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DOUGLAS DOS SANTOS TABORDA
AMBIENTE E ECOLOGIA: 
IDEIAS E CONCEPÇÕES
Sumário
INTRODUÇÃO ������������������������������������������������� 3
CONCEPÇÕES DE AMBIENTE, 
ECOLOGIA E NATUREZA �������������������������������� 5
RELAÇÃO HOMEM-NATUREZA �������������������15
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA EDUCAÇÃO 
AMBIENTAL �������������������������������������������������20
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������������33
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS & 
CONSULTADAS ��������������������������������������������35
2
INTRODUÇÃO
As Atividades Físicas de Aventura na Natureza 
(AFANs) se caracterizam como um instrumento 
pedagógico de suma importância no processo 
de ensino-aprendizagem da formação inicial em 
Educação Física. Assim, compreendemos que 
essas atividades contemplam a tríplice ensino – 
pesquisa – extensão, podendo ser desenvolvidas 
como conteúdo em sala de aula, projetos espor-
tivos ou até mesmo como atividades de lazer e 
qualidade de vida.
Ao desenvolver aspectos didático-pedagógicos 
de atividades de ensino realizadas em ambientes 
naturais e não convencionais, o professor de Edu-
cação Física, dentro ou fora do contexto escolar, 
desempenha um importante papel no que diz 
respeito ao acesso a um conteúdo inovador, que 
reaproxima os alunos do convívio harmonioso com 
as práticas corporais e sua relação com o meio 
ambiente (PEREIRA, 2013; PIMENTEL, 2013; DA 
PAIXÃO, 2017).
A partir disso, neste e-book, estudaremos os ele-
mentos teóricos referentes aos conteúdos que 
englobam a conceituação e a reflexão crítica sobre 
os temas do ambiente, meio ambiente, ecologia, 
natureza, sujeito ecológico, educação ecológica, 
educação ambiental, a relação homem-natureza e os 
3
objetivos de uma Educação Ambiental Sustentável 
orientadas por princípios didático-pedagógicos, 
aludindo para a responsabilidade civil do profis-
sional de Educação Física e sua contribuição para 
o processo de formação consciente de cidadãos 
responsáveis no que diz respeito às questões 
ambientais.
Sendo assim, os assuntos aqui discutidos visam 
estimular à curiosidade e também instigar o de-
senvolvimento de estratégias de intervenção nos 
distintos campos de atuação do profissional de 
Educação Física. Bons estudos!
4
CONCEPÇÕES DE 
AMBIENTE, ECOLOGIA E 
NATUREZA
Neste tópico, vamos abordar temáticas relacionadas 
às concepções de ambiente, meio ambiente, eco-
logia e natureza, buscando realizar um movimento 
de conversão teórica, que nos permita direcionar 
o foco do discurso para questões didático-peda-
gógicas voltadas ao âmbito da Educação Física.
Dentre as temáticas que mais ganharam notabi-
lidade mundial nos últimos anos, está presente a 
questão ambiental, a utilização inteligente de seus 
recursos, a poluição, os problemas do crescimento 
industrial e comercial, bem como, os desmatamen-
tos e a exploração indevida dos recursos naturais 
em detrimento da cobiça exacerbada pelo lucro.
Nessa mesma direção, precisamos entender a uni-
versalidade conceitual sobre o ambiente, buscando 
construir elementos didáticos de intervenção na 
Educação Física. Sendo assim, os conceitos de 
ambiente e meio ambiente se entrelaçam e, por 
vezes, até são utilizados como sinônimos, o que 
nos leva a certas ponderações.
O conceito de ambiente é vasto na literatura e 
distinto no que tange as áreas de conhecimento 
5
envolvidas. De acordo com Moreira (2006), psi-
cologia ambiental, ecologia humana, arquitetura, 
administração e educação são algumas das muitas 
áreas que atuam diretamente na conceituação e 
intervenção do e no ambiente. Em face do exposto, 
traçaremos nosso ponto de vista de forma relacional 
associando o indivíduo e o Ambiente.
Através das considerações teóricas de Bronfenbren-
ner (1996), podemos inferir que o sujeito é um 
“todo funcional”, imbuído de diferentes modos de 
interagir no e sob o ambiente social. Diante disso, 
o ambiente e seu desenvolvimento pode ser com-
preendido como uma teia que envolve distintos 
contextos ambientais, são eles: 
o Microssistema (família, escola, bairro e grupos de 
amigos); o Mesossistema (resultante da interação 
entre os distintos ambientes dos microssistemas); 
o Sistema externo (que são os ambientes sociais 
nos quais o indivíduo não desempenha papel ativo, 
mas é afetado por suas decisões); o Macrossiste-
ma (referendado pela cultura na qual um indivíduo 
existe); e o Cronossistema, (ligado aos eventos 
histórico-sociais da vida de um indivíduo) (MOREI-
RA, 2006, p. 37).
A complexidade envolta sob a temática do ambien-
te e do indivíduo, nos permite inferir que existem 
diferentes formas de interpretar o ambiente e as 
6
relações/intervenções que o sujeito nele realiza. 
