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ESTÉTICA E ARTE 2018 Prof.ª Brigitte Grossmann Cairus GABARITO DAS AUTOATIVIDADES 2 ESTÉTICA E ARTE UNIDADE 1 TÓPICO 1 1 No início desta unidade (na Introdução), conhecemos algumas definições de artistas e intelectuais famosos a respeito da arte, e nos demos conta da complexidade do universo conceitual. Dentre as definições, escolha duas com as quais você se identifique mais, e explique o porquê. R.: Dentre as definições, podemos compreender a arte como: Imitação ou criação; criação da beleza e da harmonia; algo que revela a verdade essencial ou escondida; um pensamento expressado através da forma (ou não); uma fonte de calma em um mundo caótico; fenômeno político; autoexpressão ou autobiografia; comunicação de sentimentos; como vício; uma tentativa de se obter a imortalidade; aquilo que é exibido em um museu ou galeria. 2 As teorias da estética têm sido historicamente influentes na formação de valores sobre o significado da arte. Associe as duas colunas, em termos de relação do conceito de arte como: I- Imitação II- Forma e criação III- Expressão IV- Abstração ou ideia ( ) Foi um grande avanço, que ajudou em ilusões cada vez mais convincentes das noções de profundidade e espaço em uma superfície plana. ( ) Essas ideias foram importantes porque anteciparam algumas das respostas críticas à abstração de vanguarda, que posteriormente se tornaram generalizadas. ( ) A arte deve transmitir verdades fundamentais e uma visão sobre o que significa ser humano no mundo. ( ) As formas, ideias e associações de arte são fundamentais para a experiência sensorial que ela oferece. A sequência correta da associação é: a) (x) I – II – III – IV b) ( ) IV – II – III – I c) ( ) III – IV – II – I d) ( ) II – I – III – IV 3 ESTÉTICA E ARTE TÓPICO 2 1 A partir dos estudos realizados neste tópico, descreva o que é a estética e quais são seus três subcritérios. R.: Segundo Baumgarten, a estética é uma disciplina que reflete acerca das emoções produzidas pelos objetos que são admirados pelos seres humanos. Na Grécia antiga, contudo, o termo estético já havia sido cunhado pelos filósofos como aesthesis, ou seja, sensibilidade. Quando uma obra de arte é completa, ela exibe três subcritérios: unidade, complexidade e intensidade. As obras de arte são adequadas esteticamente quando apresentam uma diversidade de elementos unidos em uma unidade formal. 2 A música pode ser conceituada, ou seja, compreendida, de maneiras diferentes. Os teóricos adotaram uma série de abordagens diferentes para a questão. Talvez a única coisa que todos os teóricos concordem seja que a música é essencialmente formada pelo som. Selecione a conceituação incorreta de música a seguir: a) (X) A abordagem estruturalista entende a música como "som desorganizado". b) ( ) A abordagem fenomenológica entende que a música é qualquer som que seja ouvido como música. c) ( ) A abordagem mais conservadora procura definir música em termos de melodia, harmonia, ritmo, metro, instrumentos, vozes e produção de sons. d) ( ) A música pode ser definida por um viés histórico que abarca os traços culturais ou sociológicos de um determinado grupo ou civilização. TÓPICO 3 1 A partir do ponto de vista conceitual da estética, qual seria a diferença entre o feio e o sublime? Dê um exemplo para cada. R.: O feio, segundo Kant, não seria oposto, mas sim o antipodal ao belo. O feio desperta um desagrado, um desgosto. O feio se encontra do lado oposto do sublime, que representa a magnitude, tão radicalmente inconcebível e incompreensível por nossas faculdades de representação e nossa imaginação. Como exemplo do feio na pintura, podemos citar a obra “Duquesa Feia” (1513) de Quentin Massys e, como exemplo do sublime, a obra “O viajante sobre o mar de névoa” (1818) de Caspar David Friedrich. 4 ESTÉTICA E ARTE 2 A experiência da beleza é um processo entre os sentidos e a razão. Na história da estética, autores forneceram numerosas definições do conceito de beleza. Assim, as diferentes definições tratam de três noções distintas de beleza, que seriam: a) ( ) A beleza em seu significado reduzido, em seu significado exclusivo e em seu significado estético. b) (x) A beleza no seu amplo significado, em seu significado exclusivo e em seu significado estético. c) ( ) A beleza em seu significado amplo, reduzido e contemporâneo. d) ( ) Nenhuma das alternativas. TÓPICO 1 1 Defina o termo estético “classicismo”, suas origens e explique por que seria importante para nós compreendermos a respeito do termo na contemporaneidade. R.: O termo "classicismo", nas artes visuais, remete-se à imitação da arte da antiguidade clássica, ou seja, à arte grega e romana, caracterizada pela noção de harmonia, equilíbrio e sensação de proporção. Grande parte da estética ocidental da arte e da arquitetura foi influenciada pelo classicismo, e sua herança pode ser sentida até os dias atuais. 