Prévia do material em texto
Contabilidade Social Aula 7: Poupança, investimento e depreciação Apresentação Esta aula apresenta um enfoque no qual é a apresentada a de�nição de poupança e a sua importância na formação do investimento de uma economia, bem como a composição do investimento de um país em formação bruta de capital �xo e variação de estoques. Além disso, é colocada em evidência a diferença entre o investimento bruto e o investimento líquido, envolvendo a análise do agregado depreciação, e também entre o produto interno bruto e o produto interno líquido. Objetivos Explicar o que é o agregado poupança. Discutir os objetivos e a divisão do investimento de um país. Veri�car o que corresponde o agregado depreciação. Estudar a diferença entre produto interno bruto e produto interno líquido de uma economia. Nesta aula, analisa-se o que é poupança em termos de acumulação de capital, o investimento em termos de formação bruta de capital �xo e de variação de estoques, e a depreciação do capital da atividade econômica de um país. Já estudamos que, em um �uxo circulatório de trocas econômicas, nem toda a produção visa atender as necessidades de consumo. Na verdade, uma parcela desta produção está direcionada para o investimento. Os agentes econômicos não gastam toda a sua renda, pois eles poupam para utilização no futuro. A poupança é justamente a parte da renda nacional que não é consumida num dado período de tempo. Esta poupança, então, irá se converter no investimento (agregado) por meio do sistema �nanceiro. O sistema �nanceiro acaba sendo um novo agente dentro do �uxo circulatório em um sistema econômico. Sua função é a de captar os recursos que advém da poupança (por meio dos poupadores) para transferir (aos investidores) na formação do investimento. Ao não serem consumidos propriamente dito, e sim fazerem parte da produção, os bens e serviços de investimento têm como �nalidade aumentar a riqueza, ou seja, criar aumento da capacidade produtiva do país. Saiba mais Mas o que é o investimento? Este agregado, também chamado de taxa de acumulação (ou formação bruta) de capital refere-se à aquisição de bens e serviços de produção, ou, melhor dizendo, à obtenção de produtos na forma de bens e serviços de capital e/ou intermediários, cujo objetivo é o de aumentar a oferta de produtos (em um ou) no período seguinte em uma economia. No Brasil, segundo a �gura 10 e conforme a Diretoria de Pesquisas e Coordenação de Contas Nacionais do IBGE, o investimento na sua essência está dividido em: 1 Bens (e serviços) de capital ou formação bruta de capital �xo (FBCF) Construção, máquinas e equipamentos e outros elementos de mesma origem; 2 Variação de estoques (∆E) Produtos acabados e intermediários Saiba mais O agregado variação de estoques (∆E) é considerado pelo seguinte resultado: ∆E = Et – Et – 1 , pois está sendo considerado o �uxo no determinado ano. Nesse sentido, a variação de estoques é o resultado da diferença entre os estoques ao �m do ano presente com os estoques ao �m do ano anterior. Componentes da Formação Bruta de Capital Componentes da Formação Bruta de Capital a Preços Correntes (2006 e 2007) Valores a Preços Correntes (1.000.000 R$) 2006 2007 Componentes/Total (I=FBCF+∆E) 397.027,00 487.761,00 FBCF 398.328,00 464.137,00 . Máquinas e equipamentos 201.084,00 251.133,00 . Outros 30.859,00 35.188,00 . Construção 157.385,00 177.816,00 ∆E 7.699 23.624 Fonte: IBGE, Diretoria de Pesquisas. Coordenação de Contas Nacionais. Equacionando, os componentes do investimento (I), temos: I = FBCF + ∆E Segundo Vasconcellos, a distinção entre a formação bruta de capital �xo e variação de estoques acaba sendo importante porque as variações de estoques podem não ser deliberadas, dependendo justamente das condições de oscilações da economia, enquanto no caso dos bens (e serviços) de capital, estes já são planejados e deliberados, conforme a própria teoria macroeconômica. Ao considerarmos a existência de investimento, cabe aqui discutir a variável depreciação, pois as máquinas, os equipamentos etc., ou seja, os bens de capital são utilizados ao longo de vários períodos de tempo, chegando a um determinando momento em que as suas vidas úteis acabam (ou se tornam obsoletos) e devem então ser repostos A variável (ou o agregado) depreciação corresponde à parcela dos bens de capital que é consumida (ou desgastada) a cada período (de tempo) produtivo. Nesse sentido, podemos observar que, nem toda a nova produção de bens de capital é considerada como um novo investimento, e sim como investimento de reposição. Uma parcela do aumento da capacidade de produção irá então repor aquilo que foi depreciado. Deve-se, portanto, fazer a diferença entre o investimento os tipos de investimentos em função da seguinte fórmula abaixo que leva em conta o elemento depreciação: A fórmula mostra que a formação (ou acumulação) líquida de capital, isto é, o investimento líquido (IL) é a diferença entre o investimento bruto (IB), também de�nido como novos investimentos, com a depreciação (Dep) do estoque de capital existente na economia, em um dado período de tempo. Por essa situação com a introdução do conceito de depreciação, também se pode fazer a diferença conceitual entre o produto líquido do produto bruto. Melhor dizendo, e em função da fórmula abaixo, quando se considera a mensuração do investimento bruto pelas contas nacionais, estaremos olhando o produto como sendo o produto interno bruto (PIB) a preços de mercado. Caso contrário, ao mensurar apenas o investimento líquido, estaremos olhando o produto pela ótica do produto interno líquido (PIL) a preços de mercado (ou correntes). Notas Referências FEIJÓ, Carmem Aparecida & RAMOS, Roberto Luis O. (Orgs.). Contabilidade Social: a nova referência das contas nacionais do Brasil. FEIJÓ, Carmem Aparecida & RAMOS, Roberto Luis O. (Orgs.). Rio de Janeiro: Elsevier/Campus, 2008. ROSSETTI, José Paschoal. Contabilidade Social. São Paulo: Atlas, 2008. ______________________. Introdução à Economia. São Paulo: Atlas, 2008. Bibliogra�a complementar BRUE, McConnell. Macroeconomia. Rio de Janeiro: LTC – Livros Técnicos e Cientí�cos Editora S.A, 2005. DORNBUSH, R e FISCHER, S. Macroeconomia. São Paulo: Mac Graw Hill, 2005. MANKYW, G. Introdução à economia. Rio de Janeiro: Campus, 2002. VASCONCELLOS, Marco Antonio S. Economia: micro e macro. São Paulo: Atlas, 2005. WONNACOTT e WONNACOT. Economia. São Paulo: MAKRON Books, 2002. Jornais e revistas: Jornal O Globo online, Valor Econômico online, Revista Exame online etc. Sites (instituições o�ciais): www.ibge.gov.br e www.ipea.gov.br Próximos passos Os gastos do governo e as cargas tributárias bruta e líquida. Explore mais Nos sites //www.ibge.gov.br e //www.ipeadata.gov.br, no que se refere às contas nacionais, destacam a metodologia utilizada para a classi�cação do valor adicionado. javascript:void(0); javascript:void(0);