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1 DESEMPENHO DE EDIFICAÇÕES 1 SUMÁRIO NOSSA HISTÓRIA..................................................................................................................... 3 VISÃO GERAL .......................................................................................................................... 4 RESPONSABILIDADE DE APLICAÇÃO DA NORMA DE DESEMPENHO ........................................ 6 NBR 15.575_2013 – EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS – DESEMPENHO ....................................... 9 O TERMOS E DEFINIÇÕES ..............................................................................................12 1. 17 O DESEMPENHO ESTRUTURAL ........................................................................................19 Requisito ........................................................................................................................19 Critério ...........................................................................................................................20 Método de Avaliação .....................................................................................................20 O SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO ..................................................................................20 Requisito ........................................................................................................................21 Critério ...........................................................................................................................22 Método de Avaliação .....................................................................................................23 O SEGURANÇA NO USO E NA OPERAÇÃO ..........................................................................23 Requisito ........................................................................................................................23 Critério ...........................................................................................................................24 Método de avaliação ......................................................................................................25 O ESTANQUEIDADE ......................................................................................................25 Requisito ........................................................................................................................25 Critério ...........................................................................................................................26 Método de Avaliação .....................................................................................................26 O DESEMPENHO TÉRMICO.............................................................................................27 Requisito ........................................................................................................................27 Critério ...........................................................................................................................28 Método de avaliação ......................................................................................................30 O DESEMPENHO ACÚSTICO ...........................................................................................30 Requisito ........................................................................................................................31 Critério ...........................................................................................................................32 Método de avaliação ......................................................................................................33 O DESEMPENHO LUMÍNICO ...........................................................................................33 Requisito ........................................................................................................................33 Critério ...........................................................................................................................34 Método de avaliação ......................................................................................................35 O DURABILIDADE E MANUTENIBILIDADE ...........................................................................36 2 Requisito ........................................................................................................................37 Critério ...........................................................................................................................38 Método de avaliação ......................................................................................................39 O SAÚDE, HIGIENE E QUALIDADE DO AR ...........................................................................39 Requisito ........................................................................................................................40 Critério ...........................................................................................................................41 Método de avaliação ......................................................................................................41 O FUNCIONALIDADE E ACESSIBILIDADE .............................................................................41 Requisito ........................................................................................................................42 Critério ...........................................................................................................................43 Método de avaliação ......................................................................................................44 O CONFORTO TÁTIL E ANTROPODINÂMICO ........................................................................44 Requisito ........................................................................................................................45 Critério ...........................................................................................................................46 Método de avaliação ......................................................................................................46 2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................................................................47 3 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 4 VISÃO GERAL Segundo Borges (2008), o conceito de desempenho na construção civil está, há muitos anos, associado ao comportamento em uso das edificações, dentro de certas condições. O desafio é que este comportamento atenda às expectativasdos usuários das edificações ao longo de uma determinada vida útil e dentro da realidade técnica e socioeconômica de cada país e empreendimento. As sociedades modernas passam por intensas transformações que abrangem a organização social, os modelos econômicos, o desenvolvimento tecnológico, o aproveitamento racional de recursos e o respeito à natureza (Guia CBIC, 2013). Nesse contexto de mudanças, que influenciarão todo o futuro do planeta e dos nossos semelhantes, é que foram desenvolvidos, os textos da normalização brasileira de Desempenho de Habitações. O conceito de desempenho se encontra bem consolidado no meio acadêmico, porém sua aplicação prática é bastante difícil e envolve muitos conflitos de interesses. No caso brasileiro, com o grande crescimento do mercado da construção civil, a publicação da primeira Norma Brasileira de Desempenho de Edificações é oportuna para que haja uma reflexão sobre como atendê-la e utilizá- la, além do próprio conceito de desempenho em benefício de todos os agentes do setor. De acordo com Costella et al. (2017), anteriormente à norma de desempenho, não havia uma norma específica que garantisse ao consumidor que a edificação habitacional que ele estava adquirindo desempenharia um comportamento em uso adequado no decorrer do tempo. Para os consumidores, esta Norma irá ao encontro do que procuram na hora de adquirir seu imóvel, já que buscam conforto, estabilidade, vida útil adequada da edificação, segurança estrutural e contra incêndio (Guia CBIC, 2013). A construção civil ainda possui métodos arcaicos e é considerado um dos mercados mais difíceis para adaptação de novas metodologias. O desafio é promover condições de viabilidade para investimentos em máquinas, processos produtivos e qualificação de mão de obra, com vista à sustentabilidade da indústria da construção civil (Guia CBIC, 2013). Lorenzi (2013) afirma que a NBR 15575 representa um avanço para o Brasil. A partir do conceito de comportamento em uso, inicia-se um pensamento relacionado ao desempenho desde a concepção do projeto. Segundo o guia CBIC (2013) a norma de desempenho estabelece parâmetros, objetivos e quantitativos que podem ser medidos. Dessa forma, buscam-se: Rastreabilidade - Disciplinamento das relações entre os elos da cadeia econômica; Perícias - Diminuição das incertezas dos critérios subjetivos; Instrumentação do Código de Defesa do Consumidor; Estímulo à redução da concorrência predatória; Um instrumento de diferenciação das empresas. 5 Avaliar o desempenho dos sistemas construtivos constitui o caminho para a evolução de todos que compõem a cadeia da construção civil. 6 RESPONSABILIDADE DE APLICAÇÃO DA NORMA DE DESEMPENHO Souza et al (2018) apresenta que a responsabilidade da aplicação da Norma de Desempenho é distribuída entre os principais agentes do setor de construção civil. A responsabilidade de demonstrar a qualidade do produto é do fornecedor. Cabe aos fornecedores de materiais e produtos comprovar o atendimento às normas técnicas, prescritivas e anteriores à norma de desempenho. Aos projetistas cabe especificar materiais, produtos e processos que atendam o desempenho mínimo estabelecidos em norma e estabelecer a vida útil projetada (VUP) de cada sistema. Às incorporadoras ou construtoras, comprovar o atendimento de seus sistemas à norma de desempenho, sendo obrigatório que atinjam o nível de desempenho mínimo e exigir comprovação de atendimento das normas técnicas relativas a materiais e produtos. A NBR 15575 (2013) define como: Fornecedor: Pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços. Incorporador: Pessoa física ou jurídica, comerciante ou não, que, embora não efetuando a construção, compromisse ou efetive a venda de frações ideais de terreno, objetivando a vinculação de tais frações a unidades autônomas, em edificações a serem construídas ou em construção sob regime condominial, ou que meramente aceita propostas para efetivação de tais transações, coordenando e levando a termo a incorporação e responsabilizando-se, conforme o caso, pela entrega em certo prazo, preço e determinadas condições das obras concluídas. FIQUE LIGADO! Norma Prescritiva: Conjunto de requisitos e critérios estabelecidos para um produto ou um procedimento específico, com base na consagração do uso ao longo do tempo. NBR 15575-1 (2013) 7 Construtor: Pessoa física ou jurídica, legalmente habilitada, contratada para executar o empreendimento, de acordo com o projeto e em condições mutuamente estabelecidas. Para Souza et al (2018) a aplicação da Norma de Desempenho envolve desafios, como mudanças no processo de projeto, no processo de produção, na cadeia de fornecedores e na fiscalização. O projeto deve ser o norteador principal para o processo de atendimento à Norma, portanto é necessário maior empenho dos projetistas para que, através do conhecimento dos requisitos solicitados, possam elaborar projetos integrados e compatibilizados e com especificações de materiais e memoriais mais detalhados. O envolvimento dos projetistas demonstra ser o elemento mais importante de todo o processo, pois consiste no principal determinante para que a edificação atinja os critérios de desempenho estabelecidos. Eles alegam que a adequação ao conceito de desempenho demanda grande envolvimento e resulta em maior prazo para a elaboração dos projetos (Figura 1), tendo em vista necessidade de maior pesquisa de normas, maior conhecimento técnico de materiais e necessidade de preparação dos profissionais. Figura 1 – Processo de projeto para atendimento à Norma – Uso da Ferramenta BIM Fonte: Nardelli, 2009. O desafio para as empresas construtoras está em garantir que a execução atenda aos requisitos determinados no projeto. A partir da implantação da NBR nº 15.575/2013, o não atendimento aos requisitos de desempenho e erros de execução podem colocar a empresa construtora em posição vulnerável perante os clientes. 