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Poderes do empregador e responsabilidade civil

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Poderes do empregador e responsabilidade civil
Poderes do Empregador Aspectos Gerais
São as prerrogrativas conferidas ao empregador, pela ordem jurídica, para serem exercitados no contexto das relações de emprego.
Os poderes do empregador se manifestam de 4 (quatro) maneiras fundamentais: a) poder de direção;
b) poder de regulamentação;
c) poder de fiscalização e;
d) poder disciplinar.
Poder de Direção
Também denominado de poder organizativo ou de comando.
Permite ao empregador definir e organizar a estrutura interna da 
empresa, como o processo de trabalho e as rotinas e fluxos das atividades 
desempenhadas pelo(s) mepregado(s). É, portanto, o poder de estabelecer 
regras que devem ser observadas no decorrer da prestação de serviços 
decorrente do vínculo jurídico laboral. Neste sentido, veja o teor do art. 
2.o da CLT:
Art. 2° Considera-se empregador a empresa, individual ou coletiva, que, 
assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a 
prestação pessoal de serviço.
Poder de Regulamentação
É, em síntese, a forma de exteriorização do Poder Diretivo no âmbito 
das relações cotidianas da atividade laborativa empresarial.
São as ordens de serviço (verbais e escritas); regulamentos internos; as 
circulares e os memorandos, entre outros expedientes, que têm por 
finalidade estruturar (organizar) as atividades desenvolvidas.
Quanto à sua natureza, podemos dizer que a despeito de não produzir 
"normas jurídicas" (em sentido estrito), seguramente produzem cláusulas 
contratuais (manifestadas de atos jurídico unilaterais) que aderem ao 
contrato de trabalho. Por isto mesmo o poder regulamentar se subordina 
às limitações previstas no art. 468 da CLT: qualquer alteração ou 
modificação no contrato de trabalho terá que ser, inevitavelmente, mais 
vantajosa ao trabalhador.
Poder de Fiscalização
Também denominado de Poder de Controle ou, sem qualquer rigor técnico, o "poder de vigilância".
Trata-se da prerrogativa conferida ao empregador de acompanhar e exercer vigilância no âmbito interno do espaço empresarial.
São exemplos de manifestação do poder fiscalizatório a verificação de frequência e horários; o controle de acessos a determinadas áreas; as revistas; o 
circuito interno de televisão; vigilância quanto à utilização de EPI's (Equipamentos de Proteção Individual) e etc.
Tal "poder", obviamente, não poderá constituir violação de direitos e garantias fundamentais expressos na CF/88, como por exemplo o direito de 
inviolabilidade da intimidade (art, 5°, X, da CF/88) e de não ser submetido a tratamento desumano ou degradante (art, 5°, III, da CF/88).
Poder Disciplinar
É o direito conferido ao empregador de impôr sanções aos empregados em caso de descumprimento de suas obrigações contratuais.
Trata-se, simplesmente, de uma extensão do denominado poder diretivo.
O poder disciplinar, respeitado os limites aos poderes do empregador, pode acarretar a repreensão ou advertência, a suspensão do contrato de trabalho 
ou até mesmo a rescisão do contrato por justa causa.
Responsabilidade Civil do Empregador
Toda atividade que acarreta prejuízo traz em seu bojo, como fato social, o problema da responsabilidade.
Destina-se ela a restaurar o equilíbrio moral e patrimonial provocado pelo autor do dano. Exatamente o interesse em restabelecer a harmonia e o 
equilíbrio violados pelo dano constitui a fonte geradora da responsabilidade civil. (GONÇALVES, p.16, 2012)
Para a caracterização da responsabilidade civil, são considerados três elementos sem os quais, em regra não obriga a responsabilização civil, são eles:
i) conduta;
ii) dano; e
iii) nexo causal.
Materia
CC, Art. 932. São responsáveis pela reparação civil:
I- os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua companhia;
II- o tutor e o curador, pelos pupilos e curatrelados, que se acharem nas mesmas condições;
III- o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho, que lhes competir, ou em razão dele;
Conduta 
A conduta que gera responsabilidade civil é a conduta voluntária, livre e consciente, bastando um grau moderado de consciência na atuação humana, 
podendo ser omissiva ou comissiva.
