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Livro Completo - Comunicação nas Organizações

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Comunicação e
Socialização
AUTORIA
Juliana Spadoto
“Quem não se comunica se trumbica” - Chacrinha, comunicador
Ter uma boa comunicação escrita e falada certamente pode ampliar as
oportunidades no mercado de trabalho. O que se observa muitas vezes é que o
pro�ssional concentra esforços em somente entender o que os recrutadores
esperam nas entrevistas e como eles devem se posicionar diante do gestor, mas se
esquecem de que dominar o português demonstra que ele tem um nível básico de
educação e que está preparado para se comunicar em situações diversas, sejam elas
com seus colegas de trabalho, clientes ou fornecedores.
Falar e escrever bem é importante tanto ao participar de um processo seletivo como
para atuar ativamente bem no seu trabalho, a�nal, do que adianta ser um
pro�ssional com grande experiência e boa formação se você não tiver uma
comunicação clara, que transmita todo o seu conhecimento? Acredite: um
português bem falado e bem escrito faz a diferença.
Agora, estimado(a) aluno(a), pense nas seguintes questões:
Por que o homem se comunica?
O jeito que um grupo ou indivíduo se comunica tem a ver com o meio social
em que vive?
Comunicar-se é essencial para a vida ou é possível “existir” sem ter contato com
a escrita, a fala e o contato social?
Agora pense em sua casa, seu bairro, sua escola, sua turma. Esses certamente foram
os primeiros meios sociais em que você viveu, e a comunicação foi o canal pelo qual
sua cultura foi transmitida a você.  
Foi usando a linguagem, falando e ouvindo, escrevendo e lendo, que você aprendeu
a ser membro de sociedade (DÍAZ BORDENAVE apud INFANTE, 1998), que adotou
seu modo de pensar e de agir, suas crenças e valores, seus hábitos e tabus. Não
foram os professores na escola que lhe ensinaram sua cultura: foi a comunicação
diária com pais, irmãos e amigos, na rua, no ônibus, no jogo, no bar e na igreja que
lhe transmitiu, ainda criança, as qualidades essenciais para viver em sociedade e ser
cidadão.
Utilizar bem a linguagem e a interpretação vai muito além do que apenas falar ou
escrever: é fazer parte de grupos sociais, ascender pessoal e pro�ssionalmente,
adquirir e compartilhar conhecimento. A comunicação confunde-se com nossa
própria vida. Temos tanta consciência de que comunicamos como de que
respiramos ou andamos. Somente percebemos sua importância quando, por um
acidente ou doença, perdemos a capacidade de nos comunicar. Você sabia que
pessoas que foram impedidas de se comunicar durante longos períodos
enlouqueceram ou �caram perto da loucura?
Díaz Bordenave (1986) traduz em exemplos do dia a dia a importância da linguagem
e da comunicação em diferentes contextos:
“Alguém fez, uma vez, uma lista dos atos de comunicação que um
homem qualquer realiza desde que se levanta pela manhã até a hora
de deitar-se, no �m do dia. A quantidade de atos de comunicação é
simplesmente inacreditável, desde o ‘bom dia’ à sua mulher,
acompanhado ou não por um beijo, passando pela leitura do jornal, a
decodi�cação de número e cores do ônibus que o leva ao trabalho, o
pagamento ao cobrador, a conversa com o companheiro de banco, os
cumprimentos aos colegas no escritório, o trabalho com documentos,
recibos, relatórios, as reuniões e entrevistas, a visita ao banco e as
conversas com seu chefe, os inúmeros telefonemas, o papo durante o
almoço, a escolha do prato do menu, a conversa com os �lhos no
jantar, o programinha de televisão, o diálogo amoroso com sua
mulher antes de dormir, e o ato �nal de comunicação num dia cheio
dela: ‘boa noite’.” (Díaz Bordenave, 1986)      
Assim, vale ressaltar a importância de estar atento ao modo como nos
comunicamos em diferentes meios que convivemos. É fato que ninguém usa o
mesmo linguajar, as mesmas palavras, postura e tom de voz quando conversa
com os amigos em uma festa e quando trata com o patrão no ambiente de
trabalho. São contextos díspares que exigem uma percepção e uma fala para cada
um deles. Misturá-los é perigoso, causa uma impressão errada e pode até lhe retirar
de algum meio de convívio social.
CONECTE-SE
No �lme “O Náufrago”, de Robert Zemeckis, Chuck Noland (Tom Hanks)
�ca sozinho em uma ilha deserta depois de um desastre de avião. A
certa altura da trama, ele “faz amizade” com uma bola de vôlei, à qual
ele chama de Wilson – a marca da bola. À primeira impressão, o
espectador pode achar que Chuck �cou louco por conversar e dedicar
sentimentos a uma bola, mas o que se percebe é o contrário: ele sabe
que �cará louco se não socializar com alguém na ilha. Logo, conversa
com um objeto e a ele atribui características humanas para evitar ir à
loucura enquanto está sozinho.
Leia um texto sobre as teorias da comunicação do �lme e sua relação
com o contexto corporativo:
Comunicação e Tecnologia
 Após a revolução industrial, no início do século XIX, houve a invenção de máquinas
capazes de produzir, armazenar e difundir linguagens, tais como a fotogra�a, o
cinema, os meios de impressão grá�ca, o rádio, a TV, o computador e seus derivados,
tablet, iphone, celulares, etc. Com um simples apertar de botões ou por meio de
uma tela touch screen, as notícias nos chegam da mesma forma como nos chegam
a água e a eletricidade.
Atualmente, com o avanço da tecnologia, existe também a indústria 4.0, na qual a
linguagem da comunicação é feita quase que totalmente entre as próprias
máquinas, utilizando-se, inclusive, da tecnologia da linguagem computacional
denominada “Internet das coisas”, obviamente que necessitando de um ser humano
para o seu desenvolvimento. Nesse contexto, “o mundo está no início de uma quarta
revolução industrial, e essa revolução está acontecendo devido à eliminação dos
limites entre o mundo digital, o mundo físico, que são as coisas, e o mundo
biológico, que somos nós” (IEASP, 2016).
Acompanhe as principais invenções históricas a favor da comunicação:
https://go.eadstock.com.br/A
Jornal
O primeiro exemplar data de 59 a.C., em Roma, quando Julio César quis informar o
povo sobre os mais importantes acontecimentos sociais e políticos do seu império.
Até hoje, tem praticamente a mesma função.
Rádio
Com sua primeira transmissão datada de 1900, foi um marco na história, pois ao
contrário do jornal, as ondas do rádio tinham um alcance de pessoas e velocidade e
informação muito superiores.
Televisão
Em 1924, a TV trouxe a junção dos componentes grá�cos (imagens e �guras) de um
jornal com os componentes de áudio do rádio (a fala), o que tornou possível ver
imagens em movimento juntamente com o áudio.
Internet
Desenvolvida em 1969 nos EUA para �ns de comunicação militar, tinha o nome de
ArpaNet. Com o �m da Guerra Fria, o sistema tornou-se praticamente desnecessário
para �ns militares e o Exército decidiu levá-lo a público.
Fazendo um resumo, vê-se um processo crescente em que o homem desenvolveu a
linguagem depois dos desenhos nas cavernas, com a escrita, o papel, as impressões
manuais e as mecânicas, sendo assim possível a informação cruzar grandes
distâncias geográ�cas, culturais e cronológicas.
Passamos pelos meios de comunicação como jornais e revistas, rádio e televisão, e
chegamos à nossa época, à qual chamamos de Era da Tecnologia e da Informação.
Na Era da Tecnologia, o computador é o carro-chefe. Quando foi desenvolvido em
1943, era uma máquina gigantesca que ocupava uma sala inteira e só servia para
fazer cálculos, até 1971, quando surgiu nos EUA o primeiro microcomputador.
Andando lado a lado com a evolução dos computadores, está a Internet, que nem
sempre foi da maneira que a conhecemos: na verdade, ela foi desenvolvida para �ns
militares e não passava de um sistema de comunicação entre as bases militares dos
EUA. Em 1971, a até então chamada ArpaNet passou a ser usada por acadêmicos e
professores universitários, principalmente nos EUA, para trocarem ideias e
mensagens, e então recebeu o nome de Internet. A disseminação e a popularização
da rede no Brasil aconteceram no �nal da década de 1990, e aos poucos foi setornando aquilo que conhecemos hoje: indispensável para a nossa vida, pois estar
conectado à rede mundial é uma fonte de conhecimento, interatividade, diversão e,
acima de tudo, de comunicação.
Gírias, jargões e os Grupos
Sociais
Considerando o grupo social do qual o sujeito faz parte, ele passa a dominar
determinado tipo de vocabulário e expressões que não são compreendidos dentro
de outro grupo social. É o caso dos diferentes jargões utilizados em discursos
jurídicos, médicos, presidiários, cantores, jogadores de futebol, chefes de cozinha,
etc. Cada grupo especí�co possui palavras que são frequentemente utilizadas em
seu dia a dia, mas que di�cilmente são compreendidas dentro de outro grupo social.
A Gíria
Conceitualizando, Araújo e Sousa nos dizem que
(...) gíria é o tipo de linguagem que surge restrita a um determinado
grupo, como um código, que com o passar dos tempos invade a
sociedade sendo utilizada pelas pessoas até de forma inconsciente,
independentemente da idade ou nível social da qual fazem parte,
tornando o seu uso muito frequente em qualquer situação de
interação. (ARAÚJO E SOUZA, s/d).
Na prática, sabemos que a gíria é uma fala informal, que varia conforme o grupo e a
época. Você se lembra das gírias que falava quando criança? São as mesmas que os
jovens falam hoje? Certamente a resposta é não. Caso alguém leia este mesmo
CONCEITUANDO
GÍRIA x JARGÃO
A gíria teve sua origem na maneira de falar de grupos marginalizados
que não queriam ser entendidos por quem não pertencesse ao grupo.
Hoje, entende-se a gíria como uma linguagem especí�ca de grupos
especí�cos, como os jovens. Já o jargão é o modo de falar especí�co de
um grupo, geralmente ligado à pro�ssão. Existe, por exemplo, o jargão
dos médicos, o jargão dos especialistas em informática, etc.
material em 2030, por exemplo, as gírias atuais aqui expostas já serão ultrapassadas.
