Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.
left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

left-side-bubbles-backgroundright-side-bubbles-background

Crie sua conta grátis para liberar esse material. 🤩

Já tem uma conta?

Ao continuar, você aceita os Termos de Uso e Política de Privacidade

Prévia do material em texto

23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 1/36
Discplina: Teoria do Conhecimento
Aula 5: Empirismo de Locke e Hume
Apresentação:
Nesta aula, analisaremos a obra de Thomas Hobbes (1588-1679) e sua contribuição para a construção do empirismo
inglês. 
A corrente empirista – fundamental para compreendermos a teoria do conhecimento elaborada no século XVII – teve
continuidade em John Locke (1632-1704), que defendia a noção de tábula rasa e de que todo conhecimento tem
origem na experiência. 
Veremos, ainda, a conjuntura que levou ao iluminismo e como este foi importante para a Filosofia moderna.
Objetivos:
Analisar a teoria filosófica de Hobbes;
Investigar a teoria do conhecimento proposta por Locke;
Identificar a conjuntura iluminista e seu significado para a Filosofia.
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 2/36
Surgimento da Filosofia
Como temos visto em nossas aulas, a maneira como o conhecimento se estrutura está profundamente
relacionada ao tempo em que este é produzido.
Assim como as conjunturas se alteram, o mesmo ocorre com o sentido do conhecimento e com a forma como
a Filosofia passa a entender os processos naturais e sociais. Isso significa que a Filosofia produzida na
Antiguidade é muito diferente da Filosofia medieval, que, por sua vez, é bem distinta da Filosofia moderna.
Mas, mesmo que sejam diferentes, as concepções filosóficas formam em seu conjunto o campo da teoria do
conhecimento e, mais amplamente, da própria Filosofia.
Em outras palavras, nenhum conhecimento é descartado, ainda que tenha sido produzido nos primórdios da
Antiguidade.
Um princípio ou um pensamento filosófico é a
base para novas concepções e teorias.
Em sua constituição como campo do conhecimento, a Filosofia nasceu vinculada à retórica e chegou à Idade
Média bastante associada à religião.
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 3/36
O caminho para que se tornasse um campo autônomo, separado de outras ciências, delineou-se, mais
claramente, a partir da Idade Moderna e das intensas transformações que a modernidade trouxe para o
mundo ocidental.
No início da Idade Moderna, a Filosofia ainda estava intrinsecamente relacionada a ciências como a Biologia e
a Física. Por isso, muitos cientistas – alguns que já estudamos, como Galileu Galilei (1564-1642) – também
eram vistos como filósofos, e não somente como físicos ou astrônomos.
Progressivamente, a Filosofia moderna começou a se integrar às áreas mais próximas ao Direito e à ciência
política, como percebemos quando estudamos as concepções filosóficas de Nicolau Maquiavel (1469-
1527).
Vamos entender melhor suas ideias?
1
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/gon962/aula5.html
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 4/36
 Nicolau Maquiavel | Fonte: https://goo.gl/o9rPTc
<https://goo.gl/o9rPTc>
Teoria maquiavélica
Quando falamos em ciência, nós nos remetemos, de forma quase automática, ao conceito de Ciências
Exatas, certo?
https://goo.gl/o9rPTc
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 5/36
Os métodos que vimos antes – como o indutivo e o cartesiano – podem ser facilmente entendidos se
aplicados a ciências como a Física, por exemplo. Entretanto, talvez, seja um pouco mais complexo
compreendê-los no contexto das Ciências Humanas.
A obra de Maquiavel é um exemplo de como é possível observar o método científico aplicado a uma área que
foge ao campo das Ciências Exatas.
No espírito renascentista de seu tempo, Maquiavel construiu um manual de política, em que entendia o
Estado de forma realista e traçava estratégias para a manutenção do poder de um governante.
A teoria maquiavélica foi estruturada com base
na observação e na racionalidade.
O autor rejeitava a ideia de um Estado ideal e acreditava que cabia ao governante romper, eventualmente,
com algumas regras de conduta.
Em suas palavras:
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 6/36

E há que se compreender que um príncipe, sobretudo o príncipe novo, não
pode observar todas as coisas pelas quais os homens são chamados de bons,
precisando, muitas vezes, para preservar o Estado, operar contra a fé, contra
a caridade, contra a humanidade, contra a religião. 
 