1. Comissiva: é aquela conduta que envolverá um agir, uma ação do sujei-to. Porém, essa ação acaba por violar um dever jurídico imposto pela lei ou 
pelo contrato, gerando danos que devem ser indenizados.
2. Omissiva: para que possa haver a imputação de responsabilidade a um sujeito pela sua omissão, é fundamental que antes exista um dever de agir 
imposto pela norma. Sem dever de agir não há que se falar em conduta omissiva.
Dano 
O dano é a subtração ou diminuição de um bem jurídico, qualquer que seja a sua natureza, quer se trate de um bem patrimonial, quer se trate de um 
bem integrante da própria personalidade da vítima, como a honra, a imagem, a liberdade, entre outros.
Se trata da lesão, por ação ou omissão do sujeito infrator, a interesses juridicamente tutelados, compreendidos entre eles, todos aqueles capazes de 
satisfazer as necessidades de um indivíduo, e que refletem a própria expressão da liberdade, assegurada pelo direto de fazer ou deixar de fazer tudo 
aquilo que não seja defeso pelo sistema jurídico.
1.Danos Materiais: também chamado de dano patrimonial, é o prejuízo que ocorre no patrimônio da pessoa, ou seja, perda de bens ou coisas que tenham 
valor econômico.
2. Danos Morais: é a violação da honra ou imagem de alguém. Resulta de ofensa aos direitos da personalidade (intimidade, privacidade, honra e imagem).
3. Danos Estéticos: configura-se por lesão à saúde ou integridade física de alguém, que resulte em constrangimento. São lesões que deixam marcas 
permanentes no corpo ou que diminuam sua funcionalidade como: cicatrizes, sequelas, deformidades ou outros problemas que causem mal estar ou 
insatisfação.
Nexo causal 
Nexo causal é o liame existente entre a conduta humana e o dano, sendo imprescindível para que exista a configuração da responsabilidade civil. Assim, 
não é suficiente que o indivíduo tenha agido contrariamente ao direito, mas que o dano provocado seja uma consequência lógica de seus atos.
A necessidade de estabelecermos o nexo causal como requisito para a Responsabilidade Civil, e consequentemente, para a concessão de indenização, 
fundamenta-se na lógica de que ninguém deve responder por dano que não tenha causado.
Se houve um dano, mas sua causa não está relacionada com o comportamento do agente, não existirá relação de causalidade e nem obrigação de 
reparar o dano.
Espécies
A responsabilidade civil objetiva é aquela que acontece independentemente de culpa ou dolo de quem pratica a ação em questão. Em diversas atividades 
que envolvem riscos, o indivíduo ou empresa responsável pode ser penalizado por eventuais danos causados a terceiros em caso de algum incidente, 
mesmo que tenha sido uma fatalidade.
A responsabilidade civil subjetiva ocorre quando existe a obrigação de se indenizar os danos causados a alguém por uma ação dolosa ou culposa.
CC, Art. 927 – Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei , ou quando a 
atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I – os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua autoridade e em sua
companhia;
II – o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se acharem nas mes- mas condições;
III – o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
IV – os donos de hotéis, hospedarias, casas ou estabelecimentos onde se al- bergue por dinheiro, mesmo para fins de educação, pelos seus hóspedes, 
moradores e educandos;
V – os que gratuitamente houverem participado nos produtos do crime, até a concorrente quantia.
Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente,ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos 
terceiros ali referidos.
Acidente de Trabalho
Conforme dispõe o art. 19 da Lei no 8.213/91, "acidente de trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício 
do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a 
perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho".
A Constituição Federal, em seu Art. 7°, XXVIII, dispõe acerca da responsabilidade civil em casos de acidente de trabalho, assim dispondo:
Art. 7° São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: [...] XXVIII – seguro contra 
acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.

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