Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
A CONSERVAÇÃO AMBIENTAL ALCANÇÁVEL COM O SISTEMA AGROFLORESTAL Martin Ewert¹; Walter Steenbock²; Carlos Eduardo Seoane³ 1 Mestrando em Agroecossistemas/ UFSC, nitram.ewert@gmail.com 2 Doutor em Recursos Genéticos Vegetais, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMbio), walter.steenbock@icmbio.gov.br 3 Doutor em Biologia Vegetal/UNICAMP, pesquisador Embrapa Floresta, eduardo.seoane@embrapa.br Resumo Está pesquisa cumpriu o papel de investigar os sistemas agroflorestais como alternativa para alcançar a conservação ambiental em áreas de especial proteção, baseado em experiências de sustentabilidade ambiental praticadas na Cooperafloresta (Associação dos Agricultores Agroflorestais de Barra do Turvo e Adrianópolis) inserida no bioma da Mata Atlântica, situada no Vale do Ribeira, região reconhecida por apresentar o mais baixo Índice de Desenvolvimento Humano - IDH do estado. A região, devido à importância ambiental do bioma, foi transformada no Mosaico de Unidades de Conservação do Jacupiranga, que inclui Parque Estadual, Áreas de Proteção Ambiental e Reserva de Desenvolvimento Sustentável. A Cooperafloresta reúne 130 famílias de agricultores, entre elas, remanescentes de Comunidades Tradicionais, Quilombolas e Caiçaras. Todavia, o contexto atual é a ausência de políticas públicas de regulamentação ambiental adequada para as agroflorestas no país. Portanto, o principal objetivo foi discutir a eficácia das políticas de preservação de se proibir, ou restringir severamente, o uso de áreas protegidas no que diz respeito ao seu manejo e conservação ambiental. Diante dessa problemática, foi feito um levantamento dos benefícios ecossistêmicos, econômicos e socioambientais que as agroflorestas desenvolvem e foram discutidas as leis ambientais vigentes, combinando a teoria acadêmica e a prática agroflorestal. Assim a metodologia consistiu em um estudo de caso, revisão bibliográfica, observação participante com entrevistas semi-estruturadas, acompanhado o dia a dia dos agrofloresteiros e participação de eventos cotidianos. Os resultados apontam que o agrofloresteiro é o principal protagonista da conservação ambiental, no local onde vive. Conclui-se que as agroflorestas da Cooperafloresta têm mostrado benefício para o meio ambiente, além de ser social e culturalmente justa e economicamente viável. Salienta-se que a criação de legislações e políticas públicas deveriam considerar as populações com praticas agrícolas adequadas à conservação ambiental. Palavras-chaves: Sistemas Agroflorestais, Cooperafloresta, Conservação ambiental, Legislação Ambiental, Políticas Públicas 1 Introdução Este artigo propõe apresentar os sistemas de cultivo agroflorestal com o intuito de investigar a conservação ambiental alcançável em áreas de especial proteção pela lei, com base nas experiências da Cooperafloresta e suas práticas agroflorestais. O principal objetivo é discutir a eficácia das políticas de preservação de se proibir severamente o uso de áreas protegidas pela lei no que diz respeito ao seu manejo e a permanência das populações que ali habitam, sobretudo, no que se refere ao uso das Áreas de Preservação Permanente (APP´s) onde são feitas agroflorestas. Essa empreitada passa por questões sensíveis à todos quando se trata da integração do homem com a natureza e o meio ambiente, frente a um universo de razões; sentidos; significados, que em sintonias e dissonâncias trazem um novo tecido discursivo e social. Ademais, os elementos da agrofloresta aparecem pelo seguinte fio condutor: a tentativa de se capturar a identidade de um grupo que pratica agrofloresta com o amor, o carinho, a reverência pela vida e por toda a natureza. Essa identidade possibilita um novo saber ecológico, fruto de um processo contínuo de adaptação e interação desse grupo com a natureza, contrapondo o atual modelo agrícola hegemônico do mundo (SOUSA SANTOS; 2005, 2009). Defende-se com isso, que a agrofloresta garante a qualidade do ambiente, permite a estabilidade e auto-regulação do ecossistema e possibilita a sobrevivência dos agrofloresteiros de forma libertadora e autônoma. Nesse sentido, muito pouco se escreveu ou se pensou sobre os protagonistas das agroflorestas – homens, mulheres e crianças – que aliados a um processo contínuo de reciprocidade e cooperação, tem um poder de transformação que ultrapassa as dimensões do econômico; do social; do ambiental e do cultural em uma determinada realidade, forjando uma nova racionalidade e saber ambiental. Considerando algumas conclusões de pesquisas recentes que apontam benefícios ecossistêmicos e socioambientais positivos no âmbito das agroflorestas da associação Cooperafloresta, aponta-se neste artigo que a agrofloresta é a sinergia e