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Aula Extra II - Resposta à acusação

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Sumário 
Resposta À Acusação .................................................................................................................................... 3 
1 - Como Descobrir A Peça ........................................................................................................................ 4 
2 - Fundamento Legal Da Peça .................................................................................................................. 4 
3 - Prazo.................................................................................................................................................... 4 
4 - Conteúdo Da Resposta À Acusação ...................................................................................................... 5 
5 - Preliminares ......................................................................................................................................... 5 
6 - Mérito.................................................................................................................................................. 6 
7 - Pedido: Absolvição Sumária ................................................................................................................. 6 
8 - A Existência Manifesta De Causa Excludente Da Ilicitude Do Fato ........................................................ 7 
9 - A Existência Manifesta De Causa Excludente Da Culpabilidade Do Agente, Salvo Inimputabilidade ...... 7 
10 - Que O Fato Narrado Evidentemente Não Constitui Crime .................................................................. 7 
11 - Extinção Da Punibilidade Do Agente .................................................................................................. 8 
12 - Produção De Provas E Rol De Testemunhas ....................................................................................... 8 
13 - Recursos ............................................................................................................................................ 8 
14 - Estrutura Da Resposta À Acusação ..................................................................................................... 8 
15 - Modelo De Peça ................................................................................................................................. 9 
16 - Peça Resolvida ................................................................................................................................. 11 
 
 
 
 
 
 
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RESPOSTA À ACUSAÇÃO 
Não sendo caso de rejeição da denúncia (ou da queixa-crime), o juiz deverá recebê-la, determinando, a 
seguir, a citação do acusado para responder à acusação, por escrito, no prazo de dez dias, se não for o caso 
de suspensão condicional do processo (previsto no art. 89 da Lei n. 9.099/95). 
Com o recebimento da denúncia, considera-se iniciado o processo penal. 
Além disso, o recebimento da denúncia interrompe a contagem do prazo da prescrição da pretensão punitiva 
(art. 117, I, do CP). 
 
OBS: se o processo for considerado nulo desde o início, o prazo prescricional não terá sido 
interrompido, pois, na hipótese, o recebimento da denúncia, que teria interrompido a 
prescrição, também será anulado. 
Ao receber a denúncia ou queixa, o juiz determina a citação do acusado para apresentar a resposta à 
acusação. 
A resposta à acusação constitui peça obrigatória, pois, se não apresentada, deverá o juiz nomear defensor 
público para oferecê-la, nos termos do art. 396-A, § 2º, do CPP. 
Assim, não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, citado regularmente, não constituir 
defensor, o juiz nomeará defensor público ou advogado conveniado com a Defensoria Pública para oferecê-
la, concedendo-lhe vista dos autos por dez dias. 
 
A ausência de nomeação de defensor pelo juiz para oferecimento da resposta à acusação 
gerará nulidade absoluta. 
 
 
 
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1 - Como Descobrir A Peça 
 
A resposta à acusação é oferecida APÓS O RECEBIMENTO da denúncia E CITAÇÃO DO ACUSADO. Antes, por 
óbvio, da instrução. 
Logo, deve haver denúncia, o recebimento da denúncia e a citação do réu. 
Não poderá ter sido realizada audiência de instrução e julgamento. 
Dica: Nem sempre consta expressamente no enunciado toda a sequência dos atos (“foi oferecida denúncia 
e recebida”). Basta, para identificar a peça resposta à acusação, que no enunciado conste como último ato 
processual a CITAÇÃO. 
Exemplos para identificação, conforme peças cobradas no exame da OAB: 
Exemplo 1: Peça VIII Exame: “[...] Recebida a inicial pelo juízo da 5ª Vara Criminal, o réu é citado no dia 18 
de janeiro de 2011. [...]”. 
Exemplo 2: Peça do XXI Exame: “[...] Naquele mesmo momento, Gabriela foi citada, assim como intimada, 
junto ao seu advogado, para apresentação da medida cabível. Cabe destacar que a ré, acompanhada de seu 
patrono, já manifestou desinteresse em aceitar a proposta de suspensão condicional do processo oferecida 
pelo Ministério Público”. 
2 - Fundamento Legal Da Peça 
Artigos 396 e 396-A do CPP – Isso mesmo, mencione os dois artigos no preâmbulo da peça. 
3 - Prazo 
Devidamente citado, cumpre ao réu oferecer resposta por escrito no prazo de 10 (dez) dias, a contar do 
efetivo cumprimento do mandado de citação. 
A contagem do prazo deverá começar um dia após a citação (se for dia útil). 
 