8 Embora a compra de imóveis normalmente ocorra mais pela aparência do que pela qualidade embutida, o proprietário pode recorrer, enquanto no prazo de vida útil, aos ensaios e às análises específicas como comprovação do desempenho, sobre risco de responsabilizar a incorporadora ou construtora por propaganda enganosa e danos morais. Quanto à cadeia de fornecedores, existe um grande desafio no sentido de apresentar melhorias na adequação de produtos às exigências de desempenho referentes a especificações técnicas, prazo de vida útil e recomendações ao uso e à manutenção, incluindo a disponibilidade de informações. Não existe um programa oficial de incentivo para os fornecedores se adaptarem à NBR 15.575/2013. Porém, o Ministério das Cidades trabalha neste objetivo por meio do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat (PBQP-H). Os programas de certificação de produtos (selo Procel) e para edificações (Procel edifica e Selo Casa Azul da Caixa), apesar de estarem relacionados ao desempenho, não estão diretamente associados à Norma. Outro desafio na aplicabilidade da norma consiste na melhoria de laboratórios para a realização de ensaios. A falta de infraestrutura laboratorial para a realização dos ensaios previstos na norma é um forte empecilho para a sua implementação. 9 NBR 15.575_2013 – EDIFICAÇÕES HABITACIONAIS – DESEMPENHO O guia CBIC apresenta que a norma foi redigida segundo modelos internacionais de normalização de desempenho e compreende seis partes: Parte 1: Requisitos gerais Parte 2: Requisitos para os sistemas estruturais Parte 3: Requisitos paraos sistemas de pisos Parte 4: Requisitos para os sistemas de vedações verticais internas e externas Parte 5: Requisitos para os sistemas de coberturas Parte 6: Requisitos para os sistemas hidrossanitários Segundo Lorenzi (2013), a ABNT NBR 15575 (2013) tem como objetivo regular e avaliar o desempenho de edificações apresentando: Requisitos Critérios Métodos de avaliação o Análise de projeto o Simulação computacional o Ensaios experimentais o Inspeções técnicas Segundo Souza et al (2018) o desempenho dos sistemas depende das características dos materiais utilizados e suas, das técnicas construtivas empregadas e da capacitação da mão de obra executiva, como observa-se no centro da Figura 2, que também ilustra as partes da norma e as relações que resultam no desempenho. 10 Figura 2 - Características e divisões da norma de desempenho Fonte: Souza et al., 2018. Cada parte da norma foi organizada por elementos da construção, percorrendo uma sequência de exigências dos usuários relativas à: Segurança: As exigências do usuário relativas à segurança são expressas pelos seguintes fatores: o Desempenho mecânico o Segurança contra incêndio o Segurança no uso e operação Habitabilidade: As exigências do usuário relativas à habitabilidade são expressas pelos seguintes fatores: o Estanqueidade o Desempenho térmico 11 o Desempenho acústico o Desempenho lumínico o Saúde, higiene e qualidade do ar o Funcionalidade e acessibilidade o Conforto tátil e antropodinâmico Sustentabilidade: As exigências do usuário relativas à sustentabilidade são expressas pelos seguintes fatores: o Durabilidade o Manutenibilidade o Impacto ambiental Sendo atendidos os requisitos e critérios estabelecidos na norma, considera-se para todos os efeitos que foram satisfeitas as exigências do usuário. Em função das necessidades básicas de segurança, saúde, higiene e de economia, são estabelecidos para os diferentes sistemas: Requisitos Mínimos de desempenho (M): Que devem ser considerados e atendidos. Valores relativos ao nível Intermediário (I) Valores relativos ao nível Superior (S) A NBR 15575 (2013) refere-se a Sistemas que compõem Edificações Habitacionais, independentemente dos seus materiais constituintes e do sistema construtivo utilizado, buscando atender às exigências dos usuários. O foco está nas exigências dos usuários para o edifício habitacional e seus sistemas, quanto ao seu comportamento em uso e não na prescrição de como os sistemas são construídos. 12 o Termos e Definições A NBR 15575 (2013) define os seguintes termos, como: CONDIÇÕES DE EXPOSIÇÃO: Conjunto de ações atuantes sobre a edificação habitacional, incluindo cargas gravitacionais, ações externas e ações resultantes da ocupação. DEGRADAÇÃO: Redução do desempenho devido à atuação de um ou de vários agentes de degradação. AGENTE DE DEGRADAÇÃO: Tudo aquilo que agindo sobre um sistema contribui para reduzir seu desempenho. FALHA: Ocorrência que prejudica a utilização do sistema ou do elemento, resultando em desempenho aquém do requerido. PATOLOGIA: Não conformidade que se manifesta no produto em função de falhas no projeto, na fabricação, na instalação, na execução, na montagem, no uso ou na manutenção bem como problemas que não decorram do envelhecimento natural. EXIGÊNCIAS DO USUÁRIO: Conjunto de necessidades do usuário da edificação habitacional a serem satisfeitas por este (e seus sistemas), de modo a cumprir com suas funções. DESEMPENHO: Comportamento em uso de uma edificação e de seus sistemas. COMENTÁRIO GUIA CBIC 2013 O desempenho da mesma edificação poderá variar de um local para outro e de um ocupante para outro (cuidados diferentes no uso e na manutenção, por exemplo). Ou seja, variará em função das condições de exposição. 