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Daniely Alves Dalla Zana Frazão 1 Hemostase Medicina – UNIFACS – 5º semestre/2023.1 Hemostase Hemo (sangue) + stase (parar) Conceito Pode ser definida simplesmente como o processo em que o sangue coagula em todos os locais de lesão vascular. Ela é essencial para vida e está desregulada em uma ampla gama de distúrbios, que podem ser divididos em dois grupos Hemorrágicos e trombolíticos • Comum e altamente conservado entre mamíferos • Processo que visa interromper a perda de sangue por sangramento/hemorragia primeiro estágio de regeneração/ cicatrização Tem como objetivo • Reduzir a perda de sangue por laceração, trauma, etc • Manter o sangue fluido • Restaurar o fluxo/desafazer coágulos Há um equilíbrio constante na homeostase É um processo precisamente orquestrado, envolvendo as plaquetas, os fatores de coagulação e o endotélio, que ocorre no local da lesão vascular e culmina na formação do tampão fibrinoplaquetário, que serve para prevenir ou limitar a extensão do sangramento. A vasoconstrição arteriolar ocorre imediatamente e reduz notoriamente o fluxo sanguíneo na área lesionada. Ela é mediada por mecanismos reflexos neurogênicos e incrementada pela secreção local de fatores como a endotelina, um potente vasoconstritor derivado do endotélio. Desequilíbrio entre fatores pró e anticoagulantes desencadeiam coagulopatias. Hemofilia A (F8), B (F9) e C (F11) Ac anti-fosfolipídios Síndrome do anticorpo antifosfolípidio é uma doença autoimune na qual os pacientes têm autoanticorpos contra as proteínas ligadas aos fosfolipídios. Podem ocorrer trombos venosos ou arteriais. A fisiopatologia não é precisamente conhecida o SLE Anticoagulante lupídico o T. pallidum Deficiência de ATIII • ATIII faz proteólise dos fatores 2, 9 e 10 É uma das causas de "trombofilia", condição que pode ser definida como tendência a desenvolver fenômenos tromboembólicos, arteriais ou venosos. Clinicamente, ela é caracterizada pela ocorrência de trombose, precocemente, na vida do indivíduo e de caráter recorrente Daniely Alves Dalla Zana Frazão 2 Hemostase Medicina – UNIFACS – 5º semestre/2023.1 COMPOSIÇÃO DO SANGUE Fração sólida • Elementos celulares • Plaquetas Fração líquido • Plasma soro Falar o que o sangue é importante é um eufemismo. AS PLAQUETAS Megacariócitos Células que dão origem às plaquetas, apresentam características morfológicas únicas, destacando-se por seu grande tamanho e por aspectos particulares do citoplasma e do núcleo (1,2). Trombocitopenia Diminuição da concentração plaquetária é comum em pacientes com câncer. A diminuição nas plaquetas resulta de um efeito direto do câncer (especialmente canceres da medula óssea e sanguíneos como leucemias, linfomas e mieloma múltiplo) e dos efeitos da terapia contra o câncer, sobretudo quimioterápicos convencionais. Falar dos megacariócitos e por que quimioterápicos/inibidores de checkpoint causam sua depleção e eventual trombocitopenia. Apontar para os grânulos alpha e beta secretados quando as plaquetas são ativadas Porque o sangue não coagula do nada? Atividades anticoagulantes do endotélio normal. NO, óxido nítrico; PGI2, prostaciclina ou prostaglandina I2; t-PA, ativador do plasminogênio tecidual; vWF, fator de von Willebrand. O receptor de trombina também é chamado de receptor ativado por protease (PAR). Estes processos mantêm o sangue líquido e fluido. NO PGL2 prostaciclina vasodilatador Heparina o Antitrombina (AT-III) Inibe a trombina e os fatores Xa, IXa e XIa, portanto, inibe a trombose. Trombomodulina o Trombina (F2) Inibidor da via do fator tecidual (Tissue factor pathway inhibitor) ADPhosphatase o Degrada ADP A ativação das plaquetas resulta em uma alteração importante em sua forma (de pequenos discos arredondados para placas achatadas, com prolongamentos espiculados que aumentam acentuadamente sua área da superfície), assim como na liberação de grânulos secretores Os 3, 4 ou 5 estágios da hemostasia Constrição ou espasmo vascular vasos sanguíneos danificados se contraem Daniely Alves Dalla Zana Frazão 3 Hemostase Medicina – UNIFACS – 5º semestre/2023.1 Formação do tampão plaquetário as plaquetas aderem ao endotélio danificado