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SEMIÓTICA E PERCEPÇÃO VISUAL - UNIDADE 1

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20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 1/25
SEMIÓTICA ESEMIÓTICA E
PERCEPÇÃO VISUALPERCEPÇÃO VISUAL
Me. Luís Gustavo Luz
IN IC IAR
20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 2/25
introdução
Introdução
Caro aluno, seja bem-vindo à disciplina de Semiótica e Percepção visual. Nesta
unidade, apresentaremos uma visão preliminar acerca da percepção, com
ênfase na visual, tratando-a como meio para obtenção de conhecimentos do
mundo que nos rodeia; introduziremos noções gerais sobre a semiótica,
explicando do que se trata essa jovem ciência e demonstrando sua
importância prática para o desenvolvimento de projetos em design; faremos
um breve apanhado sobre a vida e a obra do semioticista Charles Sanders
Peirce; por �m, apresentaremos conceitos próprios da semiótica peirceana,
essenciais para a compreensão de seu sistema de pensamento.
20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 3/25
A percepção é uma função que faz a mediação entre a consciência e um
pressuposto mundo exterior, por meio da interpretação de dados sensoriais.
Assim, a visão de um objeto seria a recriação mental de sua imagem a partir
dos dados fornecidos pelo olho.
Figura 1.1: percepção distorcida pela refração
Fonte: Stevepb / Pixabay.
O que é Percepção?O que é Percepção?
20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 4/25
Sob uma perspectiva empirista, a percepção ocorreria de maneira semelhante
à descrita no trecho a seguir:
A luz é re�etida pela superfície dos objetos no ambiente físico e
atinge os olhos, onde irrita as células das retinas de tal modo que
provoca impulsos nos nervos óticos. Os nervos óticos transmitem
esses impulsos para a região do córtex cerebral, que processa os
dados visuais, onde estimulam certos tipos de atividades. Como
resultado, de maneira ainda misteriosa para a ciência e a �loso�a,
“quadros móveis” coloridos surgem na consciência do sujeito,
representando o mundo externo. Essa operação é repetida,
mutatis mutandis, nas outras modalidades sensoriais, audição,
olfato, paladar e tato, suscitando percepções de harmonias e
melodias, perfumes e sabores picantes, suavidade, maciez, calor - e
assim por diante (GRAYLING, 2010, p. 52).
Podemos, de fato, saber se os dados fornecidos pelos sentidos correspondem
aos objetos do mundo? O reconhecimento do processo descrito no exemplo
não garante que o que percebemos corresponda ao mundo exterior. É
sabido, por exemplo, que a correspondência é falsa quando estamos
sonhando ou sofrendo alucinações. Tal argumento, inclusive, é um modelo
recorrente às objeções dos céticos à possibilidade de conhecer por meio dos
sentidos.
Simon Blackburn aponta algumas propriedades atribuídas à percepção que
são problemáticas, mas que costumamos tomar por verdadeiras, dentre elas,
a ideia de que “estamos conscientes das suas “qualidades sensíveis”: as cores,
os sons, os sabores, os cheiros, o calor que sentimos e as formas e posições
dos objetos que nos rodeiam” (BLACKBURN, 1997, p. 293). A cor existe no
mundo exterior ou é apenas uma criação da nossa forma de percebê-la? E os
sons, sabores e cheiros, existem fora da percepção?
20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 5/25
Percepção Visual: as cores
Diferente do que a nossa percepção da cor indica, na física, a progressão do
comprimento de onda é contínua, sem que haja nenhuma demarcação entre
as faixas de frequência que interpretamos como passagens entre um tom e
outro. A distinção que fazemos entre uma cor e outra consiste em fronteiras
inexistentes fora do campo da percepção.
A percepção é uma função complexa. Além de ser um processo determinado
biologicamente pela seleção do aparato perceptivo da espécie humana. Há
ainda o condicionamento dessa percepção pelas experiências culturais vividas
pelo sujeito.
Falantes de diferentes línguas unanimemente consideram esses
tons os melhores exemplos de suas palavras para cor, desde que a
língua tenha uma palavra para a cor desse setor do espectro. E,
quando as línguas diferem nas suas palavras para as cores,
diferem de forma previsível, e não de acordo com o gosto
idiossincrático de algum cunhador de palavras (PINKER, 2004, p.
