Buscar

Definição, Classificação, Etiologia e Fisiopatologia do Choque

Prévia do material em texto

Medicina Intensiva – Amanda Longo Louzada 
1 DEFINIÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, ETIOLOGIA E FISOPATOLOGIA DO CHOQUE 
DEFINIÇÃO: 
➔ O choque é definido como um estado de hipóxia 
celular e tecidual devido à redução do 
fornecimento de oxigênio, ao aumento do consumo 
de oxigênio, à utilização inadequada de oxigênio 
ou a uma combinação desses processos 
EPIDEMILOGIA: 
➔ 1º: Choque séptico (choque distributivo) 
➔ 2º: Choque cardiogênico 
➔ 3º: Choque hipovolêmico 
CLASSIFICAÇÃO: 
CHOQUE DISTRIBUTIVO: 
➔ O choque distributivo é caracterizado por 
vasodilatação periférica grave 
➔ Sepse: definida como uma resposta desregulada 
do hospedeiro à infecção, resultando em disfunção 
orgânica com risco de vida, é a causa mais comum 
de choque distributivo 
➢ Choque séptico: uso de terapia vasopressora + 
níveis elevados de lactato (> 2 mmol/L) apesar 
da reposição volêmica adequada 
• Organismos resistentes a antibióticos (por 
exemplo, estafilococos resistentes à meticilina), 
organismos gram-negativos (por 
exemplo,Pseudomonas,Klebsiella,Enterobactéri
as) e fungos (por exemplo,Cândida) são mais 
comumente encontrados em pacientes com 
choque por sepse 
➔ Choque Neurogênico: A hipotensão e, em alguns 
casos, o choque evidente são comuns em 
pacientes com traumatismo cranioencefálico grave 
e lesão medular. Acredita-se que a interrupção das 
vias autonômicas, causando diminuição da 
resistência vascular e alteração do tônus vagal, 
seja responsável pelo choque distributivo em 
pacientes com lesão medular 
➔ Choque Anafilático: O choque por anafilaxia é mais 
comumente encontrado em pacientes com reações 
alérgicas graves, mediadas por imunoglobulina E 
(Ig-E), a picadas de insetos, alimentos e 
medicamentos. 
➔ Choque induzido por drogas e toxinas: As reações 
a medicamentos ou toxinas que podem estar 
associadas a choque ou síndromes semelhantes a 
SIRS incluem aquelas associadas a overdoses de 
medicamentos (por exemplo, narcóticos de ação 
prolongada); mordidas de cobra; picadas de 
insetos, incluindo envenenamento por escorpião e 
várias picadas de aranha; reações transfusionais; 
envenenamento por metais pesados, incluindo 
arsênico, ferro e tálio; e infecções associadas à 
síndrome do choque tóxico 
➔ Choque Endócrino: 
➢ A crise addisoniana (insuficiência adrenal devido 
à deficiência de mineralocorticóides) e o 
mixedema podem estar associados a hipotensão 
e estados de choque. Nos estados de deficiência 
de mineralocorticóides, pode ocorrer 
vasodilatação devido à alteração do tônus 
vascular e à hipovolemia mediada pela 
deficiência de aldosterona. 
➢ Pacientes com tireotoxicose podem desenvolver 
insuficiência cardíaca de alto débito e não 
desenvolver choque por si só. Porém, com a 
progressão, esses pacientes podem desenvolver 
disfunção sistólica do ventrículo esquerdo e/ou 
taquiarritmia, levando à hipotensão. 
CHOQUE CARDIOGÊNICO: 
➔ O choque cardiogênico é devido a causas de 
insuficiência da bomba cardíaca que resultam em 
redução do débito cardíaco (DC). 
➔ Causas: 
➢ Cardiomiopatia 
➢ Arritmias: Tanto as taquiarritmias atriais como as 
ventriculares e as bradiarritmias podem induzir 
hipotensão, contribuindo frequentemente para 