 
 
 
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4 - Conteúdo Da Resposta À Acusação 
Na resposta à acusação, deve-se buscar extrair do enunciado eventuais informações que permitam 
desenvolver teses preliminares e de mérito. 
Nos termos do art. 396-A do CPP, na resposta à acusação é a oportunidade para o denunciado arguir 
nulidades, em matéria preliminar, consistente, inclusive, em defeitos de natureza processual constantes na 
peça acusatória e, até mesmo, na fase de inquérito (nulidade de provas produzidas no Inquérito), bem como 
toda matéria de defesa, visando à absolvição sumária (art. 397 do CPP), oferecer documentos, especificar as 
provas que pretende produzir e arrolar testemunhas (importantíssimo). 
A resposta à acusação é o momento de a defesa arrolar as testemunhas que serão inquiridas na audiência 
de instrução e julgamento. 
As teses de mérito guardam, invariavelmente, relação com as hipóteses que ensejam a absolvição sumária, 
previstas no art. 397 do CPP. Quando caiu no VIII Exame da OAB, as teses envolviam causa de exclusão de 
tipicidade (atipicidade da conduta) e extinção da punibilidade (decadência); no XXI Exame, as teses exigidas 
envolviam causa de exclusão da ilicitude (estado de necessidade), tipicidade (princípio da insignificância) e 
extinção da punibilidade (prescrição). 
Sob pena de preclusão, deverá ser arguida na defesa inicial, por exemplo, a nulidade por incompetência 
relativa do juízo (em regra, deveria ser arguida por meio de exceção de incompetência; admite-se, no 
entanto, para fins de OAB, seja arguida na própria resposta escrita), pois a absoluta pode ser arguida a 
qualquer tempo e grau de jurisdição. 
5 - Preliminares 
As teses preliminares guardam relação com vícios processuais e procedimentais decorrentes da 
inobservância de exigências legais que podem levar à nulidade do ato e dos que dele derivam e, até mesmo, 
do processo. 
Alguns exemplos de preliminares: 
a) incompetência absoluta do juízo; 
b) rejeição da denúncia (art. 395); 
c) nulidade da citação; 
d) nulidade/ilicitude de prova produzida no inquérito policial; 
e) nulidades – art. 564 do CPP, I, II, III (a, b, c e e) e IV; 
f) nulidade do processo por não ter sido oferecida a proposta de suspensão condicional 
do processo, prevista no artigo 89 da Lei n. 9.099/95. 
 
 
 
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Com relação à desclassificação do delito, em sede de resposta à acusação, cremos ser possível em, 
basicamente, algumas situações, como, por exemplo: 
a) ensejar incompetência absoluta do juízo (arguida em preliminar); 
Ex.: Denúncia pela prática do delito de moeda falsa (art. 289do CP) perante a Justiça 
Federal. Acolhida a tese da falsificação grosseira, alegada na resposta à acusação, haverá 
desclassificação para o delito de estelionato (art. 171 do CP), cuja competência é da Justiça 
Estadual, nos termos da Súmula 73 do STJ. 
b) desclassificação para crime de ação penal pública condicionada à representação ou de 
ação penal privada, que, ao final, redundará na decadência e pedido de absolvição sumária, 
pela extinção da punibilidade (art. 397, IV, do CPP). 
Ex.: Conforme admitido no VIII Exame da OAB, possível postular a desclassificação do 
delito, com consequente extinção da punibilidade se desclassificado para crime de ação 
penal privada, com prazo decadencial expirado. No caso do VIII Exame, exigiu-se a 
desclassificação do crime de extorsão (art. 158 do CP) para exercício arbitrário das próprias 
razões (art. 345 do CP), que se trata de crime, em regra, de ação penal privada. 
6 - Mérito 
Considerando as hipóteses de absolvição sumária, previstas no art. 397 do CPP, sintomático concluir que as 
teses de mérito na resposta à acusação giram em torno de: 
I – causa excludente de ilicitude; 
II – excludente de culpabilidade, salvo a inimputabilidade por doença mental; 
III – excludente de tipicidade; 
IV – causas extintivas de punibilidade. 
7 - Pedido: Absolvição Sumária 
Ao final, deve-se formular pedido expresso acerca de cada tese desenvolvida. Se for desenvolvida tese que 
envolva preliminar (incompetência do juízo, por exemplo), deve-se expressamente pedir que seja declarada 
a incompetência do juízo. 
Além disso, após o oferecimento da resposta escrita, abre-se a possibilidade de o juiz absolver sumariamente 
o réu, encerrando o processo, quando incidir, no caso, causa manifesta de exclusão da ilicitude do fato; causa 
manifesta de exclusão da culpabilidade (exceto a inimputabilidade por doença mental, seguindo-se o 
processo nesse caso); o fato narrado evidentemente não constituir crime (causas excludentes de tipicidade); 
ou causa de extinção da punibilidade. 
 