E quem cria as gírias? - Nós mesmos, os próprios falantes de uma língua. E elas
podem surgir nas mais diversas situações tais como contextos culturais, de
entretenimento, na internet, na rua, em um vídeo que viraliza... São expressões que
normalmente não fariam sentido nenhum, ou têm algum sentido completamente
diferente daquele em que são usadas, mas o fato é que as gírias enriquecem a
linguagem de tal forma que, em determinados casos, é impossível ser
compreendido sem usar nenhuma.
Gírias comuns nos anos 1980  Gírias comuns nos anos 2010
Putz, grila!
Isso é do balacobaco!
Essa foto é do arco da velha.
Que ideia de jerico!
Você fala mais que o homem da cobra…
Vamos tomar umas birinaites?
Repete isso, volta a �ta!
Vira o disco, fala outra coisa!
Você é um chato de galochas
Tô gamado!
Sacou?
Tô na pindaíba… sem um tostão furado.
Ela é pra frentex, toda modernosa…
Vamos deixar rolar…
Nossa, peguei ranço dele.
Para de ser biscoiteira, só quer atenção!
Partiu?
Deu ruim!
Hoje vou sair com o meu/a minha crush.
Sua irmã divou no evento ontem!
Cola lá em casa pra gente ver �lme…
Que estilo mais chavoso, hein!
Falou tudo! Lacrou!
A festa foi top!
Hoje o chefe está pistola com a gente.
Meu celular bugou.
Pode pá! Entendi!
Vamos sair de rolê?
Ele é meu parça!
Fonte: elaborado pela autora.
CONECTE-SE
Veja mais alguns exemplos da evolução as gírias desde os anos 60:
https://go.eadstock.com.br/B
O Jargão
Imagine que você está em um hospital e ouve um médico conversando com outro.
Um deles diz:
- Em relação à dona Maria, o prognóstico é favorável ao caso de pronta-
suspensão do remédio.
É provável que você tenha levado algum tempo até entender o que o médico falou,
pois ele utilizou termos com os quais os dois colegas médicos estão acostumados.
Com a paciente, o médico deve falar de uma maneira mais simples, como: "Bem,
dona Maria, a senhora pode parar de tomar o remédio, sem problemas.”
Este é um caso de jargão – no caso, médico.
Jargão é o modo de falar usando termos especí�cos de um grupo, geralmente
ligados à pro�ssão. Para Dino Preti, professor titular de língua portuguesa da PUC-
SP, jargão é a "linguagem cientí�ca ou técnica banalizada". Por de�nição, é uma
forma de falar inadequada à situação. “A pessoa quer se promover, mostrar que fala
uma linguagem que o outro desconhece”, segundo o professor. Mas muitos
especialistas dizem que os jargões são frases prontas que tiram a autenticidade do
texto porque são consideradas antiquadas.
CONCEITUANDO
Você sabe o que signi�ca brie�ng, feedback e ranking? São termos do
chamado “corporativês”. Nessa linguagem, muitos jargões são
emprestados da língua inglesa e nem foram traduzidos para o
português. As pessoas que não sabem o signi�cado desses termos
podem prejudicar a comunicação, assim como aquelas que os usam a
todo o momento, pois podem se expressar de maneira incorreta e
“forçada”. Se o pro�ssional está em uma conversa entre amigos, não há
necessidade de usar esses termos, pois pode passar uma imagem de
arrogância. Quem não conhece bem o signi�cado dos termos é melhor
não utilizá-los! Conheça uma lista desses jargões em inglês:
https://go.eadstock.com.br/C
Apesar da rapidez com que os jargões são disseminados, é importante levar em
conta o ambiente e a situação em que estamos para saber utilizar a língua de
modo adequado. Dessa forma, é possível estabelecer uma comunicação e�caz,
alcançando o objetivo por parte do emissor e, ao mesmo tempo, a compreensão por
parte do receptor.
Cada pessoa e grupo social possui uma maneira própria de falar e criar suas próprias
marcas linguísticas. Tais marcas produzem uma variedade não apenas no âmbito
geográ�co, mas também no âmbito pro�ssional. Em suma, a língua varia de acordo
com os elementos regionais, socioculturais e contextuais, conceitos que veremos
mais adiante neste curso.
CONCEITUANDO
Você já ouviu falar em anglicismo? Trata-se do uso de termos da língua
inglesa mesmo quando existem as mesmas palavras na língua
portuguesa. Há quem diga que são termos indispensáveis para dar um
ar mais “chique”, pro�ssional ou corporativo à situação, mas outros
defendem que é um exagero, já que os mesmos termos podem ser
encontrados em português. O que você acha? Exagero ou necessidade?
Passatempo em vez de hobby.
Assessoria em vez de coaching.
Roupa em vez de out�t.
Aparência em vez de look.
Registro de entrada em vez de check in.
Registro de saída em vez de check out.
Cópia de segurança em vez de backup.
Senha em vez de password.
Cobrir em vez de cover.
Prazo máximo em vez de deadline.
Experiência em vez de know-how.
Elementos da Comunicação
AUTORIA
Juliana Spadoto
“Se você falar com um homem em uma linguagem que ele
compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua
própria linguagem, você atinge seu coração.” (Nelson Mandela)
No mundo moderno e tecnológico, a palavra comunicação tornou-se chave na
observação das relações humanas e no comportamento individual e coletivo.
De acordo com Martins e Zilberknop (2010), comunicar é buscar entendimento e
compreensão; é manter contato. “É uma ligação, transmissão de sentimentos e de
ideias.” Por isso, comunicar-se bem não signi�ca apenas falar bonito, mas ser
e�ciente no momento de transmitir mensagens, isto é, fazer com que elas alcancem
os objetivos propostos pelo emissor. Nesse sentido, comunicamos e�cientemente
quando o receptor compreende a mensagem segundo os objetivos daquele que
a produz.
NA PRÁTICA
Quando falamos em linguagem, não estamos falando apenas da
linguagem escrita e do português padrão, correto e formal. A
comunicação utiliza vários tipos de linguagens tais como a linguagem
corporal, o tom de voz, os símbolos, as cores, etc. Além dos diferentes
tipos de linguagens, devemos considerar a diversidade de contextos
sociais e indivíduos culturais diferentes entre si. O diálogo realizado
entre amigos no �nal da tarde em um happy hour não é o mesmo
diálogo realizado pelos colegas dentro da empresa ou em uma reunião
com a diretoria. Todos os lugares possuem suas regras próprias,inclusive os locais considerados informais. Ninguém chega à casa de
um amigo e vai entrando no quarto sem pedir licença. Assim, acontece
com a linguagem.
Elementos da Comunicação
Um dos primeiros estudiosos a considerar quais elementos são necessários para que
uma comunicação e�caz aconteça foi Roman Jakobson (1896-1982). Para esse
linguista russo, há basicamente seis funções determinadas de acordo com o
elemento em que a ênfase da mensagem recai.
Veja o esquema:
Fonte: arquivo pessoal
Cada um desses elementos é responsável por tornar a comunicação e�caz. Se um
deles não existe ou falha, acontece o chamado “ruído” na comunicação, ou seja, a
mensagem não acontece totalmente.
Vamos a cada um deles:
EMISSOR
É aquele que envia a mensagem. Pode ser uma pessoa, uma empresa, uma equipe,
etc. Nem sempre é uma única pessoa a responsável pela transmissão de uma
mensagem.
MENSAGEM
É o conteúdo informativo enviado de um emissor para um receptor.
RECEPTOR
É aquele que recebe a mensagem enviada pelo emissor.
CANAL DA COMUNICAÇÃO
É qualquer meio pelo qual a mensagem é enviada. Pode ser a voz, celular,
computador, livro, propaganda, gestos, outdoor, etc.
CÓDIGO
É a língua em que a mensagem é escrita ou falada.
CONTEXTO
É a situação em que ocorre o processo comunicativo: fatores sociais, políticos,
emocionais, situações de relacionamento, fatores culturais, religiosos, etc.
Nesse exemplo, temos o esquema:
Continuando nossa historinha:
Janaína quer lembrar o esposo, Roberto, de algo que ela disse a ele no
café da manhã, antes de saírem para trabalhar: “Amor, não se esqueça
de trazer um suco para o jantar, tá?”
Ela, então, envia uma mensagem de texto pelo WhatsApp reforçando
que ele pare em um supermercado depois do trabalho e compre o
suco.
Roberto responde a mensagem e logo chega em casa com uma caixa
de suco debaixo do braço. Mas tem algo errado: ele comprou suco de
laranja, e Janaína queria suco de uva.
No supermercado, Roberto tira uma foto da caixa de suco, envia para
Janaína e vai para casa. No entanto, por algum motivo, a mensagem
com a foto não chegou e Janaína não viu que ele iria levar suco de
laranja, e não de uva.
Será que rolou uma “DR” ou o jantar seguiu em paz?
Assim, o processo de comunicação não foi totalmente satisfatório nesse caso porque
houve uma falha em um dos elementos - no canal, na hora de enviar a foto - e a
mensagem não foi recebida.  A essa falha dá-se o nome de ruído.
Em suma, comunicar-se bem não signi�ca falar bonito, mas sim apresentar
e�ciência na transmissão das mensagens, isto é, que elas alcancem os objetivos
propostos pelo emissor. Nesse sentido, comunicamos e�cientemente quando o
receptor compreende a mensagem segundo os objetivos daquele que a produz.
Para tanto, é necessário ser o mais claro e objetivo dentro do processo comunicativo
para que o receptor compreenda e responda aos objetivos do emissor de modo
positivo.
CONCEITUANDO
O QUE É RUÍDO NA COMUNICAÇÃO?
Uma comunicação só é efetivamente realizada quando há
compreensão por parte do interlocutor. Sem que haja a recepção, uma
mensagem emitida de nada serve. A isso se chama ruído na
comunicação. Este ruído ocorre quando a mensagem não é
decodi�cada corretamente pelo receptor. São vários os fatores que
podem atrapalhar na identi�cação dos elementos da comunicação.
Desde a voz baixa do locutor até o barulho de um ambiente ou ainda
um código de signos desconhecidos pelo receptor.
Fonte: CEGALLA, D.P. Novíssima Gramática da Língua Portuguesa. 48.
ed. São Paulo: Editora Nacional, 2008.
Erro de português x Falha de comunicação
Há uma diferença entre erro de português – palavras escritas de forma errada,
problema de acentuação, de pontuação, de gramática – e erro de comunicação. Este
último é qualquer problema escrito/falado que não apresenta exatamente erros de
português, mas foi uma mensagem transmitida de tal forma que �que confuso e
causa dúvidas em quem está lendo/ouvindo.
