Prévia do material em texto
23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 1/36 Discplina: Teoria do Conhecimento Aula 5: Empirismo de Locke e Hume Apresentação: Nesta aula, analisaremos a obra de Thomas Hobbes (1588-1679) e sua contribuição para a construção do empirismo inglês. A corrente empirista – fundamental para compreendermos a teoria do conhecimento elaborada no século XVII – teve continuidade em John Locke (1632-1704), que defendia a noção de tábula rasa e de que todo conhecimento tem origem na experiência. Veremos, ainda, a conjuntura que levou ao iluminismo e como este foi importante para a Filosofia moderna. Objetivos: Analisar a teoria filosófica de Hobbes; Investigar a teoria do conhecimento proposta por Locke; Identificar a conjuntura iluminista e seu significado para a Filosofia. 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 2/36 Surgimento da Filosofia Como temos visto em nossas aulas, a maneira como o conhecimento se estrutura está profundamente relacionada ao tempo em que este é produzido. Assim como as conjunturas se alteram, o mesmo ocorre com o sentido do conhecimento e com a forma como a Filosofia passa a entender os processos naturais e sociais. Isso significa que a Filosofia produzida na Antiguidade é muito diferente da Filosofia medieval, que, por sua vez, é bem distinta da Filosofia moderna. Mas, mesmo que sejam diferentes, as concepções filosóficas formam em seu conjunto o campo da teoria do conhecimento e, mais amplamente, da própria Filosofia. Em outras palavras, nenhum conhecimento é descartado, ainda que tenha sido produzido nos primórdios da Antiguidade. Um princípio ou um pensamento filosófico é a base para novas concepções e teorias. Em sua constituição como campo do conhecimento, a Filosofia nasceu vinculada à retórica e chegou à Idade Média bastante associada à religião. 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 3/36 O caminho para que se tornasse um campo autônomo, separado de outras ciências, delineou-se, mais claramente, a partir da Idade Moderna e das intensas transformações que a modernidade trouxe para o mundo ocidental. No início da Idade Moderna, a Filosofia ainda estava intrinsecamente relacionada a ciências como a Biologia e a Física. Por isso, muitos cientistas – alguns que já estudamos, como Galileu Galilei (1564-1642) – também eram vistos como filósofos, e não somente como físicos ou astrônomos. Progressivamente, a Filosofia moderna começou a se integrar às áreas mais próximas ao Direito e à ciência política, como percebemos quando estudamos as concepções filosóficas de Nicolau Maquiavel (1469- 1527). Vamos entender melhor suas ideias? 1 https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/gon962/aula5.html 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 4/36 Nicolau Maquiavel | Fonte: https://goo.gl/o9rPTc <https://goo.gl/o9rPTc> Teoria maquiavélica Quando falamos em ciência, nós nos remetemos, de forma quase automática, ao conceito de Ciências Exatas, certo? https://goo.gl/o9rPTc 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 5/36 Os métodos que vimos antes – como o indutivo e o cartesiano – podem ser facilmente entendidos se aplicados a ciências como a Física, por exemplo. Entretanto, talvez, seja um pouco mais complexo compreendê-los no contexto das Ciências Humanas. A obra de Maquiavel é um exemplo de como é possível observar o método científico aplicado a uma área que foge ao campo das Ciências Exatas. No espírito renascentista de seu tempo, Maquiavel construiu um manual de política, em que entendia o Estado de forma realista e traçava estratégias para a manutenção do poder de um governante. A teoria maquiavélica foi estruturada com base na observação e na racionalidade. O autor rejeitava a ideia de um Estado ideal e acreditava que cabia ao governante romper, eventualmente, com algumas regras de conduta. Em suas palavras: 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 6/36 E há que se compreender que um príncipe, sobretudo o príncipe novo, não pode observar todas as coisas pelas quais os homens são chamados de bons, precisando, muitas vezes, para preservar o Estado, operar contra a fé, contra a caridade, contra a humanidade, contra a religião. Porém, é necessário que ele tenha um espírito disposto a voltar-se para onde os ventos da fortuna e a variação das coisas lhe ordenarem; e, [...], não se afastar do bem, se possível, mas saber entrar no mal, se necessário. (MAQUIAVEL, 2010, p. 106) 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 7/36 Nesta ótica, é possível abrir mão daquilo que é considerado eticamente correto em prol de um bem maior. Como observamos neste trecho, coloca-se a preservação do Estado acima de outras instâncias – inclusive da Igreja. Logo, não é surpresa que a obra O príncipe (MAQUIAVEL, 2010) tenha sido incluída no índex da Igreja Católica como um livro condenado. 