Porém, é necessário que ele tenha um espírito disposto a voltar-se para onde
os ventos da fortuna e a variação das coisas lhe ordenarem; e, [...], não se
afastar do bem, se possível, mas saber entrar no mal, se necessário.
 (MAQUIAVEL, 2010, p. 106)
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 7/36
Nesta ótica, é possível abrir mão daquilo que é considerado eticamente correto em prol de um bem maior.
Como observamos neste trecho, coloca-se a preservação do Estado acima de outras instâncias – inclusive da
Igreja. 
Logo, não é surpresa que a obra O príncipe (MAQUIAVEL, 2010) tenha sido
incluída no índex da Igreja Católica como um livro condenado.
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 8/36
 Livro O príncipe | Fonte: https://goo.gl/fPAAiy
<https://goo.gl/fPAAiy>
https://goo.gl/fPAAiy
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 9/36
Para nós, que estamos estudando a teoria do conhecimento, é importante perceber que se estende para além
dos limites da própria Filosofia e que não se restringe à influência apenas das Ciências Exatas ou da
Medicina, que havíamos visto em aulas anteriores.

Vídeo.

Atenção
Comumente citada e atribuída a Maquiavel, a afirmação “O fim justifica os meios” não consta em sua
obra. Dessa falsa premissa acabou sendo cunhado o termo maquiavélico em referência a algo
dissimulado ou pouco confiável.
Teoria filosófica de Hobbes
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 10/36
Ainda que tenha sido sistematizado, a princípio, com Maquiavel na Itália, o pensamento político foi
extremamente importante na Inglaterra, pois permaneceu amparado no empirismo, como vemos na obra de
Thomas Hobbes (1588-1679).
Esse autor foi um dos primeiros contratualistas e filósofos que se dedicou à
questão do contrato social .
A Inglaterra de Hobbes era uma terra conturbada. A progressiva consolidação da burguesia – um dos fatores
que, no século XVIII, tornou os ingleses pioneiros no processo de Revolução Industrial – colocava em
xeque a tradicional monarquia.

Leitura
Para entender melhor esse momento de transição, leia o texto História: a Revolução Industrial na
Inglaterra. <//www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u10188.shtml>
2
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/gon962/aula5.html
https://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u10188.shtml
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 11/36
Conforme os interesses burgueses emergiam, buscavam-se teorias (sociais e econômicas) que respaldassem
essa nova classe. Nesse contexto, as ideias que formaram o liberalismo – solidamente defendido por Adam
Smith (1723-1790) – começaram a ser concebidas, e a menor intervenção do Estado era uma questão
recorrente.
Não é estranho, portanto, que uma das principais obras de Hobbes (1979) trate, justamente, do papel do
Estado e dos princípios que justificam sua existência.
As referências dessa obra remontam não só à Antiguidade da mitologia fenícia,
mas também a demônios que causam o caos e a desordem, como enfatiza a
Bíblia. A própria escolha do título – Leviatã (HOBBES, 1979) – retrata muito
bem o que o filósofo entendia sobre a natureza humana.
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/112/36
 Livro Leviatã | Fonte: https://goo.gl/RWKNuo
<https://goo.gl/RWKNuo>
https://goo.gl/RWKNuo
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 13/36
Para ele:
O homem, em seu estado de natureza, cede sempre a seus impulsos
e desejos. 
O estado de natureza é, portanto, nosso estado primitivo.
Não há nada que nos impeça de exercermos nossos desejos, mesmo que isso nos leve a combater nosso
semelhante. Em outras palavras, se você quer algo que pertence a outra pessoa, nada lhe impossibilita de
obter o que cobiça, ainda que, para isso, seja preciso eliminar outro indivíduo.
O Estado é aquilo que se coloca entre nossos anseios e a vida em sociedade, o que reprime nossos impulsos
primitivos sob o risco da punição. Por isso, é legítimo o uso da força por parte do Estado, que cumpre seu
papel de nos proteger de nós mesmos.
De acordo com Ferreira (2015, p. 113):
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 14/36