 
 
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8 - A Existência Manifesta De Causa Excludente Da Ilicitude Do Fato 
O juiz estará autorizado a julgar antecipadamente a lide penal quando estiver comprovada a existência 
manifesta de causa excludente da ilicitude do fato, prevista, em regra, nos arts. 23, 24 e 25 do Código Penal. 
Ou seja, para a decretação da absolvição sumária, é necessária a existência de prova que permita ao juiz, 
desde logo, em cognição sumária, obter plena certeza de que o réu agiu em legítima defesa, estado de 
necessidade, estrito cumprimento do dever legal ou exercício regular do direito. 
9 - A Existência Manifesta De Causa Excludente Da Culpabilidade Do Agente, 
Salvo Inimputabilidade 
Trata o dispositivo, por exemplo, das causas de exclusão da culpabilidade consistente na falta de potencial 
consciência da ilicitude (erro de proibição inevitável), coação moral irresistível e obediência hierárquica (art. 
22 do CP), além da inimputabilidade pela embriaguez completa e acidental (art. 28, § 1º, do CP). 
Na hipótese em que a inimputabilidade pela doença mental se encontra comprovada por exame de 
insanidade mental, o art. 397, II, do Código de Processo Penal ressalva a possibilidade de absolvição 
imprópria do agente, pois esta implicará a imposição de medida de segurança, o que poderá ser prejudicial 
ao réu, já que não lhe será possível comprovar por outras teses defensivas a sua inocência, sem a imposição 
de qualquer outra medida restritiva. 
10 - Que O Fato Narrado Evidentemente Não Constitui Crime 
Se o juiz não rejeitar a denúncia e, por conta dos argumentos e provas juntadas com a resposta escrita, se 
convencer que o fato narrado não constitui crime, poderá, agora, absolver sumariamente o réu. 
Alguns exemplos: 
1. Acusado pela prática de crime contra a ordem tributária apresenta documento 
demonstrando que o tributo supostamente sonegado ainda não havia sido lançado 
(Súmula Vinculante 24). 
2. Erro de tipo essencial invencível. 
3. Crime impossível. 
4. Princípio da insignificância. 
5. Fato atípico. 
 
 
 
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11 - Extinção Da Punibilidade Do Agente 
Aqui há uma impropriedade do legislador, pois, nos casos de extinção de punibilidade, não há análise de 
mérito, mas causa impeditiva da sua análise. Além disso, o art. 61 do CPP permite que o juiz, em qualquer 
fase do processo, reconheça a extinção da punibilidade, inclusive de ofício. 
De qualquer modo, para fins de resposta à acusação, o juiz declara extinta a punibilidade e absolve o réu, 
com base no art. 397, IV, do CPP. 
A maior quantidade de teses de extinção da punibilidade está no art. 107 do CP. 
12 - Produção De Provas E Rol De Testemunhas 
Também deve constar pedido expresso de produção de provas, com designação de audiência de instrução e 
julgamento e oitiva das testemunhas arroladas. 
O Rol de testemunhas é item obrigatório dessa peça. 
De acordo com o rito, muda o número máximo de testemunhas. 
Obs: não invente o nome das testemunhas e a qualificação. 
13 - Recursos 
A absolvição sumária faz coisa julgada material, resolvendo, pois, definitivamente o mérito da causa. Por 
isso, da decisão que absolve sumariamente o réu com base no art. 397, I, II e III, do CPP cabe apelação. 
Quanto à decisão que declara a extinção da punibilidade, impropriamente considerada como hipótese de 
absolvição sumária, a doutrina é uníssona no sentido de que o recurso cabível é o recurso em sentido estrito, 
com base no art. 581, VIII, do CPP. 
Não há recurso cabível contra a decisão que indefere o pedido de absolvição sumária. Nesse caso, assim 
como na hipótese de recebimento da denúncia ou queixa, a medida cabível será a impetração de habeas 
corpus visando ao trancamento da ação penal. 
14 - Estrutura Da Resposta À Acusação 
a) Endereçamento: juiz da causa; 
b) Preâmbulo: nome e qualificação do acusado (não inventar dados), capacidade 
postulatória (por seu procurador infra-assinado), fundamento legal (art. 396 ou 396-A do 
CPP), nome da peça (resposta escrita ou resposta à acusação), frase final (pelos fatos e 
fundamentos jurídicos a seguir expostos); 
 
 
 
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c) Corpo da peça (teses defensivas); 
d) Pedidos: nulidades, absolvição sumária, com base no art. 397 do CPP e, 
subsidiariamente, a produção de provas, com designação de audiência de instrução e 
julgamento e oitiva das testemunhas arroladas; 
e) Parte final: local, data, advogado e OAB; 
f) Rol de testemunhas. 
15 - Modelo De Peça 
A) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA... VARA CRIMINAL DA COMARCA... (SE CRIME DA 
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL) 
B) EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA... VARA CRIMINAL DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE... (SE 
CRIME DA COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL) 
Processo n. ... 
(6 a 10 linhas) 
FULANO DE TAL, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com procuração anexa, vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência apresentar RESPOSTA À ACUSAÇÃO, com base nos arts. 
396 e 396-A do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos: 
I – DOS FATOS 
II – DO DIREITO 
A – DAS PRELIMINARES 
(2 linhas) 
B – DO MÉRITO 
* Após identificar e arguir as preliminares contidas no enunciado, deve-se atacar o mérito, buscando a 
absolvição do réu, com base no art. 397 do CPP. 
* No mérito, deve-se buscar no enunciado causas excludentes do crime: ilicitude, culpabilidade, tipicidade 
e, excepcionalmente na resposta à acusação, causas extintivas de punibilidade. 
* No VIII Exame da OAB também considerou a desclassificação de um crime para outro. Extorsão (art. 158) 
para exercício arbitrário das próprias razões (art. 345), com posterior decadência do direito de queixa, pois 
desclassificado para crime de ação penal privada. 
 