68).
saiba mais
Saiba mais
Você acha que a cor é algo que existe no
mundo exterior à consciência ou é apenas
um produto de nossa mente? Para saber
mais sobre esse assunto, acesse a matéria A
cor não existe: o que você vê é luz, de
Stephanie D’Ornelas.
ACESSAR
https://hypescience.com/a-cor-nao-existe-o-que-voce-ve-e-luz/
20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 6/25
Então, a percepção da cor não se restringe à sensação da cor, ela é ampliada
pela capacidade do homem de distingui-la das demais, o que advém do
ambiente cultural que o indivíduo está inserido. Contudo, não estamos nos
referindo à uma suposta primazia da linguagem verbal na formação da
percepção. Como observa Pinker (2004, p. 69), “a maneira como vemos cores
determina como aprendemos as palavras para elas e não o contrário”.
Percepção Visual: luz e sombra
Ao contrário da percepção da cor, a presença ou ausência de luz é um
fenômeno físico veri�cável experimentalmente. Portanto, a percepção de
claro e escuro coincidem com a presença em maior ou menor intensidade de
radiação luminosa, sendo re�etida pelo objeto observado — o que, contudo,
não impede que essas representações possam provocar enganos no
indivíduo.
Percepção Visual: visão estereoscópica
A distância entre os nossos olhos permitem que enxerguemos o mesmo
objeto a partir de perspectivas diferentes. Essa diferença serve para que
possamos ter uma melhor noção de profundidade de um objeto.
Como notou Charles Wheatstone, o descobridor da estereoscopia:
[...] É impossível para o artista obter uma representação �el de
qualquer objeto sólido próximo, ou seja, produzir uma pintura que
não se distinga, na mente, do próprio objeto. Quando a pintura e o
objeto são vistos com os dois olhos, no caso da pintura duas
imagens semelhantes projetam-se sobre a retina, no caso do
objeto sólido as duas imagens são dessemelhantes; existe,
portanto, uma diferença essencial entre as impressões nos órgãos
dos sentidos nos dois casos e, em consequência, entre as
percepções formadas na mente; por isso, a pintura não pode ser
confundida com o objeto sólido. (WHEATSTONE apud PINKER, 2012,
p. 236).
20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 7/25
Quem já assistiu a um �lme em 3D ou observou uma imagem estereoscópica
experimentou uma ilusão de tridimensionalidade forjada com recursos
bidimensionais. Recurso que consiste em apresentar imagens diferentes para
cada um dos olhos, de modo que o cérebro as interprete como profundidade.
Figura 1.2: óculos 3D exibem imagens diferentes para cada um dos olhos com
auxílio dos �ltros vermelho e azul
Fonte: Mediamodi�er / Pixabay.
saiba mais
Saiba mais
A Gestalt é um conjunto de princípios
oriundos da psicologia que aborda a
percepção de uma maneira diferente da
apresentada neste material. O material
sugerido a seguir faz uma breve
apresentação sobre a Gestalt para que você
possa expandir seus conhecimentos sobre a
percepção. Para saber mais, acesse a matéria
O que é Gestalt ?.
ACESSAR
https://medium.com/chocoladesign/o-que-%C3%A9-gestalt-f3beb4a6af4a
20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 8/25
praticar
Vamos Praticar
Em seus estudos, você teve contato com noções básicas acerca da percepção e de
como esse problema se relaciona com a possibilidade de termos acesso à realidade
objetiva.
A partir dos conteúdos estudados sobre percepção, assinale (v) para as a�rmações
verdadeiras e (f) para as falsas.
(  ) É consenso entre os �lósofos que a realidade objetiva é representada com
exatidão pelos sentidos,o que nos fornece uma visão inequívoca acerca do mundo
exterior.
(  ) As cores são encontradas no mundo da mesma maneira que as percebemos,
portanto, é correto dizer que um indivíduo que sofre de daltonismo é alguém que
enxerga as cores de forma incorreta.
(  ) A única função para termos dois olhos é a de evitar a cegueira total, caso
sofrêssemos uma lesão em um deles. Com a perda de um dos olhos, a única
alteração em nossa percepção é a diminuição do campo de visão.
(  ) Nossos sentidos podem ser enganados, portanto, podemos presumir que o
nosso acesso ao mundo para além do que percebemos é, no mínimo, impreciso.