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 8/36 Livro O príncipe | Fonte: https://goo.gl/fPAAiy <https://goo.gl/fPAAiy> https://goo.gl/fPAAiy 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 9/36 Para nós, que estamos estudando a teoria do conhecimento, é importante perceber que se estende para além dos limites da própria Filosofia e que não se restringe à influência apenas das Ciências Exatas ou da Medicina, que havíamos visto em aulas anteriores. Vídeo. Atenção Comumente citada e atribuída a Maquiavel, a afirmação “O fim justifica os meios” não consta em sua obra. Dessa falsa premissa acabou sendo cunhado o termo maquiavélico em referência a algo dissimulado ou pouco confiável. Teoria filosófica de Hobbes 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 10/36 Ainda que tenha sido sistematizado, a princípio, com Maquiavel na Itália, o pensamento político foi extremamente importante na Inglaterra, pois permaneceu amparado no empirismo, como vemos na obra de Thomas Hobbes (1588-1679). Esse autor foi um dos primeiros contratualistas e filósofos que se dedicou à questão do contrato social . A Inglaterra de Hobbes era uma terra conturbada. A progressiva consolidação da burguesia – um dos fatores que, no século XVIII, tornou os ingleses pioneiros no processo de Revolução Industrial – colocava em xeque a tradicional monarquia. Leitura Para entender melhor esse momento de transição, leia o texto História: a Revolução Industrial na Inglaterra. <//www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u10188.shtml> 2 https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/gon962/aula5.html https://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u10188.shtml 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 11/36 Conforme os interesses burgueses emergiam, buscavam-se teorias (sociais e econômicas) que respaldassem essa nova classe. Nesse contexto, as ideias que formaram o liberalismo – solidamente defendido por Adam Smith (1723-1790) – começaram a ser concebidas, e a menor intervenção do Estado era uma questão recorrente. Não é estranho, portanto, que uma das principais obras de Hobbes (1979) trate, justamente, do papel do Estado e dos princípios que justificam sua existência. As referências dessa obra remontam não só à Antiguidade da mitologia fenícia, mas também a demônios que causam o caos e a desordem, como enfatiza a Bíblia. A própria escolha do título – Leviatã (HOBBES, 1979) – retrata muito bem o que o filósofo entendia sobre a natureza humana. 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/112/36 Livro Leviatã | Fonte: https://goo.gl/RWKNuo <https://goo.gl/RWKNuo> https://goo.gl/RWKNuo 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 13/36 Para ele: O homem, em seu estado de natureza, cede sempre a seus impulsos e desejos. O estado de natureza é, portanto, nosso estado primitivo. Não há nada que nos impeça de exercermos nossos desejos, mesmo que isso nos leve a combater nosso semelhante. Em outras palavras, se você quer algo que pertence a outra pessoa, nada lhe impossibilita de obter o que cobiça, ainda que, para isso, seja preciso eliminar outro indivíduo. O Estado é aquilo que se coloca entre nossos anseios e a vida em sociedade, o que reprime nossos impulsos primitivos sob o risco da punição. Por isso, é legítimo o uso da força por parte do Estado, que cumpre seu papel de nos proteger de nós mesmos. De acordo com Ferreira (2015, p. 113): 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 14/36 Ocorre, naturalmente, a luta de todos contra todos, porque não há limites restringindo o querer e o objeto do querer. Essas são as características daqueles que vivem em um estado que o filósofo denomina de [...] natural, em que o homem é o ‘lobo do próprio homem’ (homo homini lupus), no sentido de que um indivíduo representa perigo para o outro quando o assunto se refere às atitudes que alguém pode tomar, a fim de se satisfazer. Logo, a existência do Estado é necessária: ele nos impede de atacarmos uns aos outros, o que, ao longo do tempo, provavelmente, poria em perigo nossa própria existência. É apenas a partir do Estado que a noção de justiça, construída e aplicada coletivamente, pode ser colocada em prática. 