de um projeto de uma LT são as seguintes: 
 
FIGURA 2.1: PRINCIPAIS ELEMENTOS DE UMA LT 
FONTE: P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
2.1. FLUXOGRAMA 
 
Na figura 2.2 é apresentado um fluxograma que descreve as etapas de um 
projeto de linhas de transmissão aéreas, sendo que as etapas estão organizadas em 
ordem cronológica. 
 
FIGURA 2.2: FLUXOGRAMA DE PROJETO DE LT’S 
FONTE: SIGAKI, 2014. 
 
 
 
23 
 
2.2. TOPOGRAFIA 
 
Tem como objetivo realizar o levantamento do terreno, medindo desníveis, 
ângulos e distâncias onde será implantado a LT para que assim possam ser 
representadas em uma escala adequada todas as imperfeições do terreno que 
possam gerar possíveis alterações de projeto. Utiliza-se de medidas lineares para 
calcular: áreas e coordenadas para posteriormente serem passadas para as plantas 
do traçado e do perfil, onde no caso de linhas de transmissão auxiliam para a correta 
localização de estruturas (VEIGA, ZANETTI, FAGGION, 2012). 
 
2.2.1. Estudo e apresentação de três alternativas de traçado 
 
Para a escolha do traçado utilizam-se cartas geográficas, imagens de satélite 
e visitações “in loco”, visando o conhecimento de possíveis projetos futuros que 
possam estar interferindo com o traçado da LT, podendo gerar conflitos. Os estudos 
de traçado consideram além de aspectos técnicos, econômicos e ambientais o tipo 
de solo, desapropriações, travessias, proximidade a áreas densamente populosas, 
entre outros (FURNAS, 2006). 
É conveniente afastar as LT’s de áreas populosas, estradas e principalmente 
rotas turísticas, pois para quem a projeta ela pode ser considerada uma obra de 
arte, porém para as demais pessoas pode ser considerada uma poluição visual (P. 
R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992). 
Definido as três melhores hipóteses de traçado é realizado um estudo com o 
intuito de determinar qual teria o menor custo com o menor impacto ambiental, para 
implantar o traçado escolhido e elaborar a planta e perfil desse corredor preferencial 
(FURNAS, 2006). 
 
2.2.2. Levantamento topográfico plani-altimétrico 
 
No levantamento topográfico planialtimétrico são localizados os pontos de 
vértices visando representar os desníveis entre elas. Para realizar o levantamento 
topográfico são utilizados equipamentos como estações totais, laser scanner 3D e 
receptores RTK para cálculo de coordenadas e altitudes (SIGAKI, 2014): 
 Para cálculo de coordenadas x, y e z; 
24 
 
A técnica utilizada para o levantamento planialtimétrico consiste em obter uma 
sequência de pontos sucessivos no eixo do traçado escolhido, interferências como 
redes de distribuição, cercas, estradas, matas, arvores, rios. E quando o desnível 
lateral for significativo é necessário fazer o levantamento do perfil lateral (SIGAKI, 
2014). 
 
FIGURA 2.3: LEVANTAMENTO DO TRAÇADO 
FONTE: VEIGA, ZANETTI, FAGGION, 2012. 
 
2.2.3. Planta do traçado 
 
Representação gráfica do traçado da LT, revelando as interferências 
existentes, vértices e alinhamento das estruturas. Nessa etapa que são fornecidos 
os quadros de coordenadas dos vértices (OLIVEIRA, 2014). 
 
2.2.4. Planta e perfil do eixo da LT 
 
 
Representação gráfica onde são indicados os limites das propriedades 
atravessadas pela LT, os obstáculos na faixa de servidão, as travessias que 
obstruem a LT e a representação do relevo (OLIVEIRA, 2014). 
 
2.3. PROJETO ELETROMECÂNICO 
 
 
O projeto eletromecânico compreende todos os cálculos para o correto 
dimensionamento de estruturas, memoriais de cálculo, dimensionamento de cabos 
condutores e para-raios, lista de materiais, entre outros (SIGAKI, 2014). 
 
 
 
25 
 
2.3.1. Critérios básicos de projeto 
 
2.3.1.1. Norma a ser utilizada no projeto 
 
A norma utilizada para projetos depende sempre da concessionária para 
quem a linha será construída. Ela quem determina os critérios que devem ser 
respeitados para a realização do projeto. Normalmente utiliza-se para projetos de LT 
a NBR5422 – Projetos de linhas de transmissão aéreas de energia elétrica, que 
oferece para uso comum as regras e diretrizes para a realização de projetos de LT 
reconhecido por um órgão público (SIGAKI, 2014). 
 
2.3.1.2. Velocidade dos ventos adotada 
 
A velocidade dos ventos nas estruturas é retirada através de dados 
meteorológicos da região de implantação da linha, caso não haja dados disponíveis 
esse cálculo é feito utilizando-se normas técnicas (ABNT NBR5422, 1985). 
Utiliza-se a fórmula: 
 
 
 
 
 
 
 
 2.1 
Onde: 
Vp - Velocidade do vento de projeto. 
Kr - Coeficiente de rugosidade do terreno. 
Kd - Relação entre os valores médios de vento a 10 metros de altura do solo, para diferentes 
períodos de integração e rugosidade do terreno. 
H - Altura da estrutura. 
n - Coeficiente para correção da velocidade dos ventos em função da altura. 
Vt - Velocidade do vento referido a um período de retorno T. 
 
TABELA 2.1: COEFICIENTE DE RUGOZIDADE DO TERRENO 
FONTE: ABNT NBR5422, 1985. 
26 
 
2.3.1.3. Condições atmosféricas 
 
Realiza-se a coleta de dados meteorológicos no local da implantação da LT, 
como: temperaturas máximas e mínimas, nível isoceráunico, velocidade média e 
máxima dos ventos, entre outros (FURNAS, 2006). 
Todos esses fatores são necessários para definição do tipo dos isoladores 
utilizados, limites térmicos dos condutores, cálculo probabilístico do número de 
saídas de operação, nível de isolamento e condições de lançamento do para-raios e 
condutor. Caso não haja dados meteorológicos confiáveis, esses fatores podem ser 
obtidos através das normas técnicas ABNT NBR5422 (FURNAS, 2006). 
 