Entre outras palavras, queremos expressar que os 
distintos locais onde o indivíduo convive e interage, 
condicionam e/ou norteiam seu comportamento. 
Por conseguinte, é sensato dizer que o professor 
de Educação Física deve empenhar-se em conhe-
cer qual ou quais são os ambientes frequentados 
e/ou vividos por seus alunos, pois através desta 
premissa, será possível interpretar e compreen-
der melhor a origem, ou ainda, a consequência de 
determinados comportamentos socioculturais por 
eles apresentados.
Além disso, o conceito de meio ambiente possui 
diversas formulações, como aquelas que buscam 
a sua caracterização etimológica, outras que visam 
assegurar os propósitos jurídicos de sua existência 
e até aquelas que visam servir como orientação 
para órgãos públicos, organizações não-governa-
mentais e setores de produção. 
Indiferentemente da perspectiva teórica, há registros 
e informações pertinentes que ajudam a pensar de 
forma mais ampla a respeito do tema. Sendo assim, 
optamos por trazer à tona uma síntese conceitual 
de meio ambiente, na qual, distintas perspectivas 
teóricas nos ajudam a entender melhor a magni-
tude desse vocábulo.
7
Tabela 1: Conceito de meio ambiente
Concepção 
Ambientalista
Concepção 
Naturalista
Concepção 
Socioambiental
Se dirige para o 
estabelecimento de 
uma sociedade que 
reflita seus pro-
cessos produtivos, 
emergindo uma 
perspectiva mul-
tidimensional do 
ambiente, que en-
volvesse economia, 
ecologia e política 
ao mesmo tempo, 
de forma a mini-
mizar os impactos 
e a destruição 
ambiental e maxi-
mizar a igualdade 
social, a saúde e o 
bem-estar.
A concepção 
naturalista do meio 
ambiente visto 
como a “natureza 
intocada”, que com-
preende a flora e a 
fauna convivendo 
em equilíbrio e har-
monia, foi abando-
nada em detrimen-
to de uma visão 
socioambiental.
Na concepção 
socioambiental, o 
meio ambiente é 
concebido pelas 
relações homem-
-natureza, em cons-
tante interação. 
Dessa forma, o ser 
humano passa a 
ser integrante do 
meio e torna-se um 
agente participati-
vo e transformador 
de seu meio.
Fonte: Adaptado de SANTOS; IMBERNON, 2014, p. 153.
Baseado nas considerações da tabela apresentada, 
é conveniente mencionar que através de uma abor-
dagem dialógica, que permita transitar e aproximar 
duas ou mais correntes teóricas, será possível ex-
pandir a compreensão sobre o assunto. Nas aulas 
de Educação Física, diferentes questionamentos 
emergem quando estes conteúdos de ensino são 
apresentados aos alunos. Nessa mesma direção, 
buscar dialogar de forma reflexiva sobre diferentes 
aspectos (legais, políticos, naturais, entre outros), 
permite que o professor crie um espaço para o 
8
debate, estabelecendo uma proposta democrática 
e sistêmica de abordagem dos conteúdos.
O Capitulo 2 do estudo de Mestrado de RIBEIRO (2012), 
intitulado “(Meio) Ambiente: Expressões, Significados e 
Sentidos” trata de uma longa discussão apresentando 
etimologicamente diferentes perspectivas e significados 
para o tema. É uma ótima recomendação de leitura para 
aprofundar a análise sobre aspectos teóricos e históri-
cos do conceito de meio ambiente. Acesse em: https://
repositorio.unesp.br/bitstream/handle/11449/90939/
ribeiro_jag_me_bauru.pdf?sequence=1. 
O termo “ecologia” está diretamente relacionado 
com as questões ambientais.Defini-lo conceitu-
almente não é tarefa simples, pois o mesmo está 
imbricado em diferentes tendências e concepções 
teóricas.
Para melhor organizar nossa linha de raciocínio, 
focaremos nossa análise sobre uma visão educa-
cional com intencionalidade pedagógica de abordar 
esse tema nas aulas. Sendo assim, consideremos 
as considerações a seguir:
A Ecologia estuda as relações mútuas que os seres 
vivos estabelecem entre si e com o ambiente físico. 
Esse objeto de estudo, baseado nas interações que 
SAIBA MAIS
9
ocorrem no mundo natural, abarca uma grande 
gama de conceitos biológicos e lhe confere um 
papel importante no ensino de conceitos cientí-
ficos. O entendimento dos diferentes fenômenos 
que englobam essas relações e interações entre 
seres vivos (incluindo o homem) e os componentes 
abióticos, é amplamente discutido à luz de teorias 
ecológicas. No contexto escolar, esse entendimento 
é imprescindível. O aluno em formação precisa apro-
priar-se da linguagem e dos conceitos científicos 
para desenvolver atitudes responsáveis e postura 
crítica frente às diferentes problemáticas ambientais, 
as quais vem confrontando diariamente (BRANDO; 
CAVASSAN; CALDEIRA, 2009, p. 13).