 
 
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III – DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer o denunciado: 
a) seja reconhecida a incompetência do juízo; 
b) seja rejeitada a denúncia; 
c) nulidades (referir todas as nulidades enfrentadasna peça); 
d) seja o réu absolvido sumariamente, com base no art. 397 (apontar o inciso correspondente); 
e) a produção de provas, com designação de audiência de instrução e julgamento e oitiva das testemunhas 
arroladas. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local..., data... 
Advogado. OAB n. ... 
ROL DE TESTEMUNHAS 
A) BELTRANO DE TAL 
B) CICLANO DE TAL 
 
 Observações Importantes: 
No procedimento crimes de responsabilidade dos funcionários públicos (art. 514 do CPP) e tráfico ilícito de 
entorpecentes (art. 55 da Lei n. 11.343/2006), há previsão de defesa preliminar (que não se confunde com 
a resposta escrita do art. 396 do CPP). 
A defesa preliminar desses procedimentos especiais visa convencer ao juiz a rejeitar a denúncia ou queixa. 
Ou seja, tem cabimento ANTES do recebimento da denúncia ou queixa, e o réu é notificado (e não citado) 
para apresentá-la. 
O equívoco no fundamento legal pode levar a zerar e peça. 
 
 
 
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16 - Peça Resolvida 
(VIII Exame – Resposta à acusação) Leia com atenção o caso concreto a seguir: 
Visando abrir um restaurante, José pede vinte mil reais emprestados a Caio, assinando, como garantia, uma 
nota promissória no aludido valor, com vencimento para o dia 15 de maio de 2010. Na data mencionada, 
não tendo havido pagamento, Caio telefona para José e, educadamente, cobra a dívida, obtendo do devedor 
a promessa de que o valor seria pago em uma semana. 
Findo o prazo, Caio novamente contata José, que, desta vez, afirma estar sem dinheiro, pois o restaurante 
não apresentara o lucro esperado. Indignado, Caio comparece no dia 24 de maio de 2010 ao restaurante e, 
mostrando para José uma pistola que trazia consigo, afirma que a dívida deveria ser saldada imediatamente, 
pois, do contrário, José pagaria com a própria vida. Aterrorizado, José entra no restaurante e telefona para 
a polícia, que, entretanto, não encontra Caio quando chega ao local. 
Os fatos acima referidos foram levados ao conhecimento do delegado de polícia da localidade, que instaurou 
inquérito policial para apurar as circunstâncias do ocorrido. Ao final da investigação, tendo Caio confirmado 
a ocorrência dos eventos em sua integralidade, o Ministério Público o denuncia pela prática do crime de 
extorsão qualificada pelo emprego de arma de fogo. Recebida a inicial pelo juízo da 5ª Vara Criminal, o réu 
é citado no dia 18 de janeiro de 2011. 
Procurado apenas por Caio para representá-lo na ação penal instaurada, sabendo-se que Joaquim e Manoel 
presenciaram os telefonemas de Caio cobrando a dívida vencida, e com base somente nas informações de 
que dispõe e nas que podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija, no último dia do prazo, a peça 
cabível, invocando todos os argumentos em favor de seu constituinte. (Valor: 5,0) 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL DA COMARCA... 
CAIO, já qualificado nos autos, por seu procurador infra-assinado, com procuração anexa, vem, 
respeitosamente, à presença de Vossa Excelência apresentar 
RESPOSTA À ACUSAÇÃO, 
com base nos arts. 396 e 396-A do Código de Processo Penal, pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir 
expostos: 
I – DOS FATOS 
O réu foi denunciado pela prática do crime de extorsão qualificada pelo emprego de arma de fogo. 
A denúncia foi recebida pelo juízo da 5ª Vara Criminal. 
O réu foi citado no dia 18 de janeiro de 2011. 
II – DO DIREITO 
A) Da atipicidade da conduta 
 
 
 
