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DPOC: Definição, Diagnóstico e Tratamento

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DPOC
Ortopnéia → caracterizada por comprometimento hepático ou cardíaco
DPOC é definida como um grupo de doenças prevenível e tratável, caracterizada por
sintomas respiratórios persistentes e limitação do fluxo aéreo, devido a anormalidade e
limitação do fluxo aéreo e/ou alveolares e com efeitos extra-pulmonares significativos que
podem comprometer o desempenho individual severamente. O componente pulmonar é
caracterizado por obstrução não reversível do fluxo aéreo, sendo progressiva e associada a
resposta inflamatória anormal a agentes nocivos e partículas, gerando morbilidade e
mortalidade. Diferentemente da asma, após o pico sintomático, não há um alívio da
obstrução.
Os fatores predisponentes (de risco) são o tabagismo, poluição ambiental, irritantes
químicos, condição socio-econômica, tuberculose, infecções na infância, doenças
ocupacionais, prematuridade (baixo peso ao nascer), desnutrição, tabagismo passivo, sexo
(mais comum em homens). Dentre os fatores moleculares, quando a DPOC ocorre
precocemente em pessoas que não fumam e com histórico familiar, pensa-se em deficiência
molecular. No DPOC temos um misto de bronquite, bronquiolite e asma, caracterizado por
comprometimento do fluxo aéreo, o paciente está mais suscetível a derrames, depressão,
fadiga, osteoporose (uso de corticóides grande) e câncer. O cor pulmonale (alterações no
ventrículo direito) é o principal sintoma, leva a uma hipertensão pulmonar, gerando
consequências de falência ventricular direita.
O diagnóstico é realizado a partir da dispnéia (pode ser progressiva e piorar aos
esforços ou não), somado à tosse (produtiva ou não), infecções, histórico familiar /
predisposições. O diagnóstico diferencial da asma se dá pelo fato de que DPOC ocorre
mais em fumantes, após os 40 anos de idade (asma + na infância), sintomas pioram com o
tempo, pioram no inverno e não estão associados a alergias. Na asma, os sintomas
melhoram com a idade, são piores na primavera e verão, relacionado a alergias.
A dependência ao tabagismo é classificada de acordo com a escala Nicotino-dependência
de Fagerstrom, como vemos a seguir:
EXAME FÍSICO (achados tardios):
● Inspeção: tórax em barril, expiração prolongada, uso de musculatura acessória,
fossa supraclavicular escavada, fácies pletórica
● Sinais vitais: pulso paradoxal
● Palpação: ictus cordis palpável na área subxifóide
● Percussão: hiperressonância, redução da macicez hepática e cardíaca
● Ausculta: sibilos e roncos
● Posição de tripé → + grave
*Como esses sintomas são tardios, o ideal é que o diagnóstico de DPOC seja fechado
antes que esses sintomas apareçam.
Fatores de risco, sintomas (dispnéia, tosse, catarro) levam a RX, TC e espirometria,
visando diagnosticar precocemente a DPOC. No RX, é típico o aumento pulmonar (espaços
intercostais aumentados → sinal de hiperinsuflação), no TC buscamos espessamento das
paredes brônquicas e presenças de áreas de enfisema (bolinhas pretas, mais comumente
presentes nos centros dos lóbulos). A espirometria é o exame que fecha o diagnóstico,
além de avaliar o grau de severidade (doença evolutiva), avalia-se a capacidade vital
forçada (máximo de expiração), volume expiratório forçado no primeiro segundo e a relação
volume expiratório forçado / porcentagem expirada. O processo obstrutivo é definido a partir
da relação entre volume expiratório forçado pela capacidade vital do paciente, caso essa
relação seja menor que 70%, trata-se de DPOC. Na espirometria, avaliamos as curvas de
fluxo pulmonar, como vemos abaixo:
Formato de chapéu de bruxa → DPOC
Caso haja obstrução, damos broncodilatador, caso resolva, provavelmente trata-se
de uma crise asmática. De acordo com o doente, de acordo com a sua gravidade, as
condutas são diferentes, por isso, criou-se o estadiamento do paciente, em que avalia-se o
estado sintomático do paciente (questionário CAT para sintomas gerais e mMRC
canadense p/ dispnéia), severidade da anormalidade espirométrica. Divide-se, portanto, o
paciente em A, B, C e D, tendo o último, o pior prognóstico e, consequentemente,
tratamento mais restrito (rever essa classificação, Egídio disse que cai em prova).
A Global Initiative for Chronic Obstructive Lung Disease (GOLD) estabelece padrões
para a classificação e consequente manejo do paciente com DPOC, como vemos a seguir:
1. Espirometria - diagnóstico + classificação inicial
- GOLD 1 - leve: VEF1 (volume expiratório forçado no primeiro segundo/capacidade
vital forçada) >80%
- GOLD 2 - moderada: VEF1 entre 50% e 80%
- GOLD 3 - grave: VEF1 entre 30% e 50%
- GOLD 4 - grave: VEF1 menor que 30%
2. CAT / mMRC - classificação final
- Grupo A: baixo risco (0-1 exacerbação por ano, sem necessidade de
hospitalização) e menos sintomas (mMRC 0-1 ou CAT <10)
- Grupo B: baixo risco (0-1 exacerbação por ano, sem necessidade de
hospitalização) e mais sintomas (mMRC ≥2 ou CAT ≥10)
- Grupo C: alto risco (≥2 exacerbações por ano, ou uma ou mais exacerbações
com necessidade de hospitalização) e menos sintomas (mMRC 0-1 ou CAT <10)
- Grupo D: alto risco (≥2 exacerbações por ano, ou uma ou mais exacerbações
com necessidade de hospitalização) e mais sintomas (mMRC ≥2 ou CAT ≥10)

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