No cenário educacional surge a denominada Edu-
cação Ambiental. Nesse contexto, o crescimento 
populacional, bem como, a evolução tecnológica 
e industrial interferira diretamente sobre a degra-
dação ambiental mundial. É em defesa de uma 
educação ecológica, ou seja, que visa à mudança 
de aspectos e comportamentos humanos, que 
permite compreendermos a importância de se 
preservar as riquezas naturais ainda existentes 
em nosso planeta, para que as futuras gerações 
ainda possam delas desfrutar.
10
A Educação Ambiental é uma das temáticas abrangentes 
e emergentes nos documentos oficiais da Educação, bem 
como, sobre as possibilidades didático-pedagógicas 
inovadoras na Educação Física. Para isso, assista ao 
vídeo intitulado “Educação Física e Educação Ambiental”, 
da série Esporte na Escola, produzido pelo Ministério da 
Educação e fique por dentro. Acesse em: https://www.
youtube.com/watch?v=xG_4_5rUyME. 
A conscientização em relação à ecologia (conser-
vação, educação), convida a sociedade em geral 
para uma reflexão permanente e emergente sobre 
os padrões comportamentais que prejudicam a 
natureza. A partir disso, passa a ser necessário 
que nós, como professores, devemos formar o 
sujeito ecológico, que se “caracteriza por indivíduos 
que agem e refletem a favor da conscientização 
ambiental”. (NEUENFELDT; MARTINS, 2016, p. 58). 
A conscientização da humanidade para este sujeito 
ecológico, permite reunir em um indivíduo aspectos 
éticos, morais, estéticos e socioambientais, confi-
gurando um sujeito voltado para comportamentos 
que aludem para uma possibilidade de reverter 
tais adversidades, contribuindo para vislumbrar 
um mundo ambientalmente sustentável. (RIBEIRO, 
2012; DA PAIXÃO, 2017; MACIEL; GÜLLICH; LIMA, 
2018; SCOPEL et al., 2020).
SAIBA MAIS
11
Ainda nesse viés, torna-se necessário ampliarmos 
o enfoque conceitual, buscando trazer à tona as 
inúmeras possibilidades de conceituar a natureza, 
relacionando-a com os demais conceitos por hora 
apresentados.
A construção/evolução histórica sobre o concei-
to de natureza abarca uma gama de diferentes 
concepções teóricas que quando comparadas, 
hora possuem relações de aproximação, hora, 
tais relações conceituais se distanciam. Para que 
seja possível avançarmos no tema, observamos 
os apontamentos realizados no estudo de Ribeiro 
e Cavassan:
A priori o vocábulo natureza nos remete a uma 
infinidade de significados. Dentre as definições 
que podemos ter estão: (I) princípio de vida; causa 
eficiente e final; princípio vital. (II) Substância ou 
essência necessária; conjunto das propriedades 
que definem algo. (III) Características particulares 
que distinguem um indivíduo; temperamento, idios-
sincrasia. (IV) Universo, conjunto ou totalidade das 
coisas naturais; o conjunto de tudo que existe. (V) 
Conjunto de seres que não o homem. (VI) Sistema 
de regras, ordem ou lei natural, cujas origens podem 
estar nas mãos do Criador. (VII) Tudo o que é inato, 
instintivo, espontâneo em um ser; opõem-se àquilo 
que é adquirido pela experiência individual ou so-
cial. (VIII). Aquilo a que estamos acostumados, os 
objetos e acontecimentos tais como habitualmente 
se apresentam; opõe-se ao que é sobrenatural. 
(RIBEIRO; CAVASSAN, p. 63-64, 2013).
12
Na reflexão apresentada, observamos que qualquer 
tentativa de conceituar natureza por um único viés 
é insuficiente. Sendo assim, apresentamos, na ta-
bela a seguir, um breve resumo sobre a evolução 
histórica dos conceitos que perfizeram e ainda 
circulam no cenário dos debates acadêmicos.
Tabela 2: Concepções de natureza
Natureza Cristã Natureza Pensada Natureza Moderna
Fruto do período 
na Renascença 
(Séc. XVI e XVII), é 
a concepção que 
não reconhece 
uma inteligência 
ou vida própria à 
natureza. Ou seja, 
na ideia cristã, tudo 
parte de um Deus 
criador e onipoten-
te. A natureza aqui 
é comparada com 
uma máquina de 
circuito fechado, ou 
seja, não possui ca-
pacidade de mudar 
ou inteligência para 
adaptar-se. 
Nessa concep-
ção, a natureza é 
pensada, ou seja, 
não necessaria-
mente é um objeto, 
mas sim, fruto da 
criação do pensa-
mento humano, e, 
portanto, trata-se 
de uma abstra-
ção. O conceito 
então pode variar 
conforme diferen-
tes grupos sociais, 
épocas e culturas, 
sendo construído e 
reconstruído atra-
vés das relações 
sociais vividas no 
espaço-tempo. 
Essa concepção 
parte do pressu-
posto das teorias 
evolucionistas, ou 
seja, é possível 
compreender que 
a natureza está 
submetida cons-
tantemente às situ-
ações de mudança. 
Nessa perspectiva, 
a natureza não 
pode ser compara-
da a uma máquina, 
pois ela não é algo 
pronto, como um 
produto, mas sim, 
um organismo que 
pode ser subme-
tido às mudanças 
que ocorrem ao 
longo do tempo.