2.3.1.4. Critérios básicos de locação de suportes 
 
Para a definição do projeto de fundação é realizado a locação de cada 
estrutura para a realização da sondagem geológica de modo a se escolher o projeto 
de fundação adequado para cada tipo de solo. Obtêm-se ainda as seções diagonais 
para definição das pernas das estruturas, quando exigido poderá ser realizado a 
medição da resistividade do solo (SIGAKI, 2014). 
 
2.3.1.5. Definição dos esforções mecânicos 
 
Os esforços mecânicos a que os cabos de uma LT estão submetidos e devem 
ser dimensionados para suportar, são os seguintes (ABNT NBR5422, 1985): 
 Cargas de ventos – São as cargas atuantes devido a ação do vento, 
sobre estruturas, cadeias de isoladores e cabos; 
 Cargas permanentes – Atuam sobre toda a LT e não variam durante toda 
sua vida útil, como: peso dos componentes da linha e esforços 
transversais a que estão submetidos os cabos nas estruturas devido às 
configurações de suspensão e ancoragem; 
 Cargas especiais – Cargas que aparecem durante a construção da linha e 
manutenção dela, como: peso dos trabalhadores, fenômeno de cascata 
(queda sucessiva das estruturas). 
Para maiores informações sobre os métodos de cálculo das cargas em LT’s, o 
leitor pode consultar a norma NBR5422 (ABNT NBR5422, 1985). 
 
27 
 
2.3.2. Planta e perfil com plotação das estruturas 
 
Uma L.T é composta por vários projetos, e a “planta e perfil”, do ponto de 
vista construtivo, seria o projeto que reúne a maior quantidade de informações 
necessárias para as atividades de campo, pois este projeto tem como função 
principal representar o perfil da linha com as estruturas plotadas e mostrar todo o 
meio ambiente local, as características do terreno, seus elementos, e indica também 
o nome dos proprietários dos locais onde a linha passa (OLIVEIRA, 2014). 
Como o nome diz, ela é dividida em duas partes, a planta e o perfil do terreno, 
na primeira parte são inseridos todos os elementos que cruzam com a linha, 
exemplo, rede de distribuição, cercas de arame, rios, rios rodovias, outras L.T emostram as deflexões da L.T com seus respectivos ângulos e sentidos, na segunda 
parte têm o perfil da linha, com os desníveis do terreno, as alturas das torres e a 
representação da catenária dos cabos (KALUCZ, 2014). 
A primeira atividade quando se vai construir uma L.T e a conferência do perfil, 
atividade que consiste em conferir em campo as informações contidas na planta e 
perfil, sendo as principais conferências: alinhamento, distância entre os vãos e 
desnível entre as estruturas (OLIVEIRA 2014). 
 
2.3.3. Árvore de carregamento das estruturas 
 
A árvore de carregamento das estruturas é um diagrama da estrutura com as 
hipóteses de cálculo de carregamento, ou seja, as forças atuantes na estrutura. 
Normalmente utiliza-se um software específico para esse tipo de cálculo (P. R. 
LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992). 
Os esforços atuantes nas estruturas são divididos em três tipos: 
 esforços verticais – devido ao peso dos componentes da LT e sua 
manutenção; 
 esforços transversais – devido a tração nos cabos e a ação do vento; 
 esforços longitudinais – devido a tração de um condutor rompido na 
hipótese de vento reduzido. 
28 
 
 
FIGURA 2.4: EXEMPLO DE ÁRVORE DE CARREGAMENTO NAS ESTRUTURAS 
FONTE: (P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992). 
 
Depois de elaborada a árvore de carregamento das estruturas os valores de 
carga devem ser recalculados utilizando coeficientes de segurança e assim montar 
uma nova árvore de carregamentos. Utilizam-se os seguintes fatores de segurança 
para cada tipo de carga conforme a tabela a seguir (P. R. LABEGALINI, J. A. 
LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992): 
 
TABELA 2.2: COEFICIENTES DE SEGURANÇA 
FONTE: (P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992). 
 
2.3.4. Memorial descritivo 
 
É um documento que tem como objetivo fornecer informações sobre a 
construção da LT. Nele são contidas informações como (CAVASSIN, 2013): 
 características da LT: nível de tensão utilizado, comprimento da LT, tipo 
de condutor e para-raios, cabo auxiliar, aterramento, isolamento, tipo de 
estruturas e disposição dos condutores; 
 serviços a serem realizados: descreve brevemente como executar todos 
os serviços para a construção da LT, tais como: mobilização, corte de 
árvores, execução das fundações, montagem das estruturas, lançamento 
e regulagem de cabos, entre outros; 
 materiais: descreve os materiais que serão utilizados na LT; 
29 
 
 inspeção: descreve os critérios e ensaios utilizados para a inspeção dos 
materiais a serem utilizados na construção da LT; 
 relação de desenhos: fornece todos os documentos e desenhos que 
serão utilizados na construção da LT. 
 
2.3.5. Especificações de construção 
 
É considerado por todos os engenheiros de obras a “bíblia” da construção, 
pois consta a maneira que todas as atividades de construção devem ser executadas, 
de forma objetiva este texto tem a função de orientar o construtor da maneira a 
proceder durante a construção da L.T (OLIVEIRA, 2014). 
 
2.3.6 Memorial de cálculo para a largura da faixa de servidão 
 
A largura mínima da faixa de servidão é calculada levando-se em conta o 
balanço dos cabos condutores de energia elétrica devido à ação dos ventos, efeitos 
elétricos e o local da fundação de suportes e estais, e é dada pela fórmula (SIGAKI, 
2008): 
 2.2 
Onde: 
L - Largura mínima da faixa de segurança; 
b - Distância horizontal do eixo de suporte ao ponto de fixação do condutor mais afastado 
desse eixo; 
d - Soma das projeções horizontais da flecha do condutor e do comprimento da cadeia de 
isoladores, após seu deslocamento angular β devido à ação dos ventos; 
D – Du/150, em metros; 
Β - Ângulo de balanço da cadeia e do condutor. 
 
A determinação do ângulo de balanço β é calculado por: 
 
 
 
 
 
 
 
2.3 
Onde: 
K - parâmetro obtido da Figura 7 da NBR – 5422 
q0 - pressão dinâmica de referência (kgf/m
2
) 
d - diâmetro do condutor (m) 
p - peso unitário do condutor (kg/m) 
30 
 
Vg - vão gravante (m) 
Vm - vão médio (m). 
 