estados de choque. Entretanto, quando o DC 
está gravemente comprometido por distúrbios 
significativos do ritmo 
➢ Mecânico 
HIPOVOLÊMICO: 
➔ O choque hipovolêmico é devido à redução do 
volume intravascular (ou seja, redução da pré-
carga), que, por sua vez, reduz o DC. O choque 
hipovolêmico pode ser dividido em duas 
categorias: hemorrágico e não hemorrágico 
➔ Hemorrágico: A redução do volume intravascular 
devido à perda de sangue pode resultar em 
choque. Existem múltiplas causas de choque 
hemorrágico, das quais o trauma contuso ou 
penetrante (inclui múltiplas fraturas sem lesão 
vascular) é o mais comum, seguido por choque 
gastrointestinal superior (por exemplo, hemorragia 
por varizes, úlcera péptica) ou inferior (por 
exemplo, diverticular, malformação arteriovenosa). 
sangramento. 
Medicina Intensiva – Amanda Longo Louzada 
2 DEFINIÇÃO, CLASSIFICAÇÃO, ETIOLOGIA E FISOPATOLOGIA DO CHOQUE 
➔ Não Hemorrágico: O volume intravascular reduzido 
devido à perda de líquidos além do sangue pode 
causar choque. A depleção de volume devido à 
perda de sódio e água pode ocorrer em vários 
locais anatômicos 
CHOQUE OBSTRUTIVO: 
➔ O choque obstrutivo é principalmente devido a 
causas de insuficiência da bomba cardíaca e 
frequentemente associada a débito ventricular 
direito deficiente 
➔ Vascular pulmonar: A maioria dos casos de 
choque obstrutivo é devida à insuficiência 
ventricular direita por embolia pulmonar (EP) 
hemodinamicamente significativa ou hipertensão 
pulmonar (HP) grave. 
➔ Mecânico: Os pacientes nesta categoria 
apresentam clinicamente choque hipovolêmico 
porque seu distúrbio fisiológico primário é a 
diminuição da pré-carga, em vez de falha da 
bomba 
MECANISMO DE CHOQUE: 
➔ 1º - Diminuição da perfusão tecidual 
➔ 2º - Hipóxia celular 
➔ 3º - Disfunção iônica da membrana celular 
➔ 4ª - vazamento de conteúdo intracelular para 
extracelular 
➔ 5º - Acidose e disfunção endotelial 
➔ 6ª – Ativação da cascata inflamatória 
FISIOLOGIA: 
➔ Os principais determinantes fisiológicos da 
perfusão tecidual (e da pressão arterial sistêmica 
[PA]) são o débito cardíaco (DC) e a resistência 
vascular sistêmica (RVS): 
➢ PA = CO X RVS 
➢ CO é o produto da frequência cardíaca (FC) e 
volume sistólico (VS) 
➢ CO = HR X SV 
ESTÁGIOS DO CHOQUE: 
PRÉ-CHOQUE: 
➔ É conhecido como choque compensado ou choque 
enigmático. 
➔ É caracterizada por respostas compensatórias à 
diminuição da perfusão tecidual. 
➔ Potencialmente, com tratamento oportuno e 
apropriado, a deterioração pode ser evitada e os 
sinais de deterioração iminente podem ser 
revertidos 
CHOQUE: 
➔ Durante o choque, os mecanismos 
compensatórios ficam sobrecarregados e 
aparecem sinais e sintomas de disfunção orgânica, 
incluindo taquicardia sintomática, dispneia, 
inquietação, sudorese, acidose metabólica, 
hipotensão, oligúria e pele fria e úmida. 
DISFUNÇÃO DE ÓRGÃO FINAL: 
➔ O choque progressivo leva a danos irreversíveis 
aos órgãos, falência de múltiplos órgãos (MOF) e 
morte. Durante esta fase, desenvolvem-se anúria e 
insuficiência renal aguda, a acidemia deprime 
ainda mais o DC, a hipotensão torna-se grave e 
recalcitrante. à terapia, muitas vezes relacionada à 
vasoplegia, a hiperlactatemia geralmente piora e a 
inquietação evolui para obnubilação e coma. 
➔ A morte é comum nesta fase de choque.

Continue navegando