o agrofloresteiro é o principal protagonista da conservação ambiental. No bojo desse debate, emerge a pergunta: - Quando e como práticas humanas podem ser instrumentos para a conservação biológica em atividades produtivas? E com base nisso foi sugerido por EWERT et al. (2013) a Hipótese da Permanência: “Ações e políticas públicas para a fixação, valorização, fortalecimento e melhoria da qualidade de vida das famílias de agricultores, juntamente com a adequação de suas práticas aos 2 objetivos das áreas legalmente protegidas, são componentes imprescindíveis para o sucesso da conservação biológica". Diante desses fatores, a metodologia para este artigo consistiu em um estudo de caso, revisão bibliográfica e observação participante, no qual foi realizado acompanhamento do dia-a-dia dos agrofloresteiros da Cooperafloresta, com o objetivo de captar as experiências dos agricultores e aprofundar-se na realidade singular dos protagonistas da agrofloresta. Primeiro participando de eventos cotidianos para construir os dados da investigação científica, observado sobretudo, a relação de homens e mulheres com a natureza, suas percepções da floresta e as práticas de cultivo da agrofloresta. Nesse tempo, foi realizado o acompanhamento de oficinas, capacitações, mutirões e outras atividades cotidianas na Cooperafloresta, que serviram para enriquecer as informações necessárias para a pesquisa. As informações foram registradas em um diário de campo, mas também se fez uso, de câmera fotográfica e filmadora. O outro método complementar, foi o uso de entrevistas semi-estruturadas registradas em um gravador portátil. Assim, os dados alcançados com o acompanhamento em campo e entrevistas semi-estruturadas, foram confrontados com bibliografia científica sobre a agrofloresta. Breve contextualização da construção de uma nova racionalidade A crise ambiental e da biodiversidade no planeta é, efetivamente, uma crise civilizatória LEFF (2001). Constata-se que no Brasil, o atual modelo hegemônico de desenvolvimento agrícola está entre os responsáveis pela chamada crise civilizatória que causa a destruição dos ecossistemas, péssimas condições da saúde das pessoas, desigualdade social, êxodo rural, aumentando os riscos à segurança e soberania alimentar, perda de biodiversidade, desmatamento, entre outros. Isso porque, exige cada vez mais escala de produção, concentrações de posse de terra, e é dependente de alta utilização energética, como o petróleo, insumos agrícolas, irrigação, sementes geneticamente modificadas, enfim, todo pacote tecnológico oferecido pelo monopólio de algumas multinacionais, além de estar atrelado a impactos ambientais negativos como a contaminação do solo das plantas e de toda a cadeia alimentar por produtos químicos, usos inadequados da terra que por sua vez provocam degradações, erosões edesertificações, bem como a outros impactos negativos que influenciam no aquecimento global, contaminação e aumento do buraco da camada de ozônio. Destaca-se ainda a 3 poluição das águas superficiais e lençóis freáticos, indispensáveis para a manutenção da vida no planeta. Todos esses conflitos socioambientais citados acima estão fartamente registrados na história, por diversas pesquisas, autores e livros. Afirma-se que o mundo coloca-se diante das evidências de uma série de problemas ambientais, sociais e econômicos que são resultados da agricultura da revolução verde. Diante dessas evidências, para evitar maiores catástrofes ambientais, como a perda da biodiversidade, criou-se, no Brasil em 1965, o Código Florestal (BRASIL, 1965) que instituiu áreas de especial proteção, as quais deveriam ser mantidas para a preservação ambiental. Bem como, o Decreto 750/93 (BRASIL, 1993) proibindo técnicas como a agricultura de pousio muito comuns nessa época (PERONI, 2004), consequentemente, afetando a sustentabilidade ambiental das áreas agrícolas que passaram a ser fixas, prejudicando ainda mais a produção de alimento (SANCHES, 2001; CASTRO et al., 2006) e aumentando a dependência do pacote tecnológico oferecidos por algumas poucas multinacionais. Logo, percebe-se que são cobradas rígidas regras para a conservação da natureza em áreas entendidas como protegidas, limitando muitas vezes a permanência das populações que habitam nessas áreas e restringindo seu uso. Por outro lado, a agricultura convencional pode continuar ‘destruindo a natureza’ com utilização de agrotóxicos, monocultura e pasto, sem sofrer punições legais, porque é modelo da política de desenvolvimento agrícola adotada no país, que apóia o grande latifúndio no âmbito do agronegócio. Nesse prisma, são necessários novos olhares para os agroecossistemas que já existem, compreendendo que é possível alcançar a conservação ambiental dos ecossistemas ao mesmo tempo