Para tensões superiores a 230KV, a faixa de servidão deve ser verificada 
quanto a aspectos como: ignição de combustíveis, níveis de radio interferência, 
ruído audível e interferência na recepção da TV(ABNT NBR5422, 1985). 
 
2.3.7 Ferragens e acessórios para arranjos de ancoragem e suspensão 
 
As ferragens e acessórios são o conjunto de peças utilizadas para dar 
sustentação aos cabos nos arranjos de ancoragem e suspensão. Seu projeto e de 
suma importância dentro da construção de uma LT, pois o mau dimensionamento do 
mesmo pode reduzir a vida útil da LT e causar vários estragos (P. R. LABEGALINI, 
J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992). 
Atualmente essas peças são projetadas para não ter nenhum tipo de 
rugosidade e ponta, pois podem causar rádio interferência e diminuem a vida útil da 
mesma pelo efeito corona. Outro ponto importante no projeto é que os materiais 
tenham afinidade eletroquímica entre si para que não ocorra uma corrosão galvânica 
(P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992). 
As cadeias de suspensão devem ser projetadas para sustentar os condutores 
e transmitir para a estrutura toda essa carga, na parte superior normalmente utiliza-
se um conector bola garfo em conjunto com uma manilha e na parte inferior utiliza-
se grampos (P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992). 
 
FIGURA 2.5: CADEIA DE SUSPENSÃO CONVENCIONAL 
FONTE: (P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992). 
31 
 
As cadeias de ancoragem são mais solicitadas mecanicamente, pois ficam 
praticamente na posição horizontal e devem suportar todos os esforços axiais 
causados pelos cabos condutores. Os cabos são presos aos isoladores através de 
grampos de tensão, utilizam-se também grampos de passagem, permitindo assim a 
passagem do cabo por eles sem o seu corte. Devido ao seu modelo não são muito 
empregados em extra-alta tensões (EAT), pois não são considerados anti corona (P. 
R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992). 
 
FIGURA 2.6: CADEIA DE ANCORAGEM CONVENCIONAL 
FONTE: (P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992). 
 
 
2.3.8 Tipo de cabo para-raios 
 
O cabo para-raios ou cabo guarda tem como função proteger as instalações 
de uma L.T contra as descargas atmosféricas. Todas as estruturas que compõem 
uma L.T são aterradas e a medida da resistência do aterramento deve ficar abaixo 
de 20Ω, o para-raios é conectado em todas as estruturas criando um circuito 
paralelo (KALUCZ, 2014). 
Normalmente, o cabo utilizado como para-raios é o cabo de aço na bitola 3/8, 
porém nas chegadas e saídas das S.E tem sido usados cabos CAA (cabos de 
alumínio com alma de aço) para melhor proteção destas instalações e também o 
cabo OPGW, que possui fibras óptica em seu interior, e por isso reúne duas 
funções, proteger as instalações e de telecomunicação (KALUCZ, 2014). 
 
 
 
32 
 
2.3.9 Sinalização para inspeção aérea 
 
A pintura dos suportes é realizada nas cores laranja e vermelha, onde o 
laranja representa uma advertência ao piloto de aeronave para se colocar a uma 
distância segura, e a cor vermelha representa obstáculo iminente, devendo todas as 
linhas serem pintadas para os dois sentidos de voo da aeronave (ABNT NBR6535, 
2005). 
No cruzamento de linhas devem ser pintados os suportes da linha inferior, 
obedecendo aos seguintes critérios: 
 Pintar no mínimo dois suportes adjacentes ao cruzamento; 
 O trecho de linha antes e depois do cruzamento deve ser numericamente 
igual a oito vezes a diferença das alturas dos cabos mais elevados das 
duas linhas no ponto de cruzamento devem ser pintados; 
 É pintada no mínimo à metade superior dos suportes; 
 O suporte adjacente ao cruzamento é pintado na cor vermelha e os 
demais são pintados na cor laranja, segundo os padrões de cores da 
tabela A.1 presentena NBR 6535; 
 Não devem ser pintados dispositivos de escalada; 
 Se o numero de suportes entre cruzamentos consecutivos for menor ou 
igual a três, todos os suportes devem ser pintados de vermelho. 
A sinalização por placas de advertência deve ser utilizada em complemento 
ou substituição da pintura dos suportes. Devem-se instalar as placas sempre na 
parte superior do suporte acima do último condutor. Deve ser localizada sempre que 
possível o mais a direita para a melhor visualização para o piloto de aeronave 
(ABNT NBR6535, 2005). 
A sinalização por placas e feita sempre dois suportes anterior ao obstáculo. 
Quando houver o paralelismo de duas LT’s serão sempre sinalizadas as duas, dois 
suportes antes do inicio do paralelismo (ABNT NBR6535, 2005). 
A sinalização por esferas é realizada com esferas de diâmetro 600mm e de 
cores vermelha ou laranja conforme o tipo de sinalização. São sinalizados os 
cruzamentos de linhas, onde as esferas ficarão no ultimo condutor e espaçadas de 
30m uma da outra. Se houver mais de um condutor de maior altura ou para-raios as 
esferas são distribuídas de forma alternada entre eles, sendo a intermediária 
33 
 
colocada no ponto de cruzamento com o eixo da linha inferior (ABNT NBR6535, 
2005). 
 
FIGURA 2.7: SINALIZAÇÃO POR MEIO DE PINTURA DOS SUPORTES, INSTALAÇÃO DE PLACAS 
E ESFERAS 
FONTE: ABNT NBR6535, 2005. 
 
Para maiores informações sobre sinalização aérea de linhas de transmissão 
consultar NBR 6535. 
 