Agora assinale a sequência que corresponde às respostas assinaladas:
V, V, V, V.
F, F, V, V.
V, V, F, F.
20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 9/25
F, F, F, V.
F, V, F, F.
20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 10/25
Você já deve ter ouvido falar em linguística, certo? Linguística é uma área da
ciência que estuda as línguas e a linguagem verbal. A semiótica, por sua vez,
pode ser entendida como uma linguística expandida, que trata não somente
de signos verbais (palavra falada e escrita), mas também dos não verbais
(imagens, sons, formas, cheiros e tudo o que se apresenta à consciência).
Portanto, a semiótica pode ser compreendida como “a ciência geral de todas
as linguagens” (SANTAELLA, 1983, p. 1).
Para compreender melhor ao que nos referimos quando falamos em “todas
as linguagens”, é preciso introduzir a noção de linguagem não verbal. A
linguagem não verbal é aquela que se manifesta por meio de outros signos
que não palavras - pode ser um gesto, um desenho, uma melodia, uma placa
de trânsito etc. Então, quando falamos em semiótica, falamos em uma ciência
que trata da comunicação de forma irrestrita, abarcando não só a linguagem
falada e escrita, como outras formas de linguagem.
Alguns autores têm objeções quanto a essa de�nição, com alusões à
linguística, contudo, como forma de introduzir a matéria, penso que seja
O que é Semiótica e paraO que é Semiótica e para
que ela Serve?que ela Serve?
20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 11/25
válido apresentar-lhes um conceito preliminar, que depois possa ser
desconstruído e problematizado de acordo com as necessidades que
surgirem.
A placa que se vê na Figura 1.3 indica que é proibido buzinar no local em que
ela é colocada, sem que seja necessário o uso de nenhuma palavra. Para que
se tornem compreensíveis, basta que haja uma convenção de que placas que
sigam esse padrão deverão ser lidas dessa maneira.
Mas nem toda linguagem não verbal depende de convenções para ser
compreendida. O desenho de um cachorro, por exemplo, representa o animal
sem que seja necessário estabelecer qualquer tratado linguístico. A �gura se
reconhece no animal pela semelhança visual entre os dois.
As expressões faciais de uma pessoa também têm capacidade de comunicar
sem que seja necessário estabelecer um código de maneira formal.
Expressões espontâneas, como o sorriso, foram selecionadas em nossa
história evolutiva e podem ser observadas em várias populações humanas ao
redor do mundo (DARWIN, 2009, p. 116), mesmo aquelas que não tiveram
contato entre si, o que sugere que essas expressões possam ser
comportamentos inatos.
Figura 1.3 - Placa: proibido buzinar
Fonte: Gigillo83 / Wikimedia Commons.
20/04/2023, 16:36 Ead.br
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Para que serve a Semiótica?
Como ciência geral das linguagens, a semiótica serve para compreensão
destas nos mais diversos �ns. Uma boa análise semiótica permite que se
compreenda textos a partir dos diversos tipos de signos que os compõem.
No design, a análise semiótica é importante para que o designer possa
planejar os signos que está produzindo, de modo que o produto por ele
criado comunique adequadamente o que se propõe. A semiótica não fornece
regras para a elaboração de produtos, apenas dá ao designer ferramentas
para que ele tenha consciência das decisões que toma.
saiba mais
Saiba mais
A visualização de dados é um problema
emergente diante da grande quantidade de
informações que lidamos em função das
possibilidades trazidas pelas novas
tecnologias.
O site abaixo traz um belo exemplo de como
visualizar dados de forma dinâmica,
associando recursos da linguagem não verbal
com linguagem verbal, de modo a otimizar o
acesso à informação.
Observe como as barras na timeline ,
organizadas por cores, ajudam a
contextualizar os períodos históricos em que
personagens importantes da história da
humanidade viveram. Para saber mais,
acesse o material indicado.
ACESSAR
https://ybogdanov.github.io/history-timeline/
20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 13/25
praticar
Vamos Praticar
A linguística trata exclusivamente da linguagem verbal, enquanto a semiótica abarca
as linguagens não verbais, o que inclui desenhos, músicas, artes diversas, objetos,
sinalizações etc.
Analise as asserções a seguir:
I - Semiótica é a ciência geral das linguagens.
Porque
II - Contudo, as linguagens verbais não são objetos da semiótica, pois são tratados
exclusivamente pelo campo da linguística.