2 A história da estética clássica tem seu princípio na Grécia antiga, entre o séc. VI e séc. IV a.C., e influenciou a arte e a arquitetura na Roma antiga, no Renascimento, no estilo Neoclássico e de forma mais velada na contemporaneidade. Assinale a alternativa incorreta sobre a estética da arte clássica: a) ( ) A arte clássica é conhecida por sua harmonia, equilíbrio e sensação de proporção. b) ( ) A cor, na arte clássica, está sempre subordinada à linha e à composição. c) ( ) A arquitetura clássica está intimamente regulada por proporções matemáticas. d) (x) O tema principal da arte grega era essencialmente o geometrismo. UNIDADE 2 5 ESTÉTICA E ARTE TÓPICO 2 1 Quais características tornaram o estúdio de Fidias a principal escola artística do mais puro classicismo da Grécia antiga? R.: O estúdio de Fídias, escultor, pintor e arquiteto grego, tornou-se a principal escola artística da Grécia, e seu estilo passou a ser usado daquele momento em diante pelos gregos e resgatado, posteriormente, pelos artistas romanos. Um dos melhores exemplos da qualidade clássica grega deste estúdio é a estátua perdida de Zeus em Olímpia, uma figura gigantesca, com cerca de 13m de altura, feita pelo escultor grego Fídias, por volta de 435 a.C., no santuário de Olímpia, na Grécia, e erguida no Templo de Zeus. A escultura foi feita com placas de marfim e painéis de ouro em um quadro de madeira e representava o deus Zeus sentado em um elaborado trono de madeira de cedro ornamentado com ébano, marfim, ouro e pedras preciosas. Foi considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo. 2 A força da narrativa mítica, encontrada na arte grega, ocorreu pelo fato da maioria dos gregos terem aprendido sua história de mitos de uma tradição oral rica e infinitamente variada. Muitas vezes, a arte seguia a narrativa das histórias contidas nos textos acerca da mitologia, às vezes, os textos seguiam o que estava retratado na própria arte. Acerca da narrativa mítica, identifique, a seguir, a alternativa incorreta: a) (x) A maioria das cenas mitológicas que sobreviveram aparece nas esculturas de templo, e não nos objetos de decoração comuns. b) ( ) O escultor ou pintor não podia oferecer uma narrativa contínua e havia um limite para o que poderia ser explicado através de sua obra. c) ( ) O artista grego foi obrigado a encapsular a narrativa e a mensagem de uma história em uma única cena. d) ( ) O Parthenon é incomum em ter seus temas escultóricos intimamente relacionados com Atenas e seu passado glorioso. TÓPICO 3 1 Na sua opinião, quais seriam as semelhanças da arte grega e romana? R.: As principais semelhanças entre a arte grega e romana seriam, tanto na arte como na arquitetura, o uso do corpo humano como tema central, o uso de padronagens geométricas e o emprego das noções de equilíbrio, racionalidade,serenidade e beleza clássica. 6 ESTÉTICA E ARTE 2 Respeitando as características de Roma, que detestava profundamente a monarquia, Augusto soube combinar com inteligência a tradição e a reforma ao criar, no Império, uma nova forma de governo, em que o imperador não seria rei nem tirano, mas o primeiro dos senadores, destinado a garantir o bem-estar de todos. Qual das alternativas a seguir não condiz com as contribuições de Augusto à arquitetura clássica romana? a) ( ) Augusto forneceu um forte patrocínio, que era vital para criar condições adequadas para obras de arte e edifícios em grande escala. b) ( ) Augusto construiu não menos de 82 templos em apenas um ano, além de outros tipos de construção. c) ( ) Augusto se vangloriou do fato de ter encontrado Roma como uma cidade de tijolos de barro e a ter deixado como uma cidade de mármore. d) (x) Augusto provavelmente foi o primeiro a perceber o potencial das ricas pedreiras de mármore de Carrara, perto de Luna, no norte da Itália. TÓPICO 4 1 Segundo Eduard Hanslick, Leonard Meyer e Malcolm Budd, quais conteúdos estéticos a música tem a oferecer? R.: Enquanto Hanslick afirma que o conteúdo estético da música