13 CRITÉRIOS DE DESEMPENHO: Especificações quantitativas dos requisitos de desempenho, expressos em termos de quantidades mensuráveis, a fim de que possam ser objetivamente determinados. REQUISITOS DE DESEMPENHO: Condições que expressam qualitativamente os atributos que a edificação habitacional e seus sistemas devem possuir, a fim de que possam satisfazer as exigências do usuário. NORMA DE DESEMPENHO: Conjunto de requisitos e critérios estabelecidos para uma edificação habitacional e seus sistemas, com base em exigências do usuário, independentemente da sua forma ou dos materiais constituintes. RETROFIT: Remodelação ou atualização do edifício ou de sistemas, através da incorporação de novas tecnologias e conceitos, normalmente visando valorização do imóvel, mudança de uso, aumento da vida útil, eficiência operacional e energética. COMENTÁRIO GUIA CBIC 2013 A norma 15575 aplica-se a edificações habitacionais com qualquer número de pavimentos. O texto normativo apresenta as ressalvas necessárias no caso de exigências aplicáveis somente para edificações de até cinco pavimentos. A norma não se aplica a: Obras já concluídas / construções pré-existentes; Obras em andamento na data da entrada em vigor da norma; Projetos protocolados nos órgãos competentes até a data da entrada em vigor da norma; Obras de reformas ou retrofit; Edificações provisórias. 14 COMPONENTE: Unidade integrante de determinado elemento da edificação, com forma definida e destinada a cumprir funções específicas. o Bloco de alvenaria o Telha o Folha de porta ELEMENTO: Parte de um sistema com funções específicas. Geralmente é composto por um conjunto de componentes. o Parede de vedação de alvenaria o Painel de vedação pré-fabricado o Estrutura de cobertura SISTEMA: A maior parte funcional do edifício. Conjunto de elementos e componentes destinados a cumprir com uma macro função que a define. o Fundação o Estrutura o Vedações verticais o Instalações hidrossanitárias o Cobertura INSPEÇÃO PREDIAL DE USO E MANUTENÇÃO: Verificação, através de metodologia técnica, das condições de uso e de manutenção preventiva e corretiva da edificação. OPERAÇÃO: Conjunto de atividades a serem realizadas em sistemas e equipamentos com a finalidade de manter a edificação em funcionamento adequado. MANUAL DE OPERAÇÃO, USO E MANUTENÇÃO: Documento que reúne apropriadamente todas às informações necessárias para orientar as atividades de operação, uso e manutenção da edificação. MANUTENIBILIDADE: Grau de facilidade de um sistema, elemento ou componente de ser mantido ou recolocado no estado no qual possa executar suas funções requeridas, sob condições de uso especificadas, quando a manutenção é executada sobre condições determinadas, procedimentos e meios prescritos. 15 DURABILIDADE: Capacidade da edificação ou de seus sistemas de desempenhar suas funções, ao longo do tempo e sob condições de uso e manutenção especificadas. Figura 3 - Recuperação do desempenho por ações de manutenção Fonte: CBIC, 2013. MANUTENÇÃO: Conjunto de atividades a serem realizadas ao longo da vida total da edificação para conservar ou recuperar a sua capacidade funcional e de seus sistemas constituintes de atender as necessidades e segurança dos COMENTÁRIO GUIA CBIC 2013 O termo durabilidade expressa o período esperado de tempo em que um produto tem potencial de cumprir as funções a que foi destinado, num patamar de desempenho igual ou superior àquele predefinido. Para tanto, há necessidade de correta utilização e realização de manutenções periódicas em estrita obediência às recomendações do fornecedor do produto, sendo que as manutenções devem recuperar parcialmente a perda de desempenho resultante da degradação, Figura 3. 16 seus usuários. O Quadro 1 apresenta o custo de manutenção e reposição ao longo da vida útil daedificação. Quadro 1 - Custo de manutenção e reposição ao longo da vida útil Fonte: NBR 15575 – Parte 1, 2013. PRAZO DE GARANTIA LEGAL: Período de tempo previsto em lei que o consumidor dispõe para reclamar dos vícios (defeitos) verificados na compra de produtos duráveis. PRAZO DE GARANTIA CERTIFICADA: Período de tempo, acima do prazo de garantia legal, oferecido voluntariamente pelo fornecedor (incorporador, construtor ou fabricante) na forma de certificado ou termo de garantia ou contrato, para que o consumidor possa reclamar dos vícios (defeitos) verificados na compra de seu produto. Este prazo pode ser diferenciado para cada um dos componentes do produto a critério do fornecedor. VIDA ÚTIL (VU): Período de tempo em que um edifício e/ou seus sistemas se prestam às atividades para as quais foram projetados e construídos considerando a periodicidade e correta execução dos processos de manutenção especificados no respectivo Manual de Uso, Operação e Manutenção (a vida útil não pode ser confundida com prazo de garantia legal e certificada). 17 VIDA ÚTIL DE PROJETO (VUP): Período estimado de tempo para o qual um sistema é projetado a fim de atender aos requisitos de desempenho estabelecidos nesta norma, considerando o atendimento aos requisitos das normas aplicáveis, o estágio do conhecimento no momento do projeto e supondo o cumprimento da periodicidade e correta execução dos processos de manutenção especificados no respectivo Manual de Uso, Operação e Manutenção (a VUP não deve ser confundida com tempo de vida útil, durabilidade, prazo de garantia legal e certificada). 1. SISTEMA DE PISO: Sistema horizontal ou inclinado (Figura 4) composto por um conjunto parcial ou total de camadas (por exemplo, camada estrutural, camada de contrapiso, camada de fixação, camada de acabamento) destinado a cumprir a função de estrutura, vedação e tráfego, conforme os critérios definidos na norma. Figura 4 - Exemplo genérico de um sistema de pisos e seus elementos. Fonte: NBR 15575-3, 2013. COMENTÁRIO GUIA CBIC 2013 A VUP e uma estimativa teórica de tempo que compõe a vida util. Poderá ou não ser atingida em função da eficiência e constância dos processos de manutenção, cuidados na utilização do imóvel, alterações no clima ou no entorno da obra, etc. A VUP deverá estar registrada nos projetos das diferentes disciplinas, assumindo-se que será atendida a VUP mínima prevista na norma quando não houver indicação. 