Fonte: Adaptado de CAMPONOGARA; RAMOS; KIRCHHOF, 
2007; CARVALHO, 2012; INÁCIO; MORAES; SILVEIRA, 
2013; RIBEIRO; CAVASSAN, 2013.
Os diferentes conceitos sobre natureza se entrela-
çam com distintas tendências. Assim, identificamos 
13
que os termos ambiente, meio ambiente, ecologia 
e natureza se complementam quando se trata de 
abordar a educação ambiental e a formação do 
sujeito ecológico.
Portanto, o profissional de Educação Física deve 
atentar-se para o fato de que esses temas neces-
sitam de um bom embasamento teórico, além de 
um entendimento mais amplo à medida que se 
avança nas especificidades dos conteúdos. Mais 
uma vez, vale ressaltarmos que são inúmeras as 
contribuições de diferentes perspectivas teóricas 
e áreas de conhecimento envolvidas com tais te-
máticas, o que, de certa forma, ao mesmo tempo 
que contribui para a interdisciplinaridade do as-
sunto, também requer certa cautela no momento 
de abordá-lo em sala de aula.
14
RELAÇÃO HOMEM-
NATUREZA
Historicamente, a conexão entre o homem e a na-
tureza sempre foi conturbada e desigual. Quando 
examinamos a fundo tal vínculo, observamos o 
quanto o ser humano vem sendo inconsequente 
e agindo de forma irresponsável com a natureza. 
Desde os tempos mais remotos, o ser humano 
utiliza-se do ecossistema como principal recurso 
de sobrevivência. Dessa forma, ele, ainda vagante, 
usufruía deliberadamente das fontes de alimento 
de um determinado local até que essas se esgo-
tassem, migrando para um novo local sempre que 
necessário.
Ao mesmo tempo que o progresso das civilizações 
cresceu demasiadamente, as demandas do homem 
passaram a exigir gradativamente do ecossistema 
mais proventos e atualmente, sofremos as conse-
quências resultantes do modo como a sociedade 
mundial zela e se relaciona com a natureza. Com 
essa mesma visão, Pott e Estrela nos esclarecem: 
A partir da segunda metade do século passado a 
humanidade pôde acompanhar as consequências de 
um sistema remanescente da Revolução Industrial 
que, por visar apenas a produtividade com focono 
crescimento econômico, não zelou pela qualidade 
15
do ambiente e a consequente saúde da população. 
Contaminações de rios, poluição do ar, vazamento 
de produtos químicos nocivos e a perda de milhares 
de vidas foram o estopim para que, partindo da 
população e passando pela comunidade científica, 
governantes de todo o mundo passassem a discutir 
e buscar formas de remediação ou prevenção para 
que tamanhas catástrofes não se repetissem. O 
momento atual, no que se refere a meio ambiente, 
é reflexo de uma série de erros e decisões tomadas 
no passado. Encontramo-nos num ponto em que 
devemos basicamente reduzir os impactos desses 
erros, que nos foram deixados como legado, por uma 
geração e trabalhar sob o enfoque da prevenção 
e da precaução para que as mesmas falhas não 
sejam repetidas. (POTT; ESTRELA, 2017, p. 271).
Sendo assim, diante da procura pelo desenvolvimento 
e crescimento econômico o homem tem procurado, 
paulatinamente, aumentar suas inter-relações com 
a natureza. Acompanhamos diariamente na mídia 
as consequências constantes da interferência do 
ser humano no ecossistema, mas essa relação 
pode ser melhorada? A resposta é sim!
Para que isso seja possível, precisamos nos inte-
ressar por restabelecer, com prudência, os limites 
inteligentes na utilização dos recursos naturais, 
em detrimento da quantidade e da periodicidade 
16
do abuso na extração dos recursos retirados do 
ecossistema, e ainda, da infinidade de rejeitos nele 
depositados, que são cada dia que passa maiores. 
O ritmo desenfreado de consumo de bens não reno-
váveis da natureza leva a produção em larga escala 
de resíduos no meio em que vivemos causando 
doenças e poluição. A devastação da natureza é 
a consequência entre a dependência do homem 
e o meio ambiente. 
Nesse sentido, podemos apontar que a desolação 
da natureza é resultante de três fatores primordiais: 
a quantidade de recursos utilizados ou descartados, 
o tempo e frequência com que essa utilização ou 
descarte ocorrem e o tipo de recurso utilizado e 
as distintas formas de causar poluição. Ou seja, 
para manter seu padrão de vida o homem realiza 
de forma exacerbada a obtenção de recursos de 
maneira insustentável, causando ao meio ambiente 
um colapso.
As intervenções do ser humano na natureza são his-
toricamente prejudiciais, entretanto, já existem mo-
vimentos e ações globais para a conscientização da 
economia verde, da preservação do ecossistema e de 
uma educação ecológica. Para saber mais a respeito 
disso, assista ao vídeo intitulado “O Futuro que quere-
SAIBA MAIS
17
mos”, produzido pelo Instituto Nacional de Pesquisas 
Espaciais (INPE) e disponível em: https://www.youtube.
com/watch?v=dr5dueiANhI. 
