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Gustavo Moreno T19 AULA 17.1: Síndrome Hellp e Eclâmpsia: Síndrome Hellp – “pré eclâmpsia muito grave” O acrônimo HELLP significa: Hemólise Aumento de enzimas hepáticas Plaquetopenia Hemólise: O diagnóstico requer > 2 dos seguintes – Esfregaço de sangue periférico anormal – Burr cells, esquizócitos – Elevação da bilirrubina >1,2mg/dl – Anemia 2º Haptoglobina sérica baixa Plaquetas < 100.000 (baixa contagem de plaquetas) Enzimas hepáticas (TGO e TGP) > 2x o valor de referência LDH > 2x o valor de referência Acomete 4 a 12% das gestantes com pré-eclâmpsia ou eclâmpsia Cerca de um terço dos diagnóstico é realizado no período pós parto Nas pacientes com diagnóstico anteparto, 10% dos diagnóstico foram realizados antes da 27a semana, 20% após a 37a semana e 70% entre a 27a e a 37a A mortalidade materna tem sido relatada em até 24% dos casos, e a perinatal tem variado de 30 a 40% Diagnóstico: A síndrome está relacionada com a anemia hemolítica microangiopática e com vasoespasmo no fígado materno** A sintomatologia em geral é pobre, podendo-se encontrar mal estar, epigastralgia, náuseas e cefaleia O grau de suspeita clínica dos casos de síndrome de HELLP é muito importante A confirmação diagnóstica da síndrome de HELLP é laboratorial** (P) Bilirrubinas > 1,2 mg/dL LDH > 600 UI/L TGO > 70 UI Plaquetas < 100.000/L Presença de hemácias fragmentadas no sangue periférico Classificação: Quanto menor a quantidade de plaquetas, maior a gravidade da patologia Classe I Classe II Classe III 50.000 Plaquetas/L Pior delas 50.000 - 100.000 plaquetas 100.000 - 150.000 plaquetas Tratamento: PARTO!! – independente da idade gestacional** Na síndrome de HELLP, a interrupção da gestação está sempre indicada, independentemente da idade gestacional.** A decisão sobre indução do parto ou cesariana depende das condições cervicais para o sucesso da indução, da presença de sofrimento fetal e da presença de hematoma hepático, mas não da gravidade da síndrome de HELLP. Diagnóstico precoce está associado a diminuição da mortalidade. Há descrição de aumento de 75% de morbidade nos casos de: LDH >1.400 TGO >150 e/ou Ácido úrico acima de 7,8 mg/dL. A presença de insuficiência renal – está associada a um aumento da mortalidade, sendo que 20,4% dos pacientes com HELLP requerem diálise e 21,7% das pacientes com creatinina 1,5 mg/dl morrem. Os 12 passos para a síndrome de HELLP: 1. Antecipar o diagnóstico 2. Avaliar as condições maternas 3. Avaliar as condições fetais 4. Controlar a pressão arterial 5. Manejar adequadamente líquidos e eletrólitos 6. Prevenir as convulsões com sulfato de magnésio 7. Fazer hemoterapia judiciosa 8. Manejar ativamente o trabalho de parto e o nascimento 9. Otimizar os cuidados perinatais 10. Instituir tratamento intensivo pós-parto 11. Estar alerta para o desenvolvimento da insuficiência de múltiplos órgãos 12. Aconselhar sobre futuras gestações.. A pressão arterial deve ser controlada como na pré-eclâmpsia A eclâmpsia deverá ser prevenida com o sulfato de magnésio**** Na presença de sangramento anormal e síndrome de HELLP, ou na presença de trombocitopenia grave (20.000 plaquetas), a transfusão de concentrado de plaquetas está indicada!!** (transfusão 1 hora antes do procedimento cirúrgico) Obs – menos de 50.000 plaquetas não pode fazer raque Parto normal: transfundir quando estiver < 20.000 Cesariana: transfundir com < 40.000 Conduta no parto: O tipo de parto dependerá das condições do colo uterino e da presença ou não de hematoma hepático. Em situações em que há a necessidade de rápida interrupção devido a sofrimento fetal ou a deterioração do quadro clínico materno, a cesariana deve ser indicada. Conduta do pós parto: O período pós parto continua extremamente crítico Em geral, nas primeiras 24 horas de puerpério, há uma piora transitória do quadro clínico, devido ao consumo de plaquetas e fatores de coagulação Muitas das mortes maternas têm ocorrido no período pós-parto