18 SISTEMAS DE VEDAÇÃO VERTICAL INTERNO E EXTERNO (SVVIE): Partes da edificação habitacional que limitam verticalmente a edificação e seus ambientes, como as fachadas e as paredes ou divisórias internas. SISTEMA DE COBERTURA (SC): Conjunto de elementos / componentes, dispostos no topo da construção, com as funções de assegurar estanqueidade às águas pluviais e salubridade, proteger demais sistemas da edificação habitacional ou elementos e componentes da deterioração por agentes naturais, e contribuir positivamente para o conforto termoacústico da edificação habitacional. SISTEMA HIDROSSANITÁRIO: Sistemas hidráulicos prediais destinados a suprir os usuários com água potável e de reuso, e a coletar e afastar os esgotos sanitários, bem como coletar e dar destino às águas pluviais 19 o Desempenho Estrutural A NBR 15575 - Parte 1 (2013) define requisitos, critérios e método de avaliação gerais para o Desempenho Estrutural, tratado especificamente na Parte 2 da norma. Requisito Estabilidade e resistência estrutural: Evitar a ruína da estrutura pela ocorrência de algum estado-limite último. Deformações, fissurações ocorrência de outras falhas: Circunscrever as deformações resultantes das cargas de serviço e as deformações impostas ao edifício habitacional ou sistema a valores que não causem prejuízos ao desempenho de outros sistemas e não causem comprometimento da durabilidade da estrutura. Os estados-limites últimos (ELU) determinam a paralisação, no todo ou em parte, do uso da construção, por sua simples ocorrência. 20 Critério As estruturas devem ser projetadas, construídas e montadas de forma a atender aos requisitos estabelecidos na ABNT NBR 15575 – Parte 2, consideradas as especificidades registradas nas Normas Brasileiras vigentes. No estado limite último, o desempenho estrutural de qualquer edificação deve ser verificado pelas Normas Brasileiras de projeto estrutural específicas. Método de Avaliação Análise do projeto estrutural, verificando sua conformidade com as Normas Brasileiras específicas e com as premissas de projeto indicadas em 7.2.1.2 e na ABNT NBR 15575-2. o Segurança contra Incêndio A NBR 15575 - Parte 1 (2013) define requisitos, critérios e método de avaliação gerais para garantir a Segurança contra Incêndio. 21 Requisito Dificultar o princípio do incêndio: Dificultar a ocorrência de princípio de incêndio por meio de premissas adotadas no projeto e na construção da edificação. Facilitar a fuga em situação de incêndio: Facilitar a fuga dos usuários em situação de incêndio. Dificultar a inflamação generalizada: Dificultar a ocorrência da inflamação generalizada no ambiente de origem de eventual incêndio. Dificultar a propagação do incêndio: Dificultar a propagação de incêndio para unidades contíguas. Segurança estrutural: Minimizar o risco de colapso estrutural da edificação em situação de incêndio. Sistema de extinção e sinalização de incêndio: Dispor de sistemas de extinção e sinalização de incêndio. 22 Critério Para dificultar o princípio do incêndio: Proteção contra descargas atmosféricas, Proteção contra risco de ignição nas instalações elétricas e Proteção contra risco de vazamentos nas instalações de gás. Instalação de rotas de fuga Para dificultar a propagação superficial de chamas: Os materiais de revestimento, acabamento e isolamento termoacústico empregados na face interna dos sistemas ou elementos que compõem a edificação devem ter as características de propagação de chamas controladas, de forma a atender aos requisitos estabelecidos nas ABNT NBR 15575-3 a ABNT NBR 15575-5. Isolamento de risco à distância: A distância entre edifícios deve atender à condição de isolamento, considerando-se todas as interferências previstas na legislação vigente. Isolamento de risco por proteção: As medidas de proteção, incluindo no sistema construtivo o uso de portas ou selos corta-fogo devem possibilitar que o edifício seja considerado uma unidade independente. Equipamentos de extinção, sinalização e iluminação de emergência: O edifício habitacional deve dispor de sinalização, iluminação de emergência e equipamentos de extinção do incêndio. 23 Método de Avaliação Análise do projeto ou inspeção em protótipo e atendimento a outras normas vigentes. o Segurança no Uso e na Operação A NBR 15575 - Parte 1 (2013) define requisitos, critérios e método de avaliação gerais para garantir a Segurança no Uso e Operação dos sistemas e componentes da edificação habitacional. Esses devem ser considerados em projeto, especialmente no que diz respeito a agentes agressivos (proteção contra queimaduras e pontos e bordas cortantes, por exemplo). Requisito Segurança na utilização do imóvel: Assegurar que tenham sido tomadas medidas de segurança aos usuários da edificação habitacional. Segurança das instalações: Evitar a ocorrência de ferimentos ou danos aos usuários, em condições normais de uso. 24 Critério Segurança na utilização dos sistemas: Os sistemas não devem apresentar: o Rupturas, instabilizações, tombamentos ou quedas que possam colocar em risco a integridade física dos ocupantes ou de transeuntes nas imediações do imóvel; o Partes expostas cortantes ou perfurantes; o Deformaçõese defeitos acima dos limites especificados nas ABNT NBR 15575-2 a ABNT NBR 15575-6 Premissas de projeto: Devem ser previstas no projeto e na execução formas de minimizar, durante o uso da edificação, o risco de: o Queda de pessoas em altura: telhados, áticos, lajes de cobertura e quaisquer partes elevadas da construção; o Acessos não controlados aos riscos de quedas; o Queda de pessoas em função de rupturas das proteções as quais deverão ser testadas conforme ou possuírem memorial de cálculo assinado por profissional responsável que comprove seu desempenho; o Queda de pessoas em função de irregularidades nos pisos, rampas e escadas, conforme a ABNT NBR 15575-3; o Ferimentos provocados por ruptura de subsistemas ou componentes, resultando em partes cortantes ou perfurantes; o Ferimentos ou contusões em função da operação das partes móveis de componentes, como janelas, portas, alçapões e outros; o Ferimentos ou contusões em função da dessolidarização ou da projeção de materiais ou componentes a partir das coberturas e das fachadas, tanques de lavar, pias e lavatórios, com ou sem pedestal, e de componentes ou equipamentos normalmente fixáveis em paredes; o Ferimentos ou contusões em função de explosão resultante de vazamento ou de confinamento de gás combustível. 