Além disto, no período mais recente do pós-guer-
ra, ocorre uma explosão tecnológica maior ainda, 
em que as máquinas e equipamentos se tornam 
maiores, explorando mais ainda os recursos na-
turais. Desse contexto, emergem duas ideologias 
errôneas: a primeira, é acreditar que os recursos 
naturais são infinitamente renováveis, que dialoga 
com a segunda, o consumismo desenfreado. 
Tais atitudes colaboram para redução de nossa 
possibilidade de existência no universo, ou seja, 
estamos destruindo o planeta terra e a biosfera 
que o compõe. A genuína esfera social do ser 
humano é a cultura, entretanto, possuímos uma 
conexão intrínseca com a natureza e nós temos 
que nos voltar inteiramente para a preservação 
da biosfera planetária. Sobre uma possibilidade 
de Desenvolvimento Sustentável, a Organização 
das Nações Unidas (ONU) vem desenvolvendo 
inúmeras ações para conscientizar a população 
mundial. No Brasil, por exemplo, temos 17 objetivos 
de Desenvolvimento Sustentável apoiados pela 
ONU, como verificamos na figura a seguir:
18
Figura 1: Objetivos do desenvolvimento sustentável no 
Brasil.
Fonte: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs. 
Nós dependemos absolutamente, completamente, 
da preservação ambiental em qualquer nível. Por-
tanto, as nossas condutas individuais, coletivas, 
privadas, públicas e políticas, devem ser voltadas 
inexoravelmente para uma preocupação de pre-
servação ambiental a qualquer preço.
19
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA 
EDUCAÇÃO AMBIENTAL
O Brasil, enquanto país associado à ONU, tem ela-
borado documentos e orientações norteadoras que 
vão de encontro às políticas mundiais para uma 
possível Educação Ambiental. Nesse cenário, estão 
dispostos os referenciais legais mencionados na 
Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999, denominada 
de Política Nacional de Educação Ambiental. Nesse 
documento, nos artigos 4º e 5º, respectivamente, 
estão mencionados e outorgados os princípios 
básicos e os objetivos fundamentais da Educação 
Ambiental. Para melhor compreendê-los, analise-
mos tais informações na tabela a seguir:
20
Tabela 3: Princípios e objetivos da Educação Ambiental.
Art� 4º: Princípios Básicos da 
Educação Ambiental:
Art� 5º: Objetivos Fundamen-
tais da Educação Ambiental:
I - O enfoque humanista, holístico, 
democrático e participativo;
II - A concepção do meio ambien-
te em sua totalidade, conside-
rando a interdependência entre o 
meio natural, o socioeconômico 
e o cultural, sob o enfoque da 
sustentabilidade;
III - O pluralismo de ideias e 
concepções pedagógicas, na 
perspectiva da inter, multi e 
transdisciplinaridade;
IV - A vinculação entre a ética, a 
educação, o trabalho e as práticas 
sociais;
V - A garantia de continuidade 
e permanência do processo 
educativo;
VI - A permanente avaliação críti-
ca do processo educativo;
VII - A abordagem articulada das 
questões ambientais locais, regio-
nais, nacionais e globais;
VIII - O reconhecimento e o res-
peito à pluralidade e à diversidade 
individual e cultural.
I - O desenvolvimento de uma 
compreensão integrada do meio 
ambiente em suas múltiplas e 
complexas relações, envolvendo 
aspectos ecológicos, psicoló-
gicos, legais, políticos, sociais, 
econômicos, científicos, culturais 
e éticos;
II - A garantia de democratização 
das informações ambientais;
III - O estímulo e o fortalecimento 
de uma consciência crítica sobre 
a problemática ambiental e social;
IV - O incentivo à participação 
individual e coletiva, permanente 
e responsável, na preservação 
do equilíbrio do meio ambien-
te, entendendo-se a defesa da 
qualidade ambiental como um 
valor inseparável do exercício da 
cidadania;
V - O estímulo à cooperação entre 
as diversas regiões do País, em 
níveis micro e macrorregionais, 
com vistas à construção de uma 
sociedade ambientalmente equili-
brada, fundada nos princípios da 
liberdade, igualdade, solidarieda-
de, democracia, justiça social, res-
ponsabilidade e sustentabilidade;
VI - O fomento e o fortalecimento 
da integração com a ciência e a 
tecnologia;
VII - O fortalecimento da cidada-
nia, autodeterminação dos povos 
e solidariedade como fundamen-
tos para o futuro da humanidade.
Fonte: Adaptado de BRASIL, 1999.
Entretanto, quando investigamos o tema mais 
afundo, encontramos referências anteriores à Lei 
21
nº 9. 725 publicada em 1999. Entre àquelas mais 
difundidas na literatura estão as que apresentam 
forte correlação com as ações e políticas ambien-
tais nacionais. O Estado de São Paulo, no ano de 
1993, compilou documentos em uma publicação 
Oficial que reuniu Declarações, Carta e Tratado 
que fomentavam a ideologia da conscientização 
e Educação Ambiental.