As asserções I e II são proposições verdadeiras e a II é uma justi�cativa
correta da I.
A asserção I é uma proposição verdadeira e a asserção II é uma proposição
falsa.
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma
justi�cativa correta da I.
A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma proposição verdadeira.
As asserções I e II são proposições falsas.
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https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 14/25
Nascido em Cambridge, Massachusetts, no ano de 1839, �lho do professor de
matemática em Harvard, Benjamin Peirce, Charles Sanders Peirce foi um
polímata, com contribuições importantes para diversas áreas do
conhecimento, dentre elas a matemática e lógica, destacando-se, sobretudo,
por ter sido o fundador do pragmatismo (LECHTE, 2002, p. 166).
Sobre Charles SandersSobre Charles Sanders
PeircePeirce
20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 15/25
[Sua casa era] uma espécie de centro de reuniões para onde
naturalmente convergiam os mais renomados artistas e cientistas.
Portanto, desde criança, o pequeno Charles já conduzia sua
existência num ambiente de acentuada respiração intelectual. É
por isso que químico ele já era, desde os seis anos de idade. Aos 11
anos escreveu uma História da Química; e em Química se
bacharelou na Universidade de Harvard. (SANTAELLA, 1983, p. 3).
Apesar de ter uma produção textual intensa, com mais de dez mil páginas
impressas, Peirce “jamais publicou um livro técnico de fôlego sobre qualquer
dos seus assuntos favoritos. [...] Não existe, em suma, nenhum documento
peirceano sistemático e de�nido sobre a natureza dos signos” (LECHTE, 2002,
p. 167).
Pragmatismo
Um dos feitos notáveis de Peirce é criação do pragmatismo, uma �loso�a do
signi�cado e da verdade (BLACKBURN, 1997), que visava resolver o problema
da articulação entre teoria e prática (GRANDIM, 2008, p. 92). O pragmatismo
parte de uma concepção de verdade baseada na noção de falibilismo, isto é,
na noção de que o alicerçamento de nossas crenças em verdades últimas é
desnecessário.
Figura 1.4 - Charles Sanders Peirce
Fonte: Adam Cuerden  / Wikimedia Commons.
20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 16/25
Em suma, o pragmatismo é a concepção de que podemos adotar verdades,
assumindo que elas podem não ser tão corretas como gostaríamos. Essa
posição se coloca entre o dogmatismo, que assume uma noção rígida de
verdade, e o ceticismo, que é a negação de que o conhecimento racional seja
possível.
praticar
Vamos Praticar
Leia o excerto a seguir:
“Podemos, justi�cadamente, �car satisfeitoscom nossas crenças, mesmo que exista
a possibilidade de novos dados nos forçarem a rever a nossa opinião. Na verdade,
como estamos sempre nessa posição, seremos conduzidos ao ceticismo se não a
aceitarmos” (BLACKBURN, 1997, p. 142).
À concepção descrita anteriormente damos o nome de:
Semiótica.
Falsi�cabilidade.
Falibilismo.
Ceticismo.
Nominalismo .
20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 17/25
Neste capítulo, faremos um breve apanhado de conceitos-chave para a
compreensão da semiótica peirceana. Introduziremos os conceitos sem nos
aprofundarmos muito em cada um deles, apenas para estabelecer um
panorama das classi�cações da semiótica peirceana.
Signos
Um signo é algo que representa um objeto para um interpretante. Na
concepção peirceana, tudo é signo, uma vez que tudo o que é percebido é a
representação de algo à consciência.
Conceitos Elementares daConceitos Elementares da
Semiótica PeirceanaSemiótica Peirceana
20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 18/25
Quanto à classi�cação dos signos, Peirce de�niu três tricotomias (divisões em
três partes). A primeira tricotomia é relativa à propriedade do signo em si
mesmo; a segunda tricotomia diz respeito à relação do signo com seu objeto e
a terceira tricotomia trata da relação do signo com o interpretante.
Quadro 1.1 - As três tricotomias dos signos de Peirce (2012).
Fonte: Elaborado pelo autor.