2.3.10 Identificação das estruturas 
 
A sinalização da LT para identificação de ramal é feita antes do início e do 
termino do ramal da LT, nas estruturas da LT adjacentes aos pontos de derivação do 
ramal, na saída e entrada das subestações, nos suportes adjacentes onde houver 
uma melhor visibilidade para as travessias, em zonas urbanas, onde houver 
dificuldade para identificar a LT e nos suportes comuns a mais de uma LT (ABNT 
NBR8664, 1984). 
Deve ser colocado na parte superior dos suportes, o mais próximo da LT 
correspondente para que possa ser visualizado durante uma inspeção aérea. 
Também se deve colocar uma placa para identificação na parte inferior do suporte 
para que possa ser visto por um terceiro ou alguma equipe que realize a 
manutenção da linha, estando situada ao nível do solo a uma distância de 5m do 
suporte. Na parte superior dos suportes na saída de chegada da LT voltada para a 
aérea externa da subestação (ABNT NBR8664, 1984). 
34 
 
A identificação das fases é feita no início e término da LT, no pórtico da 
subestação, nos suportes adjacentes a transposição e no suporte do ramal 
adjacente ao ponto de derivação. A localização dessa identificação deve ser feita na 
saída dos pórticos o mais perto possível da fase correspondente na parte superior 
dos pórticos (ABNT NBR8664, 1984). 
Todos os suportes da LT são identificados com placas. Também são 
identificadas as faixas de acesso por meio de sinalizações nas extremidades da 
faixa espaçadas de forma que não haja a invasões de terceiros e para que a turma 
de manutenção possa visualizar com facilidade, para uma melhor garantia de 
visualização pode ser instalada na parte inferior dos suportes. Locais onde passam 
rodovias federais, estaduais e bifurcações onde tem acesso aos suportes deve ser 
feita a sinalização conforme orientação dos órgãos competentes (ABNT NBR8664, 
1984). 
 
FIGURA 2.8: EXEMPLO DE SINALIZAÇÃO DAS ESTRUTURAS 
FONTE: FUCHS, 1992. 
 
2.3.11 Tabela de regulagem de cabos condutores e para-raios 
 
Os cabos condutores e para-raios são instalados e tensionados seguindo os 
valores de projetos, porém esta tração varia de acordo com a temperatura, quanto 
maior a temperatura menor a tração, então é construída uma tabela com valores de 
temperatura e suas respectivas trações, de modo que, quando os cabos forem 
regulados, verifica-se a temperatura naquele instante e aplica-se a tração correta, de 
35 
 
acordo com a norma NBR 5422 o cabo deve permanecer com a tração EDS de 20% 
da tração de ruptura para cabos CAA (KALUCZ, 2014). 
 
 
2.3.12 Lista de materiais 
 
Lista que contém todos os materiais necessários para a construção da L.T, 
desenvolvida juntamente com o projeto, é uma lista extensa e detalhada, pois deve 
conter de forma esmiuçada todos os itens que compõem a L.T, esta lista será 
referência para a aquisição dos materiais no mercado (OLIVEIRA, 2014). 
 
2.3.13 Projeto de instalação de amortecedores e vibrações dos cabos 
 
A ação dos ventos sobre as L.T’s provoca oscilações dos condutores, as 
quais, se não forem amortecidas, poderão chegar a valores críticos, culminando com 
o rompimento dos cabos, seja pela fadiga, seja pelo efeito de grande amplitude, e 
até podendo afetar seriamente os suportes. A intensidade de vibrações dos 
condutores depende essencialmente da tensão mecânica a que os mesmos estão 
sujeitos e das características topográficas das regiões atravessadas pela linha de 
transmissão (P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992). 
Como dispositivos, recomendam-se, pela eficácia, os amortecedores 
Stockbridges e as pontes antivibratórias tipo festão. As linhas de transmissão podem 
ser afetadas diferentemente por vibrações, dependendo da topografia do terreno e 
da classe de tensões dos condutores. Os amortecedores Stockbridge, 
extensivamente usados no Brasil, tem sido bastante eficazes, quando são colocados 
dois amortecedores por vão, um em cada terminal, para vãos em torno de 500 m (P. 
R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992). 
 As medidas efetuadas por Furnas mostraram que a amplitude de vibração foi 
amenizada em dez vezes e, consequentemente, o ângulo característico de vibração 
ficou abaixo de 5’, proporcionando uma vida segura aos condutores. Contudo, para 
as seções de linha onde a tendência de vibrações é pequena e os ângulos de 
vibração não excedem 20’ uma redução de três quatro vezes na amplitude é 
totalmente adequada para excluir o perigo de danos para os condutores (P. R. 
LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992). 
36 
 
Os amortecedores devem ser, na medida do possível, posicionados de forma 
a atingirem a máxima eficácia numa ampla faixa de condições ambientes 
compreendendo diferentes frequências, comprimentos de ondas e velocidades do 
vento (P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992). 
 
2.3.14 Medição da resistência do solo 
 
Há duas formas básicas de se medir a resistividade do solo, uma é realizada 
analisando amostras do solo em laboratório e localmente com a utilização de 
eletrodos (VISACRO, 2002). 
A forma local de medir a resistividade pode ser feita com o método de Frank 
Wenner, que utiliza quatro hastes em linha cravadas no solo, aplicasse corrente nas 
hastes das extremidades e mede-se a queda de tensão nas hastes internas. Outra 
forma é o método da haste vertical, que é menos usual (VISACRO, 2002). 
A medição da resistividade do solo se da com o uso de um aparelho com 
quatro terminais, dois de correntes e dois de tensões (VISACRO, 2002). 
 
2.3.15 Projeto de instalação de contrapeso 
 
O contrapeso é dividido em fases, normalmente de 1 a 5, cada fase 
corresponde ao tamanho do cabo que será aterrado no solo, sendo que a fase 5 o 
aterramento de uma estrutura se liga ao aterramento da outra estrutura adjacente, 
ou seja, a tamanho do aterramento o próprio vão entre as estruturas (OLIVEIRA, 
2014). 
 
2.3.16 Projeto de aterramento 
 
Em uma LT, as torres de transmissão devem ser aterradas para proteção 
contra a energização das estruturas e também contra descargas atmosféricas. Os 
cabos para-raios devem ser ligados ao aterramento de cada estrutura (NOGUEIRA, 
2002). 
 Conforme a norma NBR5422, o aterramento das LTs fica a critério do 
projetista. A figura 2.9 apresenta uma configuração utilizando cabo de cobre nú em 
cada pé da estrutura da torre, a utilização do aterramento como na figura apresentaproteção contra tensão de passo (COPEL, 2012). 
37 
 
 
FIGURA 2.9: DETALHE DO ATERRAMENTO EM UMA TORRE DE TRANSMISSÃO 
FONTE: COPEL, 2012. 
 