NA PRÁTICA
Erro de português x Falha de comunicação
Há uma diferença entre erro de português – palavras escritas de forma
errada, problema de acentuação, de pontuação, de gramática – e erro
de comunicação. Este último é qualquer problema escrito/falado que
não apresenta exatamente erros de português, mas foi uma mensagem
transmitida de tal forma que �que confuso e causa dúvidas em quem
está lendo/ouvindo.
Variações Linguísticas
AUTORIA
Juliana Spadoto
“A linguagem existe para que nos sirvamos dela, não para que
sirvamos a ela” - Fernando Pessoa, poeta.
Nos espaços sociais em que vivemos, temos a oportunidade de encontrar diversas
formas de linguagem escolhidas dependendo da intenção do emissor. Vejamos
algumas informações sobre as características e os aspectos mais relevantes que
demarcam as formas de linguagem, sejam elas no plano verbal ou no plano não
verbal.
No instante em que você põe os olhos em um texto, você o lê. Por que você o leu?
Porque, a partir do momento que você se alfabetizou, torna-se um ato instintivo,
automático. Placas, sinais, �lmes, livros, bilhetes, posts, todas essas manifestações só
existem porque existe a linguagem aprendida.
Já vimos nas aulas anteriores que a linguagem está diretamente relacionada à
prática social. Ela é viva e dinâmica, e tanto modi�ca a sociedade quanto é por ela
modi�cada. Nos estudos sobre o assunto, a linguagem é abordada e entendida a
partir de três vertentes, e a prática social é uma delas:
A linguagem é algo externo ao sujeito
É um conjunto de regras e formas aprendidas, e só existe comunicação se o emissor
e o receptor dividirem o mesmo código.
A linguagem é uma capacidade inerente ao ser humano
Ela se faz na vida do ser humano a partir em que seu cérebro e corpo começam a
�car su�cientemente maduros para isso.
A linguagem é uma prática social
Ela surge da necessidade do homem de viver em grupos sociais e de realizar trocas
com os integrantes desses grupos.
Além do português padrão, há outras variedades que são usadas em situações
informais diversas e diferentes de acordo com o contexto e sujeitos do processo
comunicativo. Fatores tais como escolaridade, nível social, idade, região, etc. são
responsáveis por determinado tipo de linguajar que pode ser discriminado inclusive
dentro de situações informais.
Infelizmente, a língua é vista como um status social e há muito preconceito em
relação às pessoas que não sabem utilizar a norma padrão e culta da língua
portuguesa, mas conhecer as variações linguísticas é importante justamente para
combater esse preconceito.
Fonte: adaptado de Mendonça, 2012.
Leia o seguinte trecho:
É perceptível que nele existem expressões que já não usamos mais, tais como
mademoiselles, janotas, pé-de-alferes, balaio, botica, ceroulas, outrora. O texto de
Drummond fala exatamente disso: de como se falava antigamente.
Caso fôssemos adequá-las ao vocabulário atual, como �caria? Os termos em
destaque seriam substituídos por “mina”, “gatinha”, “cantadas”, “da hora”, “os caras”,
“a galera,” “farmácia”, “cuecas” e assim por diante.
Perceberam que a língua é dinâmica? Ela sofre transformações com o passar do
tempo em virtude de vários fatores advindos da própria sociedade, que também é
totalmente mutável.
Ou seja: todo mundo tem seu jeito de falar, seja por história pessoal ou coletiva. O
que vale lembrar é que não existe certo ou um errado quando a questão é sotaque,
por exemplo, ou vocabulário diferente de uma geração ou região para outra.
Errado é o que não está de acordo com a gramática vigente. As diferentes formas de
falar a língua portuguesa são chamadas de variações linguísticas.
Segundo Moysés (2014),
Antigamente
Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas
mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completavam
primaveras, em geral dezoito. Os janotas, mesmo sendo rapagões,
faziam-lhes pé-de-alferes, arrastando a asa, mas �cavam longos
meses debaixo do balaio. (...) Antigamente, acontecia o indivíduo
apanhar constipação;�cando perrengue, mandava o próprio chamar
o doutor e, depois, ir à botica para aviar a receita, de cápsulas ou
pílulas fedorentas. Antigamente, os homens portavam ceroulas,
botinas e capa-de-goma, não havia fotógrafos, mas retratistas, e os
cristãos não morriam: descansavam.Mas tudo isso era antigamente,
isto é, outrora.
Carlos Drummond de Andrade, in: Quadrante (1962), obra coletiva.
Reproduzida em Caminhos de João Brandão, José Olympio, 1970.
“[...] o português, como qualquer outra língua, não é estático e
imutável. Assim sendo, podemos dizer que uma língua não é uma
unidade homogênea e uniforme. Ela poderia ser de�nida como um
conjunto de variedades. É esta diversidade que faz surgir os níveis de
linguagem que variam de acordo com o nível social, econômico,
cultural e geográ�co. No Brasil há uma grande variedade de
pronúncia e vocabulário: há diferentes sotaques: o sotaque mineiro, o
gaúcho, o nordestino, etc. Também no vocabulário observam-se
diferenças entre regiões e também na fala de quem mora na capital e
de quem vive na zona rural” (MOYSÉS, 2014).
Assim, essas variações são dividas em:
VARIAÇÃO HISTÓRICA
A língua sofre variações devido ao tempo transcorrido.
VARIAÇÃO REGIONAL
A língua sofre variações devido ao lugar em que o falante vive.
VARIAÇÃO SOCIOCULTURAL
A língua sofre variações devido à condição social, econômica e educacional e ao
meio cultural em que o falante vive.
Variação Histórica
É aquela que sofre transformações ao longo do tempo. Por exemplo, a palavra
“você”, que no tempo do Brasil colônia era “vossa mercê” e depois virou “vosmecê”. O
mesmo acontece com as palavras escritas com PH, como era o caso de pharmácia,
agora, farmácia.
No século IX, seria comum encontrar uma placa em algum local público onde se
lêsse:
Veja como a gra�a era diferente. Estava errado? Não, pois na época, era assim que se
escrevia.
É famoso nas redes sociais e por quem estuda variações linguísticas o “cartão da
paquera”, nome usado para identi�car o bilhete do século XIX encontrado no acervo
bibliográ�co que pertenceu ao gaúcho Othelo Rodrigues Rosa, jornalista, escritor,
poeta e historiador que morreu em 1956.
Acredita-se que o galanteio seja obra de algum expert em fazer a corte às damas da
época. Ao que tudo indica, o dono do cartão de fato se deu bem, uma vez que é
possível observar no cartão original uma discreta marca no canto inferior direito do
cartão.
E você, em tempos de aplicativos de encontros e amores líquidos, o que achou do
método?
Variação Regional
São as variações ocorridas de acordo com a cultura de uma determinada região
como, por exemplo, a palavra mandioca, que em certas regiões é tratada por
macaxeira e aipim; e abóbora, que também é conhecida como jerimum
dependendo do estado brasileiro. O sotaque também é uma variação regional,
como em regiões que puxam o “r” ou ainda falam “tu” mesmo que não conjugue o
verbo corretamente (tu é, tu vai, etc.).
NA PRÁTICA
Uso de “r” pelo “l” em �nal de sílaba e nos grupos consonantais: dizem
pranta, broco ao invés de planta, bloco.
Alternância de “lh” e “i”: dizem muié, véio ao invés de mulher,
velho.
Tendência a tornar paroxítonas as palavras proparoxítonas: dizem
arve, �go ao invés de árvore, fígado.
Redução dos ditongos: dizem pexe, caxa ao invés de peixe, caixa.
Simpli�cação da concordância: dizem “as menina” ao invés de “as
meninas”.
Ausência de concordância verbal quando o sujeito vem depois do
verbo: dizem chegou duas moças ao invés de chegaram duas
moças.
Uso de pronome pessoal tônico em função de objeto: dizem “Nós
pegamos ele” ao invés de “Nós o pegamos”.
Assimilação do “ndo” em “no”: dizem falano ao invés de falando.
Assimilação do “mb” em “m”: dizem tamém ao invés de também.
Desnasalização das vogais postônicas: dizem home ao invés de
homem.
Redução do “o” e do “e” átonos: dizem ovu ao invés de ovo, bébi ao
invés de bebe;
Redução do R do in�nitivo ou de substantivos terminados em OR:
dizem amá, amô ao invés de amar, amor.
Simpli�cação da conjugação verbal: dizem “nós ama, eles ama” ao
invés de “nós amamos, eles amam”.
Fonte: Nery, 2007
Variação Sociocultural
É aquela pertencente a um grupo especí�co. Neste caso, podemos destacar as
gírias, a linguagem coloquial usada no dia a dia das pessoas e a linguagem formal,
que é aquela utilizada por pessoas com maior grau de instrução.
Também fazem parte deste grupo os jargões, dos quais já falamos na Aula 2, que
pertencem a uma classe pro�ssional mais especí�ca, como é o caso dos médicos,
pro�ssionais da informática e policias, dentre outros.
Diante de tantas variantes linguísticas, é inevitável perguntar qual delas é a correta.
Resposta: não existe uma opção correta em termos absolutos, mas sim, a mais
adequada a cada contexto. Dessa maneira, falar bem signi�ca se mostrar capaz de
escolher a variante adequada a cada situação e conseguir o máximo de e�ciência
dentro da variante escolhida.
Usar o português próprio da língua escrita formal em uma situação descontraída da
comunicação oral é falar de modo inadequado. Soa como pretensioso, pedante,
arti�cial. Por outro lado, é inadequado em situação formal usar gírias, termos chulos,
desrespeitosos, fugindo das normas típicas dessa situação.
Linguagem Formal e Informal
A linguagem formal é baseada na norma culta, que é o modelo de padrões
linguísticos que determinam seu uso correto. Em outras palavras, é aquela
linguagem sem erros e gírias utilizada em livros, revistas,  documentos o�ciais, etc.
Como podemos ver, a linguagem formal é voltada principalmente para a
comunicação escrita e vai de acordo com a gramática vigente.
Por outro lado, quando conversamos espontaneamente e fazemos o uso de formas
reduzidas tais como “cê” (você), “taí” (está aí), “pra” (para), por exemplo, temos a
linguagem informal. Neste caso, nos comunicamos principalmente por meio da fala
e de maneira coloquial. Um famoso exemplo da diferença existente entre tais é o
poema “Pronominais”, de Oswald de Andrade.