Na primeira tricotomia, temos o qualisigno , que é uma qualidade; o sinsigno
, que é um evento real e único; e o legisigno que é uma lei. Na segunda
tricotomia, temos o ícone , que representa o objeto por semelhança; o índice,
que dá indício da existência do objeto; e o símbolo , que é estabelecido por
convenção. E na terceira tricotomia, temos o rema , que é uma possibilidade
qualitativa para o seu interpretante; o signo dicente , que remete à uma
Figura 1.5 - A fumaça é índice de fogo
Fonte: Mkphotoshu / 123RF.
1ª Qualisigno Sinsigno Legisigno
2ª Ícone Índice Símbolo
3ª Rema Signo dicente Argumento
20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 19/25
existência real; e o argumento , que é o signo da lei para o interpretante
(PEIRCE, 2012, p. 53).
praticar
Vamos Praticar
Peirce dividiu suas categorias de signos em três tricotomias. A primeira refere-se à
propriedade do signo em si; a segunda, à relação do signo com o seu objeto, e a
terceira, a relação do signo com o seu interpretante.
São signos da segunda tricotomia:
Qualisigno, sinsigno e legisigno
Ícone, índice e símbolo.
Rema, signo dicente e argumento.
Qualisigno, ícone e rema.
Sinsigno, índice e signo dicente.
20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 20/25
indicações
Material
Complementar
LIVRO
“Semiótica Aplicada”
Lúcia Santaella
Editora: Thomsons Learning
ISBN: 8522102767
Comentário: no livro “Semiótica Aplicada”, da editora
Thomson, Lúcia Santaella dá orientações importantes
para os designers que pretendem realizar projetos ou
para aqueles que querem realizar a análise semiótica
de produtos. O desenvolvimento da compreensão a
partir da perspectiva semiótica é parte essencial da
formação do designer, que precisa ter consciência
acerca dos signos que cria em sua atividade projetual.
20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 21/25
FILME
The Witness” (curta da série Love, Death
+Robots, da Net�ix)
Ano: 2019
Comentário: indico esse curta em função da análise
feita pelo canal do YouTube Mimimidias, que faz uma
análise do olhar a partir da obra, analisando-a com
base em textos de Bell Hooks e John Berger. Assista à
análise feita pelo canal no link abaixo e, se possível,
 assista também ao curta na Net�ix.
TRA ILER
20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 22/25
conclusão
Conclusão
As noções básicas de semiótica e de percepção visual apresentadas nessa
unidade são fundamentais para a compreensão dos desenvolvimentos que
delas decorrem.
A semiótica peirceana não pode ser compreendida sem a devida
contextualização, que inclui re�exões acerca da sua concepção realista de
verdade. A retomada de conceitos �losó�cos que estavam em discussão
quando Peirce desenvolvia suas ideias contribui para a compreensão do que
estava em jogo naquele momento, bem como a emergência do problema do
conhecimento é importante quando tratamos de percepção.
O estudante, munido das noções básicas aqui apresentadas, tem uma espécie
de bússola para orientá-lo em incursões mais profundas nas teorias
apresentadas.
referências
Referências
Bibliográ�cas
20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 23/25
BLACKBURN, S. Dicionário Oxford de �loso�a . Rio de Janeiro: Jorge Zahar,
1997.
DARWIN, C. A expressão das emoções no homem e nos animais . São
Paulo: Companhia das Letras, 2009.
GRANDIM, A. Comunicação e ética : o sistema semiótico de Charles S. Peirce.
Covilhã: Lusoso�a, 2008.
GRAYLING, A. C. Epistemologia. In: BUNIN, N.; TSUI-JAMES, E.P. Compêndio de
Filoso�a . 3 ed. São Paulo: Loyola, 2010.
LECHTE, J. Cinquenta pensadores contemporâneos essenciais : do
estruturalismo à pós-modernidade. 2 ed. Rio de Janeiro: Difel, 2002.
PEIRCE, C. S. Semiótica . São Paulo: Perspectiva, 2012.
PINKER, S. Como a mente funciona . São Paulo: Companhia das Letras, 2012.
PINKER, S. O instinto da linguagem : como a mente cria a linguagem. São
Paulo: Martins Fontes, 2004.
SANTAELLA, L. O que é semiótica? São Paulo: Brasiliense, 1983.
SANTAELLA, L. Semiótica Aplicada . São Paulo: Thomsons Learning, 2007.
IMPRIMIR
20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 24/25
20/04/2023, 16:36 Ead.br
https://ambienteacademico.com.br/mod/url/view.php?id=776746 25/25

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