12 
17 
O réu foi acusado de ter praticado o delito de extorsão qualificada pelo emprego de arma, por ter cobrado 
uma dívida de Caio, mediante o emprego de uma pistola. 
Todavia, conforme se verifica do art. 158 do Código Penal, o crime de extorsão incide quando o agente 
constrange alguém com o intuito de obter vantagem indevida. No caso, o réu ameaçou a vítima no sentido 
de cobrar uma dívida, ou seja, para obtenção de uma vantagem devida. 
Logo, considerando que a obtenção da vantagem indevida é elementar do delito de extorsão, conclui-se que 
a conduta descrita na denúncia é atípica. 
Assim, deve o réu ser absolvido sumariamente em relação ao delito de extorsão, com base no art. 397, III, 
do Código de Processo Penal, já que se trata de conduta atípica. 
B) Da extinção da punibilidade – Decadência 
Como se referiu, o crime de extorsão incide quando o agente constrange alguém com o intuito de obter 
vantagem indevida. No caso, o réu ameaçou a vítima no sentido de cobrar uma dívida, ou seja, para obtenção 
de uma vantagem devida. 
Logo, a conduta descrita na denúncia se enquadra no crime de exercício arbitrário das próprias razões, 
previsto no art. 345 do Código Penal. 
Nos termos do art. 345, parágrafo único, do Código Penal, se não há emprego de violência, o crime de 
exercício arbitrário das próprias razões é de ação penal privada. 
Assim, o Ministério Público não é parte legítima para ajuizar a ação, já que se procede mediante o 
ajuizamento da queixa-crime no prazo de seis meses, nos termos do art. 38 do Código de Processo Penal e 
do art. 103 do Código Penal. 
Nesse sentido, considerando que o fato e o conhecimento da autoria ocorreram no dia 24 de maio de 2010, 
o ofendido teria até o dia 23 de novembro de 2010 para ajuizar a queixa-crime. Logo, passaram-se mais de 
seis meses para o oferecimento da queixa-crime, ocorrendo a decadência do direito do ofendido, devendo, 
portanto, ser extinta a punibilidade do réu. 
III – DO PEDIDO 
Ante o exposto, requer: 
a) a absolvição sumária, com base no art. 397, III, do Código de Processo Penal; 
b) a absolvição sumária, com base no art. 397, IV, do Código de Processo Penal; 
c) a produção de todas as provas admitidas em direito, principalmente a testemunha, cujo rol segue abaixo. 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
 
 
 
13 
17 
Local..., 28 de janeiro de 2011. 
Advogado. OAB n. ... 
ROL DE TESTEMUNHAS 
a) Joaquim 
b) Manuel 
 
Caiu No Xxi Exame Da Oab: 
Gabriela, nascida em 28-4-1990, terminou relacionamento amoroso com Patrick, não mais suportando as 
agressões físicas sofridas, sendo expulsa do imóvel em que residia com o companheiro em comunidade 
carente na cidade de Fortaleza, Ceará, juntamente com o filho do casal de apenas 2 anos. Sem ter familiares 
no Estado e nem outros conhecidos, passou a pernoitar com o filho em igrejas e outros locais de acesso 
público, alimentando-se a partir de ajudas recebidas de desconhecidos. Nessa época, Gabriela fez amizade 
com Maria, outra mulher em situação de rua que frequentava os mesmos espaços que ela. No dia 24 de 
dezembro de 2010, não mais aguentando a situação e vendo o filho chorar e ficar doente em razão da 
ausência de alimentação, após não conseguir emprego ou ajuda, Gabriela decidiu ingressar em um grande 
supermercado da região, onde escondeu na roupa dois pacotes de macarrão, cujo valor totalizava R$ 18,00 
(dezoito reais). Ocorre que a conduta de Gabriela foi percebida pelo fiscal de segurança, que a abordou no 
momento em que ela deixava o estabelecimento comercial sem pagar pelos bens, e apreendeu os dois 
produtos escondidos. Em sede policial, Gabriela confirmou os fatos, reiterando a ausência de recursos 
financeiros e a situação de fome e risco físico de seu filho. Juntado à Folha de Antecedentes Criminais sem 
outras anotações, o laudo de avaliação dos bens subtraídos confirmando o valor, e ouvidos os envolvidos, 
inclusive o fiscal de segurança e o gerente do supermercado, o auto de prisão em flagrante e o inquérito 
policial foram encaminhados ao Ministério Público, que ofereceu denúncia em face de Gabriela pela prática 
do crime do art. 155, caput, c/c art. 14, inciso II, ambos do Código Penal, além de ter opinado pela liberdade 
da acusada. O magistrado em atuação perante o juízo competente, no dia 18 de janeiro de 2011, recebeu a 
denúncia oferecida pelo Ministério Público, concedeu liberdade provisória à acusada, deixando de converter 
o flagrante em preventiva, e determinou que fosse realizada a citação da denunciada. Contudo,foi concedida 
a liberdade para Gabriela antes de sua citação e, como ela não tinha endereço fixo, não foi localizada para 
ser citada. No ano de 2015, Gabriela consegue um emprego e fica em melhores condições. Em razão disso, 
procura um advogado, esclarecendo que nada sabe sobre o prosseguimento da ação penal a que respondia. 
Disse, ainda, que Maria, hoje residente na rua X, na época dos fatos também era moradora de rua e tinha 
conhecimento de suas dificuldades. Diante disso, em 16 de março de 2015, segunda-feira, sendo terça-feira 
dia útil em todo o país, Gabriela e o advogado compareceram ao cartório, onde são informados que o 
processo estava em seu regular prosseguimento desde 2011, sem qualquer suspensão, esperando a 
localização de Gabriela para citação. Naquele mesmo momento, Gabriela foi citada, assim como intimada, 
 