Veja:
Pronominais
Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.
O primeiro verso foi escrito de acordo com a norma culta, logo, em uma linguagem
formal, pois o verbo (dar) vem antes do pronome (me). A gramática diz que o
pronome (no caso “me”) nunca deve vir antes do verbo em começo de frase. No
último verso, já ocorre o contrário: o pronome (me) vem antes do verbo (dar),
representando assim a forma como falamos e também a linguagem informal. Mas
não podemos dizer que se trata de uma forma errada: é somente inadequada em
ocasiões e discursos formais.
Características da Linguagem Formal
Preserva as convenções gramaticais e sempre respeitando a norma culta da
língua portuguesa.
É utilizada para comunicação com autoridades e superiores em organizações,
em conferências, palestras e seminários, documentos o�ciais e discursos
públicos.
Envolve a comunicação entre pessoas que não se conhecem ou possuem
pouca ou quase nenhuma a�nidade.
Também chamada de norma culta ou padrão.
Características da Linguagem Informal
Preza pela descontração e pelo relaxamento quanto às regras gramaticais.
Permite o uso de palavras mais simples, abreviadas e até gírias.
É muito utilizada na comunicação entre amigos, colegas, familiares e pessoas
com alto grau de envolvimento e relacionamento.
Também chamada de linguagem coloquial.
Existem diferentes situações de comunicação. Uma mesma pessoa pode escolher
uma forma de linguagem mais conservadora numa situação formal ou um linguajar
mais informal, em situação mais descontraída. Quantas vezes isso não acontece
conosco no cotidiano? Na família e com amigos falamos de uma forma, mas numa
entrevista de emprego é muito diferente.
O sucesso da comunicação não depende apenas de saber utilizar os elementos do
processo comunicativo. É preciso que o emissor considere, antes de qualquercoisa,
quem é o seu público-alvo. Após estar ciente de quem receberá sua mensagem, o
emissor deverá, então, adequar sua mensagem utilizando uma linguagem que
atinja seu receptor da melhor forma. Para isso, é imprescindível levar em conta o
contexto de comunicação, ou seja, se é um ambiente formal ou informal.   Além
disso, é importante compreender as expressões, gírias ou jargões especí�cos do
público-alvo para que a comunicação �ua da forma mais natural possível.
CONECTE-SE
Sotaques são fascinantes. É curioso perceber como uma entonação ou
palavra são tão diferentes em lugares distintos do mesmo país, e com
um país tão grande e diverso como o Brasil. Então escolha sabiamente,
pois a chave para o sucesso está em alguma pronuncia entre o
Oiapoque ao Chuí! Assista a uma sketch bem humorada do grupo Porta
dos Fundos sobre um inusitado candidato com diversos sotaques em
uma entrevista de emprego:
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Coesão e Coerência
AUTORIA
Juliana Spadoto
“Sou todo incoerências. Vivo desolado, abatido, parado de energia, e
admiro a vida, entanto como nunca ninguém a admirou!” - Mário de
Sá-Carneiro, poeta e contista português
Coesão e coerência são elementos fundamentais para a construção de um bom texto.
Para que um discurso tenha êxito, seja oral ou escrito, ele deve construir um
signi�cado, ou seja, precisa ter coerência. Para tanto, deve-se usar elementos que
estabeleçam ligação entre as partes, isto é, que con�ram coesão ao discurso.
Chamamos de coesão os elementos conectivos que criam as relações de sentido
dentro do texto. O uso inadequado desses elementos pode causar a falta de
coerência. Podemos dizer então que o elemento conectivo tem o poder de
determinar a coerência textual. Vejamos o exemplo de duas informações transmitidas
separadamente:
Apesar de haver sentido entre as orações, não há nenhum elemento conectivo para
estabelecer uma ligação entre elas. O ponto �nal faz uma separação entre as duas
orações. Vamos acrescentar um elemento coesivo para que o texto �que articulado.
Temos duas opções:
Ontem fez sol.
Fui à praia.
portanto
Qual é o conectivo correto?
Se a sua escolha foi a alternativa a), você acertou, pois o conectivo “portanto” indica
uma conclusão. “Entretanto” é uma adversativa e quer dizer “mas, porém, todavia”.
�. Ontem fez sol, portanto fui à praia - há coerência.
�. Ontem fez sol, entretanto, fui à praia - não há coerência.
E se eu quisesse usar o conectivo “entretanto”, faria sentido? Não. Para isso, eu teria
que alterar a oração, assim:      
Ontem choveu, entretanto, fui à praia - há coerência.                      
Podemos então resumir que coesão tem a ver com a estrutura da oração e coerência
tem a ver com o sentido dela - e, claro, uma está ligada à outra.
entretanto
Os Elementos Conectivos
Os conectivos são responsáveis por estabelecer relações de sentido entre segmentos
de um texto (palavras, frases, parágrafos, etc.). Os principais conectivos são as
conjunções e as locuções conjuntivas. Antunes (apud Silva, 2017), apresenta duas
funções fundamentais para o estudo da coesão e dos conectivos: a) entender que os
conectivos são elementos de ligação de partes do texto e b) esses elementos indicam
uma relação de sentido e de orientação argumentativa.
Vamos estudar essas relações de sentido:
Relações Lógico-Discursivas (Coesão)
Relação de Causalidade
TEXTO 1: Sem conectivos TEXTO 2: Com conectivos
Fui à escola. Comprei um sanduíche na cantina.
Saí da escola. Fui assaltado na esquina. Voltei
para casa sem dinheiro.
Fui à escola e comprei um sanduíche na cantina, mas
fui assaltado na esquina quando sai da escola e voltei
para casa sem dinheiro.
É aquela que expressa uma causa para o fato apresentado. As conjunções aqui
utilizadas são: porque, pois, por isso, já que, visto que, uma vez que etc.
NÃO VOU AO CINEMA PORQUE ESTOU SEM DINHEIRO.
CAUSA: ESTOU SEM DINHEIRO
CONSEQUÊNCIA (FATO APRESENTADO): NÃO VOU AO CINEMA.
Relação de Condicionalidade
A relação se condicionalidade se dá quando um segmento expressa uma condição
para que outra coisa aconteça. São orações com conjunções condicionais: se, caso,
contanto que, a menos que, salvo se, desde que etc.
SE EU TIVESSE DINHEIRO, IRIA AO CINEMA.
CONDIÇÃO ANTECEDENTE: SE EU TIVESSE DINHEIRO
CONSEQUÊNCIA HIPOTÉTICA: EU IRIA AO CINEMA
Relação de Temporalidade
Expressa uma relação de tempo por meio de conectivos tais como quando, assim
que, logo que, enquanto, cada vez que etc.
QUANDO EU TIVER DINHEIRO, EU IREI AO CINEMA.
CONDIÇÃO: TER DINHEIRO
CONSEQUÊNCIA: IR AO CINEMA
Relação de Finalidade
A �nalidade se estabelece quando há uma relação intenção x objetivo, �nalidade,
propósito. Os conectivos usados são os do grupo do “para”: para, para que, a �m de, a
�m de que, etc.
QUERO TER DINHEIRO PARA IR AO CINEMA
OBJETIVO: TER DINHEIRO
FINALIDADE: IR AO CINEMA
Relação de Oposição ou de Adversidade
É quando um conteúdo expresso em um segmento se opõe ao conteúdo do outro
segmento. A relação de oposição está em frase que contenham conjunções
adversativas e concessivas, tais como mas, porém, no entanto, embora, apesar de
etc.
QUERO IR AO CINEMA, PORÉM, NÃO TENHO DINHEIRO.
CONTEÚDO 1: DESEJO DE IR AO CINEMA
CONTEÚDO DE OPOSIÇÃO: NÃO TER DINHEIRO
Relação de Adição
Na relação de adição, ocorre a inclusão de mais um elemento - um item ou
argumento. Contém conjunções aditivas, do grupo do “e”, que inclui o também,
ainda, além de, além disso, nem etc.
EU TENHO DINHEIRO E VOU AO CINEMA!
ELEMENTO 1: TENHO DINHEIRO
ELEMENTO 2: E TAMBÉM VOU AO CINEMA
Relação de Conclusão
Como o nome deixa claro, essa relação de coesão tem a ver com a conclusão de um
algo a partir das proposições presentes em um segmento anterior do texto. É o grupo
do “portanto”: logo, sendo assim, dessa forma, então, etc.
EU TENHO DINHEIRO, PORTANTO, VOU AO CINEMA.
PROPOSIÇÃO: TENHO DINHEIRO
CONCLUSÃO: VOU AONDE EU QUISER
Veja abaixo uma tabela com os principais conectivos e suas respectivas relações. A
maioria já foi explicada neste presente tópico; o restante, deixo com vocês, estimados!
CONCEITUANDO
O estudo dos conectivos é cobrado em praticamente todos os concursos
públicos. Nos editais, a matéria a ser estudada aparece com o nome de
“Relações Lógico-Discursivas”, e também é o que deve ser estudo
quando exigem o tópico “Coesão e Coerência”. Conectivos podem
aparecer tanto em questões de gramática quanto serem cobrados na
escrita das questões dissertativas - as temidas redações. Quer um
exemplo? Nunca se deve começar o último parágrafo da redação com
uma conjunção adversativa, por exemplo. Esse parágrafo é chamado de
“Conclusão”, logo, deve ser iniciado com uma conjunção conclusiva. Do
contrário, a argumentação perde a coerência por não ter um elemento
de coesão correto e o candidato perde pontos na prova.
Tipo de relação Alguns conectivos
Casualidade porque, uma vez que, visto que, já que, desde que, como
Condicionalidade se, caso, desde que, contanto que , a menos que, sem que, salvo que, exceto que
Temporalidade
quando, enquanto, apenas, mal, antes que, depois que , logo que, assim que,
sempre que, até que, desde que, todas as vezes que, cada vez que
Alternância ou
Conformidade de acordo, conforme, consoante, segundo, como
Complementação que, se , como
Delimitação ou
restrição
pronomes relativos
Adição e, ainda, também, não só... mas também, além de, nem
Oposição mas, porém, contudo, entretanto, no entanto, embora, se bem que, apesar de
Justi�cativa ou
explicação
isto é, quer dizer, ou seja, pois
Conclusão logo, portanto, pois, por conseguinte, então, assim como
Comparação como, mais... do que, menos... do que, tanto... quanto
Fonte: Silva, 2017.