garantindo a qualidade de vida do agricultor em sua terra, na lógica de que ele viva dignamente e economicamente bem, protegendo e conservando a natureza, além de alimentar sua família e outras pessoas de dentro e fora da comunidade com alimentos saudáveis, considerando ainda que promova saúde, segurança e soberania alimentar para toda uma população. Para tanto, é preciso observar as formas de vida que vivem uma relação de simbiose (ajuda mútua) com a natureza e compreender a ligação e a permanência dos seres humanos com a terra. Emerge aqui, uma nova visão das pessoas fazendo parte do ecossistema, de povos construindo uma trama de co-criação juntos com a natureza. Nesse processo, constrói-se a racionalidade ambiental em uma nova consciência e um novo espírito de organização coletiva, pois convoca um diálogo de saberes e 4 intercâmbio de experiências; a uma hibridação de ciências e técnicas, para potencializar as capacidades dos agricultores; a uma interdisciplinaridade, para articular os conhecimentos ecológicos e antropológicos, econômicos e tecnológicos, que confluem na dinâmica dos agroecossistemas (LEFF, 2006). Parte dessa história está sendo criada nesse momento, pela Cooperafloresta, com práticas de agrofloresta, onde o foco está nas próximas gerações e sobretudo observando o futuro dos filhos da atual geração, em um mundo que se deseja politicamente correto, ambientalmente saudável, social e culturalmente justo e economicamente viável. A Cooperafloresta: racionalidade ambiental e o saber do agrofloresteiro Dentro do arcabouço da união de gentes e natureza - significado do próprio nome da Cooperafloresta - aonde homens, mulheres e crianças cuidam da terra e convivem em harmonia com a natureza, são promotoras da agrofloresta mais de 130 famílias, subdivididas em 22 grupos, todos eles povos tradicionais que em sua maioria pertencem ao remanescente quilombola e estão divididos em propriedades, bairros e comunidades (STEENBOCK, et al., 2012). Esclarece-se que a associação Cooperafloresta está construindo sua histórica experiência na região do Vale do Ribeira, no Bioma Mata Atlântica, com práticas de agrofloresta que demonstram a possibilidade do ser humano coabitar em harmonia com na natureza. Dos frutos dessa relação, emerge o saber, especialmente o saber ecológico, ao qual são atribuindo percepções sobre os valores socioambientais e econômicos, relatados pelos agrofloresteiros, como a fartura de produção alimentar, superação da exclusão social, recuperação de passivos ambientais, conservação do meio ambiente e resgate da sabedoria tradicional. Desta forma, entende-se que o saber ecológico é resultado de um processo adaptativo e interativo com os ecossistemas e populações humanas, e de diversas formas de percepção da natureza. (VIVAN e FLORIANI, 2006). Destaca-se, que o saber ecológico do agrofloresteiro está sendo resgatado e ao mesmo tempo construído na Cooperafloresta, levando em conta princípios educacionais e sobretudo éticos, que estão relacionados ao caráter político-ideológico, cuja dimensão da racionalidade ambiental é essencial no fundamento dos sistemas agroflorestais aqui apresentado. Todavia, se tem o entendimento que os saberes ecológicos emergem das interações entre o homem e a natureza (SOUSA SANTOS, 2009), do conhecimento adquirido pelos agricultores ao longo de gerações e são apresentados a seguir com um 5 olhar que se refere à construção social de saberes e a conversão agroecológica. Essas práticas estimulam a recuperação dos saberes tradicionais, e remetem a um passado no qual o humano era dono do seu saber, um tempo em que seu saber marcava um lugar no mundo e um sentido da existência (LEFF, 2009). Ademais, o saber dos agrofloresteiros contribui para a construção de um novo paradigma produtivo ao mostrar a possibilidade de produzir com a natureza e não contra ela, pois os sistemas agroflorestais praticados não visam simplesmente contribuir para uma produção mais sustentável, dentro dos conceitos do desenvolvimento limpo, ou para ocupar um mercado de produtos "verdes" como o que é promovido na produção orgânica. Em virtude dessas considerações, a transformação do saber pode ser percebida na história dos agrofloresteiros antes da chegada da agrofloresta. De acordo com os relatos analisados nas entrevistas, antigamente se praticava a roça de coivara, derrubando a floresta, queimando, plantando e colhendo até a área perder a fertilidade do solo, e por vezes sendo abandonada para formar a capoeira grossa. As lavouras semeadas eram principalmente de feijão, milho e arroz. A fertilidade dessa área derrubada e queimada era alta, graças à grande quantidade de biomassa acumulada no chão proveniente da derrubada da floresta. Com o tempo, e principalmente com a implementação das