devido às complicações hemorrágicas e a algum grau de pouca importância dada aos cuidados nesse período. Eclampsia: Eclâmpsia é o surgimento de convulsões, de coma ou de ambas, durante a gravidez ou o puerpério em gestantes com pré-eclâmpsia A eclâmpsia é uma das formas mais graves de envolvimento do SNC na síndrome da pré- eclâmpsia A eclâmpsia é responsável por uma parcela significativa dos casos de mortalidade materna e perinatal. Quadro clínico: Cerca de 80% dos casos de eclâmpsia surgem antes do parto, ocorrendo mais comumente no último trimestre da gestação Geralmente, as convulsões são precedidas por alguns sinais premonitórios, sendo os mais comuns a cefaleia (83%) e os distúrbios visuais, como diplopia (49%), visão turva e escotomas cintilantes Convulsão tônico clônica generalizada *** Pacientes podem permanecer várias horas em coma após o episódio Classificação prognóstica da eclâmpsia: 1. Eclâmpsia não complicada: Convulsão sem outras intercorrências 2. Eclâmpsia complicada: Convulsão com uma ou mais das seguintes intercorrências: Coagulopatia Insuficiência respiratória, cardiaca e renal aguda Icterícia Pressão diastólica >120 mmHg Temperatura corporal > 38ºC 3. Eclâmpsia descompensada: Convulsão associada : Choque Coma Hemorragia cerebral Necessidade de assistência ventilatória Outras causas de convulsões na gestações: ** Epilepsia Hemorragia intracraniana Tromboembolia cerebral Feocromocitoma Púrpura trombocitopênica trombótica Intoxicação hídrica Uremia Hipoglicemia Tumor cerebral Meningite / encefalite Conduta: Emergência obstétrica e requer atendimento imediato ⇒ as bases do tratamento são manutenção da função cardiorrespiratória, o controle das convulsões e a prevenção de sua recorrência, a correção da hipoxemia e da acidose materna, o controle da hipertensão arterial grave e o desencadeamento do parto. Muitas convulsões se resolvem espontaneamente em 60 a 90 segundos Drogas para encurtar ou abolir a primeira convulsão (diazepam ou hidantal) não devem ser administradas. Essa prática, além de não tratar adequadamente as convulsões, facilita a depressão respiratória e neurológica A prevenção de novas convulsões com o sulfato de magnésio está sempre indicada. Tratamento das convulsões: ** Esquemas do MgSO2 para prevenção e tratamento da eclâmpsia: Esquema do sulfato de magnésia Dose inicial Dose de manutenção Esquema de Pritchard IV e IM*** 4g IV (bolus), lentamente + 10g IM (5g em cada nádega) 5g IM a cada 4 horas Esquema de Zuspan IV exclusivo*** 4g IV (bolus), lentamente 1g IV por hora em bomba de infusão continua (BIC) Obs → O esquema que mais se utiliza é o Zuspan (método IV), 4g do MgSO4 50% Pega 8ml e dilui 12 ml de água destilada (pode ser SF) → vai ter 20 ml de solução Lembrar que o sulfato da calor na paciente – Mas isso é só na dose de ataque, na dose de manutenção não sentem muito desconforto. Mantém o magnésio até 24 horas após o parto Avaliação laboratorial (P):********************* Sempre Eventualmente Hemograma – pesquisa de esquizócitos Plaquetas transaminase glutamica oxalacetica Desidrogenase lática Bilirrubinas Tempo de protrombina Tempo de tromboplastina parcial Fibrinogênio Produtos de degradação da fibrina Creatinina Ácido úrico Exame qualitativo de urina Proteinúria de 24 horas Gasometria arterial Tomografia cerebral computadorizada Ressonância magnética Raio X tórax Glicemia Amônia Calciuria de 24 horas Para não esquecer de nenhum a gente pode dividir em subgrupos: Hemograma, TAP e KPTT Ureia e creatinina Parcial de urina, proteinúria de 24h, proteinúria/creatinúria TGO, TGP, LDH e bilirrubinas Ácido úrico (> 5) – alto → grande possibilidade de gravidade Prognóstico: O aconselhamento de uma gestação após uma paciente ter apresentado eclâmpsia é muito importante. O risco parece ser maior nas mulheres que tiveram gestações subsequentes com hipertensão, multíparas com eclâmpsia e nas que apresentaram eclâmpsia longe do termo
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