CONECTE-SE
O link nos leva ao texto “Coerência textual: um estudo com jovens e
adultos”, um artigo que examinou se o estabelecimento da coerência
textual está relacionado à aquisição da leitura e da escrita com jovens e
adultos, em processo de alfabetização, em uma situaçãode produção de
texto. 
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Coerência
Como já falamos, coerência é relação lógica entre as ideias de um texto. Vamos a uma
breve de�nição dos linguistas Platão e Fiorin (2007):
A palavra coerência, da mesma família de aderência e aderente,
provém do latim cohaerentia (formada pelo pre�xo co = junto com,
mais o verbo haerere = estar preso). Signi�ca, pois, conexão, união
estreita entre várias partes, relação entre ideias que se harmonizam,
ausência de contradição. É a coerência que distingue um texto de um
aglomerado de frases.
Ou seja: quando você transmite uma mensagem, certamente leva em consideração
quem vai recebê-la. Provavelmente você também se lembra de que alguns cuidados
devem ser tomados para que o receptor compreenda a mensagem. Nessa tentativa
de se fazer compreendido, você deve estabelecer alguns padrões mentais que
diferem o que é coerente daquilo que não faz o menor sentido, certo?
Intuitivamente, você está seguindo um princípio básico para uma boa escrita,
chamado de coerência textual. A coerência é uma conformidade entre fatos ou
ideias, é aquilo que tem nexo, conexão, portanto, podemos associá-la ao processo de
construção de sentidos do texto e à articulação das ideias.
“Frase assim escreve uma coerência sintática, mas ninguém ainda que conheça
não”. Não entendeu nada, certo? Pois é, ninguém escreve uma oração assim... Esse é o
princípio básico da sintaxe: construir frases nas quais os elementos da oração estejam
dispostos na ordem correta. Além disso, a coerência sintática evita a ambiguidade e
garante o uso adequado dos conectivos.
Duas placas que viralizaram nas redes sociais e que exempli�cam a falta de coerência
são aquelas em que se lia PINTAMOS CASA A DOMICÍLIO e CORTAMOS CABELO AO
VIVO. Alguém aí consegue explicar?
CONCEITUANDO
O que é sintaxe?
Sintaxe (pronuncia-se “sintásse”) é a parte da gramática que estuda a
relação das palavras dentro das frases e das orações. Estuda, também, a
oração dentro do período, permitindo que a frase tenha sentido e que as
palavras estejam na ordem certa dentro da oração.
No Carnaval de 2014, a prefeitura de Porto Nacional, em Tocantins, lançou uma
inusitada campanha cuja faixa viralizou nas redes sociais. Ela dizia:
Nesse caso claro de falta de coerência, percebe-se que a prefeitura queria passar duas
informações distintas: 1) que os foliões da cidade usassem camisinha para se prevenir
da dengue, 2) que os foliões combatessem o mosquito da dengue. Porém, o uso do
conectivo   “e” dá a ideia lógica-discursiva de adição, de acréscimo de ideias que se
complementam, e não cabe no caso de duas ideias que não tem nada a ver. A faixa,
obviamente, virou piada.
Coerência Temática
É quando o texto discorrido - seja escrito ou falado - está de acordo com a proposta.
Esse é o princípio da coerência temática, que privilegia apenas ideias que sejam
relevantes para o bom desenvolvimento do tema.
Lembra-se do candidato do Enem que, na redação cujo tema era “Imigração Legal”,
escreveu uma receita de macarrão instantâneo do desenvolvimento? É um exemplo -
mesmo que exagerado e sem noção da parte do “engraçadinho” - de falta de
coerência temática.
Coerência Estilística
A coerência estilística diz respeito à variedade linguística adotada em um texto. Se o
emissor escolhe uma linguagem formal, é coerente que ele a use no texto inteiro. Não
faz o menor sentido começar uma redação utilizando uma linguagem culta e de
repente alterar o estilo e empregar a linguagem coloquial (ou informal).
Coerência Genérica
A palavra “genérica”, aqui, quer dizer “de gênero”; de gênero textual, ou seja, dos
estilos que existem (narrativo, informativo, descritivo, etc.) Tem a ver com a escolha
adequada do gênero textual. Existe um gênero para cada ato de fala e escrita: por
exemplo, se a intenção de quem escreve é anunciar algum produto para a venda,
provavelmente ele optará pela linguagem informativa, e não um poema. Se a
intenção é contar uma história, o conto ou a crônica são opções possíveis.
No exemplo abaixo, temos a transcrição de uma placa real de estrada com duas
informações coerentes e uma incoerente com o gênero informativo “placa de
sinalização”. Fica óbvio qual está fora de contexto, não é?
CRUZAMENTO PERIGOSO
REDUZA A VELOCIDADE
DOE LEITE MATERNO
Cabe aqui fazer uma observação: há casos em que o emissor da mensagem faz uso
da falta de coerência propositalmente para causar algum efeito poético ou de
humor.
Neste texto anônimo, a desordem das palavras é proposital, pois o “sentido” do poema
está justamente na desorganização da forma como as coisas foram ditas. A intenção
do autor era transmitir que as pessoas perdem o sentido; perdem a lógica das coisas
quando se apaixonam e subvertem a ordem natural dos eventos. As pessoas �cam
bobas, incoerentes de uma forma poética quando estão apaixonadas.
Leia o trecho abaixo:
Subi a porta e fechei a escada.
Tirei minhas orações e recitei meus sapatos.
Desliguei a cama e deitei-me na luz
Tudo porque
Ele me deu um beijo de boa noite...
(Anônimo)
Fonte: Antunes, 2005.
Comunicação Interpessoal
AUTORIA
Juliana Spadoto
As cinco essenciais habilidades empreendedoras para o sucesso são
concentração, discernimento, organização, inovação e comunicação.
Michael Faraday, cientista britânico.
Para começar, a comunicação deve ser entendida como parte inerente à natureza
das organizações, que são formadas por pessoas que se comunicam entre si e que,
por meio de processos de interação, viabilizam o sistema funcional para a realização
dos objetivos organizacionais. Portanto, sem comunicação as organizações não
existiriam. (KUNSCH, 2009).
Segundo, das várias competências comportamentais valorizadas no ambiente
empresarial - liderança, automotivação, trabalho em equipe, criatividade, etc. -
 destaca-se a excelência na comunicação interpessoal, que é item fundamental para
o sucesso de líderes, colaboradores e equipes.
Ter habilidades de comunicação interpessoal é uma qualidade que as empresas têm
buscado cada vez mais nos pro�ssionais, pois se trata de pessoas que têm mais
facilidade em passar ideias de uma maneira que todos possam entender sem causar
desentendimentos providos de ruídos na comunicação.
Se você passou pelo porteiro hoje, acenou para ele e ele retribuiu, automaticamente
vocês realizaram uma interação de comunicação interpessoal.
No ambiente corporativo, devemos ter cuidado com a maneira como passamos as
mensagens para outras pessoas. Aliás, quantos casos você conhece de gente que
entrou em con�ito simplesmente por causa de uma comunicação com ruídos? A
mensagem desejada não é passada, o locutor é mal interpretado e isso causa um
desconforto entre duas partes.
CONCEITUANDO
O que é comunicação interpessoal?
Comunicação interpessoal é a troca de informação que existe entre dois
ou mais indivíduos. Basicamente, trata-se de passar e receber
mensagens por meio da fala, da escrita, da mímica e dos meios
tecnológicos.
Uma comunicação interpessoal clara evita con�itos, pois faz com que as mensagens
sejam passadas de uma maneira que os dois lados possam compreender,
resultando assim no sucesso da troca de informações.
NA PRÁTICA
Uma pesquisa realizada por Albert Mehrabian, psicólogo americano e
professor da Universidade da Califórnia – UCLA, constatou que as
formas de comunicação não verbais, aquelas feitas por meio de gestos,
postura corporal e contato visual, são 55% mais impactantes do que
outras formas de comunicação por ser uma forma universal de
relacionamento entre as pessoas. Ainda segundo Mehrabian, 38% do
impacto da comunicação estão no nosso tom de voz, e apenas 7% nas
palavras propriamente ditas. Desenvolver as habilidades de
comunicação não verbal e verbal, portanto, é essencial para
potencializar os resultados e construir harmonia nas relações
interpessoais.
Comunicação no Ambiente
Pro�ssional
Comunicar-se não envolve apenas o que falamos, mas também a maneira que
levamos essasinformações às outras pessoas. A linguagem corporal, o tom de voz e
o que você fala in�uenciam na maneira como o outro recebe a sua mensagem. Por
isso, é preciso prestar atenção em como você se porta perto das pessoas com quem
interage, como fala com elas, qual o tom de voz que usa e como gesticula.
Enquanto exercemos nossas atividades diárias, é natural que estejamos sempre
comunicando algo. Claro que existem pessoas que demonstram mais facilidade em
estabelecer a comunicação interpessoal com outros; da mesma forma que há quem
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considere tal prática irrelevante. Curiosamente, porém, quem não se atenta às
formas de comunicação interpessoal são os mesmos que costumam reclamar que
são “eternos incompreendidos”.
Aprimorar práticas de comunicação interpessoal pode impulsionar sua vida pessoal
pro�ssional. Segundo a Endeavor, maior organização de apoio a empreendedorismo
e empreendedores de alto impacto no mundo, há meios de sempre melhorar as
relações corporativas por meio da comunicação. Vamos aos mais importantes:
Utilize a comunicação interpessoal para resolver con�itos – as
práticas de comunicação interpessoal são poderosas aliadas na
resolução e na prevenção de con�itos. Não são raros casos de
pro�ssionais que criam situações con�ituosas porque se negam a
dedicar dez minutos do dia para trocar ideias, desfazer equívocos e
chegar a um consenso. Por isso, procure estimular o diálogo entre seus
funcionários. Atue como mediador, ouça as partes envolvidas e procure
aproximá-las para que tudo se resolva com serenidade.
Procure trocar algo mais que palavras –. O ideal é que, quando você
inicie a troca de informações com alguém, procure exercer a empatia,
ou seja, a capacidade de se colocar no lugar da outra pessoa. Assim,
você conseguirá conhecer fatos culturais que, talvez, você jamais
chegue a vivenciar.
Aprenda com seus interlocutores – a partir do momento em que você
está aberto para se comunicar, está também aberto para receber
aprendizados. Lembre-se que o processo de aprendizagem é bilateral:
a troca de ideias, experiências e riqueza de informações em trânsito são
bastante relevantes para o crescimento pessoal e pro�ssional.