Ocorre, naturalmente, a luta de todos contra todos, porque não há limites
restringindo o querer e o objeto do querer. Essas são as características
daqueles que vivem em um estado que o filósofo denomina de [...] natural,
em que o homem é o ‘lobo do próprio homem’ (homo homini lupus), no
sentido de que um indivíduo representa perigo para o outro quando o assunto
se refere às atitudes que alguém pode tomar, a fim de se satisfazer.
Logo, a existência do Estado é necessária: ele nos impede de atacarmos uns aos outros, o que, ao longo do
tempo, provavelmente, poria em perigo nossa própria existência. É apenas a partir do Estado que a noção de
justiça, construída e aplicada coletivamente, pode ser colocada em prática.
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 15/36
Em seu estado primitivo ou fora do convívio social, o homem não entende o que é justo ou injusto, pois não
possui parâmetros que levem à idealização desses conceitos. Assim, tanto a justiça quanto a injustiça são
práticas que só adquirem sentido a partir da existência do Estado.
A proposição de Hobbes, de que o Estado é necessário e indispensável às sociedades humanas, foi
apropriada para justificar a centralização de poder típica de alguns Estados modernos da Europa, chamada de
absolutismo.

Leitura
Para se aprofundar no assunto, leia o texto Sobre as origens e o desenvolvimento do Estado
moderno no Ocidente. <//www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
64452007000200002&lng=en&nrm=iso>
No campo da teoria do conhecimento, Hobbes retomou a noção de empirismo, que vimos ser esboçada desde
a Antiguidade, sobretudo na obra de Aristóteles (384 a.C.-322 a.C.).
Para Hobbes, o conhecer ocorria apenas por meio da experiência, que começa a partir de nossos sentidos.
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-64452007000200002&lng=en&nrm=iso
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 16/36

Exemplo
Ao sentirmos algo – como quando temos contato com um objeto ou quando provamos o gosto de um
alimento –, passamos a construir uma percepção sobre aquilo. Por isso, quando imaginamos uma fruta
que já experimentamos, nós nos lembramos de seu sabor.
À medida que vivemos e interagimos com o mundo, acumulamos diversas percepções que ficam
armazenadas na memória.
São essas percepções que compõem a experiência da qual deriva o conhecimento. Assim, aquilo que começa
nos sentidos se desenvolve até se tornar conhecimento.
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 17/36
Atividade
Para saber se você entendeu bem esses conceitos associados à teoria em questão, que tal fazer uma
atividade?
1- A partir da teoria do conhecimento proposta por Hobbes, relacione as noções a seguir às descrições
listadas, clicando no número correspondente:
a) Diversas memórias que levam ao conhecimento.
b) Responsáveis pelo primeiro contato com o mundo.
c) Elaboração daquilo que identificamos por meio de nossos sentidos.
d) Conjunto das inúmeras percepções que acumulamos ao longo de nossa vida.
Teoria do conhecimento de Locke
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 18/36
O empirismo teve grande importância para a concepção de conhecimento elaborada na Inglaterra. Não
apenas Hobbes, mas outros filósofos adotaram o sentido de conhecimento fundado na experiência.
Um dos principais nomes da empiria é 
John Locke (1632-1704).
 John Locke | Fonte: https://goo.gl/pnmQ2E
<https://goo.gl/pnmQ2E>
https://goo.gl/pnmQ2E
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 19/36

Suponhamos, pois, que a mente é, como dissemos, um papel em branco,
desprovida de todos os caracteres, sem ideia alguma. 
 