políticas de preservação inspiradas no Código Florestal de 1965 e no Decreto 750/93, as terras disponíveis para cultivo diminuíam e os agricultores passavam a plantar no mesmo lugar, esgotando-se os recursos do solo. Este processo fez com que as capinas, as derrubadas e queimadas aumentassem, causando erosão e trazendo pragas que só podiam ser combatidas com agrotóxicos (EWERT, et al., 2013). Destaca-se que com a conversão agroflorestal, mudaram os valores e saberes dos agrofloresteiros, enraizaram um novo saber (SILVA, 2011), fruto da racionalidade ambiental. Cabe destacar a agrofloresta como uma domesticação adequada da paisagem e manejo da capoeira ou da floresta que busca criar um sistema autoregulado, rico na diversidade de espécies que possivelmente alcança a estabilidade e equilíbrio do ecossistema,a saúde do solo, a saúde das plantas e por fim, a saúde das pessoas. No entanto, para manter esse sistema são precisas técnicas de manejo de corte, poda ou supressão da floresta. Essas técnicas utilizadas podem ser vistas por ambientalistas mais conservadores como “técnicas de destruição da natureza”. Entretanto, é importante ressaltar que “derrubar”, ou “passar o facão” na floresta é uma característica peculiar desse sistema. As agroflorestas são derrubadas seguindo a mesma lógica da dinâmica de clareiras ocorrentes nas florestas naturais, abrindo uma clareira e 6 permitindo a entrada da luz do sol para que novas plantas se desenvolvam, para aumentar a fertilidade do solo, para preservar a água no local. Ressaltando a questão do manejo, o sistema agroflorestal por vezes é iniciado do zero, ou seja, inicia-se toda a agrofloresta novamente, porque são áreas pouco produtivas ou quando os agricultores necessitam de uma área para plantio de cultivos anuais – batata-doce, vagem, milho, quiabo, abóbora, tomate, entre outros, que precisam de luminosidade para se desenvolver e completar o ciclo. São essas técnicas que preservam os recursos hídricos, aumentam a biodiversidade e melhoram o sistema (EWERT, et al., 2013). Diante destes aspectos, o manejo da agrofloresta depende do corte de algumas árvores para fazer uma pequena clareira com intuito de plantar novamente. Permite-se, assim, que as raízes se transformem em alimento para outras plantas, formando a estrutura do solo, contribuindo com sua fertilidade, melhorando a infiltração da água da chuva e impedindo a erosão. Nesse sentido, a agrofloresta cumpre a funções da mata ciliar de filtrar a água quando é renovada e que está rebrotando. Portanto, são essas algumas das grandes questões que permeiam as técnicas de plantio e manejo das agroflorestas e o agrofloresteiro estará fazendo o manejo com o propósito de intensificar a dinâmica de sucessão natural da floresta, porque em seu entendimento ele está produzindo com a natureza e não contra ela como ocorre em um sistema convencional visto no modelo hegemônico do agronegócio (EWERT, et al., 2013). Aqui cabe destacar outro aspecto sobre a dinâmica de regeneração da floresta. É intrínseco no saber do agrofloresteiro, permitir o crescimento da capoeira para se desenvolver a agrofloresta, por que, por exemplo, a dinâmica da regeneração da capoeira favorece a vinda natural da floresta, com as pioneiras e secundárias, que são usadas no manejo para auxiliar a fertilidade do solo, possivelmente permitindo assim um resultado econômico mais rápido para o agricultor que deixou de utilizar insumos químicos para adubar o solo, como ocorre com o pacote tecnológico oferecido pelas grandes multinacionais. Portanto, essa visão de manejo da regeneração natural tem como base permitir que a capoeira se desenvolva para em seguida cortar ou picar e assim alimentar o solo, facilitar a infiltração da água, aumentar a disponibilidade da água, favorecer a regeneração natural e ao mesmo tempo cultivar todas as culturas possíveis para se produzir alimento, lenha e lógico, biodiversidade. Ademais, segundo Götsch (1995) o manejo da floresta ou da capoeira permite a dinamização da vida no solo, deixando propício o desenvolvimento de plantas mais jovens, acelerando o processo de sucessão 7 natural e contribuindo com luz, espaço e matéria orgânica e fertilidade do solo. Por fim, considera-se que a agrofloresta não ocorre por si só, ela depende das pessoas que trazem consigo os saberes ambientais. E não é apenas um sistema de produção de alimento, mas um conjunto de elementos que relacionam-se entre si a fim de transcender as questões legais em uma dada complexidade que está inserida. Indicadores socioambientais alcançados com as agroflorestas No âmbito da Cooperafloresta, este estudo observou que a conversão agroecológica ocorre em um processo gradual de transição de sistemas pouco diversificados e dependentes de grande consumo