O Documento Publicado pelo Estado de São Paulo 
(1993), intitulado “Meio ambiente e desenvolvimento: 
documentos oficiais, Organização das Nações Unidas, 
Organizações não-governamentais”, oferece subsí-
dios para entender um pouco mais sobre a trajetória 
histórica dos esforços internacionais e nacionais pelo 
estabelecimento de critérios e ações voltadas para a 
Educação Ambiental. O documento poder ser acessado 
na íntegra, portanto, aproveite a leitura. Disponível em: 
https://acervo.socioambiental.org/sites/default/files/
documents/S7D00004.pdf. 
No intuito de tentar compreender melhor as ações 
nacionais voltadas para a Educação Ambiental,são 
de suma importância as considerações proferidas 
pelo estudo de Carvalho (2012), que recupera infor-
mações pertinentes sobre o Tratado de Educação 
Ambiental para Sociedades Sustentáveis:
SAIBA MAIS
22
No Brasil, a Educação Ambiental que se orienta pelo 
Tratado de Educação Ambiental para sociedades 
sustentáveis tem buscado construir uma perspec-
tiva interdisciplinar para compreender as questões 
que afetam as relações entre os grupos humanos e 
seu ambiente, relacionando diversas áreas do co-
nhecimento e diferentes saberes – também os não 
escolares, como os da comunidade e populações 
locais – e valorizando a diversidade das culturas e 
dos modos de compreensão e manejo do ambiente. 
No plano pedagógico, a Educação Ambiental tem-se 
caracterizado pela crítica à compartimentalização 
do conhecimento em disciplinas. É, nesse sentido, 
uma prática educativa impertinente, pois questiona 
as pertenças disciplinares e os territórios de sa-
ber/poder já estabilizados, provocando com isso 
mudanças profundas (CARVALHO, 2012, p. 54-55).
A partir das ponderações desse autor, compreen-
demos que a Educação Física, enquanto área do 
conhecimento, está inserida neste bojo e possui 
elementos didático-pedagógicos que podem for-
talecer práticas educativas sustentáveis no que 
diz respeito às questões ambientais.
Nessa direção, de acordo com Branco, Royer e 
Branco (2018), os documentos oficiais da Educação 
Básica, como os Parâmetros Curriculares Nacio-
nais (PCNs), as Diretrizes Curriculares Nacionais 
23
(DCNs) e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), 
apontam para objetivos e orientações norteadoras 
de uma Educação Ambiental em todas as esferas 
da sociedade. Segundo os autores, a Educação 
Ambiental também ancora outras áreas da socie-
dade além da dimensão educacional:
A Educação Ambiental tem o papel preponderante 
de conduzir novas iniciativas, de desenvolver novos 
pensamentos e práticas, de promover a quebra de 
paradigmas da sociedade, formando cidadãos cons-
cientes e participativos das decisões coletivas. Além 
disso, seu papel não se reduz ao meio ambiente, 
mas seu leque se amplia para a economia, a justi-
ça, a qualidade de vida, a cidadania e a igualdade 
(BRANCO; ROYER; BRANCO, 2018, p. 186).
A partir dessa perspectiva, a interdisciplinaridade 
produz conhecimento diverso e plural que deve ser 
observado pelo profissional de Educação Física no 
momento de sua abordagem didático-pedagógica. 
No estudo realizado por Silva, Silva e Inácio (2008), 
as contribuições teórico-metodológicas para a 
Educação Física apontam que a lógica da produção 
de conhecimento interdisciplinar permite galgar 
a artificialidade e a segmentação das iniciativas 
educativas isoladas. Sendo assim, dialogar e 
compreender a universalidade e a magnitude das 
questões envolvidas com a Educação Ambiental, 
24
alicerça uma fundamentação pedagógica coerente 
com os processos de ensino-aprendizagem.
As considerações provenientes do estudo realizado 
por Domingues, Kunz e Araújo (2011), firmam coe-
rência com um processo pedagógico vinculado aos 
objetivos apresentados em 1992 pelo Tratado para 
as Sociedades Sustentáveis e de Responsabilidade 
Global. Esse processo pedagógico é ancorado por 
sete princípios norteadores conforme é descrito 
a seguir:
Ter como base o pensamento crítico e inovador, 
promovendo a transformação e a construção da 
sociedade; 
Ser individual e coletiva, com propósito de formar 
cidadãos com consciência local e planetária, respei-
tando a autodeterminação dos povos e a soberania 
das nações; 
Envolver uma perspectiva holística, enfocando a 
relação entre o ser humano, a natureza e o universo 
de forma interdisciplinar; 
Estimular a solidariedade, a igualdade e o respeito 
aos direitos humanos, valendo-se da estratégia 
democrática e interação entre as culturas; 
Integrar conhecimentos, aptidões, valores, atitudes 
e ações; 
Converter cada oportunidade em experiências 
educativas das sociedades sustentáveis; 
25
Ajudar a desenvolver uma consciência ética sobre 
todas as formas de vida com as quais comparti-
lhamos este planeta, respeitar seus ciclos vitais e 
impor limites à exploração dessas formas de vida 
pelos seres humanos. (DOMINGUES; KUNZ; ARAÚJO, 
2011, p. 562-563).