Combata a inibição – a inibição é uma característica normal de muitas
pessoas, mas quando se trata de compartilhar ideias ou conhecimento
em um ambiente corporativo, ela pode ser prejudicial, pois muitos
pro�ssionais deixam de apresentar suas ideias e mostrar o quanto
podem ser valiosos à empresa por conta da timidez. Por isso, é muito
importante exercitar a comunicação interpessoal a �m de ganhar mais
con�ança, pois falar faz parte do contexto social em que você está
inserido.
Fique atento ao gestual – a comunicação interpessoal não se dá
apenas por meio das palavras, mas também da entonação da voz e dos
gestos que você faz enquanto conversa com alguém. Para quem é
atento, a postura e o gestual demonstram todo tipo de sentimento:
alegria, contrariedade, etc., e isso pode causar falhas de comunicação e
desentendimentos.
Melhore o desempenho de sua equipe – sendo você gestor ou gerido,
quando a comunicação interpessoal é praticada no ambiente
corporativo, as pessoas melhoram o desempenho porque passam a se
conectar melhor na busca pela obtenção de resultados. É impensável a
ideia de uma equipe que tenha o silêncio como marca.
Promova o autoconhecimento – a comunicação interpessoal também
serve de termômetro para que um pro�ssional saiba como os outros o
percebem, e isso é importante principalmente no desenvolvimento das
habilidades comportamentais. Então, ao promover as práticas de
comunicação interpessoal, você abrirá caminhos para não apenas
conhecer a si próprio, mas para entender como seus funcionários te
veem.
Fonte: adaptado de ENDEAVOR BRASIL. Comunicação interpessoal:
dicas para melhorar suas relações corporativas. Disponível em:
Endeavor . Acesso em 22 maio 2019.
NA PRÁTICA
Já ouviu falar que toda empresa tem um “rádio corredor”? Qual o limite
entre comunicação informal e fofoca? Neste artigo, Alessandra Becker,
sócia fundadora da FALE Consultoras, alerta para o perigo de boatos e
fofocas se tornarem a comunicação o�cial de uma organização.
Imagem Pessoal no Ambiente
Laboral
No mundo dos negócios, há uma frase que diz: “Você é a sua melhor marca”. Mas
falam-se também outras coisas, do tipo: "Sua imagem pessoal é seu cartão de visita”
ou “Nos negócios, menos é mais.” Você concorda?
No mercado de trabalho, a imagem pessoal tem muito valor. A construção da
imagem pessoal no ambiente pro�ssional é algo que se dá ao longo da carreira, mas
é inegável que a marca que deixamos nas pessoas e como seremos lembrados pode
ser positiva ou negativa. E aqui entra outro ditado: “A primeira impressão é a que
�ca”. Na modernidade, os pro�ssionais bem sucedidos obviamente mantêm uma
imagem pessoal positiva. Para tanto, usam seu poder pessoal para conquistar
objetivos, in�uenciar pessoas e assim construir uma base de valor pessoal sólida.
https://endeavor.org.br/desenvolvimento-pessoal/comunicacao-interpessoal/
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Mas como usar a imagem pessoal como estratégia de mercado? Para ser
e�ciente, o marketing pessoal deve ser sutil e inteligente, a começar pela aparência.
Exibir roupas de marca, por exemplo, não faz de você um pro�ssional respeitado.
Pior: o resultado pode até ser o contrário e revelar que, na falta do que falar, você
exagera na aparência.
O que não se pode negar, no entanto, é que o primeiro julgamento é o visual, a
partir do visual podemos perceber a que grupo uma pessoa pertence, se é
cuidadosa ou não pelo seu penteado, se é calma ou agitada pelo modo de andar,
sentar e falar, ou seja, fazemos logo um julgamento de alguém que nem
conhecemos.
Na Carta ao Leitor do livro “Marketing pessoal no contexto pós-moderno”, de Claúdio
Rizzo, o empresário Antoninho Trevisan comenta:
“Um conhecido meu, quando quer contratar um pro�ssional, além de
avaliar o currículo e realizar entrevistas, convida o candidato para
almoçar. Diz que, ao observar seu comportamento à mesa, ele é capaz
de vislumbrar características que podem ser de�nitivas para contratá-
lo ou não. Se, por exemplo, a pessoa enterra a cabeça no prato e só
volta a erguê-la quando termina a refeição, meu amigo entende que
ali há uma di�culdade e talvez uma falta de interesse no outro e no
ambiente ao seu redor. Outro empresário relatou que dá muita
importância ao fato de um candidato participar de um coral, de uma
orquestra ou ser voluntário em uma atividade de fundo social, porque
denota que a pessoa sabe trabalhar em equipe.” (RIZZO, 2017).
A fala do empresário dá uma dica preciosa do que é a imagem pessoal no universo
laboral. Certo ou errado, justo ou injusto, é que cada vez mais importante cuidar da
imagem porque, querendo ou não, o candidato é julgado pelo inconsciente do
recrutador, e depois de contratado, ele será julgado pelo inconsciente dos clientes e
parceiros de negócio.
NA PRÁTICA
“Não basta à mulher de César ser honesta, ela tem de parecer
honesta”. Cícero (106–43 a.C.), político, escritor, orador e �lósofo romano.
Transportado para os dias de hoje e dentro do contexto laboral,
podemos dizer que não basta ser um ótimo pro�ssional, com currículo
impecável e experiências invejáveis: é preciso visualmente parecer um
ótimo pro�ssional.
Mas, então, trata-se de uma “ditadura da imagem perfeita”? Não. Trata-se de ser
�exível e se adequar aos diferentes contextos e grupos sociais que vivemos.
Ninguém veste as mesmas roupas, faz os mesmos gestos ou fala com a mesma
linguagem quando está com os familiares e com os clientes, por exemplo. Sua
imagem pessoal não é única, e o bom pro�ssional é capaz de se adaptar a
diferentes ocasiões sem se esquecer de quem é ele, do seu estilo, da sua
personalidade e dos seus gostos.
É muito difícil, para não dizer praticamente impossível, explorar a mesma imagem
para sempre sem novidades, pois no ramo pro�ssional épreciso unir atualização de
conhecimento técnico à aquisição de aspectos culturais e sociais. Quer dizer que o
pro�ssional tem de desenvolver um per�l que explore suas habilidades sem
mudar seu caráter pessoal, ao mesmo tempo em que cria uma imagem sempre
coerente com o mercado.
Nesse sentido, não importa a função que se esteja exercendo em qualquer área da
organização ou na sociedade: o fundamental é estar incluso (RIZZO, 2017).
Boas Práticas e Imagem Pessoal
CONCEITUANDO
“Não se pode �car parado, sobretudo num mundo cujos pontos de
referência estão sobre rodas.” A frase é de Zygmunt Bauman (1925-
2017), que se você ainda não conhece, precisa conhecer. Os livros do
sociólogo e �lósofo polonês trazem ideias sobre as conexões na
sociedade contemporânea, na comumente conhecida como pós-
modernidade. É dele o conceito de relações líquidas, tão discutido e
pertinente hoje. Para Bauman, é impossível fugir das consequências da
globalização, com suas vertiginosas ondas de informação, em que tudo
ocorre com intensa velocidade, o que também se re�ete em todas as
relações entre as pessoas.
BOA COMUNICAÇÃO BOA POSTURA COMUNICAÇÃO NÃO VERBAL
A expressão tanto escrita quanto
falada in�uencia muito nossa
imagem pessoal, por isso deve ser
mantida sempre em um nível
adequado. Utilize palavras
adequadas e pertinentes ao
momento e cuide da língua
portuguesa: fuja dos vícios de
linguagem, erros de pronúncia,
gírias, expressões que demonstrem
intimidade ou tom de piada. Deixe a
graça para os amigos e familiares!
Procure falar em um tom de voz e
velocidade de fala agradável, de
preferência semelhante à da pessoa
com quem está conversando, o que
confere mais harmonia à conversa.
No ambiente de trabalho, é
fundamental manter uma
postura pro�ssional e que
esteja de acordo com os
valores e normas da
empresa, respeitando os
códigos de trabalho, os
horários, o código de
vestimenta e as diretrizes.
Não tente assumir uma
postura do que você não é,
pois assim você não
conseguirá transmitir
credibilidade sobre a sua
imagem pessoal aos outros.
Tenha uma postura natural e
condizente com o que você
realmente é.
Preste atenção à sua linguagem
corporal. O aperto de mão deve
ser �rme para transmitir
segurança. Lembre-se de olhar
sempre nos olhos das pessoas
quando conversar com elas, o que
demonstra con�ança e dá mais
credibilidade ao que dizemos.
Evite uma postura de
superioridade, com cabeça muito
erguida e “nariz em pé”. Evite
também andar curvado ou
sentar-se jogado na cadeira
denotando certo desleixo.
Ombros bem alinhados e coluna
ereta já são o su�ciente para criar
uma boa imagem.
CUIDADO COM A
APARÊNCIA
IMAGEM NAS REDES SOCIAIS CÓDIGO DE ÉTICA
Procure manter uma
aparência condizente com
o seu ambiente de
trabalho, o que envolve o
modo de se vestir e de se
arrumar em geral. Os
homens devem manter a
barba bem feita, e as
mulheres devem usar uma
maquiagem mais leve.
Ambos devem usar
vestimentas adequadas
seguindo o código de
vestimenta da empresa.
Postou é para sempre. O que você
lança no ciberespaço revela
crenças, valores, preconceitos e
pode criar muita saia justa.
Quando publicar fotos, evite
divulgar imagens com pouca
roupa ou consumindo bebidas
alcoólicas, não escreva palavrões,
não exponha suas opiniões sobre
colegas de trabalho ou sobre a
empresa, cuidado com os erros
grosseiros de português e
selecione bem os vídeos postados.
Eles podem dar uma ideia errada
de você e dos seus gostos.
A ética é um valor fundamental em
todas as esferas da vida para boa
convivência com as outras pessoas.
Não adianta ter uma boa postura
dentro da empresa, ser
supercomunicativo e habilidoso no
que faz, mas não seguir códigos de
ética. Fique longe de mentiras,
fofocas, corrupção e de tudo que
possa ser classi�cado como um
desvio de conduta.Seja o tipo de
pessoa que você gostaria de
conhecer.