energético, para um sistema agroflorestal sucessional multiestratificado, diversificado e autorregulado. Nesse sentido, a agrofloresta pode ser entendida como um sistema sofisticado de domesticação da paisagem, pensado para cultivar alimentos e permitir a permanência dos agrofloresteiros em áreas de proteção e uso sustentável, ajudando na construção de um novo modelo de produção de alimento a favor da natureza. Considerando que parte das áreas de agrofloresta manejadas com maior ou menor intensidade estão dentro de Áreas de Preservação Permanente (APP’s) (SILVA, 2011), essas áreas manejadas vem apresentando diferentes resultados, que segundo os agrofloresteiros, estão melhorando essas áreas com diversidade de espécies (STEENBOCK, et al., 2013). Neste estudo, os resultados apontam que o agrofloresteiro se enxerga como responsável pela conservação e proteção ambiental. Foi indicado nas falas dos agrofloresteiros que a prática agroflorestal na Cooperafloresta estimula o resgate de saberes tradicionais, ações de solidariedade como mutirões, proporciona o ganho de uma renda digna, melhora a qualidade de vida, recupera áreas degradadas e promove a conservação da floresta, rompendo com a lógica do sistema agrícola convencional – que depende do pacote tecnológico oferecido pelo agronegócio – para um jeito simples de cultivar, porque de acordo com diferentes relatos dos agrofloresteiro “copia a dinâmica da natureza”. Argumenta-se que as agroflorestas geram uma renda digna ao longo do tempo e proporcionam condições favoráveis para a conservação ambiental. Nessa base, encontra-se a capacidade das famílias de garantirem o seu autoconsumo, e isso vai além da qualidade de vida, passando a ser determinante no resultado econômico. Além disso, promove uma distribuição mais uniforme do serviço e da receita gerada, devido a um 8 trabalho contínuo e à obtenção de diversas colheitas ao longo do ano. Entende-se que a diversidade da produção e o respeito ao meio ambiente levando em conta a conservação dos ecossistemas, são os pilares estruturais do cultivo das agroflorestas. De acordo com Costa e Silva (2012), as agroflorestas aumentaram a renda anual dos agrofloresteiros em até 12 vezes mais do que antes da prática de agrofloresta, chegando ao ano de 2011 a uma média de R$ 3.513,00 por família, proveniente do cultivo de aproximadamente 114 alimentos diferentes, entre frutas, leguminosas, hortaliças, tubérculos, processados e derivados de animais, usados para o autoconsumo e comercialização (PEREZ CASSARINO, 2012). Embora a primeira vista essa renda possa parecer pouca, constatou-se ela é significativamente importante para essas famílias. Diante disso, observa-se que uma das vantagens é que não há necessidade de grandes espaços para subsistência de uma família (STEENBOCK et al., 2013a), principalmente porque as agroflorestas são cultivadas, tanto horizontal quanto verticalmente, procurando preencher com alimento, todos andares da floresta (STEENBOCK et al., 2013a). Na Cooperafloresta, a produção de biodiversidade alcançada neste processo agroflorestal estabelece conexões entre os remanescentes da Mata Atlântica e da fauna e flora dessa região, além de recuperar os passivos ambientais existentes com a formação de corredores ecológicos (STEENBOCK, et al., 2013). Salienta-se que onde há agrofloresta manejada é por que há remanescente florestal em processo de recuperação, e regeneração, porque tem o cuidado dos agrofloresteiros. E estes, devem ter seus papéis como conservadores reconhecido, sobretudo, quando estão cultivando com carinhonão apenas a agrofloresta, mas toda a biodiversidade da fauna que tem a oportunidade de coabitar no mesmo espaço da agrofloresta, como, pequenos animais e pássaros que convivem nesse sistema contribuindo com o plantio por meio da dispersão de sementes. Em relação à recuperação de áreas degradadas e conservação ambiental, os estudos de georreferenciamento e fitossociologia na Cooperafloresta, apontam que numa área total de 660,72 ha antes utilizados para agricultura convencional, hoje 74% dessa paisagem são agroflorestas ou áreas de capoeira que foram abandonadas para possibilitar a regeneração natural. O mesmo estudo constatou no total de 1.347,27 ha mapeado, 16% da área das unidades familiares é agrofloresta, 58% são florestas em estágio inicial ou médio de regeneração, 13% são florestas em estágio avançado de regeneração e 13% utilizados para outros fins, como pequenas criações (STEENBOCK, 9 et al., 2013). O manejo agroflorestal, portanto, envolve, para além da área manejada como agrofloresta, aproximadamente quatro vezes mais área em recuperação. Como sistemas produtivos, as agroflorestas da Cooperafloresta têm elevada densidade e diversidade de espécies, assemelhando-se com florestas