Em geral um aterramento possui resistência, capacitância e indutância, que 
resultam na impedância de aterramento. A impedância de aterramento pode ser 
conceituada como a oposição á corrente elétrica oferecida pelo solo. Nos sistemas 
de baixa frequência as influências reativas são pequenas, podendo ser 
desconsideradas (VISACRO, 2002). 
Considerando o aterramento da figura 2.9, pode ser utilizado cabo de cobre 
nú em cada pé da torre. Considerando o cabo um eletrodo horizontal, a resistência 
de terra pode ser calculada pela equação 2.4 (VISACRO, 2002). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.4 
 – Resistência de terra 
ρ – Resistividade do solo 
 – Comprimento do cabo 
 – Raio do cabo 
 – Profundidade do cabo 
 
 Considerando os cabos em cada pé das torres iguais e afastados um do 
outro, a resistência de terra é calculada pelo comprimento total dos cabos. 
 
 
 
 
38 
 
2.3.17 Projeto de travessias 
 
O projeto de travessias é realizado utilizando-se a NBR 5422 capitulo 11. 
As travessias citadas na norma são sobre: outras linhas de energia, linhas de 
telecomunicações, edificações, florestas, vias de transporte e demais vegetações 
presentes no traçado da LT (ABNT NBR 5422, 1985). 
Primeiramente é solicitada uma licença ao órgão competente para o caso de 
travessia sobre e sob outras linhas de transmissão e vias de transporte. Nas 
travessias sobre linhas de telecomunicação e sobre grandes tubulações metálicas 
devem-se observar os efeitos causados pela linha de transmissão, tais como, 
influencia eletromagnética da linha, distância segura para os efeitos dos ventos nos 
cabos. Nas travessias sobre vegetações devem-se obedecer às disposições legais 
vigentes. Nas travessias de hidrovias, ferrovias, rodovia, oleodutos e linhas de 
transmissão deve-se seguir os decretos correspondentes (ABNT NBR 5422, 1985). 
No caso de travessias sobre outras linhas energizadas e ferrovias 
eletrificadas deve ser mantida a distância de segurança de Du/150 onde Du é o valor 
da tensão da linha que permanece energizada. Travessias sobre linhas de energia 
de tensão menor ou igual a 34,5kV não necessitam de projeto de travessias, apenas 
deve ser indicado na planta e perfil da linha a altura dos cabos em relação as outras 
linhas de energia (ABNT NBR 5422, 1985). 
Todos os requisitos para a condição normal de transporte e energia e de 
emergência são descritos na NBR 5422 item 11. 
A distância segura do condutor ao solo ou a outros obstáculos em condições 
normais de operação é dada segundo a fórmula: 
 
 
 
 
 2.5 
e 
 
 
2.6 
Du – tensão mais elevada das duas linhas consideradas 
A – distancia básica 
39 
 
 
TABELA 2.3: DISTÂNCIAS BÁSICAS “a” 
FONTE: ABNT NBR 5422, 1985. 
 
A distância mínima do condutor ao solo ou a obstáculos em situações de 
emergência e dada pela formula: 
 2.7 
Onde: 
a1- distância básicas 
Lcad - comprimento da peça de isoladores (metros) 
D - distância de segurança 
 
TABELA 2.4: DISTÂNCIAS BÁSICAS “a1’ 
FONTE: ABNT NBR 5422, 1985. 
 
40 
 
Para maiores informações sobre distâncias entre condutores e demais 
situações consultar NBR5422 capitulo 11. 
 
2.3.18 Solicitação de aprovação e autorização das travessias 
 
Para conseguir a aprovação das travessias deve-se apresentar ao órgão 
competente o projeto de travessias contendo (NBR5422, 1985): 
 Planta da travessia em uma escala mínima de 1:2500. Contendo o nome 
da via de transporte, a posição do local da travessia e os nomes das 
localidades mais próximas da travessia, o ângulo formado pelos eixos no 
ponto da travessia, posição dos suportes do vão de travessia, limites da 
faixa de segurança e linhas de telecomunicação existentes; 
 Perfil da travessia ao longo da linha projetada com escala mínima de 
1:500. Contendo a catenária do condutor nas condições mais 
desfavoráveis, a distância do condutor aos objetos atravessados nas 
condições críticas, cercas existentes e eixo dos suportes do vão de 
travessia; 
 Detalhes dos suportes utilizados, contendo o tipo e as dimensões; 
 Detalhes da fixação dos condutores e dos cabos para-raios aos suportes 
de travessias, indicando suas características; 
 Detalhes sobre as características mecânicas dos cabos condutores e 
para-raios; 
 Características elétricas da linha projetada. 
Para maiores informações sobre que tipos de detalhes e características que 
devem ser apresentadas consultar NBR5422 Capitulo 11, seção 11.5.1 a 11.5.6. 
 
2.3.19 Emissão de “as built” 
 
Após a construção da L.T, o projetista confecciona o “as built”, “como 
construído”, numa tradução livre, aonde será inserido no projeto todas as 
modificações realizadas em campo e se caracteriza como a consolidação do projeto. 
 
 
 
41 
 
2.4. LICENCIAMENTO AMBIENTAL 
 
O licenciamento ambiental para cada LT é realizado junto ao órgão 
competente de seu estado, no caso do Paraná o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) 
(SIGAKI, 2014). 
Segundo a SOMA (Serviço e Orientação Meio Ambiente) Ambiente as etapas 
básicas para receber a licença ambiental são: 
 Realização de estudos ambientais – os estudos que irão compor o 
Relatório Ambiental Simplificado (RAS) subsidiarão o processo, no que 
diz respeito ao diagnóstico e prognóstico da região em relação ao 
empreendimento, bem como balizá-la no processo de negociação 
fundiária e licenciamento junto aos órgãos ambientais competentes. Essa 
fase será composta pelas seguintes tarefas: identificação do 
empreendimento / descrição do projeto, definição de Traçado, campanhas 
de campo, compilação dos dados resultantes dos estudos e legislação 
ambiental pertinente; 
 Elaboração do RAS – para compor o RAS é feita uma consolidação dos 
Estudos Ambientais realizados e uma avaliação dos impactos das 
alternativas de trajeto de forma a proporcionar o embasamento técnico 
para a escolha do traçado ideal da LT. Após a sua consolidação final tanto 
o RAS como os processos dele decorrentes, permitirão elaboração do 
Relatório de Detalhamento dos Programas Ambientais (RDPA) e a 
continuidade do Licenciamento do empreendimento. Os aspectos a serem 
avaliados no RAS são apresentados juntamente com gráficos, imagens e 
fotos; 
 Elaboração do RDPA - o RDPA será estruturado por meio da descrição 
executiva de todas as medidas, programas e planos, contidos na Licença 
Prévia (LP), adotando todos os procedimentos para a plena execução do 
empreendimento com seus respectivos Cronogramas de implantação; 
 Condução do processo de licenciamento junto ao IAP. 
 