 
 
14 
17 
junto ao seu advogado, para apresentação da medida cabível. Cabe destacar que a ré, acompanhada de seu 
patrono, já manifestou desinteresse em aceitar a proposta de suspensão condicional do processo oferecida 
pelo Ministério Público. 
Considerando a situação narrada, apresente, na qualidade de advogado(a) de Gabriela, a peça jurídica 
cabível, diferente do habeas corpus, apresentando todas as teses jurídicas de direito material e processual 
pertinentes. A peça deverá ser datada no último dia do prazo. (Valor: 5,00) 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à 
pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
Considerando a situação narrada, o(a) examinando(a) deve apresentar resposta à acusação, com 
fundamento no art. 396-A e/ou art. 396, ambos do Código de Processo Penal, em busca de evitar o 
prosseguimento do processo em desfavor de Gabriela. A peça deveria ser encaminhada para uma das Varas 
Criminais da Comarca de Fortaleza, Ceará, local onde foi praticado o último ato de execução. Diante das 
informações constantes do enunciado, caberia ao advogado da denunciada pleitear a absolvição sumária de 
sua cliente, tendo em vista que o fato evidentemente não constitui infração penal, que há causa manifesta 
de exclusão da ilicitude e causa de extinção da punibilidade. Em um primeiro momento, é possível perceber 
a existência de causa de extinção da punibilidade, qual seja, a ocorrência de prescrição da pretensão punitiva 
estatal. Isso porque os fatos ocorreram em 24 de dezembro de 2010, ocasião em que Gabriela tinha apenas 
20 anos, já que nascida em 28 de abril de 1990. Nos termos do art. 115 do Código Penal, o prazo prescricional 
do menor de 21 anos na data dos fatos deverá ser computado pela metade, sendo tal disposição aplicável 
ao caso concreto. Foi imputada a Gabriela a prática do crime de furto simples em sua modalidade tentada. 
A pena máxima em abstrato prevista para o delito imputado é de 04 anos (com a causa de diminuição, seria 
de 02 anos e 08 meses de reclusão); logo, o prazo prescricional de 08 anos, previsto no art. 109, inciso IV, do 
Código Penal, cairá para 04 anos na hipótese. Desde a data do último marco interruptivo do prazo 
prescricional, qual seja, o recebimento da denúncia em 18 de janeiro de 2011, já se passaram mais de 04 
anos, de modo que se impõe o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva estatal, com a 
consequente extinção da punibilidade, com fulcro no art. 107, inciso IV, do Código Penal. Menciona-se que 
o Código de Processo Penal trata a causa de extinção da punibilidade como hipótese de absolvição sumária, 
nos termos do art. 397, inciso IV, do CPP. Ademais, deveria o(a) advogado(a) alegar que o fato narrado 
evidentemente não constitui crime, porque adequado ao caso o reconhecimento da atipicidade material da 
conduta pela aplicação do princípio da insignificância. A jurisprudência e a doutrina pátrias, de maneira 
absolutamente majoritárias, reconhecem que a tipicidade é formada por um caráter formal e por um caráter 
material. A tipicidade formal é adequação da conduta praticada àquela prevista no tipo. No caso, Gabriela 
subtraiu coisa alheia móvel; logo, sua conduta é formalmente típica. Já a tipicidade material seria a 
significativa lesão ao bem jurídico protegido pela norma. Nesse contexto, as lesões ínfimas, insignificantes, 
não seriam suficientes para atingir o bem jurídico protegido e, com base no princípio da lesividade, tais 
condutas sequer seriam materialmente típicas. Como conclusão, a aplicação do princípio da bagatela leva 
ao reconhecimento da atipicidade da conduta. Gabriela subtraiu dois pacotes de macarrão que totalizavam 
R$ 18,00. O valor subtraído por Gabriela permite a aplicação do princípio da bagatela, afastando a tipicidade 
material da conduta e justificando sua absolvição sumária com base no art. 397, inciso III, do CPP. Cabe 
 
 
 