clássica é melhor compreendido através da analogia de um arabesco em movimento, Meyer (1961) enfatiza a importância fundamental das estruturas formais, embora reconheça o conteúdo extramusical como um aspecto legítimo da música. Para ambos intelectuais, existe a intuição formalista. As qualidades esteticamente significativas da música, como forma de arte, resultam da apreciação de aspectos da própria estrutura musical, como estrutura, e que a música, como tal, não tem significado além dos padrões e relacionamentos presentes nela. Budd acrescenta que a música tem um conteúdo emocionalmente expressivo ou extramusical. Para ele, a música é abstrata, no sentido de que não depende de seu sucesso como forma de arte sobre uma relação referencial com outras áreas de nossa experiência ou conhecimento. 2 Peter Kivy argumenta que a música é “uma estrutura quase-sintática”, que é compreensível apenas em termos musicais, “sem conteúdo semântico ou representacional, sem significado, fazendo referência para nada além de si”. Qual das sentenças a seguir não contempla o pensamento de Kivy a respeito da estética da música? 7 ESTÉTICA E ARTE a) (x) Kivy reconhece que a música pode possuir algumas características expressivas, desde que elas sejam representacionais e referenciais. b) ( ) Segundo a "teoria do contorno" da expressividade musical, Kivy argumenta que a experiência do conteúdo expressivo na música consiste no reconhecimento de qualidades emocionais através de uma semelhança entre a forma musical e a forma de gestos corporais. c) ( ) A percepção da emoção, para Kivy, é coletiva, individual e objetiva. d) ( ) Kivy argumenta que nossas experiências de conteúdos expressivos musicais, como o das qualidades das escalas maior e menor, têm o mesmo caráter objetivo que as que se assemelham a expressões comportamentais humanas de emoção. UNIDADE 3 TÓPICO 1 1 Kant, Hegel e Schiller se posicionam de maneiras similares e/ ou diferentes a respeito da relevância histórica em suas teorias estéticas? Explique. R.: Para Kant, a única certeza que a filosofia pode fornecer é fundamentada em nós mesmos, e não em algo fora de nós. Apesar da obra de Kant não defender, portanto, uma relevância explícita da historicidade, a sua estética formalista pareceu particularmente apropriada para explicar as obras de arte modernistas produzidas muito tempo depois de sua morte. Enquanto, para Kant, a estética de uma obra de arte se situava na resposta do sujeito individual aos objetos de beleza, para Hegel a estética se concentrava mais no significado e no conteúdo das obras de arte. Sua proposta de estética se caracteriza por um conhecimento amplo da arte e dos costumes de diferentes idades e povos, juntamente com um relato histórico, que analisa o desenvolvimento da arte através de diferentes épocas. Como Kant, Schiller vê a estética como uma espécie de interesse de transição no caminho para uma política utópica, ou seja, a dinâmica estética também seria uma dinâmica política, de jogo, e o indivíduo e o estado se colocam em posições paralelas. O jogo estético e político, não propriamente histórico para Schiller, permite que os seres humanos atinjam suas próprias naturezas. 8 ESTÉTICA E ARTE 2 As ideias de Kant, Hegel e Schiller foram muito influentes para a modernidade na arte. Assim, associe as duas colunas, estabelecendo relações entre os filósofos e suas principais teorias da arte: I- O formalismo de Kant. II- A historicidade de Hegel. III- A estética política de Schiller. ( ) O homem só joga quando atinge seu potencial intelectual e sensível como um ser humano. ( ) Ao considerar a beleza de um objeto, devemos nos preocupar apenas com as propriedades formais do objeto, sem pressupor qualquer conceito do que se pretende significar. ( ) O estudo empírico da arte do passado foi combinado, pela primeira vez, com a reflexão filosófica sobre as causas da mudança histórica. A sequência correta da associação é: a) ( ) III – II – I b) ( ) I – II – III c) (x) III – I – II d) ( ) II – III – I TÓPICO 2 1 Com suas palavras, como Nietzsche, Heidegger e Merleau-Ponty influenciaram a arte pós-moderna através de suas principais teorias? R.: Nietzsche contribuiu com a arte pós-moderna ao apresentar a noção do artista como uma figura de poder físico e energia espontânea e como antídoto para o ideal ascético da religião e da metafísica. Em seus aspectos dionisíaco e apolíneo, a arte se torna significativa tanto para o criador