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 15/36 Em seu estado primitivo ou fora do convívio social, o homem não entende o que é justo ou injusto, pois não possui parâmetros que levem à idealização desses conceitos. Assim, tanto a justiça quanto a injustiça são práticas que só adquirem sentido a partir da existência do Estado. A proposição de Hobbes, de que o Estado é necessário e indispensável às sociedades humanas, foi apropriada para justificar a centralização de poder típica de alguns Estados modernos da Europa, chamada de absolutismo. Leitura Para se aprofundar no assunto, leia o texto Sobre as origens e o desenvolvimento do Estado moderno no Ocidente. <//www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102- 64452007000200002&lng=en&nrm=iso> No campo da teoria do conhecimento, Hobbes retomou a noção de empirismo, que vimos ser esboçada desde a Antiguidade, sobretudo na obra de Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.). Para Hobbes, o conhecer ocorria apenas por meio da experiência, que começa a partir de nossos sentidos. https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64452007000200002&lng=en&nrm=iso 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 16/36 Exemplo Ao sentirmos algo – como quando temos contato com um objeto ou quando provamos o gosto de um alimento –, passamos a construir uma percepção sobre aquilo. Por isso, quando imaginamos uma fruta que já experimentamos, nós nos lembramos de seu sabor. À medida que vivemos e interagimos com o mundo, acumulamos diversas percepções que ficam armazenadas na memória. São essas percepções que compõem a experiência da qual deriva o conhecimento. Assim, aquilo que começa nos sentidos se desenvolve até se tornar conhecimento. 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 17/36 Atividade Para saber se você entendeu bem esses conceitos associados à teoria em questão, que tal fazer uma atividade? 1- A partir da teoria do conhecimento proposta por Hobbes, relacione as noções a seguir às descrições listadas, clicando no número correspondente: a) Diversas memórias que levam ao conhecimento. b) Responsáveis pelo primeiro contato com o mundo. c) Elaboração daquilo que identificamos por meio de nossos sentidos. d) Conjunto das inúmeras percepções que acumulamos ao longo de nossa vida. Teoria do conhecimento de Locke 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 18/36 O empirismo teve grande importância para a concepção de conhecimento elaborada na Inglaterra. Não apenas Hobbes, mas outros filósofos adotaram o sentido de conhecimento fundado na experiência. Um dos principais nomes da empiria é John Locke (1632-1704). John Locke | Fonte: https://goo.gl/pnmQ2E <https://goo.gl/pnmQ2E> https://goo.gl/pnmQ2E 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 19/36 Suponhamos, pois, que a mente é, como dissemos, um papel em branco, desprovida de todos os caracteres, sem ideia alguma. Como ela será suprida? De onde lhe provém este vasto estoque que a ativa, e que a ilimitada fantasia do homem pintou nela com uma variedade quase infinita? De onde apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? A isso respondo com uma palavra: experiência. (LOCKE, 1999, p. 57) Para Locke (1999), quando nascemos, somos como folhas em branco: estamos aptos a adquirir os mais variados conhecimentos ao logo de nossa vida. 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 20/36 Mas não é possível conhecer algo que jamais experimentamos. Afinal, como podemos definir o sabor de um fruto que jamais provamos ou falar de um lugar em que nunca fomos? Para ele, não há nenhum conhecimento inato, ou seja, que nasça conosco. Tudo o que sabemos é apreendido – inclusive a virtude, a justiça, as noções de certo e errado, e os princípios éticos. Vídeo. A teoria do inatismo também é conhecida como tábula rasa. O empirismo difere-se, portanto, do racionalismo. Para os empiristas, a razão não basta para conhecer, pois não há conhecimento sem experiência. Esse conhecimento, por sua vez, não é uniforme. Há tipos diferentes de conhecimento. Vejamos alguns deles: Conhecimento intuitivo 3 https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/gon962/aula5.html 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 21/36 Dado por aquilo que já conhecemos, sem a necessidade de maiores reflexões. Exemplo: Quando percebemos uma cor ou identificamos uma imagem que já nos é familiar. Conhecimento demonstrativo Quando a informação necessita ser averiguada, ou quando precisamos reunir mais de uma habilidade ou de um conhecimento. Exemplo: Para saber o peso ou o tamanho de uma sala, usamos os conhecimentos matemáticos. O empirismo foi fundamental para outras correntes da teoria do conhecimento, como o naturalismo, que estudaremos mais detalhadamente em David Hume (1711-1776). David Hume | Fonte: https://goo.gl/RNG8ER <https://goo.gl/RNG8ER> 4 https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/gon962/aula5.html https://goo.gl/RNG8ER 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 22/36 Significado da conjuntura