25 Método de avaliação Análise do projeto ou inspeção em protótipo. o Estanqueidade A NBR 15575 - Parte 1 (2013) define requisitos, critérios e método de avaliação gerais para garantir a Estanqueidade quanto a exposição à água de chuva, à umidade proveniente do solo e aquela proveniente do uso da edificação habitacional. Estas devem ser consideradas em projeto, pois a umidade acelera os mecanismos de deterioração e acarreta a perda das condições de habitabilidade e de higiene do ambiente construído. Requisito Estanqueidade a fontes de umidade externas à edificação: Assegurar estanqueidade às fontes de umidades externas ao sistema. Estanqueidade a fontes de umidade internas à edificação: Assegurar a estanqueidade à água utilizada na operação e manutenção do imóvel em condições normais de uso. 26 Critério Estanqueidade à água de chuva e à umidade do solo e do lençol freático: Atendimento aos requisitos especificados nas ABNT NBR 15575- 3 a NBR 15575-5. Premissas de projeto: Devem ser previstos nos projetos a prevenção de infiltração da água de chuva e da umidade do solo nas habitações, por meio dos detalhes indicados a seguir: o Condições de implantação dos conjuntos habitacionais, de forma a drenar adequadamente a água de chuva incidente em ruas internas, lotes vizinhos ou mesmo no entorno próximo ao conjunto; o Impermeabilização de porões e subsolos, jardins contíguos às fachadas e quaisquer paredes em contato com o solo, ou pelo direcionamento das águas, sem prejuízo da utilização do ambiente e dos sistemas correlatos e sem comprometer a segurança estrutural. Em havendo sistemas de impermeabilização, estes devem seguir a NBR 9575; o Impermeabilização de fundações e pisos em contato com o solo; o Ligação entre os diversos elementos da construção (como paredes e estrutura, telhado e paredes, corpo principal e pisos ou calçadas laterais). Estanqueidade à água utilizada na operação e manutenção do imóvel: Devem ser previstos no projeto detalhes que assegurem a estanqueidade de partes do edifício que tenham a possibilidade de ficar em contato com a água gerada na ocupação ou manutenção do imóvel, devendo ser verificada a adequação das vinculações entre instalações de água, esgotos ou águas pluviais e estrutura, pisos e paredes, de forma que as tubulações não venham a ser rompidas ou desencaixadas por deformações impostas. Método de Avaliação Análise do projeto e métodos de ensaio especificados nas ABNT NBR 15575-3 a NBR 15575-5. 27 o Desempenho térmico A NBR 15575 - Parte 1 (2013) define requisitos, critérios e método de avaliação gerais para garantir o Desempenho Térmico, a edificação habitacional deve reunir características que atendam às exigências de desempenho térmico, considerando-se a zona bioclimática. Requisito Exigências de desempenho no verão: Apresentar condições térmicas no interior do edifício habitacional melhores ou iguais às do ambiente externo, à sombra, para o dia típico de verão; Exigências de desempenho no inverno: Apresentar condições térmicas no interior do edifício habitacional melhores que do ambiente externo, no dia típico de inverno. 28 Critério Valores máximos de temperatura: O valor máximo diário da temperatura do ar interior de recintos de permanência prolongada, como, por exemplo, salas e dormitórios, sem a presença de fontes internas de calor (ocupantes, lâmpadas, outros equipamentos em geral), deve ser sempre menor ou igual ao valor máximo diário da temperatura do ar exterior. Quadro 2 - Dados de dias típicos de verão de algumas cidades Brasileiras Fonte: Adaptado NBR 15575 – Parte 1, 2013. Valores mínimos de temperatura: Os valores mínimos diários da temperatura do ar interior de recintos de permanência prolongada, como por exemplo salas e dormitórios, no dia típico de inverno, devem ser sempre maiores ou iguais à temperatura mínima externa acrescida de 3 °C. 29 Quadro 3 - Dados de dias típicos de inverno de algumas cidades Brasileiras Fonte: Adaptado NBR 15575 – Parte 1, 2013. 30 Método de avaliação Simulação computacional conforme procedimentos apresentados em norma. o Desempenho Acústico A NBR 15575 - Parte 1 (2013) define que a edificação habitacional deve apresentar isolamento acústico adequado das vedações externas, no que se refere aos ruídos aéreos provenientes do exterior da edificação habitacional e isolamento acústico adequado entre áreas comuns e privativas. 31 Requisito Isolação acústica de vedações externas: Propiciar condições mínimas de desempenho acústico da edificação, com relação a fontes normalizadas de ruídos externos aéreos. Isolação acústica entre ambientes: Propiciar condições de isolação acústica entre as áreas comuns e ambientes de unidades habitacionais e entre unidades habitacionais distintas. Ruídos de impactos: Propiciar condições mínimas de desempenho acústico no interior da edificação, com relação a fontes padronizadas de ruídos de impacto. 32 Critério Desempenho acústico das vedações externas: A edificação deve atender ao limite mínimo de desempenho conforme estabelecido nas ABNT NBR 15575-4 e 15575-5. Isolação ao ruído aéreo entre pisos e paredes internas: Os sistemas de pisos e vedações verticais que compõem o edifício habitacional devem ser projetados, construídos e montados de forma a atender aos requisitos estabelecidos nas ABNT NBR 15575-3 e 15575-4. Ruídos gerados por impactos: Os sistemas que compõem os edifícios habitacionais devem atender aos requisitos e critérios especificados nas ABNT NBR 15575-3 e ABNT NBR 15575-5. 33 Método de avaliação Análise do projeto e atendimento aos métodos de ensaios especificados nas ABNT NBR 15575-3, NBR 15575-4 e NBR 15575-5. o Desempenho Lumínico A NBR 15575 - Parte 1 (2013) define requisitos, critérios e método de avaliação gerais para garantir o Desempenho Lumínico. Requisito Iluminação natural: Durante o dia, as dependências da edificação habitacional (sala de estar, dormitório, copa / cozinha e área de serviço) devem receber iluminação natural conveniente, oriunda diretamente do exterior ou indiretamente, através de recintos adjacentes. Iluminação artificial: Propiciar condições de iluminação artificial interna satisfatórias, segundo as Normas Brasileiras vigentes, para ocupação dos recintos e circulação nos ambientes com conforto e segurança. 