 
 
 
 
42 
 
2.4.1 Requisitos para solicitação de licença prévia 
 
 Segundo o IAP a licença prévia é concedida na fase 
preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade 
aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade 
ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes 
a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação. 
Segundo a SOMA os requisitos básicos para se obter a licença prévia são: 
 Requerimento de Licenciamento Ambiental (RLA); 
 Memorial Descritivo do Empreendimento; 
 Anuência Prévia do Município em relação ao empreendimento, 
declarando expressamente a inexistência de óbices quanto à lei de uso e 
ocupação do solo e a legislação de proteção do meio ambiente municipal, 
conforme modelo disposto na Resolução CEMA nº 065/2008; 
 Viabilizar a publicação de súmula do pedido de Licença Prévia em jornal 
de circulação regional e no Diário Oficial do Estado, conforme modelo 
aprovado pela Resolução CONAMA nº 006/86; 
 Comprovante de recolhimento da Taxa Ambiental de acordo com as 
Tabela I (procedimentos administrativos) e Tabela III (análise técnica dos 
estudos) daLei Estadual nº 10.233/92; 
 Apresentação de cópia da(s) respectivas ART(s) - Anotação(s) de 
Responsabilidade Técnica dos profissionais habilitados. 
 Cadastro de Obras Diversas – COD; 
 Relatório Ambiental Simplificado - RAS; 
 Apresentação, do pedido (protocolo) de outorga prévia dos recursos 
hídricos ao órgão competente, caso se aplique. 
 
2.4.2 Licença de instalação 
 
Segundo o IAP a licença de instalação autoriza a 
instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as 
especificações constantes dos planos, programas e projetos 
aprovados, incluindo as medidas de controle ambientais e demais 
condicionantes, da qual constituem motivos determinantes. 
Segundo a SOMA os requisitos básicos para se obter a licença de instalação 
são: 
43 
 
 Requerimento de Licenciamento Ambiental - RLA; 
 Cópia do Ato Constitutivo ou do Contrato Social; 
 Anuência(s) do(s) proprietário(s) envolvido(s) pela implantação do 
empreendimento, registradas em cartório ou Decreto de Utilidade Pública 
- DUP; 
 Cópia(s) da(s) matrícula(s) do(s) imóvel(is) afetado(s) pelo 
empreendimento, contendo a averbação da reserva legal ou Celebração 
de Termo de Compromisso para regularização da reserva legal; 
 Cópia da Licença Prévia e de sua respectiva publicação em jornal de 
circulação regional e no Diário Oficial do Estado, conforme modelo 
aprovado pela Resolução CONAMA nº 006/86; 
 Prova de publicação de súmula do pedido de Licença de Instalação em 
jornal de circulação regional e no Diário Oficial do Estado, conforme 
modelo aprovado pela Resolução CONAMA nº 006/86; 
 Comprovante de recolhimento da Taxa Ambiental ; 
 Apresentação de cópia da(s) respectivas ART(s) - Anotação(s) de 
Responsabilidade Técnica dos profissionais habilitados. 
 Cadastro de Obras Diversas – COD; 
 Autorização / Concessão da ANEEL para o empreendimento, quando se 
tratar de empreendimentos com tensão igual ou superior a 230kV; 
 Relatório de Detalhamento dos Programas Ambientais - RDPA; 
 Apresentação da outorga prévia dos recursos hídricos, caso se aplique; 
 Apresentação do pedido (protocolo) de autorização para supressão 
vegetal emitido pelo órgão competente, caso se aplique; 
 Apresentação do pedido (protocolo) de autorização para manejo (estudos 
e resgate) da fauna emitida pelo órgão competente, caso se aplique. 
 
2.4.3 Licença de operação 
 
Segundo o IAP a licença de operação autoriza a 
operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do 
efetivo cumprimento do que consta das licenças anteriores, com 
as medidas de controle ambientais e condicionantes determinados 
para a operação; 
44 
 
Segundo a SOMA os requisitos básicos para se obter a licença de operação 
são: 
 Requerimento de Licenciamento Ambiental - RLA; 
 Cópia da Licença de Instalação e de sua respectiva publicação em jornal 
de circulação regional e no Diário Oficial do Estado, conforme modelo 
aprovado pela Resolução CONAMA nº 006/86; 
 Cópia(s) da(s) matrícula(s) do(s) imóvel(is) afetado(s) pelo 
empreendimento, contendo a averbação da reserva legal; 
 Prova de publicação de súmula do pedido de Licença de Operação ou de 
sua respectiva renovação em jornal de circulação regional e no Diário 
Oficial do Estado, conforme modelo aprovado pela Resolução CONAMA 
nº 006/86; 
 Comprovante de recolhimento da Taxa Ambiental de acordo com a 
Tabela I (procedimentos administrativos) da Lei Estadual nº 10.233/92; 
 Apresentação de cópia da(s) respectivas ART(s) - Anotação(s) de 
Responsabilidade Técnica dos profissionais habilitados. 
 Cadastro de Obras Diversas – COD; 
 Apresentação da outorga de direito dos recursos hídricos, caso se 
aplique. 
 
2.5 LIBERAÇÃO FUNDIÁRIA 
 
Segundo a COPEL são os processos para execução 
de serviços técnicos especializados da engenharia de avaliação, 
referente à liberação da faixa de segurança de LT’s, e instituição 
da faixa de passagem ou desapropriação. 
Para cada estado as normas que regem são diferentes, nesse caso citaremos 
o estado do Paraná e as normas da COPEL. 
 