iluminista para a Filosofia Por sua contribuição filosófica e no campo dos estudos políticos, Locke é considerado um dos precursores do iluminismo, que, junto com o Renascimento, constituiu um momento chave para o desenvolvimento da Filosofia. Conhecido como a era de ouro dos filósofos, o iluminismo é um fenômeno complexo que pode ser estudado sob diferentes aspectos. Para compreendê-lo, é fundamental analisarmos o contexto no qual surgiu e se fortaleceu, o que faremos a partir de agora. Esse movimento de ideias transformou o mundo ocidental entre os séculos XVII e XVIII – da revolução metodológica, promovida por René Descartes (1596-1650), que vimos em aulas anteriores, a novas maneiras de pensar o Estado. O séculoXVII foi a época em que o próprio sentido de modernidade se formou em meio a uma série de rupturas com estruturas legadas da Idade Média. Embora a religião católica fosse, ainda, dominante, não era mais hegemônica. O pensamento eclesiástico tampouco era a única explicação de mundo. Até as Sagradas Escrituras passaram a ser questionadas. De acordo com os historiadores Rodrigues e Falcon (2006, p. 173): 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 23/36 Neste século, a complexidade é tamanha que é capaz de modificar o lugar do homem no mundo, traduzindo, por meio dessa mudança, o início de um novo tempo – o tempo da modernidade. Com essa mudança, os homens percebem que não podem ficar alheios ao que se passa em torno deles e assumem um olhar crítico que descobre tantas outras coisas: a realidade do mundo, as questões sociais, os limites do poder, a grandeza da sociedade, o jogo da política e, entre as quais, a nova filosofia e a nova ciência. O antropocentrismo desenhado no Renascimento materializou-se no iluminismo, ganhando forma no humanismo de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) e no anticlericalismo de Voltaire (1694-1778). 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 24/36 O absolutismo, que havia se consolidado com os Estados nacionais, passou a ser combatido, e a própria noção de divino foi colocada em xeque. O rei absolutista, que justificava seu poder a partir da ideia de divindade – noção de poder divino dos reis –, não se sustentava no mundo em que a ciência era cada vez mais significativa e legítima. Comentário O iluminismo foi especialmente marcante na França – país em que o absolutismo também teve seu apogeu. O século XVIII foi conhecido como século das luzes, pois toda a ideia do pensamento iluminista voltava- se para a razão como a luz que iluminava a humanidade. Aquilo que se opunha à razão estava nas trevas. Com base nesse fundamento, os iluministas entendiam a Idade Média como Idade das Trevas . Afinal, nela, predominava o pensamento teológico em detrimento da racionalidade. 5 6 https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/gon962/aula5.html https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/gon962/aula5.html 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 25/36 O iluminismo fazia uma crítica ao absolutismo, mas compreendia a monarquia como um governo legítimo. Da mesma forma, pensadores como Voltaire criticavam a Igreja e o poder que mobilizava, e não a fé em si. Muitos iluministas eram homens religiosos, e isso não era uma contradição ao pensamento que defendiam. Foi no século das luzes que Hume produziu suas teorias, também ancoradas no ceticismo e no empirismo. Seu pensamento ganhou sentido no universo das ideias que o cercou e que mudou o mundo ocidental no período em questão. 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 26/36 Atividade 2 - (UFPA - 2013) Leia o fragmento de texto a seguir: “Desta guerra de todos os homens contra todos os homens, também isto é consequência: que nada pode ser injusto. As noções de bem e de mal, de justiça e injustiça não podem aí ter lugar. Onde não há poder comum, não há lei, e onde não há lei, não há injustiça. Na guerra, a força e a fraude são as duas virtudes cardeais. A justiça e a injustiça não fazem parte das faculdades do corpo ou do espírito. Se assim fosse, poderiam existir num homem que estivesse sozinho no mundo, do mesmo modo que seus sentidos e [suas] paixões”. (HOBBES, 1979, p. 77) Quanto às justificativas de Hobbes sobre a justiça e a injustiça como não pertencentes às faculdades do corpo e do espírito, considere as afirmativas a seguir: I. Justiça e injustiça são qualidades que pertencem aos homens em sociedade, e não na solidão. 