Fonte: adaptado de Disponível aqui
https://blog.racheljordan.com.br/imagem-pessoal-no-ambiente-de-trabalho/
Falhas na Comunicação Interpessoal
Talvez nem seja necessário pontuar, mas é sempre bom validar com dados: segundo
um estudo feito em 2014 pelo Sebrae, 60% dos problemas nas empresas causados se
devem à falta de comunicação entre os colaboradores. Veja algumas das falhas mais
recorrentes nesse âmbito:
1. Não pedir ajuda
quem tem vergonha de tirar alguma dúvida, em algum momento vai fazer algo de
errado. Lembre-se: pergunta boba é aquela que nunca foi feita.
2. Não explicar quando necessário
às vezes deixamos de explicar qual nossa expectativa ao designar uma tarefa ou
simplesmente combinar algo com as pessoas, acreditando que elas já
compreenderam. Procure explicar sem receio o que você deseja dos outros.
3. Esconder-se atrás do e-mail
CONECTE-SE
No início de 2016, um case corporativo �cou famoso nas redes sociais
quando um estagiário da Cantareira Construtora e Imobiliária foi
demitido após fazer posts machistas em suas redes pessoais. Nas fotos
em que tirou ao visitar uma obra, escreveu na legenda algo como
"procurando uma feminista para ajudar a descarregar a carga de
cimento".
A empresa se manifestou na página do Facebook e a�rmou que as
opiniões do estagiário não re�etiam a visão da construtora. Via
assessoria de imprensa, a Cantareira disse que ele seria demitido e não
manteriam alguém que disseminasse opiniões sexistas.
A Apex Brasil, Agência Brasileira de Promoção de Exportações e
Investimentos, lançou um manual de boas práticas de utilização das
redes sociais para companhias.
https://go.eadstock.com.br/F
mensagens de texto como WhatsApp também são válidas nesse caso. Com o
advento tecnológico, preferimos enviar um e-mail ou mensagem em que podemos
resolver pessoalmente ou fazer uma ligação que levaria menos tempo. Quando
sentir que pode resolver mais rapidamente por meio de uma ação, vá e faça.
4. Não ir direto ao ponto
existem pessoas que começam um assunto, vão fazer alguma outra coisa no meio e
não conseguem �nalizá-lo. Re�ita se você é essa pessoa. Nunca se esqueça de que
todo assunto que tem um início, tem um �m!
5. Falar demais, escutar de menos
já ouviu falar que não é à toa termos dois ouvidos e uma boca, certo? Procure ouvir
mais e fala menos, e tenha menos impulsividade no momento de defender alguma
ideia. Esteja atento às informações e sempre ouça mais!
6. Sempre concordar com tudo
nunca seja o tipo de pessoa que concorda com tudo, até com opiniões e fatos que,
na verdade, você não concorda. Procure questionar aquilo que está sendo
transmitido a você e não concordar de primeira em tudo quanto é assunto.
7. Não revisar textos
em um e-mail o mensagem de texto, revise antes de enviar. Veja se o que foi escrito
está correto, se não tem problemas de gramática e se tem coerência. Revisar
informações é muito importante para amadurecer a comunicação escrita e
consequentemente a verbal.
Nós temos o poder de mudança positiva no local em que vivemos. Por meio da
comunicação, é possível consolidar essa positividade. Com esses passos com certeza
uma comunicação de sucesso acontecerá.
Fonte: adaptado de Disponível aqui  Acesso em 23 maio 2019.
https://www.eusemfronteiras.com.br/7-erros-fatais-na-comunicacao-interpessoal/
Redação Comercial
AUTORIA
Juliana Spadoto
“Os analfabetos do próximo século não são aqueles que não sabem ler
ou escrever, mas aqueles que se recusam a aprender, reaprender e
voltar a aprender.” – Alvin Tof�er, escritor e futurista norte-americano,
maior nome dos escritos sobre a revolução digital e a revolução das
comunicações.
“A nível de, menas, questã, concerteza”? Quem nunca passou nervoso ao ver textos
com esses termos? Esses erros grosseiros e muitos outros são cometidos no cotidiano
das empresas em sua comunicação com clientes e parceiros. Contudo, é preciso
saber eliminá-los e ter uma boa redação empresarial, o que re�ete até mesmo nos
resultados dos trabalhos.
Escrever correta e adequadamente é imprescindível para administradorese
executivos. Você assinaria um contrato cheio de erros? Não dá para con�ar, certo?
Então aprimore sua escrita.
E é necessário cuidado, pois o cenário no mercado atual é assustador. Já que escrever
é um ato que a maioria dos pro�ssionais exerce diariamente e com a necessidade de
agilidade exigida pelo mercado, cada vez mais se observa erros de escritas nas
mensagens, e-mails e até mesmo propostas e contratos.
Orientações de Escrita
Vejamos seis orientações iniciais para uma boa redação comercial:
É importante ter em mente que na redação empresarial a escrita é
coletiva, ou seja, você está falando em nome da organização que
trabalha. Assim, normalmente pense em escrever frases com o
sujeito “nós”, e não mais em primeira pessoa (eu).
Preocupe-se com o destinatário da sua mensagem, busque entender
a forma que ele pensa. Re�ita como ele vai reagir ao conteúdo do
texto produzido por você e enviado pela sua empresa.
Fonte: BARBOSA, R.M. Catho, 2018. Disponível em: CATHO . Acesso em 11 maio 2019.
Reforçando, no seu texto você está representando toda a empresa,
logo, a apresentação visual é primordial. Cuidado com uma
mensagem mal formatada e sem correção, o que demonstra uma
imagem pouco con�ável ou de desleixo. Além disso, adapte a fonte
ao texto do e-mail: algumas fontes são mais infantis, outras é difícil de
ler em smartphones, etc.
Apresente o objetivo da mensagem logo no início, deixando tudo
claro e facilitando o entendimento. Para isso, escreva o texto com
frases curtas, elas são mais fáceis de processar.
Procure usar palavras simples, que são facilmente compreendidas.
Utilize também uma diagramação arejada, ou seja, parágrafos
curtos, o que faz com o que o texto não se torne cansativo.
Antes de escrever, se tiver di�culdade, pontue todos os temas que
deseja abordar, e se forem muito distantes um dos outros,
estabeleça subtítulos. Por �m, leia tudo o que escreveu e revise em
busca de possíveis erros e expressões incorretas. Lembre-se: quanto
mais você escreve, mais se aprimora!
Erros Comuns
Erros gramaticais são os mais comuns na redação de qualquer e-mail ou outro tipo de
mensagem. Às vezes, pode se tratar de um erro de digitação, mas outras vezes, talvez
você apenas não conheça a gra�a correta de alguma palavra. Pode parecer algo bobo,
mas em um mercado competitivo, até um erro como esse pode reduzir sua
credibilidade diante da concorrência.
E mais: todos nós sabemos que o português não é dos idiomas mais fáceis, mas com
as ferramentas de correção automática de texto disponíveis em softwares, não existe
desculpa para não dar aquela revisada antes de enviar o seu e-mail.
Repetir Palavras
https://www.catho.com.br/carreira-sucesso/carreira/dicas-emprego/6-orientacoes-para-uma-boa-redacao-empresarial/
Quem trabalha com vendas, por exemplo, está acostumado a ter a rotina
interrompida inúmeras vezes ao longo do dia. Por isso, nem sempre é fácil sentar para
escrever um e-mail com calma sem receber uma ligação no meio do processo. Como
consequência, na hora de retomar a redação, você pode acabar repetindo palavras
que já havia escrito sem nem perceber. Nada que uma rápida releitura não resolva.
Errar a Gra�a do Nome ou da Empresa do Cliente
É o tipo de erro que pode dar a entender que o emissor não está interessado no seu
próprio cliente. Enquanto algumas pessoas podem não ligar, outras podem até
mesmo se ofender. Mais uma vez, nada que uma rápida revisão não resolva.
Se você está conversando com um cliente ou empresa de gra�a complexa, é melhor
manter a atenção redobrada! Na dúvida, copie e cole o nome a partir de alguma fonte
segura, como o site da empresa ou algum e-mail anterior do cliente.
Errar a Gra�a do Nome da sua Própria Empresa
Este é outro erro difícil de engolir, mas que acontece com bastante frequência.
Certamente é menos grave do que errar o nome da empresa do seu cliente, mas não
deixa de ser um problema facilmente evitável.
Não Utilizar Parágrafos
O parágrafo funciona como se fosse um pedaço do discurso que expressa um mesmo
pensamento, além de quebrar o texto em parágrafos ajuda bastante na leitura. Se
você já precisou ler um longo bloco de texto, vai concordar que a experiência não é
das melhores.
Utilizar um Discurso Vago ou Evasivo
Vamos ser honestos: ninguém gosta de receber um e-mail com ofertas ou propostas
de produtos ou serviços. Você até pode acabar adquirindo aquilo que foi oferecido no
e-mail, mas a reação inicial não costuma ser tão positiva.
Talvez por isso que tantos vendedores pareçam ter receio de escrever um e-mail de
vendas. O pior é que, muitas vezes, isso acaba sendo percebido no próprio conteúdo.
É como se o vendedor estivesse com vergonha de demandar a atenção do seu
possível cliente. O resultado disso costuma ser frases excessivamente longas que
podem provocar ainda mais dúvidas no cliente. Ao invés de escrever “Você, por um
acaso, estaria interessado em agendar uma conversa para debatermos melhor a
questão?”, busque ser objetivo e honesto em relação às suas intenções, optando por
algo como “O que acha de agendarmos uma conversa de 15 minutos para eu te
apresentar melhor o produto?”.
Vai utilizar e-mail para realizar o primeiro contato com um possível cliente? Con�ra
algumas dicas:
Os avanços tecnológicos deixaram a troca de mensagens mais veloz com a ajuda dos
computadores e do espaço virtual – a web. Hoje, a comunicação entre empresas - ou
pessoas jurídicas, pro�ssionais autônomos, etc. - ou dentro da própria empresa
acontece em segundos.
NA PRÁTICA
Preste atenção na formatação: quando você copia algum texto de uma
página na internet e o cola no corpo de um e-mail que você está
escrevendo, é comum que a formatação original do trecho copiado seja
mantida no e-mail. Quando se fala em formatação, nos referimos a
detalhes como tamanho e tipo de fonte, por exemplo.
Se você já recebeu algum e-mail em que parte do conteúdo está escrito
com uma fonte de um tamanho, enquanto em outra parte o tamanho é
diferente, então você já se deparou com esse tipo de erro. Não é lá um
problema assim tão grave, mas pode di�cultar a leitura e fazer com que o
e-mail pareça amador e desleixado.