34 Critério Níveis mínimosde iluminância natural: Contando unicamente com iluminação natural, os níveis gerais de iluminância nas diferentes dependências das construções habitacionais devem atender ao disposto no Quadro 4. Quadro 4 - Níveis de iluminância geral para iluminação natural Fonte: NBR 15575 – Parte 1, 2013. Níveis mínimos de iluminação artificial: Os níveis gerais de iluminação promovidos nas diferentes dependências dos edifícios habitacionais por iluminação artificial devem atender ao disposto no Quadro 5. 35 Quadro 5 - Níveis de iluminamento geral para iluminação artificial Fonte: NBR 15575 – Parte 1, 2013. Método de avaliação Simulações, medições, análise de projeto ou inspeção em protótipo conforme NBR 15575-1. 36 o Durabilidade e Manutenibilidade A NBR 15575 - Parte 1 (2013) define que a durabilidade do edifício e de seus sistemas é uma exigência econômica do usuário, pois está diretamente associada ao custo global do bem imóvel. A durabilidade de um produto se extingue quando ele deixa de cumprir as funções que lhe forem atribuídas, quer seja pela degradação que o conduz a um estado insatisfatório de desempenho, quer seja por obsolescência funcional. O período de tempo compreendido entre o início de operação ou uso de um produto e o momento em que o seu desempenho deixa de atender às exigências do usuário pré-estabelecidas é denominado vida útil. Projetistas, construtores e incorporadores são responsáveis pelos valores teóricos de Vida Útil de Projeto que podem ser confirmados por meio de atendimento às normas Brasileiras ou Internacionais ou Regionais e não havendo estas, podem ser consideradas normas estrangeiras na data do projeto. Não obstante, não podem prever, estimar ou se responsabilizar pelo valor atingido de Vida Útil (VU) uma vez que este depende de fatores fora de seu controle, tais como: O correto uso e operação do edifício e de suas partes; A constância e efetividade das operações de limpeza e manutenção; Alterações climáticas; Níveis de poluição no local; Mudanças no entorno ao longo do tempo (trânsito de veículos, rebaixamento do nível do lençol freático, obras de infraestrutura, expansão urbana, etc). 37 Requisito Vida útil de projeto do edifício e dos sistemas que o compõem: Projetar os sistemas da edificação de acordo com valores teóricos preestabelecidos de Vida Útil de Projeto. Manutenibilidade do edifício e de seus sistemas: Manter a capacidade do edifício e de seus sistemas e permitir ou favorecer as inspeções prediais, bem como as intervenções de manutenção previstas no manual de operação, uso e manutenção. 38 Critério Vida Útil de Projeto: O projeto deve especificar o valor teórico para a Vida Útil de Projeto (VUP) para cada um dos sistemas que o compõem, não inferiores aos estabelecidos no Quadro 6, e deve ser elaborado para que os sistemas tenham uma durabilidade potencial compatível com a Vida Útil de Projeto (VUP). Quadro 6 – Vida Útil de Projeto (VUP) Fonte: NBR 15575 – Parte 1, 2013. Durabilidade: O edifício e seus sistemas devem apresentar durabilidade compatível com a Vida Útil de Projeto VUP. Facilidade ou meios de acesso: Convém que os projetos sejam desenvolvidos de forma que o edifício e os sistemas projetados tenham o favorecimento das condições de acesso para inspeção predial através da instalação de suportes para fixação de andaimes, balancins ou outro meio que possibilite a realização da manutenção. 39 Método de avaliação Análise de projeto. O projeto do edifício deve atender os parâmetros mínimos de VUP e deve ser adequadamente concebido, de modo a possibilitar os meios que favoreçam as inspeções prediais e as condições de manutenção. o Saúde, Higiene e Qualidade do ar A NBR 15575 - Parte 1 (2013) define requisitos, critérios e métodos de avaliações gerais para garantir a Saúde, Higiene e Qualidade do ar. 40 Requisito Proliferação de micro-organismos: Propiciar condições de salubridade no interior da edificação, considerando as condições de umidade e temperatura no interior da unidade habitacional, aliadas ao tipo dos sistemas utilizados na construção. Poluentes na atmosfera interna à habitação: Os materiais, equipamentos e sistemas empregados na edificação não podem liberar produtos que poluam o ar em ambientes confinados, originando níveis de poluição acima daqueles verificados no entorno. Enquadram-se nesta situação os aerodispersóides, gás carbônico e outros Poluentes no ambiente de garagem: Gases de escapamento de veículos e equipamentos não podem invadir áreas internas da habitação. O sistema de exaustão ou ventilação de garagens internas deve permitir a saída dos gases poluentes gerados por veículos e equipamentos. 41 Critério Os requisitos mencionados devem atender aos critérios fixados na legislação vigente. Método de avaliação Verificação pelos métodos de ensaios estabelecidos na legislação vigente. o Funcionalidade e Acessibilidade A NBR 15575 - Parte 1 (2013) define requisitos, critérios e métodos de avaliações gerais para garantir Funcionalidade e Acessibilidade. 42 Requisito Altura mínima de pé direito: Apresentar altura mínima de pé-direito dos ambientes da habitação compatíveis com as necessidades humanas. Disponibilidade mínima de espaços para uso e operação da habitação: Apresentar espaços mínimos dos ambientes da habitação compatíveis com as necessidades humanas. Adequação para pessoas com deficiências físicas ou pessoas com mobilidade reduzida: A edificação deve prever o número mínimo de unidades para pessoas com deficiência física ou com mobilidade reduzida estabelecido na legislação vigente, e estas unidades devem atender aos requisitos da NBR 9050. As áreas comuns devem prever acesso a pessoas com deficiência física ou com mobilidade reduzida e idosos. Possibilidade de ampliação da unidade habitacional: Para unidades habitacionais térreas e assobradadas de caráter evolutivo já comercializadas com previsão de ampliação, a incorporadora ou construtora deverá fornecer ao usuário projeto arquitetônico e complementares juntamente com o manual de uso, operação e manutenção com instruções para ampliação da edificação. Recomendando-se utilizar recursos regionais e os mesmos materiais e técnicas construtivas do imóvel original. 