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 27/36 II. No estado de natureza, o homem é como um animal – age por instinto, muito embora tenha a noção do que é justo e injusto. III. Só podemos falar em justiça e injustiça quando o poder do Estado é instituído. IV. O juiz responsável por aplicar a lei não decide em conformidade com o poder soberano, e sim favorece os mais fortes. Entre os itens anteriores, estão corretos: a) I e II b) I e III c) II e IV d) I, III e IV e) II, III e IV 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 28/36 3- (Adaptado de: UNICAMP - 2015) De acordo com Locke (1988, p. 13): “A maneira pela qual adquirimos qualquer conhecimento constitui suficiente prova de que não é inato”. Seguindo essa ideia, o empirismo – corrente filosófica da qual fazia parte: a) Afirma que o conhecimento não é inato, pois sua aquisição deriva da experiência. b) É uma forma de ceticismo, pois nega que os conhecimentos possam ser obtidos. c) Aproxima-se do modelo teológico, pois crê somente no conhecimento que provém de Deus. d) Defende que as ideias estão presentes na razão desde o nascimento. e) Entende que, embora possamos obter conhecimentos por meio da experiência, existem alguns saberes que nascem conosco. 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 29/36 4 - (UFPR - 2010) A respeito do iluminismo, considere as seguintes afirmativas: I. Muitos filósofos franceses – entre eles Montesquieu (1689-1755), Voltaire (1694-1778) e Diderot (1713-1784) – foram leitores, admiradores e divulgadores da filosofia política produzida pelos ingleses, como Locke, com sua crítica ao absolutismo. II. Quanto à organização do Estado, os filósofos iluministas não eram contra a monarquia, mas contra as ideias de que o poder monárquico tinha sido constituído pelo direito divino e de que não podia ser submetido a nenhum freio. III. A descoberta da perspectiva e a valorização de temas religiosos marcaram as expressões artísticas durante o iluminismo. IV. Em Portugal, o pensamento iluminista recebeu grande impulso das descobertas marítimas. Entre os itens anteriores, está(ão) correto(s): a) Somente I b) I e II c) I, II e IV d) III e IV 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 30/36 e) II, III e IV 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 31/36 Notas Nicolau Maquiavel Pai da política moderna: título que recebeu, principalmente, devido a sua obra mais conhecida – O príncipe (MAQUIAVEL, 2010) –, publicada, pela primeira vez, no século XVI, cuja teoria política é um exemplo claro da influência do método em uma área humana. Contrato social Contrato tácito que regulava a relação entre cidadão e Estado moderno. 1 2 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 32/36 Inatismo Concepção de que há conhecimentos externos à experiência, como aqueles sustentados por Platão (428 a.C.-347 a.C.) – filósofo defensor da existência do mundo das ideias. David Hume Um dos mais importantes filósofos do empirismo. 3 4 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 33/36 Poder divino dos reis Teoria que fundamentou o absolutismo, defendida, principalmente, por Jean Bodin (1530-1596) e Jacques- Bénigne Bossuet (1627-1704). Esses filósofos e religiosos entendiam que o poder do rei emanava diretamente de Deus. Logo, quem apresentava ideias inversas às ordens do soberano estava contrariando os desejos divinos. O rei governava por vontade de Deus e, portanto, devia ser reverenciado e respeitado. Qualquer manifestação oposta a isso era rigidamente condenada. Idade das Trevas Expressão que caiu em desuso, pois desconsidera a rica cultura medieval e o fato de que, emborao cristianismo tenha sido fundamental, não significou a extinção da ciência durante o medievo. 5 6 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 34/36 Referências FERRAZ NETO, J. Correntes modernas de Filosofia. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. FERREIRA, F. L. História da Filosofia moderna. Curitiba: Intersaberes, 2015. GERMANO, M. G. Uma nova ciência para um novo senso comum. Campina Grande: EDUEPB, 2011. HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1979. LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1999. (Coleção Os Pensadores, livro II). MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2010. RODRIGUES, A. E.; FALCON, F. J. C. A formação do mundo moderno. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006. 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 35/36 Próximos Passos Naturalismo de Hume; Teorias de George Berkeley (1685-1753); Ceticismo. 23/10/2022 23:42 Estácio https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 36/36 Explore mais Sugestão de vídeo: Iluminismo <https://www.youtube.com/watch?v=dcW64fNwNl8> Sugestão de leitura HOBBES, T. Leviatã ou matéria: forma e poder de um Estado eclesiástico e civil. Tradução de João Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1974. (Coleção Os pensadores, v. XIV). https://www.youtube.com/watch?v=dcW64fNwNl8