secundárias do bioma Mata Atlântica. Nas agroflorestas em estudo, foram identificadas 194 espécies botânicas arbustivas ou arbóreas, sendo elas 89% de ocorrência natural da Mata Atlântica. Destaca-se ainda que, essas agroflorestas são plantios adensados e formados com manejo sucessional da agrofloresta (STEENBOCK, et al., 2013). Observa-se ainda que as agroflorestas buscam a maior diversidade de espécies possíveis e, no enriquecimento da biodiversidade, utiliza-se muito a Juçara (Euterpe edulis), palmeira nativa da floresta de Mata Atlântica que é bastante importante para os animais da região, por causa do alimento ou do abrigo, por exemplo. O plantio da Juçara na Cooperafloresta, ocorre por meio de mudas ou sementes. Ou seja, neste aspecto é preciso compreender que a agrofloresta são plantios que incluem relações ecológicas, pois possuem uma intencionalidade no modo de como são plantados, porque conta com o apoio de toda fauna mas, também com a dinâmica de sucessão natural. Dados como esses corroboram com a percepção dos agrofloresteiros, que relatam a importância do manejo a partir da concepção de sucessão natural e o plantio intencional como principal formador da elevada diversidade de espécies. A permanência é reconhecida pelos agrofloresteiros com a prática de agrofloresta que de acordo com relatos e respaldo nas pesquisas garante a qualidade do ambiente, permite a estabilidade e auto-regulação do ecossistema e a sobrevivência das famílias agricultoras de forma libertadora e autônoma. Discutindo a legislação ambiental no âmbito da agrofloresta A legislação ambiental brasileira foi criada para reprimir ou punir práticas que causam impactos negativos ao ambiente. No entanto, observa-se que as leis são bem generalistas quando indicam o que é legal e o que não é legal e nem sempre uma determinada lei contempla todo detalhamento necessário sobre o tema. Por exemplo, a lei da Mata Atlântica (11428/2006) aparece como ferramenta de conservação que possibilita a implantação das agroflorestas. Nessa lei, existem boas oportunidades para a agrofloresta que deveriam ser aproveitadas. No entanto, existem alguns decretos que regulamentam a lei da Mata Atlântica, como o 6660/2008 (BRASIL, 2008), que 10 dificultam a implantação agroflorestal, e aliado a esses decretos, surge a atuação equivocada de órgãos ambientais que muita vezes é restritiva e punitiva ao invés de ser instrutiva e informativa. Em face a esse contexto, enquanto um agricultor convencional tem respaldo legal para utilizar agrotóxicos contra a regeneração natural, o agrofloresteiro que estiver no exercício das atividades necessárias no manejo da agrofloresta, pode ser enquadrado em crime ambiental, como por exemplo, o corte, supressão e exploração da vegetação secundária em estágio médio ou avançado de regeneração, este crime é previsto na Lei 9614/2008 – lei de crimes ambientais. Nesse sentido, a lógica da legislação vigente causa severas distorções e diferentes entraves. Se por um lado é preciso regulamentar a legislação ambiental e criar políticas publicas para incentivar e compreender a importância da agrofloresta, por outro lado talvez fosse necessário que a legislação reinterpretasse a agricultura convencional. Dessa forma, questiona-se sobre o pasto que surgiu onde antes foi floresta de Mata Atlântica e só porque o agricultor arrancou à floresta, a lei permite que esse agricultor tenha o direito de continuar arrancando a floresta que brota para cultivar o pasto ou manter sua monocultura. Considerando a complexidade do tema, ressalta-se que em qualquer solo que ficar abandonado, sem manejo, ocorrerá ali o processo de regeneração da vegetação nativa por intermédio da sucessão natural, isto desde que se haja propágulos (sementes, etc.) que o possam colonizar a área e na ausência de uma severa poluição química. A agricultura moderna ou convencional da revolução verde mantém por meio de intenso manejo, inclusive com uso de agentes químicos, a regeneração natural 'na estaca zero', enquanto a agroflorestal possibilita e incentiva tal regeneração, formando florestas de diferentes estágios sucessionais. Em síntese, a lei da Mata Atlântica (BRASIL, 2006), determina quais os tipos de manejo são permitidos nos diferentes estágios de regeneração. Se o agrofloresteiro deixar a terra se recuperar, permitindo o desenvolvimento de uma capoeira grossa para criar resistência a erosão, a lei em um determinado momento proíbe o corte dessa área, então o agrofloresteiro é obrigado a derrubar antes, porque não pode fazer o manejo quando a capoeira já está estabelecida. Por outro lado, o "não manejo" é visto como a solução mais "viável" na percepção das instituições governamentais no Brasil. Nota-se que faltam pesquisas avaliando as diferentes práticas