quanto para o observador. A análise da arte, a partir da ótica de Heidegger, contribui para promover um encontro fenomenológico com a arte, que é capaz de nos ajudar a transcender a estética moderna a partir de sua essência. Heidegger propõe assim que um encontro não estético com uma obra de arte contemporânea nos ajuda a compreender o ser das entidades não como objetos modernos ("subjetivismo") ou como recursos modernos tardios, mas como uma forma genuinamente pós-moderna, propondo assim um outro começo histórico. Merleau-Ponty contribuiu acerca da historicidade distintiva da arte visual e para a criação de novos parâmetros de representação pictórica, que não 9 ESTÉTICA E ARTE fossem ditados apenas pela codificação de um fenômeno natural, ou seja, pelo realismo e o uso da perspectiva. Abriu novas possibilidades para os artistas através do uso de novas estruturas de regras sintáticas iteráveis para a representação, que pode servir novos propósitos iconográficos. O antiessencialismo de Merleau-Ponty não se tornou apenas um tipo de ortodoxia entre os historiadores e críticos da arte contemporânea, mas também reforçou um tipo específico de clima teórico no próprio mundo da arte, o que favorece formas flexíveis de conceitualismo e de arte performática. 2 Em “A Origem da Obra da Arte”, Heidegger analisa três obras de arte diferentes: a pintura de “Um Par de Sapatos”, de Vincent van Gogh (1853-1890); um poema intitulado “A Fonte Romana”, de Conrad Ferdinand Meyer (1825-1898), e um templo grego não especificado em Paestum. Analise as sentenças a seguir: I- A análise de Heidegger não oferece subsídios que transcendam a estética moderna a partir de sua essência. II- As teorias de Heidegger se ocupam somente do passado da arte grega. III- O poema de Meyer, interpretado por Heidegger, foca nas três principais "épocas" históricas da compreensão ocidental da humanidade: a "Grécia Antiga", "a Idade Média" e "o Renascimento". IV- Em sua análise da obra “Um Par de Sapatos”, de Vincent van Gogh, Heidegger acredita que as representações sempre alcançam todas as profundezas daexistência. Escolha a alternativa correta: a) ( ) Todas as sentenças são corretas. b) (x) Todas as sentenças são falsas. c) ( ) Apenas as questões I e IV são corretas. d) ( ) Apenas a questão II é falsa. TÓPICO 3 1 Gadamer se ocupa, em seu trabalho, com o lugar da arte em nossa experiência do mundo e a sua abordagem da experiência estética é diretamente na tradição fenomenológica. Neste sentido, escolha a alternativa correta que melhor representa o pensamento estético de Gadamer: a) ( ) Identifica-se totalmente com a tradição da estética platônica, kantiana e hegeliana e defende a relevância contínua desta tradição para a nossa experiência contemporânea de arte. 10 ESTÉTICA E ARTE b) ( ) A arte não é interrogativa, assim as obras de arte velam o seu significado. Assim, as obras de arte nunca são passíveis de reinterpretação. c) (x) A estética de Gadamer está devidamente preocupada com a expectativa do que está subjacente a seus conceitos mais abstratos. Ele foca na experiência que um indivíduo tem com a estética. d) ( ) A tarefa de interpretação é investigar os possíveis significados realizados na aparência de uma obra e, com base neles, trazer a experiência para uma maior completude. 2 Gadamer e Schiller afirmam que as obras de arte são dramáticas na medida em que colocam algo em jogo. Com suas próprias palavras, explique esta analogia do jogo e da arte presente na obra destes dois filósofos. R.: Para Schiller, o impulso de jogo permite que os impulsos atuem em conjunto, e seu objeto é a forma viva. A forma viva é a beleza. A arte, então, pode colocar os seres humanos em seu melhor potencial. Para Gadamer, o jogo e a obra de arte são ambas formas de automovimento, que exigem que o espectador jogue junto com o que eles trazem para o jogo. A analogia do jogo também serve para minar as abordagens da arte que são exclusivamente intencionais, materiais e convencionais. Em primeiro lugar, a subjetividade de um artista não pode ser um ponto de partida interpretativo apropriado. Agarrar o que acontece na consciência de um jogador não revela a natureza do jogo que está sendo jogado. Reconstruindo a vida consciente de um artista, o ritmo da hermenêutica da reativação pode revelar aspectos interessantes das intenções de um artista, mas não revela o que informa a subjetividade.
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