Segundo os autores, a Educação Física ainda precisa 
avançar sob os aspectos da formação ambien-
talista, entendendo a educação ambiental como 
um tema transversal, em outras palavras, não se 
limitar a discutir questões globais sobre educação 
ambiental, apenas pela ótica da esportivização 
das práticas corporais na natureza, tampouco 
vincular somente os elementos específicos das 
modalidades radicais ou de aventura.
Nas considerações proferidas por Rios, Souza Filho 
e Ribeiro (2018), a interdisciplinaridade envolvida 
na abordagem da Educação Ambiental permite 
ao profissional de Educação Física ancorar-se em 
distintas áreas do conhecimento contemplando 
elementos teóricos e, simultaneamente, permitindo 
o desenvolvimento criativo e autônomo dos alunos 
de forma dinâmica, explorando suas potenciali-
dades e ainda, considerando suas experiências 
adquiridas nos distintos ambientes em que os 
sujeitos interagem.
26
As atividades práticas, jogos, brincadeiras, esportes 
e atividades desenvolvidas nas aulas de Educação 
Física, em especial àquelas realizadas na natureza, 
convergem para uma reaproximação dos alunos com 
os aspectos de sua condição humana primordial, 
ou seja, quando a sensibilidade pelo ecossistema 
é assumida em compreender a importância da 
preservação e conservação ambiental a sua volta.
Em contrapartida, o estudo realizado por Leão 
Junior, Demizu e Royer (2016), investigou o nível 
de conhecimento de 18 acadêmicos de Educação 
Física sobre o conceito de Educação Ambiental e 
sua relação com a disciplina de Educação Física.
Os resultados obtidos demonstraram que tal asso-
ciação ainda carece de afirmação teórico-prática em 
diferentes contextos de intervenção. Nessa direção, 
o processo didático-pedagógico da Graduação em 
Educação Física deve promover o debate crítico e 
oportunizar vivências práticas, condizentes com as 
necessidades metodológicas oriundas dos distintos 
campos de atuação profissional, como também, 
oferecer subsídios para a formação continuada 
desses profissionais.
Para fortalecer nossas considerações, são per-
tinentes as orientações propostas no estudo de 
Inácio, Moraes e Silveira que reforçam os elementos 
27
pedagógicos presentes na Educação Ambiental e 
sua relação com a Educação Física:
A Educação Ambiental é um processo de constru-
ção da relação humana com o ambiente onde os 
princípios da responsabilidade, da autonomia, da 
democracia, entre outros, estão sempre presentes. 
Dessa forma, a Educação Ambiental busca, em sua 
ação humanizadora, a construção de uma prática 
social e uma ética ambiental que redefinam as re-
lações dos homens com o ambiente em que vivem 
(INÁCIO, MORAES, SILVEIRA, 2013, p. 7)
Ainda segundo os autores, a inclusão do tema da 
Educação Ambiental não pode ser realizada de 
forma taxativa e/ou arbitrária. Isso significa dizer, 
que apenas incluir o assunto esporadicamente nas 
aulas e/ou atividades, ou ainda, somente listar 
em um plano de ensino/tarefas não é suficiente 
para abranger as inquietudes que essa temática 
demanda. Diante disso, ao profissional de Educa-
ção Física, cabe a responsabilidade de inteirar-se 
das políticas ambientais, bem como, dos estudos 
e relatos de experiência dos colegas de profissão 
que já iniciaram suas discussões e intervenções 
nos diferentes campos de atuação profissional, a 
fim de estabelecer um elo entre a práxis pedagógica 
e sua relação com a Educação Ambiental.
28
Como forma de contribuir para uma intervenção 
didático-pedagógica coerente com as premissas 
da Educação Ambiental, mediada pela Educação 
Física, o estudo realizado por Moreira (2006), 
apresenta uma sistematização de termos e temas 
relacionados com o tema da Educação Ambiental, 
conforme éapresentado na tabela a seguir:
29
Tabela 4: Sistematização dos termos usados no estudo 
ambiental.
VARIÁVEIS 
EXTERNAS 
QUE INTER-
FEREM NO 
AMBIENTE
Físicas: localização geográfica, relevo, clima, 
ar, água, formas de poluição variadas (sono-
ras, visuais, etc), detritos, ruídos, condições 
habitacionais, ambientes espaciais, condições 
de conforto (térmico, visual, acústico, ventila-
ção, pressão, luminosidade).
Biológicas não humanas: interações com 
animais, vegetação;
Biológicas e demográficas humanas: número 
de habitantes, taxas de natalidade e mortali-
dade, acesso, fluxo de pessoas e veículos, mo-
bilidade, situação sanitária (esgoto, despejo, 
refugo, lixo), dados epistemológicos;
Sociais: estratificação socioeconômica, habi-
tus social e familiar; condições de intimidade, 
privacidade, espaço pessoal, comportamento 
territorial, segurança, instituições e serviços;
Econômicas: valor em capital das habitações, 
entre outros.