Leia mais, escreva mais e peça ajuda: é sempre válido frisar: o português
não é um idioma fácil. Ninguém espera que sua redação seja perfeita,
mas saber se comunicar a partir da escrita é uma habilidade que deve
ser desenvolvida por qualquer vendedor.
Para algumas pessoas, no entanto, escrever é um pouco mais difícil do
que para outras. Ainda assim, é necessário entender que a redação não é
um dom, mas uma competência. E, como qualquer competência, ela
pode ser aprimorada.
Você pode melhorar sua redação lendo e escrevendo. Simples assim! E,
quando surgir alguma dúvida, basta perguntas para algum colega. As
sugestões de outras pessoas podem nos ajudar a melhorar a qualidade
de um texto e, com o tempo, escrever bem se torna natural.
https://go.eadstock.com.br/k6
Por meio dos recursos da Intranet, os veículos online se ampliaram. Têm-se à
disposição e-mails, o Messenger (troca imediata de mensagens, impressas, via vídeo
ou voz), Skype (troca imediata de mensagem via voz, em tempo real), mensagens
SMS (troca de mensagens instantâneas por meio de aparelhos celulares e
computadores), WhatsApp, entre outros recursos que não cabe, neste momento,
aprofundar.
Todavia, alguns cuidados necessitam ser tomados para que a comunicação ocorra
sem ruídos quando enviada por meio da web:
construir mensagens breves, com economia de palavras, mas com conteúdo;
ser claro, objetivo e conciso, sem repetições de palavra;
não deixar de informar dados fundamentais na mensagem;
adequar a fonte ao texto do e-mail: algumas fontes são mais infantis, outras é
difícil de ler em smartphones etc.;
colocar sempre no texto uma frase que sugira a con�rmação do recebimento da
mensagem;
NÃO ESCREVER A MENSAGEM EM CAIXA ALTA para não dar a impressão de que
está bravo, pois na linguagem digital essa é a função de umtexto escrito todo
em letra maiúscula: dar uma bronca!
Nos meios virtuais, sempre que disponível, é recomendável a utilização do recurso de
con�rmação de leitura. Caso não seja viável, deve constar da mensagem con�rmação
de recebimento. Nos termos da legislação em vigor, para que a mensagem de correio
eletrônico tenha valor documental, isto é, para que possa ser aceita como documento
original, é necessário existir certi�cação digital que ateste a identidade do remetente,
na forma estabelecida em lei.
NA PRÁTICA
Como NÃO escrever um e-mail:
Olá, Bom dia!
Escrevo para lembrar sobre o e-mail que passei no outro dia, assunto de
seu interesse. Espero que já tenha resolvido aquilo e já esteja resolvendo
outro sobre o qual conversamos pessoalmente.
Nesse exemplo, �ca impossível saber do que se trata e quem enviou.
Assim, não use palavras inde�nidas e demonstrativas sem referências:
“no outro dia”, “aquilo”, “outro”, “seu colega de trabalho”. Outra
Informação interessante é sobre as saudações “Bom dia, Boa tarde e Boa
noite”. Se o e-mail é uma correspondência digital, não se pode prever
quando e em que horário o receptor irá ler. Por isso, pre�ra o horário em
que você, emissor, está escrevendo, independentemente do período em
que o receptor vai ler. O “Olá” é totalmente aceito nesse tipo de
correspondência, bem como desfechos tais como “Abraços” e
“Saudações”. Formalidades que vão além dessas formas (“Estimas de
consideração”, “Meus votos de respeito e felicidades”, etc.) podem
parecer arrogante demais - ou no mínimo mostra que a pessoa ainda
vive em uma variação histórica antiga” E é importante destacar que
responder mensagens muito tempo depois demonstra ine�ciência.
Adaptado de França, 2013.
Vícios na Comunicação Comercial
É denominado “chavão” (ou clichê) o vício de estilo incorporado como linguagem do
texto empresarial. Alguns chavões contêm erros gramaticais ou de signi�cado, mas
outros são apenas expressões que, de tanto uso, se tornaram muletas que convêm
evitar, uma vez que não conferem ao texto a necessária autenticidade e atrapalham a
e�cácia do texto. Assim, os chavões assumem papel negativo não só de concepção do
texto como antiquado, mas também de falha no poder de mobilização do leitor.
Veja o que nos diz o jornalista Renato Paiva:
“Por volta 1880, o poeta parnasiano Luiz Guimarães escreveu o verso
‘depois de um longo e tenebroso inverno‘ na poesia ‘Visita à Casa
Paterna’. Os leitores acharam tão bonito que nunca mais deixaram de
repeti-lo, mesmo não sabendo quem escreveu e em que contexto. Pela
recorrência, o que era agradável �cou cansativo e chato. Assim nascem os
chavões, clichês ou lugares-comuns, que são palavras e expressões tidas
um dia por interessantes ou bonitas, mas que se desgastaram pela
repetição.
O leitor mais exigente torce o nariz (chavão proposital) quando lê
expressões tais como ‘luz no �m do túnel‘, ‘fechar com chave de ouro‘,
‘lugar ao sol‘, ‘requintes de crueldade‘, ‘acreditar piamente‘, ‘comédia de
erros‘, ‘do Oiapoque ao Chuí‘, ‘merecidas férias‘, ‘caixinha de surpresa‘ e
outras centenas ou milhares que empobrecem artigos, reportagens e
relatórios.
Modismos, que são os clichês usados em um determinado momento,
estimulados pelos meios de comunicação abundam nos jornais,
principalmente colunas sociais: ‘No agito‘ dos ‘ricos e famosos‘ a fulana
‘causou’ (...) Estas coisas acontecem por preguiça de pensar, pois é mais
fácil repetir o que já está pronto economizando esforço.
Claro que a língua é dinâmica e que palavras entram e saem do uso
conforme a vontade dos falantes. Mas os casos de repetições citados são
estimulados pelos meios de comunicação, que deveriam cuidar melhor
dela (a língua), pois é sua matéria prima.”
Vamos estudar alguns chavões a serem evitados na redação comercial e técnica:
Chavões de Introduções
“Viemos, através desta, solicitar”
Ora, ninguém, a não ser o super-homem, consegue ver “através” de algo. A palavra
através signi�ca atravessar, fazer travessia. Portanto, pode-se ver através da vidraça,
pode-se enriquecer através dos anos, mas não se pode, por exemplo, “aprovar o
aumento através de decreto-lei, pois o decreto-lei não é atravessado, para que o
aumento aconteça; pode-se somente “aprovar o aumento por meio do decreto”.
Portanto, não é correta e não deve ser usada a expressão “através desta carta”, mas
sim por meio, mas não nesta situação frasal, pois não há outra carta por onde vir, a
não ser só por meio da mesma.
“Venho, pela presente, solicitar a V. M.”
Já que pela ausente não se solicita nada, a expressão pela presente torna-se,
obviamente dispensável. Só há uma carta: a presente, só se poderá vir por meio dela.
“Solicitamos a V. Sa. a inclusão de João Amaro”
O pronome de tratamento V. Sª. só será utilizado quando o destinatário exigir tal
formalidade, ou por ser de hierarquia superior dentro da empresa e houver tal
orientação, ou por se tratar de destinatário externo, em que se deseja manter tal
formalidade.
CONECTE-SE
Você já deve ter ouvido e falado inúmeros chavões sem perceber. Quem
nunca falou que o fulano “dispensa apresentações”? Ou teve uma
atuação impecável, cometeu um erro gritante, teve uma calorosa
recepção, algo ou alguém teve uma importância vital num
acontecimento, o Beltrano é a bola da vez, tal coisa caiu como uma luva,
o Cicrano entrou em rota de colisão com o Fulano, outro fugiu da raia, e
tudo voltou à estaca zero, e depois de marcar um gol, a seleção só
administrou o resultado? Pois leia mais sobre chavões e clichês no texto
do jornalista Mouzar Benedito em: 
https://go.eadstock.com.br/G
No caso de colegas do mesmo nível hierárquico, esse pronome pode ser suprimido,
resultando em um texto com maior empatia e maior e�cácia comunicativa.
“Acusamos o recebimento do e-mail”
Hoje em dia não se deve utiliza o verbo acusar nos textos empresariais, devido ao seu
signi�cado na atualidade. Diga apenas “Recebemos/Recebi seu e-mail”.
“Em resposta ao contrato referenciado”
A palavra “referenciado” nem existe! - e mesmo assim é tão usada por aí... Substitua-a
por uma das formas: mencionado, referido ou citado.
Chavões de Desfechos
“Reiteramos os protestos de elevada estima e consideração”
Esse fecho, exemplo clássico de chavão, utilizado em ofícios e insistentemente usado
por setores do judiciário, está fora de uso desde 1982, quando a Instrução Normativa
nº 133 do Departamento de Administração do Serviço Público recomendou a sua
substituição por fechos mais simples. E como alguém ainda consegue usar isso na
Era Digital?
Além disso, falta coerência de sentido ao chavão citado, pois não se podem fazer
votos, isto é, desejos de estimar (sic) alguém; pode-se desejar prosperidade, saúde,
felicidades, mas a estima e a consideração se adquirem pela convivência e não por
desejo, concorda?
“Sem mais para o momento”
Quando se analisa o signi�cado dessa frase, percebe-se que ela indica que não há
mais nada para acrescentar. Se o texto terminou, é lógico que é sem mais. Portanto,
só deve ser usada em comunicações em que não se pretenda encerrar de forma
polida, como em cartas de cobrança ou similares. O uso da expressão está
condicionado à continuidade da comunicação, em relação à mensagem veiculada.
Re�ne seu vocabulário corporativo
Em 2015, o jornalista William Bonner recebeu o prêmio Melhores do Ano da TV Globo
na categoria jornalismo. Ao ser perguntado sobre qual era o sabor daquele troféu,
especialmente após substituir um dos maiores ícones do jornalismo brasileiro − o
apresentador Cid Moreira −, Bonner respondeu enfaticamente: “Eu não substituí o
Cid, eu o sucedi. Seria impossível substituí-lo”.
Os verbos “substituir” e “suceder” podem, a princípio, parecer quase sinônimos. No
entanto, para Bonner, a opção por “suceder” foi muito mais feliz. “Suceder” soa mais
natural que “substituir”, enquanto “substituir” é muito mais apropriado para uma
lâmpada do que para uma pessoa. Pequenas sutilezas como essa fazem toda

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