43 Critério Altura mínima de pé direito: A altura mínima de pé-direito não pode ser inferior a 2,50 m. Em vestíbulos, halls, corredores, instalações sanitárias e despensas admite-se que o pé-direito se reduza ao mínimo de 2,30m. Nos tetos com vigas, inclinados, abobadados ou, em geral, contendo superfícies salientes altura piso a piso e ou o pé-direito mínimo, devem ser mantidos, pelo menos, em 80 % da superfície do teto, admitindo-se na superfície restante que o pé-direito livre possa descer até ao mínimo de 2,30m. Disponibilidade mínima de espaços para uso e operação da habitação: Para os projetos de arquitetura de unidades habitacionais, sugere-se prever no mínimo a disponibilidade de espaço nos cômodos do edifício habitacional para colocação e utilização dos móveis e equipamentos- padrão listados no Anexo X de caráter informativo. Adaptações de áreas comuns e privativas: As áreas privativas devem receber as adaptações necessárias para pessoas com deficiência física ou com mobilidade reduzida nos percentuais previstos na legislação, e as áreas de uso comum sempre devem obedecer ao que estabelece a ABNT NBR 9050. Ampliação de unidades habitacionais evolutivas: No projeto e na execução das edificações térreas e assobradadas de caráter evolutivo, deve ser prevista pelo incorporador ou construtor a possibilidade de ampliação, especificando-se os detalhes construtivos necessários paraligação ou a continuidade de paredes, pisos, coberturas e instalações. 44 Método de avaliação Análise de projeto. o Conforto tátil e antropodinâmico A NBR 15575 - Parte 1 (2013) define que as diretrizes para verificação das exigências dos usuários com relação a conforto tátil e antropodinâmico são normalmente estabelecidas nas respectivas Normas prescritivas dos componentes, bem como nas ABNT NBR 15575-2 a ABNT NBR 15575-6. 45 Requisito Conforto tátil e adaptação ergonômica: Não prejudicar as atividades normais dos usuários, dos edifícios habitacionais, quanto ao caminhar, apoiar, limpar, brincar e semelhantes. Não apresentar rugosidades, contundências, depressões ou outras irregularidades nos elementos, componentes, equipamentos e quaisquer acessórios ou partes da edificação. Adequação antropodinâmica de dispositivos de manobra: Apresentar formato compatível com a anatomia humana. Não requerer excessivos esforços para a manobra e movimentação. 46 Critério Adequação ergonômica de dispositivos de manobra: Os elementos e componentes da habitação (trincos, puxadores, cremonas, guilhotinas etc.) devem ser projetados, construídos e montados de forma a não provocar ferimentos nos usuários. Relativamente às instalações hidrossanitárias, devem ser atendidas as disposições da ABNT NBR 15575-6. Força necessária para o acionamento de dispositivos de manobra: Os componentes, equipamentos e dispositivos de manobra devem ser projetados, construídos e montados de forma a evitar que a força necessária para o acionamento não exceda 10 N nem o torque ultrapasse 20 Nm. Método de avaliação Análise de projetos, métodos de ensaio especificados nas Normas Brasileiras de específica dos componentes. 47 2. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575-1:2013: Edificações habitacionais – Desempenho. Parte 1: Requisitos gerais. Rio de Janeiro: ABNT, 2013. 60 p. ______. NBR 15575-2:2013: Edificações habitacionais – Desempenho. Parte 2: Requisitos para os sistemas de estruturais. Rio de Janeiro: ABNT, 2013. 32 p. ______. NBR 15575-3:2013: Edificações habitacionais – Desempenho. Parte 3: Requisitos para os Sistemas de Piso. Rio de Janeiro: ABNT, 2013. 40 p. ______. NBR 15575-4:2013: Edificações habitacionais – Desempenho. Parte 4: Requisitos para os Sistemas de Vedação Verticais Internas e Externas – SVVIE. Rio de Janeiro: ABNT, 2013. 57 p. ______. NBR 15575-5:2013: Edificações habitacionais – Desempenho. Parte 5: Requisitos para os Sistemas de Coberturas. Rio de Janeiro: ABNT, 2013. 63 p. ______. NBR 15575-5:2013: Edificações habitacionais – Desempenho. Parte 6: Sistemas Hidrossanitários. Rio de Janeiro: ABNT, 2013. 31 p. BORGES, Carlos Alberto de Moraes. O conceito de desempenho das edificações e a sua importância para o setor da construção civil. Dissertação (Mestrado) - Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. São Paulo, 2008. CBIC - Câmara Brasileira da Indústria da Construção. Desempenho de edificações habitacionais: guia orientativo para atendimento à norma ABNT NBR 15575/2013. Fortaleza: Gadioli Cipolla Comunicação, 2013. Disponível em: http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/4962. Acesso em: 24 de agosto de 2020. COSTELLA, Marcelo F.; CARUBIM, Karline; PAGLIARI, Claudivana S.; SOUZA, Nicolas S. de. Avaliação da aplicação da norma de desempenho: estudo de caso em cinco empreendimentos. Revista de Engenharia Civil IMED, 2017. Disponível em: https://seer.imed.edu.br/index.php/revistaec/article/view/2256. Acesso em: 24 de agosto de 2020. 48 LORENZI, Luciani S. Análise Crítica e Proposições de Avanço nas Metodologias de Ensaios Experimentais de Desempenho à Luz da ABNT NBR 15575 (2013) para Edificações Habitacionais de Interesse Social Térreas. Tese (Doutorado em Engenharia Civil) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, UFRGS. Porto Alegre, 2013. NARDELLI, Eduardo Sampaio. Bim e Norma de desempenho. ASBEA, 2009. Disponível em: https://slideplayer.com.br/slide/1233780/. Acesso em: 25 de agosto de 2020. SOUZA, J. L. P.; KERN, A. P.; TUTIKIAN, B. F. Análise quantiqualitativa da norma de desempenho (NBR nº 15.575/2013) e principais desafios da implantação do nível superior em edificação residencial de multipavimentos. Gestão e Tecnologia de Projetos, São Carlos, v. 13, 2018. Disponível em: http://www.periodicos.usp.br/gestaodeprojetos/article/view/133842/137878. Acesso em: 25 de agosto de 2020. 49
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