de manejo utilizadas pelos agrofloresteiros, especialmente em áreas legalmente protegidas. Diante 11 disso, o novo Código Florestal Brasileiro 12.651/012, estabelece as normas de preservação e uso sustentável das florestas e demais vegetações do território nacional, instituindo as Áreas de Preservação Permanente e de Reserva Legal e determinando sua função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem estar das populações humanas (BRASIL, 2012). Compete notar que a legislação ambiental permite o uso de sistemas agroflorestais em APP´s Conforme a Resolução CONAMA 425/2010 nas pequenas propriedades familiares, ou de povos e comunidades tradicionais, desde que não prejudique a função ambiental da propriedade. Ademais, o Código Florestal define que a supressão ou intervenção da vegetação nativa em APP pode ocorrer se for de utilidade publica, interesse social ou baixo impacto ambiental (BRASIL, 2012). Entre as definições que existem na lei e contemplam a agrofloresta, entende-se como interesse social, “exploração agroflorestal sustentável praticada na pequena propriedade ou posse rural familiar ou por povos e comunidades tradicionais, desde que não descaracterize a cobertura vegetal existente e não prejudique a função ambiental da área” (BRASIL, 2012) e entre as definições de baixo impacto ambiental CONAMA 458/2013 como “exploração agroflorestal e manejo florestal sustentável, comunitário e familiar, incluindo a extração de produtos florestais não madeireiros,desde que não descaracterizem a cobertura vegetal nativa existente nem prejudiquem a função ambiental da área” (BRASIL, 2013). No âmbito da Cooperafloresta, as agroflorestas são consideradas de interesse social e de baixo impacto ambiental. Tendo esse respaldo legal, constata-se que é possível implantar agroflorestas em Áreas de Preservação Permanente (COOPERAFLORESTA, 2013). Todavia, para regulamentar a agrofloresta é preciso uma declaração junto ao órgão ambiental competente, afirmando ser agricultor familiar ou de comunidade tradicional ou de assentamento da reforma agrária com o devido inscrito do Cadastro Ambiental Rural (CAR) obrigatório para todas as propriedades e posses rurais, conforme novo Código Florestal. Para regularizar o CAR é preciso apresentar os dados do proprietário, comprovação da posse da propriedade e um croqui (planta ou memorial descritivo) apontando o perímetro do imóvel e indicando a localização das APP´s e ARL´s (BRASIL, 2012). Salienta-se que cabe ao órgão ambiental competente regularizar as atividades de georreferência e coordenadas geográficas do imóvel previsto no art. 4º da Lei 12.651/012 (CONAMA, 2010). Na 12 prática, a ausência ou inadequação de protocolos e sistemas de cadastro, previstos em instrumentos legais mas pouco implementados pelos órgãos ambientais tem tornado praticamente inviável a regulamentação das práticas agroflorestais. Existem ainda problemas quanto à possibilidade de regulamentação do manejo específico de algumas espécies. O Art. 9º da lei 11.428 de 2006 (BRASIL, 2006), afirma ser possível a exploração eventual, que não tenha propósito comercial, direto ou indireto, de espécies da flora nativa, para consumo das propriedades ou posses das populações tradicionais ou pequenos produtores rurais independem de autorização dos órgãos ambientais. Nas agroflorestas da Cooperafloresta hoje em dia existem milhares de indivíduos de Juçara, porque são plantadas observando a dinâmica da floresta. Então elas são plantadas para melhorar o ambiente e nessa dinâmica - a floresta ajuda a plantar e com isso aumenta a quantidade de indivíduos. Nesse sentido, permitir o corte e manejo da Juçara, nas agroflorestas manejadas da forma descrita, é uma estratégia que deve ser entendida como um melhoramento da floresta com base na concepção de conservação da natureza. Entretanto, o fato da espécie ser considerada em extinção, a partir da Lei 10.683/2003 (BRASIL, 2003), torna-a imune de corte, mesmo em situações que poderiam amplificar sua ocorrência, como nas agroflorestas. Portanto, é preciso considerar a criação de políticas públicas e legislações adequadas à realidade da agrofloresta com o potencial para contribuir efetivamente com à superação da problemática ambiental proveniente da agricultura convencional atual. Espera-se com isso contribuir com o movimento das agroflorestas que se insere em uma grande e urgente transformação. Essa transformação deve ser entendida pela legislação ambiental brasileira. Afinal, um sistema de cultivo que copia a dinâmica da floresta e baseado no plantio que considera não só a mão do homem, mas todo auxilio que a fauna local oferece e contribuindo com serviços ambientais para nossa sociedade, precisa ter a devida atenção pelos órgãos ambientais, bem como respectivo respaldo na lei. Considerações finais As agroflorestas da Cooperafloresta têm indicado benefícios para o meio ambiente, além de ser social e culturalmente justa e economicamente viável. Aponta-se que a criação de legislações e políticas públicas deve se basear na relação de praticas agrícolas com a conservação ambiental e valorização do saber ambiental do agrofloresteiro. 