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TRATAMENTO DE ICC PROF. BRUNO LEMOS CONS ❖ Conceito É a incapacidade do coração em adequar sua ejeção às necessidades metabólicas do organismo, ou fazê-la somente através de elevadas pressões de enchimento. Insuficiência Cardíaca Classificação Funcional da Insuficiência Cardíaca CLASSE - A Assintomático em atividades habituais. CLASSE - B Assintomático em repouso. Sintomas nas atividades habituais. CLASSE - C Assintomático em repouso. Sintomas nas atividades menores que as habituais. CLASSE - D Sintomas em repouso exacerbados pelas menores atividades. ESTÁGIOS DA IC CRÔNICA NO ADULTO ESTÁGIOS DA IC DESCRIÇÃO FATORES ETIOLÓGICOS (EXEMPLOS) A (Paciente de alto risco) Pacientes com alto risco de desenvolver IC pela presença de fatores de risco. Estes pacientes não apresentam nenhuma alteração funcional ou estrutural do pericárdio, miocárdio ou de valvas cardíacas e nunca apresentaram sinais ou sintomas de IC Hipertensão arterial, coronariopatia, diabetes, abuso de álcool B (Disfunção ventricular assintomática) Pacientes que já desenvolveram cardiopatia estrutural sabidamente associada à IC, mas que nunca exibiram sinais ou sintomas de IC. Hipertrofia ventricular esquerda, dilatação ventricular esquerda ou hipocontratilidade, valvulopatia ou IAM C (IC sintomática) Pacientes com sintomas prévios ou presentes de IC associados com cardiopatia estrutural subjacente. Dispnéia ou fadiga por disfunção ventricular esquerda sistólica; pacientes assintomáticos sob tratamento para prevenção de IC D (IC Refratária) Pacientes com cardiopatia estrutural e sintomas acentuados de IC em repouso, apesar da terapia clínica máxima, e que requerem intervenções especializadas Pacientes hospitalizados por IC ou que não podem receber alta; pacientes hospitalizados esperando transplante, pacientes em casa sob tratamento de suporte IV ou sob circulação assistida. TERAPIA FARMACOLÓGICA Mecanismo de contração de cardiomiócito Inotrópicos Positivos Agonistas adrenérgicos – Preferencialmente em b1 – Dobutamina. • Menor tendência arritmogênica, menor efeito cronotrópico ! • Podem aumentar a mortalidade, porém seguros em doses baixas. • Utilizados em ICC refratária. • Somente utilizados em ICC aguda ! • Risco de Angina e taquiarritmias (sobredosagens). • Uso parenteral. Outros agentes inotrópicos: ➢ Bipiridinas: Inibidores de Fosfodiasterases tipo 3 (PDE3): • Inamrinoma, Milrinona e Enoximona; • Inamrinona e milrinona são ativos pela via oral, t1/2 de 3 – 6 hrs e 30-60 min; • Eliminação renal de 10-40%; Outros agentes inotrópicos: ➢ Levosimendan: ➢ Aumenta a sensibilidade da tropinina ao cálcio, Inibição de PDE3, sensível vasodilatação; ➢ Istaroxima: ➢ Inibição da Na+/K+/ATPase e facilita sequestro de Ca++ pelo retículo; Vasodilatadores Nitroprussiato: • Reduz a pressão de enchimento ventricular, resistência arterial e sistêmica; • Inicio de ação de 2-5 min; • Usado na ICC aguda, pacientes com shunts; Dinidrato de isossorbida / Mononidrato de isossorbida: • Sublingual; • Concentrações plasmática em 6 min, t1/2 45 min, metabólitos com ação longa de 3- 6 hrs (5-monidrato e 2-mononidrato); • Reduz a pressão de enchimento ventricular – redução da pressão de pré-carga; • Seletivo para vasodilatação coronariana – melhorando a função ventricular sistólica e diastólica; Hidralazina: • Mecanismo não elucidado; • Produz relaxamento do músculo liso arteriolar – redução da pressão arteriolar – diminuição seletiva da resitência vascular coronariana; • Metabolizada