Como ela será suprida? De onde lhe provém este vasto estoque que a ativa, e
que a ilimitada fantasia do homem pintou nela com uma variedade quase
infinita? De onde apreende todos os materiais da razão e do conhecimento? 
 
A isso respondo com uma palavra: experiência.
(LOCKE, 1999, p. 57)
Para Locke (1999), quando nascemos, somos como folhas em branco: estamos aptos a adquirir os mais
variados conhecimentos ao logo de nossa vida.
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 20/36
Mas não é possível conhecer algo que jamais experimentamos. Afinal, como podemos definir o sabor de um
fruto que jamais provamos ou falar de um lugar em que nunca fomos?
Para ele, não há nenhum conhecimento inato, ou seja, que nasça conosco. Tudo o que sabemos é apreendido
– inclusive a virtude, a justiça, as noções de certo e errado, e os princípios éticos.

Vídeo.
A teoria do inatismo também é conhecida como tábula rasa.
O empirismo difere-se, portanto, do racionalismo. Para os empiristas, a razão não basta para conhecer, pois
não há conhecimento sem experiência. Esse conhecimento, por sua vez, não é uniforme.
Há tipos diferentes de conhecimento. Vejamos alguns deles:
Conhecimento intuitivo
3
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/gon962/aula5.html
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 21/36
Dado por aquilo que já conhecemos, sem a necessidade de maiores reflexões.
Exemplo: Quando percebemos uma cor ou identificamos uma imagem que já nos é familiar.
Conhecimento demonstrativo
Quando a informação necessita ser averiguada, ou quando precisamos reunir mais de uma habilidade ou de
um conhecimento.
Exemplo: Para saber o peso ou o tamanho de uma sala, usamos os conhecimentos matemáticos.
O empirismo foi fundamental para outras correntes da teoria do conhecimento, como o naturalismo, que
estudaremos mais detalhadamente em David Hume (1711-1776).
 David Hume | Fonte: https://goo.gl/RNG8ER
<https://goo.gl/RNG8ER>
4
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/gon962/aula5.html
https://goo.gl/RNG8ER
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 22/36
Significado da conjuntura iluminista para a
Filosofia
Por sua contribuição filosófica e no campo dos estudos políticos, Locke é considerado um dos precursores do
iluminismo, que, junto com o Renascimento, constituiu um momento chave para o desenvolvimento da
Filosofia.
Conhecido como a era de ouro dos filósofos, o iluminismo é um fenômeno complexo que pode ser estudado
sob diferentes aspectos. Para compreendê-lo, é fundamental analisarmos o contexto no qual surgiu e se
fortaleceu, o que faremos a partir de agora.
Esse movimento de ideias transformou o mundo ocidental entre os séculos XVII e XVIII – da revolução
metodológica, promovida por René Descartes (1596-1650), que vimos em aulas anteriores, a novas maneiras
de pensar o Estado.
O séculoXVII foi a época em que o próprio sentido de modernidade se formou em meio a uma série de
rupturas com estruturas legadas da Idade Média.
Embora a religião católica fosse, ainda, dominante, não era mais hegemônica. O pensamento eclesiástico
tampouco era a única explicação de mundo. Até as Sagradas Escrituras passaram a ser questionadas.
De acordo com os historiadores Rodrigues e Falcon (2006, p. 173):
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 23/36

Neste século, a complexidade é tamanha que é capaz de modificar o lugar do
homem no mundo, traduzindo, por meio dessa mudança, o início de um novo
tempo – o tempo da modernidade. 
 