2.5.1 Anuência dos proprietários 
 
Segundo a ANEEL o consentimento dos proprietários para a passagem da LT 
em suas terras dá-se por meio de tratativas, divididas em 5: 
45 
 
 Em negociação – quando há a aceitação do proprietário a instituição de 
servidão de passagem em sua terra para a passagem da LT, nessa fase 
ainda esta ocorrendo a negociação da forma de pagamento e o valor; 
 Negociada - quando há a aceitação por parte do proprietário a instituição 
de servidão de passagem em sua terra para a passagem da LT e acordo 
de valores, porem ainda não é averbada em cartório; 
 Sem acordo – o proprietário não aceita a passagem da LT por suas 
terras, a indenização proposta ou alega outros embargos; 
 Indenizada – valores acordados devidamente pagos devido a instituição 
da faixa de servidão; 
 Adquirida – Valores acordados devidamente pagos a aquisição amigável; 
 
2.5.2 Pesquisa cartorial 
 
Inicialmente é realizada uma análise preliminar nas plantas, memoriais 
descritivos e matrículas de propriedades registradas, de modo a identificar 
inconsistências e atualizações de: nome, prováveis proprietários, número da 
matrícula, confrontantes, áreas, entre outros (COPEL). 
Após essa análise técnica e documental preliminar, deve ser feita uma visita a 
cada propriedade, confirmando todos os dados analisados e realizar o levantamento 
de reserva legal (COPEL). 
A vistoria permitirá que o projetista verifique todas as informações obtidas em 
cartório, além de verificar a receptividade do proprietário quanto a passagem da LT, 
verificar informações atuais para o pagamento, além de possibilitar esclarecimento 
com o proprietário quanto a obra, indenizações, documentos pessoais necessários 
para a elaboração da escritura da servidão de passagem, usos permissíveis e 
restrições, entre outros (COPEL). 
 
2.5.3 Avalição dos imóveis 
 
A avaliação dos imóveis é realizada conforme a NBR 14653, que rege o 
assunto. Deverá ser elaborada uma pauta de valores para cada região da linha, 
dividida conforme suas características, a ser analisada, discutida, complementada e 
aprovada. Após a aprovação da pauta de valores, segue a elaboração dos laudos 
individuais. 
46 
 
 
2.5.4 Indenizações 
 
Após o acordo de valores, o pagamento aos beneficiários dos imóveis é 
realizado no ato da assinatura da escritura de constituição de servidão de 
passagem. É necessário elaborar toda a documentação dessa escritura, bem como 
o efetivo registro no cartório de oficio de registros de imóveis da comarca 
competente e realizar o acompanhamento da efetivação da faixa de servidão em 
cartório (COPEL). 
Deve-se também fazer um levantamento e avaliação de danos causados 
durante os estudos e implantação da obra nas propriedades atingidas, elaborando 
assim um laudo de danos para cada propriedade, contendo (COPEL): 
 Identificação da obra; 
 Nome do proprietário; 
 Nome do arrendatário; 
 Identificação da propriedade; 
 Numero da matricula; 
 Levantamento de danos agrícolas; 
 Levantamento de danos florestais; 
 Levantamento das edificações/construções. 
As indenizações dos danos são feitas após a assinatura do recibo, com firma 
reconhecida em cartório. Caso o proprietário se recuse a assinar o recibo baseado 
na discordância nos valores dos levantamentos físicos efetuados, deve-se revisar os 
levantamentos a fim de dirimir controvérsias (COPEL). 
 
2.6 DUP 
 
Segundo a ANEEL a emissão de Declaração de 
Utilidade Pública (DUP) para fins de desapropriação e de 
instituição de servidão administrativa, de áreas de terras 
necessárias à implantação de instalações de geração, transmissão 
e distribuição de energia elétrica, por concessionários, 
permissionários e autorizados é uma competência delegada à 
ANEEL, desempenhada pelas Superintendências de Concessões 
e Autorizações de Geração– SCG e de Transmissão e 
Distribuição – SCT. 
47 
 
Segundo a ANEEL ao requerer a DUP, o outorgado 
deverá encaminhar à ANEEL, o Quadro-Resumo do Levantamento 
e Situação das Áreas Objeto da DUP, devidamente preenchido e 
assinado pelo representante legal pelo empreendimento, o qual 
será dado publicidade no endereço eletrônico da ANEEL , a partir 
do recebimento da solicitação, que permanecerá disponível até 
180 (cento e oitenta) dias após a publicação da Resolução 
Autorizativa de DUP, nos termos do Anexo I da Resolução 
Normativa nº 560, de 2 de julho de 2013. 
 
2.7 PROJETO DE TORRES 
 
Após definido todas as características da linha, como, classe de tensão, 
corrente alternada ou contínua, numero de cabos por fase, entre outros. É a hora da 
escolha do tipo de estrutura a ser implantada, normalmente o critério utilizado para 
escolher o tipo da estrutura é o técnico-econômico, após essa decisão define-se o 
projeto mecânico das estruturas, ou seja, define-se a família de torres para 
sustentação da carga da LT(P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, 
ALMEIDA, 1992). 
 
2.7.1 Projeto de série de torres 
 
O projeto de torres segue uma sequência no projeto de uma LT, o projetista 
de estruturas necessita de alguns pré-requisitos antes de realizar o projeto das 
estruturas metálicas, como (P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, 
ALMEIDA, 1992): 
 Árvore de carregamento das estruturas; 
 Esquema do tipo de estrutura a ser utilizado; 
 Características da linha (numero de condutores, para-raios, cabos por 
fase); 
 Detalhes das peças de conexão dos cabos no suporte; 
 Hipótese de ventos; 
Com a posse desse tipo de informações o projetista fara um pré-
dimensionamento da torre. Um exemplo de uma silhueta de uma torre S3R é 
apresentada conforme a Figura 2.10. 
48 
 
 
FIGURA 2.10: SILHUETA DE UMA TORRE S3R 
FONTE: (P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, ALMEIDA, 1992) 
 
Há ainda duas forças que são muito importantes na determinação do tipo de 
estrutura e suas características. A forca do vento e o peso da própria estrutura, a 
primeira é estudada dividindo a estrutura em blocos menores, para um estudo 
pormenorizado de cada parte da torre e da influencia do vento, calcula-se assim a 
força aplicada à estrutura (P. R. LABEGALINI, J. A. LABEGALINI, FUCHS, 
ALMEIDA, 1992). 
 