no intestino e no fígado (n-acetilação); • T1/2 1 hr; • Reduz a pós-carga ventricular esquerda e direita - diminuindo a resistência vascular pulmonar e sistêmica – resulta em aumento do volume ejetado e diminui o estresse sistólico; Cardiotônicos Digoxina: • Biodisponibilidade oral 60-80% ; • Ínicio de ação (IV) por volta 30 min; • Efeito máximo (IV) 1-5 hrs • Eliminação renal (90% inalterado); • Volume de distribuição 640 l /70Kg • T1/2 36-40 hrs; Mecanismo de ação: Efeito Mecânico - Bloqueio reversível da Na+/K+/ATPase; Mecanismo de ação: Efeito Elétrico – Retarda a saída de K+ do miócito; Interações Farmacológicas BLOQUEADORES b-ADRENÉRGICOS ANTAGONISTAS b NÃO-SELETIVOS (1a geração) b1-SELETIVOS (2a geração) NÃO-SELETIVOS (3a geração) b1-SELETIVOS (3a geração) • Nadolol • Pembutolol • Pindolol • Timolol • Propranolol • Acebutolol • Atenolol • Bisoprolol • Esmolol • Metoprolol • Carteolol • Carvedilol • Labetalol • Bucindolol • Betaxolol • Celiprolol • Nebivolol Ação dos b bloqueadores Reduz a apoptose induzida por catecolaminas É CAPAZ DE IMPEDIR A TAQUICARDIA REFLEXA QUE OCORRE EM CONSEQÜÊNCIA DO MECANISMO COMPENSATÓRIO DA ICC DIMINUI A PRESSÃO ARTERIAL PELA REDUÇÃO DO DÉBITO E FREQUÊNCIA CARDÍACA. Inibe a atividade mitogênica induzida por catecolaminas INIBE A ESTIMULAÇÃO DA PRODUÇÃO DE RENINA (MEDIADA PELOS RECEPTORES b1) CARVEDILOL POSSUI EFEITO DE BLOQUEIO a1-ADRENÉRGICO E DE CANAIS DE CA++ NEBIVOLOL ESTIMULA A PRODUÇÃO DE NO SÍNDROME DE ABSTINÊNCIA • nervosismo • taquicardia • aumento da intensidade da angina • elevação da pressão arterial • infarto do miocárdio • redução da reserva miocárdica • asma • insuficiência vascular periférica • diabetes • aumenta os níveis plasmáticos de triglicerídeos • diminui o HDL TOXICIDADE BISOPROLOL BISOPROLOL (bloqueadores b1-seletivo) = são metabolizados no fígado e apresentam meias-vidas prolongadas BISOPROLOL é iniciado na dose de 5 mg/dia CARVEDILOL • O CARVEDILOL também é administrado como mistura racêmica . • a doses inicial habitual é de 6,25 mg, duas vezes ao dia METOPROLOL • É APROXIMADAMENTE EQUIPOTENTE AO PROPRANOLOL NA INIBIÇÃO DOS RECEPTORES BETA1, PORÉM TEM UMA POTÊNCIA 50 A 100 VEZES MENOR DO QUE O PROPRANOLOL NOS BLOQUEIO DOS BETA2 • PODE SER UTILIZADO EM PORTADORES DE ASMA BRÔNQUICA, DIABETES OU DOENÇA VASCULAR PERIFÉRICA Metoprolol Carvedilol INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA ( IECA) SISTEMA RENINA-ANGIOTENSINA-ALDOSTERONA Vasodilatação Queda da pressão Renina Angiotensinogênio Angiotensina I Angiotensina II Vasoconstrição Aldosterona Renina-Angiotensina-Aldosterona Enzima Conversora de Angiotensina Aumento do batimento Aumento do volume Aumento do trabalho cardíaco Aumento da pressão arterial Centro vaso motor Nervos simpáticos Vasoconstrição Exerce um papel independente e equivalente à angiotensina II no desenvolvimento de danos no tecido cardiovascular. AMINOGLUTETIMIDA (-) ANGIOTENSINA (+) C O O CH2OH OC O HO 11-desoxicorticosterona Corticosterona 11bhidrox 11bhidrox HO O C O CH2OH O OC OH OH 11 desoxicortisol Hidrocortisona(cortisol) 17 ahidrox 17 ahidrox Estradiol Estrona Estriol VIA DOS GLICO 21bhidrox 3bdes. CH2OH O C CH3 O O CH3 C OH OH 17aHidroxipregenolona OH O CH3 C O CH2OH Progesterona 3bdes. 21bhidrox 17 ahidrox OH VIA DOS MINERALO C CH3 O Pregnenolona 17 ahidrox 21 20 19 18 17 16 1514 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 DC BA OH 22 23 24 25 26 27 COLESTEROL ACTH (+) OH O desidroepiandrosterona O O 3bdes. Androstenodiona VIA DOS