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mencionar as circunstâncias do caso: poderia Gabriela subtrair mais bens; o valor era ínfimo para um grande 
supermercado da cidade; e a autora nunca praticara tais fatos anteriormente. Se isso não fosse suficiente, 
ainda deveria o advogado destacar a existência de excludente de ilicitude, qual seja, o estado de 
necessidade. Prevê o art. 24 do Código Penal que atua em estado de necessidade aquele que pratica fato 
descrito como crime para salvar de perigo atual, que não causou por sua conduta, direito próprio ou alheio, 
cujo sacrifício não era razoável exigir naquelas circunstâncias. Claramente, Gabriela estava com seu direito 
e de seu filho em situação de risco atual e concreto, em especial porque a criança estava ficando doente em 
razão da ausência de alimentação. Ademais, a situação de perigo não fora por ela criada, já que expulsa do 
imóvel por seu ex-companheiro que lhe agredia, além de não conseguir emprego ou ajuda financeira de 
outras pessoas. Por fim, não era razoável exigir que Gabriela sacrificasse a integridade física de seu filho em 
detrimento de lesão de ínfimo valor para grande supermercado da região. Assim, diante do estado de 
necessidade, deve ser formulado pedido de absolvição sumária com fundamento no art. 397, inciso I, do 
CPP. Após os pedidos, deve o(a) examinando(a) apresentar rol de testemunhas, indicando Maria para o caso 
de não acolhimento do requerimento de absolvição sumária. O prazo para elaboração da peça processual, 
nos termos do art. 396 do CPP, é de 10 dias, sendo que a citação/intimação da ré e de seu advogado ocorreu 
em 16 de março de 2015, iniciando-se o prazo em 17 de março de 2015 e terminando em 26 de março de 
2015. A petição deverá ter indicação de local, data, assinatura e número de inscrição na OAB. 
Caiu No Xxv Exame Da Oab: 
Patrick, nascido em 04/06/1960, tio de Natália, jovem de 18 anos, estava na varanda de sua casa em 
Araruama, em 05/03/2017, no interior do Estado do Rio de Janeiro, quando vê o namorado de sua sobrinha, 
Lauro, agredindo-a de maneira violenta, em razão de ciúmes. Verificando o risco que sua sobrinha corria 
com a agressão, Patrick gritou com Lauro, que não parou de agredi-la. Patrick não tinha outra forma de 
intervir, porque estava com uma perna enfaixada devido a um acidente de trânsito. Ao ver que as agressões 
não cessavam, foi até o interior de sua residência e pegou uma arma de fogo, de uso permitido, que 
mantinha no imóvel, devidamente registrada, tendo ele autorização para tanto. Com intenção de causar 
lesão corporal que garantisse a debilidade permanente de membro de Lauro, apertou o gatilho para efetuar 
disparo na direção de sua perna. Por circunstâncias alheias à vontade de Patrick, a arma não funcionou, mas 
o barulho da arma de fogo causou temor em Lauro, que empreendeu fuga e compareceu à Delegacia para 
narrar a conduta de Patrick. Após meses de investigações, com oitiva dos envolvidos e das testemunhas 
presenciais do fato, quais sejam, Natália, Maria e José, estes dois últimos sendo vizinhos que conversavam 
no portão da residência, o inquérito foi concluído, e o Ministério Público ofereceu denúncia, perante o juízocompetente, em face de Patrick como incurso nas sanções penais do Art. 129, § 1º, inciso III, c/c. o Art. 14, 
inciso II, ambos do Código Penal. Juntamente com a denúncia, vieram as principais peças que constavam do 
inquérito, inclusive a Folha de Antecedentes Criminais, na qual constava outra anotação por ação penal em 
curso pela suposta prática do crime do Art. 168 do Código Penal, bem como o laudo de exame pericial na 
arma de Patrick apreendida, o qual concluiu pela total incapacidade de efetuar disparos. Em busca do 
cumprimento do mandado de citação, o oficial de justiça comparece à residência de Patrick e verifica que o 
imóvel se encontrava trancado. Apenas em razão desse único comparecimento no dia 26/02/2018, certifica 
que o réu estava se ocultando para não ser citado e realiza, no dia seguinte, citação por hora certa, juntando 
o resultado do mandado de citação e intimação para defesa aos autos no mesmo dia. Maria, vizinha que 
presenciou a conduta do oficial de justiça, se assusta e liga para o advogado de Patrick, informando o 
ocorrido e esclarecendo que ele se encontra trabalhando e ficará embarcado por 15 dias. O advogado entra 
em contato com Patrick por e-mail e este apenas consegue encaminhar uma procuração para adoção das 
medidas cabíveis, fazendo uma pequena síntese do ocorrido por escrito. Considerando a situação narrada, 
 
 
 
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apresente, na qualidade do advogado de Patrick, a peça jurídica cabível, diferente do habeas corpus, 
apresentando todas as teses jurídicas de direito material e processual pertinentes. A peça deverá ser datada 
do último dia do prazo. (Valor: 5,00) 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à 
pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. 
 