Com essa mudança, os homens percebem que não podem ficar alheios ao que
se passa em torno deles e assumem um olhar crítico que descobre tantas
outras coisas: a realidade do mundo, as questões sociais, os limites do poder,
a grandeza da sociedade, o jogo da política e, entre as quais, a nova filosofia
e a nova ciência.
O antropocentrismo desenhado no Renascimento materializou-se no iluminismo, ganhando forma no
humanismo de Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) e no anticlericalismo de Voltaire (1694-1778).
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 24/36
O absolutismo, que havia se consolidado com os Estados nacionais, passou a ser combatido, e a própria
noção de divino foi colocada em xeque.
O rei absolutista, que justificava seu poder a partir da ideia de divindade – noção de poder divino dos
reis –, não se sustentava no mundo em que a ciência era cada vez mais significativa e legítima.

Comentário
O iluminismo foi especialmente marcante na França – país em que o absolutismo também teve seu
apogeu.
O século XVIII foi conhecido como século das luzes, pois toda a ideia do pensamento iluminista voltava-
se para a razão como a luz que iluminava a humanidade.
Aquilo que se opunha à razão estava nas trevas. Com base nesse fundamento, os iluministas entendiam a
Idade Média como Idade das Trevas . Afinal, nela, predominava o pensamento teológico em detrimento da
racionalidade.
5
6
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/gon962/aula5.html
https://stecine.azureedge.net/webaula/estacio/gon962/aula5.html
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 25/36
O iluminismo fazia uma crítica ao absolutismo, mas compreendia a monarquia como um governo legítimo. Da
mesma forma, pensadores como Voltaire criticavam a Igreja e o poder que mobilizava, e não a fé em si.
Muitos iluministas eram homens religiosos, e isso não era uma contradição ao pensamento que defendiam.
Foi no século das luzes que Hume produziu suas teorias, também ancoradas no ceticismo e no empirismo.
Seu pensamento ganhou sentido no universo das ideias que o cercou e que mudou o mundo ocidental no
período em questão.
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 26/36
Atividade
2 - (UFPA - 2013)
Leia o fragmento de texto a seguir:
“Desta guerra de todos os homens contra todos os homens, também isto é consequência: que nada
pode ser injusto. As noções de bem e de mal, de justiça e injustiça não podem aí ter lugar. Onde não há
poder comum, não há lei, e onde não há lei, não há injustiça.
Na guerra, a força e a fraude são as duas virtudes cardeais. A justiça e a injustiça não fazem parte das
faculdades do corpo ou do espírito. Se assim fosse, poderiam existir num homem que estivesse sozinho
no mundo, do mesmo modo que seus sentidos e [suas] paixões”.
(HOBBES, 1979, p. 77)
Quanto às justificativas de Hobbes sobre a justiça e a injustiça como não pertencentes às faculdades do
corpo e do espírito, considere as afirmativas a seguir:
I. Justiça e injustiça são qualidades que pertencem aos homens em sociedade, e não na solidão.
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 27/36
II. No estado de natureza, o homem é como um animal – age por instinto, muito embora tenha a noção
do que é justo e injusto.
III. Só podemos falar em justiça e injustiça quando o poder do Estado é instituído.
IV. O juiz responsável por aplicar a lei não decide em conformidade com o poder soberano, e sim
favorece os mais fortes.
Entre os itens anteriores, estão corretos:
 a) I e II
 b) I e III
 c) II e IV
 d) I, III e IV
 e) II, III e IV
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 28/36
3- (Adaptado de: UNICAMP - 2015)
De acordo com Locke (1988, p. 13):
“A maneira pela qual adquirimos qualquer conhecimento constitui suficiente prova de que não é inato”.
Seguindo essa ideia, o empirismo – corrente filosófica da qual fazia parte:
 a) Afirma que o conhecimento não é inato, pois sua aquisição deriva da experiência.
 b) É uma forma de ceticismo, pois nega que os conhecimentos possam ser obtidos.