HORMÔNIOS SEXUAIS 17aHidroxiprogesterona Angiotensina II HO O C O CH2OH OHC Aldosterona ALDOSTERONA É produzida na zona glomerulosa da glândula adrenal. Se liga aos receptores mineralocorticóides nas células epiteliais renais que resulta na reabsorção de Na+, excreção de K+ e retenção passiva de água. Aldosterona inibe a liberação de óxido nítrico mediada pela ACh no endotélio vascular. Aldosterona, em pacientes hipertensos, causa retenção de Na+ continuamente, resultando em edema e perda de K+ e Mg++, o que contribui para as arritmias ventriculares. Aldosterona potencializa a ação das catecolaminas por bloquear o uptake da noradrenalina no miocárdio. Aldosterona produzmaior grau de proteinúria e glomeruloesclerose. Aldosterona induz a upregulation dos receptores da angiotensina II no músculo liso dos vasos. Aldosterona Aumento de Na+ e volume Redução de cardiomiócitos e elevação de fibrose Redução de K+ e Mg+ Elevação de fibrose Hipertensão Disfunção endotelial Fibrose perivascular Edema Remodelamento Arritmia Evento isquêmico PROGRESSÃO DA INSUFICIÊNCIA CARDÍACA DUAS CLASSES DE FÁRMACOS ATUAM ESPECIFICAMENTE SOBRE O SISTEMA RENINA- ANGIOTENSINA: • INIBIDORES DA ECA • INIBIDORES COMPETITIVOS DA ANGIOTENSINA = LOSARTAN e outros ANTAGONISTAS NÃO-PEPTÍDICOS, e o peptídio SARALASINA (não é mais utilizada clinicamente) EFEITOS DOS INIBIDORES DA ECA IECA Profa. Eline Matheus FARMACOCINÉTICA CAPTOPRIL ENALAPRIL LISINOPRIL BIOTRANSFORMAÇÃO ATIVO NÃO SOFRE METABOLIZAÇÃO HEPÁTICA METABÓLITOS ATIVOS ELIMINAÇÃO RENAL INATIVO SOFRE METABOLIZAÇÃO HEPÁTICA PRODUTO ATIVO ELIMINAÇÃO RENAL E NAS FEZES ATIVO NÃO SOFRE METZBOLIZAÇÃO HEPÁTICA ELIMINAÇÃO RENAL Profa. Eline Matheus INIBIDORES DA ENZIMA CONVERSORA DE ANGIOTENSINA CAPTOPRIL, ENALAPRIL, LISINOPRIL EFEITOS FARMACOLÓGICOS: • PEQUENA REDUÇÃO DA PA • REDUÇÃO DO TRABALHO CARDÍACO • NÃO AFETAM A CONTRATILIDADE CARDÍACA • ATUAM NOS LEITOS VASCULARES RENAIS, CORAÇÃO E CÉREBRO COLATERAIS: • RASHES CUTÂNEOS • NEUTROPENIA • LESÃO RENAL • TOSSE INIBIDORES DO RECEPTOR DE ANGIOTENSINA I EFEITOS DA ANG. II ANGIOTENSINA II (+) Receptor AT1 Resposta Pressora Remodelamento hipertrófico e vascular Aumento da RVP: -vasoconstricção -neurotransmissão adrenérgica Alteração da função renal: -Liberação de Aldosterona Alteração estrutural cardíaca: -expressão de proto-oncogens -produção de fator de crescimento -síntese de matrix extracelular (+) Receptor AT2 •Efeito vasodilatador • Pode contrabalancear ações vasoconstritoras de AT1 Inibição da proliferação celular e crescimento Hipotensão Inibição do remodelamento Mecanismo de ação na Angiotensina II no receptor AT1 BLOQUEADORES DOS RECEPTORES DA ANGIOTENSINA LOSARTAN & VALSARTAN: • t1/2 2,5 hrs (metabolito de 6-9 hrs) e 9 hrs • PRIMEIROS BLOQUEADORES DOS RECEPTORES AT1 • não atuam sobre o metabolismo da bradicinina • ativos por via oral • extensamente metabolizados (CYP2C9) • dose diária: 25-100 mg / 1 ou 2x dia e 80-320mg / 1x dia CANDESARTAN, EPROSARTAN, IRBESARTAN E TELMISARTAN: • t1/2 de 9 hrs / 5-9 hrs / 11-15 hrs e 24 hrs • dose diária: 4-32mg -1 ou 2 x dia / 400-800 mg - 1 ou 2 x dia / 150-300mg - dia / 40-80 mg – dia • eliminação: renal (33%) e hepática (67%) / renal e hepática / renal (20%) e hepática (80%) / hepática Efeitos Adversos: • Fetopáticos (interrompidos antes do 2º trimestre); • Hipotensão; • Oligúria; • Azotemia progressiva; • Insuficiência renal; • Hipopotassemia; • Aumenta efeito hipotensor com outros anti-hipertensivos;
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