Estruturais e combinadas: importância da 
forma e da estrutura do ambiente: sinalização 
interna e externa; condições de conforto tér-
mico, acústico, visual, barreiras arquitetônicas, 
materiais usados na construção, dimensio-
namento, disponibilidade da área; condições 
técnicas; entorno.
Reações fisiológicas e psicológicas: reação 
das pessoas à densidade, à necessidade de 
espaço, zonas de ocupação espacial, estresse 
ambiental;
30
CATEGORIAS 
DE RELAÇÃO 
HOMEM-AM-
BIENTE
- Submissão do homem ao ambiente;
- Ambiente como construção humana;
- Sistema interdependente.
SUBSISTE-
MAS AM-
BIENTAIS E 
SUAS RELA-
ÇÕES COM:
Arquitetura: construído ou modificado, natural 
ou geográfico;
Habilidades motoras: doméstico ou selvagem;
Condições de vida: urbano ou rural.
PERÍODO 
DA RELA-
ÇÃO COM O 
AMBIENTE
Temporário ou permanente.
FORMAS DE 
ENFRENTA-
MENTO COM 
O AMBIENTE
Optativo ou impositivo.
TIPOS Lar, entorno, escola, local de trabalho, local de 
lazer, trajetos, outros.
AMBIÊNCIA Qualidade do ambiente: percepção; adapta-
ção; reversão; preferências relativas ao tempo.
TOPOFILIA Percepção por meio dos cinco sentidos.
PERCEPÇÃO 
SENSÍVEL DO 
AMBIENTE
Estimulação da sensibilidade para além dos 
cinco sentidos.
Nível especial: visão, audição, gustação, olfa-
ção, equilíbrio.
Nível geral: tato protopático (grosseiro), tato 
epicrítico (discriminativo), sensibilidade à 
pressão, à temperatura (calor e frio), à dor 
somática (na pele, em áreas localizadas, 
musculares ou articulares), a dores viscerais 
(dores difusas), propriocepção consciente 
(posição das articulações) e propriocepção 
inconsciente (tônus muscular e estados de 
semicontração muscular);
31
CONDIÇÕES 
DE ESTÍMULO
Estável ou instável; convencional ou experi-
mental; confinado ou vasto; arranjo espacial 
aberto ou semi-aberto x fechado; empobreci-
do, padrão, enriquecido, diversificado ou cam-
po aberto; integrado ou compartimentalizado.
Fonte: Adaptado de MOREIRA, 2006, p. 43-44.
Fica evidenciado que o profissional de Educação 
Física pode e deve contribuir para o processo de 
Educação Ambiental e da conscientização na bus-
ca pela formação de indivíduos comprometidos e 
responsáveis pela preservação de nosso ecossiste-
ma. Portanto, ao inteirar-se dos conhecimentos da 
Educação Ambiental, as possibilidades de interação 
nos distintos espaços de intervenção profissional 
ampliam o repertório de atividades pedagógicas, 
bem como, de orientação sobre princípios eco-
lógicos e ambientais que ancoram objetivos de 
preservação e manutenção dos recursos naturais 
que ainda usufruímos.
Buscar fortalecer práticas pedagógicas educati-
vo-formativas para nossa sociedade é mais do 
que essencial, pois já vivemos um processo de 
crise de recursos e de inúmeras dificuldades de 
sobrevivência pelo uso indevido e/ou descuidado 
da natureza e, a Educação Física enquanto área 
do conhecimento, possui inúmeros recursos pe-
dagógicos para contribuir para uma Educação 
Ambiental de qualidade.
32
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste e-book, entendemos que desde o início de 
nossa existência como espécie e antes mesmo 
do desenvolvimento da civilização, o ser huma-
no era caçador-coletor e vivia num determinado 
ecossistema, nutria-se e abastecia-se dele. Uma 
vez não havendo mais viabilidade de suprimentos, 
o ser humano migrava para outra área. Tal movi-
mento isso durou milhares de anos, até que o ser 
humano passou a se estabelecer em um lugar e 
seu relacionamento com ambiente atingiu uma 
espécie de equilíbrio ecológico. 
Com o passar do tempo, compreendemos que com 
o surgimento das máquinas tecnológicas cada 
vez maiores e cada vez mais especializadas para 
explorar a natureza, os métodos de exploração da 
natureza se ampliaram e houve a expansão popu-
lacional, com isso chegarmos até o que vivemos 
hoje, um completo desequilíbrio dessa relação. 
Por fim, conhecemos também os elementos teóri-
cos-conceituais mediados por uma reflexão crítica 
sobre os temas do ambiente, meio ambiente, ecologia, 
natureza, sujeito ecológico, educação ecológica, 
educação ambiental e a relação homem-natureza. 
Perpassamos pela compreensão dos objetivos de 
uma Educação Ambiental Sustentável, orientadas 
por princípios didático-pedagógicos, manifestando 
33
os atributos referentes a responsabilidade civil do 
profissional de Educação Física. 
Além disso, entendemos como a Intervenção pro-
fissional contribui para o processo de formação 
consciente de cidadãos responsáveis no que diz 
respeito às questões ambientais.
34
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