 c) Aproxima-se do modelo teológico, pois crê somente no conhecimento que provém de Deus.
 d) Defende que as ideias estão presentes na razão desde o nascimento.
 e) Entende que, embora possamos obter conhecimentos por meio da experiência, existem alguns
saberes que nascem conosco.
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 29/36
4 - (UFPR - 2010)
A respeito do iluminismo, considere as seguintes afirmativas:
I. Muitos filósofos franceses – entre eles Montesquieu (1689-1755), Voltaire (1694-1778) e Diderot
(1713-1784) – foram leitores, admiradores e divulgadores da filosofia política produzida pelos ingleses,
como Locke, com sua crítica ao absolutismo.
II. Quanto à organização do Estado, os filósofos iluministas não eram contra a monarquia, mas contra as
ideias de que o poder monárquico tinha sido constituído pelo direito divino e de que não podia ser
submetido a nenhum freio.
III. A descoberta da perspectiva e a valorização de temas religiosos marcaram as expressões artísticas
durante o iluminismo.
IV. Em Portugal, o pensamento iluminista recebeu grande impulso das descobertas marítimas.
Entre os itens anteriores, está(ão) correto(s):
 a) Somente I
 b) I e II
 c) I, II e IV
 d) III e IV
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 30/36
 e) II, III e IV
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 31/36
Notas
Nicolau Maquiavel 
Pai da política moderna: título que recebeu, principalmente, devido a sua obra mais conhecida – O príncipe
(MAQUIAVEL, 2010) –, publicada, pela primeira vez, no século XVI, cuja teoria política é um exemplo claro
da influência do método em uma área humana.
Contrato social 
Contrato tácito que regulava a relação entre cidadão e Estado moderno.
1
2
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 32/36
Inatismo 
Concepção de que há conhecimentos externos à experiência, como aqueles sustentados por Platão (428
a.C.-347 a.C.) – filósofo defensor da existência do mundo das ideias.
David Hume
Um dos mais importantes filósofos do empirismo.
3
4
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 33/36
Poder divino dos reis
Teoria que fundamentou o absolutismo, defendida, principalmente, por Jean Bodin (1530-1596) e Jacques-
Bénigne Bossuet (1627-1704). Esses filósofos e religiosos entendiam que o poder do rei emanava
diretamente de Deus.
Logo, quem apresentava ideias inversas às ordens do soberano estava contrariando os desejos divinos. O
rei governava por vontade de Deus e, portanto, devia ser reverenciado e respeitado. Qualquer manifestação
oposta a isso era rigidamente condenada.
Idade das Trevas
Expressão que caiu em desuso, pois desconsidera a rica cultura medieval e o fato de que, emborao
cristianismo tenha sido fundamental, não significou a extinção da ciência durante o medievo.
5
6
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 34/36
Referências
FERRAZ NETO, J. Correntes modernas de Filosofia. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2014. 
FERREIRA, F. L. História da Filosofia moderna. Curitiba: Intersaberes, 2015. 
GERMANO, M. G. Uma nova ciência para um novo senso comum. Campina Grande: EDUEPB, 2011. 
HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1979. 
LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1999. (Coleção Os
Pensadores, livro II). 
MAQUIAVEL, N. O príncipe. São Paulo: Penguin Classics Companhia das Letras, 2010. 
RODRIGUES, A. E.; FALCON, F. J. C. A formação do mundo moderno. Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 35/36
Próximos Passos
Naturalismo de Hume;
Teorias de George Berkeley (1685-1753);
Ceticismo.
23/10/2022 23:42 Estácio
https://estudante.estacio.br/disciplinas/estacio_7215450/temas/6/conteudos/1 36/36
Explore mais
Sugestão de vídeo:
Iluminismo <https://www.youtube.com/watch?v=dcW64fNwNl8>
Sugestão de leitura
HOBBES, T. Leviatã ou matéria: forma e poder de um Estado eclesiástico e civil. Tradução de João
Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. São Paulo: Abril Cultural, 1974. (Coleção Os pensadores,
v. XIV).
https://www.youtube.com/watch?v=dcW64fNwNl8

Mais conteúdos dessa disciplina