Considerando a situação narrada, o examinando deveria apresentar Resposta à Acusação, com fundamento 
no Art. 396-A do Código de Processo Penal, em busca de evitar o prosseguimento do processo em desfavor 
de Patrick. A peça deveria ser encaminhada para a Vara Criminal da Comarca de Araruama, Rio de Janeiro, 
local onde o delito imputado teria sido praticado. Já de início, preliminarmente, deveria o advogado requerer 
o reconhecimento da nulidade do ato de citação. O Código de Processo Penal, em seu Art. 362, prevê a 
chamada “citação por hora certa”, que será admitida na hipótese de o réu estar se ocultando para não ser 
citado, devendo tal informação ser devidamente certificada por oficial de justiça. Ocorre que, no caso, não 
seria possível a citação por hora certa, já que não havia nenhum indício concreto de que o acusado estaria 
se ocultando para não ser citado. Simplesmente a residência de Patrick encontrava-se fechada porque ele 
estava trabalhando em embarcação, sendo prematura a conclusão do oficial de justiça apenas com base em 
um único comparecimento na residência daquele que pretendia citar. Dessa forma, a citação foi inválida e 
certamente houve prejuízo ao exercício do direito de defesa, tendo em vista que o advogado não conseguiu 
conversar com o réu sobre os fatos antes de apresentar resposta à acusação. Superada tal questão, diante 
das informações constantes do enunciado, caberia ao advogado do denunciado pleitear a absolvição sumária 
de seu cliente, tendo em vista que o fato evidentemente não constitui infração penal e ocorreu causa 
manifesta de exclusão da ilicitude. O fato narrado evidentemente não constitui crime. De acordo com o Art. 
17 do Código Penal, não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta 
impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o delito. Trata-se de aplicação do instituto do crime 
impossível, onde se valoriza mais a vertente objetiva em detrimento da subjetiva. No crime impossível, o 
agente age com dolo na prática do crime e efetivamente este não se consuma por circunstâncias alheias à 
sua vontade. Todavia, a tentativa não é punida pelo fato de ser impossível a consumação, logo o bem jurídico 
não seria colocado em risco suficiente para justificar a intervenção do Direito Penal. Na situação 
apresentada, Patrick buscou praticar um crime de lesão corporal grave mediante disparo de arma de fogo. 
Ocorre que aquela arma era totalmente incapaz de efetuar disparos, conforme consta do laudo pericial 
acostado, logo houve ineficácia absoluta do meio utilizado, impedindo a punição da tentativa. O 
reconhecimento do crime impossível gera a atipicidade da conduta e, consequentemente, cabível a 
absolvição sumária pelo fato evidentemente não constituir crime, com fulcro no Art. 397, inciso III, do CPP. 
Por outro lado, diante da legítima defesa, deveria ser formulado pedido de absolvição sumária com 
fundamento no Art. 397, inciso I, do CPP. Consta do enunciado que Patrick somente agiu com intenção de 
lesionar Lauro para resguardar a integridade física de sua sobrinha. De acordo com o Art. 25 do Código Penal, 
haverá legítima defesa quando alguém, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta 
agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem, sendo esta causa de exclusão da ilicitude, nos 
termos do Art. 23, inciso II, do Código Penal. Patrick agiu para proteger direito de terceiro (sua sobrinha) e 
para repelir injusta agressão, já que Lauro estava agredindo Natália de maneira relevante e exagerada em 
razão de ciúmes. Os meios utilizados foram moderados e necessários, já que Patrick encontrava-se 
 
 
 
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imobilizado na perna e no braço, impedindo que entrasse em luta corporal sem utilizar outro meio que não 
a arma de fogo. Ademais, Patrick não pretendia matar Lauro, mas apenas lesionar. Após os pedidos de 
absolvição sumária e de nulidade, deveria o examinando apresentar rol de testemunhas, indicando Maria, 
José e Natália, no máximo de 08. O prazo para elaboração da peça processual, nos termos do Art. 396 do 
CPP, é de 10 dias, sendo que a intimação do réu ocorreu em 27 de fevereiro de 2018, iniciando-se o prazo 
em 28 de fevereiro de 2018 e terminando em 09 de março de 2018. A petição deveria ter indicação de local, 
data, assinatura e advogado OAB n. 
BONS ESTUDOS! 
BORA PETICIONAR. Sem treino não há resultado, na segunda fase da OAB. 
 
 
	Resposta à Acusação
	1 - Como Descobrir A Peça
	2 - Fundamento Legal Da Peça
	3 - Prazo
	4 - Conteúdo Da Resposta À Acusação
	5 - Preliminares
	6 - Mérito
	7 - Pedido: Absolvição Sumária
	8 - A Existência Manifesta De Causa Excludente Da Ilicitude Do Fato
	9 - A Existência Manifesta De Causa Excludente Da Culpabilidade Do Agente, Salvo Inimputabilidade
	10 - Que O Fato Narrado Evidentemente Não Constitui Crime
	11 - Extinção Da Punibilidade Do Agente
	12 - Produção De Provas E Rol De Testemunhas
	13 - Recursos
	14 - Estrutura Da Resposta À Acusação
	15 - Modelo De Peça
	16 - Peça Resolvida

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