2.8 SONDAGENS GEOLÓGICAS 
 
Segundo a NBR 6484 as sondagens geológicas têm como objetivo o 
reconhecimento do solo, cuja sua finalidade para a construção de linhas de 
transmissão são: 
 Determinação do solo e sua respectiva profundidade de ocorrência; 
 Posição do nível de agua; 
49 
 
 Índices de resistência à penetração a cada metro; 
De acordo com a NBR 6122 os critérios básicos para o inicio do programa de 
sondagens são: 
 Visita “in loco”; 
 Aspectos topográficos e indícios de instabilidade do declive do terreno; 
 Observas a presença de aterros na área em questão; 
 Observar se há indícios de contaminação no subsolo por material lançado 
nele ou por ocupações anteriores; 
 Prática local de projeto e execução das fundações; 
 
2.8.1 Programa de sondagens (NBR8036) 
 
O programa de sondagens é preparado analisando-se dois fatores básicos: 
quantidade e localização dos furos e profundidade mínima (ABNT NBR8036, 1983). 
O numero de sondagens e sua localização depende do tipo da estrutura a ser 
empregada e do tipo do solo encontrado, esse numero de sondagens deve ser 
suficiente para fornecer o mais preciso possível a mudança do tipo de solo do local 
em estudo (ABNT NBR8036, 1983). 
A locação para o furo da sondagem deve ser demarcada com um piquete de 
madeira, este piquete deve estar devidamente marcado com a identificação do furo 
e cravado no solo para que posteriormente quando estiverem executando a 
sondagem não haja duvidas sobre a sua localização nem a perda de piquetes 
(ABNT NBR8036, 1983). 
 
2.8.2 Sondagens geológicas a trado 
 
As sondagens geológicas a trado são feitas utilizando dois tipos de trados, o 
trado cavadeira e o trado helicoidal. Toda sondagem deve ser inicialmente feita 
utilizando o trado cavadeira e a medida que for difícil o prosseguimento da 
sondagem deve-se utilizar o trado helicoidal. Todo o material retirado da sondagem 
deve ser devidamente armazenado em algum local para não contaminação do 
terreno superficial e devidamente agrupado em montes dispostos segundo sua 
profundidade a cada metro perfurado, indicando a profundidade em que foi 
encontrada a mudança de solo (ABNT NBR9603, 1988). 
50 
 
À distância perfurada deve respeitar a diferença entre o comprimento total das 
hastes e a sobra em relação a boca do furo, com precisão de 10mm. Pode ser 
utilizada água para ajudar na perfuração da sondagem (ABNT NBR9603, 1988). 
A sondagem e dada por terminada quando: 
 Atingir a profundidade especificada na programação dos serviços; 
 Ocorrer desmoronamentos sucessivos no furo; 
 Quando o avanço do trado for inferior a 50mm em 10 minutos de 
operação continua; 
As amostras devem ser retiradas do solo a cada metro se o mesmo for 
homogêneo e a cada mudança de tipo de solo se for diferente e devem ser 
devidamente armazenadas em recipientes de 100 gramas hermeticamente fechado 
para a manutenção da umidade (ABNT NBR9603, 1988). 
 
FIGURA 2.11: TRADO CAVADEIRA (a) E TRADO HELICOIDAL (b) RESPECTIVAMENTE 
FONTE: (ABNT NBR9603, 1988). 
 
2.8.3 Relatório das sondagens 
 
Segundo a NBR 6484 (ABNT NBR 6484, 2001) o relatório de sondagens deve 
ser devidamente elaborado por um profissional licenciado no CREA. O relatório deve 
conter: 
 Nome do interessado; 
 Local e natureza da obra; 
 Descrição dos métodos e equipamentos utilizados para realização das 
sondagens; 
 Total perfurado em metros; 
51 
 
 Declaração de que foram obedecidas as NBRs; 
 Comentários e observações que se julgarem importantes; 
 Referencia aos desenhos constantes no relatório. 
Anexo ao relatório deve conter a planta do local da obra com a localização de 
cada sondagem amarradas com elementos físicos e bem definidos no terreno. O 
relatório de sondagem deve conter os perfis individuais de cada sondagem na forma 
de boletim descritivos (ABNT NBR 6484, 2001). 
 Nome da empresa que executou as sondagens, o nome do contratante, 
local da obra, indicação do número do trabalho e os vistos do responsável 
pelo trabalho; 
 Diâmetro dos aparelhos utilizados na execução das sondagens; 
 Número das sondagens; 
 Diâmetro dos furos de sondagem, com precisão centimétrica; 
 Linhas horizontais cotadas a cada 5 m em relação à referência de nível; 
 Local das amostras colhidas, devendo ser indicadas as amostras não 
recuperadas e os detritos colhidos na circulação de água; 
 A profundidade em relação ao nível do solo, das transições das camadas 
e do final das sondagens; 
 Índice de resistência à penetração ou relações do número de golpes pela 
penetração (expressa em centímetros) do amostrador; 
 Identificação dos solos amostrados e convenção gráfica dos mesmos 
conforme a NBR 13441; 
 A posição do(s) nível(is) d’água encontrado(s) e a(s) respectiva(s) data(s) 
de observação(ões), indicando se houve pressão ou perda de água 
durante a perfuração; 
 Indicação da não ocorrência de nível de água, quando não encontrado; 
 Datas de início e término de cada sondagem; 
 Indicação dos processos de perfuração empregados (TH trado helicoidal, 
CA - circulação de água) e respectivos trechos, bem como as posições 
sucessivas do tubo de revestimento e uso de lama de estabilização 
quando utilizada; 
 Procedimentos especiais utilizados, previstos nesta Norma; 
 Resultado dos ensaios de avanço de perfuração por circulação d’água. 
 
52 
 
2.9 PROJETO CIVIL DAS FUNDAÇÕES 
 
A norma brasileira que rege o projeto civil das fundações de linhas de 
transmissão no brasil é a NBR6122 (ABNT NBR 6122, 2010), que estabelece os 
requisitos para

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