13 Tendo isso em vista, o grande desafio é integrar continuamente instituições de pesquisa, órgãos ambientais, agrofloresteiros, consumidores e toda a sociedade em um processo participativo de gestão ambiental, construindo uma nova racionalidade a fim de detalhar regras coletivas que sejam éticas, adequadas a conservação ambiental e aliadas as práticas produtivas. Referencias Bibliográficas BRASIL. Lei nº 4471, de 15 de setembro de 1965. Diário oficial da União, 16 de set. de 1965. BRASIL. Decreto n° 750, de 10 de fevereiro de 1993. Diário oficial da União, 11 de fev. de 1993. BRASIL. Lei nº 11428, de 22 de dezembro de 2006. Diário Oficial da União, 23 de dez. de 2006. BRASIL. Lei nº 10.683, de 28 de maio de 2003. Diário Oficial da União, 29 de mai. 2003. BRASIL. Decreto nº 6.660, de 21 de novembro de 2008. Diário Oficial da União, 24 de set. de 2008. BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Diário Oficial da União, 25 de mai. de 2012. BRASIL. Resolução nº 458, de 16 de julho de 2013. Diário Oficial da União, 18 de jul. de 2013. BRASIL. Resolução nº 425, de 25 de maio de 2010. Diário Oficial da União, 27 de mai. 2010. CASTRO, F. et al. Use and misuse of the concepts of tradition and proper property ty rights in the conservation of natural resources in the atlantic forest (Brazil). Ambiente & Sociedade 9: 2006. p. 26-39. COSTA E SILVA, L. Agrofloresta, Ecologia e Sociedade. Capítulo: Gestão da informação no processo de comercialização da Cooperafloresta. Curitiba. Ed. Kairós, 2013. p. 272-303. COOPERAFLORESTA. Sistemas Agroflorestais e a Legislação Ambiental. Boletim 4. Projeto Agroflorestar. Barra do Turvo, 2013. EWERT, M. et al.; Agrofloresta, Ecologia e Sociedade. Capítulo Vozes da Permanência. A conservação ambiental alcançada com a agrofloresta. Curitiba. Ed. Kairós, 2013. p. 393-419. 14 http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/DEC%206.660-2008?OpenDocument LEFF, E. Racionalidade Ambiental. A reapropriação social da natureza. Tradução Luis Carlos Cabral. Civilização Brasileira. Rio de Janeiro, 2006. ______. Saber Ambiental: Sustentabilidade, Racionalidade, Complexidade, Poder. Petrópolis: Ed. 4. Editora Vozes. 2001. ______. Ecologia, Capital e Cultura: A territorialização da racionalidade ambiental. Rio de Janeiro: Editora Vozes, 2009. GÖTSCH, E. Break-thropugh in agriculture. Rio de Janeiro: AS-PTA, 1995. PEREZ-CASSARINO, J. A construção social de mecanismos alternativos de mercados no âmbito da Rede Ecovida de Agroecologia. Tese (Doutorado em Meio Ambiente e Desenvolvimento) – Pós-Graduação em Meio Ambiente e Desenvolvimento, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2012. PERONI, N. Ecologia e genética da mandioca na agricultura itinerante do litoral sul paulista: uma analise espacial e temporal. Tese (Doutorado em Biologia Vegetal) Faculdade de Biologia, Universidade Estadual de Campinas. 2004, 246p. SANCHES, R.A. 2001. Caiçara communities of the southern coast of São Paulo State (Brazil): traditional activities and conservation policy for the Atlantic Rain Forest. Human Ecology Review 8 (2): p. 52-64. SILVA, R. O. Educação Ambiente e Cooperafloresta: Um novo mundo na Perspectiva das Vozes da Floresta. Especialização. Pós-graduação Núcleo de Meio Ambiente e Desenvolvimento (MADE). Universidade Federal do Paraná (UFPR). Curitiba, Paraná. 2011. SOUSA SANTOS, Boaventura. Produzir para viver: caminhos da produção não capitalista. Vol. 2 - Reinventar a emancipação social: para novos manifestos. 2. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005. _______. As Vozes do Mundo. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2009. _______. Para além do pensamento abissal: das linhas globais a uma ecologia de saberes. In: SOUSA SANTOS, B. et al. (Orgs.). Epistemologias do Sul. São Paulo: Cortez, 2010. p. 31-83. STEENBOCK, W. et al. Agrofloresta, Ecologia e Sociedade. Capítulo Agroflorestas e Sistemas Agroflorestais noespaço e no tempo. Curitiba. Ed. Kairós, 2013. p. 39-60. _______. Capítulo Geração de uso e indicadores de monitoramento de agroflorestas por agricultores associados a Cooperafloresta. Curitiba. Ed. Kairós, 2013. p. 305- 325. VIVAN, J. L. e FLORIANI, G. Construção participativa de indicadores de sustentabilidade em sistemas agroflorestais em rede na Mata Atlântica. VI Simpósio Brasileiro de Etnobiologia e Etnoecologia. Anais, Porto Alegre, 2006. 15
Compartilhar