para formar o tampão plaquetário (hemostasia primária) Coagulação do sangue Formam-se coágulos após a conversão do fibrinogênio em fibrina e sua adição ao tapao plaquetario (hemostasia secundária) Retração do cóagulo e reparo Fibrinólise Constrição vascular Músculo liso contrai por conta da: Endotelina Mecanismo miogênico Ativação de nociceptores estimulo direto, liberação de fatores inflamatórios (prostaglandinas, leucotrieno, histaminas etc) Menos fluxo = menos perda Formação do tampão plaquetario Hemostasia primária: a formação do tampão plaquetário. A descontinuidade do endotélio expõe o fator de von Willebrand (vWF) e o colágeno subendoteliais, que promovem a aderência e ativação das plaquetas (As plaquetas aderem ao colágeno com a ajuda de integrinas (como a GpIIb/GpIIIa), proteínas receptoras de membrana que são ligadas ao citoesqueleto das plaquetas). Em segundos a minutos o produto secretado recruta plaquetas adicionais, que são agregadas e formam um tampão hemostático primário. A ligação ativa as plaquetas e elas liberam o conteúdo de seus grânulos intracelulares. Serotonina (5-hidroxitriptamina), ADP e fator de ativação plaquetária (PAF). O PAF inicia uma alça de retroalimentação positiva, ativando mais plaquetas. O PAF também inicia vias que convertem os fosfolipídeos de membrana em tromboxano A2. A serotonina e o tromboxano A2 são vasoconstritores e estimulam a contração do musculo liso, e assim o espasmo/constrição vascular. Eles também contribuem para a agregação plaquetária, juntamente com ADP e PAF. GpIIb/IIIa faz ponte com fibrinogênio. O resultado final é o crescimento de um tampão plaquetário que sela a parede do vaso danificado O tampão plaquetário tem uma carga negativa Coagulação do sangue A coagulação, ou Hemostasia secundária, é a deposição de fibrina. O fator tecidual é também exposto no local da lesão. O fator tecidual é uma glicoproteína pró- coagulante ligada a membrana que é normalmente expressa pelas células subendoteliais das paredes vasculares, como as células musculares lisas e os fibroblastos. O fator tecidual se liga e ativa o fator VII, colocando em movimento uma cascata de reações que culmina na formação da trombina. A trombina cliva o fibrinogênio em circulação em fibrina insolúvel, criando uma malha de fibrina, e também é um potente ativador de High mol wt kininogen (HMWK). A via extrínseca inicia a coagulação em segundos e a intrinseca em minutos. Precipitação dos monómeros solúveis de fibrinogênio em fibras insolúveis de fibrina pelo fator 2. Isto que torna o sangue de líquido flúido para a textura de gel sólido do trombo. Fator 13: Crosslinking de fibrina e d-dímero. Importância do mesmo para estabilizar coágulos e evitar seu deslocamento (tromboembolismo) e como marcador de coagulação (CID, COVID, etc) e inflamação. Def. de fator V (fator de Leiden) é parahemofilia. F7-F9, F5-F10 se ligam. Daniely Alves Dalla Zana Frazão 4 Hemostase Medicina – UNIFACS – 5º semestre/2023.1 Daniely Alves Dalla Zana Frazão 5 Hemostase Medicina – UNIFACS – 5º semestre/2023.1 O coágulo começa a se desenvolver, entre 15 e 20 segundos, se o trauma à parede vascular for grave, e entre 1 e 2 minutos, se o trauma for pequeno. Retração do coagulo e reparo Plaquetas possuem miosina e actina contração Remodelação da rede de fibrina agregação lateral A formaçãoda fibrina envolve a clivagem de fibrinopeptídeo FpA pela trombina, que se polimeriza em protofibrilas. Depois, o fibrinopeptídeo B (FpB) é clivado pela trombina (fibrina II). A clivagem de FpB libera os domínios α C-terminais, que interagem com as cadeias beta das fibrinas I e II, promovendo a agregação lateral. A retração do coágulo é diretamente proporcional à contagem de plaquetas e inversamente proporcional à concentração de fibrinogênio. Alguns minutos após a formação do coágulo, ele começa a se contrair e usualmente expele grande parte do líquido do coágulo dentro de 20 a 60 minutos. O líquido eliminado é chamado soro, pois o fibrinogênio e a os outros fatores de coagulação foram consumidos; dessa forma, o soro difere do plasma. O soro não pode coagular por não conter esses fatores. Plasma coagula, soro não. Platelet-derived growth fator (PDGF) Estimula a regeneração do músculo liso (quando lesionado) Estimula regeneração o tecido conjuntivo Fibras de colágeno Vascular Endothelial growth factor (VEGF) Ajuda a regenerar as células endoteliais Fibrinólise Os coágulos são apenas uma correção temporária. Conforme o vaso danificado lentamente é reparado, o coágulo é desintegrado quando a fibrina é quebrada em fragmentos pela enzima plasmina. Uma forma inativa da plasmina, o plasminogênio, é parte do coágulo. Depois da coagulação, a trombina, FII, age com um segundo fator, como o ativador de plasminogênio tecidual (tPA) para converter o plasminogênio inativo em plasmina. A plasmina, então, quebra a fibrina, em um processo chamado de fibrinólise. Superfície do endotélio com ativador de plasminogênio tecidual (t-PA) Se liga a fibrina dos coágulos Plasminogênio > Plasmina Urokinase plasminogen activator Plasmina cliva fibrina Fibrina de baixo peso molecular Fibrinogênio D-Dímeros Plasmina degrada plasminogênio e os fatores de coagulação 12, 8, 5, e 2 Está em constante ativação Evita formação de trombos em vasos saudáveis Cliva fibrina que foi erroneamente polimerizada na circulação Destino dos trombos Propagação: Os trombos acumulam plaquetas e fibrinas adicionais Embolização: O trombo se desaloja e vai para outros locais Dissolução: A dissolução é o resultado da fibrinólise, que pode resultar em rápida diminuição e total desaparecimento de trombos recentes Organização e recanalização: Os trombos antigos tornam-se organizados pela proliferação de células endoteliais, células musculares lisas e fibroblastos, sobre e para dentro do trombo. Daniely Alves Dalla Zana Frazão 6 Hemostase Medicina – UNIFACS – 5º semestre/2023.1 Anticoagulantes Antiagregantes Patologias da agregação plaquetária Presença de anti-fosfopipideos Síndrome de Hughes síndrome do sangue pegajoso tendem a formar coágulos SLE anticoagulante lupidico Sífilis Tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPA) O TTPA analisa a via intrínseca e comum da cascata da coagulação. O TTPA é relativamente mais sensível às deficiências dos fatores VIII e IX do que às deficiências dos fatores XI e XII ou fatores da via comum, mas, na maioria das técnicas, níveis de fatores entre 15% e 30% do normal prolongam o TTPA. Distúrbios hereditários e adquiridos da via intrínseca da cascata da coagulação são caracterizados pelo TTPA prolongado e o tempo de protrombina (TP) normal. Normalmente este tempo é menor que 35 segundos. Tempo de trombina (TT) e dosagem de fibrinogênio O Tempo de Trombina (TT) é medido adicionando trombina humana a uma amostra de plasma. A trombina converte o fibrinogênio solúvel em fibrina, formando o coágulo. O tempo normal é de 5-15s, sendo que, após 60 segundos, o coágulo encontra-se sólido, firme e aderente à parede do tubo quando este é invertido. Um tempo de trombina alargado ou a formação de um coágulo sem as características citadas significa que existe afibrinogenemia, hipofibrinogenemia (fibrinogênio plasmático <100 mg/dl) ou disfibrinogenemia. A coagulação Intravascular Disseminada (CIVD) é o principal exemplo de hipofibrinogenemia grave adquirida. O TT também está alargado na presença de fatores antitrombínicos, como a heparina e o veneno botrópico. Atualmente, utiliza-se com mais frequência a dosagem direta do fibrinogênio plasmático para o diagnóstico da hipofibrinogenemia. O valor normal é acima de 100 mg/dl. A Daniely Alves Dalla Zana Frazão 7 Hemostase Medicina – UNIFACS – 5º semestre/2023.1 hipofibrinogenemia hereditária e a CIVD são as principais entidades que alteram esses valores. Estados de hipercoagulabilidade Mutação do fator V e/ou II Níveis elevados dos fatores VIII, IX, XI ou fibrinogênio Deficiência de antitrombina III, proteínas C ou S Anemia falciforme Repouso ou imobilização prolongados no leito Infarto do miocárdio Fibrilação atrial Lesão tecidual (cirurgia, fratura, queimadura) Câncer Válvulas cardíacas protéticas Estados de hipocoagulabilidade Hemofilias Def. de vitamina K Intoxicação por raticidas Exceto aldicarb (chumbinho) Insuficiência hepática Insuficiência renal Plaquetopenia = trombocitopenia
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